• Nenhum resultado encontrado

Rev. bras. ortop. vol.52 número1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. bras. ortop. vol.52 número1"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Tratamento

cirúrgico

das

fraturas

intra-articulares

do

calcâneo:

comparac¸ão

dos

resultados

entre

placa

reta

e

placa

própria

para

calcâneo

Luiz

Carlos

Almeida

da

Silva

,

João

Mendonc¸a

de

Lima

Heck

e

Marcelo

Teodoro

Ezequiel

Guerra

UniversidadeLuteranadoBrasil(Ulbra),HospitalUniversitário,Canoas,RS,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem16defevereirode2016 Aceitoem2demaiode2016 On-lineem11deagostode2016

Palavras-chave: Calcâneo/lesões Calcâneo/cirurgia Fraturasósseas/cirurgia Fixac¸ãointernadefraturas

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliarosresultadosclínicosdotratamentocirúrgicodasfraturasintra-articulares docalcâneo(TCFIAC)ecompararousodeplacaprópriaparacalcâneo(PPC)eplacareta(PR). Métodos:Estudoretrospectivoqueavaliouoresultadopós-operatóriode25pacientesentre 2013e2015.Foramincluídos pacientessubmetidosaoTCFIACequenãoapresentavam lesõescirúrgicasconcomitantes.Pacientesquenãoforamdevidamenteacompanhadosno pós-operatórioforamexcluídosdaanálise.

Resultados: AindisponibilidadedaPPCemservic¸oscomrecursoslimitados,associadaà dis-ponibilidadeeaomenorcustodaPR,podetersidofatordeconfusãonopresenteestudo. Contudo,nãohouvediferenc¸aestatísticaentreosresultadosdasfraturastratadascomPPC ouPR.

Conclusão:Ainferênciaestatísticapermiteconcluirque,naausênciadaPPC,épossívelusar aPRcomdesfechosclínicossemelhantes.

©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileirade OrtopediaeTraumatologia.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Surgical

treatment

of

intraarticular

fractures

of

the

calcaneus:

comparison

between

flat

plate

and

calcaneal

plate

Keywords:

Calcaneus/injuries Calcaneus/surgery Fractures,bone/surgery Fracturefixation,internal

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective:Toevaluatetheclinicalresultsofsurgicaltreatmentofintraarticularfracturesof thecalcaneus,comparingtheuseofcalcanealplateandflatplate.

Methods:Thiswasaretrospectivestudyassessingthepostoperativeresultsof25patients between2013and2015.Patientsundergoingsurgicaltreatmentofintraarticularfractures ofthecalcaneuswithoutconcomitantsurgicallesionswereincluded.Patientswhodidnot completeappropriatefollow-upaftersurgerywereexcludedfromthestudy.

TrabalhodesenvolvidonoDepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,HospitalUniversitário,UniversidadeLuteranadoBrasil(Ulbra), Canoas,RS,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:luizcarlosmedicina@gmail.com(L.C.Silva). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.05.003

(2)

Results: Theunavailabilityofcalcanealplatesatresource-limitedsettings,associatedwith theavailabilityandlowercostofflatplates,mayhavebeenaconfoundingfactorinthe pre-sentstudy.However,therewasnostatisticaldifferencebetweentheoutcomesoffractures treatedwithcalcanealplatesorflatplates.

Conclusion: Statisticalinferenceshowsthat,whencalcanealplatesarenotavailable,itis possibletouseflatplateswithsimilarclinicaloutcomes.

©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileirade OrtopediaeTraumatologia.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Afraturadocalcâneocorrespondea2%dasfraturasdo esque-letoecercade60%dasfraturasdosossosdotarso.1,2Apesar dograndedesenvolvimentodatraumatologiaortopédicano últimoséculo,otratamentodessasfraturasaindaé contro-versoeosresultadosmuitasvezessãoinsatisfatórios,devido àcomplexa forma anatômica do calcâneo,à suaestrutura esponjosaeaofatodeserumossosubmetidoaconstante cargadepeso.3–6 Dessaforma,essa lesãocausaimportante prejuízosocioeconômicoefuncionalaospacienteseaos sis-temasprevidenciáriospúblicoseprivados.1

Nasúltimasdécadas,comaevoluc¸ãodosexamesde ima-gem,omelhorentendimentodomecanismodetraumaeo seguimentodosprincípiosdereduc¸ãoanatômicae estabili-dadeabsolutaparafraturasarticulares,foipossívelmelhorar odesfechoclínicodessafratura.Paratanto,estãodisponíveis diversostiposdeimplantes,entreosquaisasplacaspróprias paracalcâneo(PPC)easplacasretas(PR).7

Portanto,oobjetivodesteestudofoiavaliarosresultados clínicosdotratamentocirúrgicodasfraturasintra-articulares docalcâneo(TCFIAC)ecompararousodePPCePR.

Material

e

métodos

Estudodecoorteretrospectivo,queavaliouosresultados pós--operatóriostardiosde25 pacientesoperadosentrejaneiro de 2013 e janeiro de 2015. O estudo foi aprovado por ComitêdeÉticaemPesquisasoboregistro117817/2014/CAAE 40266114.9.0000.5328.

Oscritériosdeinclusãoconsistiramdepacientes submeti-dosatratamentocirúrgicoporreduc¸ãoabertaefixac¸ãointerna (RAFI)de fratura fechada intra-articularde calcâneo unila-teral, sem outras fraturas associadas, que fizeram exames pré-operatóriosdetomografiacomputadorizadaeradiografias dopé,dotornozeloedocalcâneo,alémdeterassinadootermo deconsentimentolivreeesclarecido.

Oscritérios de exclusão foram:pacientes operadospela técnica de Essex-Loprest; cirurgia minimamente invasiva; fraturas tratadas conservadoramente por motivos próprios do paciente ou por não haver indicac¸ão cirúrgica; fratu-rasassociadas;faltade condic¸ãoadequadade pele,edema e flictena na região lateral do pé, sem resoluc¸ão até o momentodaoperac¸ão;ausênciadecondic¸ãoclínicadevido a vasculopatias, cardiopatias ou diabetes descompensada; traumatismo cranioencefálico grave;problemapsicossocial; tabagismo pesado; recusa a submeter-se ao tratamento

cirúrgico;fraturasbilaterais;erecusaemassinarotermode consentimento.

Nesseperíodo,64pésde52pacientesforamsubmetidos aotratamentocirúrgicopelomesmocirurgião.Todosforam convocados para reavaliac¸ão e25 pacientes submetidos ao TCFIACpreencheramoscritériosdeinclusãoefizeramparte doestudo.

Todosospacientesforamavaliadospelomesmocirurgião quefezascirurgias.Usaram-seasescalasdeavaliac¸ãoda Ame-ricanOrthopaedicFootandAnkleSociety(Aofas),degraduac¸ão subjetivadesatisfac¸ãodaadaptac¸ão(GSFS),analógicavisual (EVA)edoMedicalOutcomesStudy36(SF-36).8

Clinicamente, foram analisados os seguintes aspectos: articulac¸ãosubtalaremortostaseenaposic¸ãoemdecúbito dorsal;desvioemvaroeemvalgodoretropé;abduc¸ão;aduc¸ão; pronac¸ãoesupinac¸ãodoantepé;amplitudedotornozelona flexão enaextensão; aparênciada cicatrizcirúrgica;euso demuleta.Paraaclassificac¸ãodasfraturas,foramusadasas classificac¸õesdeSanders9eEssex-Lopresti.10

Damesmaforma,todosospacientesforamsubmetidosa análisepós-operatóriatardiacomavaliac¸õesradiográficasnas incidênciasde Bröden,radiografiasdocalcâneoemperfile axial,avaliac¸ãoradiográficadospésbilateralmentecomapoio monopodal, avaliac¸ãoradiográficadostornozelosemperfil, emposic¸ãoanteroposterior,comrotac¸ãointernade15◦,além deavaliac¸ãotomográficabilateralcomcortesaxial,coronale sagitalde5mmdeespessura.

Aamostrafoidivididaemdoisgruposdeacordocomotipo deRAFIfeita.OGrupoIfoicompostoporpacientestratados comPRterc¸otubular3,5mm.OGrupoIIabrangeuospacientes submetidosatratamentocomPPC.

Ocritérioparaaescolhadomaterialfoialeatórioe base-adonapossibilidadedeusodaPPC,quenemsempreestava disponível.Comocritériodefixac¸ão,foramusadasPRisoladas ouduasPRcombinadas,noscasosemquenãosedispunha dePPC,ePCC,semprequedisponível.

(3)

Tabela1–Característicasdemográficaseclínicasdaamostra

Tipodeplaca

PPC(n10-08-2016=14) PR(n=11) pa

Idade 47,7 10,04 45,5 11,29 0,617a

Sexo 0,230

Feminino 3 21,4% 0 0,0%

Masculino 11 78,6% 11 100,0%

Mecanismodotrauma 1,000

Colisãobicicletaxmoto 1 7,1% 0 0,0%

Quedadealtura 13 92,9% 11 100,0%

Ladooperado 0,414

Direito 7 50% 8 72,7%

Esquerdo 7 50% 3 27,3%

Posic¸ãoretropéemortostase 0,695

Neutro 8 57,1% 5 45,5%

Valgo 6 42,9% 6 54,5%

Artrosesubtalar 1,000

Não 5 35,7% 3 27,3%

Sim 9 64,3% 8 72,7%

PPC,placasprópriasparacalcâneo;PR,placasretas.

a ValordepparaotesteexatodeFisher.

gessadaporquatrosemanas.Acarga parcialfoi liberada a partirdasextasemana.Nãocolocamosenxertoautólogopara preenchimentodoespac¸ocriadonointeriordocalcâneo.

Asvariáveisquantitativasforamdescritascomomédiae desvio-padrão;asvariáveiscategóricasforamdescritascomo frequênciassimples(n)erelativas(%).Paraavaliaradiferenc¸a de médias entre os tipos de material, foi usado o teste t paraamostrasindependentes.Paraverificaraexistênciade associac¸ãoentreostiposdematerialeasvariáveis categóri-cas,foiusadootesteexatodeFisher.Oníveldesignificância adotadofoide5%.TodasasanálisesforamfeitascomSPSS, versão18.0.

Resultados

Quantoaosexo,entreospacientessubmetidosaotratamento comPPC,11(78,6%)eramhomensetrês(21,4%)eram mulhe-res.Entreospacientesqueforamsubmetidosatratamento comPR,11(100%)eramhomens.

Noque serefere ao tipo de trauma, entreos pacientes submetidos a tratamento com PPC, um (7,1%) apresentou traumadecorrentedecolisãodebicicletacommotocicletae 13sofreramquedadealtura;enquanto11(100%)dospacientes tratadoscomPRsofreramquedadealtura(tabela1).

Quantoaoladooperado,dospacientestratadoscomPPC, sete(50%)tiveramoladodireitooperadoesete(50%)olado esquerdo.Entreospacientessubmetidosatratamentocom PR,oito(72,7%)tiveramoladodireitooperadoetrês(27,3%) tiveramoladoesquerdo.

Quantoàposic¸ãopós-operatóriadoretropéemortostase, entreos pacientessubmetidos a tratamentocom PPC, oito (57,1%)apresentaramretropéneutroeseis(42,9%)retropéem valgo;enquantoentreospacientessubmetidosatratamento comPR,cinco(45,5%)apresentaramretropéemposic¸ãoneutra eseis(54,5%)emvalgo.

Comrelac¸ãoàartrosesubtalar,entreospacientes subme-tidos aotratamento comPPC, cinco (35,7%)evoluíramsem artrosesubtalarenove(64,3%)apresentaramartrosesubtalar. Entreospacientesqueforamsubmetidosaotratamentocom PR,três(27,3%)nãoapresentaramartrosesubtalar,enquanto oito(72,7%)evoluíramparaartrosesubtalar(tabela1).

Quanto à classificac¸ão das fraturas, 19 pacientes (76%) apresentaramfraturadotipodepressãoarticulareseis(24%) dotipolíngua.Quantoàclassificac¸ãodeSanders,oito(32%) pacientesapresentavamfraturadotipo2A,dois(8%)dotipo 2B,seis(24%)dotipo3AB,três(12%)dotipo3AC,dois(8%)do tipo3BCequatro(16%)dotipo4(tabela2).

Osresultadosdosdoisgruposdetratamentodasfraturas emrelac¸ãoaotempodeesperaparacirurgiaeàsaferic¸ões doexamefísicosãoapresentadosnatabela3.Com relac¸ão àsescalasdeavaliac¸ãoclínica,astabelas4e5mostramos

Tabela2–Classificac¸ãodasfraturas

Tipodeplaca

PPC(n=14) PR(n=11) pa

Classificac¸ãodeEssex-Lopresti 0,350

Depressãoarticular 12 85,7% 7 63,6%

Língua 2 14,3% 4 36,4%

Classificac¸ãodeSanders 0,655

2A 5 35,7% 3 27,3%

2B 1 7,1% 1 9,1%

3AB 2 14,3% 4 36,4%

3AC 3 21,4% 0 0%

3BC 1 7,1% 1 9,1%

4 2 14,3% 2 18,2%

PPC,placasprópriasparacalcâneo;PR,placasretas.

(4)

Tabela3–Resultadosdosgruposemrelac¸ãoaotempodeesperaparacirurgiaeàsaferic¸õesdoexamefísico

Tipodeplaca

PPC(n=14) PR(n=11)

Média DP Média DP p

Diasdeesperaparacirurgia 23,1 17,28 19,5 6,67 0,913a

Diferenc¸adiâmetrodapanturrilha 1,9 0,53 1,5 1,35 0,308a

Larguradoretropé 6,7 0,71 7,1 0,82 0,270b

Extensãodotornozelo 11,5 10,41 11,8 7,17 0,676a

Flexãodotornozelo 24,6 9,90 27,2 9,87 0,519b

Supinac¸ãodoantepé 13 12,88 20,7 11,19 0,084a

Pronac¸ãodoantepé 13,4 9,81 11,1 9,97 0,359a

Supinac¸ãosubtalar 7,6 6,12 4 7,75 0,057a

Pronac¸ãosubtalar 1 6,06 0,1 1,58 0,240a

Dadosapresentadoscomomédiaedesvio-padrão(DP).PPC,placasprópriasparacalcâneo;PR,placasretas.

a ValordepparaotestedeMann-Whitney.

b Valordepparaotestetparaamostrasindependentes.

Tabela4–Resultadosconformeasescalasdeavaliac¸ãoclínica

Tipodeplaca

PPC(n=14) PR(n=11)

Média DP Média DP p

PF-SF36ScaleScores 52,9 36,15 52,3 28,84 0,912a

RP-SF36ScaleScores 25,0 39,22 25,0 35,36 0,804a

BP-SF36ScaleScores 47,0 34,90 54,3 27,67 0,578b

GH-SF36ScaleScores 74,6 27,77 74,7 25,41 0,889a

VT-SF36ScaleScores 65,7 20,27 71,8 24,52 0,502b

SF-SF36ScaleScores 63,4 36,51 63,9 36,43 0,846a

RE-SF36ScaleScores 38,1 43,08 36,4 43,35 0,907a

MH-SF36ScaleScores 69,1 20,12 68,7 25,85 0,964b

PF-SF36Norm-basedScaleScores 37,4 15,15 37,1 12,10 0,967b

RP-SF36Norm-basedScaleScores 35,1 11,07 35,0 9,98 0,804a

BP-SF36Norm-basedScaleScores 40,0 14,94 43,2 11,85 0,575b

GH-SF36Norm-basedScaleScores 52,1 13,01 52,2 11,89 0,889a

VT-SF36Norm-basedScaleScores 54,1 9,61 57,0 11,62 0,502b

SF-SF36Norm-basedScaleScores 41,2 15,85 41,3 15,80 0,868a

RE-SF36Norm-basedScaleScores 35,8 13,61 35,2 13,70 0,907a

MH-SF36Norm-basedScaleScores 46,6 11,43 46,3 14,70 0,962b

PCS-SF36 38,1 13,37 39,2 9,47 0,817b

MCS-SF36 47,3 10,09 47,4 13,92 0,975b

Dadosapresentadoscomomédiaedesvio-padrão(DP).PPC,placasprópriasparacalcâneo;PR,placasretas.

a ValordepparaotestedeMann-Whitney.

b Valordepparaotestetparaamostrasindependentes.

Tabela5–Resultadosconformeasescalasdeavaliac¸ão

Tipodeplaca

PPC(n=14) PR(n=11)

Média DP Média DP pa

EVA 4,6 2,73 3,6 2,38 0,344

Aofas 66,1 26,37 52 20,64 0,160

Larguraradiológicadoretropé 4,7 0,38 4,4 0,60 0,217

Ângulodopitchdocalcâneo 21 5,88 16,6 5,66 0,074

Ângulodedeclinac¸ãoTálus 18 4,79 18,9 2,95 0,587

Dadosapresentadoscomomédiaedesviopadrão(DP).PPC,placasprópriasparacalcâneo;PR,placasretas.

(5)

resultados semdiferenc¸a estatística entreos dois tipos de placas.Portanto,nãohouvediferenc¸anosresultadosclínicos entreoTCFIACnacomparac¸ãocomousodePPCePR.

Discussão

Asfraturasarticularesdocalcâneosãolesõesgravesepodem causarsequelaspermanenteseincapacitantes. Geralmente acometemindivíduosjovens,homenseeconomicamente ati-vos,oquepodedeterminargrandeprejuízosocioeconômico. Napresenteamostra,verificou-seque88%dospacientes eramdosexomasculinoetinham47,6anosemmédia.De acordocomaliteratura,oagentecausalmaisfrequentedas fraturasintra-articularesdocalcâneoéaquedadedesnível,1 oqueseconfirmounestelevantamento,noqualessacausa foiresponsávelpor96%dasfraturas.

Aclassificac¸ãoradiológicadeEssex-Lopresti10 éclássica. Determinaalinha defratura epermiteo planejamentodo tratamento.Aclassificac¸ãotomográficaauxilianaavaliac¸ão dagravidade edoprognósticoda lesãoeaclassificac¸ãode Sanderséamaisusada.9Entretanto,asclassificac¸ões tomo-gráficasnão sãouniformes ecada grupoprocura criar sua própriaclassificac¸ão,oquedificultaacomparac¸ãode resul-tados, bem como o reconhecimento do tipo de lesão que descrevem.Reconhece-sequeatomografiaéumexcelente exameparaaidentificac¸ãodosdetalhesdefragmentosedo comprometimento da articulac¸ão; porém,esse exame não estádisponívelemtodos osservic¸os.Tallimitac¸ãojustifica ousodaclassificac¸ãoradiológica.

Deacordocomaclassificac¸ãodeEssex-Lopresti,as fratu-rasintra-articularespodemseremlínguaoucomdepressão articular. Na maioria das casuísticas, as fraturas do tipo depressãoarticularsãoasmaisincidentes,contribuemcom 43a61%dasfraturasintra-articulares.11,12Nopresenteestudo, encontraram-se76%defraturasdotipodepressãoarticulare 24%dotipolíngua.

Paraotratamentocirúrgicoaberto, existeoconsensode aguardarentre7e14diasentreotraumaeaoperac¸ão,para quehajadiminuic¸ãodoedemaeparaaprevenc¸ãodaformac¸ão deflictenas,exceto nasfraturas expostas,quedevem rece-bertratamento cirúrgico imediato, ou quando forindicada afixac¸ãopercutânea.7,13 Nonossoestudo,otempoentreo traumaeaoperac¸ãodas25fraturasfoide23,1dias(DP17,28) emmédiaparaPPCe19,5diasparaPR(DP6,67).

A via de acesso lateral em L estendido tem sido muito usada, pois permite melhor visibilidade da fratura, reduc¸ãodosfragmentosefixac¸ãointerna.7,13Nesteestudo,o acessolateralemLestendidomostrou-seeficienteefoiusado comotécnicapadrãoparatodososcasos.

Anecrosedaferidaoperatóriaégeralmenteoresultadode incisãoimprópriaeexposic¸ãooulongotempodecirurgia.14 Anecroseémaisfrequentementeobservadanaextremidade daincisãolateralemformadeL.15 Nanossacasuística,um pacientetratadocomPPCtevedesersubmetidoa desbrida-mentocirúrgico,pornecrosedapele,oqualfoiresolutivo,não foinecessárioenxertodepele.

Ossintomasassociadoscomproblemasdeimplantes,que raramentesãorelatadosnaliteratura,incluemimplante pro-eminente,irritac¸ãodapeleedornocalcanhar.Osproblemas

geralmente surgemporque aplaca e osparafusos causam irritac¸ão na pele, nos tendões ou nervos ou porque um parafusopenetraafacetaarticular.16,17 Oacometimentodos tendõespelosimplantespoderesultaremtendiniteou rup-turaelevaratendiniteedorsecundária.18Nonossoestudo, umpacientefoisubmetidoaretiradadaPPCporirritac¸ãoda peleedor.Alémdisso,trêspacientesqueforamtratadoscom PRforam submetidosa retiradadomaterialdesíntesepor proeminênciadosparafusosedaPR.

O uso de enxerto ósseo é controverso, existem os que oconsideramosteoindutoreosteocondutor,alémdosqueo consideramdesnecessário.7,19Éprecisolembrarqueousode enxertoósseoelevaaincidênciademorbidades,poisexiste maisumaincisãoearetiradadeenxerto.Nopresenteestudo, oenxertoósseo,obtidodoilíaco,nãofoiaplicadonas cirur-gias.Usamos,nanossacasuística,enxertoretiradodaparede lateraldocalcâneoparapreencherafalhaóssearemanescente apósareduc¸ãodafratura.

Naavaliac¸ãodosresultadospelaescalaAofas, encontra-mos,naliteratura,índicesquevariamentre42,22e62%de resultadosexcelentes.20–22Nesteestudo,osresultadosforam consideradosbonseexcelentesem47,6%.Nãosepode afir-mar,comcerteza,queotipodefraturapossaterinfluenciado apontuac¸ão,poisnossaamostra defraturastipolínguafoi pequenasecomparadacomadotipodepressãoarticular.

A artrose pós-traumática ocorre geralmente nas articulac¸ões subtalar e calcaneocuboide.23 A literatura reportaumataxadeincidênciade1,2%nosestudosdelongo seguimento.6,16 Quando adorintratável nãopode ser con-troladapormedicamentosanalgésicos,aartrodesesubtalar podeseramelhorescolha.16Nonossoestudo,umpaciente tratadocomPR,comumafraturaclassificadacomoSanders 4, apresentou dor intratável e foi submetido a artrodese subtalar,commelhoriadossintomas.

Muitas controvérsias existem em relac¸ão ao tipo de implanteeseuscritériosdeescolha.ParaaRAFI,éaplicada placanaparedelateraldocalcâneonamaioriadosestudos.24 Quantoaosparafusosdeestabilizac¸ãodosustentáculo, tam-bémhácontrovérsiassobresedevemserfixadosatravésda placa.Quantoàforma daplaca usadaparaaRAFIdas fra-turas decalcâneo,dispomos deumaampladiversidade de formas,sãodefendidosdiferentestiposdematerialdesíntese pordiferentesautores.24–30

As placasmodernas têm perfilmaisbaixo, oque resol-veuosproblemasrelacionadosaoexcessodetensãodapele, proeminênciadoimplantesobapeleesubsequente deiscên-ciadaferidaoperatória.24Aescolhadaplacalateraldepende dagravidadedafraturadocalcâneoedaqualidadedoosso. Padrõesdesimplesfraturaemossodeboaqualidadeparecem seprestarbemàfixac¸ãocomPR,enquantopadrõesde fratu-rascomplexascomcominuic¸ãopodemexigirPPCoumesmo placasbloqueadas.24

AsPRforamusadaspormuitosanos.Noiníciodosanos 1990,devidoàscomplicac¸õespós-operatóriasdaépoca,foram desenvolvidastécnicasdeRAFIcomconfigurac¸õesdefixac¸ão comduasPR.Iniciou-se,então,odesenvolvimentodeplacas únicas,emconfigurac¸õesnaformaHeY.30

(6)

fraturasdocalcâneo,que,paraocirurgiãobrasileiro,aindaé umarealidade,devidoaonossosistemadesaúde.

Apesardeesteestudotersido retrospectivo,serviupara quesepudessereconheceraevoluc¸ãodospacientes. Conclui--sequeosresultadosforammuitosemelhantesaosrelatados naliteratura. Nossoestudo sugereainda anecessidade do desenvolvimento de protocolos de tratamento que possi-bilitem estudos prospectivos, os quais poderiam fornecer informac¸ões mais fidedignas, tanto das fraturas no pré--operatórioquantodesuasevoluc¸ões.

Outrofatorimportantebaseia-senofatodequeaPPCnem sempreestá disponível, principalmente emservic¸os públi-coscomdificuldadefinanceira.JáasPRsãomaisfacilmente disponíveisetêmcustomenor.Essesfatoresimpactamo tra-tamentocirúrgico. Aindisponibilidade da PPCem servic¸os públicos,associadaàdisponibilidadeeaomenorcustodaPR, podetersidofatordeconfusãononossoestudo.Noentanto, opresenteestudodemonstraqueparecenãohaverprejuízo significativonotratamentodasfraturasdocalcâneoquando nãoháplacaprópriadisponível.

Conclusão

Ainferênciaestatísticapermiteconcluirque,naausênciada PPC,épossívelusaraPRcomdesfechosclínicossemelhantes.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1. MitchellMJ,McKinleyJC,RobinsonCM.Theepidemiologyof calcanealfractures.Foot(Edinb).2009;19(4):197–200. 2. GriffinD,ParsonsN,ShawE,KulikovY,HutchinsonC,

ThorogoodM,etal.Operativeversusnon-operativetreatment forclosed,displaced,intra-articularfracturesofthe

calcaneus:randomisedcontrolledtrial.BMJ.2014;349:g4483. 3. ZhangT,SuY,ChenW,ZhangQ,WuZ,ZhangY.Displaced

intra-articularcalcanealfracturestreatedinaminimally invasivefashion:longitudinalapproachversussinustarsi approach.JBoneJointSurgAm.2014;96(4):302–9.

4. LimEV,LeungJP.Complicationsofintraarticularcalcaneal fractures.ClinOrthopRelatRes.2001;391:7–16.

5. WileyWB,NorbergJD,KlonkCJ,AlexanderIJ.Smileincision: anapproachforopenreductionandinternalfixationof calcanealfractures.FootAnkleInt.2005;26(8):590–2. 6. YuX,PangQJ,ChenL,YangCC,ChenXJ.Postoperative

complicationsafterclosedcalcaneusfracturetreatedbyopen reductionandinternalfixation:areview.JIntMedRes. 2014;42(1):17–25.

7. SandersR.Currentconseptsreview–Displaced

intra-articularfracturesofthecalcaneus.JBoneJointSurg Am.2000;82(2):225–50.

8. SooHooNF,VyasR,SamimiD.Responsivenessofthefoot functionindex,AOFASclinicalratingsystems,andSF-36after footandanklesurgery.FootAnkleInt.2006;27(11):930–4. 9. SandersR.RadiologicalevaluationandCTclassificationof

calcanealfractures.In:JahssM,editor.Disordersofthefoot andankle.3rded.Philadelphia:WBSaunders;1990.p. 2326–54.

10.Essex-LoprestiP.Themechanism,reductiontechnique,and resultsinfracturesoftheoscalcis.BrJSurg.

1952;39(157):395–419.

11.ChhabraN,ShermanSC,SzatkowskiJP.Tongue-type calcaneusfractures:athreattoskin.AmJEmergMed. 2013;31(7):1151.e3–4.

12.deVroomeSW,vanderLindenFM.Cohortstudyonthe percutaneoustreatmentofdisplacedintra-articularfractures ofthecalcaneus.FootAnkleInt.2014;35(2):156–62.

13.WuK,WangC,WangQ,LiH.Regressionanalysisof controllablefactorsofsurgicalincisioncomplicationsin closedcalcanealfractures.JResMedSci.2014;19(6):495–501. 14.MelcherG,DegondaF,LeuteneggerA,RuediT.Ten-year

follow-upafteroperativetreatmentforintra-articular fracturesofthecalcaneus.JTrauma.1995;38(5):713–6. 15.ZwippH,RammeltS,BarthelS.Calcanealfractures–Open

reductionandinternalfixation(ORIF).Injury.2004;35Suppl 2:SB46–54.

16.HuangPJ,HuangHT,ChenTB,ChenJC,LinYK,ChengYM, etal.Openreductionandinternalfixationofdisplaced intra-articularfracturesofthecalcaneus.JTrauma. 2002;52(5):946–50.

17.BuckleyR,ToughS,McCormackR,PateG,LeightonR, PetrieD,etal.Operativecomparedwithnonoperative treatmentofdisplacedintra-articularcalcanealfractures:a prospective,randomized,controlledmulticentertrial.JBone JointSurgAm.2002;84(10):1733–44.

18.WaldeTA,SauerB,DegreifJ,WaldeHJ.Closedreductionand percutaneousKirschnerwirefixationforthetreatmentof dislocatedcalcanealfractures:surgicaltechnique, complications,clinicalandradiologicalresultsafter2-10 years.ArchOrthopTraumaSurg.2008;128(6):585–91. 19.SinghAK,VinayK.Surgicaltreatmentofdisplaced

intra-articularcalcanealfractures:isbonegraftingnecessary? JOrthopTraumatol.2013;14(4):299–305.

20.GwakHC,KimJG,KimJH,RohSM.Intraoperative

three-dimensionalimagingincalcanealfracturetreatment. ClinOrthopSurg.2015;7(4):483–9.

21.SchepersT,BackesM,SchepNW,CarelGoslingsJ,LuitseJS. Functionaloutcomefollowingalockedfracture-dislocationof thecalcaneus.IntOrthop.2013;37(9):1833–8.

22.RammeltS,ZwippH,SchneidersW,DurrC.Severityofinjury predictssubsequentfunctioninsurgicallytreateddisplaced intraarticularcalcanealfractures.ClinOrthopRelatRes. 2013;471(9):2885–98.

23.GallinoRM,GrayAC,BuckleyRE.Theoutcomeofdisplaced intra-articularcalcanealfracturesthatinvolvethe calcaneocuboidjoint.Injury.2009;40(2):146–9.

24.DhillonMS,BaliK,PrabhakarS.Controversiesincalcaneus fracturemanagement:asystematicreviewoftheliterature. MusculoskeletSurg.2011;95(3):171–81.

25.BenirschkeSK,SangeorzanBJ.Extensiveintraarticular fracturesofthefoot.Surgicalmanagementofcalcaneal fractures.ClinOrthopRelatRes.1993;292:128–34.

26.IllertT,RammeltS,DrewesT,GrassR,ZwippH.Stabilityof lockingandnon-lockingplatesinanosteoporoticcalcaneal fracturemodel.FootAnkleInt.2011;32(3):307–13.

27.RakV,IraD,MasekM.Operativetreatmentofintra-articular calcanealfractureswithcalcanealplatesandits

complications.IndianJOrthop.2009;43(3):271–80. 28.GeelCW,FlemisterASJ.Standardizedtreatmentof

intraarticularcalcanealfracturesusinganobliquelateral incisionandnobonegraft.JTrauma.2001;50:1083–9. 29.RammeltS,BarthelS,BiewenerA,GavlikJM,ZwippH.

Calcaneusfractures.Openreductionandinternalfixation. ZentralblChir.2003;128(6):517–28.

Imagem

Tabela 1 – Características demográficas e clínicas da amostra Tipo de placa PPC (n10-08-2016 = 14) PR (n = 11) p a Idade 47,7 10,04 45,5 11,29 0,617 a Sexo 0,230 Feminino 3 21,4% 0 0,0% Masculino 11 78,6% 11 100,0% Mecanismo do trauma 1,000
Tabela 3 – Resultados dos grupos em relac¸ão ao tempo de espera para cirurgia e às aferic¸ões do exame físico Tipo de placa

Referências

Documentos relacionados

This work aims to develop heavy metals removal processes using solid adsorbents synthetized at CIMO and LSRE-LCM laboratories at Polytechnic Institute of Bragam;a, such

Distribuição e abundância de larvas de espécies do gênero Simulium em córregos do litoral norte do estado de São Paulo com diferentes níveis de poluição orgânica..

II Rehabilitation Nursing Case Management in Care of Turkish Rheumatoid Arthritis Patients Examinar a efetividade da gestão de caso no cuidado de pacientes com AR

Presidente da Jorge Abreu, tendo a Câmara Municipal deliberado por unanimidade proceder em conformidade com a mesma, aprovando a constituição do Comité Consultivo a

Com o paciente em decúbito lateral, um fio de Stein- mann de 4,0mm é introduzido no corpo do calcâneo para tração. Associando a tração esquelética com movimentos de inversão

turas, foram submetidos ao tratamento conforme a classificação de Essex-Lopresti: nas fraturas tipo língua ou depressão central com cominuição intra- articular utilizaram-se

Os pacientes que não são classificados como de alta probabilidade para COVID-19 recebem cuidados pré e pós- procedimento na seção amarela da unidade de atendimento diário