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Tratamento cirúrgico das fraturas intra-articulares do calcâneo: avaliação de 17 casos.

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(1)

FILIPE

PIMONT

BERNDT

TRATAMENTO

CIRÚRGICO DAS

FRATURAS

INTRA-

ARTICULARES

DO

CALCÂNEO:

AVALIAÇÃO DE

17

A

CASOS

Trabalho . apresentado à Universidade

Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação

em

Medicina.

FLORIANÓPOLIS

-

SANTA CATARINA

(2)

TRATAMENTO

CIRÚRGICO

DAS FRATURAS

INTRA-

ARTICULARES

DO

CALCANEO: AVALLAÇÃO DE

17

'

CASOS

Trabalho apresentado à Universidade

Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação

em

Medicina.

Coordenador do

Curso:

Prof. Dr.

Edson

Cardoso

Orientador: Prof. José Francisco

Bernardes

FLORIANÓPOLIS

-

SANTA CATARINA

(3)

Berndt F. P.

_

Tratamento cirúrgico das fraturas intra-articulares do calcâneo, avaliação de 17 casos. Florianópolis, 2000

26p.

Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão de Curso de Graduação em Medicina-UFSC

(4)

Devo

agradecimentos a todos que, de

alguma

maneira, contribuiram para a realização deste trabalho.

Em

primeiro lugar, agradeço ao Dr.

Marcos

Emílio Kuschnaroff Contreras, pela disponibilidade de

tempo

e paciência

que

foram

indispensáveis e ao Dr. José Francisco Bernardes, orientador

do

presente estudo.

Agradeço

ainda ao colega e

amigo

Diogo

Rathfingerl

Barbosa que

em

muito contribuiu para a coleta de

dados

e

bibliografia.

Um

agradecimento especial para

meus

pais

Waldir

Bemdt

e

Ondina

Ferreira

(5)

LINTRODUÇÃO

... ._

2.oBJET1V0

... ..

3.MÉToDo

... ..

4.RESULTADOS

... ..

5.D1scUssÃ0

... ..

ó.coNcLUsÃ0

... ..

7.RE1=ERÊNc1As

... ..

NQRMAS

ADQTADAS

... ._

RESUMO

... ..

sUM1v1ARY

... ..

APÊNDICE

... .. . . . - . . - . . . . . . . . . . . . . z . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .z . . . . - . . . . . . . . . . . . . . . . - .. . . . . z . . . . . . . . . . . . ...

(6)

Apesar

de o calcâneo ser o osso mais

comumente

fraturado entre os ossos

do

tarso,

não há

até hoje

um

consenso

no

que diz respeito ao tipo de tratamento ideal

da

sua fratura. Consiste

em

uma

fratura altamente incapacitante por vários motivos,

entre eles a incidência

aumentada

em

pacientes

em

idade

economicamente

ativa,

o

tempo

prolongado

de

afastamento

do

trabalho e os

maus

resultados pós-tratamento.

HISTÓRICO

Desde

os

tempos

remotos a fratura

do

calcâneo

vem

sendo

um

tema

controverso

na

medicina.

Em

1720,

Garongeat

descreveu as fraturas cominutivas

do

calcâneo

com

“smash

fractures”, denotando a total perda

da

anatomia

que

ocorre

após esta fiatura.

O

primeiro a descrever a anatomia

da

fiatura

do

calcâneo foi

Malgaine,

em

1843.

Desde

Hipócrates o tratamento das fraturas do calcâneo

não

passava de enfaixamento até que,

em

1850, Clark introduziu a

fixação

com

pinos

como

tratamento;

em

1882, Charles Bell iniciou a redução

ementa

de tais fraturas

e,

em

1902, Morestein adicionou a

fixação

internal.

Em

1908, Cotton e

Wilson

descreveram as defonnidades ocasionadas pela fiatura

do

calcâneo e utilizaram a redução incruenta

ou

redução cruenta limitada seguidas de imobilização

como

tratamento.

O

primeiro a propor

uma

classificação anatômica para as fiaturas

do

calcâneo

(7)

redução através de manipulação,

compressão

e tração associada à imobilização.

Em

l95l, Essex-Lopresti apresentou

uma

classificação

baseada

no

mecanismo

de

trauma

da

fratura, classificação esta

que

permanece

em

uso

até os dias de hoje

em

locais

onde não há

acesso fácil à

Tomografia

Axial

Computadorizada (TAC).

Apresentou ainda

um

novo

tipo de tratamento através de redução incruenta e

fixação

com

pinos axiais.

Em

1989, Sandersz

propõe

uma

classificação através

da

TAC

e ressalta a importância

da

fratura

da

faceta posterior

como

um

índice prognóstico.

ANATOl\/HA

O

calcâneo é

um

osso classificado

como

curto (possui as três

dimensões

semelhantes), faz parte dos ossos

do

tarso, dentro

do

esqueleto

do

pé.

É

um

osso

extremamente

importante, pois propicia

um

suporte elástico e

firme

para

o peso do

corpoä, é. responsável pelo contato inicial

na

fase de apoio

da marcha

(toque

do

calcâneo), e age

como

um

trampolim para a

locomoçãoí

É

uma

estrutura Óssea

composta

por

uma

fina camada

de osso cortical

preenchida

por

osso esponjoso

com

um

padrão trabecular distribuído

conforme o

tipo de forças exercidas sobre ele - trabéculas de tração,

que

seirradiam

desde

a

cortical inferior anteroposteriormente através

do

eixo longo

do

calcâneo e,

trabéculas de

compressão

que

convergem

para suportar as facetas anterior e

posteriorl. Existe

uma

área de

pouca ou

nenhtuna mineralização

na

parte anterior

do

calcâneo,

denominada

T

ríângulo Neutro, e três áreas

em

que

a cortical é

mais

compacta:

o

polo inferior

da

tuberosidade posterior, a superñcie superior

do ângulo

(8)

O

calcâneo

pode

ser dividido

em

duas partes, a anterior e a posterior.

A

parte

posterior

do

calcâneo é

denominada

tuberosidade,

em

sua cortical posterior insere- se o

T

endão

Aquileu,

nasua

superficie plantar existem duas projeções

que

são os pontos de origem

da

fáscia plantar e

músculos

da

região plantar

do

pé, os processos medial e lateral.

Na

parte anterior

do

calcâneo -situam-se as superfícies articulares

compostas

pelo processo anterior e por três facetas - a posterior,

que

é a maior e é convexa; a média, ligeiramente côncava, está situada sobre

uma

projeção

da

superficie medial

do

calcâneo, o sustentáculo

do

talo; e a anterior,

também

ligeiramente côncava.

São

descritos três tipos de formato das articulações anterior e média:

em

forma de

feijão, de facetas

combinadas

e de duas facetas separadas.

Articula-se proximahnente

com

o tálus, urna articulação plana entre a faceta

posterior e o corpo, entre as facetas

média

e anterior

com

a cabeça; e distahnente

com

o cubóide.

A

articulação talocalcaneana é envolvida por

uma

cápsula

articular reforçada anteriormente pelo ligamento talocalcâneo interósseo e

lateralmente pelo ligamento lateral.

A

cápsula

da

articulação calcaneo-cubóide é reforçada plantarmente pelo ligamento plantar curto e dorsahnente pela parte

calcaneocubóide

do

ligamento bifurcadoõ.

A

articulação

que

envolve os ossos calcâneo, tálus e navicular é

também

chamada

de subtalar.

Radiologicamente

podemos

identificar nas incidências de perfil

do

calcâneo,

o

Triângulo Neutro, a porção talâmica

da

faceta posterior e dois ângulos

que

são de

crucial importância para a identificação

da

sua arquitetura: o ângulo

de

Böhler e

o

ângulo de Gissane.

O

ângulo de Böhler

mede

a altura

da

faceta posterior e

deve

medir

entre 20° e 40°; é o

complemento do

ângulo

formado

entre

uma

reta traçada

da

porção mais alta

da

tuberosidade posterior à faceta posterior e urna outra reta

da

(9)

aproximadamente

135° e é

formado

por “dois suportes corticais

que

correm

longitudinalmente

no

aspecto lateral

do

calcâneo;

o

primeiro extende-se longitudinahnente pela borda lateral

da

faceta posterior e

o segundo

extende-se anteriormente até a parte superior

da

articulação calcâneo-cubóide”*.

A

perda

da

normalidade de

um

ou

dos dois ângulos significa que

um

desarranjo

da

arquitetura

do

calcâneo,

ou

seja,

que

existe

uma

fratura

do

calcâneo.

FRATURAS

Do

cALcÁNEo

As

fraturas

do

calcâneo

podem

ser divididas

em

Extra-articulares e Intra- articulares,

dependendo do

envolvimento

ou não da

articulação subtalar.

Fraturas

Extra-articulares:

correspondem

a

aproximadamente

25%

das

fraturas de calcâneo e geralmente

tem

um

prognóstico

melhor que

as fraturas intra-

articulares?

Podem

ser divididas anatomicamente em:

:>

Fratura

do

processo anterior

:>

Fratura

da

tuberosidade

:>

Fratura

do

processo medial

:>

Fratura

do

sustentáculo

do

tálus

:>

F

Fratura

do

corpo

F

Fraturas

Intra-Articulares:

correspondem

a

aproximadamente

75%

das

fraturas de calcâneo, e

podem

resultar

em

uma

grande variedade de padrões e variados graus de deslocamento dos- fragmentos?

Existem

vários tipos de

(10)

classificação, sendo as

mais

usadas a de Essex-Lopresti, baseada

em

achados

radiográficos e a de Sanders, baseada

em

achados tomográficos.

1\/[ECANISMO

DO

TRAUl\/IA

Fraturas intra-articulares

do

calcâneo são gerahnente causadas por stress axial

na

articulação talocalcaneana, principahnente por

queda

de altura e acidentes

automobilísticos.

Durante o stress axial, o processo lateral

do

tálus funciona

como

uma

cunha

contra faceta posterior

do

calcâneo, causando a linha primária de fiatura,

que

se

estende de anterior para posterior e de lateral para medial, produzindo

um

fragmento ântero-medial e

um

fragmento póstero-lateral,

com

a linha de fratura atravessando obliquamente a superficie

da

faceta posterior.

Permanecendo

o stress axial,

pode

ocorrer

uma

linha secundária de fratura, cuja gravidade irá

depender

de

vários fatores,

como

a intensidade

do

trauma, o

peso

e a idade

do

paciente e

o

conteúdo mineral

do

ossos.

Estas linhas de fiaturas e os conseqüentes desvios dos fragmentos resultantes

acabam

resultando

numa

desestruturação

da

arquitetura

do

calcâneo,

com

alterações

complexas

dos ângulos de Böhler e Gissane.

CLASSIFICAÇÃO

As

classificações das fraturas

do

calcâneo

visam

orientar

uma

conduta

terapêutica e propiciar

uma

avaliação prognóstica.

As

classificações

mais

utilizadas

são a de Essex-Lopresti, baseada

no

mecanismo

de trauma e

em

radiografias simples

do

calcâneo e a de Sanders,

baseada

em

TC.

(11)

~

Classificaçao

de Essex-Lopresfi

:>

Fratura

em

língua: a linha de fratura secundária estende-se

da

_ parte mais superior

da

linha de fratura principal

no

ângulo de Gissane

em

direção posterior, produzindo

um

grande fragmento posterior, superior e

V

lateral contendo

uma

parte

da

faceta articular posterior e a cortical dorsal

do

tubérculo;

z:

Fratura

em

depressão articular: mais freqüente que a

em

língua.

A

linha de fratura secundária estende-se

da

parte mais superior

da

linha

de

fratura principal

no

ângulo de Gissane, estende-se posteriormente,

mas

desvia-se dorsahnente para deixar o osso

em

um

ponto imediatamente

posterior à faceta articular, criando

um

fragmento separado

do

tubérculo contendo a porção posterior

da

faceta posterior

A

classificação de Essex-Lopresti, assim

como

outras

que

avaliam apenas

radiografias simples são atualmente consideradas inadequadas, pois

não

levam

em

conta partições sagitais

na

faceta posterior,

cominução da

parede lateral e linhas de

fratura adicionais

com

extensão a articulação calcaneocubóide.

A

classificação

deve

basear-se

no

grau de

cominução

e deslocamento dos principais fragmentos

da

fratura,

com

especial atenção para

o

grau de lesão

da

faceta posterior.

Neste ponto

a classificação de Sanders,

que

avalia

imagens tomográficas

é superior à classificação de Essex-Lopresti, pois permite avaliar

o

grau de deslocamento

da

faceta posterior, assim

como

linhas de fraturas secundárias

não

visualizadas

na

(12)

Classificação

de Sanders

É

uma

classificação

baseada

em

cortes

tomográficos

coronais e axiais.

A

faceta

articular posterior

do

tálus é dividida

em

três colunas iguais por duas linhas,

A

e B. Estas duas linhas

separam

a faceta posterior

do

calcâneo

em

três partes: tuna medial,

uma

central e

uma

lateral.

Uma

terceira linha de fratura

C

corresponde à parede medial

da

faceta posterior

do

tálus, separa a faceta posterior

do

calcâneo

do

sustentáculo

do

talo e resulta

num

total de quatro partes potenciais?

:>

Tipo I: fraturas

sem

desvio, independente

do

número

de linhas

de fratura;

:>

Tipo II: a faceta posterior fratura

em

duas partes. Subdivide-se

em

três tipos, 'dependendo

da

localização

da

linha de fratura (IIA, IIB, IIC);

:>

Tipo III: a faceta posterior fratura

em

três partes, aparecendo

um

fiagmento

central irnpactado. Subdivide-se

em

três tipos,

dependendo da

localização

da

linha de fratura (IIIAB, IIIAC, IIIBC)

::› Tipo IV: a articulação fratura

em

quatro

ou mais

partes,

(13)

2.

OBJETIVO

Avaliar clínica e radiologicamente os pacientes submetidos à redução

ementa

de fraturas intra-aiticulares

do

calcâneo

no

Serviço de Ortopedia e Traumatologia

do

Hospital

Govemador

Celso

Ramos

no

pen'odo de janeiro de 1995 a

junho de

(14)

3.

MÉToDo

Foram

colhidos

dados

de 54 prontuários de pacientes submetidos à redução

ementa de

fiaturas intra-articulares

do

calcâneo

no

Serviço de Ortopedia e Traumatologia

do

Hospital

Governador

Celso

Ramos

no

período

de

janeiro de

1995

a

junho

de 2000, sendo

excluídosdo

trabalho

37

pacientes por

não

apresentarem

dados de

prontuário sufieientes à realização

do

presente estudo.

Dos

17 pacientes incluídos

no

estudo, 16

eram

do

sexo masculino e

um

era

do

sexo feminino,

com uma

idade

média

de 42,3 anos, variando de

24

a

59

anos.

Como

mecanismo

de trauma

observamos

14 casos (82,4%) de

queda

de altura e

três casos (l7,6%) de acidente automobilístico.

Dez

fraturas (58,8%)

acometeram o

lado direito e sete (3

5,3%)

o lado esquerdo.

Tabela I - Mecanismo do Trauma

Mecanismo do Trauma Casos Porcentagem

Queda de Altura 14 82,4%

Acidente de Automóvel 3 17,6% Total 17 100%

SAMEd0

HGCR, 2000

Tabela II - Lado da fratura

,WJ¬@4°, ÇW,,C꧰S,,,,,B9!¢<=nta⢶1,_, Direito 58,8% Total ' 17 100%

SAME

do HGCR, 2000 *JB

(15)

A

avaliação radiológica foi feita através de radiografias

do pé

nas incidências de perfil e axial,

onde foram

medidos

os ângulos de Böhler e Gissane, antes e após

a correção cirúrgica. _

`

Em

todos os 17 casos estudados, foi realizado tratamento cirúrgico,

na

tentativa

de redução anatômica

da

fratura e, principahnente,

da

faceta posterior.

A

via de

acesso utilizada foi a incisão lateral,

com

uso

de

placas e parafusos, parafusos e

fios

ou

apenas fios. Foi utilizado enxerto

em

apenas

um

dos casos.

_

As

avaliações clínicas

foram

todas realizadas

em

consultas ambulatoriais

de

rotina e pelo

mesmo

observador, seguindo

o

critério

da

American

Organization

of

Foot

and

Ankle

Society

(AOFAS)7

para retro-pé,

que

distribui

um

escore

de 100

possíveis pontos entre vários critérios clínicos

que

avaliam a dor

do

paciente, a

fimção

e o alinhamento

do pé

acometido.

A

avaliação clínica proposta pela

AOFAS

não

assinala valores numéricos para resultados excelentes, bons, regulares e pobres, por isso

definimos

tais valores de acordo

com

a distribuição utilizada

no

Maryland

Foot Scorez

que

também

distribui 100 pontos entre vários critérios clínicos

que

avaliam a dor

do

paciente e a função

do pé

fraturado.

Os

resultados serão classificados

como

excelentes

quando

a pontuação estiver enter

90

e 100,

bons

entre 75 e 89, regulares entre 50 e

74

e falhas

quando

menor

que

50

pontos.

O

quadro 1 mostra os dados dos 17 casos incluídos

no

presente estudo.

(16)

Quadro I- Dados do pacientes incluídos no estudo

"Nome Idade Sexo Ocupação Mecanismo Lado Complicações Lesões

Associadas

GAG

HSB

JCB JF

MS

NLH

OP

POR

RAS

REZ

RHH

RHS

RPS

RS

VFN

WW

"S1 47

M

sa F 45

M

59

M

se

M

53

M

55

M

54

M

27

M

34

M

42

M

ao

M

27

M

34

M

24

M

44

M

aposentado pedreiro

QA

aposentado

QA

pedreiro

QA

aposentado

QA

AC

AUTO

professor

AC

AUTO

zelador

QA

aposentado

QA

pintor

QA

industriário

QA

QA

motorista

AC AUTO

eletricista

QA

motorista operário

QA

vendedor

QA

pintor

QA

N fratura L1 N fratura tornozelo N fratura radio

D

N

N

N

N

sínd. compartimental fratura exposta perda da redução fratura tíbia

D

N N osteomielite

N

N

N

N ú

N

N N N. N

N

Fratura calcâneo D extra-articular N N N

N

perda da redução N

M=

masculino, F= feminino,

QA=

queda de altura,

AC

AU'I`O= acidente automobilístico,

D=

direito, E=

(17)

4.

RESULTADOS

A

avaliação radiológica feita através das radiografias simples

em

perfil

do

retro-pé

demonstrou

que,

segundo

a classificação de Essex-Lopresti, 10 fraturas

(58,8%)

eram do

tipo

Depressão

Articular e sete (4l,2%)

eram do

tipo Língua.

O

ângulo de Böhler nas radiografias pré-operatórias variou de -25° à 44°,

com

uma

média

de 9,3°; nas radiografias pós-operatóriasà variou de 9° à 39° ,

com uma

média

de 23,2°.

O

ângulo de Gissane nas radiografias pré-operatórias variou de 76° à l37°,

com

uma

média

de ll3,7°; nas radiografias pós-operatórias, variou de 98° à l39°,_

com

urna

média

de ll7,7°.

Tabela II - Classificação radiográfica

Classificação de Essex-Lopresti Casos Porcentagem”

Depressão Articular 10 58,8%

Língua 6 35,3%

Sem radiografia pré-operatória l 5,9%

Tom

17° 100%

SAMÉ

do HGCR, 2000

A

avaliação radiológica feita através de

TAC

demonstrou

que,

segundo

a classificação de Sanders,

uma

fratura (5,9%) era

do

tipo IIA, sete fraturas

(4l,2%)

eram do

tipo IIB, quatro fraturas (23,5%)

eram do

tipo

IIIAC

e duas (1

1,8%)

eram

do

tipo IV. Três fraturas (l7,6%)

não

puderam

ser classificadas por falta

da

TAC.

(18)

Tabela III - Classificação tomográfica Classificação de Sanders Casos Porcentagem

... II B 7 41,2% III

AC

4 23,5% IV 2 1 1,8% Sem

TAC

3 17,6% ... ''''''''''''''''''''

Encontramos

35,3%

de lesões associadas, incluindo fratura

de

ossos

da

pema,

fratura de fêmur, fratura de quadril, fiatura extra-articular

do

calcâneo contra-

lateral e fratura de vértebras.

Complicações foram

observadas

em

25%

dos casos, incluindo osteomielite, perda de redução e síndrome compartimental.

A

avaliação clínica pelos critérios

da

AOFAS

distribuiu escores de 8 a

98

pontos,

com uma

média

de 73,5 pontos.

Segundo

o critério adotado,

encontramos

resultados excelentes

em

3 casos (17 ,7%),

bons

em

8 casos (47%), regulares

em

5

casos (29,4%) e falha

em

1 caso (5,9%)

29%

EI

6%

excelentes

I

bons

E

regulares E1 falhas

18%

I

47%

(19)

Quadro II - Dados dos pacientes incluídos no estudo

pré pós

Nome

Classificação de Classificação de Bohler Bohler Gissane Gissane

AOFAS

Essex-Lopresti Sanders pré pós

GAG

HSB

JCB JF

MS

NLH

OP

POR

RAS

REZ

RHH

RHS

RPS

RS

VFN

WW

_WÉÊí,WudW Depressão articular Língua Depressão articular Língua Depressão articular Depressão articular Hngua Depressão articular Língua Língua Depressão articular Depressão articular Depressão articular Língua Depressão articular Depressão articular Depressão articular "illiilšm lIB IIB IIB IIB III

AC

N N II B III

AC

HI

AC

III

AC

II

A

IV II B IV N ' -3° 12° 15° 18° 30° -g° 20° 20° -14° 50 24° N -25° 44° 1 4° -4° 90 1 2° 29° 37° 28° 1 2° 24° 15° 21° N 32° 24° 1 7° 39° 33° 20° 108° 1 04° 97° 137° 127° 13o° 119° 110° 80° 122° 1 14° 147° N 1 1 5° 89° 76° 1 44° 112° 112° 98° 129° 113° 139° 1 00° 1 26° 120° 1 12°

N

130° 136° 130° 104° 107° 115°

(20)

5.

DISCUSSÃO

A

casuística

do

presente estudo é

pequena

se

comparada

a outras séries

publicadaslw. Isso

pode

ser explicado pela dificuldade

de

levantamento de

dados

dos prontuários, visto

que

a quantidade

de

pacientes excluídos

do

estudo foi

em

torno de duas vezes superior aos que

foram

incluídos neste trabalho.

Em

relação à idade, sexo, e

mecanismo

de trauma, nossa casuística se

compara

à

da

literat11ra3›*'*°›12'“.

Quanto ao

lado fraturado,

chama

atenção

que não

houve

nenhum

caso de fratura intra-articular bilateral, apesar de

um

dos pacientes ter

uma

fratura extra-articular

do

calcâneo contra-lateral; nas séries publicadas*'*°='2'”r“ há,

gerahnente, casos de fraturas bilaterais.

A

via

de

acesso utilizada foi a

abordagem

escolhida por grande parte dos

autores2~”'“ apesar de haver autores

que

utilizam a

abordagem

medial” e a

abordagem

lateral e

medialm”.

O

uso de enxerto, aplicado

em

apenas

um

dos

casos, é tuna outra controvérsia, sendo indicado por algi1r1s9'12~“ e proscrito

por

outros2›3›*›“=*5. Acreditamos que

o

uso de enxerto autólogo

não aumenta

a estabilidade

da

síntese,

não melhora

o resultado final e

aumenta o

risco de infecção,

além da

presença

de

uma

segunda

ferida cirúrgica. '

A

quantidade de lesões associadas nos casos descritos (3l,2%) e suas localizações (fraturas dos

membros

inferiores e vértebras) se

comparam

com

grande parte

da

literatura, que apresenta percentuais

que

variam de

27%

a 61,2%'°='2'

(21)

A

avaliação das complicações restringiu-se às imediatas,

não

sendo avaliadas as

tardias

que

exigirá

um

seguimento mais prolongado dos pacientes.

As

complicações tardias

foram

avaliadas por algrms autores'2›"›“* e são

de

incidência

bastante variável.

A

osteomielite e a perda

de

redução por nós observadas são complicações encontradas freqüentemente

na

literatL1ra*'*'~”›”›“*,

bem

como

a síndrome compartimental”~2° . Vários autores*-“JW

destacam

também

as

complicações relacionadas à ferida operatória,

não

encontradas

em

nosso estudo.

A

avaliação das radiografias pré-operatórias através

da

classificação

de

Essex- Lopresti teve sua distribuição comparável

com

a literatL1ra1°^2›“="

demonstrando

um

predomínio

do

tipo

em

Depressão

Articular sobre

o

tipo

em

Língua.

Em

relação ao ângulo de Böhler,

houve

uma

melhora

na

radiografia pós-

operatória

em

relação à pré-operatória

em

16 casos e piora

em

apenas

um

caso.

Houve

uma

mudança

média de

9,3° para 23,2°,

ou

seja,

uma

melhora

de

l49,5%. Já

em

relação ao ângulo de Gissane,

houve melhora

na

radiografia pós-operatória

em

relação à pré-operatória

em

12 casos e piora

em

cinco casos.

Houve

uma

mudança

média de

ll3,7° para 1l7,7°,

ou

seja,

uma

melhora

de 3,5%. Estes resultados

ilustram a grande dificuldade de restabelecer a integridade anatômica

do

calcâneo

e, principahnente,

da

faceta posterior

A

avaliação das

TAC

através da classificação de Sanders

também

teve sua

distribuição

comparável

às séries de Sanders,

R;

Fortin; P: DiPasquale,

T

et al e

Moraes

Filho,

DC;

Provenzano, E; Matos,

JR

et al,

com

as fraturas tipo II

predominando

sobre as tipo III, que por- sua vez

predominaram

sobre as tipo IV.

A

avaliação clinica

mostrou

predominância dos

bons

e excelentes resultados sobre os resultados regulares e falhas. Estes resultados

condizem

com

a literatura,

onde

encontramos resultados satisfatórios

do

tratamento cirúrgico

em

praticamente todos os autores pesquisadosw'>”>'*'›'6›”. Sanders, R; Fortin, P; Dipasquale,

T

et al,

(22)

em

120

fraturas, encontraram

25%

de

resultados excelentes,

42%

de bons,

11%

de

ruins e

22%

de falhas.

Zwipp, H; Tscheme, H; Thennann,

H

et al,

em

157 fraturas,

encontraram

16,4%

de resultados excelentes,

44,7%

de bons,

32,5%

de

satisfatórios

e

6,5%

de pobres. Bezes,

H;

Massart, P; Delvaux,

D

et al,

em

257

fraturas,

encontraram

85,4%

de resultados muito

bons ou

bons,

11,8%

de

médios

e 2,-3%

de

insatisfatórios.

Em

nossos resultados, a única falha foi

em

um

paciente que evoluiu

com

(23)

6.

coNcLUsÃo

\/-

Concluímos

que, para as fraturas intra-articulares

do

calcâneo,

o

tratamento

cirúrgico proporciona resultados satisfatórios,

com

bons

resultados clínicos e

(24)

7.

REFERÊNCIAS

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do

calcâneo: resultados a longo prazo

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G,

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Bauer,

G,

Vogl, T.

Compaltment

syndrome

of the foot after intraaiticular calcaneal fracture. Clin

(27)

RESUMO

Os

autores avaliaram radiológica e clinicamente 17 casos de fraturas intra- articulares

do

calcâneo tratadas cirurgicamente

no

Serviço de Ortopedia e Traumatologia

do

Hospital

Govemador

Celso

Ramos.

Foi encontrada

melhora

radiológica principahnente

na

reestruturação

do

ângulo de Böhler.

A

avaliação

clínica

demonstrou

17,7%

de resultados excelentes,

47%

de bons,

29,4%

de

regulares e

5,9%

de falhas.

Concluíram que o

tratamento cirúrgico é

uma

boa

indicação para as fraturas intra-articulares

do

calcâneo.

(28)

SUMMARY

The

authors evaluated radiologically

and

clinically seventeen cases

of

intraarticular calcaneal fractures at the Orthopaedic

and

Trauma

Department from

Govemador

Celso

Ramos

Hospital. Radiological

improvement

was

found,

specially in reestructuring

of

Böhler”s angle. Clinical evaluation has

shown

17,7%

of excelent results,

47%

of

good

results,

29,4%

of regular results

and

5,9%

of

failures.

They

concluded that the cirurgical treatment is a

good

indication for

(29)

cR1TÉR1os

DA

Ao1=As

PARA

RETRO-PÉ

ESCALA

PARA

RETRo-PÉ E

ToRNozELo

(100

PoNTos

No

TOTAL)

DOR

(40 pontos)

a) indolor

40

b) leve, ocasional

30

c)

moderada,

diária

20

d) severa, quase

sempre

presente

O0

FUNÇÃO

(50 pontos)

Limitações nas atividades, necessidade de apoio:

a)

sem

limitações,

sem

apoio 10

b)

sem

limitações nas atividades diárias, limitações nas atividades

recreativas,

sem

apoio -

07

c) limitação nas atividades diárias e nas atividades recreativas,

uso

de bengala

O4

d) limitação severa das atividades diárias e recreativas, andador,

(30)

b) de 4 a 6

c) de 1 a 3

d)

menos

de 1

Superficies para caminhar:

e escadas

e escadas

a)

nenhuma

dificuldade

em

qualquer superficie

b)

alguma

dificuldade

em

terreno irregular, degraus, declives

c) severa dificuldade

em

terreno irregular, degraus, declives

Anormalidade

no

passo/marcha:

a)

nenhuma,

leve

b) óbvia

c) grosseira

Movimento

sagital (flexao

+

extensão):

a)

normal

ou

leve restrição (3 0°

ou

mais)

b) restrição

moderada

(1 5°

-

29°)

c) restrição severa

(menor do que

15°)

Movimento

do

retro-pé (inversão

+

eversão):

a)

normal

ou

leve restrição

(75%

- 100°

do

normal)

b) restrição

moderada

(25%

-

75%

do

nonnal)

c) restrição severa

(menos do que

25%

do

normal)

Estabilidade

do

tornozelo e retro-pé (antero-posterior, varo-valgo):

a) estável

(31)

b) regular,

plantígrado,

algum

grau de desalinhamento observado entre o

e o tomozelo, assíntomático

(32)

IIIIII III IICIII I II II IIII III

`

97281 P182 Ac. 253111

Em

'

Referências

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