UNIVERSIDADE
DE
EVORA
Mestrado
em
Ecologia Humana
RS
rrl
§v
Caracterizaçãa
da
abordagem
familiar
em crianças
vitimas
de maus
tratos
incluídas
nos
projectos
de
Intervenção Precoce
Orientador: Professor Doutor
Vitor
Franco Mestrando:Mário
Rui Caeiro RosmaninhoEvora
2008
UNIVERSIDADE
DE
EVORA
Mesúado
em
Ecologia Humana
Caracteraação
da
abordagem
familiar
em crianças
ütimas
de maus
tratos
incluídas
nos
projectos
de
Intervenção Precoce
Orientador: Professor Doutor
Vitor
Franco Mestrando:Mário
Rui Caeiro Rosmaninhoe L § a-'l i',dry-' ---*ffi+Â.*t#. . e fj6/: Lrrl:i :' - -iY#s,'.{
r
.
,i #lffil#kr+ '':'
,ôxH#r,
§ ,,1(1
ffí
Évora
2008
(araclerizaçaof,aa6arrawía*:trü:,i::trtr##:{:,:;
DEDICATORIA
fllErmetinía
à
Catariru
à
fita
que tão 6eru compremleram
e aceitoram as minfras
fory^
ausêrrias, mesmoEunío
presentepeto
incmtioo, por
acreúitarem cm mim epor
estarem comigo aa fongo
[e
to[o
este traíatfro.ÇaraclerizoçíÍoraa6or[aoemÍa#r"trü;tr:Z:X*tr{:::;
AGRÂDECIMENTOS
Ao
Professor
Doutor
Vitor
Franco,
o
meu
sincero agradecimento pela sua orientação e coordenação nesta tese.Desejo também agradecer aos técnicos das equipas de
Intervenção precoce que participaram com o preenchimento dos questionfuios,
que
foram
essenciaispara
a
consecução deste estudo.Aos
colegase
amigosAida
Simões,Ângela
Ventura, JoaquimLopes,
PaulaOliveira e
Pedro
Santospela
preciosa ajuda concedida nas diferentes etapas deste trabalho.Um
agradecimentomuito
especial ao Carlos Recto e aoAmândio
e a
todos
aquelesamigos
que,
de
algum
modo, contribuíram e incentivaram à realizaçáo deste estudo.(aracteriruçõoraa6orrasemfa*:tr#q;itrtrtri,#:'#:::;
RESUMO
Nas últimas décadas a Intervenção Precoce tem demonstrado a sua
utilidade
notrabalho
com
as
criançase
as
suasfamílias.
Sendo consensuala
sua
importância, importa, tambern, que seja objecto de reflexão e investigação.O
distrito
de
Evora
e
pioneiro
na
implementaçãode
estratégiasna
átea daIntervenção Precoce, desde
o
final
da
decada
de 80,
apresentando,uma
vasta experiência organizacional. Por isso entendemos ser o local ideal para a execução deste estudo,com
o
qual
pretendemos conhecere
caracterizaros vários
intervenientes naspráticas da Intervenção Precoce e, fundamentalmente, as abordagens que são realizadas
às famílias em que ocorrem maus tratos infantis.
O
desenhometodologico
utilizado
assentanum
estudodescritivo
utilizando métodos quantitativos e qualitativos. Para a recolha de dadosfoi
utilizado o questionárioauto-preenchido,
com
questões abertas
e
fechadas,
fazendo-seposteriormente
o tratamento estatístico dos dadose a
análisede
conteúdo das respostas.A
população deste estudofoi
formada pelos técnicos de todas as equipas de Intervenção Precoce dodistrito
de Évora.Nunca
perdendo devista
a
perspectiva ecológica/sistemica,a
realização deste estudo proporcionanos
uma visão dos
diversos
contextos ambientaise
sistémicos existentesnas
abordagens realizadasàs famílias,
evidenciando
a
importância
e
aadequação de estrategias que promovam a competência das famílias.
Palavras
chave-
Intervenção Precoce, maus tratos, família, teoria sistémica, ecologia humana.Çaracteríxçõoraa6orrarmía*#ü:!xr:tr*#:'{:::;
Family
Characterization of
child
abuse
victims included
in
the
Early
Intervention
projects
ABSTRACT
In
the
last decadesEarly
Intervention has demonstratedit's
usefulness towardsthe
children andtheir families.
Thereforefurther
ponderation and investigation on the subject is most important.The Évora
district
pioneers the implementationof
Early
Intervention strategies, sincethe late 80's
and hence,vast
organization experience.This
makesit
the
ideal locationto
implementthis
study,which
aimsto
learn and characterize the participantsin
theEarly
Intervention, and also the approaches directed at the families wherechild
úuse
occurs.The
methodical designof
this
study
is
descriptive, andboth
quantitative andqualitative
in
method.
The
data
was
collected
by a
self-completed
questionnaire, composedof
open
and closed questions, andthen
subjectedto
statisticand
contentanalysis.
The study population was composedby
the techniciansof
all the teamsin
the Early Intervention program, of the Evora district.While
not
neglecting
the
ecologicaVsystemic perspective,of
this
study, it
allowed us a
overall outlook
of
the various environmental and systemic conteÉs, thatexist
regarding
the
families and thus
their
importance
in
promoting
the
family
competences was underlined.
Çaractenzafr
odaa6orraoenfa*:fü:,:;:Z'trX,#:ii:::;
SIGLAS
APCE
-
Associação de Paralisia Cerebral de EvoraAPPC
-
Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral CEJ-
Centro de Estudos JudiciariosCERCIDIANA
-
Cooperativa para a Educação, Reabilitação e Inserção de Cidadãos Inadaptados de ÉvoraCPCJ
-
Comissão de Protecção de Crianças e JovensGNR
-
Guarda Nacional RePublicanaINE
-
Instituto Nacional de EstatísticaIP
-
Intervenção PrecoceIPSS
-
Instituição Privada Solidariedade Social I\[EE-
Necessidades Educativas EspeciaisOCDE
-
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento EconómicoODAT -
Organizacion Diagnostica dela
Atencion TempranaOMS
-
OrganizaçãoMundial
de SaúdeOTM
-Organização Tutelar de Menores SPSS-
Statistical Pesckagefor
Social Sciences SPTF-
Sociedade Portuguesa de Terapiafamiliar
(aracten:nçõoraa6orra0emía*:f_ff
:XyXX#:i{:::
stnvrÁnro
to
PÁRTE-
ENSUADRAMENTO TEORICOCAPITULO
1-
A INTERTT,T,IÇ,NO PRECOCEI
-
Contextualização daIntervenção
Precoce ... .2
-
Definições deIntenenção
Precoce. 3-
Objectivos
daIntervenção
Precoce.4
-
A
prevenção naIntervenção
Precoce...4.
I
-
Prevenção Primária... 4.2 -Prevenção Secundaria... 4.3-
Prevenção Terciária ...5
- Origem
e evolução dos modelos deIntervenção
Precoce 6 - Diagnóstico ecritérios
deelegibilidade
7
-
Alnteruenção
Precoce nodistrito
de lÚvoraCAPTTULO2-ACRTANÇA
f
-
A
criança
ao longo dos tempos..., 2-
Osdireitos
dacriança
3 -
A
criança
na sociedade portuguesa 4- O
nascimento de uma criança... CAPITULO 3-
MAUS
TRATOS,..L
-
Conceito de maustratos
2-
A
tipologia
dos maustratos
3 -
A
criança maltratada
emPortugal
22 23 24 25 28
3l
31 32 JJ 34 38 42 44 45 47 49 53 55 56 59 67(aracterizaçtÍo [a aíor[agemfamt[iar em ctianças vrtimas [c maus tratos mcfuí[as nos Wgectos [e Intervenção (Precoce
CAPITULO4-AFÁMIUA
1-
Considerações sobre a noção defamília
2- Ciclo
vital
dafamília
3
-
Fontes de stress e crisefamiliar
4
-
Abordagem
sistémica dafamíIia
5
-
Os diferentestipos
defamilia
6
-
AsfamíIias multiproblemáticas
CAPITULO 5
-
TEORIA GERAL DOS SISTFMÁy...1-
Noção de sistema2
-
Organtzação ehierarquia
dos sistemas 3-
Conservação dos sistemas4 -
A
evolução dos sistemas5
-
A
perspectiva sistémica dafamília...
CAPITULO
6-
ECOLOGIAHUMANA
1 - Ecologia
Geral
Versus EcologiaHumana..
2 -
Modelo
ecológico do desenvolvimentohumano
deBronfenbrenner
2'PÁRTE
-
TRÁBALHODE
CÁMPOCAPITULO
I
-
METODOLOGIA
1-
Metodologia
... 2-
Objectivos
... 3-
Tipo
de investigação... 4-
Colheita
de dados ... 5-
Considerações éticas... 6-
População e amostra.... 7-
Instrumentos...
CAPITULO 2
-
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOSI
-
Caractet'tzação daamostra
...2
-
Caracterização dos técnicos .... . . ...2.I
-
Distribuição por sexo.69
.70 .72 .74 .76 .79 .82.87
.88 ,.93 .95 ..96 ..97IAl
102 106tIt
II2
113t14
116ll8
119 120t2l
I2s
t26
127 127Çaracterizaçõoraa6af,asemfaf*:fü:f;f:Xff,ffiií:,:;
2.2
-
Idade dos tecnicos... 2.3-
Profissão dos tecnicos2.4
-Terrryo de exercício na categoria profissional ... 2.5-
Tempo de serviço em Intervenção Precoce...2.6 - Formação específica em Intervenção Precoce
23
-Formação específica em IntervençãoFamiliar lTerapiaFamiliar
2.8 -Coúecimentos
sobre IntervençãoFamiliar lTerapiaFamiliar....
2.9-
Competências parufazer Intenrenção Familiar....2.10
-
Acções de formação em Intervenção Familiar....2.ll
-
Supervisão das intervenções realizadas.2.12
-
Supervisão dos técnicos ... . . ... .2.13 - Resumo
3
- Características
dacriança
3.1 - Idade3.2
-
Tipo de maus tratos... 3.3-
Detecção do mau trato3.4 - Encaminhamento paÍa a Intervenção Precoce 3.5 - Com quem
vive...
3.6
-
Irmãos ... 3.7 - Resumo... 4. - Caracterização dafamília
4.1
-
Idade dos pais4.2
-
Formação academica ... 4.3 -Nível
sócio-económico... 4.4-
lJabitaçáo ...r28
129 130 131t32
133t34
135t36
136 137 138 140 140 140t4t
143t44
t45
147 148 148r49
150 151Çaracterizaçõo [a aíor[agenfam.iliar em crianças vitanns [e maus tratos
inctuí[as nos Qrojectos [e Intmtençtio (Precoce
4.5 - Condições de habitabilidade da casa-.... 4.6
-
Tipo
de família4.7 - Patologia mental ou sensorial nos pais.. 4.8 - Retirada da Tutela
/
Custodia dosfilhos
4.9-
Perda súbita de membro da família nuclear' 4.10 - Resumo5
-
Factores ambientais de risco5.
I
- Factores ambientais de risco ... 5.2 - Relações na família de risco5. 3
-
Relações entre a família e a criança...5.4
-
Contextos de risco6
- Caractertzaçío
das abordagensfamiliares
6.1-
Decisão do trabalho com a família ... 6.2-
Pimeira
abordagem...6.3
-
Local do primeiro contacto 6.4-Local
das intervenções... 6.5-
Duração das sessões...6.6 - Reuniões fora do domicilio... 6.7
-
Deslocação da família.6.8
-
Deslocação do técnico 6.9 - Intervenção com a família 6.9.1 - DimensãoFamiliar
6.9.2 - Dimensão Interdisciplinar... 6.9.3 - Dimensão Pessoal... 6.9.4-
Dimensão educacional . . . ... ... 152 153 154 155 156 157 158 r58 161 162 163t64
164 165 167 168 169 169t7t
t7l
,t72
173.t7s
.176
.177Çaracterizaçao [a a1or[agemfam'iliar em crianças viÍittws [c mtus tratos
mcfuí[as nos Qrqectos [e Interpençtio (Precoce
6.9.5 - Dimensão Social
7
-
Conclusões e reflexõesÍinais
RETERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anexo
1-
Pedido de autoraação da aplicação dos questionários Anexo 2-
Questionário aplicado ao grupo de TécnicosANEXOS
r78
ÇaracterízaçiÍo*"u**r,-W,ff
ff#:Z:trir#:;,'::;
Pís.
LrsrA
DE QUADROS
Quadro
I
-
Número de técnicos por equipas... Quadro 2-
Distribuição por sexo...Quadro 3
-
Idade dos técnicos... Quadro 4-
Profissão dos técnicosQuadro 5
-
Tempo de exercício proÍissional ...Quadro 6
-
Tempo de serviço em Intervenção Precoce... Quadro 7-Formação
específica emIP...
Quadro 8
-
Area de especializaçáoQuadro 9
-
Formação em Intervenção FamiliarI
TerapiaFamiliar
Quadro 10
-
Coúecimentos
sobre IntervençãoFamiliar lTerapiaFamiliar
Quadro
1l
-
Competências adequadas para Intervenção Familiar.... Quadro 12-
Acções de formação em IntervençãoFamiliar
Quadro
l3
-
Supervisão... Quadro 14-
SupervisoresQuadro
l5
-
Periodicidade da supervisão... Quadro 16-
Idade.Quadro 17
-
Tipos de maus tratos Quadrol8
-
Detecção...Quadro 19
-
Técnico que encaminhou... Quadro 20-
Com quemvive
a criança... Quadro 21-
Existência de irmãosQuadro 22
-
Número de irmãos... Quadro 23-Idade
dos paisQuadro 24
-
Formação académica... Quadro 25-Nível
sócio-económico Quadro 26-
Habitação... 126 127t28
t29
131 132 132 133 133 134 135 136 136 137 137 140t4l
142t43
144 145 146 148 150 151 152Quadro 27
-
Condições de habitabilidade.. . . ... .. .Quadro 28
-
Tipo de famíliaQuadro 29
-
Patologia mental ou sensorial nos pais ... Quadro 30-
Retirada da tutela ou custódiaQuadro 31
-
Perda súbita de membro da família nuclear Quadro 32 -Factores ambientais de risco...Quadro 33
-
Relações intrafamiliaresQuadro 34
-
Relações entre a família e a criança Quadro 35-
Contexto de riscoQuadro 36
-
Decisão do trabalho com a família Quadro 37-
Primeira abordagem... Quadro 38-
Local do primeiro contacto Quadro 39-
Local das intervenções Quadro 40-
Duração das sessões... Quadro 41-
Reuniões fora dodomicílio...
.. Quadro 42-
Deslocaçáo aos atendimentos.. Quadro 43-
Deslocação aodomicílio...
...Quadro 44
-
Dimensão Familiar Quadro 45-
Dimensão Interdisciplinar. Quadro 46-
Dimensão Pessoal... ... .Quadro 47
-
Dimensão Educacional. Quadro 48-
Dimensão Social. Quadro 49-
Dimensões..(aracterizaçtio [a a\or[agemfamtúar em ctianças ait'inns [e maus tratos incfuíías nos Q'royctos [e Intennnçiio (hecoce
t52
153t54
155 156 160 161 162 163 164 166 167 168t69
170t7t
172 174 176 177t78
179 179(aracterizaçíÍoraa6orrasemfa*:trü:i::f:H*#ff
:,:;
LISTA
DE
GRÁFICOS
Párg.GráÍico
I
-
Distribuição porsexo...
...127Gráfico 2
-
Idade dostécnicos...
... 128Gráfico 3
-
Profissão dostécnicos....
... 130Gráfico 4
-
Tempo de exercício profissional...
... 13I
Gráfico 5-
Formação específica em IP...
...--132Gráfico 6 - Formação em intervenção familiar/terapia
familiar...
..
. . ...134Gráfico 7
-
Coúecimento
e competências em intervenção familiar/terapiafamiliar..
135Gráfico 8
-
Periodicidade da Supervisão...
... 138Gráfico 9
-Detecção...
...142Gráfico
10-
Tecnico que encaminhou...
...144
Gráfico
ll
-
Com quemvive
acriança...
... 145Gráfico
12-Existência
deirmãos
...146
Gráfico
13-Numero
deirmãos...
... 146Gráfico
14-
Idade dospais
...149Gráfico
15-Formação
académica...
... 150Gráfico
16-Nível
sócio-economico
... 151Gráfico
17-
Habitação .......
...152
Gráfico
18-
Tipo defamília
... 153Gráfico
19-
Patologia mental ou sensorial nospais
... 154Gráfico 20
-
Retirada da tutela oucustódia
... 155Gráfico
2l
-Perda
súbita de membro da famílianuclear
... 156Gráfico 22
-Decisão
do trabalho com afamília
... 165Gráfico 23
-Local
do primeirocontacto
...167Gráfico 24
-
Reuniões fora dodomicilio...
... 170Gráfico 25
-
Deslocação aosatendimentos...
....171
Gráfico 26
-
Deslocação aodomicílio...
...172( ara c t eriza ç õ o ra a 6 or daoem ía
*:rü:x: rxx f
i:::;
Pág
LISTA
DE
FIGURAS
Figura 1
-
Objectivos da Intervenção Precoce Figura 2-
Objectivos da Intervenção Precoce Figura 3-
Organização dos sistemasFigura 4
-
Modelo Ecológico de Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner.28 .30 .93
ÇaracterizaçtÍo [a a6or[agemfam'i6u em ctianças vitimas f,e maus tratos
inc[uíías nos rProlectos [c Intmnnçõo (Precoce
"Deus criou-me para criança,
e
deixou-me sempre criança.Mas
porque deixouque
a
Vida me
batessee
me
tirasseos
brinquedos,e
me
deixassesó no
recreio, amarrotando com as mãos tão fracas o bibe azul sujo de lágrimas compridas? Se eu não poderiaviver
senão acarinhado, porque deitaram fora o meu caÍinho?Ah,
cada vez que vejo nas ruas uma criança a chorar, uma criança exilada dos outros, doi-me mais que atristeza da criança no horror desprevenido do meu coração exausto. Doo-me com toda a
estatura da
vida
sentidq e são minhas as mãos que torcemo
canto do bibe, são minhas as bocas tortas das lágrimas verdadeiras, é minhaa
fraqueza,é
minhaa
solidão, e osrisos da
vida
adulta que
passa usam-mecomo
luzesde
fosforos
riscadosno
estofo sensível do meu coração"Bernardo Soares (Fernando Pessoa)
(aracteriruçôo [a aíordagemfomt[iar em cnanças rntrnns [e mnus Lratos
incfuí[as nos Qrojectos [e Intervençiio (Precoce
INTRODUÇÃO
"...
Grande
é a poesia, bondade e as dançâs...Mas
omelhor
domundo
são as crianças, Flores, música, oluar,
e o sol, que pece Só quando, em vsz decriar,
seca...."Fernando Pessoa
Quantas vezes
já
ouvimos ou utilizámos a expressão'b
mclhor
domundo
sãoas crtanças"
do
Poeta Fernando Pessoa?Ela
demonstraa
prioridade que
damos àcriança na expressão dos nossos afectos. Tal como damos primazia à criança e a tudo a
que
ele
está ligado, mais
damos
ainda quando
essacriança
tem
problemas
dedesenvolvimento
ou
está
em risco
de os
poder
ter.
E
na
consequência dessaspreocupa@es que emerge a importância da Intervenção Precoce.
Apesar
do
conceito
de
Intervenção Precoceter
surgido na
decadade 50
do século passado e apesar da sua constante evolução ao longo décadas seguintes,fruto
deum grande investimento na produção de teorias, da investigação e dos seus resultados
(Cru2,
2003)
trata-sede um
conceito actual
e
que
tem
ganho
uma
notoriedade eimportância.
A
criança
sozinhanão
existe.Faz parte de uma
família, da
qual
é
membroefectivo
e
de
quenão
se pode dissociar.Numa
perspectiva ecológica, não podemos olhar para esta criança apenas na perspectiva das relações familiares, mas também dasÇaracterim@o [a aíor[agemfamd'iar em manças vit'imas [e maus tratos incfuí[as nos Qrolectos [e InteruençiÍo (Precoce
Assente neste
princípio
a Intervenção Precoce propõe acções e medidas que sãodirigidas a todos os intervenientes, como um todo, inseridos no seu meio sócio-cultural, e abrangendo assim uma abordagem ecológica e multisistemica.
Assim
sendo, criança,família
e
comunidade,
são
contempladaspor
uma
abordagemmultidisciplinar
emultidimensional em
que diferentes profissionais @sicologos, Enfermeiros, Médicos, Educadores, Professores,Técnicos
de
Serviço Social)
têm
uma
responsabilidade partilhada,onde
estar atento,prevenir
e
detectar serão fundamentaispara se
poderintervir
de forma sistémica abrangente.Aqui
se encontraa
pertinência deste trabalho, em que pretendemos estudar asmetodologias de trabalho que os diferentes técnicos das equipas de Intervenção Precoce utilizam nas abordagens que fazem ás famílias onde ocorrem situações de maus tratos.
A
temática dos maus tratos surgepor
ser uma realidade bem trágica epor
estassifuações continuarem
a
acontecer actualmente,muito
emborapor
vezes silenciadas eescondidas.
O
mau trato é responsável por hospitalizações repetidas, podendo provocar lesões gravese
irreversíveisem
crianças pequenas,levando muitas
vezesà
morte. Quando isso não acontece, quase sempredeixa
um
rastode
sequelasa
longo
pÍazo, como problemas cognitivos, dificuldadesno
relacionamento social, insucesso escolar, comportamentos sociais de risco, aumento da delinquência e criminalidade, etc.O conhecimento dos aspectos que favorecem os aparecimentos dos maus tratos, os seus diferentes tipos, as suas principais manifestações e formas de apresentação, os
procedimentos adequados, as medidas de prevenção, permitem que se possa planificar e
colocar em prática estratégias de actuação que levem ao apoio e
ügilância
das crianças e suas famílias. Nesta óptica sãopor
demais importantes os progftrmas de Intervenção Precoce,com
equipas conhecedoras das realidades sociaiVculturaiVambientais, onde também elas proprias estão inseridas e onde efectivamente conseguem fazer a diferença.Ao
realizarmos este trabalho de investigação, inserido no Mestrado de Ecologia Humana da Universidade de Évora, iremos aprofundara
cuaçtet'rzação das Equipas deIntervenção Precoce do
Distrito
de Évora, assim como das crianças e das famílias que são alvo das intervenções destas equipas. Baseados no pressuposto que as intervençõesÇaracterizaçtíoraa,orraoeníaf*:f
#:i::trtr;#ffi
'#::;
são centradas na
família
procuraremos ainda conhecer como é que essas intervençõessão realizadas e em que condições.
Com a realizaçáo desta investigação, esperamos ainda contribuir para uma maior
coúecimento
da
realidadeda
Intervenção Precocee
dos
maustratos
no distrito
deÉrora
e ainda para o desenvolvimento de competências dos técnicos envolvidos.Assim
motivados
pela procura
desse conhecimento,colocámos
a
seguinte questão de investigação:De
que modo são
caracterizadas
as
abordagens
familiares,
num
contexto multisistémico
em
programas/projectos
de
Intervenção
Precoce direccionadospara
criançasvitimas
de maustratos?
Com
base na questão de investigaçãoformulada,
e
deforma
a
guiar
o
nosso estudo, surgem como objectivos orientadores:r
Caracteizar
os técnicos quetrabalham
nosprojectos/programas
deIntenenção
Precoce
no
que se
refere
ás
suas
competênciasprofissionais relacionadas
com
âs
intervenções
familiares
em criançasvítimas
de maustratos.
r
Caracterizar
as criançasvítimas
de maustratos.
.
Conhecer eanalisar a
tipologia
dasfamílias
ondeocorrem
situações de maustratos.
.
Conhecer
quais, e de que
tipo,
sãoas abordagens
que
sefazem
àfamília
nosprojectos/programas
deintervenção
precoce?A
definição
do
problemafeita
atravésda
perguntade
investigação será uma forma adequada deo
colocaÍ, porquanto as perguntas ajudamo
investigador a explorar as leituras e a explicitarum
quadro conceptual quecaracteize
a problemática. (Quivy,1992,
pirg.9l).
O
enqua&amento
teórico constituirá
a
primeira parte
do
trabalho.
Este enquadramentoé
dividido em
seis
capítulos, sendo
abordadosconceitos,
como:Çaractenzaçtio [a a6orf,agemfam'i^[íar em crianças utimas [e maus tratos inctuí[as nos Qrojectos [e Intervençtio (hecoce
Intervenção Precoce, criança, maus tratos,
família,
teoria geral dos sistemas e ecologia humana, procurando saber como é que estes conceitos se interligam numa teia de sabere
de
produção
de
acções.
Apesar
de
existirem alguns
aspectos abordados
no enquadramento teorico que nãovão
ser esfudados nem aprofundados nesta pesquisa, asua menção servirá
de
suporte
a
uma melhor
compreensãoe
enquadramento do problema em estudo.A
Segunda parteintitulada trabalho de
campo, temdois
capítulos.O
primeiroinicia-se
com
a
metodologia, onde
serão apresentadasas
opções metodológicas, afinalidade
do
estudo,o
local e
o
modo
como se processouo
trabalhode
campo.No
segundo
capitulo intitulado
"Apresentação e discussão dosdado§',
onde colocamos aapresentação
e
análise
dos
dados exploratórios obtidos.
No
decorrer
desteúltimo
capitulo, realizaremos a interpretação e discussão de resultados.
O
trabalho queaqui
seinicia
vale pelo
enriquecimento que nos proporcionou, abrindo horizontes e novas perspectivas.Gostaríamos de dar aqui
um
especial apreço aos técnicos que responderam aosnossos questionarios, que sem eles, este trabalho não
teria
sido possível, mas também pela demonstração de humanismo, amor e empenhamento, bem patente no seu trabalho diário, e que muitas vezes e subvalorizado.Esperamos
que
as
informações
aqui
contidas possam fornecer
linhas orientadoras para quem pretenda entender e interpretar um universo onde os técnicos eas famílias podem fazer
um
trabalhoproficuo
e ondee
sempre"O
melhor do
mundo são ascianças".
Çaraaeri;ruçdotuahorrasemf
a*:fü;:#2"mffi:;:::,
1"
PARTE
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
caractzrizaçdo[aa\o[aoenÍa*ff
f*,i::trtrXffi
i::,:;
Çaracterizaçãoraa6urawnÍa*:f
ü:X:2"tri,#:ii:,:;
I
-
Contextualização daIntervenção
PrecoceEm
meadosdo
século
passadoos
diversos
intervenientesnos
cuidados
àscrianças com necessidades especiais perceberam que quanto mais cedo actuassem maior seria
a
probabilidadede obter
sucesso,e
maior
a
possibilidadede evitar
ou
atenuar sequelas. Neste contexto surge então o conceito de Intervenção Precoce.Desde essa altura até aos dias de hoje, a evolução tem-se
feito
sentir não só na toonzaçáo de muitos conceitos, mas também nas práticase
metodologias de trabalho.Inicialmente,
quandose
percebeua
importância
da
Intervenção Precoce,o
modelovigente
na
épocaera
o
modelo biomedico.
Essemodelo era focalizado
apenas na criança, não valorizando os contextos familiares e sociais onde a criança estava inserida, mas apenaso
papel dos técnicos.No
entanto, a continuidade e experiência nesta áreaveio proporcionar novas dimensões a este trabalho, passando deste modelo (centrado na criança) para um modelo centrado na família.
Tambem na conceptualizaçáo deste modelo houve actualizaçõe§. Enquanto que inicialmente os pais tinham
um
papelmuito
passivo nas intervenções realizadas, cadayez
foi
sendo
mais
preconizado
que
estes
se
tornassem
mais participativos
einterventivos nos cuidados que se prestavam, chegando assim a
um
modelo em que os pais funcionam como co-terapeutas, trabalhando em conjunto com os técnicos e dando assim continuidade ao trabalho destes (Serrano&
Correia, 2000).Çaracterirufi
oraa6or[asemíaT*:::ü:,f:trtr*tr#:::;
2
-
Definições deInteruenção
Pr€coceO conceito de Intervenção Precoce tem evoluído ao longo do tempo e,
tal
comoo
nome indica,
refere-se
a
medidas
que se tomam
atempadamente,quer
sejam preventivas ou habilitativas.Numa definição de Intervenção Precoce, Dunst e
Bruder
(2OOZ) referem que éum conjunto de serviços, apoios e recursos que são necessários para responder, quer ás
necessidades específicas de cada criança, quer ás necessidades das suas famílias no que respeita ao desenvolvimento da criança, referem-se ainda aos serviços, apoios e recursos necessários paÍa que as famílias possam promover
o
desenvolvimento dos seus filhos, criando oportunidades para que elas tenham um papel activo neste processo.Guralnick (2001) citado
no
relatório
de
sínteseda
European
Agency for
Developmentin Special Needs Education,
define
a
Intervenção
Precocecomo
umsistema
planeadopara apoiar
os
padrõesde
interacção
das famílias que
melhor promovamo
desenvolvimentoda
criança.PaÍa
este autor,o
enfoqueé
colocado nastransacções país-criança, nas experiências da criança que ocoÍrem
no
seio dafamília
ena ajuda prestada aos pais de forma a maximizar a saúde e a segurança dos seus filhos.
Para
Meisels
et
Shonkoff (2000,
pág.)(VI)
"A
Intervenção Precoce consistenum
conjunto
de
serviçosmultidisciplinares,
prestadosa
criançasdos
0-5
anos, deforma a
promover
saúdee
bem-estar,reforçar
competências emergentes, minimizar atrasosno
desenvolvimento, remediar disfunções,prevenir
deterioraçãofuncional
epromover capacidades parentais adaptativas e funcionamento
familiar
em geral".Para
a
Associação Europeia de Intervenção Precoce são"Todas
as formas deactividade
de
estimulaçãodirigidas
à
criança
e
de
orientaçõesdirigidas
aos
pais,Ç ara c teriza ça o tu a 6 or ú sem
ía*:fü:tr fff *ffi';:::;
implementadas como consequência directa e imediata da identificação de um problema de desenvolvimento.
A
Intervenção Precocediz
respeitoà
criança,à família e ao
seumeio
alargado. Destina-sea
criançasde risco ou
apresentandopertuóação
no
seudesenvolvimento"
@urlyaid,
1992).Numa
mesmalinha
de
pensamento,no
projecto da Agência
Europeiapara
oDesenvolvimento em
Necessidades Educativas Especiaisa
Intervenção Precoce naInÍância e definida
como"um
conjunto
de serviços/recursos para criançasem
idades precocese
suasfamílias, num certo
períododa
vida
da
criança,incluindo
qualquer acção realizada quandoa
criança necessitade apoio
especializado para: assegurar eincrementar
o
seu
desenvolvimento pessoal;fortalecer
as
competênciasda
própria família; e promover a inclusão social da família e da criança.Para Bairrão
(2006,
páLg.8)
a
"Intervenção Precoce
é
uma
abordagemmultidisciplinar
em
educação especial, geralmenteum
conjunto de
recursos para criançasem
risco ou risco
adquirido (biologico, social
ou
compósito, que
abraça apopulação entre os zeÍo e os 5/6 aÍlos".
Consensualmente
Correia
&
Serrano(2000,
páry.69)
definem
"como
uma comunidadede indivíduos
que partilhamum
interesse comuÍrLa
disponibilizaçdo de serviços adequados para crianças emrisco
devir
a apresentaÍ necessidades educativas especiais, para criançascom
necessidades educativas especiaise
para asfamílias
dasmesmas".
No
Despachoconjunto
no 981/99 dosMinisterios
da Educação,da
Saúde, do Trabalhoe da
Solidariedade Social-
a Intervenção Precoce é uma"medida
de apoio integrado, centrado na criança e nafamíli4
mediante acções de natureza preventiva ehabilitativa,
designadamentedo
âmbito da educação, da saúdee
da acção social comvista
a'. Assegurar condições
facilitadoras
do
desenvolvimento
da
criança
com deÍiciênciaou
emrisco
de atraso grave de desenvolvimento; potenciar a melhoria dasinteracções
familiares; reforçar as
competênciasfamiliares como
suporte
da
suaprogressiva capacitação
e
autonomiaface
à
problemâticada
deficiência".
(D.R.,
II
Çaracteriztçiío [a a\or[agemfamifiar em ctwnças l4ttt tns [e maus tratos mcfuíías nos (h{ectos [e Intervençiío (Precoce
Independentemente
da
origem
e
da
autoria
das
diversas definições
de lntervenção Precoce, todas elas são consensuais, nalguns aspectos fundamentais:A
criança
como preocupaçãofulcral
de todoo
processo, envolvendo osriscos,
as
problemáticas
existentes
e
potenciais (prevenção),
asnecessidades,
e
as capacidadesque
a
criançatem e
pode
desenvolver com vista a um desenvolvimento harmonioso.A famíIia
como parte integrante e indissociável, promovendo no seu seio recursos e competências.Abordagem
multidisciplinar
gerando recursos e potenciando o trabalho de diferentes técnicos.Abordagem
ecológica com intervenção multisistémica assente em redes ou sistemas de serviços, apoios e recursos.(aracteriuçíio [a a1or[agemfamtfrtr em crianços vítimas de maus tratos íncfuí[as nos Qrajectos [e Interuençiio (Üecoce
3
-
Objectivos
daInteruençâo
PrecoceEm
Portugalno
anode
1999foi
publicadoo
DespachoConjunto
891/99, quedefine
o
enquadramentolegal
da
Intervenção Precoce
dirigida
ás
crianças
com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento.Este Despacho identiflrca três objectivos essenciais para a Intervenção Precoce:
"a)
Criar
condições facilitadorasdo
desenvolvimentoglobal
da criança, minimizando problemas das deficiênciasou do risco
de
atrasode
desenvolvimentoe
prevenindo eventuais sequelas; b) Optimizar as condições da interacção criança/família, mediante ainformação
sobrea
problemáticaem
causa,o
reforço
das respectivas capacidades ecompetências, designadamente na identiÍicação e utilização dos seus recursos e dos da comunidade,
e
ainda da capacidade dedecidir e
controlara
sua dinâmicafamiliar;
c)Envolver
a
comunidadeno
processode
intervenção, deforma
contínuae
articulada, optimizando os recursos existentes e redes formais e informais de interajuda".Apoiar as famílias, ajudando-as aatingir os seus objectivos
Promover o desenvolvimento, independência e competência da criança
Promover o desenvolvimento em domínios chave
Promover a generalízação das suas
capacidades normalizantes
Proporcionar à criança experiências de vida normalizantes
Prevenir a emergência de problemas ou alterações futuras
OBJECTTVOS
caracten za çdo ra a 6 orraw
Ía*:trü::;:ftr*tr;:::;
A
Intervenção Precocetêm como
objectivo apoiar
e
fortaleceÍ
a
cÍrança, afamília
e
os
serviços envolvidos.Ajuda
assima
construiruma
sociedadeinclusiva
ecoesaz que está atenta aos direitos da criança
e de
suasfamílias
@uropean Agency-EADSNE,2005).
Em
Espanha, desdeo
Íinal da
décadade 70
que tambem setem
procurado desenvolver um trabalho sustentado na ârea daintervenção Precoce. O"Libro
Blanco dela
Atencion
Temprana
(2000)"
apresenta
os
princípios orientadores
para
o desenvolvimento de programas de Intervenção Precoce e propõe como objectivos:,
Reduzir os efeitos de uma deficiênciaou deficit
sobreo
conjunto global do desenvolvimento da criança..
OptimizaÍ, na medida do possível, o desenvolvimento da criança..
Introduzir
mecanismos necessários de compensação, eliminação de barreiras e adaptação as necessidades especificas..
Evitar
ou
reduzir
o
aparecimento
de
efeitos
ou
deficits
secundários, associadoV produzidos por um transtorno ou situação de alto risco..
Atender
e
colmatar
as necessidadese
as
dúvidasda família
ondevive
acriança.
.
ConsideÍaÍ acriança como um sujeito activo na intervenção.Bailey
eWolery 0992 cit
in Thurman,1997) elaboraram uma lista de objectivosmais específicos, mais primordiais paÍa aprâtica actual da Intervenção Precoce:
a)
Apoiar as famílias na concretizaçío dos seus proprios objectivos;b)
Promover a acção, independência e mestria (mastery) da criança;c)
Promover o desenvolvimento da criança em domínios-
chave;d)
Facilitar e apoiar o desenvolvimento da competência social da criança;e)
Promover a generalização das suas capacidades;D
Proporcionar experiências de vida normalizadoras;Çaracterízaçõo
ú
a6ordagemfamifrtr em ctianças virimas fe maus tratos 'iacfuí[as nos tPrcjectos [e Interuançiio (PrecoceA
estesobjectivos, são
acrescentadosoutros
três, por
Raver
(1991,
cit.
in Thurman, 1997), sublinhando o papel multifacetado que o profissional desta área terá deas§umlr
h)
Providenciar informação, apoio e assistência às famílias para lidarem com acriança;
i)
Aumentar
a
competênciaparental
na
facilitação
do
desenvolvimento dacriança e na defesa dos direitos da criança;
j)
Fomentar
interacções
efectivas
entre
os
pais, família
e
criança
que promovam sentimentos mútuos de competência e satisfação.O
seguinte esquema mostra-nosde uma forma
resumida
os
objectivos
da Intervenção Precoce, integrando todos estes contributos.MELHORIA DA
OIIALID
ADE
DE
VIDA CRIANCA
E
DATAMÍLIA
Redes de apoio eficazes
Utilização
de recursos da comunidade Promoção, Desenvolvimentocriança
Qualidade
devida
dacriança/família
Fonte: adaptado de Almeida,
I.
C.(2004)
Desenvolvimen
to
do sentido de pertença à comunidadeAutonomia
dafamília
caracteri;nfi o[aa1or[asemf
a*:f
ü:Xf :;y#ffi
:í:::;
4
-
Aprevenção
naIntelvenção
PrecoceA
importânciada
Intervenção Precoce prende-se tambemcom
o
seu carácter preventivo, existindo concordância entre os diferentes parceiros, quanto à sua faceta de prevenção. Simeonsson(199a)
apresentoutrês
níveis
de
intervenção, considerando todas as acções possíveis de ocorrer, nomeadamente a prevenção primária, secundária e terciária.4.1
-
PrevençãoPrimária
A
prevençãoprimaria
éum conjunto
de actua@es de protecçãode
saúde, quevisam prevenir
o
aparecimento de uma perturbação. Esta prevençãopode
serfeita
a diversosníveis:
de
saúde, sociais, educacionaise
outros'
Para
Mrazek
e
Haggerty(lgg4,
pitg.23 cit. in
EuropeanAgency, 2005)
nesta faseas
intervenções "ocorÍem antes do começo de uma alteração". Estas intervenções podem ser universais como por exemplo as medidas de saúde, podendo ser selectivas (grupos derisco) ou
indicadas(riscos identificados).
A
prevençãoprimária implica que
se
tente impedir que
as situações evoluam, evitando assimo
aparecimento de novos casos assim como prevenir circunstâncias que podem conduzir a incapacidades @uropean Agency, 2005)'Pretende-se que neste nível de prevenção se identifique e que se sinalize perante as instituições competentes todas as circunstancias que
podem
ser relevantespaÍa
a elaboraçãode
normasou
direitos
universaisno
âmbito da
promoçãoe
protecção dodesenvolvimento
infantil.
A
propria
universalidade, gratuidade
e
precocidade
da Intervenção Precoce deverá ser uma medida inerente da prevençãoprimária'
Pretende-Çaracterizafr otuaiorragenf
a*:trü;f:f
,"tr*ffi:;::::
secom
issoevitar
as condições que podemlevar
ao aparecimento de deficiências ou alterações ao desenvolvimentoinfantil'
4.2
-
Prev enção SecundáriaE
nesta
fase que se
detecta,
se
diagnostica
e
se sinaliza
a
doençaou
aperturbação, sendo
uma
fase
primordial
paÍa
a
detecçãode
sinais
de
alerta'
Essa detecção é fundamental para evitaro
aparecimento de outras patologias e a resistênciaao proprio
diagnostico, porque habitualmentee
nesta faseque
surgea
negação das problemáticas (sofrimento psicologico)'A
EuropeanAgency
(2005),
consideraque
quandojá
existem
perturbações identificadase
diagnosticadas,pode
reduzir-seo
número
de
casos (prevalência) ou ainda impedir o seu agravamento antes de estaÍem totalmente desenvolvidos'Nesta fase devem
existir,
ou deverão criar-se, sistemas de referenciação, com o objectivo das crianças e famílias poderem ser assistidas, evitandoo
agÍavamento antesda
problemática estar totalmente desenvolvida.Exemplo disso
seriaa
existência deprotocolos entre as
equipasde
Intervenção Precocee
as
equipasde
saúde mentalinfantil, ou
com os
diferentes serviços sociais.Outro
exemplo poderá centrar-se nosproprios pais
e
na
atençãoque lhes
é
dispensada,visto
que são
eles
que
estão diariamente coma
criança e que mais precocemente podem detectar se existe algUmaalteração
no
comportamento
do
seu
filho.
A
existência
de
uma
investigaçãoepidemiologica poderá tambem
ajudar
a
identificaÍ
grupos
de risco,
potenciando e optimizando o trabalho das equipas de Intervenção Precoce.(aractenraçiÍo[aa6orf,agemÍa*'rtrü:ri::Z"H*ff
;:,:::
4.3
-
PrevençãoTerciária
Depois de
já
identificadas, diagnosticadas e sinalizadas é na prevenção terciária que se tenta resolver as situações de crise- Nesta fasea
Intervenção Precoce procuraimpedir
o
agÍavamento das situações, tentando reduzir as alteraçõesou
incapacidades, promovendo,e
procurando sempreo
bem estar da criançae da família,
mas tambem prevenindo problemáticas secundárias, antevendo e modificando factores de risco'Resumidamente
os
três
níveis
de
prevenção
devem
de
acordo
com
a OrganizaçãoMundial
de
Saúde(OMS, 2001
cit.
in
EuropeanAgency,
2005),
ser entendidos de forma abrangente, tendo sempre em atenção o modelo "bio-psico-social", ondea
Intervenção Precoce, não deverá apenascingir-se
ás questõesbiologicas
mas tambem ao seu ambiente social.Çaracterizafi
o[aa6or[aoenÍa#'"trü:r!:ril'trir#:'#:::;
5
- Origem
e eyolução dos modelos deIntervenção
PrecoceFoi
na década de 60 que nos Estadosunidos
da América que se começou afalat
de Intervenção Precoce. Estes progÍamas tiveramlogo
deinicio um
enorme sucesso' O que começou com crianças desfavorecidas socialmente depressa se espalhou a criançascom outras
problemáticas.No
entanto este
tipo
de
serviços, como
já
referimos'centrava-se preferencialmente
num
atendimento centrado
na
criança,
baseado nomodelo médico,
compartimentandoas
intervençõesem
diversas especialidades, não considerandoa
criançacomo
sendoum
serholístico,
fazendoparte de
um
contextofamiliar.
Como referem Correia&
Serrano (2000, páry. 13)"reflectia
umafilosoÍia
de intervenção que nãovaloriza
o
envolvimento
paÍental,uma vez
queos
profissionais eram entendidos como experts e, por conseguinte, os únicos capazes deintervir
e cuidar dos problemas que a criança apresentava".Na
década
seguinte
iniciou-se
um
movimento
que
pretendia
adesinstifucionalização,
em que
se
começarama
procurar novas
metodologias mais centradas nafamília,
dandoum
papel de relevo àfamília
como interventor emtodo
o processo.para
isso tambem contribuiu
bastante
a
Teoria
Geral dos
Sistemas apresentadapor
Von Bertalanfr
(1968). Estâ teoria fornece
um
novo
quadro conceptual, em queo
indivíduo passa a servisto
comoum
ser activo na construção que faz docoúecimento
através das relações que estabelece com a realidade exterior.Sendo preocupação da Teoria Geral dos Sistemas a descrição da organização dos
sistemas,
cinco
princípios
são
definidos
com
aplicações
na
psicologia
dodesenvolvimento:
l-Totalidadeeordem
Çaracterizaçãoraa6uraoemíar*:rü:r;7:trxffi'#::::
3
-
Auto-organizaçáo adaPtativa 4-
Movimento dialectico5
-
O contextualismoOs
princípios da Teoria
Geraldos
Sistemas incluemum
modelodinâmico
de auto-regulação, no qual as relações dialecticas entre os sistemas e os seus subsistemas, eentre
os
sistemas
e o
contexto ambiental, proporcionam
a
energia
paÍa
odesenvolümento e para a evolução (Sameroff, 1983).
No
capítulo 5 a Teoria Geral dos Sistemas será novamente abordada de forma mais aprofundada.para Simeonsson e
Bailey
(1990) a evolução no atendimento teve fases distintas.Numa
primeira
fase, na década de60,
a responsabilidade dos programas era atribuída quase inteiramente aos profissionais, Íicando os pais num papelmuito
passivo e quasenada
interventivo.
Numa
segunda fase,no início da
décadade 70,
começoua
serreconhecido
o
envolvimento
dos
pais juntamente
com os
técnicos
nos
progfÍrmas educativos.Ànda
nesta decadafoi
sendo cadavez mais valorizado o papel dos pais nas intervenções, funcionando mesmo como co-terapeutas, permitindo trabalhar em parceria com os técnicos e dando continuidade ao trabalho destes. Começou-se aqui tambem avalorizar outro
aspecto que seriaa
formação dos paisou
outros membros da família.Finalmente
na
décadade 80
reconhece-se efectivamenteo
papel
do
envolvimento parental.A
partir daqui
as proprias
famílias
são elas
mesmoalvo de
intervençãopossuindo
necessidadesespecíficas
nomeadamenteao
nível
de
recursos
e
de informação. Os profissionais começam então a ser vistos como tendo menos influência na evolução da criançae
mais na melhoria das competênciase
na confiança dos pais prestadores dos cuidados,e
estes vãoter
cadavez
maisinfluência
na promoção e nodesenvolvimento da criança.
para
Coutinho (1996) existem duas
razões
substanciaisque
sustentam efundamentam esta evolução.
a)
Evolução
dos
modelos
conceptuais
que
explicam
o
processo
dedesenvolvimento
humano
e
particularmente
o
desenvolvimento
da cnança;Ç ara c tzri:n
fi
o [a a 6 or[o oen ía*
:trü:,|:;
r:##tr;:,
::
b)
Os
dadosoriundos de
trabalhosde
investigação sobrea
eficácia
dos programas de intervenção precoce.Do
ponto devisto evolutivo,
os trabalhos deDunst, Trivette
eDeal
(1988) são um marco fundamental no modelo de avaliação e intervenção centrado nas necessidadese recursos da família. Propõem um modelo de aumento de competência
(Enablement)
epoder (Empowerment)
onde
os
objectivos
e
as
práticas
ao nível da
avaliação
e intervenção se fundamentam em quatro principais:r
Promover o funcionamento positivo;r
Aumentar os esforços pÍLra responder às necessidades;,
Assegurar a disponibilidade dos recursos;.
Aumentar a capacidade de independência'Foram vários os modelos e teorias do desenvolvimento
infantil
que serviram de pano de fundo para os programas de Intervenção Precoce'r I
Teoria
daVinculação @owlby,
1980;Ainsworth
etal,
1978), em que dá um especial ênfase ao papel dafamília
e dos prestadores de cuidados no desenvolvimento da criança;r I
Teoria da
Aprendizagem Social @andura,
1977) sobreo
impactodas interacções sociais;
.
Teoria
doI)esenvolvimento
Social(Vygots§,
1978);.
Modelo
Transacional
de comunicação (Sameroff and Chandler, 1975, Sameroff and Fiese, 2000);.
Ecologia
do
I)esenvolvimento
Humano A
influência
nodesenvolvimento
das
interacçõescom
os
outros
e
com
o
ambiente (Bronfenbrenner, 197 9).Mais
recentementee
de referir
também
a
Abordagem
ecológica-sistémica @orter, ZOO2).Esta teoria do desenvolvimentoinfantil,
apesar de se basear nas descritasanteriormente define-se
numa
abordagem
holística
(em
que
todas
as
áreas
deÇaracwizafro [a a\or[agemfamdiar em c'rimças uitimas [c maus tratos inctuíías nos Qrriectos [e Intennnçtío 4)recoce
necessidades
individuais),
transaccional (interacção contínuae
dinâmica bidireccionalentre criança
e
ambiente)
e
singular
(as
crianças constroem
as
suas
próprias perspectivas).Assistimos assim, à evolução de um modelo centrado exclusivamente na criança,
vista
comoum
ser passivo, para modelos em que se passa a considerar a dinâmica do processointeractivo
e que se enfatizam as influências dafamília
e da comunidade no desenvolvimento da criança.Actualmente, a abordagem ecologica-sistémica e bastante importante ao nível da Intervenção Precoce.
Esta
abordagem está ancoradana
noçãode
sistemae
das suas propriedades, abordaos
comportamentos humanos atravésda
análise das interacções (relações circulares entre comportamentoVcomunicação) num determinado contexto ou situação.Olhando para
a família
numa perspectivasistemic4
elaé
entendida como um sistema,um todo,
mas quefaz
pafiede outros
sistemas (comunidade, sociedade), é única, compostapor
indivíduos (subsistemas) quepor
suavez,
fazem parte de outros subsistemas(fraternal,
parental,conjugal...) e
esteconjunto faz
pattedo
grupo total(família,
comunidade, sociedade,...).
Sendo assinqé
necessárioolhar
paraa família
como
um
espaçoprivilegiado do
crescimento humano, apercebendo-nos que ela é um sistemavivo,
sujeitaa
constantes mudanças, que provocam instabilidadee
crise,e
é nesteclima de
crise que
a
família
encontraa
suaevolução
e dá
um
salto para
amudança.
Em Intervenção Precoce pode-se correr
o
risco de trabalhar apenas do ponto devista das necessidades da criança e da preocupação da família inerente a esses cuidados, no
entanto
Simeonsson eBailey
(1990) alertam-nos paÍa a necessidade dafamília
ser(aracterízaçtío [a afior[agemfatmfrar em crianças vihmas [e maw tratos inc[uí[as nos Qrcjectos íc Interaenfro {Precoce
6 - Diagnóstico e
critérios
deelegibilidade
As problemáticas na Intervenção Premce são multifactoriais. Como
já
dissemos, a Intervenção Precoce deve-seiniciar o
mais cedo possível para queteúam
lugar
asintervenções adequadas, procurando-se
com isso diminuir os
riscos
e
optimizar
o potencial evolutivo que a criança têm, favorecendo o seu desenvolümento global.O diagnostico pode ser
feito
na fase pré, peri e pós natal, no entanto, para haverum
diagnosticoo
mais precocee
eficaz
possívelos
técnicos poderão socorrer-se devários instrumentos de rasteio existentes.
Existem vários tipos de diagnostico
a)
Diagnóstico Funcional.
Por vezes este éo
diagnostico mais importante, porqueé
fundamental para determinaros
objectivose
estratégias. Estetipo de
diagnostico pretende determinar
qualitativamente
equantitativamente
todas
as
alteraçõesou
problemáticas, considerando semprea
interacção
familiar
e
o
meio onde
a
criança/família
está inserida, avaliando as suas capacidades, possibilidades e potencialidades de desenvolvimento.b)
Diagnóstico Sindromático. Coloca
em
evidência
as
alterações dodesenvolvimento, através
de
sinais
e
sintomas
que
permitem compreenderou
sinalizar determinada patologia.O
quadro sindromático devepermitir-nos
conhecermelhor a
problemáticade modo a
que nos leve a um diagnostico etiologico.( ara c teri"u çií o ra a 6 orra wn
ía*:fü::;: trX#,tr;:::;
c)
Diagnóstico
Etiológico.
Remetepara as
causasda
perturbação, quer sejam elasde
cuâcter biologico
ou
psico-social, considerando sempre que estas possam ser multifactoriais.Os critérios de
elegibilidade
em
Intervenção
Precoce,sofreram
a
evoluçãoteorico-prática
de
acordo com
os
paradigmasvigentes. Tendo-se
verificado
uma necessidade de mudança das práticas, pela mudança social sentida ao longo das décadase
queimplicaram
factores psicossociais considerados derisco
(mesmo que indirecto) face ao desenvolvimento e bem estar da criança. (Coutinho, 1999).Sameroff, 1982; 1983;
Sameroffe Chandler,1975; Sameroffe
Fiese, 1991(cit
in
Gallagher eTramill,
2000), referem a necessidade de os critérios de elegibilidade se regerempor
múltiplos
factores, de modoa
que possamreflectir
a visão complexa de desenvolvimento da criança e das problemáticas multicontextuais.Em Portugal a legislação que sustenta a Intervenção Precoce, específica que os critérios de elegibilidade, deverão ser suportados a nível nacional em função de critérios
científicos
defendidos internacionalmente.No
entanto,
elespoderão ser criados
deforma
autónoma pelas equipasde
coordenação,visto
que
cadaregião pode definir
prioridades
no
atendimentoa
prestar
nos
diferentes
casos @espachoconjunto
noSgllgg).
No
entanto, apesar das prioridades que cada uma possa estabelecer, eles temuma
base
em
comum,
que
e a
dicotomia
criança/família,
num
processo multidimensional de evolução e desenvolvimento da criança.Assim segundo o predisposto legal os critérios são baseados em factores de risco variados
Em
Espanha,a ODAT
(Organización Diagnosticade
la
Atencion
Temprana),iniciou-se
comoum
projecto
que visavadispor
deuma
classificação diagnostica que incluísse as situações de risco e de desenvolvimento que podem ocolrer na etapainfantil
entre
os
0
e os
6
anos,quer
nas crianças,quer com as
suasfamílias
ou
ainda no ambiente que os rodeia. Para esta organizaçio são considerados três tipos de risco:Identicamente
para
Meisels
&
Wasik,
1990,cit
in
(Correia
&
Serrano 2000,pá.g.
M),
existem três tipos de risco:! t I I ( ara c te ri za
fr
o ra a 6 orúoeúa*:tr
#:f:
f:,#y,
tr:;:,
:;
Risco biológico
para as crianças queno
períodopré, peri
e
pós natal,estão
submetidos
a
situações
que
podem
prejudicar
o
seudesenvolvimento,
como
por
exemplo
o
baixo
peso
à
nascençaou
aprematuridade.
Risco psicológico, como
por
exemplo
a
falta
de
cuidados
ou
deinteracções com os seus pais,
família,
e em que exista situações de maus tratos, negligência ou abusos que podemimpedir o
seu desenvolvimento normal.Risco social
que
englobatodas as
criançasque
vivem em
condições sociaispouco
favoráveis
e
que
podem promover
o
aparecimento dealterações ao seu desenvolvimento.
Risco
estabelecido-
Este
refere-sea
criançascujo
desenvolvimento esteja comprometidopor
factores deâmbito
fisico,
comopor
exemplo alterações geneticas, anomalias congénitas, etc.Risco biológico
-
Refere-se a crianças que no períodoprênatal,
neonatalou
pós-natal, tenham apresentado factoresbiologicos que
possam tercomprometido
o
normal
desenvolvimento
da
criança,
Por
exemplo, doenças metabolicas devido a má nutrição da mãe, complicações durante o parto, prematuridade, etc.Risco
ambiental
-
Este risco abrange crianças em que as suas relaçõesnos
primeiros anos
de
vida,
foram
substancialmente deficitárias,principalmente
em
áreastão
importantes
como
a
relação
mãe-filho, organizaçáofamiliar,
cuidados
de
saúde,nutrição,
oportunidades de estimulação em termos Íisicos, sociais e de adaptação ou seja a privação ambiental que como nos refere Franco et al (2000) "que podemlimitar
acapacidade