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A aptidão física e o nível socioeconómico dos jovens com idades dos 15 aos 18 anos no concelho de Ribeira de Pena: aptidão aeróbia

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório de Estágio

Estudo de caso

A aptidão física e o nível socioeconómico dos

jovens com idades dos 15 aos 18 anos no

concelho de Ribeira de Pena - Aptidão aeróbia

Mestrando: Marco Aurelio Pinto Baptista

Orientador: Nuno Domingos Garrido

Coorientador: José Pedro Viana

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Marco Aurélio Pinto Baptista

Relatório de Estágio

A aptidão física e o nível socioeconómico dos jovens

com idades dos 15 aos 18 anos no concelho de Ribeira

de Pena - Aptidão aeróbia

Mestrado em Ensino da Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO VILA REAL, MARÇO 2014

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Marco Aurélio Pinto Baptista

Relatório de Estágio

A aptidão física e o nível socioeconómico dos jovens

com idades dos 15 aos 18 anos no concelho de Ribeira

de Pena - Aptidão aeróbia

Mestrado em Ensino da Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário

ORIENTADORES: Nuno Domingos Garrido José Pedro Viana

UTAD VILA REAL, 2014

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Relatório de estágio apresentado à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e

Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do

regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Nuno Domingos Garrido e do Dr. José Pedro Viana.

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Agradecimentos:

Ao meu orientador, Professor José Pedro Viana, que desde início nos ajudou imenso, e que contribuiu para que este ano de estágio fosse excelente. Pela amizade, compreensão, exigência e rigor que sempre teve connosco, e que fez de nós pessoas mais responsáveis, competentes e acima de tudo melhores professores.

Ao orientador da Faculdade, Professor Doutor Nuno Garrido, pela sua orientação, disponibilidade em ajudar e pela transmissão de conhecimentos, que foram muito úteis para o estágio.

Aos meus colegas de estágio, por todos os momentos passados juntos, pelo excelente clima existente entre nós, por todas as dificuldades que conseguimos ultrapassar e principalmente pela amizade criada.

Aos meus alunos, que foram magníficos, tiveram desde início um enorme respeito por mim e contribuíram para que este ano tenha sido de muitas aprendizagens para mim, e que servirão de referência no meu futuro, que espero que seja como professor.

Aos meus pais por serem uma referência para mim a todos níveis. Sem eles nada disto seria possível e são estes que me fazem dar valor à vida. Obrigado por existirem e por serem os melhores pais do mundo.

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v ÍNDICE Agradecimentos……….IV Indice………V Resumo………VI Abstract………VII Introdução………VIII

Capitulo –Relátorio de estágio………..……1

1.Descrição………..2

1.1.Expectativas e opções iniciais em relação ao estágio…………...2

2 Relações Interpessoais………...………….…..5

3.Planificação………..……9

3.1Plano Anual………..…….……….9

3.2 Unidades Didácticas………..…….……...11

4.Conclusão……….………..14

Capitulo II-Estudo Desenvolvido………...….…….16

Resumo………...………...17 Introdução………..18 Metodologia………...….………19 Resultados……….20 Discussão………...20 Conclusão………..22 Bibliografia……….23

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Resumo

Palavras-chave:Estágio Pedagógico, Educação Física, Planeamento Anual; Relações Interpessoais, Actividade Física.

Esta etapa é o culminar de uma formação académica, que foi repleta de aquisições, quer ao nível individual, quer ao nível profissional, marcando distintamente a nossa formação e contribuído para o sucesso, que todos os estudantes desejam alcançar enquanto docentes.

Terminada, surge a necessidade de descrever e reflectir sobre todo o trabalho efectuado no decorrer deste ano lectivo. O presente relatório assume então um requisito para a conclusão do Estágio Pedagógico e, consequentemente, uma meta da nossa formação, que nos permitirá obter o grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário.

No decorrer deste documento é efectuada uma reflexão sobre as actividades de ensino aprendizagem, no que diz respeito às aprendizagens realizadas como estagiário, ao compromisso com as aprendizagens dos alunos e à inovação nas práticas pedagógicas; às dificuldades e necessidades de formação, mais especificamente em relação às dificuldades sentidas e formas de resolução e às dificuldades a resolver no futuro ou formação contínua; à ética profissional, no que concerne à capacidade de iniciativa e responsabilidade e à importância do trabalho individual e de grupo; às questões dilemáticas; e às conclusões referentes à formação inicial.

O objectivo fulcral deste estudo debruça-se na investigação da influência do nível socioeconómico na aptidão física (aptidão aeróbia) dos jovens compreendidos entre os 15 e os 18 anos do concelho de Ribeira de Pena. Participaram no estudo 62 jovens, que foram divididos em dois grupos (N=31), um grupo constituído por jovens beneficiários de Acção Social Escolar (ASE) e outro sem qualquer apoio. Para tal foi avaliada a aptidão aeróbia em dois momentos diferentes, através da aplicação da bateria de teste do Fitnessgram (TheCooperInstitute for Aerobics Research, 2009),o teste de vaivém.

Ambos os grupos registaram uma melhoria significativa do primeiro para o segundo teste p≤0,01, sem diferenças entre grupos socioeconómicos. Registou-se uma melhoria na Aptidão física de em média 8,19 no grupo COM ASE e de 8,1 no grupo SEM ASE.Conclui-se que neste caso o nível socioeconómico não influencia a aptidão física.

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Abstract

Keywords: Pedagogical Training, Physical Education, Annual Planning; Interpersonal

Relationships, Physical Activity.

This thesis is a culmination step for an academic degree that has fulfilled

several skills at personal and professional level since valuable and fundamental distinctions have been acquired either for training and pedagogic purposes. Currently it is time to reflect about all the work that turned out from the period of time gone. Therefore, the present report assumes an essencial requirement for the conclusion of a Master degree in teaching Physical Education at Basic and High School levels.

Here, new insights for teaching and learning activities will be discussed; thus, innovated and pedagogical methods focused on students´ motivation will be used in order to overcome inherent difficulties such as the need for formation, more designedly the continuous formation; the professional ethics, with regard to the ability for initiative and responsibility and the importance of individual and team work; controversial issues; and the findings regarding initial formation. The main goal of this study is focused on the influence of socioeconomic research on physical fitness (i.e., aerobic fitness) on youth at Municipality of Ribeira de Pena. For that purpose, 62 young collaborated people with

compromised ages between 15 and 18 years old have been sampled and two groups were formed, each of which with N = 31: a group containing young beneficiaries from School Social Action (ASE) and other group without any kind of support. For that, aerobic fitness was evaluated in two different moments through the application of the Fitnessgram test battery (The Cooper Institute for Aerobics Research, 2009), also called the shuttle test.

Both groups showed a significant improvement from the first to the second test (p ≤ 0.01) without differences among socio-economic groups. As a final remark, an improvement in physical fitness has been registered at Ribeira de Pena: in average, values of 8.19 for the ASE group and 8.1 for the remaining one. It is concluded that in this case the socio-economic level does not affect the physical fitness.

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I

NTRODUÇÃO

Esta dissertação insere-se na necessidade de concluir o meu Estágio Pedagógico, e consequente Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Escola de Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro e consiste na elaboração de um relatório representativo e meditativo de todo o trabalho realizado por mim, como estagiário, no Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena, no ano lectivo 2012/2013.

A Educação Física é uma disciplina que possibilita, talvez mais do que as outras, espaços onde se pode dar início a mudanças significativas na maneira de se implementar o processo de ensino aprendizagem. Esta ideia é comprovada por Bento e reforçada por Silveira, (2012), que refere que a aula de Educação Física representa a unidade pedagógica e organizativa básica essencial do processo de ensino e aprendizagem.

Nos dias que correm, o papel do professor tem vindo a ser cada vez mais debatido sendo indiscutível a importância que este assume no processo ensino aprendizagem.

O professor exerce uma função única dentro da escola. Ele é o elemento de ligação entre o contexto interno – a escola, o contexto externo – a sociedade, o conhecimento dinâmico e o aluno.

Um “bom professor” tem que ter, entre muitas capacidades, a de instruir os seus alunos de uma forma eficaz, para que haja a aquisição e/ou desenvolvimento de uma habilidade motora, são necessários diversos factores. O objectivo do Estágio Pedagógico efectivado no segundo ano do Mestrado, é o de harmonizar vivências no mundo real do ensino, para que a partir delas o estudante-estagiário possa solidificar e adquirir um combinado de conhecimentos fundamentais para o seu progresso como profissional de Educação Física. Tributou-se o facto deste ano se ter constituído como o ano do confronto com uma realidade diferente, que separa a vida do estudante da vida do docente.

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A vida de estágio é portanto de grande relevância para todos os futuros docentes, no sentido de não somente observar o comportamento e rotina dos profissionais de ensino, mas também revelar em nós próprios, pontos débeis que devem ser laborados tanto no domínio de conteúdo, como no âmbito pessoal e interpessoal, de forma a sucedermos cada vez melhores e mais competentes na exercitação da nossa função. Este relatório pretende apresentar-se como o culminar do Estágio Pedagógico, que se desenrolou, sob a supervisão/orientação do professor José Pedro Viana e orientação do Professor Doutor Nuno Domingos Garrido.

Através deste documento, que se pretende breve e objectivo, serão desenvolvidas e transmitidas algumas das dificuldades, preocupações e aspectos mais significativos considerando determinantes na minha prestação, os quais se foram manifestando à medida que o ano lectivo foi decorrendo, tratando-se de uma reflexão daquilo que aprendi e apliquei neste ano de estágio e, por isso, uma referência de uma etapa de vida.

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1. DESCRIÇÃO

Neste ponto do trabalho efectuarei uma descrição sobre alguns aspectos relevantes do trabalho enquanto estagiário no Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena, no decorrer do ano lectivo 2012/2013.

Inicialmente fará uma descrição sobre as expectativas e opções iniciais em relação ao estágio, depois sobre as actividades desenvolvidas e justificação das opções tomadas em relação ao planeamento, à realização à avaliação e à componente ético-profissional.

O professor assume um papel central no processo de ensino e aprendizagem e, de acordo com, Galvão, (2002) no desempenho da sua função, pode moldar o carácter dos jovens e, portanto, deixar marcas de grande significado nos alunos em formação.

Esta parte do trabalho torna-se fundamental para nós, professores, conseguirmos verificar o que fizemos neste ano de aprendizagens, ano este que é também de demonstração das nossas capacidades em situação mais real no contexto de docência.

1.1. EXPECTATIVAS E OPÇÕES INICIAIS EM RELAÇÃO AO ESTÁGIO

O Estágio Pedagógico é o culminar do nosso trajecto académico, que nos colocou num contexto real de docência, tendo como função principal, e como meta final, a nossa profissionalização através de um processo de prática profissional autónoma, embora orientada e supervisionada, com a duração de um ano lectivo. Este Estágio foi sustentado por todas as unidades curriculares que tivemos no decorrer da nossa licenciatura e 1º ano de mestrado, e por todas as nossas experiências anteriores, quer no âmbito da docência, quer no âmbito pessoal.

No último ano como estudante de Educação Física amealhei um conjunto de conhecimentos e experiências, que me fizeram estar convicto que seria de grande importância para o Estágio Pedagógico. Tal facto confirmou-se, e posso

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agora afirmar que todas as disciplinas leccionadas no ano anterior foram importantes para o bom desenrolar do Estágio.

Os alunos foram formidáveis, com um comportamento adequado, tendo conseguido obter desde cedo o respeito destes criando uma relação de amizade.

No decorrer deste ano, pretendia desenvolver competências profissionais associadas a um ensino de qualidade, nas várias áreas de desempenho. Para além disto, pretendia promover nos meus alunos o gosto pela prática de actividade física. Consegui ser muito competente na minha actividade de docência nas várias áreas, existindo como é óbvio vários aspectos a melhorar, e alguns que foram melhorados no decorrer do ano lectivo. No entanto, e num balanço global, posso afirmar que estou bastante satisfeito com a forma como decorreu o Estágio. Um aspecto que foi muito bem conseguido foi a promoção de matérias diversas, algumas delas pouco realizadas nas escolas e que motivaram fortemente os alunos.

Os agentes educativos têm o dever de sugerir á população hábitos de vida saudáveis, com o objectivo de melhorar a qualidade de vida e prevenir possíveis doenças. Entre estes hábitos, destaca-se a prática regular de exercício físico, que deve ser iniciado desde cedo, pois, só desta forma se criam uma série de hábitos que se manterão na fase adulta.

Por isso, é muito importante fomentar a actividade física no meio escolar para que os alunos adquiram desde cedo hábitos correctos. Para a concretização deste objectivo precisava, e confirmei que é necessário, desenvolver actividades valorizadas pelos alunos, conhecer o que pensam, desejam e esperam da Educação Física, dirigir a prática de acordo com as suas apetências, expectativas e preferências, orientar aqueles que apresentam maiores dificuldades ou relutância pela actividade física, definindo objectivos intermédios exequíveis, para que atinjam níveis de actividade física coerentes com os critérios de saúde.

Sendo a unidade curricular de Estágio Pedagógico a mais próxima da realidade com que nos vamos deparar, enquanto professores, pretendia globalmente com esta experiência: adquirir conhecimentos ao nível da planificação; perceber como proceder em turmas com diferentes níveis de aprendizagem, de modo a que qualquer um dos alunos se sinta motivado para a prática

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desportiva; criar estratégias de ensino adequadas às necessidades da turma; gerir o tempo de aula de forma realista, conseguindo que as aulas planeadas sejam efectuadas na sua globalidade, mas sempre de acordo com o ritmo e especificidade dos alunos da turma; prever o número de aulas necessárias para uma determinada matéria conseguindo criar uma sequência lógica de aprendizagem; adquirir experiências ao nível da relação com os alunos, com os professores mais experientes e com os orientadores; aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação académica em termos práticos, a um ano de escolaridade diferente ao que estou habituado a leccionar; obter conhecimentos na construção de exercícios para as diferentes modalidades leccionadas; evoluir pessoalmente e profissionalmente; verificar as aprendizagens dos alunos no decorrer do ano lectivo e contribuir para o enriquecimento das mesmas.

Posso afirmar que, praticamente tudo o que estava à espera de vivenciar e praticar, foi concretizado. Naturalmente, consegui ter melhor desempenho nuns aspectos do que em outros, mas na generalidade consegui com muito trabalho, estudo, e orientações, chegar ao fim deste caminho e estar satisfeito, tendo sempre a noção que todo o trabalho pode ser melhorado.

A primeira área de desempenho tem como principal objectivo, a construção de uma estratégia de intervenção, orientada por objectivos pedagógicos, que respeite o conhecimento válido no ensino da Educação Física e conduza com eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno na aula de Educação Física, Matias (2009).

Decidi escolher este espaço para a realização do meu estágio, uma vez que me oferecia todas as condições para poder evoluir quer profissionalmente, quer como pessoa.

A escola sofreu alguns acertes com a passagem a Agrupamento, que vieram a transformar-se em melhorias visíveis em todas as condições físicas e logísticas, inclusive as instalações desportivas. Os recursos espaciais aumentaram e em conjunto com o Pavilhão Municipal é possível, nesta escola, leccionar a disciplina de Educação Física, com todas as condições necessárias reunidas.

A escola está apetrechada ainda com três campos descobertos com as marcações de Basquetebol, Futsal, Voleibol e Andebol, permitindo que para

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além de mais facilmente se colocar toda uma turma em alto tempo de empenhamento motor por haver espaço suficiente para isso, serve também como facilitador de transmissão de conteúdos relativos às diferentes matérias que abordamos ao longo do ano. Comparativamente aos recursos materiais, esta, é uma escola que, comparada com muitas outras, e pelas quais passei como aluno, para servir como termo de comparação, está bastante bem equipada.

Em relação às modalidades abordadas ao longo do ano, sempre existiu bastante material, de elevada qualidade, para uma leccionação correcta das aulas. Dado a disciplina de Educação Física deter escassos recursos temporais, este foi um factor facilitador da aprendizagem dos alunos.

A minha turma era constituída por 18 alunos, em que 8 são raparigas e 10 são rapazes. Por ser uma turma maioritariamente com alunos do sexo masculino, e com grandes níveis de distracção, torna-se um pouco mais difícil de controlar a turma aquando das instruções. No início do ano lectivo, foi feito um levantamento acerca das características indiciais desta turma. Ao longo do tempo, e devido à relação que mantinha com os alunos, fê-los entender quais eram as minhas ideias para que as aulas decorressem sem grandes problemas. Foi-se notando uma adaptação dos alunos ao professor, assim como o professor aos alunos. “Estar sempre atento ao seu papel de agente renovador e transformador da comunidade de onde ele, via regra, se apresenta como um líder natural. As pessoas e os grupos sociais - dependendo da classe a que pertençam - apresentam características especiais de comportamento, interesses e aspirações que os determinam ou condicionam.” Medina (1992). Ambas as partes ficaram a conhecer, desde logo, os “limites”, possibilitando, ao longo de todo o processo de estágio, precavendo qualquer tipo de problema. Já há algum tempo que esta escola não recebia estagiários de Educação Física mas apesar disso mostraram enorme receptividade e simpatia.

2.RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Ao longo do ano lectivo, foram criadas várias relações com os diversos agentes de ensino com quem interagi no dia-a-dia, que foram essenciais para que a

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integração na instituição de ensino fosse bastante positiva, facilitando de igual modo todo o processo inerente ao estágio pedagógico.

Quanto ao núcleo de estágio, o mesmo foi constituído por três estagiários que nunca tinham interagido uma experiência de trabalho conjunta a nível académico, o que logo à partida se apresentou como um desafio, pelo desconhecimento das qualidades e fraquezas que cada um possuía.

Contudo, este núcleo foi demonstrando ao longo do ano lectivo uma grande relação de amizade e dedicação, sem nunca descurar a qualidade do trabalho que realizou, tentando sempre procurar potenciar o melhor de cada um dos elementos com o intuito de desenvolver um trabalho sério e competente.

Relativamente ao corpo docente, sempre existiu um bom ambiente entre toda a comunidade docente da escola; todos os professores nos aceitaram extremamente bem, fomos bem recebidos e, durante todo o ano, fomos tratados de forma igual. Ainda assim, o clima sentido e vivido dentro da Área Disciplinar de Educação Física foi algo que me surpreendeu pela positiva. Apesar da maior parte das vezes recorrer ao co-orientador para encontrar alguma solução para alguma dificuldade que me aparecesse no meu caminho, dificultando o planeamento das minhas aulas, todos os professores da área disciplinar se mostraram sempre compreensivos comigo e com os meus restantes colegas de estágio, facilitando na cedência de espaços e de material, que em muitas das vezes, eles teriam direito a utilizar, todos sempre se mostraram disponíveis para ajudar em tudo o que pudessem, permitindo-me, ao recolher informações de vários docentes, chegar a conclusões mais certeiras, mais práticas e mais rentáveis na minha orientação das aulas.

Outro factor que contribuiu para a nossa boa integração na instituição de ensino, passou pelas boas relações criadas com o grupo de Educação Física, que não só ao nível da nossa inclusão nas reuniões e outras tarefas ligadas à disciplina de Educação Física, mas também através das actividades de convívio que saíam do contexto formal da escola, tentou potenciar da melhor forma essa adaptação, fazendo-nos sentir parte integrante desse grupo.

A relação mantida com este grupo foi sempre de respeito mútuo, com uma grande amizade e lealdade construída ao longo do tempo que também eles foram responsáveis pelo meu crescimento enquanto professor. O ambiente verificado nas reuniões realizadas durante o ano lectivo, mostrou-me um grupo

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coeso, que respeita as opiniões de todos, procurando sempre inovar e descobrir novas técnicas pedagógicas que possibilitem a melhoria do seu trabalho docente e consequentemente as aprendizagens dos alunos, apostando numa formação contínua. Procuraram sempre melhorar os seus saberes relativamente a matérias menos conhecidas por eles, através de uma interacção entre todos, que possibilitasse a troca de experiências.

A total disponibilidade e receptividade demonstradas pela Direcção Executiva, da parte de todos os seus membros, no apoio a todas as tarefas e actividades que realizámos no âmbito escolar, contribuíram de igual modo para uma inclusão rápida e positiva na instituição de ensino, sendo que nunca nos sentimos constrangidos em solicitar auxílio a esse órgão disciplinar.

Para além disso, deve ser aqui referido o apoio e receptividade constantes que os restantes elementos da comunidade educativa demonstraram, nomeadamente os auxiliares educativos e os docentes.

Desta forma, posso afirmar que a integração no meio escolar decorreu da melhor maneira possível, não descurando o facto de já possuir um conhecimento prévio da escola, o que facilitou em muito esta integração, nomeadamente no reforço de relação com os docentes que a Área Disciplinar de Educação Física detém, todos de enorme competência, ficando o desejo pessoal de um dia mais tarde poder voltar a exercer a profissão de professor neste espaço, ou, pelo menos, poder ter a sorte de encontrar noutras escolas, recursos espaciais e, especialmente, humanos, idênticos, que possibilitam a constante evolução das técnicas pedagógicas.

Por fim, quero enaltecer o trabalho do nosso orientador pedagógico, que foi fundamental para o nosso desenvolvimento ecléctico neste estágio pedagógico, demonstrado total disponibilidade e apoio em todas as decisões e actividades que desenvolvemos, e que procuraram constantemente potenciar a nossa evolução como professores, através da troca de ideias e debate que foram sempre ocorrendo ao longo do ano lectivo, não só nas reuniões tomadas a cabo, mas também através de outras formas de contacto indirecto.

Neste campo a situação menos positiva e que eu queria aqui ressalvar, foi uma das relações estabelecidas com um dos funcionários do pavilhão gimnodesportivo, onde apenas uma vez por semana os nossos horários

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coincidiam aquando do meu horário de leccionação, mas que se fazia sentir a sua perturbação em algumas das minhas aulas.

Um dos principais problemas que se faziam sentir, era o incumprimento do seu trabalho, a postura adoptada, aliado a algum desrespeito pelas minhas aulas, algo que desde o início me perturbava abundantemente, mas que com o avançar do ano lectivo fui percebendo que simplesmente era a sua maneira de estar e cumprir o seu serviço, talvez devido ao ambiente demasiado familiar que se fazia sentir.

Como o pavilhão gimnodesportivo onde as aulas decorriam pertence á Câmara Municipal, este auxiliar pertence aos quadros do município e não aos quadros da escola como toda a maioria, o que me fez pensar e que de certa forma se fazia sentir mais algum desleixo que o normal.

No fundo julgo que existia uma postura da sua parte bastante erronia, que o faziam esquecer que se encontrava numa sala de aula, onde existia um professor a transmitir conhecimentos aos alunos.

Desde tentativas de interacções com os alunos enquanto a aula decorria, tentativas de interrupção, diálogos paralelos, constantes tentativas de diálogos comigo e alguns incumprimentos da sua parte no seu serviço que originaram por vezes a entrada de alunos estranhos aos balneários originando queixas de vários alunos, pela desordem dos seus bens.

Tenho que confessar que desde início me mostrei bastante indignado com esta atitude, e que não conseguia entender a sua origem, se incompetência, se falta de educação ou se poderia resultar de outros factores.

Após várias conversas com o nosso orientador, a melhor forma de lidar com ele foi mesmo ignora-lo em determinadas situações, visto que mesmo chamando á atenção, este não ia percebendo a mensagem.

Com o avançar do ano lectivo fui percebendo que era a sua maneira de estar, e que no fundo não fazia de prepósito para prejudicar o que quer que fosse, muito menos falta de educação, mas que simplesmente era a sua maneira de se comportar e que também acontecia com alguns dos meus colegas de Educação Física, e que a melhor forma seria mesmo ignorar durante as aulas. No meu entender todos estes comportamentos eram resultantes do ambiente familiar criado na escola, e que este funcionário em particular, muitas das vezes queria ser tão prestável e ajudar nas nossas aulas que não se apercebia

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de que estava a ser desagradável e perturbador ao estar sempre a assistir às nossas aulas ou ali próximo tentando intervir, por vezes, desagradavelmente. No fundo foi uma lição de como lidar com uma pessoa que de tanto querer ajudar por vezes se torna perturbadora não se apercebendo, só após vários meses consegui ignora-lo durante as aulas, tendo resultado na perfeição pois com o passar do tempo este se foi apercebendo que não deveria estar próximo do local da aula de forma a não perturbar.

3.PLANIFICAÇÃO

É pretendido “capacitar e desenvolver no professor estagiário, competências profissionais relativamente ao planeamento do ensino, fundamentadas nos conhecimentos profissionais e científicos de forma a atender ao enunciado dos programas oficiais, através duma selecção de objectivos, conteúdos, metodologias de ensino e estratégias adaptadas à realidade do contexto, relacionando entre si os dados recolhidos em vários momentos” Gabriel, (2012).

Partindo deste ponto, foram construídos um conjunto de documentos fundamentais para o desenrolar de todo o processo ensino-aprendizagem levado a cabo com a minha turma, tais como um Plano Anual, de onde resultaram planificações parciais, específicas da Unidade Didáctica e da própria aula.

3.1.Plano Anual

A necessidade de estabelecer objectivos exequíveis para os alunos, com o intuito de alimentar as suas expectativas a partir de situações de aprendizagem propostas nas aulas, exigiu a recolha de informação detalhada e minuciosa sobre a população-alvo, com a finalidade de aumentar a qualidade das aulas a leccionar. É inquestionável que todo o processo de ensino-aprendizagem se deve a um processo que está associado a um conjunto de reflexões executadas após a análise que é feita a todos os dados que são retirados da

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turma, do meio escolar, do meio de onde derivam os alunos e dos Programas de Educação Física.

O passo primário do planeamento é executado com a caracterização da turma e, para isso, foi essencial a escolha do questionário sociométrico entregue aos alunos, para conhecer a sua verdadeira realidade e em que meio estavam inseridos, uma vez que podiam estar sujeitos a algumas carências socioculturais. A caracterização acabou por ser um processo fácil de construir, uma vez que os alunos pertencem todos a uma área de freguesias circundantes à escola com aspectos sociais e materiais similares.

É fácil perceber também, que com esta caracterização, e algum conhecimento do meio, que a grande parte destes alunos estão desprovidos de qualquer infra-estrutura desportiva local. Para reforçar, o desporto nestas aldeias, é visto ainda como algo menosprezado ao qual não é dado o devido valor.

O Agrupamento tem definido quais as matérias e os objectivos essenciais/anuais da disciplina de Educação Física, partiu-se em conjunto com o co orientador pela distribuição das matérias ao longo de todo o ano lectivo. Em virtude das modalidades a abordar e dos espaços disponíveis para cada período lectivo, foram definidas as etapas para a leccionação de cada Unidade Didáctica, optando, assim, por abordar as modalidades de uma forma faseada, com o objectivo de prolongar as matérias dando uma maior possibilidade de evolução e maior tempo de contacto dos alunos com a modalidade. No entanto, na preparação de cada Unidade Didáctica, e após o apuramento de resultados das avaliações diagnósticas, decidimos proceder a um conjunto de decisões de ajustamento procurando solucionar, especificamente, os problemas detectados e as necessidades reais e particulares dos alunos da turma de maneira a que os objectivos fossem suficientemente alcançáveis por parte dos discentes. “O primeiro critério a nortear a selecção de conteúdos por parte do professor é a possibilidade destes permitirem o crescimento pessoal dos alunos” Silva, (1996).

Ao produzirmos o plano anual, ficou evidente a necessidade de realizar um planeamento a longo prazo das matérias e seus objectivos a desenvolver durante o ano lectivo para a turma, enquadrado nas finalidades gerais e específicas da disciplina de Educação Física. Com a elaboração desse documento, numa fase inicial ficaram definidos um conjunto de estratégias e

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reflexões que achamos ser as indicadas para colocar em prática no processo de ensino-aprendizagem.

Ao longo do ano lectivo existem factores que não são controláveis, considero este um “documento aberto”, isto é, está sempre passível de ser alterado e rectificado a qualquer momento deste processo. No ensino deve-se traçar um plano global, integral e realista da intervenção educativa para um amplo período de tempo. É a partir dele que se definem e estipulam os momentos chave de intervenção pedagógica servindo de uma análise global da turma e do meio em que esta está inserida. Uma vez que a esmagadora maioria dos alunos é pertencente ao mesmo meio, a Área Disciplinar viu-se na necessidade de reorganizar os conteúdos e objectivos comportamentais a atingir por cada Unidade Didáctica, de maneira a uniformizar um currículo que melhor se adequa às necessidades dos alunos desta escola.

Com a realização deste documento pude concluir que um professor que queira ser eficaz no desempenho da sua profissão, terá de organizar/estruturar todo este processo complexo de forma a poder realizar um ensino com igualdades de obtenção do sucesso, em que todas as suas ideias sejam congruentes com o nível dos alunos que encontrará no seu percurso. Para isso é necessário que todo esse trabalho resulte de um processo reflexivo para que todas “as peças do puzzle” possam encaixar.

3.2.Unidades Didácticas

As Unidades Didácticas são parte integrante e fundamental do programa de uma disciplina, constituem unidades fundamentais e integrais do processo pedagógico e apresentam aos professores e aos alunos etapas bem distintas do processo de ensino – aprendizagem.

A construção deste tipo de documento permite ao professor, planificar toda a Unidade Didáctica (U.D.) com o intuito de fomentar o sucesso no processo ensino-aprendizagem das modalidades abordadas. Após a realização da avaliação diagnóstica de cada U.D., além de analisar o desempenho dos alunos, é elaborado um documento com os objectivos a atingir para cada UD e as estratégias que iriam ser utilizadas para alcançar esses mesmos objectivos.

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Esta documentação foi imprescindível e de grande utilidade para o auxílio da minha acção educativa. A construção deste documento foi fundamental para o meu engrandecimento ao nível de conteúdos e regras existentes em algumas modalidades que nunca em todo o meu currículo académico tinha abordado. Estes documentos concebidos para todas as Unidades Didácticas, foram enleados por uma linha orientadora e sistematizada, com o objectivo de orientar de uma forma construtiva todo o processo de ensino-aprendizagem. A sua elaboração, teve em conta os Programas Nacionais de Educação Física para o Ensino Secundário, as decisões tomadas em Área Disciplinar (tendo em conta a construção dos objectivo anuais de escola para determinadas modalidades), a disponibilidade dos recursos materiais e espaciais, tendo em conta o regulamento fornecido no início do ano lectivo, bem como as características da turma que me foi proposta. A consecução deste documento não tem apenas como objectivo, planear o ensino e dar a conhecer ao professor e aos alunos os objectivos e conteúdos que pretendemos alcançar, deve também contemplar conteúdos relativos à melhoria da saúde, através da escolha de exercícios que consigam dar a compreender ao aluno, com o auxílio do professor, as dosagens adequadas para uma melhoria do estado de saúde, do desenvolvimento e preparação do seu nível físico. Desta forma, para além dos conhecimentos práticos (Capacidade procidimental), é importante que os alunos adquiram conhecimentos teóricos (Capacidade atitudinal e aprendizagens), não apenas sobre os fundamentos e regras da modalidade, mas também noções acerca de como ter uma vida activa e saudável fora da escola. No final de cada U.D., foi realizado um balanço acerca da mesma, onde comprovamos o que realmente se verificou de acordo com o que tínhamos planeado ou o que efectivamente necessitou de algum reajustamento. Em todas as Unidades Didácticas isso foi um facto, confirmando o meu pensamento anterior quando afirmava ser deveras importante planear uma Unidade Didáctica. É daí que saem todas as previsões de como esta se vai desenrolar, mas conscientes de que no seu desenrolar podem ser efectuados alguns ajustes.

Ajustes esses que foram naturais e de certa forma exigidos, uma vez que apareceram imprevistos, e não foi possível cumprir a planificação á risca. Assim cada unidade didáctica teve que ser alterada, quer em alguns

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conteúdos, quer em números de aulas programadas. Estes controles foram efectuados de maneira a que os alunos nunca saiam prejudicados, cada vez que é exigida uma alteração, alterações devido a actividades extracurriculares, a motivos temporais ou motivos de ordem pessoal do professor.

Assim ao longo do ano procedemos a algumas alterações nos conteúdos a leccionar e no seu número de aulas, talvez retirando algum nível de dificuldade, por vezes, mas ajustando para que todos possam ter sucesso na tarefa e no cumprimento dos objectivos fundamentais de jogo, no caso dos jogos desportivos colectivos, por exemplo. Mas também a cada aula e a cada exercício era muitas vezes exigido que se alterassem as estratégias usadas, de modo a que cada uma se adapta-se melhor aos alunos, que como todos nós professores sabemos, o que hoje resulta, amanha poderá ser um desastre total, cabendo a nós adoptar sempre a postura e estratégia acertada naquele momento.

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4.CONCLUSÃO

“Um bom professor é aquele que consegue reconhecer os seus erros, corrigindo-os.”

António Nolasco

Para muitos poderá ser motivo de enorme satisfação dar por concluído este Estágio do ano lectivo 2012 / 2013. Para mim, confesso que é com enorme tristeza que vi o término do Estágio. Com o passar do tempo, comecei a perceber o quão gratificante e enriquecedor é trabalhar com crianças e, como tal, não poderia desvalorizar a oportunidade que me foi dada por intermédio deste Estágio. Com este documento pretendo traduzir um pouco dessa experiência fabulosa que foi a de exercer a função de docente junto de crianças que espontaneamente manifestam os seus sentimentos, emoções e alegrias.

Por tudo isto, é com orgulho que construí este documento que suporta toda essa experiência. Representa assim um álbum de recordações, ao qual me dediquei e me empenhei . No entanto, as palavras nunca serão suficientes para traduzir tudo o que vivenciei.

Neste Estágio, tive a oportunidade de contactar com novas experiências e de colocar em prática tudo aquilo que aprendi, não só ao longo dos quatro anos do meu curso mas também ao longo da minha vida, sendo um desafio deveras interessante.

Reforçando o que foi anteriormente referido, um professor não se pode cingir à função de pedagogo, deverá também criar laços de amizade com todos os que o rodeiam. Foi o que procurei fazer durante este Estágio e posso afirmar, nesta altura, que esses laços foram criados, quer ao nível dos alunos, quer ao nível dos professores e funcionários.

Um dos aspectos que considero pertinente ter em consideração é a minha assiduidade. Uma prova do meu empenho neste Estágio é a minha plena assiduidade. Além dos meus interesses, seria injusto não pensar nos dos alunos pois, para estes, uma aula de Educação Física significa muito mais do que a prática física. Desta forma, tirar-lhes esta oportunidade seria como tirar um rebuçado a uma criança. Daí a minha preocupação em ser assíduo e pontual.

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Foram muitos os bons momentos que marcaram este Estágio, dos quais destaco os dias de convívios escolares (corta-mato distrital, torneio de futebol, torneio de basquetebol, etc…) uma vez que senti um enorme prazer em conviver mais de perto com alunos e professores, sendo o mais importante, nestes dias, a união de toda a comunidade escolar em torno de uma palavra que admiro: “Desporto”.

O trabalho desempenhado pelo professor cooperante José Pedro Viana foi exemplar, pois esteve constantemente preocupado e disponível em esclarecer todas as dúvidas que surgissem ao longo do Estágio. Um dos aspectos que me agradou bastante foi o facto do professor cooperante observar atentamente todas as aulas que leccionei, mencionando o que esteve bem em cada aula e os erros cometidos, o que me possibilitou uma rápida tomada de consciência dos erros cometidos e sua subsequente correcção.

Foi com agrado que aceitei todas as críticas que me foram dirigidas, porque contribuíram para atingir um dos meus principais objectivos que é ser um óptimo profissional na área da Educação.

Em síntese, foi um enorme privilégio realizar este Estágio que, apesar de me ter dado intenso mas agradável trabalho, possibilitou-me a vivência de muitas experiências que me deram um enorme leque de conhecimentos que certamente irei usufruir na minha vida profissional.

Seguramente, irei recordar este Estágio ao longo de toda a minha vida, não só pela vasta experiência adquirida mas também pelas amizades que fiz e embora este ano lectivo ainda não tenha terminado, já sinto saudades da escola, sobretudo dos alunos.

A escola não é apenas um espaço dentro de quatro paredes, mas tem um mundo lá dentro de que eu quero fazer plenamente parte…

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A aptidão física e o nível socioeconómico dos jovens com

idades dos 15 aos 18 anos no concelho de Ribeira de Pena -

Aptidão aeróbia

Baptista, Marco; Garrido, Nuno; Viana, Pedro.

Resumo –O binómio Saúde - Actividade Física relaciona-se directamente com

aspectos socioeconómicos e ocupacionais (Monteiro & Gonçalves, 1998).

É fundamental que a instituição escola e a disciplina de Educação Física se preocupem em debruçar sobre temas como este.

A aptidão aeróbia é uma capacidade fulcral para qualquer actividade desportiva, e que está presente numa simples caminhada ou tarefas diárias (Albuquerque, Fumes, & Santiago, 2008).

O objectivo fulcral deste estudo debruça-se na investigação da influência do nível socioeconómico na aptidão física (aptidão aeróbia) dos jovens compreendidos entre os 15 e os 18 anos do concelho de Ribeira de Pena.

Participaram no estudo 62 jovens, que foram divididos em dois grupos (N=31), um grupo constituído por jovens beneficiários de Acção Social Escolar (ASE) e outro sem qualquer apoio. Pretendendo verificar se existem diferenças entre os dois grupos, inicialmente, na sua evolução e após um determinado período de tempo. Para tal foi avaliada a aptidão aeróbia em dois momentos diferentes, um no início do primeiro período e outro no final do segundo período, através da aplicação da bateria de teste do Fitnessgram (TheCooperInstitute for Aerobics Research, 2009), tendo sido escolhido o teste de vaivém para este efeito.

Ambos os grupos registaram uma melhoria significativa do primeiro para o segundo teste p≤0,01, não tendo registado qualquer diferença entre grupos socioeconómicos. Registou-se uma melhoria na Aptidão física de em média 8,19 percursos no grupo COM ASE e de 8,1 percursos no grupo SEM ASE.

Conclui-se que neste caso o nível socioeconómico não influencia a aptidão física. Palavras-chave: Aptidão aeróbia; Aptidão física; Fitnessgram; Nível socioeconómico.

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Introdução

As iniciativas de promoção de exercício físico regular e hábitos saudáveis em crianças e jovens têm-se tornado num foco importante de promoção da saúde, a base de um estilo de vida que inclui a actividade física regular e boas práticas alimentares deve ser construída cedo na vida.

A prática regular de actividades físicas sistematizadas na infância e na adolescência pode favorecer sobremaneira o desenvolvimento ou a manutenção de níveis adequados de aptidão física, reduzindo o risco de incidência de inúmeras disfunções crónico-degenerativas em idades precoces. Assim, o propósito deste estudo foi analisar a influência do nível socioeconómico destes jovens na aptidão física, focando-se na aptidão aeróbia.

Leon, (1997) considera a aptidão cardiorrespiratória, a componente mais importante da aptidão física e fisiológica do ponto de vista para a saúde. Assim aptidão cardiorrespiratória é definida como a capacidade do coração, pulmões e sistema circulatório fornecerem oxigénio e nutrientes para os músculos trabalharem eficientemente.

Como é na Escola que as crianças passam a maioria do tempo, é necessário que sejam as instituições de ensino a encorajar as crianças a fazerem escolhas saudáveis, intervindo directamente neste processo de construção de princípios, atitudes e valores fundamentais para a Saúde (Mesquita, 2012).

O que nos aponta o Ministério da Educação, é que aqueles alunos com dificuldades têm direito à acção social escolar (ASE.), isto é, ao apoio por parte deste, para que possam estudar e estar em pé de igualdade com a restante comunidade (Ministério da Educação, 2005).

“São de reconhecimento geral que todo e qualquer processo educacional procura na sua essência, atender adequadamente às necessidades biológicas, sociais e culturais da população à que se desterra”(Daolio, 2007; Tani, 2008). Posto isto, torna-se essencial á educação física como à escola em geral, permitir uma maior mobilidade social, criando oportunidades àqueles que apresentam níveis socioecónomicos desfavoráveis.

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Por outro lado temos o factor aptidão física, essencial para as aulas de educação física, neste caso a componente aeróbia, capacidade fulcral em todas as actividades da aula.

Os dados das avaliações e resultados podem ser utilizados para que os professores possam desenvolver exercícios e actividades que melhorem a aptidão física, elevando as capacidades físicas de modo harmonioso e adequado ao desenvolvimento e necessidades dos alunos (Fialho & Fernandes, 2011).

Estes aspectos tornam-se necessários para a organização de material didáctico simples e eficiente sobre o tema, dada a sua relevância como norteador das práticas pedagógicas do professor.

Esta afirmação poderá ser fundamental para o objectivo do estudo, pois segundo o que indica parte da bibliografia, os alunos carenciados socioeconomicamente são aqueles que mais facilmente incrementam maus hábitos diários, estando interligados com o menor poder económico, apresentando assim uma menor aptidão física(Cardoso, 2000). Como conjecturas a verificar foram definidas as seguintes hipóteses: 1) existência de diferenças na aptidão física entre alunos que beneficiam de ASE e os que não beneficiam; 2) existência de melhorias na aptidão física dos alunos que beneficiam de ASE e os que não carecem de apoio ASE ao longo dos testes; 3) qual a diferença na evolução quando comparados os dois grupos de alunos sujeitos aos testes.

Metodologia

O estudo é composto por 62 jovens do concelho de Ribeira de Pena, com idades que vão dos 15 aos 17 anos. Desta população alvo, foram formados dois grupos, beneficiários ASE e sem ASE, cada um deles com 31 jovens. Para a avaliação da aptidão física, na capacidade de aptidão aeróbica, foi utilizado o teste do vaivém, de acordo com a bateria de testes do Fitnessgram, aplicando todos os métodos referidos no Manual de Aplicação de Testes(The Cooper Institute for Aerobics Research, 2009).

Os testes foram realizados em dois momentos diferentes, aos dois grupos em questão, um no início do ano lectivo e um outro no final do 2º período.

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Os resultados obtidos foram tratados pelo programa informático SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) 21 for Windows. Depois de verificada a normalidade da distribuição, foram analisados e apresentados os dados descritivos através de médias e desvios padrão. Para a análise das diferenças de médias das variáveis dependentes Aptidão física entre cada grupo foi realizada uma Anova OneAway com factor fixo ASE. Posteriormente foram analisados separadamente cada grupo, no diferente momento dos testes com recurso a um T-test. Foi considerado um valor de α=0.05.

Resultados

A leitura do quadro 1 Podemos verificar que houve uma evolução de ambos grupos entre Momento 1 (M1) e momento 2 (M2) (com ASE em média 8,19 percursos, p≤0.01; sem ASE 8,09 percursos, p≤0.01). Quando comparados os dois grupos no M1 e no M2 não se verificaram diferenças estatisticamente significativas ( p>0.05).

Quadro. 1Análise descritiva com a respectiva análise de variância. Média e desvio padrão de cada grupo nos diferentes testes e momentos de avaliação (Unidade de medida: nº de percursos).

ASE

YoYo (Vaivém)

M1 M2

COM 51,45 ± 25,80 59,64±29,0*

SEM 52,80 ± 25,56 60,9 ± 26,96*

*p≤0,01 para yoyo entre o momento 1 (M1) e o momento 2 (M2).

Discussão

Vários autores apontam a capacidade aeróbia, como a capacidade fisiológica e física fundamental para o desporto e actividade física, de tal forma que julgamos importante capacitar estes dados, visto tratar-se de uma capacidade fundamental (Albuquerque et al., 2008).

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O treino será um dos principais causadores dos resultados obtidos, bem como as influências do contexto socioeconómico e demográfico, a especificidade do impacto biológico e do crescimento.

Perante a amostra e os resultados obtidos podemos afirmar que a Educação Física é a causadora destes resultados, pois é através dela que a maioria tem acesso ao treino da sua aptidão física e á prática desportiva de forma orientada.

Deve-se ter também em conta a singularidade dos contextos socioeconómicos e geográfico (Nhantumbo, Maia, Saranga, & Prista, 2008) relevando-se fulcral analisar a plenitude demográfica e social destes jovens, deparam-nos com uma região do interior norte do país, marcada por fortíssimos traços de ruralidade, pela estagnação e pelo crescente despovoamento que se faz sentir nesta área geográfica (Câmara Municipal de Ribeira de Pena, 2004).

Verifica-se que no meio rural os jovens são aproveitados pelos pais, com mais frequência na realização de trabalhos de campo e nas tarefas de casa, apresentando um benefício na medida em que lhes permite desenvolver diversas capacidades físicas.

Denota-se que de certa forma não existem grandes diferenças em termos sociais e económicos entre cada um dos grupos sujeitos ao estudo, pois o meio revela-se muito influenciador em termos de acesso á prática desportiva e aos hábitos de qualquer actividade física.

A especificidade do impacto biológico e do crescimento, juntamente com os efeitos de natureza sociocultural na estrutura dos testes e equipamentos expressam a matriz complexa na interpretação dos resultados (Malina, Bouchard, & Bar-Or, 2004).

Estes condicionalismos próprios da região, limitam a participação de actividades físicas fora da escola, podendo contribuir para uma maior adesão, motivação e empenho destes face às actividades realizadas quer nas aulas de educação física, quer em actividades extracurriculares promovidas por esta, de tal forma que estes jovens vêem na escola uma oportunidade de prática desportiva única, aproveitando ao máximo todas as infra-estruturas disponíveis, assemelhando a sua prática de actividade física e desporto a estes momentos que é promovida a estes jovens.

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Todos os factores nomeados anteriormente se podem verificar de certa forma, podendo mesmo ser aqui apresentados como possíveis justificações de tais resultados obtidos.

Conclusão

Existem enumeras variáveis que influenciam a aptidão física nesta faixa etária estudada, sendo brutalmente diferente em determinadas áreas geográficas, meios rurais e urbanos, e em diferentes contextos sociais e económicos.

Logra-se concluir que não existem quaisquer diferenças entre os dois grupos sujeitos á avaliação de aptidão física com diferentes níveis socioeconómicos, apenas foram registadas evoluções significativas do primeiro para o segundo teste dentro de cada grupo, de modo que a variável nível socioeconómico não afecta a aptidão aeróbia.

O que nos leva a crer que acima de tudo se impõe o meio, neste caso uma das poucas opções de prática desportiva que prevalece é a Educação Física.

Apresentando assim diferenças não significativas entre os grupos socioeconómicos estudados no teste de aptidão aeróbia escolhido da bateria de testes do fitnessgram.

Sugere-se assim, que outros estudos sejam feitos sobre este tema e teste, principalmente na população escolar. Apresentando outras dimensões, para que possam ser fornecidas informações significativas aos profissionais de educação física acerca das necessidades reais dos alunos.

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Referências

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