CENTRO
SÓCIO
ECONÔMICO
DEPARTAMENTO
DE
CIENCIAS
DA
ADMINISTRACAO
COORDENADORIA
DE
ESTÁGIOS
QUALIDADE DE
VIDA
NO
TRABALHO:
Estudo
de
casode
uma
Agência
do
Banco
Real.Irã Alexandre Grein
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
DA ADMINISTRAÇÃO
COORDENADORIA
DE
ESTÁGIOS
QUALIDADE DE
VIDA
NO
TRABALHO:
Estudo
de
casode
uma
Agência
do Banco
Real.Acadêmico:
Irã Alexandre Grein.
Orientador:
Professor
Gerson
RizzattiÁrea
de concentraçao: RecursosHumanos
Florianópolis,
dezembro
de 2000.Banca
Examinadora
que atribuiu nota ... .. ao aluno Ira Alexandre Grein naDisciplina de Estágio Supervisionado Obrigatório
-
CAD
5401.Banda
Examinadora:Prof.
Gerson
RizzattiPresidente
Prof.
Dante Marciano
GirardiMembro
Prof.
Fernando
F. deMello
JrMembro
Ao
fim deste trabalho, olho para estacaminhada
que poralgum tempo
segui e
lembro
de muitas pessoasque
dealguma fonna
contribuíram paraminha
jomada:
familiares colegas de curso e de trabalho, chefes, professores e amigos. Pessoasque
partilharamcomigo
momentos
deemoção
durante esta fase daminha
vida.Agradeço
imensamente:o primeiramente a Deus,
sem
o qualnada
teria sido possível;0 ao
meu
pai Ivo Grein, pelo apoio eamparo
nosmomentos
deminha
vida;0 às
minhas
irmãs Yara, Sônia e Rosicléia, pelo incentivo e preocupação despendidos, juntamentecom
seus esposos;0 à Tamara, pela
compreensão
nosmomentos
quando
estive ausente,também
pelo incentivo nas horas de desânimo;0 ao
meu
orientadorDoutorando
ProfessorGerson
Rizzatti pelo constante apoio e pelo aprendizadoque
me
proporcionou;0 a todos os funcionários
da Agência
Estreitodo
Banco
Real-
ABN
AMRO
Bank.1
INTRODUÇAO
... .. 1.1Tema
problema
... .. 1.2 Justificativa ... .. 1.3.1 Importância ... .. 1.3.2 Oportunidade ... .. 2OBJETIVOS
... .. 2.1 Geral ... .. 2.2 Específicos ... .. 3FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
... ..3.1 Breve histórico
do
conceito de qualidade ... ..3.2
Concepção
sobreo
trabalho ... ..3.3 Histórico
da
preocupaçãocom
o trabalhador ... ..3.4 Origens e evolução dos estudos sobre Qualidade de
Vida no
Trabalho3.5
Uma
tentativa de conceituarQVT
... ..3.6
Modelos
e fatoresque
predizemQVT
... ..3.6.1 Nadler e
Lawler
... ..3.6.2 Siqueira e Coletta ... ..
3.6.3 Willian Westley ... ... ..
3.6.4
Wether
e Davis: aQVT
e o projeto de cargos ... ..3.6.5
Hackman
eOldhan
... ..3.6.6 Walton:
uma
proposta paraQVT
... ..4
METODOLOGIA
... .. 4.1 Caracterização da pesquisa ... .. 4.1.1Abordagem
... .. 4.1.2 Perspectivada
pesquisa ... .. 4.2 Tipo da pesquisa ... .. vi4.2.2
Quanto
aosfins
4.3 Delimitação da pesquisa ... ..
4.3.1 População ... ..
4.3.2
Amostra
... ..4.4 Técnica de coleta de dados ... ..
4.4.1 Tipos de dados ... ..
4.4.2 Instrumento de coleta de dados ... ..
4.5 Técnica de análise de dados ... ..
5.
APRESENTAÇÃO
E
INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
... ..5.1 Caracterização da organização ... ..
5.2
Banco
Real ... ..5.3
ABN
AMRO
Bank
... ..5.2 Perfil dos funcionários ... ..
5.2.1
Quanto
ao sexo ... ..5.2.2
Quanto
ao estado civil ... ..5.2.3
Grau
de escolaridade ... ..5.3 Análise dos resultados ... ..
5.3.1 Significado de
QVT
... ..5.3.2 Percepção de
QVT
pelos entrevistadosem
seu local de trabalho 5.3.3Compensação
justa eadequada
... ..5.3.4 Condições de trabalho ... ..
5.3.5
Uso
e desenvolvimento das capacidades ... ..5.3.6 Oportunidade de crescimento ... ..
5.3.7 Integração social
na
organização ... ..5.3.8 Constitucionalismo ... ..
5.3.9
O
trabalho e o espaço total de vida ... ..5.3.10 Relevância social
do
trabalho ... ..6.
CONSIDERAÇOES
FINAIS
... ..7 .
BIBLIOGRAFIA
... ..8.
ANEXO
... ..Quadro
01: Definições evolutivasdo
QVT
na visão deN
adler&
Lawler...Quadro
02: Indicadores de Qualidade deVida no
Trabalho segundo Westley(1979) adaptado por Rushel (1993) ... ..
Quadro
03: Fatoresque
influenciam o projeto de cargo e aQVT,
segundo Davis eWether
(1983) ... ..Quadro
04:Os
indicadores deQVT
segundoWalton
(1973) ... ..Gráfico 01:
Porcentagem
quanto ao sexo da amostra ... ..Gráfico 02:
Porcentagem
quanto ao estado civil da amostra ... ..Gráfico 03:
Porcentagem
quanto ao grau de escolaridade ... ..Neste Trabalho de
Conclusão
de Curso, procurou-se conhecer e avaliar aQualidade de
Vida no
Trabalhona
percepção dos funcionários daAgência
Estreito doBanco
Real-
ABN
MRO
Bank.A
partirdo
objetivo estabelecido, a pesquisa foinoiteada, primeiramente, por levantamento bibliográfico sobre
QVT,
esclarecendo osprincipais conceitos que
dizem
respeito a esse assunto.Num
segundomomento,
em
campo,
procurou-se identificar os principais aspectos relativos aQVT,
taiscomo:
analisando e apresentando o grau de satisfação dos funcionárioscom
relação a sua Qualidade deVida no
Trabalho.A fim
de atingir tais objetivos,foram
realizadas entrevistascom
os funcionáriosda
referida Agência,com
baseem
um
roteiropreviamente definido que se
fundamentou
no
Modelo
de aferição deQVT
proposto porWalton
(1973)..
Numa
época
em
grandes transformações,onde
a preocupação estácentralizada nos lucros e produtividade a Qualidade de
Vida no
Trabalho focaliza seus esforços nas necessidadesdo
trabalhador.A
importânciaem
avaliar aQVT
numa
organização proporciona detectar falhasque
podem
gerar baixa produtividadeou
perdana
qualidadedo
serviço prestado.De
posse deste trabalho é possível detectar possíveis falhasno
que diz respeito à Qualidade deVida no
Trabalho,como
proporciona comparações referente aotema
com
outras instituiçoes.1.1
Tema
Problema
Desde
início dahumanidade
existe a preocupaçãocom
a melhoriado
trabalho,
sempre buscando
facilitar a execução das suas tarefas.Com
o advento daRevolução
Industrial, tirou-sedo
produto a qualidade de singularidade e sua personalização, consequentemente ohomem
não mais conhecia o tododo
produtomas
uma
parte, fazendocom
que o trabalho perdesse sua identidade eseu significado, fontes de auto-realização para o
empregado
(Vieira e Hanashiro, 1990).Além
disto, aRevolução
Industrial trouxe a mecanizaçãodo
trabalho, que causouuma
sucessão rotineira de tarefas, trazendo problemas físicos para os trabalhadores e
preocupação às organizações.
,_ . Assim, os problemas enfrentados pelas organizações
com
seusempregados,
bem
como
oaumento da
competitividade, fizeram surgir algumas abordagenschamadas
humanistas e preocupadascom
obem
estar e a satisfaçãodo
trabalhador. Dentre estas abordagens, destaca-se a Qualidade de
Vida no
Trabalho-QVT,
um
assunto que surgiu nas décadas de50
e60
evem
se desenvolvendo desdeentão.
A
QVT,
paraWalton apud
Gebler (1999, p.2), “é a preocupaçãocom
determinados valores humanísticos e ambientais, de certa forma, negligenciados pela sociedade industrializadaem
favor da tecnologia avançada, da produtividade industriale
do
crescimento econômico”.Com
o expostoacima
e sabendo que investir na qualidade de vida dos trabalhadores não deve ser consideradoum
custo à organização, pois profissionais satisfeitoscom
seu ambiente de trabalhotendem
a ser mais produtivos acarretando benefícios para si e para a organizaçãocomo
um
todo, questiona-se nesta pesquisa:Como
os funcionáriosda Agência
Estreitodo
Banco
RealABN
AMRO
1.2 Justificativa
1.2.1 Importância
O
presente estudo tornou-se relevante por nãohaverem
estudos anterioressobre Qualidade de
Vida no
Trabalhona
agência Estreito,mesmo
porque a aquisiçãodo
Banco
Real peloABN
AMRO
Bank
é recente.O
estudo serviu para a empresa, nos seusvários níveis hierárquicos
em
especial à gerência da Agência Estreito, tomar conhecimentoda
Qualidade deVida no
Trabalhona
percepção de seus funcionários, possibilitando a definição de estratégias de ação quevisem
a melhoria dos serviços.Também
proporcionouum
feedback para a empresa. Para os funcionários que poderão externar possíveis fatores impeditivos deuma
maior produtividade.1.2.2 Oportunidade
A
oportunidade deu-se pela facilidade que os resultadospodem
proporcionar
em
análises comparativasda
Qualidade deVida no
Trabalho daAgência
Estreito
com
outras agênciasdo
Banco
Real,ou
ainda, diagnosticar possíveis falhasno
ambiente de trabalho,
bem
como
de propor possíveis soluções para estas falhas, de maneira a aumentar o nível de qualidade de vida dos funcionários, trazendo benefício para a organizaçãoem
geral. '2.1
Geral
Analisar a Qualidade de
Vida no
Trabalho da agência Estreitodo
Banco
Real -
ABN
AMRO
Bank
na
percepção dos seus funcionários.2.2 Específicos
I Identificar os principais aspectos relativos à Qualidade de
Vida no
Trabalho naAgência
Estreitodo
Banco
Real;I Verificar
o
significado da Qualidade deVida no
Trabalho para os funcionários daAgência
Estreitodo
Banco
Real;I Analisar o grau de satisfação dos funcionários Agência Estreito
do
Banco
Real;I Apresentar o nível de satisfação dos funcionários
com
relação a Qualidade deVida
3.1
Breve
históricodo
conceitode
Qualidade
.A
busca pela Qualidadevem
mobilizando esforços de toda aordem
nas organizações etem
trazido resultados positivos.No
entanto, “para obterum
sucesso contínuo,a
empresa tem de
ser “expert”na
busca de resultados (qualidade de produtos/serviços),na manutenção
deum
clima interno motivador ena
aberturapara
a inovação ea
flexibilidade (Paladini citado por Búrigo 1997). Desta forma, dificilmenteuma
organizaçãoque não
dispensar o devido cuidado às dimensões essenciais queafetam aspectos comportamentais, terá êxito
no
atendimento das metas propostasem
termos de qualidade, produtividade e competitividade. Dentro disto está relacionado ofator
humano, que
constitui-senum
diferenciadorno
processo históricoda
qualidade.É
bastante antigoo
conceito de qualidade,mas
apenas recentemente elasurge
como
função gerencial formal.De
acordocom
Vieira (1996), a evolução históricadeste conceito
pode
ser analisadaem
função de quatro etapas: a inspeção, o controle estatísticoda
qualidade, a garantiada
qualidade e, finalmente, a gestão estratégicada
qualidade.
Quanto
à inspeção,que
se deuno
período da manufatura, a inspeção de qualidade ocorria informalmente.Somente
a partirdo
séculoXX,
que se formalizou atal inspeção pela
adoção
de sistemas racionais de medidas, gabaritos e acessórios, influência dos trabalhosde
Taylor e Fayol, citados por Búrigo (1997)..
De
acordocom
Juran (1992),o
maior benefício desta atividade foireduzir os riscos de
que
produtos defeituososchegassem
aos clientes. Por outro lado, a inspeção criou a crença deque
a obtenção da qualidade era responsabilidade apenasdo
setor de qualidade e
de
maisnenhum
outro.O
controle de qualidade entraem
uma
nova
eraquando
passa a serchamado
de controle estatístico de qualidadeno
ano de 1931. Nesta fase,em
vezda
simples verificaçãodo
produto finalcom
o padrão determinado pela produção, foi instituído que a correção deveria ser realizada durante todo o processo de fabricação.No
entanto,o
controle de qualidade continua restrito à fábrica.A
erada
garantiada
qualidade, surge na década de 60, só então a qualidade deixa aprodução
fabril para tomar-seum
disciplinacom
amplas implicações para o gerenciamento. Várias contribuições surgiram,como
o estudo dos reais custosdos defeitos de Joseph Juran. Outra contribuição foi o surgimento
do
Controle Total de Qualidade deArmand
Feigenbaum apud
Búrigo (1997). Para este autor, o controle da qualidade deveria iniciarcom
o projetodo
produto e terminarcom
a satisfaçãodo
cliente.
Com
isto, tornou-se indispensável ocomprometimento
de todos osmembros
daNa
década de70
e 80, a qualidade deixa de seruma
ação corretiva para tomar-seuma
ação preventivacom
enfoque estratégico, sempre focalizando o atendimento das necessidadesdo
mercado
deconsumo.
A
partir deste ponto de vista, aempresa
passa a estar toda envolvida e agindo cooperativamente.Já
em
1987, a qualidade abrange,também,
a uniformidade dos requisitosa
serem
adotadosem
contratos defomecimento
de materiaisou
serviços que traduzemerepresentem
o
consumo
mundial, sendoque
nos anos90
a qualidade passa a serum
requisito enão mais
um
diferencial.3.2
Concepções
sobre0
trabalhoEm
toda a história, a concepção de trabalhovem
evoluindo. Passou deuma
concepção
de sobrevivência,em
busca de meios para satisfazer as necessidadesbásicas, até o dia de hoje,
como
vital e fundamental para todo o serhumano,
essencial a vida e à própria felicidade (Búrigo,1997).Rodrigues (1998) traz a
origem
,de trabalhono
latim: “tripalium”, otermo “trabalho” é proveniente de
um
instrumento de tortura de escravos-
“três paus”.Não
obstante, hojecom
a maior preocupaçãocom
o trabalhador lhe permitindo vantagens relevantescomo
reconhecimento, satisfação,o
trabalhovem
perdendo talO
trabalho para Búrigo (1997) possuium
forte potencial motivacional sobre a pessoa, a organização e as outras esferas da vida. Este potencial motivacional étraduzido
fundamentalmente
pelo trabalhadorem
gostardo
que faz eem
transforma-loem
fonte de satisfaçao e prazer.Por outro lado, existem pessoas que trabalham compulsivamente, muitas por estarem viciadas ao trabalho, estas são
chamadas
de Workaholik. Esta obstinação pelo trabalho muitas vezes é estimuladano
seio da própria organizaçãocomo
meio
de competitividade, de assegurar cargos e posições quegerem
status e poder (Búrigo,1997).
Moraes
(1992) ressalta que a relaçãodo
homem
com
o trabalho às vezes é conflituosa: aomesmo
tempo
em
que o trabalho éum
fardo, dá sentido à vida; aomesmo
tempo
em
que
eledá
status, define a identidade pessoal e o crescimentohumano.
Partindo deste pressuposto, ohomem
deve buscar melhorar sua qualidade de vidano
trabalhocomo
equilibrar as outras esferasda
vidacom
o trabalho.3.3 Histórico
da preocupação
com
o
trabalhadorFoi após a
Revolução
Industrial que se passou a estudar de maneiracientífica as condições de trabalho, portanto não é recente a atenção dada a satisfação
De
início a preocupação estava voltadana
racionalização da produçãofrente ao
comportamento do
trabalhador diante de sua tarefa de aumentar a produtividade e osganhos da
empresa
poiso
mercado
incentivava a produçãoem
escalae devido ao. crescimento
da
população mundial e aoêxodo
rural.Os
capitalistasmantém
seusempregados
como
assalariados,além do
que aRevolução
Industrial separa o produtodo
produtor. Fruto da mecanização da produção,o
trabalho é desqualificado resultandoem
salários baixos e longas jornadas.Na
Administração Científica de Taylor têm-se que ohomem
move-se
puramente
por razões de natureza econômica, assim seria o principal fator entre asrelações empresa/trabalhador.
Com
a crescente alienação e desinteresse da classe trabalhadora, vários estudiososcomeçam
a pesquisar outros fatores interferissem na situação de trabalho. Desta forma, nos anos20 surgem
as primeiras preocupaçõescientíficas
com
as condições físicasdo
local de trabalho e a satisfaçãodo
trabalhador associada aprodução
industrial.3.4
Origens
eevolução dos
estudos sobrea Qualidade de
Vida no
Trabalho
A
Qualidade deVida no
Trabalhotem
sidouma
preocupaçãodo
homem
desde o início de sua existência.
Com
outros títulosem
outros contextos,mas
sempre
voltada para facilitar
ou
trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de suaBom
é lembrar sobre os ensinamentos de geometria, datados a 300 anos aC,que foram
usados para melhorar omodo
de trabalho dos agricultores àmargem
do
Nilo,ou
aindada
“Lei das Alavancas”, de Arquimedes, jáem
287
anosaC
tornamenor
o esforço físicos dos trabalhadores.
Em
1950, surge aabordagem
sócio-técnicaem
relação à organizaçãodo
trabalho, partindo
da
satisfaçãodo
trabalhadorno
trabalho eem
relação a elemesmo.
No
Estados Unidos, nesta época, Louis Davis pesquisava modificações nas linhas demontagens
paratomar
a vida dos operários mais agradável e satisfatóriaem
seutrabalho.
Somente na
década de 60,tomaram
impulso iniciativas de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e govemantes, na busca de melhores formas de organizar o trabalho a fim de minimizar os efeitos negativosdo emprego na
saúde ebem-estar geral dos trabalhadores (Vieira, 1996).
Contudo, o a expressão “Qualidade de
Vida no
Trabalho” só foi introduzida, publicamente,no
início da década de 70, pelomesmo
professor Louis Davis, agora ampliando o seu trabalho sobre o projeto e delineamento de cargos.A
crise energética e a alta inflação de 1974,no
Estados Unidos, desacelerou emudou
osrumos
daQVT.
As
empresas tiveram sua atençãochamada
parauma
forma
de sobrevivência, passando os interesses dos funcionários paraum
segundo plano (Vieira, 1996).Somente
a partir de 1979 os estudos e pesquisas sobreQVT
ressurgiramcom
grande perspectiva de desenvolvimento, diante deum
contextoonde
omercado
internacional se
tomava
cada vez mais forte, principalmenteno
Japão, etambém
da considerável diminuiçãodo
compromisso. dosempregados
com
os seus trabalhos.As
empresas
do
ocidentecomeçaram
a se preocuparcom
aameaça
deuma
grande concorrência e, logo, a se interessar pelo estilo gerencialdo
Japão,onde
sugiram novastécnicas de administração
como,
por exemplo, os Círculos de Controle de Qualidade-
CCQ
(Rodrigues,1998).A
década
de 80,conforme
Búrigo (1997), foimarcada
pela idéia de participação dos trabalhadores nas decisões organizacionais, ocasionandouma
maior conscientização por parte dos trabalhadores quecomeçaram
a questionar seus direitos.E
também
uma
situaçãoonde
as empresas se viram obrigadas a repensar sua condutasem
relação aos seus funcionários.Na
atual década, aQVT,
para vários autores, está difundida etem
acentuado desenvolvimento
na
Europa,além
dos Estados Unidos,Canadá
e México.Apesar
de ser recente otema no
Brasil, algumas pesquisas sobreQVT
estão sedesenvolvendo
no
sentido de ampliar o conhecimento sobre otema
etambém
de adaptar3.5
Uma
tentativade
conceituarQVT
. . o
Muitos
_ .estudo.s,. por. .muitos autores,em
vários países,têm
sidodesenvolvidos sobre
QVT.
Dentre os quais vários estão ligados à satisfação das pessoas relacionada ao trabalho.Não
obstante, o conceito engloba,além
de atos legislativos que protegemo trabalhador,
o
atendimento a necessidades e aspirações humanas, calcadona
idéia dehumanização do
trabalho ena
responsabilidade social daempresa
(Femandes, 1996).Mesmo, como
autores clássicos,Maslow
e Hezberg, estudaram aQVT
enquanto fatoresmotivacionais ligados ao
desempenho
humano
(Vieira, 1996).Num
conceito genérico, Davis citado por Búrigo (1997, p.34),define
QVT
como
sendo as “condições favoráveisou
desfavoráveis deum
ambiente de trabalho para os trabalhadores”.Ainda
sobre o conceito deQVT,
Vieira (1996, p. 38) cita Guest,que
deforma
mais específica conceituaQVT
como:
“(...)
um
processo pelo qualuma
organização tenta revelaro potencial criativo de seu pessoal, envolvendo-os
em
decisõesque
afetam suas vidasno
trabalho.Uma
característica marcantedo
processo é que seus objetivosnão
são simplesmente extrínsecos, focando melhora da produtividade e eficiênciaem
si; elestambém
sãointrínsecos
no que
diz respeito ao que o trabalhador vêA
Qualidadede Vida no
Trabalho, é colocada por Rodrigues (1997,p.21),
como
resultado da “diretacombinação
de diversas dimensões básicas da tarefa ede outras dimensões
não
dependentes diretamente da tarefa, capazes de produzir motivação e satisfaçãoem.
diferentes níveis,além
de resultarem
diversos tipos deatividades e condutas dos indivíduos pertencentes a
uma
organização”.Amplo
e contingencial é o conceito daQVT,
para Vieira e Hanashiroapud
Vieira (1996), definidocomo:
“(...)me1horia nas condiçoes de trabalho
com
extensao atodas as funções de qualquer natureza e nível hierárquico,
nas variáveis comportamentais, ambientais e
organizacionais que
venham,
juntamentecom
políticas deRecursos
Humanos
condizentes, humanizar o emprego, deforma
a obter-seum
resultado satisfatório, tanto para osempregados
como
para a organização. Isto significaatenuar o conflito existente entre o capital e o trabalho”.
Para Nadler e
Lawler apud
Rodrigues (1998), a concepção deQVT
foi evolutiva, segundo o quadrona
página seguinte:QUADRO
01: Definições evolutivas daQVT
na
visão de Nadler&
LawlerPERÍODO
FOCO
PRINCIPAL
DEFINIÇÃO
1959/1972 Variável
A
QVT
foi tratadacomo
reaçao individual ao trabalho ou às conseqüências pessoais deexperiência do trabalho.
1969/1975
Abordagem
A QVT
dava ênfase ao indivíduo antes de dar ênfase aos resultados organizacionais,mas
ao
mesmo
tempo era vistacomo
um
elo dos projetos cooperativosdo trabalho gerencial.
1972/1975
Método
A
QVT
foi o meio para oengrandecimento do ambiente de
trabalho e a execução de maior
produtividade e satisfação. 1975/1980
Movimento
A
QVT,
como
movimento, visaa utilização dos termos “gerenciamento participativo” e
“democracia industrial”
com
bastante freqüência, invocadorcomo
ideais do movimento.1979/1983
Tudo
A QVT
é vistacomo
um
conceito global e
como
uma
forma de enfrentar os problemas de qualidade e produtividade.
Previsão Futura
Nada
A
globalização da definição trarácomo
conseqüência inevitável a descrença de alguns setores sobre o termoQVT.
E
para estes
QVT
nada representaráMuitos
empresários relacionam o conceito deQVT
com
sinônimo decustos, isto porque a qualidade está relacionada diretamente
com
as condições físicas, salários, melhoria de instalações, redução de jornada, plano de benefícios, etc., fatores estesque
representam custos para a empresa.Porém
deve-se estar entendido que são custosque
trarão benefícios para a empresa, pois torna os funcionários mais satisfeitos edispostos para o trabalho trazendo
maior
eficiência produtiva para a empresa.A QVT
prima
em
criarum
envolvimento entre o funcionário eorganização
que
se traduzem
um
nível de satisfação e motivação. Portanto, aQVT
é importante paraque
o sistema produtivovenha
a atingir seus objetivos produtivos, eessa é determinada pelos princípios e valores vigentes nesse sistema (Fernandes,l996).
Com
a vista exposição, nota-se a falta deuma
definição de consenso na literatura a respeitodo
significadoda
expressão Qualidade deVida no
Trabalho. Desta forma, para este trabalho, será utilizadoo
conceito de França (1998, p.42):“qualidade de vida
no
trabalho é o conjunto de ações deuma
empresa que
envolve diagnóstico e implantação de melhoria e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturaisdentro e fora
do
ambiente de trabalho, visando propiciarcondiçoes plena de desenvolvimento
humano
para edurante a realização
do
trabalho”.Chegando
o terceiro milênio,onde
a qualidade dos serviços e dosprodutos será o referencial diferenciador das organizações, acredita-se
na
importânciaHackman
eOdlhan
(1975), Nadler eLawler
(1983), Siqueira e Coleta (1989) eWalton
(1973), entre outros, terem desenvolvido
modelos
deQVT
no
intuito de apresentarem categoriasou
indicadoresque possam
conceituar, predizer e avaliar os esforços deQVT
nas organizações. . . .3.6
Modelos
e fatoresque
predizem
QVT
Muitos
autores desenvolveram estudos sobreQVT
queservem
demodelo
para a avaliação
do
tema, este item pretende apresentar tais abordagens contempladas na literatura especializada.A
seguir algumas propostas:3.6.1 Nadler e
Lawler
(1983)Nadler e
Lawler
indicamcomo
atividades representativas deQVT
(Vieira, 1996):
1) Participação nas decisões;
2) Reestruturação
do
trabalho através de enriquecimento de tarefas e grupos de trabalho autônomo;3) Inovação
no
sistema de recompensascom
influênciano
clima organizacional;4)
Melhora do
ambiente de trabalhono
que se refere a horas de trabalho,3.6.2 Siqueira e Coletta (1989)
Estes autores,
em
sua pesquisa, partiram da percepção dos trabalhadores sobre os fatores determinantesda
QVT.
Esta pesquisa, segundo Vieira ,(1996), levantoucomo
fatores determinantes deQVT:
o próprio trabalho, as relações interpessoais, oscolegas, o chefe, a política de recursos
humanos
e a empresa, configuradosem
cincocategorias:
1) Política de Recursos
Humanos:
política de cargos e salários,treinamento, educação, benefícios, estabilidade,
cumprimento
dasregras e legislação trabalhista;
2) Trabalho: ambiente seguro/saudável, ausência de cobranças rígidas, oportunidade de participação nas decisões, informações suficientes e
equipamentos adequados, tarefas enriquecidas e trabalhos
em
grupo, delimitaçãodo
espaço de trabalho deforma
a permitir a viabilidadede outros níveis de vida
do
empregado, horário fixo de 8 horas,amizade
entre colegas, contatos diretoscom
o patrão, tratamentoadequado
por parte dos clientes da organização;3) Interações Pessoais: colegas
-
amizade, cooperação, confiança; echefia
-
aberta ao diálogo, participativa, conhecimento técnico,compreensiva, autoridade, confiança;
4) Indivíduo: assiduidade, baixa rotatividade, satisfação
com
o que faz, responsabilidade, iniciativa, confiançaem
simesmo,
separação entre5) Empresa:
imagem
de organização, sólida,bem
conceituada, regrasbem
definidas de funcionamento, administração eficiente.3.6.3 Willian
Westley
(1979)Este autor avalia a qualidade de vida nas organizações através de quatro indicadores fundamentais: o indicador econômico, o político, o psicológico e
sociológico (Rodrigues, 1995; Fernandes, 1996).
O
indicadoreconômico pode
ser representado pela eqüidade salarial eeqüidade
no
tratamento recebido.O
indicador político corresponde ao conceito de segurançano
emprego, ao direito de trabalhar enão
ser dispensado defonna
discriminatória.
O
conceito de auto-realização representa o indicador psicológico e, porfim, o indicador sociológico
pode
ser representado pelos conceitos de participaçao ativaem
decisões relacionadas diretamentecom
o processo de trabalho,com
as formas que as tarefas são executadas ecom
a divisão de responsabilidades dentro das equipes.O
seguinte quadro mostra deforma
resumida os indicadores deQVT,
Quadro
02: Indicadores de Qualidade deVida no
Trabalho segundo Westley (1979) adaptado por Rushel (1993)Fonte: Fernandes (1996, p.53)
Segundo
Rodrigues (1995, p.86), “os problemas políticos trariamcomo
conseqüência a insegurança; o econômico, a injustiça; o psicológico, a alienação sociológico, aanomia”
ecomo
maneira de minimizar,ou
até solucionar, estesproblemas,
Westley
sugere o enriquecimentodo
trabalho tantono
que diz respeito ao individualcomo
na
reestruturaçaodo
grupo.3.6.4
Wether
e Davis: aQVT
e o projeto de cargosEstes autores,
segundo
Rodrigues (1995), analisam o projeto de cargosem
três níveis: o organizacional, o ambiental e o comportamental.É
o que mostra o quadrona
página seguinte:Quadro
03: Fatoresque influenciam
o projeto de cargo e aQVT,
segundo Davis eWether
(1983)FATORES
AMBIENTAIS
I Sociais I Tecnológicos I Culturais I Econômicos I Governamentaismm
QVT
A A 1 1 IFATORES
ORGANIZACIONAIS
I Propósito I Objetivos I Organização I Departamentos I CargosFATORES
COMPORTAMENTAIS
I Necessidades de recursos humanos I Motivação I Satisfação Fonte: Rodrigues (1995)Especificamente,
no
nível organizacional aabordagem
é feita considerando a eficiência alcançada através da racionalizaçãoda
produção, principalmentecom
a especialização das tarefas.No
nível ambiental ahabilidadee adisponibilidade de empregados,
bem
como
suas expectativas sociais, são os dois pontos básicos considerados. Enfim, o nível comportamental é a parte mais sensível para 0êxito
num
cargo, pois refere-se às necessidadeshumanas
e aocomportamento
individualno
ambiente de trabalho (Rodrigues, 1995; Fernandes 1996).3.6.5
Hackman
e Oldhan: omodelo
das dimensões básicas da tarefaHackman
eOldham
(1975)propõem
um
modelo
das características da tarefa, que se baseiana
idéia deque
as dimensões da tarefapodem
criar estados psicológicos críticos quepodem
gerar resultados positivos tanto para o trabalhador quanto para a organização.Segundo
Búrigo (1997),com
estes autores, aQVT
pode
seravaliada
em
termos de:a)
Dimensões da
tarefa;b) Estados psicológicos
do
trabalhador; c) Resultados pessoais e de trabalho.Macedo
et al Búrigo (1997), diz que estemodelo
permite sistematizar asa
QVT,
atravésdo
potencial motivacional deuma
tarefaem
função de suascaracterísticas intrínsecas.
3.6.6 Walton:
uma
proposta paraQVT
Este autor contribui
com
uma
estrutura de análise das características daQVT,
na
sua contribuição, ele propões oito categorias conceituadas que caracterizam asexperiências
do
trabalhadorno
seu ambiente de trabalho.Como
estemodelo
engloba desde a situação física propriamente dita, até questões relacionadascom
autonomia e auto-realização dos funcionários,pode
ser consideradoum
dos mais abrangentes (Búrigo, 1997;Femandes,l996;
Vieira, 1996; Rodrigues, 1995).Os
oito termosdo
modelo
deWalton
podem
ser operacionalmente definidosda
seguinte maneira:1)
Compensação
adequada
e justa:A
justiçado
sistema decompensação
é pesquisadaatravés da adequação da remuneração ao trabalho que 0 trabalhador realiza, equidade interna (equilíbrio entre as remunerações
na
empresa) e eqüidadeextema
(comparação da remuneração
com
omercado
de trabalho);2) Condições de segurança e saúde
do
trabalho:São
considerados os fatoresjomada
detrabalho e ambiente físico,
que
não sejam perigososem
excessoou
prejudiciais àUso
e desenvolvimento de capacidades: Refere-se às possibilidadesdo
trabalhadorsatisfazer suas necessidades de utilização das habilidades e de conhecimentos, de desenvolver sua autonomia, autocontrole e de obter informações sobre o processo total
do
trabalho,bem
como
de retroinfonnação quanto ao seudesempenho;
Oportunidade de crescimento contínuo e segurança: Está relacionada às
possibilidades
que
o trabalho ofereceem
tennos de carreirana
empresa, de crescimento e desenvolvimento pessoal e de segurançano
emprego
deforma
duradoura;
Integração social
na
organização:A
ausência de diferenças hierárquicasdemasiadamente
marcantes, apoio mútuo, franqueza interpessoal e ausência de preconceito são pontos fundamentais para o estabelecimento deum
bom
nível de integração social nas empresas;Constitucionalismo:
O
estabelecimento denormas
e regras da organização, direitos e deveresdo
trabalhador e recursos contra decisões arbitrárias são necessários para que se estabeleçaum
clima de democracia;O
trabalho e o espaço total de vida:O
trabalho não deve absorver todo otempo
eenergia
do
trabalharem
detrimento de sua vida familiar, suas atividades de lazer ecomunitárias;
Relevância social da vida
no
trabalho:A
atuaçãoda
empresa perante a sociedadepode
ser verificada através daimagem,
responsabilidade social, responsabilidade pelos produtos, práticas de emprego, regrasbem
definidas de funcionamento administração eficiente.O
quadro a seguir possibilita maior a visualizaçãodo
modelo
de Walton:/
Quadro
04
- Os
indicadores deQVT
segundo
Walton
(1973)FATORES
DIMENSÕES
1.
Compensação
justa eadequada
Renda
adequada ao trabalhoEquidade intema Equidade
extema
2. Condições de trabalho Jornada de trabalho
Ambiente
físico seguro e saudável3.
Uso
e desenvolvimento das capacidadesAutonomia
Significado da tarefa
Identidade da tarefa
Variedade da habilidade Retroinformação
4.
Chances
de crescimento e segurançaPossibilidade de carreira
Crescimento profissional
Segurança
do empregado
5. Integração social
na empresa
Igualdade de oportunidades Relacionamento
Senso comunitário
6. Constitucionalismo
Respeito às leis e direitos trabalhistas
Privacidade social
Liberdade de expressao
Normas
e rotinas7. Trabalho e espaço total
da
vida Papel balanceadodo
trabalho8. Relevância social
da
vidano
trabalhoImagem
daempresa
Responsabilidade social pelos serviços
Responsabilidade social pelos produtos Responsabilidade social pelos
empregados
Pela sua
ampla
abrangência,o modelo
proposto porWalton
foi escolhido para servir de referencial teórico para o desenvolvimento desta pesquisa.~
4.1 Caracterizaçao
da
Pesquisa4.1.1
Abordagem
O
presente trabalhopode
ser consideradocomo
uma
pesquisa qualitativa, pois não são utilizadasmedidas
de inferências estatísticas, pois, buscou-seuma
análiseprofunda, através das percepções dos elementos pesquisados.
A
abordagem
qualitativa éentendida por Triviños (1987)
como
aquela capaz de analisar os aspectos implícitos ao desenvolvimento das práticas deuma
organização e a interação dos seus integrantes. E, para Mattar (1996, p.77):“...a pesquisa qualitativa identifica a presença
ou
ausência de algo, (...) os dados são colhidos através de perguntasabertas (quanto aos questionários),
em
entrevistasem
grupos,
em
entrevistas individuaisem
profundidade eem
testes projetivos.”4.1.2 Perspectiva
da
pesquisaA
perspectivada
pesquisa édo
tipo transversal, pois não foi levadoem
conta a evolução das variáveis estudadasno
tempo.4.2
Tipo
da
pesquisa.4.2..1
Quanto
aosmeios
Quanto
aos meios, a pesquisa é decampo,
pois o estudo se realizouno
localonde ocorrem
osfenômenos
que
se estudou, eum
estudo de caso, pois a pesquisase restringiu a
uma
agênciado
Banco
Real, o que permitiu maior detalhamentodo
fenômeno
estudado.Para Gil (1991),
o
estudo de caso apresenta desvantagenscomo
a dificuldade de generalização dos resultados obtidos, e vantagenscomo
o estímulo anovas descobertas, a ênfase
na
totalidadedo problema
e a simplicidade dos procedimentos de coletas dos dados.4.2.2
Quanto
aos finsA
pesquisa é exploratória, pois não existe estudo referente à Qualidade deVida no
Trabalho naAgência
Estreitodo
Banco
Real, segundo Martins (1994), a pesquisa exploratória objetiva a familiarizaçãocom
oproblema
e/ou formulações de hipóteses para estudos posteriores e é indicadaquando
há conhecimento sobre otema
ou
naohouverem
pesquisas anteriores sobre otema
e, descritiva, poisexpoe
(1994) este tipo de pesquisa é ideal
quando
se quer levantar crenças, opiniões e verificar atitudes deuma
determinada população.Segundo Samara
(1997), é a análise quantitativaque dá
consistência ao estudo.4.3 Delimitação
da
pesquisa4.3.1 População
De
acordocom
Vergara (1997, ,p*.48) população é“um
conjunto deelementos (empresas, produtos, pessoas, por
exemplo) que possuem
asmesmas
característicasque
serão objetos de estudo”.No
caso específico deste estudo a população alvo limita-se os funcionários daAgência
Estreitodo Banco
Real,em
Florianópolis. Perfazendoum
total de quinze funcionários.4.3.2
Amostra
Devido
aopequeno
número
da população alvo, a amostra foi igual ao4.4
Técnica
de
Coletade
Dados
4.4.1 Tipos de dados
I) Primários: informações
que foram
coletadas através de entrevistas juntoaos funcionários da
Agência
Estreitodo
ABN
AMRO
RealS/A
queforam
tratadas e analisadas posterionnente.II) Secundários: dados disponíveis
na empresa (em banco
de dados,arquivos, publicações)
ou
em
bibliotecas.4.4.2 Instrumento de coleta de dados
Como
instrumento de coleta de dados foi utilizado a entrevistaestruturada individual. Pois, segundo Triviños (1987, p.l46) a entrevista: “ao
mesmo
tempo
em
que
valoriza a presençado
investigador, oferece todas as perspectivas possíveispara que
o informante alcancea
liberdade e a espontaneidade necessárias,~ Y!
enriquecendo a investigaçao.
Para Gil (1995, p.117) entrevista estruturada é aquela que parte “de
uma
relação fixa de perguntas, cuja
ordem
e redaçãopermanece
invariável para todos osFoi utilizada,
também,
a observação participante,onde
o observador põe- se frete a frentecom
observado para coleta de dados interagindocom
o ambiente de pesquisa, modificando e sendo modificado pelo contexto. Este tipo de observação proporcionauma
flexibilidademuito útil para a pesquisa pois permite que 0 observador tenhaum
papel informal, revelado,ou
aindaque
ele determine otempo
que serádedicado para a observação pois
pode
interagircom
omeio ou
não (Vergara,l997).A
entrevista seguiucomo
referencial teórico omodelo
deWalton
devido sua amplitude e ainda por ter sido utilizado por diversos pesquisadores.Com
suas pesquisas, observações e entrevistas,Walton
procurou identificar os fatores e dimensõesque
afetam de maneiramais
significativa o trabalhador na situação de trabalho.Dependendo
do
contexto, vale a ressalva, o autor considera que novos critérios poderão surgir.Portanto, a entrevista seguiu
um
roteiro de perguntas previamente estruturadoque
foi elaboradocom
base nos indicadores deQVT
utilizados porWalton
esquematizado
no
quadro n°4
(pag. 34).Desta forma, o pesquisador contou
como
um
roteiro de temas a serem explorados,que
serviu de base para as perguntas queforam
feitas aos entrevistados.Os
funcionários,da
organizaçãoem
estudo,foram
abordadosem
seu ambiente de trabalho e, objetivando oferecer maior privacidade aos respondentes,buscou-se abordá-los
num
momento
em
que
estavam sozinhos.Os
depoimentos foram gravadoscom
a pemlissão dos entrevistados e, posteriormente,foram
transcritos ostrechos
da
perguntaem
questão.1 u
4.5
Técnica
de
analisedos
dados
A
fim de estruturar e facilitar a análise da descriçãodo
conteúdo dasentrevistas,
segundo
Triviños (1987) as informações obtidas, necessita-se: organizá-las, classificá-las e, principalmente, interpretá-lasnum
contexto maior,com
objetivo dedistinguir o
que
é fundamental,bem
como
buscar as explicações e significados para asopiniões encontradas.
O
mesmo
autor coloca que a pesquisa qualitativa, pelo tipo detécnica que utiliza,
não
ofereceuma
separação distinta entre a coleta das informações ea interpretação das
mesmas,
favorecendo a flexibilidade da análise dos dados.Com
base neste autor o processo de análise e interpretação dos dados seguiu as seguintes etapas:1. Transcrição
na
integra das entrevistas gravadasem
fitas; 2. Leitura preliminar das transcrições;3. Elaboração de
uma
listagem de respostas de acordocom
as categorias aserem
analisadas;4. Seleção das verbalizações (trechos de fala) dos entrevistados que
Análise interpretativa baseada nas respostas dos instrumentos,
no
conceito - chaves das teorias obtidos durante a fundamentação
teórica e
também
na experiência pessoaldo
pesquisador;Recorte e
colagem
dos trechos das falas selecionadas de acordocom
o conteúdo;. . Dentro.
do
propósito de conhecer e avaliar a qualidade de vidano
trabalho
da
instituição pesquisada, entrevistou-se o quadro funcional daAgência
Estreito
do
Banco
Real -ABN
AMRO
Bank. Este, capítulo apresenta os dadoscoletados e sua análise. Contudo, torna-se relevante conhecer o perfil destes
funcionários e a
empresa onde
trabalham, pois tal conhecimento proporcionouuma
análise mais apurada dos dados.
5.1 Caraterização
da
organização
5.1.1
Banco
RealO
Banco
Real -que
hoje possuiuma
rede deaproximadamente
1.400agências,
onde
trabalham mais de 16.500 funcionários - nasceu na cidade de BeloHorizonte,
em
Minas
Gerais,em
16 de junho de 1925.Num.
cenário de incerteza econômica, oadvogado Clemente
de Farias-
então
com
34
anos de idade e ex- deputado estadual - iniciou as atividades deuma
anos transfonnou-se
em
uma
instituição bancária-
oBanco
da Lavoura deMinas
Gerais.
.
Em
1929, devido ao seu crescimento contínuo, transformou-seem
sociedade anônima. Já
em
1937, contavacom
25
agências e 14 escritórios. O, então,Banco
da
Lavoura
deMinas
Geraisocupava
a posição de 25a instituição financeirado
país.
O
ano
de 1948 émarcado
pela substituição deClemente
de Faria-
falecidoem
outubro, aos57
anos-
pelo seu filho Dr. Aloysio deAndrade
Faria.A
denorninaçãoBanco
Real S.A. foi adotadaem
1971.No
seu cinqüentenário, ano de l975,depois de várias incorporações, obanco
contavacom
amaior rede nacional de agências (
512
) e 10 unidadesno
exterior.De
1975 a 1998 oBanco
Realbuscou
manter a sua posição entre os quatros maiores bancos privadosbrasileiros.
Em
meados
de 1998,quando
seu patrimônio liquidosomava
US$
796
milhões, atuava
em
13 países,com
1.400 agências e 16.500 funcionários, foi anunciada acompra do
Banco
Real peloABN
AMRO
Bank.5.1.2
ABN
AMRO
Bank
. 1 _ . R
O
ABN
AMRO.Bank,
atualmenteum
dosmaíores
bancosdo
mundo,
foiformado
pela união de dois importantes bancos holandeses-
oAlgemene
Bank
Nederland
N
.V.(ABN
Bank)
e oAmsterdam-Rotterdam
Bank
(AMRO
Bank)
-
em
1991.
A
trajetória destas instituiçõesque fonnaram
oABN
AMRO
Bank, porém,começou
no
iníciodo
século passado,quando
foram fundadas ascompanhias
quederam
origem
a elas.A
históriado
ABN
Bank começa
em
29
demarço
de 1824,quando
o rei holandêsWillem
Ifundou
uma
companhia
comercial de navegação parapromover
ocomércio de seu país
com
a região hoje conhecidacomo
Indonésia: a Nederlandsche Handel-Maatschappij(NHM).
Mais
deum
século depois,em
1964, essacompanhia
uniu-se aoDe
Twentsche
Bank,uma
empresa
que atuavano
mercado
financeiro holandês desde 1861,formando
oABN
Bank.Coincidentemente, foi
também
em
1964que
nasceu oAMRO
Bank, atravésda
fusão de outras duas importantes e tradicionais instituições financeirasholandesas: o
Amsterdamsche
Bank, fundadoem
1871 e o Rotterdamsche Bank, fundadoem
1863.A
presença mais marcantedo
ABN
Bank
naAmérica
Latina foi consolidadacom
a aquisiçãodo
HollanscheBank-Unie (HBU),
em
1968.Os
comerciantes holandeses-
que, deforma
geral,mantinham
freqüentesrelações comercias
com
os países sul-americanos-
sempre
tiveram interesseem
contarcom
um
banco na
região para dinamizar seus negócios. Assim,em
março
de 1914, algumas empresas holandesas uniram-se para formar oBanco
Holandês daAmérica do
Sul.
Como
os principais acionistas destenovo
Banco
estavam o Rotterdamsche Bankvereeningig N.V.,um
precursordo
AMRO
Bank, e a Nederlandsche Handel- Maatschappij(NHM),
uma
trandingcompany
que abandonou
as atividades comerciais para se concentrarno
setor bancário e foiumas
das precursorasdo
ABN
Bank.No
Brasil, as atividadesdo
Banco
Holandês da América do
Sul foram iniciadasem
1917.Em
1993, oBanco
mudou
sua matrizdo Rio
de Janeiro paraSão
Paulo e adotou amarca
intemacionalda
organização, passando a denominar-seABN
AMRO
Bank.Com
seu patrimônio liquidoem
tomo
deUS$
26,9 bilhões, atuandoem
72
países,com
1.900 agências e 80.000 funcionários,no
ano de 1998Banco
formalizou a aquisiçãodo
Banco
Real(Banco
Comercial,Empresas
de Seguros e Distribuidora deTítulos e Valores Mobiliários) e adquiriu o
Banco
do
Estado dePemambuco
(Bandepe).5.2 Perfil
dos Funcionários
Participaram deste estudo quinze profissionais que
compõem
o quadro funcional daAgência
Estreitodo
Banco
Real -ABN
AMRO
Bank
em
Florianópolis.A
partir da coleta de alguns dados pessoais
como
sexo, escolaridade e estado civil, foi possível definirum
perfil destes funcionários,como
se vê a seguir.5.2.1
Quanto
ao sexoGráfico
01 -Porcentagem
quanto ao sexo
I
47%
I
FemininoI
MasculinoI
53%
No
gráfico acima
pode-se visualizarque
dos quinze funcionáriosentrevistados, 8
(53%)
sãodo
sexo feminino e 7(47%)
sãodo
sexo masculino. Ficaevidente,
no gráfico que
onúmero
de profissionaisdo
sexo feminino ultrapassacinqüenta porcento.
5.2.2
Quanto
ao
estado
civilGráfico
O2
-Porcentagem
quanto ao estado
civil7%
I
Casados OI
33
/°I
Solteiros Divorciados60%
O
gráfico 02
nos monstraque
aAgência
Estreito é constituídona
maioria de pessoas casadas (60%), seguidos pelos solteiros(33%)
e apenasum
divorciado (7%).5.2.3
Grau
de escolaridadeGráfico
03
-Porcentagem quanto ao
grau
de
escolaridade13%
ITerceiro Grau IncompletoI
Terceiro Grau Completo OI
27
/OI 60%
Segundo
GrauO
grau de escolaridade é representadono
gráfico 3.Conforme
os dadosobtidos, a maioria dos funcionários
(60%) possuem
3° grau incompleto,(27%)
3° grau completo e apenas(13%)
o 2° grau.De
posse deste dados pode-se notar que, nos dias atuais, os bancosvem
investindo e contratando pessoascom
nível superior. Pode-senotar o interesse
na formação
superior dos funcionários, pelonúmero
de entrevistados5.3 Análise
dos Resultados
5.3.1 significado de
QVT
.Neste primeiro
momento
da
entrevista buscou-se conhecer o significadoda expressão Qualidade de
Vida no
Trabalho(QVT)
junto aos funcionáriosda
AgênciaEstreito
do
Banco Real-
ABN
AMRO
Bank.Quando
questionados sobreo
conceito deQVT,
os entrevistados nãodemonstraram
ternoção
exatado que
se referia a pergunta.Mas,
amedida
que os questionamentos sedesenvolviam
os entrevistados ficavam mais à vontade,demonstrando
maior confiança sobre a caracterização daQVT.
Após
a análise dos depoimentos obtidos observou-se que as relaçõesinterpessoais (50%), aliadas ao
bom
ambiente físico de trabalho (30%), são doisindicadores considerados mais importantes pelos entrevistados,
como
mostra algunsi
trechos dos depoimentos.
“É
necessário que as pessoas sejam unidascomo
no
ambiente familiar, porque na maioria das vezes você fica mais
tempo no
trabalhodo
queem
casa.”Quanto
as condições adequadasdo
ambiente físico os entrevistadosnecessidade de conforto,
ou
seja, condições físicas, estruturais e de segurançana
realizaçao
do
trabalho:“Qualidade de vida
no
trabalho é terum
bom
espaço físico para trabalhar, terbons
equipamentos, boas ferramentas de trabalhoem
geral.Tudo
o que diz respeito a equipamentos, materiais de escritório,móveis
confortáveis,boa
luminosidade eboa
ventilação.“Você
tem que
terum
ambientebom
para trabalhar,saudável, você
tem
que estarnum
lugar limpo, arejado ebem
equipado, entre outras coisas...”Outros aspectos,
também
foram
enfatizadoscomo:
perspectiva de crescimento profissional, remuneração, segurança, estabilidadeno
emprego
evalorização
do
trabalho,compreendendo
20%
do
total de entrevistados,como
podemos
observar nos depoimentos abaixo:
“...é você ter vontade de ir trabalhar e saber
que
vocêtrabalha
numa
empresa
que te dá chance de crescer, valoriza os talentos e conhecimentos.”“QVT
é oque
aempresa
me
ofereceem
termos de tudo,de serviços
médicos
e oportunidades que ela dá ao5.3.2 Percepção
da
QVT
pelos entrevistadosno
seu local de trabalhoNa
percepção dos funcionários, quanto a atual Qualidade deVida
no Trabalho, observou-se.uma
homogeneidade
de depoimentos relevando aspetos negativos e deficitários,da empresa
em
questão,como:
30%
dos entrevistadosapontam
a sobrecarga de trabalho,30%
referiram-se aos equipamentos inadequadosou
obsoletose a maioria (40%), aos baixos salários.
Neste
momento,
aQVT,
para os funcionáriosda Agência
Estreitoassume
outra conceituação, deixando de ter
como
premissa os aspectos relacionados ao relacionamento interpessoal e aspectos físicos, parauma
importância mais pecuniária.O
que
deixa evidenteque
para os entrevistados sua remuneração estáaquém
do
desejado.É
tão grande a importância dada a remuneração que alguns funcionáriosresumem
a Qualidade deVida no
Trabalho auma
remuneração compatívelcom
asatividades
que
realizam.“...Acho que vai muito
do
salário a Qualidade deVida no
Trabalho... Porque a pessoa só
pode
trabalhar contente sabendo oque
vai receberno
finaldo
mês.Acho
que hojeem
dia isso é que é importante.” (Fala de entrevistado)“(...) a questao de salário, a remuneraçao
tem
que sercondizente
com
o teu cargo na empresa, a nossaempresa
é“A
remuneração adequada
é que nos motiva a trabalhar,logo estando motivados nossa
QVT
é satisfatória. (Fala deentrevistado)
Nos
relatos a seguir pode-se notar a insatisfação dos entrevistados,com
relação ao excesso de trabalho gerado pela falta de pessoal:
“Alguns
aspectosque
compõem
omix
do
nosso trabalhonão
estão a contento.Com
destaque para o excesso de trabalho gerado pela falta de pessoal (...)”“(...) o
que
está deixando a desejar é que a nossaempresa
sobrecarrega o funcionário,
em
termos de trabalho, que a gente muitas vezes não consegue fazer o que é proposto pra gente, de acordocom
o quetem
que sair, porque émuito serviço. Ela (a empresa) nos suga.”
“Eu
vejoque
aqui naminha empresa há
uma
carga muito grande de trabalho,não
existeum
planejamento adequado,as coisas são jogadas demais, tipo: as informações
que
vêm
todas aomesmo
tempo
sem
que você tenha assimilado.”Esta sobrecarga de trabalho
tem
gerado, segundo os entrevistadosum
acumulo
de serviços ocasionandoum
perda na qualidade dos serviços prestados. Isto porque a preocupação emaior
com
ocumprimento do
trabalho propostodo que
com
a sua qualidade Portanto, identificou-seum
conflito entre a instituição e os funcionários aesse respeito. Pois, há
uma
cobrança tantona
qualidadedo
serviço prestado quanto na sua quantidade.Como
os dois aspectostêm
perecidos os entrevistadosreclamam
a falta de pessoal para ocumprimento do que
é cobrado.Quando
indagados sobrecomo
analisam as condições adequadasdo
ambiente
na
empresa onde
trabalham, os entrevistados declararam que não há por parteda
empresa
a preocupaçãocom
a saúde dos seus funcionários.“Sobre os aspectos físicos, acho que
somos
deficitários na ergonomia, a gente sente muito cansaçono
dia-a-dia,em
serviço.” (Fala de entrevistado)Até
este ponto,foram
analisadas as percepções dos entrevistadosem
relação ao conceito de
QVT
e a Qualidade deVida no
Trabalhona
sua organização.A
seguir, serão analisadas as categorias conceituais propostas por
Walton
(1973), queforam
norteadoras desta pesquisa.5.3.3
Compensação
justa eadequada
Quanto
a questãoque
tratada
Compensação
justa eadequada
naempresa, foi solicitado aos entrevistados