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A agricultura orgânica como forma sustentável de ocupação do solo e de fixação do homem no campo

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A agricultura orgânica como forma sustentável de ocupação do solo e de fixação do homem no campo.

Os modelos de desenvolvimento agrícola difundidos na década de 70 e predominantes na década de 80 caracterizaram-se por utilizar sistemas de produção intensivos em tecnologias mecânicas e químicas ,que utilizavam grandes quantidades de capital e energia. Esses sistemas produtivistas aumentaram a eficiência econômica das empresas agrícolas isoladamente, devido ao crédito barato e aos ganhos de

produtividade imediatos. Por outro lado, reduziam a necessidade de utilização de mão-de-obra e aumentavam os danos ao meio- ambiente, causando graves prejuízos para o conjunto da sociedade. “O modelo imperante, agroquímico, é fortemente negativo em relação à estabilidade sócio econômica do homem do campo, pois conduz ao

desemprego rural devido à necessidade de se concentrar áreas e rendas. Com efeito, o uso dos modernos insumos agroquímicos e das sofisticadas maquinarias agrícolas- paradigmas desse modelo- exige pesados investimentos de capital, concentrando, portanto, as áreas produtivas”1. A tabela a seguir mostra a evolução da população rural nos municípios da regional agrícola de Campinas:

1

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Tabela 1: Taxa de crescimento da população rural: 1980-1991 e 1991-1996 Taxa de crescimento

da população rural

1980 - 1991 1991 - 1996

Campinas -10 10

Campo Limpo Paulista -3 7

Elias Fausto 1 -3 Hortolândia NE 0 Indaiatuba 1 -22 Itatiba 2 1 Itupeva 0 -3 Jarinu 1 -2 Jundiaí -4 -6 Louveira 0 0 Monte Mor -6 -13 Morungaba 0 4 Paulínia 8 3 Sumaré -13 -2 Valinhos -3 -9 Várzea Paulista -3 -10 Vinhedo 0 1

Fonte: Fundação IBGE/ Censos Demográficos de 1980, 1991 e Contagem Populacional de 1996. NE- Município não existente na época

Além dos problemas sociais, os prejuízos ambientais decorrentes da utilização intensiva do solo são diversos, tais como:

• Compactação e erosão dos solos;

• diminuição dos teores de nutrientes e matéria orgânica dos solos, provocando perda da capacidade produtiva e inviabilizando a exploração agrícola sustentada;

• manejo inadequado e contaminação do ar e da água, devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos e insumos mecânicos;

• perda da diversidade biológica da flora e fauna do ambiente produtivo;

• aparecimento de novas pragas resistentes aos agrotóxicos;

• intoxicações dos trabalhadores rurais e contaminação dos alimentos.

Analisando-se estes prejuízos do ponto de vista econômico, nota-se que estes sistemas tendem a perder eficiência econômica, como demonstram algumas

experiências de mensuração destes prejuízos citadas por FILHO (1993): "A revisão que aqui se procede enfatiza os aspectos do meio ambiente voltados para o fator solo, pelo fato de ser não só o que mais de perto se relaciona com as atividades da agropecuária

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como também por ser aquele indispensável para que o ecossistema possa manter pelo maior tempo possível suas características de produção.

Dentro desse contexto, a erosão do solo tem sido o maior entrave ao uso racional deste elemento, provocando significativas quedas na produtividade, chegando ao extremo de inviabilizar algumas vezes o seu aproveitamento. Dentre os estudos que procuram tratar o fenômeno sob a ótica econômica, situa-se o de FREITAS e CASTRO ( 1983), como um dos precurssores neste assunto. Esse estudo foi elaborado para o Estado do Paraná, considerando as perdas do solo em função de sua classificação e a partir dos índices obtidos empiricamente para os diferentes grupos de solo. Os autores estimaram em 1,8 bilhões de toneladas o volume fixo de solo lixiviado pela erosão , no período de um ano. O cálculo final dessas perdas revelou a cifra expressiva de 5,5 bilhões de dólares ,a preços de 1980.

Para o mesmo estudo, SORRENSON e MONTAYA (1984), recorrendo a outro método de avaliação, isto é , cotejando os ganhos alcançados pela redução de perdas do solo pelo plantio direto, com os verificados pelo plantio convencional, no qual se observam maiores desgastes de terra, chegaram a cifras também elevadas de benefícios anuais, os quais oscilavam entre 121 e 124 milhões de dólares as vantagens do plantio direto.

O Estado que mais tem se dedicado a estudos e pesquisas dessa matéria é o de São Paulo, através do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que tem servido não só de referência de informações mas também como matriz geradora de conhecimento e formadora de especialistas que têm se dedicado ao assunto.

LOMBARDI (1981) e CASTRO (1987), entre outros, têm efetuado avaliações de significado contábil das perdas do solo, em termos de equivalentes e fertilizantes necessários para recompor os nutrientes carreados pela erosão hídrica. Esses autores chegaram a cifras bem próximas, em torno de 23 milhões de cruzeiros, o que equivalia a 200 milhões de dólares na época.

Recorrendo a um tratamento diferente daqueles adotados pelos pesquisadores acima mencionados, LANZER e MATTUELA (1988) recorreram a técnicas de

otimização que evidenciassem ganhos de produtividade pelo uso racional do solo, para as culturas de milho, soja e trigo, para regiões do Estado do Rio Grande do Sul. As práticas recomendadas, rotação de cultivo e adubação verde principalmente, se

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devidamente adotadas, concorreriam para um ganho médio de produtividade entre 50% e 60%, acarretado pela redução do volume de perdas anual da ordem de 50%.”

O paradigma agrícola produtivista começa a ser contestado recentemente pela sociedade, que começa a cobrar dos empreendimentos agrícolas intensivos os custos ambientais e sociais de suas atividades, seja através de um maior controle por parte do governo, seja através de uma mudança nos hábitos do consumidor, que privilegia as empresas responsáveis socialmente e ecologicamente. Um dos reflexos desta mudança de mentalidade por parte dos consumidores é crescimento do consumo dos produtos orgânicos. Agricultura orgânica é o termo utilizado para designar modelos não convencionais de agricultura ( biológica, biodinâmica, natural, yamaguishiana,etc.). São sistemas de cultivo que favorecem o equilíbrio entre a atividade agrícola e o ambiente e que utilizam apenas insumos naturais. De acordo com o Instituto

Biodinâmico, os critérios básicos para a atividade agrícola orgânica são os seguintes:

•• proteção da fertilidade dos solos a longo prazo, estimulando sua atividade biológica;

•• intervenção mecanizada cautelosa;

•• fornecimento de nutrientes ao solo em forma natural, não obtidos em processos químicos;

•• auto-suficiência em nitrogênio pelo uso de leguminosas e inoculações com

bactérias fixadoras de hidrogênio, e com reciclagem de materiais orgânicos vegetais e de estercos animais;

•• controle de doenças, pragas e ervas daninhas pela rotação de culturas, inimigos naturais, diversidade genética, variedades resistentes, adubação orgânica, intervenções biológicas com extratos de plantas e caldas preparadas com componentes naturais;

•• bem estar das criações animais, através da nutrição e tratamento adequado;

•• atenção especial ao impacto produtivo sobre o meio ambiente;

•• processamento limpo e controlado;

•• extrativismo sustentável.

CARMO (1998) aponta uma tendência de diversificação no consumo em função de uma saturação do mercado dos produtos tradicionais e de novos comportamentos sociais e econômicos que determinarão as transformações qualitativas de consumo, e sistematiza as diferenças entre a agricultura sustentável e a convencional:

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Tabela 2- Principais diferenças entre Agricultura Sustentável e Convencional

Agricultura sustentável Agricultura convencional Aspectos Tecnológicos

1- Adapta-se às diferentes condições regionais, 1- Desconsideram-se as condições locais, impondo aproveitando ao máximo os recursos locais. pacotes tecnológicos

2- Atua considerando o agrossistema como um todo, 2- Atua diretamente sobre os indivíduos produtivos, procurando antever as possíveis consequências da visando somente o aumento de produção e da adoção das técnicas. O manejo do solo visa sua produtividade.

movimentação mínima, conservando a fauna e a flora. 3- O manejo do solo, com intensa movimentação, 3-As práticas adotadas visam estimular a atividade desconsidera sua atividade orgânica e biológica. biológica do solo.

Aspectos Ecológicos

1- Grande diversificação. Policultura e/ou culturas em 1- Pouca diversificação. Predominância de mo- rotação. noculturas.

2- Integra, sustenta e intensifica as interações biológicas. 2- Reduz e simplifica as interações biológicas. 3- Associação da produção animal à vegetal. 3- Sistemas pouco estáveis, com grandes possi- 4- Agrossistemas formados por indivíduos de potencial bilidades de desequilíbrios.

produtivo alto ou médio e com relativa resistência às va- 4- Formados por indivíduos com alto potencial riações das condições ambientais produtivo, que necessitam de condições espe- ciais para produzir e são altamente suscetíveis às variações ambientais

Aspectos sócio-econômicos

1- Retorno econômico a médio e longo prazo, 1- Rápido retorno econômico, com objetivo so- com elevado objetivo social. cial de classe.

2- Relação capital/homem baixa 2- Maior relação capital/ homem.

3- Alta eficiência energética. Grande parte da 3- Baixa eficiência energética. A maior parte da energia introduzida e produzida é reciclada. Energia gasta no processo produtivo é introduzi- 4- Alimentos de alto valor biológico e sem resí- da , e é, em grande parte, dissipada.

duos químicos. 4- Alimentos de menor valor biológico e com re- síduos químicos

Fonte: Carmo, M.S. : A produção familiar como locus ideal da agricultura sustentável. In Revista Agricultura em São Paulo, 1998, IEA, São Paulo, SP, pág.8.

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SILVA (1999) coloca a agricultura orgânica entre uma das novas atividades rurais em expansão, altamente intensivas e de pequena escala, que têm propiciado novas oportunidades para o conjunto de pequenos produtores que se voltam para nichos específicos de mercado:

" Produção orgânica para mercado internacional diferenciado: Esta atividade objetiva conquistar mercado internacional diferenciado, bem como valor mais elevado para o produto, compensando desta forma o maior custo de produção. A produção de óleo de dendê no Pará, feita pelas agroindústrias de propriedade do grupo financeiro Real, é um dos exemplos. Outro é a do café ecológico dos cerrados mineiro e paulista, exportado para o Japão a um preço 30% superior à média do mercado interno, que já está sendo inclusive industrializado com marca específica ( Soares, 1995). Também podem ser citadas as produções de óleo de babaçu, no Rio Grande do Norte, e de soja, no Paraná, isentas de agrotóxicos, destinadas ao mercado externo".

Segundo CARMO, a produção familiar, apoiada pelo governo, constitui a forma de organização produtiva ideal ideal para a prática da agricultura sustentável: " A produção familiar, dada as suas características de

diversificação/integração de atividades vegetais e animais, e por trabalhar em menores escalas, pode representar o locus ideal ao desenvolvimento de uma agricultura

ambientalmente sustentável. É fundamental, porém, que seja alvo de uma política estruturada e implementada para este fim. Um novo padrão de desenvolvimento definido pela auto-sustentabilidade potencializa a participação da agricultura familiar na oferta agrícola, embora não seja um segmento homogêneo.

A potencialidade técnica dos agricultores familiares, em seus diferentes matizes, coloca a necessidade de políticas diferenciadas, concebidas em um processo interativo junto aos agricultores nas suas regiões produtoras, num enfoque de sistemas agrários (MAZOYER, et al., 1988). Conceitualmente, sistemas agrários implicam explicar as mudanças históricas e as adaptações geográficas dos processos de produção, levando ao entendimento dos modos de exploração por uma sociedade rural, em um

determinado espaço, resultado da combinação de fatores naturais, sócio-culturais, econômicos e técnicos.

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Tecnologias caras são excludentes aos agricultores familiares, mas dentro dos limites da sua lógica encontram-se espaços que podem ser ocupados, principalmente se apoiados nas diretrizes da sustentabilidade da produção agrícola. BERDEGUÉ e ESCOBAR (1995) citam exemplos de agricultores de vários países da América Latina, que associados no desenvolvimento de uma nova mentalidade, conseguiram identificar oportunidades de mercado e alcançar níveis competitivos de produtividade. Para citar apenas três, a produção de alimentos naturais em Irupana- Bolívia, a de aspargos no Peru e a de feijão no Chile.

Os produtos com sabor e qualidade, uma das tendências emergentes do padrão de consumo, abrem perspectivas a esses agricultores, visando não só a "onda" por produtos naturais/orgânicos, mas também aqueles de caráter regional e especiais, em atendimento aos mercados diversificados e sofisticados.

O fato de esses produtos apresentarem diferenciação qualitativa em relação aos convencionais, agrega-lhes um diferencial de valor de venda, fato que nem sempre é acompanhado de maiores custos de produção. Normalmente, é o emprego de mão-de-obra familiar e o uso de insumos produzidos internamente na fazenda que viabilizam a permanência desses agricultores no longo prazo.

O reordenamento do sistema agroalimentar, também no Brasil, pressupõe que a questão da produção agropecuária é um aprofundamento, em maior ou menor

intensidade, da evolução dos padrões de demanda. Os agricultores familiares, com maior disponibilidade relativa de mão-de-obra, adaptam-se mais facilmente à obtenção de produtos diferenciados, que se caracterizam, em relação às commodities, pela incorporação de maior quantidade de trabalho. Há que se considerar, mais uma vez, que a adjetivação sustentável do desenvolvimento e agricultura não se restringe

simplesmente a alterações na base técnica agronômica de produção, mas traz consigo a necessidade de políticas públicas que possam, de fato, promover o acesso democrático aos meios de produção e à desconcentração de renda".

Segundo dados da CATI, o mercado para este tipo de produto vem crescendo significativamente: Apenas a cidade de São Paulo tem um potencial de comercialização que chega a 5 milhões de dólares, e movimenta atualmente 35% deste valor.. No Brasil, o mercado para produtos orgânicos vem crescendo anualmente 10% desde 1990, e no mundo comercializa-se algo em torno de 23 bilhões de dólares, com crescimento anual

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acima de 18%. Ainda segundo a CATI, de acordo com pesquisa da revista Forbes , a Alemanha, maior consumidor mundial de orgânicos, consumia em 1994 4% do total de alimentos só em produtos orgânicos, e nos Estados Unidos, o Trend Research Institute constatou um crescimento no número de supermercados que comercializam produtos orgânicos de 195 em 1995 para 700 em 1996, com um aumento anual nas vendas de orgânicos de 20%. " A grande diferença em relação ao tradicional processo de agregar valor através da industrialização reside no fato de que as "novas" atividades geradas nos anos 90 não decorrem somente de demandas intermediárias no interior das cadeias produtivas. Nos anos 70, as principais atividades agropecuárias brasileiras

transformaram-se em insumos da indústria de alimentos. Muitas saíram da produção rural de subsistência para virar commodities indiferenciadas para atender a uma "dieta fordista" relativamente padronizada de milhões de pessoas no Brasil e no Exterior. Agora, as "novas "atividades ganham impulso a partir da dinâmica que tem a ver mais com as demandas específicas de grupos de consumidores de média e alta renda dos grandes centros urbanos do país"2. Segundo dados da Organização não governamental FAO, a situação geral da agricultura orgânica no Brasil , em 1999, era a seguinte: Tabela 3- Perfil da atividade orgânica no Brasil-1999

Número de propriedades que utilizam tecnologia orgânica Porcentagem da área agrícola total Área de produção com cultura orgânica

Valor total da produção orgânica 1200 0,2% Acima de 100000 hectares 150 milhões de dólares

Fonte : FAO Statistical Databases ( Food and Agriculture Organization of the United Nations)

Estes números indicam que essa modalidade de agricultura é bastante relevante do ponto de vista econômico, mais ainda se considerarmos seus benefícios sociais e ambientais, que têm formas de valoração menos objetivas, mas que se fazem sentir em prejuízos causados pelas práticas tradicionais à qualidade de vida no ambiente humano.“ As cidades estão literalmente inchadas e não suportam mais o êxodo rural. O impasse

2

Silva, J. G. O Novo Rural Brasileiro. Instituto de Economia da UNICAMP. 1999,Campinas, SP, pág. 105.

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está declarado. Entretanto, a agricultura ecológica se apresenta como uma forma eficiente de assegurar a permanência do homem no meio ambiente rural”3.

Esse tipo de agricultura, segundo a CATI, tem algumas vantagens econômicas, para o produtor, sobre as convencionais: os produtos orgânicos têm uma menor

oscilação de preços durante o ano, dando ao produtor maior segurança para planejar e investir; a venda geralmente é feita de maneira direta (50%), evitando intermediários e proporcionando maior lucro para o produtor. “ Um dos pouquíssimos estudos feitos no Brasil sobre viabilidade econômica da agricultura alternativa é o trabalho de DULLEY e do CARMO( 1984). O material de pesquisa constituiu-se em 20 produtores dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, utilizando-se como metodologia básica a adotada pelo Instituto de Economia Agrícola, que é a de custo operacional ( Matsunanga et al, 1976). Do total de vinte propriedades analisadas oferecem-se resultados detalhados de cinco delas, sendo que as receitas líquidas são anuais.

• Horta, 5 alqueires, Campinas- 1981/82. Lucratividade de 36,8%;

• Policultura, 44 alqueires, com cereais e tubérculos, Campinas, 1981/82.Lucratividade média de 51,6%;

• Horta e ovos, 4 alqueires, São Paulo, 1981/82.Lucratividade média de 127,9%;

• Frutas, mel, leite e grãos, 16 alqueires, Sorocaba, 1982/83. Lucratividade de 30,9%;

• Ervas medicinais, hortaliças e leite, 186 alqueires, Sorocaba, 1982/83. Lucratividade média de 71,8%.

Isto significa que a lucratividade mínima foi de 30,9% e a máxima de 127,9%, com uma média não ponderada de 64%. Portanto, ainda que só consideremos o aspecto de rentabilidade, teremos que aceitar a agricultura ecológica como uma atividade

perfeitamente viável. Obviamente existe uma multiplicidade de fatores que

influenciam a rentabilidade de uma propriedade . Portanto, não poderemos afirmar que a rentabilidade das fazendas alternativas seja sempre superior às agroquímicas. Apenas afirmamos que elas são perfeitamente competitivas, e que na média das situações as lucratividades brutas ficam muito próximas”4. Outra pesquisa realizada sobre a viabilidade na produção de produtos orgânicos, denominada Agricultura orgânica

3

Bonilla, J.A. Fundamentos da agricultura ecológica, Nobel, 1992, São Paulo, SP, pág. 119. 4

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versus lucratividade e produtividade, foi realizada pelo Engenheiro agrônomo e técnico da Federação de Agricultura de Minas Gerais Pierre dos Santos Vilela. Essa pesquisa forneceu a seguinte tabela:

Tabela 4- Comparação entre os preços médios anuais de grãos produzidos nos sistemas orgânico e convencional nos Estados Unidos

Preços (US$/bushel) Diferença (%)

Cultura e ano Orgânico Convencional (bolsa de Chicago) Convencional (mercado físico) Orgânico / Bolsa Orgânico / mercado físico Milho, 1995 3,46 2,83 2,56 22 35 Milho, 1996 5,12 3,86 3,55 33 44 Milho, 1997 4,50 2,77 2,60 62 73 Soja, 1995 12,52 6,16 5,85 103 114 Soja, 1996 13,41 7,54 7,23 78 85 Soja, 1997 17,80 7,66 7,40 132 141 Trigo, 1995 6,09 4,33 3,95 41 54 Trigo, 1996 7,63 5,07 4,78 50 60 Trigo, 1997 6,49 4,00 3,74 62 74 Aveia, 1995 1,97 1,64 1,46 20 35 Aveia, 1996 3,17 2,06 2,00 54 59 Aveia, 1997 2,96 1,64 1,71 80 73

1 bushel= 27,27 kg; 1 saca de 60 kg=2,2 bushels

A viabilidade comercial dos produtos orgânicos envolve também a criação de garantias ao consumidor, através da certificação de qualidade desses produtos. “ Aspectos legais e de regulação : Regulação que assegure a qualidade dos produtos e protejam o consumidor em relação à existência e manutenção desta qualidade oferecida.

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É necessário e fundamental que exista uma forte interação entre os centros de investigação e desenvolvimento, o setor empresarial e o governo. O governo, nestes primeiros passos deve apoiar esta conjuntura com créditos adequados e instrumentos legais que protejam o usuário consumidor de qualquer alteração passível no processo. O vértice de toda esta problemática é a normalização. A norma é o marco fundamental, e tem uma série de benefícios, para a produção, para a comercialização e para o

consumidor. Ajuda o produtor a planejar a produção, facilita a produção em série, reduz os espaços de armazenamento, diminui os estoques armazenados e diminui os custos de fabricação de equipamentos. Para o consumidor, facilita a seleção do produto mais adequado para suas necessidades e garante uma qualidade estável. Para a

comercialização, põe ordem nas atividades econômicas e comerciais, melhora as relações entre oferta e demanda e proporciona vendas no mercado internacional"5.

No Brasil, vêm ocorrendo movimentos de apoio institucional para apoio à

agricultura orgânica, seja por ações de associações organizadas da sociedade civil, seja por ações do Governo. A certificação orgânica no Brasil é dada pelas ONGs Instituto Biodinâmico ( IBD) e pela Associação de Agricultura Orgânica (AAO).

O Instituto Biodinâmico, localizado em Botucatu, foi fundado em 1990. Faz esta certificação em conformidade com normas internacionais ( Norma 2092/91 do

Mercado Comum Europeu e diretrizes da IFOAM- International Federation of Organic Agricola Movements), fornecendo um selo de qualidade aceito nos mercados do Japão, Europa e Estados Unidos. Os principais países que importam produtos certificados pelo IBD são Alemanha, Inglaterra, Holanda, Dinamarca, Bélgica, Áustria, Suécia, França, Suíça, EUA e Japão. Esta certificação, pela qual é cobrada uma taxa conforme as características do produtor, envolve os seguintes procedimentos:

•• Visita periódica de um inspetor no local de produção;

•• Avaliação do relatório de inspeção por um conselho formado por agricultores, processadores, acadêmicos, técnicos e representantes de consumidores;

•• Aprovação da unidade de produção, dentro dos padrões de qualidade orgânica ou biodinâmica.

5

Delafosse, R. Perspectivas de la agricultura organica.In Producción Organica: Experiencias, tecnologias y possibilidades comerciales de la agricultura sustentable en el Uruguay, CEADU, 1995, Montevideo , Uruguai, pág. 179.

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Os principais produtos certificados pelo IBD em São Paulo são café, citrus, horticultura, açúcar , óleos essenciais, gado de leite, avicultura , adubos e

micronutrientes, sendo que 18 propriedades paulistas são certificadas por esta instituição.

A Associação de Agricultura Orgânica foi fundada em 1989, e já certificou cerca de 200 produtores no Brasil. Editado por esta instituição, o “ 1° Levantamento

Agroecológico de São Paulo” identificou a existência de 120 produtores orgânicos , 30 instituições e 130 técnicos trabalhando com este tema no Estado de São Paulo. Dos 130 profissionais identificados pelo levantamento, 97 foram cadastrados; 45 trabalham no setor público, 31 em ONG’s e 20 em empresas privadas. A maior concentração desses profissionais se dá na Região Metropolitana de São Paulo ( 50%), Campinas (25%) e Piracicaba (10%). Das 120 experiências produtivas identificadas, 63 foram cadastradas, estando distribuídas por 44 municípios. As propriedades cadastradas somam 6500 ha, sendo que 85% tem área superior a 50 ha e uma extensão média de 270 ha.( COSTA e Clayton,1997). Além disso, esta instituição fornece selos de qualidade: “ O selo da AAO, criado em 1996, permitiu um novo salto na estratégia de comercialização e a entrada nos supermercados. Cerca de 40 produtores o utilizam. Existem 15 lojas, de 6 cadeias de supermercados, colocando produtos orgânicos à disposição dos consumidores ( DULLEY,s/d). São vendidos cerca de 50.000 kg por ano nas feiras e 500.000 kg por ano através dos supermercados( SANTIAGO,1998)"6. Também promove cursos e feiras de produtores e atua em projetos de

desenvolvimento agrícola, como por exemplo os projetos Kellog e Denacoop, com recursos próprios e das entidades parceiras.

O projeto Kellog foi feito em parceria com a fundação Kellog, atendendo pequenos produtores dos municípios de Ibiúna e Ribeira, entre 1995 e 1998.Em Ibiúna, as atividades básicas constituíram-se de cursos, visitas e formação de campos de demonstração, envolvendo 53 propriedades familiares, que se firmaram como referência local . Em Ribeira, o projeto envolveu 14 famílias e teve como objetivo difundir o cultivo orgânico da cana-de-açúcar.

6

Carvalho, Y.M.C. O movimento de tecnologia agrícola alternativa em São Paulo. In Agricultura Ecológica, Editora Agropecuária. Guaíba,RS, 1999, pág. 268.

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O projeto Denacoop foi realizado em parceria com o Departamento Nacional de Apoio ao Cooperativismo, órgão federal. Consistiu em treinar agricultores familiares na prática da agricultura orgânica e ecológica, envolvendo 140 participantes nos municípios de Ibiúna, Piedade, Sorocaba, Votorantim, Cotia, Vargem Grande Paulista, São Roque, Amparo e assentados de Promissão.

Na regional agrícola de Campinas, existe a Associação de Agricultura Natural de Campinas, com sede neste município. Esta organização é constituída de técnicos e agricultores, e realiza quatro feiras semanais exclusivamente de produtos orgânicos na cidade. A associação de Agricultura Natural de Campinas foi criada em 1991. Tem 113 produtores associados, sendo 35 deles atuantes em um raio de 50 km do pólo regional. A produção é fundamentalmente de hortaliças, pães, lácteos e

ovos(CARVALHO, 1999).

Analisando-se estas experiências, constata-se que a prática da agricultura orgânica envolve investimentos no meio físico e investimentos em treinamento de recursos humanos, que pode ser viabilizado através de assistência técnica ( particular ou do governo), que atenderia grupos de produtores cooperados dispostos a modificar suas técnicas de produção. "No que concerne ao potencial de mercado, pode-se dizer que de modo geral a demanda de técnicas de produção mais limpas depende

principalmente da regulação governamental, uma vez que esses novos processos resultam, via de regra, em maiores custos, pelo menos inicialmente. E a disposição do público em geral de pagar mais por produtos mais "ecológicos" tem aumentado , mas é limitada. No caso do setor agrícola, entretanto, o fato de que a degradação ambiental não é apenas uma externalidade, mas tem tido impactos crescentes nas próprias condições de operação dos agentes produtivos que as geram, resulta numa maior disposição para a adoção de tecnologias mais limpas, disposição esta até certo ponto independente de medidas regulatórias governamentais.

Quanto às condições de apropriabilidade que garantem ao agente produtivo o necessário retorno do investimento realizado no desenvolvimento de uma nova tecnologia, o papel do governo no caso da geração de tecnologias deve variar amplamente também dependendo do setor produtivo. Mais uma vez o setor agrícola apresenta marcada especificidade em relação aos demais. Como foi mencionado, parte significativa do esforço de pesquisa agrícola tem sido realizado por instituições

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públicas de pesquisa pelo fato de que, por suas características intrínsecas, grande parte das inovações agrícolas é passível de reprodução pelos usuários. Esse papel tradicional do governo deve ser reforçado no caso da geração de tecnologias agrícolas mais limpas pois, como vimos, estas se baseiam principalmente na gestão científica dos recursos disponíveis no próprio ecossistema agrícola."7 A respeito desses aspectos, para a Regional Agrícola de Campinas, temos os seguintes dados:

7

Romeiro, A. R. Meio ambiente e dinâmica de inovações na agricultura FAPESP, São Paulo, SP. 1998, pág.121.

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Tabela 5- Práticas e recursos utilizados na produção-1995/96 Municípios da Regional Agrícola de Campinas Produtores que fazem parte de cooperativa de produtores (Porcentagem sobre o total) Produtores que fazem parte de associação de produtores (Porcentagem sobre o total)

Produtores que não utilizam assistência técnica ( particular ou do governo)(Porcentagem sobre o total) Produtores que utilizam adubação orgânica/verde, quando necessário (Porcentagem sobre o total) Produtores que utilizam técnicas de conservação do solo, quando necessário (Porcentagem sobre o total) Campinas 13,49 7,55 56,06 58,79 47,4 Campo Limpo Paulista 0,33 0,66 75,52 24,5 20,2 Elias Fausto 35,6 18,26 41,96 25,61 59,13 Hortolândia 10,28 14,02 61,68 60,75 71,96 Indaiatuba 13,48 7,88 20,83 70,63 71,70 Itatiba 3,48 2,03 67,20 52,54 20,75 Itupeva 13,14 7,8 32,96 82,63 80,62 Jarinu 2,29 2,92 39,17 67,08 72,08 Jundiaí 2,15 14,77 50,63 59,38 42,08 Louveira 0 2 24,11 72,05 58,08 Monte-Mor 33,16 25 59,47 29,74 57,11 Morungaba 1,33 1,33 73,33 37,67 13 Paulínia 15,12 4,39 59,02 30,73 34,15 Sumaré 6,97 26,64 27,05 39,34 67,21 Valinhos 3,53 4,94 32,71 85,65 88 Várzea Paulista 5,36 7,14 37,5 39,29 51,79 Vinhedo 1,38 1,73 31,83 28,37 73,36

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de são Paulo- Projeto Lupa No que diz respeito a ações do governo relativas a normatização e fomento da atividade agrícola orgânica, COSTA(1997) cita algumas instituições que apoiam esta atividade: “ Na esfera pública, algumas iniciativas de apoio à agricultura orgânica têm sido desenvolvidas por distintas instituições. Os maiores destaques ficam para o Instituto Agronômico de Campinas- IAC, que destinou a estação experimental de São Roque para pesquisa exclusiva em agricultura ecológica; para a Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que possui em nível de gabinete uma Comissão Técnica de Agricultura Orgânica- CTAO, na qual tem assento formal as instituições de pesquisa e extensão rural oficiais; e para o Centro de Monitoramento e Avaliação de Impacto Ambiental, CNPMA-EMBRAPA, que está coordenando uma

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parceria entre instituições públicas e ONG’s para a implantação de uma unidade de validação e capacitação em agricultura ecológica, na sua sede no município de

Jaguariúna. A Universidade de São Carlos está discutindo a implantação, no Campus de Araras, de um curso formal de agronomia orientado segundo a agroecologia, bem como a criação de uma unidade produtiva com tal orientação”. Recentemente foram criadas normas federais oficiais para a certificação de produtos orgânicos e uma linha de crédito para produtores certificados que utilizam estas técnicas.

A normatização nacional foi efetivada através da Instrução Normativa número 7, do Ministério da Agricultura e Abastecimento, publicada no Diário Oficial da União no dia 19 de maio de 1999 e vigente a partir desta data. Essa instrução foi uma iniciativa da CBPO- Comissão Brasileira de Produtos Orgânicos- criada pelo ministério em 1995. Esta comissão tem uma composição paritária de membros de ONGs, do Ministério da Agricultura, da Embrapa, do Ministério do Meio Ambiente e de Universidades. Esta norma, conforme seu artigo primeiro, tem como objetivo estabelecer regras para a produção, processamento, tipificação, envase, distribuição, identificação e certificação de qualidade para produtos orgânicos de origem vegetal e animal. Regulamenta ainda a responsabilidade sobre o controle, estabelecendo as competências de órgãos colegiados, federais e estaduais, para fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas e as instituições certificadoras. Além disso, existe a lei estadual 9866, de 28/11/1997, que estabelece diretrizes e normas para o gerenciamento de áreas de mananciais em São Paulo

A linha de crédito para a agricultura orgânica, chamada Banco do Brasil Agricultura Orgânica, é oferecida pelo Banco do Brasil em convênio com o IBD ( Instituto Biodinâmico de Botucatu) e a AAO ( Associação de Agricultura Orgânica de são Paulo) , que fornecem a certificação de procedência dos produtos exigida pelo banco para fornecer o crédito. Os recursos destinam-se a custeio, investimento e comercialização da safra; para recursos do PRONAF, a taxa de juros cobrada é de 5,75% ao ano, e para recursos do PROGER, a taxa é de 8,75% ao ano. O Banco do Brasil já conta com 463 contratos, assinados no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, principalmente para as culturas de arroz, banana, café, hortifrutigranjeiros e soja. Em São Paulo, segundo dados da AAO, existe uma grande variedade de produtos orgânicos que vão desde produtos em natura até

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produtos processados: 33 folhosas, 36 tipos de ervas medicinais e chás, 19 tipos de legumes, 18 frutas, 15 tipos de doces e geléias, outros 16 tipos de processados, 12 tipos de tubérculos e raízes, mel e derivados (3 tipos), 4 espécies condimentares, farinhas(3 tipos), flores( 3 tipos), leite e derivados (4 tipos), ovos, pães, café e grãos ( cereais e oleaginosas) (COSTA,1997).

A atividade econômica humana é uma das causas principais das transformações, positivas e negativas, no ambiente em que são desenvolvidas. Até muito pouco tempo, os custos associados a essas atividades eram considerados como exclusivamente financeiros, em termos de entrada de insumos e saídas de produtos. Nesse processo produtivista, conduzido por interesses privados e imediatistas, não foram internalizados os custos sociais e ambientais dos diferentes métodos de produção, e a não consideração desses custos causou um processo de queda no nível de eficiência econômica do sistema. Esta queda é percebida pela degradação da qualidade de vida nas grandes cidades, em especial devido às transformações tecnológicas ocorridas no meio rural durante a chamada "revolução verde", que causaram degradação ambiental e êxodo rural. A sociedade hoje busca reduzir estes prejuízos, através de uma maior exigência pelos consumidores de responsabilidade social e ecológica por parte das empresas produtoras, e de maiores restrições às atividades potencialmente poluidoras por parte do governo. A agricultura orgânica é uma das alternativas possíveis aos pequenos

produtores e pode representar uma convergência de interesses econômicos, sociais e ecológicos. Contudo, exige investimentos que só poderão ser viabilizados com o apoio do governo, que deve subsidiar as atividades mais abrangentes socialmente , garantindo o interesse público. Cabe às entidades representativas da área cobrar ações efetivas do governo, que já dá sinais de interesse na área de agricultura orgânica. Segundo

Carvalho(1999), o ambiente institucional está se transformando rapidamente e criando condições crescentemente favoráveis para o desenvolvimento do setor.

BIBLIOGRAFIA

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Referências

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