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Estudo sobre o ingresso dos alunos em ciências contábeis a luz da teoria da autodeterminação

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIENCIAS CONTÁBEIS

LEWI MATHIAS SOARES MACEDO

ESTUDO SOBRE O INGRESSO DOS ALUNOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS A LUZ DA TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO

NATAL / RN 2019

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LEWI MATHIAS SOARES MACÊDO

ESTUDO SOBRE O INGRESSO DOS ALUNOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS A LUZ DA TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO

Monografia apresentada à Banca

Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento as exigências legais como requisito parcial a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientação: Prof. Joana Darc Medeiros Martins

Natal / RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/404 Macedo, Lewi Mathias Soares.

Estudo sobre o ingresso dos alunos em Ciências Contábeis a luz da teoria da autodeterminação / Lewi Mathias Soares Macedo. - 2019.

45f.: il.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis, Natal, RN, 2019.

Orientadora: Profa. Dra. Joana Darc Medeiros Martins.

1. Contabilidade - Monografia. 2. Motivação - Monografia. 3. Expectativa profissional - Monografia. 4. Discente - Ciências Contábeis - Monografia. I. Martins, Joana Darc Medeiros. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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LEWI MATHIAS SOARES MACÊDO

ESTUDO SOBRE O INGRESSO DOS ALUNOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS A LUZ DA TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis pelo curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

Aprovado em ___/___________/2019.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________ Prof. Dra. Joana Darc Medeiros Martins - UFRN

___________________________________________________________________ Prof. Ms. João Maria Montenegro Ribeiro – UFRN

___________________________________________________________________ Prof. Dr. José Emerson Firmino - UFRN

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Para Luciani

Que não me deixou desistir, me ajudou e me fez ver que era possível.

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AGRADECIMENTOS

Devo agradecer primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso pudesse acontecer.

A meus pais e meus irmãos que foram compreensivos e me deram todo o suporte necessário para que eu pudesse concluir esse trabalho. Especialmente a minha mãe, Luciani Macedo, que mesmo tendo passado por um procedimento cirúrgico me ajudou de todas as formas possíveis.

Allan Lopes, Alyson Moura, Pedro Porto, Clara Ruth, Danielle Torquato e Gabriel Ismael. Amigos que fiz na faculdade e que passaram por todos esses anos de curso comigo. Vocês fizeram meus dias mais leves e tranquilos durante esse processo.

Agradeço também a Mauro Terayama, João Arthur, Carol Porto, Leticia Luna, Caio Pinheiro, Ludmilla Miranda e Victoria Medeiros. Pessoas que Deus colocou em minha vida que me apoiaram e me ajudaram a concluir esse estudo.

A minha professora e orientadora Joana D’arc, que colaborou diretamente com esse trabalho.

A todos acima, muito obrigado! Vocês fizeram e fazem a diferença em todos os meus anos de curso

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo investigar quais são as motivações, expectativas e áreas de preferência dos alunos que ingressaram em 2019, no curso de graduação em Ciências Contábeis, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a luz da teoria da autodeterminação. Conhecer a motivação e as expectativas dos alunos é importante aos responsáveis, pois fornecem informações importantes para se atingirem os propósitos aos quais os cursos são destinados, assim é possível adequar os projetos pedagógicos a fim de atender melhor aos interesses dos alunos. Trata-se de um estudo de caso, quantitativo, descritivo e a tipologia adotada foi o levantamento ou survey. A amostra foi composta pelos alunos iniciantes do Curso de Ciências Contábeis da UFRN, definida por conveniência e acessibilidade. Com relação à análise e interpretação dos dados coletados foi utilizada a análise estatística descritiva e o método da Análise Estatística Implicativa (ASI), instrumentalizado pelo software C.H.I.C 6 (Classificação Hierárquica Implicativa e Coesiva). Quanto ao perfil dos estudantes, os resultados indicam maioria feminina, predominando a faixa etária de até 25 anos, oriundos de escola particular e tendo cursado o médio regular. Sobre as expectativas profissionais que motivaram os alunos na escolha do curso, as evidências demonstram que os estudantes acreditam que a profissão de contador tem possibilidades de oferecer um bom salário e demais benefícios, estabilidade financeira, realização profissional e reconhecimento do trabalho. As maiores motivações percebidas na pesquisa quanto à escolha do curso foi o desejo de realizar concursos públicos, tanto dentro como fora da área contábil, atuar como auditor, perito contábil e contador em empresas de grande porte.

Palavras-chave: Motivação. Expectativas Profissionais. Interesses. Contabilidade. Estudantes

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ABSTRACT

This study has the goal to investigate what are the motivations, expectations and areas of interest of the students that joined the accounting sciences undergraduate course of UFRN in 2019, based on the self-determination theory. Knowing the motivation and the expectation of the students it’s vital, so that important information can be provided for the course to achieve its goals, this way, it’s possible to adequate the pedagogical projects to better comply with the interests of the students. The present study it's a descriptive, quantitative study of case and the adopted typology was survey. The sample was composed by the incoming freshman of the accounting sciences course of UFRN, defined by acessibility and convenience. In relation to the analysis and interpretation of the collected data, the statistical descriptive analysis and the Statistical implicate analysis were used, instrumentalized by the C.H.I.C. 6(Cohesive, Implicate and Hierarchical classification) software. As for the profile of the students, the results indicate a female majority, predominating from the age range until 25 years old, from private schools and having attended regular high school. About the professional expectations that motivate the students to choose the course, the evidence shows that the students believe that the accountant profession gives the possibility to have a good salary and further benefits, financial stability, professional realization and recognition of work. The biggest motivations noted trough the research about the course choice was the desire to do public tenders, either inside or outside of the accounting area, to act as auditors, accounting experts or accountants in big companies.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...8 1.1 Contextualização e Problemática...8 1.2 Objetivos...9 1.2.1 Objetivo Geral...9 1.2.2 Objetivos Específicos...9 2. REFERENCIAL TEÓRICO...10 2.1 Profissão Contábil...10 2.2 Teoria da autodeterminação...12 3. METODOLOGIA...17

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...20

4.1 Perfil dos estudantes ingressantes no curso de graduação em Ciências Contábeis...20

4.1.1 Análise estatística descritiva...20

4.1.2 Árvore de Similaridades...22

4.2. Motivações de ingresso no curso, expectativas profissionais e áreas de atuação na contabilidade...23

4.2.1 Análise estatística descritiva...23

4.2.2 Grafo Implicativo...27

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...36

REFERENCIAS...38

APENDICE A...41

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização e Problemática

A curso de ciências contábeis no Brasil é um curso amplo que proporciona inúmeras oportunidades e expectativas aos ingressantes. Esse fato ocorre devido à quantidade de áreas possíveis que o graduado em contabilidade tem a chance de escolher ao término da graduação. Dentre as possibilidades podemos citar a contabilidade financeira, de custos ou gerencial, contabilidade pública, auditoria e perícia ou até mesmo seguir carreira como docente nas inúmeras instituições de ensino superior no Brasil, públicas ou privadas, que oferecem o curso de ciências contábeis em suas respectivas grades curriculares.

Com as constantes mudanças no cenário empresarial e governamental, no que diz respeito às práticas e alterações na legislação e por causa dos avanços e mudanças na realidade contemporânea, a maioria dos cargos demanda profissionais qualificados, providos de habilidades, conhecimentos específicos e que estejam preparados para enfrentar as questões que envolvem as atribuições da área em que atuam (FERREIRA; QUINTANA; CRUZ; GOMES, 2019).

Por essa razão, o aluno deve comprometer-se com um constante aprimoramento profissional e pessoal. Um dos fatores primordiais que leva o indivíduo a estar em gradativa e repetitiva evolução pessoal é a motivação (SCARPIN; ALMEIDA, 2010). Com isso, a motivação se tornou essencial no processo de aprendizagem. É extremamente importante para os alunos de todos os níveis escolares estarem bem engajados em suas vidas acadêmicas. A motivação é um processo psicológico onde interagem várias características da personalidade do indivíduo (motivos, razões, habilidades, expectativas, interesses, sonhos, perspectiva de futuro, juntamente com as características do meio em que o mesmo se envolve, ou seja, a motivação do estudante está diretamente relacionada a mudanças pessoais e no ambiente de ensino ou na cultura escolar (LENS; MATOS; VANSTEENKISTE, 2008).

A Teoria da Autodeterminação, que envolve os aspectos da motivação humana, aborda o sentido do envolvimento dos indivíduos em tarefas que lhe satisfaçam. Segundo Guimarães e Bzuneck (2008), as três necessidades psicológicas básicas que o ser humano necessita para atingir a auto-regulação e um

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desenvolvimento saudável, baseada na SDT (Self-Determination Theory), é o que o indivíduo está propenso a buscar, são a competência, a autonomia e o vínculo.

Nesse contexto, o presente estudo tem o seguinte problema de pesquisa: Qual a motivação dos alunos ingressantes do Curso de Ciências Contábeis nas universidades pública a luz da teoria da autodeterminação?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Para responder o problema de pesquisa tem-se como objetivo geral investigar a motivação dos ingressantes do curso de graduação Ciências Contábeis nas Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo como sustento a Teoria da Autodeterminação.

1.2.2 Objetivos Específicos

o Identificar as motivações que levaram os alunos a escolher o curso de Ciências Contábeis;

o Apontar as expectativas profissionais dos discentes ao concluir o curso de Ciências Contábeis;

o Verificar quais as áreas da contabilidade os discentes conhecem e pretendem atuar.

O presente estudo foi dividido em cinco seções, sendo a primeira constituída por esta introdução. Na seção seguinte, discute-se o referencial teórico destacando a teoria da autodeterminação, seus fundamentos, escalas, propostas e estudos anteriores. Na terceira seção, é apresentado o método utilizado na pesquisa. Logo após, são evidenciados os resultados apurados e, em seguida, apresenta-se a discussão e conclusão dos resultados. Na quinta e última seção, são realizadas as considerações finais.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção contém o referencial teórico sobre o tema do trabalho, cujo propósito é construir uma base para o andamento da pesquisa proposta. São elas: a profissão contábil e a teoria da autodeterminação.

2.1 Profissão Contábil

A ciência contábil chegou ao Brasil no período Colonial por causa da necessidade de haver um controle contábil. O constante desenvolvimento na época ocasionou um aumento nas despesas e nas receitas, que exigiu um melhor controle das contas públicas e receitas do Estado. Graças a isso, foi possível notar um desenvolvimento socio econômico e cultural bem mais eficaz no Brasil colônia do que se não houvesse o controle proporcionado pela Contabilidade. (REIS; SILVA, 2017).

A contabilidade se caracteriza como uma ciência humana essencial para alavancar e auxiliar na administração das empresas, entidades, estados, entre outros. Dessa forma, o contador deve produzir e gerenciar informações que sejam uteis tanto para a empresa como também para todos os usuários da contabilidade. Marion (2000) afirma que o contador, além de apurar os dados, deve ser responsável por traduzi-los.

Segundo Reis e Silva (2017), o profissional da área contábil precisa ter um conhecimento vasto e qualificado. Expõe também que é exigido ao contador ética, agilidade e manter-se atualizado constantemente para lidar com as necessidades do mercado, que é composto de muitas informações em curtos espaços de tempo.

A profissão contábil utiliza elementos de vários ramos para construção de seu esqueleto teórico. É possível associar a contabilidade a diversas áreas como a Administração, a Economia, Estatística e várias outras disciplinas interligadas a suas respectivas funções, formando um profissional capaz de exercer inúmeras funções no mercado de trabalho (LAGIOLA ET AL, 2017).

Mesmo com várias oportunidades de trabalho, a globalização e as mudanças na realidade contemporânea exigem dos profissionais um grande preparo e até mesmo experiência e prática em algumas áreas. Scarpin e Almeida (2010) acreditam que competências multidisciplinares e até mesmo os aspectos de

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empreendedorismo e gerência tem que fazer parte do know-how de quem almeja uma carreira de sucesso na área contábil.

O formando em Ciências Contábeis tem um leque enorme de possibilidades para atuar em órgãos públicos, privados e no ensino. É possível também atuar de forma independente, como autônomo ou empresário. No Quadro 1 são expostas algumas funções que podem ser exercidas pelo graduado em Ciências Contábeis:

Quadro 1: Funções e Campo de Atuação do Profissional Contábil

CAMPO DE ATUAÇÃO FUNÇÃO

EMPRESA - Contador Geral - Controller - Auditor Interno - Analista Financeiro - Cargos Administrativos - Planejador Tributário INDEPENDENTE (AUTÔNOMO) - Auditor Independente - Perito Contábil - Empresário Contábil - Consultor Contábil ENSINO - Pesquisador - Escritor - Professor ORGÃO PUBLICO - Contador Público - Fiscal de Tributos - Controlador de Arrecadação - Auditor Fiscal

Fonte: Ferreira; Quintana; Cruz; Gomes (2019)

Para exercer a função de contador, uma das diversas áreas de interesse do contador, o formado em Ciências Contábeis necessita realizar e ser aprovado no exame de suficiência, realizado pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade), obtendo assim o registro junto ao conselho de sua respectiva região.

O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução CFC n. 560/83, alterada pela Resolução CFC n. 898/01, define as atribuições do profissional contábil, relacionando aquelas que podem ser exercidas exclusivamente por contabilistas e contadores e as que podem ser realizadas por outros profissionais de

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diversas áreas. Ainda que estabeleça que o ensino da contabilidade seja uma atribuição do contador, é importante salientar que o CFC não tem competência para proibir o exercício do ensino contábil por profissionais formados em outras áreas, contanto que sejam mestres ou doutores no campo.

No seguimento empresarial sempre haverá espaço para o profissional da contabilidade pois, onde há uma empresa sempre deve haver um contador, seja na criação, no desenvolvimento, na checagem da saúde da empresa, na administração, no controle de estoque, na gestão de equipamentos e materiais e outras inúmeras funções que o contador pode exercer dentro de uma entidade privada

Panucci (2011) afirma que, diante do exposto sobre o campo de atuação contábil, pode-se afirmar que são inúmeras as possibilidades e perspectivas profissionais para os estudantes de contabilidade, mas, para isso, exige-se qualificação e capacitação mesmo após o término do curso. Destaca também que a imagem do contador esteja associada à competência e honestidade como profissional da área.

Devido a esse contexto, é possível perceber que o fim da graduação não garante o sucesso profissional do contador. É o início de uma longa caminhada pelo conhecimento, que tem como pressuposto básico a educação continuada. E para estar disposto a sempre estar aprendendo e se atualizando profissionalmente, é necessário que haja uma motivação por trás do desejo que continuar se qualificando profissionalmente, seja ela interna ou externa

2.2 Teoria da Autodeterminação

A Teoria da Autodeterminação (Self-determination Theory - STD) surgiu em 1981, idealizada por Ricard Ryan e Edward Deci, com o intuito de relacionar a psicologia ao estado de responsabilidade social, no que tange ao fato de que os indivíduos possuem certos comportamentos para deter da sua própria autonomia. Ela mostra que as motivações controladas e autônomas são ambas intencionais e contrastam a amotivação, que envolve a falta de interesse e intenção em determinados objetivos (GAGNÉ; DECI, 2005). A autodeterminação se categoriza por estabelecer o questionamento do “por que” e “para que” o indivíduo pretende alcançar determinado objetivo (WEHMEYER, 1992). Desta forma, almeja se realizar através de atitudes e de competências, sejam elas motivações intrínsecas ou

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extrínsecas – as principais responsáveis por influenciar o comportamento humano de quem somos e o que somos.

A motivação intrínseca é aquela que diz respeito às pessoas que agem de modo espontâneo, partindo do interesse interno do indivíduo ao realizar determinada atividade, a exemplo da busca pela autonomia, da independência, do crescimento interpessoal. As metas intrínsecas estão interligadas positivamente ao bem-estar interior, ao psicológico e à adaptação positiva (LENS; MATOS; VANSTEENKISTE, 2008).

Ao contrário, a motivação extrínseca engloba a recompensa que vem ao indivíduo a partir daquela conquista, como prêmios, elogios, reconhecimento de terceiros, visibilidade social – a recompensa é uma consequência extrínseca da sua atividade (DECI; RYAN, 1985). Temos assim que um indivíduo movido por recompensas externas ou sociais é um indivíduo motivado extrinsecamente.

Ainda há uma terceira vertente, que é a desmotivação, chamada também de amotivação, aquela na qual a pessoa não se sente motivada, não demonstra intenção nem engajamento em um determinado objetivo.

A teoria da autodeterminação é composta por algumas subdivisões, sendo elas: a teoria da avaliação cognitiva, da integração organísmica, das orientações de causalidade, das necessidades psicológicas básicas e dos conteúdos das metas.

A teoria da avaliação cognitiva tem como base as diferentes motivações humanas, que vão de acordo com cada necessidade individual. Essa teoria evidencia a independência na relação do fator da motivação intrínseca e extrínseca. E como os fatores ambientais e sociais afetam a motivação intrínseca dos indivíduos. Parte de uma perspectiva discordante, de que, se existe recompensação do externo a uma atitude que parte diretamente da realização pessoal do indivíduo, a motivação intrínseca é diminuída.

A integração organísmica pressupõe a internalização do ego, resultante de um processo social proativo e de um comportamento autorregulado. A teoria da integração organísmica pode ser uma ramificação da psicologia Gestalt. Propõe que o organismo age motivado por um impulso dominante, a auto realização. Para a psicologia, o principal fator para o alcance do bem-estar psicológico é a autodeterminação do indivíduo.

A teoria das orientações de casualidade é a inter-relação da autodeterminação com os regulamentos sociais. O limiar da auto realização

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depende de uma série de fatores organizacionais, causados pelos aspectos da casualidade que definem o grau do comportamento de motivação e da autodeterminação do indivíduo.

Existem três desses estilos reguladores, propostos por Ryan e Deci (2000). A primeira é orientação impessoal, causado por tendências e comportamentos não intencionais. No segundo estilo regulador proposto, ou seja, a orientação controlada, o comportamento é dirigido por controle externo; a ação é induzida para atrair benefícios ou livrar-se de consequências aversivas. Já na orientação autônoma, por sua vez, o comportamento é norteado por valores endossados por interesses pessoais e pela motivação intrínseca.

Na Teoria das Necessidades Psicológicas Básicas, Ryan (1995) propõe que para que as pessoas estejam de fato envolvidas de modo autônomo em uma atividade, três necessidades psicológicas básicas inatas devem ser satisfeitas: autonomia, competência e pertencimento ou estabelecimento de vínculos (sensação de aceitação). Isso gera uma motivação intrínseca, aumentando o estímulo proativo do indivíduo que, por sua vez, é de grande relevância para um bom desempenho e influencia aspectos cognitivos que podem melhorar o raciocínio.

Já a teoria dos conteúdos das metas foi a última teoria acrescentada à Teoria da Autodeterminação. Ela trata da diferença entre as mais variadas metas que as pessoas possuem nas diversas atividades (intrínseca ou extrínseca). Essa teoria discorre sobre como objetivos de naturezas distintas impactam de modo diferente a motivação e o bem-estar do indivíduo, já que estão relacionados com a satisfação de necessidades psicológicas diferentes (DECI; RYAN, 2000) e sobre como o ambiente pode influenciar no desempenho ou na frustração de metas. Sendo assim, a motivação extrínseca seria corrompida, e sofreria uma perda de valores, afetando sua recompensação individual (intrínseca).

Nisso, a STD busca estudar por quais motivos o indivíduo consegue se estabelecer em razão de uma autonomia para o seu bem-estar social e psicológico, proveniente de uma autodeterminação, da qual se sustenta em quatro pilares: autonomia, autorregulamentação, expressão de um empoderamento psicológico e o resultado em autorrealização.

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Quadro 2 – Quatro pilares da teoria da autodeterminação Autonomia Autorregulamentação Empoderamento

psicológico Autorrealização interesses, necessidade formas de como se atingir determinado objetivo ter motivações, controle e personalidade conjunto do que a vida se torna com base nos próprios

propósitos Fonte: Teoria da Autodeterminação (1985)

De acordo com Deci e Ryan (1985), uma das fundamentações da Teoria da Autodeterminação é o crescimento psicológico e pessoal, haja visto que as pessoas são praticantes de atividades voltadas para o crescimento, visando se autorrealizar a partir de um sentido da vida. Assim, o crescimento dos indivíduos depende também de um tripé de percepção dessas características intrínsecas, as quais fazem com que as pessoas sejam autodeterminadas: elas precisam sentir que possuem a competência de realizar tarefas e ter habilidade para fazê-las, ter conexão de se relacionar e se fazer pertencer àquilo, e ter controle do que querem (um objetivo), como querem (um comportamento) através da autonomia.

Na Teoria da Autodeterminação, essa concepção de necessidades psicológicas básicas – de autonomia, de se conectar e de sentir – consideradas inatas, visto que estas aparecem a partir do momento em que o indivíduo tem determinadas experiências e vivências pessoais, tornando-as atividades prazerosas e que há um interesse em fazê-las. Sendo assim, algo fundamental para o seu bem-estar em autorrealização.

A autonomia se relaciona com o comportamento humano quando aquilo que o indivíduo tem interesse e vontade de fazer, “dando as rédeas” ao exercício das suas próprias escolhas e decisões, permitindo que haja participação nessas atividades. Para Deci e Ryan (2006), “a necessidade de autonomia é fundamental para que se compreenda a qualidade de um comportamento”. Nesse sentido, a STD trouxe novas perspectivas acerca da forma como o indivíduo é motivado, em razão dos

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estudos visarem que o mais importante são os aspectos de qualidade que motivam são relevantes do que a quantidade de motivações que o ser humano tem na vida.

Ademais, vale ressalta que dentro dessa Teoria, os aspectos sociais, políticos e o ambiente no qual o indivíduo está inserido interferem na sua motivação. A exemplo disso, alunos recém-chegados que acabam de ingressar na universidade, podem ser motivados por professores, pela estrutura que lhes é oferecida para a prática das aulas e também pelos já então estudantes, a darem continuidade ao curso com base nos estímulos que lhes é dado.

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3. METODOLOGIA

Com o objetivo de verificar a motivação profissional dos alunos que ingressaram no curso de graduação de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ano de 2019, foi realizada um estudo de caso, com características quantitativa e descritiva. A pesquisa descritiva tem como objetivo descrever as características de uma determinada população, fenômeno ou fato para o estudo, estabelecendo relações entre variáveis.

Em relação à coleta de dados, a tipologia adotada foi o levantamento ou survey devido a busca de informações de um determinado grupo de indivíduos, os questionando diretamente sobre os dados que interessam (SILVEIRA; CORDOVA, 2009). Inspirado no estudo de Ferreira, Quintana, Cruz e Gomes (2019), o instrumento de pesquisa utilizado neste estudo foi um questionário dividido em dois blocos. O primeiro bloco contém 11 questões fechadas sobre o perfil, características e o meio social em que está envolvido o ingressante, extraída dos questionários de Nunes (2014) e Panucci Filho (2010).

O segundo bloco é composto de 36 assertivas, com as respostas obedecendo a uma escala do tipo Likert de cinco pontos, variando de discordo totalmente até concordo totalmente, a qual, de acordo com Brandalise e Bertolini (2013) requer que os participantes da pesquisa assinalem seu nível de concordância de acordo com as atitudes que estão sendo verificadas.

Das assertivas que enquadram o segundo bloco da pesquisa, 12 são a respeito do desejo profissional dos estudantes ao ingressarem no curso, sete são acerca da área de atuação que interessa e na qual o estudante pretende atuar, 10 procuram entender qual o objetivo do estudante ao se tornar um profissional da contabilidade e as últimas sete questões tratam sobre as motivações dos estudantes ao ingresso no curso de graduação em Ciências Contábeis. Essas últimas questões foram acrescentadas no presente estudo e foram baseadas na Teoria da Autodeterminação.

O questionário exposto acima foi auto administrado e aplicado no mês de outubro de 2019, nas turmas de Contabilidade Básica I e Contabilidade Básica II do turno matutino, matérias em que estão matriculados os ingressantes do curso de Ciências Contábeis do ano de 2019, tanto do primeiro como do segundo período letivo. A escolha da amostra foi por conveniência e acessibilidade (Apêndice A).

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Foram aplicados um total de 69 questionários, mas somente 63 foram utilizados na análise por estarem respondidos na íntegra. A aplicação ocorreu presencialmente, em uma amostragem por conveniência, durante o horário de aula e sob autorização dos professores.

Com relação à análise e interpretação dos dados coletados foi utilizada a análise estatística descritiva e o método da Análise Estatística Implicativa (ASI), instrumentalizado pelo software C.H.I.C 6 (Classificação Hierárquica Implicativa e Coesiva). Esse método efetua diferentes tratamentos estatísticos que permitem identificar a dinâmica dos comportamentos em dados multidimensionais, mediante o cruzamento entre sujeitos e variáveis, apontando relações de implicação, de coesão e de similaridade em uma representação estruturada (grafo implicativo, árvore das similaridades e árvore coesitivas) das variáveis obtida por meio destas regras. O CHIC permite classificar, organizar, priorizar por ordem hierárquica, descobrir padrões, invariantes, semelhanças, implicações entre comportamentos, atributos ou itens.

A ASI, desenvolvida por Régis Gras, constitui um campo teórico centrado sobre o conceito de implicação estatística, ou quase-implicação, e responde à modelização de regras indutivas não simétricas entre duas observações a e b, de modo que “se a variável ou uma combinação de variáveis a é observada na população, então, em geral, a variável b é também observada” (ALMOULOUD; COUTINHO; SILVA, 2015, p. 564). Essa probabilidade pode ser conferida por uma medida de qualidade p, denominada intensidade de implicação sem tomar em consideração o número de contribuições dos indivíduos à cada regra (GRAS, 2014).

Os dados coletados neste estudo foram submetidos a dois tipos de tratamento. Para a análise do perfil dos estudantes respondentes e representação das regras de similaridade encontradas na amostra o tratamento escolhido foi a árvore de similaridades. Essa análise produz uma classificação hierárquica de similaridades (índice máximo igual a 1) por meio do cruzamento de um conjunto de variáveis/indivíduos. Um grafo representa as relações de concomitância encontradas entre a aparição dos fenômenos e os níveis das classes que foram constituídas. Quanto maior o nível das classes, menor a relação de hierarquia. Os níveis do grafo assinalados por um traço vermelho são os níveis significativos da classificação, identificados pelo uso de um algoritmo de verossimilhança. Segundo Lima Borba,

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Brito Lima e Régnier (2015) os índices acima de 0,71 são estatisticamente mais significativos.

Para a análise das motivações de ingresso no curso, expectativas profissionais e áreas de atuação na contabilidade o tratamento escolhido foi o grafo implicativo. O grafo implicativo traduz graficamente a rede de relações quase implicativas (quase causalidade) entre as variáveis de forma que “se temos a, geralmente (possibilidade e não garantia), temos b”. Os resultados desse tratamento estatístico fornecem para a interpretação os caminhos implicativos (com índice máximo igual a 1) mais significativos entre as variáveis, ou seja, as interrelações, identificadas quanto à intensidade da implicação por um nível de confiança.

O processo de análise estatística implicativa foi iniciado com a preparação de uma tabela de dados. As respostas dos questionários foram lançadas em uma planilha Excel construindo uma matriz de presença/ausência das variáveis com respeito a cada sujeito e importadas para o CHIC no formato CSV. Diante do fato que não se possa afirmar que exista uma gradação precisa entre o discordo totalmente, discordo, concordo e concordo totalmente da escala likert, essas respostas não puderam ser transformadas em variáveis modais, sendo agrupadas em concordância, discordância e indiferença. Parte da planilha pode ser visualizada no Apêndice B.

Os índices de implicação foram calculados com o método clássico, utilizando a lei de Poisson, critérios de escolha do pesquisador para dados não representativos e não volumosos, conforme orientado por Menezes e Santos (2015). Para evitar dados supérfluos, utilizamos para a árvore de similarides o critério de confiança de originalidade ≥ 0,75 e para o grafo implicativo ≥ 0,80, selecionando na barra de parâmetros índices de implicações ≥ 97 %.

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4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados deste estudo serão apresentados e discutidos em duas seções. Na primeira seção apresentamos a estatística descritiva dos respondentes seguida da análise do perfil dos estudantes evidenciada pela árvore de similaridades. Na segunda seção, apresentamos a estatística descritiva das motivações de ingresso no curso, expectativas profissionais e áreas de atuação na contabilidade, seguidas das regras de quase-implicação entre essas variáveis evidenciadas pelo grafo implicativo.

4.1. Perfil dos estudantes ingressantes no curso de graduação em Ciências Contábeis

4.1.1 Análise estatística descritiva

Segundo a análise descritiva das respostas do bloco com as questões sócio demográficas sobre o perfil dos ingressantes, participaram deste estudo 63 alunos do curso de graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, do turno matutino, sendo 43% do sexo masculino (n = 27) e 57% do feminino (n = 36), predominando a faixa etária de até 25 anos (92%). Os estudantes declararam ser oriundos de escola particular (41%), pública (29%) ou frequentado ambas (30%), tendo 46% se submetido a algum curso preparatório para o ENEM. A maioria (65%) cursou o ensino médio regular e somente 35% frequentaram cursos técnicos. O ensino médio foi concluído no ano de 2018 por 52%, estando o período de conclusão compreendido entre os anos de 2001 e 2017 em segundo lugar com 44%. Dos estudantes que trabalham (36%), somente 8% atuam na área contábil.

A respeito da renda familiar, mais de 40% dos ingressantes se enquadram na faixa de renda de 1,5 a 3 salários mínimos, seguindo-se a faixa de 4 a 5 salários mínimos com 21%. Conforme o Gráfico 1, a menor parte dos alunos se encontram na faixa de maior renda. Podemos observar com isso que a população estudada, em sua maioria, é de média a baixa renda.

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Gráfico 1: Renda Familiar

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Questionados acerca da escolaridade de seus pais, para 3% dos estudantes a escolaridade do pai era desconhecida, mas todos conseguiram responder sobre a escolaridade da mãe. A maioria dos pais (34%) possuem o ensino médio completo, seguidos dos que possuem o ensino superior completo (26%). Esses resultados são apresentados no Gráfico 2.

Gráfico 2: Perfil Educacional Familiar

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% Até 1,5 salário mínimo De 1,5 a 3 salários mínimos De 4 a 5 salários mínimos De 6 a 10 salários mínimos Acima de 10 salários mínimos

Renda Familiar

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Fonte: Dados da pesquisa (2019) 4.1.2 Árvore de Similaridades

A árvore de similaridades evidencia relações de similaridade entre duas classes de variáveis segundo o princípio de comparação entre a observação e o que seria dado pelo acaso, fornecendo um índice de qualidade dessa relação.

A árvore de similaridades permite ver que os dados foram agrupados em um só bloco, que se distinguem da esquerda para a direita compondo duas classes de variáveis que estão relacionadas entre si, A e B, conforme demarcado na Figura 1. Na classe A se situa os estudantes do sexo masculino (v1M) e na classe B os estudantes do sexo feminino (v1F). Para a descrição das regras de similaridade encontradas, restringimo-nos aos nós estatisticamente significativos (destacados em vermelho) com valor acima de 0,75.

Na classe A, no nível 24, surge uma relação de similaridade de 0,86 entre estudantes que concluíram o ensino médio no ano de 2018, não frequentaram curso preparatório para o ENEM e não cursaram outro curso superior. Ao nível 27 se evidencia um nó significativo mostrando que há similaridade (de 0,76) entre os estudantes do sexo masculino (v1M) que declararam ter frequentado cursos técnicos (V4c), cujo pai tinha o nível de escolaridade médio completo (v10e).

Na classe B, ao nível 1, está representada uma relação (similaridade 1) entre alunos pertencentes a faixa etária entre 36 e 45 anos (v2c), cujo pai não possui escolaridade (v10a). Essas mesmas variáveis ainda apresentam um nó significativo ao nível 6, com similaridade de 0,99 indicando que, os que concluíram o ensino

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

Perfil Educacional Familiar

(25)

médio até o ano de 2000 (v5a), que não sabem informar a escolaridade paterna (v10h) e cuja escolaridade da mãe se situa no fundamental incompleto (v11b) contribuíram mais para a formação dessa subclasse.

No nível 9, é encontrada uma relação com similaridade de 0,99 entre os alunos pertencentes a faixa etária entre 26 e 35 anos (v2b) que já concluíram outro curso superior (v6b) com o fato de suas mães possuírem apenas o fundamental completo (v11c). Já no nível 13, é possível perceber uma similaridade de 0,97 entre os alunos que estudaram apenas em escola particular (v3b), pertencem a faixa de renda familiar acima de 10 salários mínimos (v9e), possuem a mãe com ensino superior completo (v11g) e o pai com superior incompleto (v10f).

(26)
(27)

Ainda na classe B, no nível 15, é possível associar com similaridade de 0,96 os alunos que estudaram apenas em escola pública (v3a), se encaixam na faixa de renda familiar de até 1,5 salário mínimo (v9a), possuem o pai com o fundamental incompleto (v10b), concluíram o ensino médio entre 2001 e 2017 (v5b), tendo anteriormente começado a cursar outra graduação, mas não concluindo (v6b).

Por último, ainda na mesma classe e no nível 21, está representada uma relação de similaridade de 0,90 com os alunos que estudaram em escola particular (v3b), possuem renda familiar acima de 10 salários mínimos, (v9e) cuja mãe possui o ensino superior completo (v11g) e o pai ensino superior incompleto (v10f), tendo frequentado o ensino médio regular (v4a).

4.2. Motivações de ingresso no curso, expectativas profissionais e áreas de atuação na contabilidade.

4.2.1 Análise estatística descritiva

A respeito das 36 assertivas do segundo bloco, onde se buscou identificar as expectativas, as motivações, as áreas de interesse e as recompensas profissionais esperadas pelos alunos do curso de graduação de Ciências Contábeis, os resultados obtidos nos questionários são apresentados a seguir.

Em relação as expectativas profissionais, foram indicadas algumas possibilidades de atuação, no qual os alunos responderam obedecendo a uma escala do tipo Likert de cinco pontos, variando de discordo totalmente a concordo totalmente, conforme a Tabela 1. A partir da tabela, é possível perceber um grande interesse em ingressar na carreira pública, semelhante ao encontrado por Panucci (2011). Segundo a pesquisa, 92% dos alunos cogitam realizar concurso na área contábil e 50% em qualquer área. Estes dados estão em conformidade com o estudo feito por Ferreira, Quintana, Cruz e Gomes (2019) onde 93% dos alunos pensam em prestar algum concurso na área contábil e 62% em qualquer área.

É perceptível também uma preferência da maioria dos estudantes em atuar como consultor contábil (74%), perito contábil (80%) e auditor interno ou externo (84%). Sobre exercer a função de contador em empresas privadas, 54% dos pesquisados tem interesse em atuar em empresas de pequeno a médio porte e 70% pretendem atuar em empresas de grande porte.

(28)

Tabela 1 – Expectativas Profissionais

Discordo

Totalmente Discordo Indiferente Concordo

Concordo Totalmente

Concurso na área contábil 2% 0% 6% 35% 57%

Concurso em qualquer área 10% 21% 21% 40% 10% Montar um escritório de

contabilidade 8% 13% 27% 41% 11%

Atuar no ensino, como professor ou pesquisador da área contábil

16% 29% 24% 27% 5%

Conduzir os negócios da

família 24% 22% 22% 22% 10%

Atuar como consultor

contábil 5% 6% 16% 57% 16%

Atuar como perito contábil 0% 6% 14% 59% 21%

Atuar como controller 2% 10% 32% 44% 13%

Atuar como auditor

interno/externo 0% 0% 16% 52% 32% Contador em empresa privada de pequeno/médio porte 8% 17% 21% 43% 11% Contador em empresa

privada de grande porte 3% 8% 19% 48% 22%

Ainda não sei o que fazer

quando concluir o curso 25% 22% 19% 13% 21%

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Quanto as discordâncias, os maiores índices foram encontrados quando os alunos foram questionados sobre atuar como professor (45%) e conduzir os negócios da família (46%). Sobre os que ainda não sabem o que fazer ao concluir o curso, a pesquisa mostra que, apesar do pouco tempo de curso, a maioria (47%) já sabe o que fazer ao finalizar a graduação.

Com relação as áreas em que os estudantes pretendem atuar, foram listadas sete e por meio da pesquisa foi possível identificar as áreas de maior e menor interesse, conforme a Tabela 2.

Os resultados apontam uma maior preferência pelas áreas de Auditoria e Financeira, ambas com a porcentagem de 84%. Entre as áreas de menor interesse, é possível destacar a contabilidade de Agronegócios, que foi escolhida em discordância por 49% dos pesquisados. Esses dados também estão coerentes com o estudo realizado por Ferreira, Quintana, Cruz e Gomes (2019) onde a maioria preferiu a área Financeira (61%) e a Auditoria (60%) e rejeitou a contabilidade de Agronegócios (44%).

(29)

Tabela 2 – Áreas de atuação

Discordo

Totalmente Discordo Indiferente Concordo

Concordo Totalmente Fiscal/Tributária 0% 2% 25% 51% 22% Contabilidade de Agronegócios 19% 30% 29% 19% 3% Trabalhista 2% 13% 37% 38% 11% Controladoria 0% 3% 35% 48% 14% Auditoria 0% 0% 16% 49% 35% Contabilidade Geral 2% 3% 17% 63% 14% Financeira 0% 0% 16% 49% 35%

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

No que se diz respeito as recompensas profissionais esperadas pelos estudantes, temos os seguintes resultados, conforme a Tabela 3.

Tabela 3 – Recompensas Profissionais

Discordo

Totalmente Discordo Indiferente Concordo

Concordo Totalmente Reconhecimento do trabalho 2% 0% 5% 40% 54% Bom salário e demais benefícios 0% 0% 0% 24% 76% Participação nos lucros 2% 0% 14% 40% 44% Estabilidade no emprego 0% 5% 5% 29% 62% Prêmios por produtividade 2% 0% 37% 29% 33% Crescimento profissional 0% 0% 5% 22% 73% Realização e crescimento pessoal 0% 0% 5% 25% 70% Status e prestígio 2% 5% 37% 24% 33% Trabalho em equipe 3% 5% 16% 43% 33% Auxílio educação 5% 10% 37% 27% 22%

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

É possível verificar que a totalidade dos alunos (100%) da pesquisa esperam receber um bom salário e demais benefícios, 95% gostariam de ter realização e

(30)

crescimento pessoal e 94% dos alunos esperam ser reconhecidos no trabalho. Dados que também entram em conformidade com o estudo feito por Ferreira, Quintana, Cruz e Gomes (2019).

Percebemos também um pequeno número de discordância, no geral. O que teve maior rejeição foi o auxílio educação, com 15%. Quanto a status e prestígio e prêmios por produtividade, 37% dos alunos são indiferentes. Isso mostra um maior interesse dos que participaram do estudo com tipos de motivações e realizações intrínsecas, mas não descartando as extrínsecas, que também aparecem em grande número no resultado.

Por último, na questão de o que motivou os alunos a escolher o curso de Ciências Contábeis, encontramos os seguintes dados expostos na Tabela 4.

Tabela 4 – Motivações

Discordo

Totalmente Discordo Indiferente Concordo

Concordo Totalmente Familiar 6% 13% 35% 30% 16% Estabilidade financeira 2% 02% 13% 42% 41% Realização profissional 0% 02% 14% 49% 35% Concursos 3% 06% 17% 33% 40% Empreender 3% 13% 33% 25% 25% Ingressar numa faculdade 6% 11% 25% 38% 19% Enriquecer 5% 11% 32% 32% 21%

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

O que mais motivou os alunos a ingressar no curso foi a procura por se realizar profissionalmente (84%), estabilidade financeira (83%) e o desejo de seguir na carreira pública, por meio de concursos (73%).

Dos que tiveram indiferenças e discordâncias, podemos destacar a motivação familiar, onde 35% foram indiferentes e 19% discordaram dessa questão, que entra em concordância com o dado da primeira tabela, na qual 46% dos alunos discordaram ter a expectativa de conduzir os negócios da família ao término do curso. Podemos perceber nessa tabela a importância das motivações extrínsecas e intrínsecas para os alunos ingressarem no curso. Todas as motivações acima,

(31)

mesmo que algumas se sobressaiam, demonstraram serem essenciais para a escolha de ingressar em no curso de Ciências Contábeis.

4.2.2 Grafo Implicativo

As relações de quase-implicação foram organizadas em forma de um grafo. O resultado revelou a existência de várias redes e caminhos de quase-implicação, expressos por um conjunto de regras de agrupamento entre as variáveis, modelados estatisticamente por um critério probabilístico, conforme a Figura 2. O nível de qualidade desse agrupamento é expresso por um índice, no qual o grau máximo de implicação é igual a 1. Foi selecionado para o nível de confiança de 0,97 as flechas de cor vermelha (intensidade muito alta) e para o nível de confiança de 0,95 as flechas azuis (intensidade forte). Para reduzir o número de caminhos e facilitar a interpretação, restringimos para a confecção do grafo os caminhos implicativos com intensidade de 0,97 representados por flechas de cor vermelha na Figura 3.

Figura 2 – Grafo implicativo, Teoria clássica, lei de Poisson (Tentativa 1)

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

14bC 14fC 14gC 14aC 12aC 14dC 14cC 12iC 13gC 15bC 15cC 13eC 12gC 13fC 14iC 12fC 13aC 15dC 12kC 14eC 13dC 12hC 14hC 12jC 15gC 12cC 15eC 12bC 13cC 14jC 12lD 15aC 12dD 14eI 15aI 13dI 12eC 12lC 15eI 12hI 12dC 12cI 13aI 13bC 13gI 14cI 12gI

(32)

Figura 3 - Grafo implicativo, Teoria clássica, lei de Poisson, nível de confiança de 0,97

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Na Figura 3, o grafo foi constituído por 40 variáveis que estabeleceram uma rede com 47 caminhos quase-implicativos que revelam tendências de escolhas que que acreditam com as maiores possibilidades de alcance do objetivo profissional de bom salário e demais benefícios (v14bC), todos a um nível de confiança de 0,97.

Como pode ser visto na Tabela 5, alguns desejos profissionais (v12) ao término do curso participaram dessas relações dando partida a 25 caminhos quase-implicativos. Somente o C14, a parte dessa rede, aponta o sentimento de indiferença

14bC 14fC 14gC 14aC 12aC 14dC 14cC 12iC 13gC 15bC 15cC 13eC 12gC 13fC 14iC 12fC 13aC 15dC 12kC 14eC 13dC 12hC 14hC 12jC 15gC 12cC 15eC 12bC 13cC 14jC 12lD 15aC 12dD 14eI 15aI 13dI 12hI 12dC 12cI 13bC 14cI

(33)

profissional de atuar como controller (v12hI) associado à indiferença de atuar na área de controladoria (v13dI).

Os caminhos C1 a C8 revelam que relações de implicação podem ser estabelecidas entre o desejo profissional de fazer concurso em qualquer área (v12bC) e a indiferença em montar um escritório de contabilidade (v12cI), como antecedentes da motivação de fazer concurso (v15dC) e os objetivos profissionais de estabilidade no emprego (v14dC), crescimento profissional (v14fC), realização e crescimento pessoal (v14gC), reconhecimento no trabalho (v14aC) e desejo profissional de concurso na área contábil (v12aC). Nos caminhos C9 a C11, o desejo profissional de atuar no ensino, como professor ou pesquisador na área contábil (v12dC), vincula-se à atuação na área fiscal ou tributária (v13aC) e/ou auditoria (v13eC), precedendo o desejo profissional de atuar como auditor (v12iC) e os objetivos profissionais de realização e crescimento profissional (v14gC). Destaca-se que todos esses caminhos são percebidos como possibilidades/tendências que convergem à consecução do objetivo de obter um bom salário e demais benefícios (v14bC) a um nível de confiança de 0,97.

No entanto, o C12 revela que, os que discordam em atuar no ensino, como professor ou pesquisador na área contábil, ainda objetivam o reconhecimento no trabalho (v14aC), bom salário e demais benefícios (v14bC), desconsiderando essa possibilidade de carreira. Da mesma forma, o C13 mostra que a procura por crescimento no trabalho (v14fC), bom salário e demais benefícios (v14bC), pode estar dissociada da carreira de auditor (v12iD).

Os caminhos C15, C16 e C17 indicam que, os que desejam atuar como controller (v12hC) pretendem atuar nas áreas da contabilidade geral (v13fC), controladoria (v13dC) e financeira (v13gC), sendo no C17 uma expectativa também possível atuar como auditor (v12iC). Do C18 ao C20, desejos profissionais de atuar como controller (v12hC), consultor contábil (v12fC), perito contábil (v12gC) ou ainda fazer concurso na área contábil (V12aC), estão associados aos objetivos profissionais de ter estabilidade no emprego (v14dC), realização e crescimento pessoal (v14gC), reconhecimento no trabalho (v14aC). Todos esses caminhos são percebidos como possibilidades/tendências que convergem à consecução do objetivo de obter um bom salário e demais benefícios (v14bC) a um nível de confiança de 0,97.

(34)

No C21 e C22, a expectativa de ser contador em empresas privadas de pequeno, médio (v12jC) ou grande porte (v12kC), e os objetivos profissionais de participação nos lucros (v14cC), reconhecimento no trabalho (v14aC),crescimento profissional (v14fC), um bom salário e demais benefícios (v14bC), surgem como não relacionadas às motivações familiares (v15aI), a um nível de confiança de 0,97.

Os caminhos C23 ao C25 apontam que os desejos profissionais de ser contador em empresas privadas de pequeno, médio (v12jC) ou grande porte (v12kC), atuar como consultor (v12fC) ou perito contábil (v12gC), ou fazer concurso na área contábil (v12aC) estão associados aos objetivos profissionais de ter estabilidade no emprego (v14dC), reconhecimento no trabalho (v14aC), convergindo, por fim, ao alcance de um bom salário e demais benefícios (v14bC)a um nível de confiança de 0,97.

Tabela 5 – Caminhos implicativos iniciados pelos desejos profissionais C01: 12bC → 15dC → 14dC → 14aC → 14bC C02: 12bC → 15dC → 14dC → 12aC → 14bC C03: 12bC → 15dC → 14fC → 14bC C04: 12bC → 15dC → 14gC → 14bC C05: 12cI → 15dC → 14dC → 14aC → 14bC C06: 12cI → 15dC → 14dC → 12aC → 14bC C07: 12cI → 15dC → 14fC → 14bC C08: 12cI → 15dC → 14gC → 14bC C09: 12dC → 13aC → 12iC → 14bC C10: 12dC → 13aC → 13eC → 14gC → 14bC C11: 12dC → 13aC → 14gC → 14bC C12: 12dD → 14aC → 14bC C13: 12iD → 14fC → 14bC C14: 12hI → 13dI C15: 12hC → 13fC → 13gC →14bC C16: 12hC →13dC → 13gC → 14bC C17: 12hC → 13dC → 12iC → 14bC C18: 12hC → 12fC → 12gC → 14dC →14aC→14bC C19: 12hC → 12fC → 12gC → 14dC → 12aC → 14bC C20: 12hC → 12fC → 12gC → 14gC → 14bC

(35)

C21: 12jC → 12kC ←15aI → 14cC → 14aC → 14bC C22: 12jC → 12kC ←15aI → 14cC → 14fC → 14bC

C23: 12jC → 12kC → 12fC → 12gC → 14dC → 14aC → 14bC C24: 12jC → 12kC → 12fC → 12gC → 14dC → 12aC → 14bC C25: 12jC → 12kC → 12fC → 12gC → 14gC → 14bC

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Na Tabela 6 se situam os caminhos C26 ao C29 relacionados ao interesse nas diferentes áreas de atuação da contablidade. O caminho C26 situa o interesse por atuar na contabilidade de agronegócios (v13bC) como um precedente do desejo de montar um escritório de contabilidade (v12cC), seguindo para interesses nas áreas de contabilidade geral (v13fC) e financeira (v13gC). No C27o interesse em contabilidade de agronegócios (v13bC) e o desejo de montar um escritório de contabilidade (v12cC), antecedem a motivação por realização profissional (v15cC). O C28 e C29 o desejo de atuar na área trabalhista (v13bC) é percebido como um caminho para alcançar os objetivos profissionais de realização, crescimento pessoal (v14gC) e profissional (v14fC). Por fim, é possível destacar que esses quatro caminhos são percebidos como convergentes ao alcance do objetivo profissional de um bom salário e demais benefícios (v14bC) a um nível de confiança de 0,97.

Tabela 6 – Caminhos implicativos iniciados pelas áreas de atuação C26: 13bC → 12cC → 13fC → 13gC → 14bC

C27: 13bC → 12cC → 15cC → 14bC C28: 13cC → 14fC → 14bC

C29: 13cC → 14gC → 14bC Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Na Tabela 7, a um nível de 0,97 de confiança, se situam os caminhos implicativos 30 ao 39 tratando acerca dos objetivos que os alunos desejam alcançar como profissional. O C30 indica que quem é indiferente a participação nos lucros (v14cI) tende a ser indiferente em ter prêmios por produtividade (v14eI). Logo a seguir, no C31 é possível perceber que os que tem como objetivo obter prêmios por

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produtividade (v14eC) tendem a atuar como auditor (v12iC), como antecedentes de um bom salário e demais benefícios (v14bC).

O C32 e C33 também partem do objetivo de obter prêmios por produtividade (v14eC), seguidos de participação nos lucros (v14cC), reconhecimento no trabalho (v14aC) e crescimento profissional (v14fC), convergindo à procura por um bom salário e demais benefícios (v14bC). O C34 ainda parte do objetivo de obter prêmios por produtividade (v14eC) mas antecede o desejo de atuar na auditoria (v13eC) e o crescimento profissional (v14fC) que convergem para um bom salário e demais benefícios (v14bC).

O C35 se inicia do objetivo de se obter status e prestígio (v14hC) que precede o objetivo de reconhecimento no trabalho (v14aC) e um bom salário e demais benefícios (v14bC). O C36 e C37 partem do desejo de obter status e prestígio (v14hC) como antecedentes dos objetivos de trabalhar em equipe (v14iC), crescimento profissional (v14fC) e a realização e crescimento profissional (v14gC) convergindo todos para um bom salário e demais benefícios (v14bC).

Os últimos dois caminhos (C38 e C39) iniciam do objetivo de obter auxílio educação (v14jC) tendem a buscar trabalho em equipe (v14iC), crescimento profissional (v14fC) e realização e crescimento pessoal (v14gC) convergem todos para o desejo de bom salário e demais benefícios (v14bC).

Tabela 7 – Caminhos implicativos iniciados pelos objetivos profissionais C30: 14cI → 14eI C31: 14eC → 12iC → 14bC C32: 14eC → 14cC → 14aC → 14bC C33: 14eC → 14cC → 14fC → 14bC C34: 14eC → 13eC → 14fC → 14bC C35: 14hC → 14aC → 14bC C36: 14hC → 14iC → 14fC → 14bC C37: 14hC → 14iC → 14gC → 14bC C38: 14jC → 14iC → 14fC → 14bC C39: 14jC → 14iC → 14gC → 14bC Fonte: Dados da pesquisa (2019)

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Na última tabela, encontramos os últimos sete caminhos implicativos que se iniciam pelas motivações de ingresso no curso, todos a um nível de 0,97 de confiança. No C40 e C41, se destaca a motivação familiar (v15aC) e a intenção de fazer concurso em qualquer área (v12aC), associados ao objetivo de obter estabilidade no emprego (v14dC), reconhecimento do trabalho (v14aC), bom salário e demais benefícios (v14bC).

No C42, é exposto que os que foram motivados pelo desejo de empreender (v15eC) e realizar-se profissionalmente (v15cC), acreditam com isso obter um bom salário e demais benefícios (v14bC). O C43 e C44 também situam a motivação de empreender (v15eC), associada ao desejo de ter participação nos lucros (v14cC), reconhecimento no trabalho (v14aC) e crescimento profissional (v14fC), obtendo bom salário e demais benefícios (v14bC).

Por último, os caminhos do 45 ao 47 se iniciam com a motivação de enriquecer (v15gC), associadas ao desejo de atuar como consultor (v12fC), perito contábil (v12gC) e o de fazer concurso na área contábil (v12aC), junto com o desejo de ter estabilidade no emprego (v14dC), realização e crescimento pessoal (v14gC), reconhecimento no trabalho (v14aC, e por fim, um bom salário e demais benefícios (v14bC).

Tabela 8 – Caminhos implicativos iniciados pelas motivações de ingresso no curso C40: 15aC → 14dC → 14aC → 14bC C41: 15aC → 14dC → 12aC → 14bC C42: 15eC → 15cC → 14bC C43: 15eC → 14cC → 14aC → 14bC C44: 15eC → 14cC → 14fC → 14bC C45: 15gC → 12fC → 12gC → 14dC → 14aC → 14bC C46: 15gC → 12fC → 12gC → 14dC → 12aC → 14bC C47: 15gC → 12fC → 12gC → 14gC → 14bC

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Para Garrido (1990 apud SIQUEIRA, 2006), a motivação é um processo psicológico, uma força que tem origem no interior do indivíduo e que o empurra, o impulsiona a uma ação. Em decorrência disso, nessa pesquisa conseguimos

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identificar quais as motivações impulsionaram a escolha do curso de Ciências Contábeis pelos alunos do curso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

De acordo com a pesquisa, é possível perceber que o que mais motivou os alunos a ingressar no curso foi a procura por estabilidade financeira, realização profissional, reconhecimento do trabalho e a mais importante, a procura por um bom salário e os demais benefícios.

Esse fato pode ser originado da grande crise de desemprego que assola o país nos dias de hoje. Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirma que a taxa de desemprego do país, no segundo trimestre de 2019 foi em média, de 12%. Isso corresponde a um total de 12,8 milhões de brasileiros. Por causa disso, as pessoas cada vez mais procuram algo que possa oferecer uma certa estabilidade para que sejam evitados futuros riscos.

Em razão da procura por estabilidade financeira e profissional, uma das maiores motivações percebidas na pesquisa pela escolha do curso também foi o desejo de realizar concursos públicos (73%), tanto dentro como fora da área contábil. Ser aprovado em concursos é, para a maioria dos brasileiros, uma garantia de estabilidade.

Quanto às expectativas profissionais que os alunos possuem diante da conclusão do curso, além de seguir carreira pública através dos concursos, as que mais se destacaram na pesquisa foram o desejo de atuar como auditor, perito contábil e como consultor contábil, ambas profissões muito valorizadas nos dias de hoje. Também demonstraram o desejo de atuar como contador em empresas de grande porte, principalmente.

Sobre os maiores níveis de rejeição, a maioria dos pesquisados não se veem conduzindo os negócios da família e nem seguindo carreira na área de ensino, como professor. Como noticiou o Jornal Globo, uma pesquisa feita em 2018 pelo Movimento Todos Pela Educação indica que 49% dos professores não recomendam sua carreira a um jovem. Os principais motivos que justificam essa decisão são a falta de reconhecimento e os baixos salários, justamente o contrário do que procuram os alunos hoje em dia.

Em relação as áreas de atuação em que os alunos pretendem atuar ou se especializar, as áreas mais desejadas foram a da auditoria, financeira, fiscal e da contabilidade geral. Esse fato também pode ser associado a escolha unanime dos

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alunos pela procura por um bom salário e demais benefícios, pois essas áreas são geralmente mais bem remuneradas.

Em relação as áreas que os alunos não têm interesse, a que mais se destaca é a contabilidade de agronegócios. Esse fato pode estar ligado a falta de perspectiva da agricultura no Nordeste, devido as grandes secas. Segundo dados da ANA (Agência Nacional das Águas), o Nordeste fechou em 2017, seu sétimo ano seguido de estiagem, com um terço de seu território (33,6%) no grau mais elevado de seca. Segundo Bastos (2011), a contabilidade rural é uma lacuna na formação dos profissionais, tendo conhecimento bem limitados nessa área.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estudo, pretendeu-se investigar a motivação dos ingressantes do curso de graduação Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. De acordo com Oliveira, Theóphilo, Batista e Soares (2008), buscar conhecer a motivação dos estudantes universitários é uma importante medida de efetividade pois os resultados dessas pesquisas fornecem informações importantes aos responsáveis e interessados em se atingirem os propósitos a que os cursos são destinados. Para alcançar esse objetivo buscou-se: traçar o perfil dos estudantes, identificar o que motivou os alunos na escolha do curso, quais as suas expectativas e quais áreas de atuação o aluno de maior ou menor interesse em atuar.

O estudo foi descritivo, do tipo survey e com abordagem quantitativa, na qual teve como amostra 69 ingressantes do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte do ano de 2019. Foram analisados dados coletados no mês de novembro de 2019 através de um questionário contendo 48 questões fechadas, sendo 12 questões de múltipla escolha e 36 assertivas com respostas obedecendo a uma escala do tipo Likert de cinco pontos. Com relação à análise e interpretação dos dados coletados foi utilizada a análise estatística descritiva e o método da Análise Estatística Implicativa (ASI), instrumentalizado pelo software C.H.I.C 6 (Classificação Hierárquica Implicativa e Coesiva).

Quanto ao perfil dos estudantes, os dados indicam maioria feminina, predominando a faixa etária de até 25 anos. Além disso, a maioria dos estudantes declararam ser oriundos de escola particular, terem cursado o médio regular. Ferreira, Quintana, Cruz e Gomes (2019) também encontrou maioria feminina e discorreu sobre o crescimento do número de mulheres no curso de Ciências Contábeis, mas em sua pesquisa a maioria era oriunda do ensino publico

No entanto, é importante considerar que nesta pesquisa a amostra se restringiu ao turno matutino, não podendo esse dado ser generalizado ao curso

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como um todo. Novos estudos com amostras mais amplas poderiam esclarecer se há predominância de um sexo.

Sobre as recompensas profissionais que motivaram os alunos na escolha do curso, as evidências demonstram que os estudantes acreditam que a profissão de contador tem possibilidades de oferecer um bom salário e demais benefícios. Além disso é possível perceber alguns dos outros fatores que motivaram os alunos a ingressar no curso. Podemos citar a procura por estabilidade financeira, realização profissional e reconhecimento do trabalho. É possível constatar também que os estudantes têm expectativas confiantes quanto ao rumo profissional a ser tomado depois de formado.

Uma das maiores motivações percebidas na pesquisa quanto à escolha do curso foi o desejo de realizar concursos públicos, tanto dentro como fora da área contábil. Panucci Filho (2011) encontrou dados semelhantes em seu estudo com alunos de períodos mais avançados. Outras áreas que motivaram os alunos na escolha do curso foram a auditoria, perícia contábil, a consultoria contábil e a função de contador em empresas de grande porte, principalmente. As áreas que menos despertaram o interesse dos estudantes foram a contabilidade de agronegócios e a trabalhista. A maioria desses dados podem ser percebidos no estudo realizado por Ferreira, Quintana, Cruz e Gomes (2019).

Como limitação para o seguinte estudo, é possível citar a pesquisa apenas com os alunos do turno matutino que estavam presentes no momento da aplicação do questionário, tornando o resultado da amostra limitado. Outras limitações que podemos citar é o fato de o estudo ter sido feito apenas em uma instituição de ensino superior público, o que impede a possibilidade generalização das conclusões. Para pesquisas futuras, é aconselhável a realização de um estudo igual ou similar com os estudantes dos demais cursos da instituição como também realizar a mesma pesquisa com os alunos do ano concluinte, para que possa ser possível comparar e verificar as diferenças dos resultados encontrados. Outra sugestão é dar continuidade a esta pesquisa, utilizando outra amostra com estudantes de alguma instituição de ensino superior privada, realizando assim uma comparação entre os dois sistemas de ensino.

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REFERÊNCIAS

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BASTOS, Rafael Rabelo. Contabilidade do agronegócio: um estudo exploratório sobre os conhecimentos dos contabilistas do município de Quixadá na região do sertão central do estado do Ceará. Revista Razão Contábil & Finanças, v. 2, n. 2, 2012.

BORBA, V. M. L; LIMA, A. P. A. B.; RÉGNIER, J-C. A questão da permanência e desistência dos estudantes de licenciatura em ciências e matemática no brasil. Estudo exploratorio no CFP/UFCG abordado pelo quadro da Análise Estatística Implicativa. In: VIII COLLOQUE INTERNATIONAL, VIII INTERNATIONAL CONFERENCE A.S.I. ANALYSE STATISTIQUE IMPLICATIVE, 2015,

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BRANDALISE, Loreni Teresinha; BERTOLINI, Geysler Rogis Flor. Instrumentos de medição de percepção e comportamento–uma revisão. Revista de Ciências Empresariais da UNIPAR-RECEU, v. 14, n. 1, 2013.

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FERREIRA, Paula. Pesquisa mostra que 49% dos professores não recomendam a profissão. O Globo, São Paulo, jun. 2018. Disponível em

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supervisionado na formação do bacharel em Ciências Contábeis. Contabilidade Vista & Revista, v. 13, n. 1, p. 93-104, 2002.

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