Ana Paula Agostinho Alencar1
Maria Eugênia Alves Almeida Coelho 2 Fernando Luiz Affonso Fonseca3 Daniele Gomes da Silva4
Estephani Vitorino Correia da Silva5 Gabriela Duarte dos Santos6 Maria Williany Silva Ventura7 Natana de Morais Ramos8 Petrúcya Frazão Lira9
RESUMO
As infecções hospitalares apresentam, atualmente, elevada distribuição mundial e representam uma das possíveis causas de morte em pacientes hospitalizados. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a taxa média de infecção hospitalar é de 15,5%. Em contrapartida, na Europa e nos Estados Unidos é cerca de 10%. Objetiva identificar produções nacionais e internacionais sobre os principais fatores de risco para infecção do trato urinário e respiratório em paciente internados na Unidade de Terapia Intensiva. Busca feita 2020, levantamento bibliográfico referente aos últimos cinco anos das publicações científicas das bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), na Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e no Banco de Dados em Enfermagem (BDENF). Utilizando os descritores “Infecção hospitalar” e “Unidade de terapia intensiva”, com o auxílio do operador boleano AND. Resultado: 10.164 trabalhos, destes 1.323 publicados nos últimos cinco anos, 1.511 nos idiomas inglês, português e/ou espanhol, 5.208 disponíveis, dos quais 1.323 se apresentaram em formato de arquivo. Verificou-se que os anos de publicação predominantes foram 2019 e 2015 com 6 artigos publicados em cada (30%), seguindo por 2016 com 5 (25%). Quanto ao idioma, 12 artigos (60%) foram publicados na língua inglesa e 8 em português (40%). Dentre as temáticas identificadas, há predominância de artigos referentes à infecção respiratória, 16 (80%), quando comparado à infecção urinária, 4 (20%), e nenhum artigo aborda as temáticas concomitante. Conclui-se que o uso de protocolos e padronização dos procedimentos são eficientes e que cada profissional é responsável por realizar medidas profiláticas e controle de infecções, ressaltando a importância da educação continuada. Palavras-chave: Infecção hospitalar. Fatores de risco. Unidade de terapia Intensiva.
ABSTRACT
Hospital infections currently have a high worldwide distribution and represent one of the possible causes of death in hospitalized patients. In Brazil, according to the Ministry of Health, the average rate of hospital infection is 15.5%. In contrast, in Europe and in the United States, it is about 10%. The study aims to identify national and international productions about the main risk factors for urinary and respiratory tract infection in patients admitted to the Intensive Care Unit. Search made in 2020, with a bibliographical survey referring to the last five years of scientific publications from the databases Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
1 Enfermeira Mestre em Ciências da Saúde Faculdade de Medicina ABC. Docente Universidade regional do Cariri-URCA; E-mail:
anapaulaagostinho0@gmail.com
2 Docente Mestre Universidade Regional do Cariri-URCA. 3 Docente Pós doutor da Faculdade de Medicina do ABC. 4 Enfermeira – Universidade regional do cariri-URCA. 5 Enfermeira –Universidade Regional do Cariri-URCA. 6 Graduada Pela Universidade regional do cariri-URCA.
7 Graduada pela Universidade Regional do Cariri –URCA; Residente em saúde da mulher e criança-UFC. 8 Programa de Pós Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba.
9 Docente Faculdade de Juazeiro do Norte- FJN.
REVISÃO
FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO DO TRATO
RESPIRATÓRIO E URINÁRIO EM PACIENTES DE
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
RISK FACTORS FOR INFECTION OF THE
RESPIRATORY AND URINARY TRACTS IN PATIENTS
IN THE INTENSIVE CARE UNIT
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(MEDLINE), Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS) and Nursing Database (BDENF), using the descriptors “Hospital infection” and “Intensive care unit”, with the assistance of the Boolean operator AND. Result: 10,164 works, of which 1,323 published in the last five years, 1,511 in English, Portuguese and/or Spanish, 5,208 available, of which 1,323 were presented as file. The predominant publication years were 2019 and 2015 with 6 articles published in each (30%), followed by 2016 with 5 (25%). Regarding the language, 12 articles (60%) were published in English and 8 in Portuguese (40%). Among the identified themes, there is a predominance of articles referring to respiratory infection, 16 (80%), when compared to urinary infection, 4 (20%), and no article addresses the themes concomitantly. The use of protocols and standardization of procedures are efficient, and each professional is responsible for carrying out prophylactic measures and controlling infection, emphasizing the importance of continuing education. Keywords: Hospital infection. Risk factors. Intensive care unit.
INTRODUÇÃO
No Brasil, a Infecção Hospitalar (IH) ganha destaque a partir da década de 70. Desde então, a transmissão de doenças infecciosas no meio hospitalar passou a ser registrada, representando uma preocupação para profissionais da área da saúde. Assuntos como técnicas assépticas, infecções no pós-operatório, esterilização de materiais e até mesmo a resistência microbiana já faziam parte de publicações a nível da medicina e da enfermagem da época (1-2).
As IH’s apresentam, atualmente, elevada distribuição mundial e representam uma das possíveis causas de morte em pacientes hospitalizados. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a taxa média de infecção hospitalar é de 15,5% correspondendo 1 ,18 episódio por cliente internado por IH nos hospitais brasileiros. Na perspectiva mundial, as infecções relacionadas a assistência à saúde correspondem a 7% dos pacientes em países desenvolvidos e 10% em países em desenvolvimento, sendo mais frequentes infecções de vias urinárias, sítio cirúrgico, pneumonias e infecção da corrente sanguínea as mais frequentes (3-4).
Segundo a portaria nº 2.616/98 do Ministério da Saúde, IH ou nosocomial é definida como sendo toda infecção adquirida em ambiente hospitalar que se manifesta a partir de 72h após a admissão, durante ou até mesmo após a alta hospitalar (5). Os principais fatores de risco para as infecções
estão relacionados às condições imunológicas do indivíduo, métodos invasivos de tratamento e ao ambiente de exposição. Nesse contexto, torna-se evidente que pacientes criticamente enfermos apresentam maior vulnerabilidade a adquirirem IH, podendo contribuir fortemente não apenas para o alto índice de contaminação, mas também para a alta prevalência de morbimortalidade, sendo necessário que a equipe de enfermagem e saúde sejam detentoras de conhecimentos indispensáveis sobre o controle (6-7).
Dessa forma, a infecção torna-se uma das principais preocupações encontradas a nível hospitalar, principalmente, em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) onde são mais prevalentes e possui um importante fator implicado no desfecho desfavorável dos pacientes (7). Assim, para a equipe
de enfermagem que presta os cuidados intensivos, é primordial o reconhecimento precoce de quadros sugestivo de infecção, pois assim são garantidas intervenções como medidas de controle eficazes e seguras. A enfermagem identifica prontamente no ambiente da UTI em que realiza suas atividades (8-4).
As principais infecções comumente encontradas em pacientes que se encontram sob cuidados intensivos são a infecção urinária ou bacteriúria associada à utilização de sondagem vesical, pneumonia devido à permanência em ventilação mecânica e bacteremia associada à presença de acesso venoso central, todas com morbimortalidade muito elevada (9-10).
No campo da Enfermagem, o conhecimento sobre o perfil dos pacientes assistidos e os principais fatores de risco para a concepção de infecções durante à internação em UTI, podem auxiliar a projetar ações a serem implementadas com pacientes em estado crítico, além de possibilitar a criação de instrumentos de avaliação de indicadores de assistência e de mensuração da carga de trabalho da enfermagem, bem como alertar para práticas laborais que podem influenciar de forma negativa no processo de saúde do paciente (6-11).
De acordo com o exposto, o presente estudo objetiva identificar, através desta revisão integrativa da literatura, o que tem sido produzido nos periódicos nacionais e internacionais sobre os principais fatores de risco para infecção do trato urinário e respiratório em paciente internados na Unidade de Terapia Intensiva. A principal contribuição do estudo fundamenta-se na sistematização e sintetização dos principais fatores de risco apontados pela literatura, estimulando novas pesquisas na área e ampliando os campos de cuidados da equipe de Enfermagem.
MÉTODO
Trata-se de um estudo do tipo revisão integrativa com abordagem qualitativa. A análise desses dados permite desenvolver uma explicação mais abrangente de um fenômeno específico, de forma a facilitar a compreensão de um conhecimento relevante na atualidade (12).
A elaboração do estudo guiou-se pela seguinte questão: Quais os principais fatores de risco para infecção do trato respiratório e urinário em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva?
A coleta de dados foi realizada em janeiro de 2020, por meio de um levantamento bibliográfico referente aos últimos cinco anos das publicações científicas nas bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), na Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e no Banco de Dados em Enfermagem (BDENF). A escolha dessa biblioteca deu-se em virtude de sua abrangência e relevância de publicações científicas na área da saúde. Para coleta dos dados foram utilizados os descritores, identificados no DeCS: “Infecção
hospitalar” e “Unidade de terapia intensiva”, com o auxílio do operador boleano AND. Definiu-se como critério de inclusão: publicação nos últimos cinco anos (2015 – 2019), nos idiomas
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inglês, português e espanhol, estarem disponíveis para download gratuito e no formato de artigos. Como critérios de exclusão foram estabelecidos: forma desconsiderados testes e dissertações, outras revisões do tipo integrativa, artigos repetidos e trabalhos que não atendiam ao escopo deste estudo.
Figura 1: Sinopse da busca e refinamento dos artigos.
A busca resultou em 10.164 trabalhos, destes estão disponíveis 5.208, sendo 1.511 nos idiomas inglês, português e/ou espanhol, 1323 publicados nos últimos cinco anos. Para o refinamento dos artigos, foi realizada a leitura do título, excluindo os 1.286 artigos que explicitamente não se adequavam ao objetivo e aos critérios definidos neste estudo. A segunda etapa de refinamento deu-se com a leitura dos 37 artigos na íntegra, destes 14 foram excluídos por não se adequarem à temática, dois repetidos e dois por não estarem em formato completo, sendo assim, compuseram o corpus de análise deste estudo 20 artigos.
Base de dados:
Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e Banco de
Dados em Enfermagem Descritores:
“Infecção hospitalar” AND “Unidade de Terapia Intensiva”
Encontrados: 10.164 1ª Filtragem: Disponível Resultado: 5.208 2ª Filtragem: Idiomas Resultado: 1.511 3ª Filtragem: 2015-2019 Resultado: 1.323 Resultado: 37 4ª Filtragem: Selecionados 1º Refinamento: Leitura de resumo Resultado: 23 Total: 20 2º Refinamento: Leitura na íntegra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para melhor entendimento do processo de busca e seleção da amostra do estudo, a Figura 1 representa, de forma esquemática, o passo a passo do processo de busca e refinamento. A análise dos artigos encontrados foi dada por meio da construção de uma tabela, Tabela 1, para sintetizar os resultados contemplando aspectos como: título, ano de publicação, idioma, autores, periódicos de publicação e tema dos artigos.
Verificou-se que os anos de publicação predominantes foram 2019 e 2015 com 6 artigos publicados em cada (30%), seguindo por 2016 com 5 (25%). Quanto ao idioma, 12 artigos (60%) foram publicados na língua inglesa e 8 em português (40%). Dentre as temáticas identificadas, há predominância de artigos referentes à infecção respiratória, 16 (80%), quando comparado à infecção urinária, 4 (20%), nenhum artigo aborda as temáticas concomitantes.
Tabela 1 - Título, ano de publicação, idioma, autores, periódico de publicação e tema dos artigos resultantes pesquisados. Crato-CE, 2020.
Título ANO IDIOMA AUTORES PERÍODICO DE PUBLICAÇÃO TEMA
Pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção dos profissionais
de enfermagem.
2019 PORTUGUÊS ESTEVES, L.O.; DUTRA, L.A.; SILVA, T.O. et al.
Rev enferm UFPE
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care. online Respiratória Infecção
Infecção do trato urinário associada ao cateter vesical
em uma unidade de terapia intensiva. 2019 PORTUGUÊS BARBOSA, L.R.; MOTA, É.C.; OLIVEIRA, A.C. Rev. Epidemiol. Controle Infecç. Santa Cruz do Sul
Infecção Urinária Adesão às medidas preventivas versus incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica. 2019 PORTUGUÊS LOURENÇONE, E.M.S.; BRANCO, A.; MONTEIRO, A.B. et al Rev. Epidemiol. Controle Infecç. Santa Cruz do Sul
Infecção Respiratória
Usando métodos flexíveis para determinar os fatores
de risco para pneumonia associada a ventilação
mecânica na Holanda.
2019 INGLÊS BOSHUIZEN, H.; KOOI, T.I.I.;
WILLE, J.C et al PLOS ONE
Infecção Respiratória
Infecções associadas à saúde em unidades de
cuidados intensivos. 2019 INGLÊS
SALMANOV, A.; LITUS, V.; VDOVYCHENKO,
S. et al
Wiadomości
Lekarskie Respiratória Infecção
Pneumonia adquirida na UTI:
é hora de usar esse termo? 2018 INGLÊS TORRES, A.
Copyright © 2018 Wolters Kluwer
Health, Inc. All rights reserved.
Infecção Respiratória As infecções respiratórias
associadas aos cuidados de saúde na unidade de terapiua intensiva podem ser
reduzidos por um programa de higiene das mãos: um
estudo multicêntrico.
2018 INGLÊS FINCO, G.; MUSU, M.; LANDONI, G. et al
Australian Critical
Care 31 Respiratória Infecção
Incidência da pneumonia associada à ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva. 2017 PORTUGUÊS MOTA, E.C.; OLIVEIRA, S.P.; SILVEIRA, B.R.M. et al Rev Medicina (Ribeirão Preto), Online. Infecção Respiratória
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Diagnóstico e Tratamento da Infecção Associada ao Ventilador: Revisão dos Dados de Julgamento da
Prevenção Imunológica Induzida por Stress (CRISIS)
da Doença Crítica.
2016 INGLÊS WILLSON, D. F.; et al
Pediatric Critical
Care Medicine Respiratória Infecção
O ambiente de trabalho da enfermagem em cuidados intensivos, a equioe médica
e os riscos para a pneumonia associada ao
ventilador.
2016 INGLÊS COSTA, D.K.; YANG, J.J.; MANOJLOVICH, M. American Journal of Infection Control Infecção Respiratória
Infecções respiratórias vitais de adultos na unidade de
terapia intensiva. 2016 INGLÊS
NGUYEN, C.; KAKU, S.; TUTERA, D. et al Journal of Intensive Care Medicine Infecção Respiratória Infecção do trato urinário em
pacientes em unidade de terapia intensiva – um ano de estudo observacional de acordo com o projeto INICC,
2016 INGLÊS
DUSZYNSKA, W.; ROSENTHAL, V.D.;
SZCZESNY, A et al Intensive TherapyAnaesthesiology Infecção Urinária
A eficácia de um pacote na prevenção da pneumonia
associada ao ventilador. 2016 INGLÊS
FERREIRA, C. R.; et al The Brazilian Journal of Infectious Diseases Infecção Respiratória Controle de infecção em cateterismo vesical de demora em unidade de terapia intensiva.
2015 PORTUGUÊS CHAVES, N.M.O; MORAES, C.L.;
Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro Infecção Urinária
Infecção do trato unrinário associado ao cateter em
uma unidade de terapia intensiva sirurgica.
2015
INGLÊS
MLADENOVIC, J.; VELJOVIE.M.;
VDOVICIE, I. et al Vojnosanit Pregl Infecção Urinária
Adesão às medidas de prevenção para pneumonia
associada à ventilação Mecânica. 2015 PORTUGUÊS ALMEIDA, K.M.V.; BARROS, O.M.C.; SANTOS, G.J.C. et al Revista Enfermagem da UFSM Infecção Respiratória Cuidados bucais e pneumonia nosocomial:
revisão sistemática. 2015 PORTUGUÊS
VILELA, M. C. N; et
al. Revista Einstein Respiratória Infecção Pneumonia associada aos
ventilados: presente compreensão em debates em andamento. 2015 INGLÊS NAIR, G.B.; NIEDERMAN, M.S. Intensive Care
Med Respiratória Infecção
Fatores de risco independentes associados à
aquisição hospitalar pneumonia em UTI adulta: estudo de coorte prospectivo de 4 anos em um hospital de referência da universidade.
2015 INGLÊS HERRADOR, B.G.; MOLINA, C.D.; ALLAM, M.F. et al
Journal of Public
Health Respiratória Infecção
As informações oriundas dos artigos deram origem as seguintes categorias temáticas: Fatores de risco para Infecção Respiratória em pacientes internados na UTI e Fatores de risco para Infecção Urinária em pacientes internados na UTI. Fatores de risco para Infecção Respiratória em pacientes internados na UTI
As infecções respiratórias podem ter relação com vários tipos de agentes etiológicos, dentre eles estão os vírus, sendo atualmente reconhecidos como a principal causa de morbimortalidade em adultos com insuficiência respiratória aguda. Os agentes mais frequentes são os vírus influenza, rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório, metapneumovírus humano, vírus parainfluenza e adenovírus, sendo a gravidade clínica semelhante aos agentes infecciosos bacterianos e fúngicos (13).
Autores demonstraram que a as infecções associadas aos cuidados de saúde continuam sendo um grande problema de saúde pública. No seu estudo realizado com 642 pacientes, foram observadas 148 infecções associadas aos cuidados de saúde. Sendo a Pneumonia a infecção com maior número de casos (47,3%), seguido por infecção da corrente sanguínea (21,6%) e infecção do trato urinário (14,9) (14).
O diagnóstico hospitalar das infeções do trato respiratório inferior, está associado a longos períodos de internação e ao aumento do uso de antibióticos, sendo a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), uma das infecções mais prevalentes nas UTI (15). Dessa forma, prevenir
a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) é um propósito diário e difícil e para alcançar esse objetivo é necessário a capacitação dos profissionais para a realização de medidas preventivas. Além das realizações de processos de educação permanente para diminuir os riscos e na melhoria da assistência, para assim resultar na redução de taxas de infecções hospitalares (16).
Um estudo realizado em seis UTI, demostrou que 60% das pneumonias adquiridas nesse meio tem relação direta com o uso de ventilação mecânica, pontuando-se assim como um fator importante a ser considerado na prestação de cuidados preventivos no âmbito da UTI (17).
Uma pesquisa que abordou da incidência de PAV em uma UTI brasileira, demostrou a que dos 190 pacientes internados, 90,5% utilizaram Ventilação Mecânica (VM), destes 23,2% tiveram PAV, sendo que destes a taxa de mortalidade global de 72,7%. Nesse mesmo estudo ele reitera a associação positiva entre a ocorrência de pneumonia e o tempo de internação maior que 15 dias o tempo de VM por mais de 10 dias, considerando-os como fatores influenciadores no desenvolvimento desta infecção respiratória (18).
Em contrapartida outro estudo aponta outros fatores de risco para o desenvolvimento da PAV, como o tempo de internação maior ou igual a cinco dias, tratamento com antibiótico anterior por mais de 90 dias, alta frequência de resistência aos antibióticos, terapia imunossupressora e múltiplos fatores de risco relacionados aos cuidados em saúde
(19).
Na Espanha um estudo de coorte prospectivo com 4427 pacientes, demostrou alguns fatores de risco para o desenvolvimento de Pneumonia adquirida no processo de hospitalização. Devido a multicausalidade dos fatores
encontrados o autor optou por separá-los em extrínsecos (ventilação mecânica, cateter urinário e sonda nasogástrica) e intrínsecos (lesão cerebral traumática e diminuição do nível de consciência), demostrando assim que muitos elementos devem ser considerados nas ações preventivas no ambiente hospitalar (20).
Além de trazer uma análise dos fatores contribuintes para a obtenção da Pneumonia relacionada a assistência em saúde, o estudo citado anteriormente, trouxe como diferencial a abordagem dos fatores protetores como a uso de BI-level Positive Airway Pressure (BPAP), Continuos Positive Airway Pressure (CPAP) e a presença de infecção antes da admissão. Entretanto o autor deixa claro que a plausibilidade da última afirmativa é questionável, visto a dificuldade em se identificar a Pneumonia associada aos cuidados prestados em paciente com sinais e sintomas de uma infecção ativa preexistente (20).
Sete hospitais participaram da vigilância nacional holandesa de pneumonia associada ao ventilador (PAV) e seus fatores de risco. Analisamos fatores de risco independentes de tempo e dependentes de tempo para PAV. Entre os principais fatores de risco independentes foram idade, DPOC e escore atual de sedação (quanto mais alto maior o risco) (21).
A utilização de bundles nas UTI vem se mostrando como uma estratégia preventiva de danos relacionadas a temática, propiciando benefícios aos pacientes (19). Sabendo disto, uma
pesquisa brasileira, realizou uma intervenção utilizando um bundle para equipe de uma UTI, contendo os principais cuidados direcionados a pacientes em uso de ventilação mecânica, sendo comprovado a redução das taxas de PAV após a adoção de medidas como: adequação de posição do filtro; cabeceira elevada; higiene oral com clorexidina e controle da pressão do cuff. Demostrando dessa forma, que a qualidade dos cuidados prestados pode interferir beneficamente na condição clínica do paciente (22).
A união de cuidados abrangestes são importantes para a evolução clinica favorável do paciente internado na UTI, um exemplo disso, é a adoção da ferramenta FAST HUG, que trata-se de um check-list contendo orientações sobre alimentação, analgesia, sedação, profilaxia tromboembólica, elevação da cabeceira, profilaxia para lesão por pressão e controle glicêmico. Um estudo realizado em Minas Gerais, demostrou que mesmo com pacientes graves a utilização desse instrumento demostrou redução significativa nas taxas de PAV, da mortalidade e custos hospitalares (23).
Para além de todos as ações aqui mencionadas, uma pesquisa realizada em quatro UTI da Itália demostrou que a introdução de um programa de capacitação da equipe sobre o processo de higienização das mãos, resultou na redução significativa de infecções respiratórias do trato superior e inferior, com diminuição de 76% e 68% respectivamente. Salientando-se assim, a importância da higienização das mãos para redução das infecções relacionadas ao cuidado em saúde, incluindo-se as relacionadas ao sistema respiratório (24).
Estudos revelaram que existe fragilidade no cuidado e exposição dos pacientes a situações de risco, visto que, o protocolo de prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica, não é totalmente atendido, sendo a higiene oral uma das intervenções que apresentaram o menor índice de concordância (25-4).
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Cabe salientar que uma boa estratégia na prevenção de infecções relacionadas ao trato respiratório é a incorporação do cirurgião-dentista nesse ambiente, adicionando as ações deste profissional a complexidade do cuidado integral ao paciente. Visto que os cuidados com a região bucal, principalmente com a utilização da solução de clorexidina 0,12%, vem se firmando como método efetivo de redução de Pneumonias nosocomiais (26).
A adoção de uma equipe multiprofissional na prestação dos cuidados vem se mostrado uma ferramenta para redução dos níveis de PAV, conforme os autores Costa, Yang e (27), as
equipes de UTI Abertas (médico não intensivista gerencia os cuidados) possuem uma maior interação entre as categorias profissionais, principalmente com a equipe de enfermagem, propiciando um ambiente de trabalho cooperativo levando consequentemente a redução dos índices de PAV.
Fatores de risco para Infecção Urinária em pacientes internados na UTI
Infecções do trato urinário relacionadas ao uso do cateter vesical de demora apresentam alta prevalência nas unidades de terapia intensiva. Uma pesquisa realizada em pacientes internados em uma UTI de um hospital universitário do norte de Minas Gerais evidenciou que a prevalência de infecção do trato urinário, principalmente aquela relacionada ao cateter vesical de demora foi de 16,6% dos 169 pacientes analisados. Os fatores de risco apresentados foram tempo de internação maior ou igual a 15 dias e uso do cateter vesical maior ou igual a 10 dias (28).
Desse modo, as infecções do trato urinário em pacientes com cateter vesical podem ser uma complicação grave da hospitalização na unidade de terapia intensiva. Um estudo prospectivo foi realizado na UTI de 20 leitos do Hospital Universitário de Wroclaw, Polônia. Os principais patógenos da Infecções do trato urinário foram Enterococcus spp. (22%), Acinetobacter baumannii (20%), Klebsiella pneumoniae (18%), Pseudomonas aeruginosa (13%) e Candida spp. (13%) (29).
Pesquisa versa sobre o controle de infecção por cateterismo vesical de demora em UTI, e mostrou que o protocolo sobre prevenção de Infecções do Trato Urinário (ITU) na instituição estudada não atendia às recomendações no que se refere às técnicas para retirada do cateter, na irrigação, na reposição do sistema de drenagem com desinfecção da conexão por quebra da técnica asséptica ou em necessidade de desconexão, e que também não estavam descritas as técnicas e recomendações para o manejo do fluxo obstruído. Portanto, na avaliação dos indicadores do estudo, a infraestrutura, o processo e os resultados, encontram-se fragilizados em sua operacionalidade (30).
Assim os principais fatores de risco são a duração do cateter vesical e o sexo feminino para o desenvolvimento de infecções do trato urinário adquirida em unidade de terapia intensiva. Dessa forma, esses fatores de risco em pacientes da UTI devem ser analisados no planejamento de medidas preventivas contra infecções do trato urinário nesse cenário
(31).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro da Unidade de Terapia Intensiva, o trato respiratório é o principal alvo de infecções, decorrente da
utilização de ventilação mecânica. Mesmo com todo cuidado e controle, a infecção ainda é muito presente, tornando um problema de saúde pública. É sabido que eliminar a IH é uma tarefa extremamente complexa, principalmente por lidarmos constantemente com materiais contaminados.
Os artigos apontaram que a IH pode ser minimizado a partir do uso de protocolos para a padronização da realização de procedimentos, claramente comprovado sua eficiência e segurança dos profissionais, dentre as medidas indicadas têm-se: lavagem correta das mãos e o uso de equipamentos de proteção individual, evitando a contaminação cruzada dentro da unidade e preserva a saúde do profissional que está realizando determinada ação. Porém, cabe a cada profissional realizar medidas profiláticas para controle de infecções. Nesse contexto ressaltamos a importância da educação e capacitação continuada dos profissionais que lidam de forma direta ou indireta com materiais contaminados, associando a teoria e prática.
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