Espectrometria de absorção atômica
Cassiana S. Nomura
(csnomura@iq.usp.br)
Instituto de Química
Departamento de Química Fundamental Universidade de São Paulo
1 Espectro contínuo Espectro de absorção Espectro de emissão Amostra Excitação
Emissão e absorção de radiação
Esta transição eletrônica é específica para sódio
Átomos de outros elementos possuem diferentes níveis de energia e não absorvem neste comprimento de onda Confere especificidade à técnica de AAS
Princípio da Emissão e Absorção atômica
3
Princípio, aspectos históricos e
instrumentação
Princípio da Absorção Atômica
O princípio fundamental da espectrometria
de absorção atômica envolve a medida da
absorção
da
intensidade
da
radiação
eletromagnética
, proveniente de uma
fonte
de radiação primária
, por
átomos gasosos no
estado fundamental.
5
Princípios básicos que tornaram possíveis a
espectrometria de absorção atômica:
todos os átomos absorvem luz
o comprimento de onda no qual a luz é
absorvida, é específico para cada elemento
Princípio
M
o
+ h
M
*
Átomos gasosos no estado fundamental Radiação eletromagnética característica Requer sistema de atomização Requer fonte de radiação Átomos gasosos excitados Energia de um fóton (E=h =hc/l)Princípio
7 Radiação eletromagnética característicaÁtomos gasosos
no estado fundamental
P
oP
t= log
10P
oAbsorbância
P
t Radiação transmitidaPrincípio
8I
oI
t Io= 100 It = 100 = log10 = 0,000 Absorbância Io It 9I
oI
t Io= 100 It = 1 = log10 = 2,000 Absorbância Io It 10Princípios básicos que tornaram possíveis a
espectrometria de absorção atômica:
todos os átomos absorvem luz
o comprimento de onda no qual a luz é
absorvida, é específico para cada elemento
a quantidade de luz absorvida é proporcional
à concentração de átomos absorvendo no
percurso óptico
Princípio
11 Radiação eletromagnética característicaÁtomos gasosos
no estado fundamental
P
oP
t Radiação transmitida LEI DE BEERPrincípio
A = log (P
0/P) = abC
A C 12Aspectos históricos
Sir Alan Walsh
(1945) fonte de radiação para emissão atômica
(1955) 1
otrabalho de AA sobre a instrumentação
Walsh descobriu que a maioria dos átomos livres na chama
se
encontravam
no
estado
fundamental,
muito
pouco
ionizado ou excitado.
A. Walsh, Spectrochim. Acta, 7 (1955) 108-117
13
Aspectos históricos
Equação de Boltzmann - relaciona o número de átomos
no estado fundamental e no estado excitado
N
1/N
o= (g
1/g
o)e
-E/kTN
1= número de átomos no estado excitado
N
o= número de átomos no estado fundamental
g
1/g
o=
razão
dos
pesos
estatísticos
dos
estados
fundamental e excitado
E = energia de excitação
k = constante de Boltzmann
Aspectos históricos
Atomic Absorption Spectrometry
B. Welz and M. Speling, Wiley-VCH, Weinheim, Germany, 1999
n
oátomos no estado fundamental > n
oátomos no estado excitado
15
Etapas de atomização na chama
5 m atingem a chama eficiência < 5%
I
0I
tAspectos históricos
Fonte
Atomizador
Espectrômetro
Detector
17Aspectos históricos
Primeiro instrumento de Absorção Atômica
Varian AA-1 (1955)
Principais componentes
Atomizador M + hlM* Po Conjunto Monocromador Detector Pt Fonte de Radiação(
E = h
)
Chama Forno de Grafite Gerador Hidretos Gerador Hg 19Fontes de radiação
São dispositivos para gerar espectro de emissão
do elemento de interesse.
Propriedades monocromaticidade estabilidade Intensidade Linha de absorção Fonte contínua Fonte de linha AAS→ Monoelementar EspecificoObs: trabalha-se com linha (l) ressonante
Isolante Catodo Isolante Janela de Quartzo Invólucro de Pyrex Anodo Catodo Pino de alinhamento Contatos elétricos Contatos para o código do elemento
Lâmpada de catodo oco, HCL
21 4.Emissão h1 M(g)*M (g) + h2 hn 1.Ionização: Ar Ar++ e -2.Ablação (“sputtering”): M(s)+ Ecin(Ar+) M(g) 3.Excitação : M(g)+ Ecin(Ar+) M (g)* Ar+ Mo -+ M* Mo h + -Mo M* Ar+ +
-Princípio de funcionamento
Lâmpada de catodo oco, HCL
Fontes de radiação
Exemplos de linhas
utilizadas em AAS
Elemento l(nm) Ni 232,0 352,5* 351,5 362,5 Cu 342,8* 327,4 217,9 218,2 222,6 244,2 Ca 422,7* Cd 228,8* Fe 248,3*, 343* Linhas de emissão de maior intensidade 23Fontes de radiação
I = 8 mA
Resolução: 0,5 nm
Espectros de Emissão de Cu
Principais componentes
Atomizador M + hlM* Po Conjunto Monocromador Detector Pt Chama Forno de Grafite Gerador Hidretos Fonte de Radiação(
E = h
)
Gerador Hg 25Monocromador
O monocromador deve separar a linha espectral de
interesse das outras linhas emitidas pela fonte de
radiação, através da utilização de um prisma ou rede de
difração associado a duas fendas estreitas que servem
para entrada e saída da radiação.
Componentes:
1. Fenda de entrada da radiação 2. Espelho ou lente colimadora
3. Dispersor de radiação: grade/rede ou prisma 4. Plano focal
5. Fenda de saída da radiação
Monocromador
27 Prisma
ResoluçãoSistemas de dispersão
Em AAS: Quartzo – 170 a 2500 nmDispersa a radiação em comprimentos de ondas individuais
R = t *dn/dl
t = comprimento da base do prisma n = índice de refração do material
l= comprimento de onda
l2 l1
Grades mais usadas em AA tem 1200-2000 riscos/mm Grade Normal
Sistemas de dispersão
29
É o poder do monocromador de distinguir bandas
adjacentes de absorção ou duas linhas espectrais
muito próximas
w: abertura da fenda d/dl: dispersão angularResolução
R =
l
l
= w.
d
dl
30Espectro de emissão do Fe
0,5 nm Largura da fenda:
Em geral os monocromadores usados nos equipamentos de AA são de média resolução.
31
Espectro de emissão do Cu
Detector
Tubo
Fotomultiplicador
São dispositivos capazes de transformar a energia de um
fóton de luz em energia elétrica.
“Efeito fotoelétrico”
33
Espectrômetro de AA: Detecção sequencial
Fast sequencial AAS - Varian
35
ContrAA
– 1º Espectrômetro de Absorção
Atômica Comercial com Fonte Contínua
Fonte de radiação contínua: Lâmpada de Xenônio (190-850 nm)
Requer monocromador de maior resolução DEMON - Double Echelle Monochromator (Sequencial
ARES - Array Echelle Spectrograph (Simultâneo)
Principais componentes
Atomizador M + hlM* Po Conjunto Monocromador Detector Pt Chama Forno de Grafite Gerador Hidretos Fonte de Radiação(
E = h
)
Gerador Hg 37Atomizadores
São dispositivos capazes de converter íons nas formas
livres ou associados em átomos gasosos no estado
fundamental.
Eficiência na atomização
sensibilidade
Tipos mais conhecidos:
com chama (FAAS)
com atomização eletrotérmica (ET AAS)
com geração de hidretos (HG AAS)
FAAS
FLAME ATOMIC ABSORPTION SPECTROMETRY
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA
COM CHAMA
39Diagrama de um espectrômetro
0,345 dreno Atomização com chama amostra Conjunto monocromador Fonte de radiação detector Nebulizador oxidante Combustível 40Queimador/Nebulizador
Pérola de impacto Nebulizador
Câmara de expansão com cabeça do queimador Anteparo
Apoio para o nebulizador e entrada de gases
41
Nebulizador
Nebulizador
Pérola de impacto Fluxo contrário 43Chama
It Io 44Etapas de atomização na chama
5 m atingem a chama eficiência < 5%
45
1.Nebulização da solução e formação do aerossol (eficiência < 3%): (gotículas com diâmetro < 5m atingem a chama)
2.Evaporação do solvente:
M+
(aq) + A-(aq) MA(aq) MA(s)
3.Fusão e vaporização (ou sublimação):
MA(s) MA(liq) MA(v)
4.Dissociação, excitação, ionização:
Mo + Ao átomos neutros
Mo* + Ao* átomos excitados
MA(v) MA* moléculas excitadas
M+ + A- ionização
M+* + A-* íons excitados
Produção de átomos livres na chama
Tipos de chama
Ar /C
2H
2(+ usado)
temperatura
2300ºC
queimador (comprimento
10 cm)
produtos da combustão: C, CO, CO
2, O, O
2, H
2O, H, H
2, OH
C
2H
2+ 3/2 O
2
2 CO + H
2O
Limitações
absorção na região do UV (< 230 nm)
baixa temperatura
47Estrutura da chama
48Ar
M
++ A
- C 2H2MA
MA
ssMA
MA
llMA
MA
ggM + A
M + A
dessolvatação dessolvatação dissociação dissociação fusão fusão vaporização vaporizaçãoAtomização
na
chama
Io Ith
obs 49 ArNa
++ Cl
- C 2H2NaCl
sNaCl
lNaCl
gNa + Cl
dessolvatação dissociação fusão vaporizaçãoAtomização
na
chama:
via cloreto
Io Ith
obs 50Ar
Cu
2+NO
-C
2H
2CuO
sCuO
lCuO
gCu + O
dessolvatação dissociação fusão vaporizaçãoAtomização
na
chama:
via óxido
I
oI
t 3NO
+
-3h
obs 51Altura de observação
52Composição da chama
Chama Estequiométrica
70 l/h C
2H
2450 l/h ar
Chama Redutora
90 l/h C
2H
2450 l/h ar
Chama Oxidante
50 l/h C
2H
2450 l/h ar
Indicada para elementos formadores de óxidos refratários (Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Mo, Cr, Sn...)
Indicada para elementos voláteis e que tem os óxidos como principais precursores atômicos (Ir, Pd, Pt, Rh...)
53
Etapas de atomização na chama
Aerossol Partículas sólidas Átomos Espécies moleculares Espécies iônicas Ionização Dissociação
Nebulização Dessolvatação Volatilização
Eficiência de Transporte 3-5 % CHAMA A 54Sinal analítico
55Atomizadores: Chama
Características desejáveis:
Energia térmica
Ambiente químico
Ser transparente à absorção de radiação
Tempo de residência (queima lenta)
Combustão laminar (
distribuição constante dos átomos
)
Seguro
Baixo custo
Emissão da fonte de radiação versus
emissão do atomizador
Como resolver o problema da emissão dos átomos no atomizador?
átomos absorvendo átomos emitindo
Modulação da radiação da fonte: mecânico
eletronicamente
ATOMIZADOR
57
Arranjos
Simples feixe com modulação
Fonte de radiação Atomizador Monocromador
Sinal modulado da fonte de radiação Radiação emitida pelo atomizador It+ Iatomizador Iatomizador 58
Arranjos
Duplo feixe
59
Cassiana S Nomura
(csnomura@iq.usp.br)
Espectrometria de Absorção Atômica
com Chama:
Aplicações
Diagrama de um espectrômetro de absorção
atômica com chama
0,345 dreno Atomização com chama amostra Conjunto monocromador Fonte de radiação detector Nebulizador oxidante Combustível Eficiência de Transporte 3-5 % 61 (gás/gás) (liq/gás) fusão (sol/gás) chama dessolvatação Nebulização Condensação Amostra M+* M* M++ e -MAg MAl MAs ar ou N2O câmara de mistura M +A
-(gotículas) câmara de mistura C2H2
M+A -excitação emissão (linhas) MO* MOH* excitação emissão (bandas) MO MOH M + A T h vaporização Dreno chama 62
Interferências
O que são interferências?
Considerando que as técnicas instrumentais são relativas, ou
seja, é necessário calibrar o método para as determinações,
em geral, podemos dizer que qualquer alteração provocada
pelos concomitantes presentes na amostra que altere a
resposta do analito diferentemente do que ocorre com as
soluções analíticas de calibração pode ser considerado
como uma interferência.
63
Interferência espectral
Separação incompleta da radiação absorvida pelo analito de outras radiações ou absorção de radiação detectadas e processadas pelo espectrômetro.
Sobreposição de l: analito e outro elemento (rara)
Absorção de radiação no ldo analito pelos concomitantes
Espalhamento de radiação causado por partículas sólida Interferência não espectral
Causa uma alteração no número de átomos do analito no volume de absorção.
Transporte (afeta a eficiência de nebulização)
Ionização
Química (reações químicas indesejadas)
Efeito de matriz transporte, fase condensada, fase vapor, ionização, absorção molecular, espalhamento de radiação
Tipos de Interferências em Absorção Atômica
Interferência Não Espectral
Principais tipos de interferência não espectral:
Transporte (afeta a eficiência de nebulização) – Idem aula de emissão atômica
Ionização
Química (reações químicas indesejadas)
65
Transporte:
Em geral ocorre quando a solução da amostra apresenta composição muito diferente das soluções de calibração, afetando a taxa de aspiração do nebulizador.
- Viscosidade - Tensão superficial - Densidade da solução
Solução:
Calibração por adição de padrão
Calibração com compatibilização de matriz Uso de padrão interno
Interferências de transporte (na nebulização)
Tensão superficial e viscosidade (20
o
C)
Solvente Tensão superficial(dynes/cm) Viscosidade(cP)
Água 73,05 1,002 Etanol 22,75 1,074 Etanol/Água (34%) 33,24 2,829 Etanol/Água (48%) 30,1 2,85 67 20,0 40,0 60,0 80,0 0 20 40 60 80 100
T
e
n
sã
o
su
p
e
rf
ici
a
l
(m
N m
-1)
%C2H5OH
Eficiência de nebulização
Tensão superficial
68água
A
c
água/etanol A cAInfluência da tensão superficial sobre
a curva de calibração
ASinal
S
S
69 40 60 80 100 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0T
a
x
a
d
e
a
sp
ir
a
çã
o
(m
L
m
in
-1)
0 20 8,0 12,0 16,0 20,0 24,0V
iscosid
a
d
e
(m
P
)
%C2H5OHViscosidade
Taxa de aspiração
70água/etanol
A
c
águaInfluência da viscosidade sobre a curva de
calibração
A cA AASinal
S
S
71Algumas Estratégias para Minimizar Interferências
FÍSICAS ou DE TRANSPORTE (Não Espectrais):
preparar soluções de calibração e amostra em um mesmo meio calibração com o método de adição de analito
calibração com curvas analíticas em meio da amostra calibração com curvas analíticas“matrizadas”
Atenção!
No caso da calibração com curvas analíticas preparadas em meio de uma amostra é necessário considerar os seguintes detalhes:
a composição das amostras deve ser constante
a amostra utilizada para construir a curva de calibração deve conter baixa concentração do analito de interesse
Amostra 10 ml 10 ml 10 ml 2 ml amostra 2 mg/L M2+ 2 ml amostra 4 mg/L M2+ 2 ml amostra 8 g/L M2+ 2 ml amostra 1 mg/L M2+ 2 ml amostra 0 mg/L M2+ 10 ml 10 ml Principal vantagem Minimiza efeitos de matriz Principais problemas associados
Consumo de amostra é alto (1 calibração para cada amostra)
Tempo de análise
Curva analítica de calibração com adição de
analito/padrão
73 0,6 0 0,0230 1,0 0,0322 2,0 0,0414 4,0 0,0598 8,0 0,0966 C (mg/L) Sinal Anal. 0 2 4 6 8 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 A bsor bâ nci a Concentração Região linear Y = 0,01422X + 1,676x10-4 R = 0,99997 0,00049 CX= ?A = mC
x+ b
A = 0 no ponto C
x, portanto C
x= -b/m
Curva analítica de calibração com adição de
analito/padrão
Si n a l An a lít ic o 74C (mg/L) Sinal Sinalcorr. Região linear Y = 0,0092X R = 0,99999 0,00001 CX= ? 0 2 4 6 8 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 A bsor bâ nci a Concentração 0,6 0 0,0230 0,0000 1,0 0,0322 0,0092 2,0 0,0414 0,0184 4,0 0,0598 0,0368 8,0 0,0966 0,0736 Amédia Lembre-se que:
Compatibilização de matriz também pode ser feita adicionando-se um ou mais elementos majotitários (não analitos) presentes na amostra na curva analítica de calibração.
Curva analítica de calibração com
compatibilização de matriz ou Matrização
Si n a l An a lít ic o 75
Interferência de Ionização
Quando ocorre? Ocorre principalmente na determinação de elementos facilmente inonizáveis (Ca, Ba...).
Quando um analito facilmente ionizável é determinado em uma amostra contendo alta concentração de um elemento concomitante também facilmente ionizável.
Comum em chama e em forno de grafite
% de Átomos Ionizados x Potencial de Ionização
Elemento Potencial de Ionização (eV) Chama ar/C3H8 (1925 oC) Chama O2/H2 (2660 oC) Chama N2O/C2H2 (2900 oC) Li 5,391 0,01 1 16 Na 5,139 0,3 5 26 K 4,340 2,5 31 82 Ru 4,177 13,5 44 89 Cs 3,894 28,3 69 96 Ca 6,113 - 1 7 Sr 5,694 - 2,7 17 Ba 5,211 - 8,6 42 77Interferência de ionização na determinação de Ba
com N
2O/C
2H
2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 A bs or bâ nc ia Concentração Ba (mg/L) Curva de calibração em solução aquosa Curva de calibração em solução 0,2% KCl 78Exemplo:
determinação de Ba em solução salina
CBa2+(0,5 - 2 mg/L)
CNa+10.000 mg/L
1.Diluição da solução de no máximo 50% (1:1) CBa2+(0,25 - 1 mg/L)
CNa+5.000 mg/L
2.Chama indicada para o bário (N2O/C2H2)
Atenção!
Nessa chama o bário encontra-se 42% ionizado.
3.Adicionar KCl ou CsCl (1-2 g/L) nas soluções de calibração e nas amostras diluídas.
Nessa chama o K e Cs encontram-se > 80% ionizados. Portanto aumenta a pe-na chama (afeta o eq. De ionização).
79
Algumas Estratégias para Minimizar
Interferências Não Espectrais de IONIZAÇÃO:
adição de um supressor de ionização (chamado de tampão de ionização)
os tampões de ionização mais usuais são KCl ou CsCl requisito importante para o tampão de ionização ter baixo potencial de ionização
Interferência Química
Ocorre devido às reações químicas que podem ocorrer entre o analito e os concomitantes, em geral, na fase líquida ou na fase vapor.
Comum em chama
Ex: Formação de compostos refratários, tais como, fosfatos, sulfatos,
CaSO4 Ca3(PO4)2 Ca2P2O7
81
Algumas Estratégias para Minimizar
Interferências QUÍMICAS (Não espectrais):
No caso das reações químicas (em chama):aumentar temperatura (chama N2O/C2H2) usar chama redutora
combinar o elemento interferentes com outro elemento Exemplo:
Supressão da interferência de silício na determinação de Ca adição de um modificador químico (LaCl3) nas soluções de calibração e amostra
CaO(l) + SiO2(l) CaSiO3(l) LaCl3(aq) + H2O/HNO3(aq) La2O3(s) La2O3(l) + SiO2(l) [La2SiO4]
Referências
Lagalante AF, Applied Spectroscopy Reviews, 34(3),
1999, 173-189
D.A. Skoog, F.J. Holler, T.A. Nieman, Princípios de
Análise Instrumental, 5
aed., Bookman, São Paulo,
2002.
D.C. Harris, Análise Química Quantitativa, LTC Livros
Técnicos e científicos, Rio de Janeiro, 2001.
D.A. Skoog, et al., Fundamentos de Química Analítica,
8ª, Thompson, São Paulo, 2006. Cap. 28
83
Principais componentes
Atomizador M + hlM* Po Conjunto Monocromador Detector Pt Chama Forno de Grafite Gerador Hidretos Fonte de Radiação(
E = h
)
Gerador Hg 84ET AAS
ELECTROTHERMAL ATOMIC ABSORPTION
SPECTROMETRY
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM
ATOMIZAÇÃO ELETROTÉRMICA
GF AAS
GRAPHITE FURNACE ATOMIC ABSORPTION
SPECTROMETRY
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA
COM FORNO DE GRAFITE
85ressonância ressonância Ressonância Ressonância Não ressonância Não ressonância Gás de enchimento Gás de enchimento
I
I
ooI
I
tt 0.723ETAAS
ETAAS
Diagrama de um espectrômetro de absorção
atômica com forno de grafite
Detalhe do forno de grafite com auto-amostrador
Analitik Jena – Zeenit 60
Forno de grafite
87
Injeção no tubo de grafite
Reações em forno de grafite
Resíduo sólido Átomos Espécies moleculares Espécies iônicas Ionização DissociaçãoTransporte Dessolvatação Volatilização
Eficiência de Transporte 100 % Alíquota 5-50 L A t/s 89Programa de aquecimento
Resfriamento T E M P E R A T U R A (oC) Secagem Pirólise Atomização T E M P O (s) Limpeza 90Programa de aquecimento
Resíduo Sólido Fluxo Ar Gota Solução Solvente Secagem do solvente (80-200 oC) h Fluxo ArA evaporação do solvente forma um filme sólido sobre a superfície de grafite
do tubo 91
Programa de aquecimento
Resíduo Final Resíduo Sólido
Aumenta a temperatura para remover componentes da matriz (250-1600oC)
não deve evaporar o analito
Em geral os compostos refratários não são eliminados
óxidos, carbetos..
Fluxo Ar Fluxo Ar
h
Otimização do programa de aquecimento
Nuvem atômica
Resíduo Final
Fluxo de gás é interrompido
Tubo de grafite aquece rapidamente (1000o-2000 oC/sec)
Resíduo é vaporizado e forma-se uma nuvem de átomos no estado fundamental (1600–3000 oC)
I
oI
t93
Gás de purga
Evita combustão do grafite (eletrodos, tubo e plataforma)
Promove o arraste de produtos oriundos da secagem, pirólise e na etapa de limpeza
Evita oxidação de átomos metálicos
N2: C(s) ½ N2 CN(g) + M(g) MCN(g)
(não recomendado)
Ar: gás inerte (pureza adequada e bom preço)
H2: gás redutor (pode ser utilizado juntamente com o argônio)
O2: auxilia na decomposição de materiais orgânicos (desgasta o tubo) 94
Programa de aquecimento
Etapa
T
(ºC)
Rampa
(ºC s-1)
Patamar
(s)
Leitura
5
20
Não
20
10
Não
100
10
Não
5
Sim
1200
2
Não
0
Etapa
T
Rampa
Patamar
Fluxo de
(
oC)
(s)
(s)
Ar (L/min)
Secagem
80-200
5 a 10
10 a 25
0,25
Pirólise
200-1600
10 a 20
5 a 30
0,25
Atomização
1600-3000
0
2 a 10
0
Limpeza
2000-3000
1
2
0,25
95Etapa
T
(ºC)
Rampa
(ºC s
-
1)
Patamar
(s)
Leitura
Secagem I
100
10
20
Não
Secagem II
130
5
10
Não
Pirólise
Tp
100
10
Não
Atomização
Ta
5
Sim
Limpeza
2500
1200
2
Não
0
Fluxo Ar
(mL/min)
250
250
250
250
0
Construir as curvas de pirólise e atomizaçãoComo otimizar o Programa de Aquecimento
Etapa T (ºC) Rampa (ºC s -1) Patamar (s) Leitura Secagem I 100 10 20 Não Secagem II 130 5 10 Não Pirólise Tp 100 10 Não Atomização 2100 5 Sim Limpeza 2500 1200 2 Não 0 Fluxo Ar (mL/min) 250 250 250 250 0 Manter fixa a temperatura de atomização
Variar crescentemente a temperatura de pirólise
Como construir a curva de pirólise?
97 Etapa T (ºC) Rampa (ºC s -1) Patamar (s) Leitura Secagem I 100 10 20 Não Secagem II 130 5 10 Não Pirólise 200 100 10 Não Atomização 2100 5 Sim Limpeza 2500 1200 2 Não 0 Fluxo Ar (mL/min) 250 250 250 250 0 Manter fixa a temperatura de atomização
Variar crescentemente a temperatura de pirólise
Como construir a curva de pirólise?
0,000 0,020 • 200 300 400 500 600 700 800 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,180 0,200 A b sorbân cia a T (oC)
Construindo a curva de pirólise
99 Etapa T (ºC) Rampa (ºC s-1) Patamar (s) Leitura Secagem I 100 10 20 Não Secagem II 130 5 10 Não Pirólise Tp 100 10 Não Atomização 2100 5 Sim Limpeza 2500 1200 2 Não 0 Fluxo Ar (mL/min) 250 250 250 250 0 Manter fixa a temperatura de atomização Variar crescentemente a temperatura de pirólise
Como construir a curva de pirólise?
Etapa
T
(ºC)
Rampa
(ºC s-1)
Patamar
(s)
Leitura
Secagem I
100
10
20
Não
Secagem II
130
5
10
Não
Pirólise
300
100
10
Não
Atomização
2100
5
Sim
Limpeza
2500
1200
2
Não
0
Fluxo Ar
(mL/min)
250
250
250
250
0
Manter fixa a temperatura de atomização
Variar crescentemente a temperatura de pirólise
Como construir a curva de pirólise?
101 • • • • • • 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,180 A b sorbân cia 200 300 400 500 600 700 800 T (oC)
Como construir a curva de pirólise?
200 300 400 500 600 700 800 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,180 0,200 • • • • • • Tp A b sorbân ci a T (oC)
A escolha da melhor temperatura de pirólise?
103
Etapa
T
(ºC)
Rampa
(ºC s-1)
Patamar
(s)
Leitura
Secagem I
100
10
20
Não
Secagem II
130
5
10
Não
Pirólise
400
100
10
Não
Atomização
Ta
5
Sim
Limpeza
2500
1200
2
Não
0
Fluxo Ar
(mL/min)
250
250
250
250
0
Manter fixa a melhor temperatura de pirólise Variar crescentemente a temperatura de atomização
Como construir a curva de atomização?
Etapa
T
(ºC)
Rampa
(ºC s-1)
Patamar
(s)
Leitura
Secagem I
100
10
20
Não
Secagem II
130
5
10
Não
Pirólise
400
100
10
Não
Atomização
1200
5
Sim
Limpeza
2500
1200
2
Não
0
Fluxo Ar
(mL/min)
250
250
250
250
0
Manter fixa a melhor temperatura de pirólise
Variar crescentemente a temperatura de atomização
Como construir a curva de atomização?
105 200 300 400 500 600 700 800 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,180 0,200 • 1200 1400 1600 1800 2000 T (oC) A b sorbân cia
Como construir a curva de atomização?
Etapa
T
(ºC)
Rampa
(ºC s-1)
Patamar
(s)
Leitura
Secagem I
100
10
20
Não
Secagem II
130
5
10
Não
Pirólise
400
100
10
Não
Atomização
Ta
5
Sim
Limpeza
2500
1200
2
Não
0
Fluxo Ar
(mL/min)
250
250
250
250
0
Manter fixa a melhor temperatura de pirólise
Variar crescentemente a temperatura de atomização
Como construir a curva de atomização?
107
Etapa
T
(ºC)
Rampa
(ºC s-1)
Patamar
(s)
Leitura
Secagem I
100
10
20
Não
Secagem II
130
5
10
Não
Pirólise
400
100
10
Não
Atomização
1400
5
Sim
Limpeza
2500
1200
2
Não
0
Fluxo Ar
(mL/min)
250
250
250
250
0
Manter fixa a melhor temperatura de pirólise
Variar crescentemente a temperatura de atomização
Como construir a curva de atomização?
200 300 400 500 600 700 800 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,180 0,200 • 1200 1400 1600 1800 2000 T (oC) • • • • A b sorbân cia
Como construir a curva de atomização?
109 200 300 400 500 600 700 800 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,180 0,200 • 1200 1400 1600 1800 2000 T (oC) • • • • Ta A b sorbân cia
A escolha da melhor temperatura de atomização
Otimização do programa de aquecimento
Curva de temperatura de pirólise
Manter fixa a temperatura de atomização (~2300
oC)
Variar crescentemente a temperatura de pirólise
Curva de temperatura de atomização
Manter fixa a temperatura de pirólise (ótima)
Variar crescentemente a temperatura de atomização
111Otimização do programa de aquecimento
Curva de temperaturade pirólise
Curva de temperatura de atomização
T1– melhor temperatura de pirólise
T2– total volatilização do analito durante a pirólise
T3– não hão formação dos átomos
T4– melhor temperatura de atomização
Vias de atomização?
1. MO(s) M(l) + CO(s,g) ½ M2(s) M(g)
M = Co, Cr, Cu, Fe, Mo, Ni, Pb, Sn, V 2. MO(s) MO(g) M(g) + ½ O2(g) M = Cd, Mg, Zn, Mn 3. MO(s) M(g) + ½ O2(g) M = Cd, Zn 4. MX2(s) MX2(l) MX(g) + X(g) M(g) + X(g) M = Cd, Fe, Zn C T 113
Qual o papel da T
p?
Eliminar
componentes
da
matriz
para
minimizar
interferências químicas e espectrais
Estabelecer as vias de atomização para o analito
Qual a T
pmais adequada?
Alta T
ppara eliminar concomitantes, sem perder o
analito
MODIFICADORES QUÍMICOS
Modificador químico universal
5
g Pd + 3
g Mg
115Características da GF AAS
excelente sensibilidade
necessita de pequenas quantidades de amostras
baixo consumo de soluções analíticas
permite a introdução de soluções líquidas, sólidos,
gases e suspensões
permite pré tratamento térmico
“in situ” durante o programa
de aquecimento (durante a pirólise)
FAAS x GF AAS
117