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Saúde oral e o impacto na qualidade de vida numa população pré-escolar em Salvador - Bahia - Brasil

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I

Saúde oral e o impacto na qualidade de vida numa

população pré-escolar em Salvador – Bahia – Brasil

MONOGRAFIA DE INVESTIGAÇÃO

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

AUTORA: Maria Inês Cerqueira Coutinho

Aluna de Mestrado Integrado em Medicina Dentária da FMDUP

ORIENTADORA: Maria de Lurdes Ferreira Lobo Pereira

Professora Auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

COORIENTADORA: Maria Lizzia Moura Ferreira dos Santos

Doutoranda em Odontologia e Saúde Pública da Universidade Federal da Bahia

(2)

II

AGRADECIMENTOS

À professora doutora Maria de Lurdes,

Pela incansável ajuda, apoio e disponibilidade, À Doutora Liz,

Pelo carinho com que me acolheu em Salvador, À minha família,

Por acreditar sempre em mim, Aos meus amigos, David, Joana, Rita, Guimas, Anita, Brito, Filipa, Galhardo, Gazela, Inês, Miza, Nána, Nuno, Patrícia e Teresa

(3)

III

RESUMO

Objetivo: Avaliar o impacto da cárie, trauma e má oclusão na qualidade de vida das crianças em idade pré-escolar e nas respetivas famílias numa população do bairro de Canabrava, em Salvador, Bahia, Brasil.

Método: Estudo transversal, com 113 crianças dos 3 aos 5 anos, realizado numa unidade de saúde da família e numa creche na área de Canabrava, Salvador, Brasil. Os pais/responsáveis responderam à versão brasileira do ECOHIS. O exame clínico foi realizado por estudantes e profissionais de Medicina Dentária. Utilizaram-se os testes de Kruskal Wallis e de Mann - Whitney U com um nível de significância de 0,05.

Resultados: A cárie dentária apresentou impacto negativo sobre as crianças e as famílias, principalmente no domínio dos sintomas (p=0,02)e limitações (p<0,005 e p=0,007) e no domínio da angústia dos pais (p<0,005). A gravidade de cárie apresentou relação com a qualidade de vida em vários domínios, no domínio dos sintomas (p<0,005), no domínio das limitações, na dificuldade em beber bebidas quentes ou frias (p=0,03), em comer (p=0,003) e faltar à creche (p<0,005), no domínio psicológico, na dificuldade em dormir (p=0,001) e na irritação (p=0,05). No setor da família, na culpabilização dos pais (p<0,005) e no absentismo ao trabalho (p=0,05). O trauma não apresentou associação com a qualidade de vida das crianças, porém apresentou impacto nas famílias, no domínio da angústia dos pais (p=0,002). A má oclusão apresentou impacto na qualidade de vida das crianças, no domínio da autoimagem e interação social (p=0,005)

Conclusões: A cárie dentária é dos problemas orais estudados o que causa maior perda da qualidade de vida das crianças e das suas famílias. Existe uma relação da perda de qualidade de vida com a gravidade de cárie.

(4)

IV

ABSTRACT

Objective: To evaluate the impact of cavities, trauma and malocclusion on the quality of life of pre-school children and their families in a population in the suburbs of Canabrava in Salvador da Bahia, Brazil.

Method: A cross-sectional study with 113 children aged from 3 to 5 years, carried out at a family health unit and day care center in the Canabrava area, Salvador, Brazil. Parents / guardians responded to the Brazilian version of ECOHIS. The clinical examination was made by students and dental professionals. The Kruskal Wallis and Mann - Whitney U tests were used with a significance level 0.05.

Results: Dental cavities had a negative impact on children and families, especially in the domain of symptoms (p = 0.02) and limitations (p <0.005 and p = 0.007).In the parents' anguish domain (p <0.005). The severity of tooth decay is also related to the quality of life in several domains: in the domain of symptoms (p <0.005), in the area of limitations, difficulty in drinking hot or cold drinks (p = 0.03), eating (p = 0.003) and missing lacking day care (p <0.005). In the psychological domain, the difficulty in sleeping (p = 0.001) and irritation (p = 0.05). In the parents' guilt (p <0.005) absenteeism at work (p = 0.05). Trauma had not impact on children’s but had impact on families in the domain of parents´anguish (p=0,002). Malocclusion had impact on children´s quality of life in the field of self-image and social interaction (p=0,005).

Conclusions: Dental cavities is one of the oral problems studied, which causes greater loss of quality of life for children and their families. There is a relation between the loss of quality of life and the severity of tooth decay.

(5)

V

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 7 MATERIAL E MÉTODOS ... 9 RESULTADOS ... 12 DISCUSSÃO ... 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 26 ANEXOS ... 30

ANEXO 1 - Aprovação da comissão de ética ... 30

ANEXO 2 – Consentimento informado ... 33

ANEXO 3 – Questionário individual da criança ... 34

ANEXO 4 – Questionário B-ECOHIS ... 35

ANEXO 5 – Exame Físico ... 36

ANEXO 6 – Parecer de autoria... 37

(6)

VI

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela I - Caracterização dos dados sociodemográficos dos participantes (n=113) ... 12 Tabela II - Caracterização dos problemas orais das crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113) ... 13 Tabela III - Caracterização dos hábitos parafuncionais das crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113) ... 13 Tabela IV - Frequência do impacto da qualidade de vida em crianças dos 3 aos 5 anos e das suas famílias, conforme respostas dos responsáveis, devido a problemas dentários, em Salvador – BA, Brasil,2018 (n=113) ... 14 Tabela V - Tabelas do setor de impacto na qualidade de vida em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113) ... 15 Tabela VI - Caracterização do impacto da cárie dentária na qualidade de vida, das crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113) ... 16 Tabela VII - Caracterização da prevalência do trauma na qualidade de vida, em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113) ... 17 Tabela VIII - Caracterização da prevalência da má oclusão na qualidade de vida, em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113) ... 18 Tabela IX - Caracterização da prevalência da gravidade de cárie na qualidade de vida, em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113) ... 19 Tabela X - Caracterização da prevalência da gravidade de cárie na qualidade de vida com base no B-ECOHIS total ... 20

(7)

7

INTRODUÇÃO

A saúde oral é, nos dias de hoje, entendida como algo multidisciplinar e em constante evolução, muito díspar da antiga definição que apenas entendia saúde como a ausência de doença. A World Dental Federation define saúde oral como a “capacidade de falar, sorrir, cheirar, saborear, tocar, mastigar e transmitir expressões com confiança, sem dor e desconforto”. (1)

A saúde oral é considerada fundamental ao bem-estar psíquico, físico e mental e como algo que altera as vivências, expectativas, experiências e perceções do indivíduo. (1,2)

Nas crianças, a saúde oral é maioritariamente desequilibrada por problemas como a cárie dentária, o trauma e as maloclusões (2,3) que têm um impacto negativo.

Os problemas orais têm origem multifatorial (4) e podem manifestar-se nas crianças por deficiências nutricionais, sono, socialização e de autoimagem, (5) afetando, assim, o seu desenvolvimento. (6)

A qualidade de vida relacionada à saúde oral é influenciada por três dimensões: física, mental e social, podendo ser alterada pelo impacto negativo das doenças orais e da respetiva duração e frequência, na vida quotidiana. (6)

A cárie dentária é a doença oral mais prevalente em todo o mundo. Embora os fatores etiológicos sejam bem conhecidos e a doença facilmente prevenível, a redução do número de dentes cariados e dentes perdidos por cárie nas crianças ainda permanece um problema. (1)

Deste modo, eliminar a cárie na infância continua a ser um desafio, uma vez que esta se encontra muito prevalente (2), e pode ter consequências indesejáveis como a dor e infeção. (7)

O traumatismo dentário é muito comum entre crianças de idade pré-escolar, visto que nesta fase de desenvolvimento, os reflexos ainda são reduzidos e a falta de coordenação motora pode levar às quedas. (8,9) O trauma dentário é causado por um impacto externo num dente e nos tecidos adjacentes. O grau de gravidade varia de acordo com a extensão da lesão. (10) Os dentes mais afetados são os incisivos centrais superiores, os quais podem perder estrutura, em casos de fratura coronária, mudar a cor da coroa ou sofrer avulsão, havendo a possibilidade de comprometimento estético. (10)

A má oclusão é definida como uma perturbação dento maxilar, referindo-se à oclusão anormal entre dentes, maxilares ou dentes e maxilares simultaneamente, podendo afetar a função, a harmonia facial e o bem-estar psicossocial. Muitos são os fatores que contribuem para a má oclusão, como os fatores hereditários e ambientais. (3) Os hábitos de sucção prolongados e

(8)

8 a sua influência no sistema miofuncional estão descritos na literatura e podem ter como consequência alterações na oclusão. (3)

Diversos estudos (11,12) mostram o impacto negativo da falta de saúde oral na vida das crianças, podendo resultar em dor, perda de função, stress emocional, efeitos adversos no desenvolvimento da oclusão e mudanças na estética, tendo, assim, repercussões a nível nutricional, comportamental e educacional. As doenças orais, apesar de facilmente preveníveis, continuam ainda muito prevalentes, afetando não só a saúde oral como também o bem-estar físico, mental e social da criança, podendo ter impacto negativo na qualidade de vida da mesma e dos seus cuidadores. (2,4,5,11)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define qualidade de vida como a “perceção que o indivíduo tem sobre a sua posição na vida, no contexto de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas e preocupações.”(13,3) O impacto da saúde oral na qualidade de vida define-se como “os sintomas e o impacto funcional e psicossocial que provém de problemas orais”. (2)

Assim, diversas investigações (2,14) demonstram também que não só as crianças são afetadas com os problemas orais e as suas consequências, mas também as suas famílias, podendo estas ter sentimentos de culpa e irritação. Estes podem, ainda, potenciar problemas financeiros, profissionais ou mesmo pessoais. (2,9)

Deste modo, existe a necessidade de relacionar o impacto das maloclusões, cárie e trauma na qualidade de vida. Esta associação permitirá a prevenção precoce e o restabelecimento do equilíbrio do sistema estomatognático. (1)

Para que se estabeleça a relação entre a qualidade de vida e a saúde oral existem diversos instrumentos que padronizam esta medição e estabelecem esta relação.(2) Um dos instrumentos possíveis é o questionário Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Oral de Crianças na Idade Pré-Escolar (ECOHIS), adequado para crianças dos 2 a 5 anos que é aplicado para ampliar o conhecimento sobre as condições orais adversas que afetam a qualidade de vida das mesmas. (2)

Este trabalho teve como objetivo a avaliação do impacto da cárie, trauma e problema oral na qualidade de vida das crianças e famílias no bairro de Canabrava, Salvador, Bahia (BA) – Brasil.

(9)

9

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo faz parte de um estudo transversal mais abrangente, que engloba todo o município de Salvador, em áreas cobertas pela atenção primária à saúde, crianças pré-escolares, dos 0 aos 5 anos, expostas ao zika vírus e acompanhadas em unidades de referência de Salvador-Bahia. Também crianças que frequentam creches públicas municipais e adolescentes jovens que frequentam escolas públicas deste município fazem parte deste estudo.

Realizaram-se dois inquéritos distintos (ANEXO 3 E 4) e um exame clínico (ANEXO 5). Os inquéritos foram direcionados aos pais ou a quem acompanhava a criança.

O primeiro inquérito caracterizou os dados da recolha (data, responsável e local), aspetos sociodemográficos da criança (local de permanência durante o dia, se a escola realizava escovagem supervisionada ou se tinha algum programa de saúde oral, nome, data de nascimento, sexo, condições habitacionais e informações da gestação e parto), aspetos sociodemográficos dos pais (nome, idade, habilitações literárias e ocupação) e os aspetos relativos aos hábitos relacionados com a saúde oral (alimentação e hábitos parafuncionais).

O segundo questionário, B-ECOHIS, pretende avaliar o impacto da saúde oral na qualidade de vida da criança. Neste questionário abordaram-se questões relacionadas com a criança e a família. As alterações possíveis na criança podem ocorrer em diferentes domínios, podendo ser no domínio dos sintomas (dores na boca, dentes ou maxilares), no domínio das limitações (deixar de realizar atividades, beber ou comer e faltar à creche), no domínio psicológico (dificuldade em dormir e mostrar irritação) e no domínio da autoimagem ou interação social (dificuldade em sorrir e falar). Relativamente ao setor da família, estudou-se o impacto no domínio da angústia dos pais (sentimento de culpa e aborrecimento) e no domínio da função familiar (absentismo ao trabalho e impacto financeiro). Neste questionário as opções de resposta eram “nunca”, “quase nunca”, “às vezes, de vez em quando”, “com frequência” e “com muita frequência”.

Os responsáveis pela colheita eram estudantes de Medicina Dentária ou Médicos dentistas, previamente calibrados.

No exame clínico (ANEXO 5) foram consideradas as seguintes variáveis: higiene oral, trauma, cárie e má oclusão. Na análise da higiene oral avaliou-se presença de biofilme e/ou cálculo. No estudo do trauma consideraram-se apenas dentes anteriores decíduos, tendo sido caracterizado o tipo de lesão. Para avaliar a cárie, foram utilizados os critérios da Organização Mundial de Saúde. (15)

(10)

10 Considerando a má oclusão, analisou-se a chave de caninos, sobressaliência, sobremordida e a mordida cruzada posterior. Analisou-se também nas crianças as alterações dentárias (forma e número), de tecidos moles e também as alterações de freio labial superior.

Neste estudo foi incluída uma amostra de conveniência constituída por 113 crianças em idade pré-escolar (3 a 5 anos), cobertas pela atenção primária à saúde, utentes de unidades de saúde da família (USF) e também crianças que frequentavam creches públicas municipais, no distrito sanitário de Pau de Lima, no bairro de Canabrava.

As variáveis utilizadas para cumprimento dos objetivos deste estudo no questionário sociodemográfico foram: a idade em meses e os hábitos parafuncionais da criança e a idade e ocupação da mãe. O questionário B-ECOHIS foi aplicado na íntegra.

No exame clínico analisou-se a presença de cárie, trauma e má oclusão. Para entender o impacto da cárie dentária dependendo da sua gravidade, considerou-se uma nova variável denominada gravidade de cárie. Assim, foram criadas três categorias: livre de cárie (a criança não apresentava lesões de cárie), baixa gravidade (ter entre 1 a 4 cáries) e alta gravidade (4 ou mais dentes cariados).

Criou-se uma nova variável, impacto na qualidade de vida, utilizando o B-ECOHIS. Deste modo, considerou-se ter impacto na qualidade de vida as respostas “às vezes, de vez em quando”, “com frequência” e “com muita frequência” e sem impacto na qualidade de vida, “nunca” e “quase nunca”. Ainda para a análise do B-ECOHIS, definiu-se a variável B-ECOHIS TOTAL, como sendo a junção de todas as questões do B-ECOHIS.

Definiu-se também a variável problema oral, na qual se considerou a presença de pelo menos um dos problemas orais estudados, cárie, trauma e/ou má oclusão. Com esta variável pretende-se avaliar a prevalência dos problemas orais.

O exame clínico foi realizado na criança no local e apenas pela observação, seguindo as recomendações técnicas e de biossegurança da OMS para a realização de levantamentos epidemiológicos de saúde oral. (16)

O questionário dos dados sociodemográficos e o B-ECOHIS foram lidos em voz alta aos responsáveis das crianças, aquando da realização na USF e enviados para casa, aquando da realização na creche.

Todas as crianças identificadas com alterações na saúde oral foram encaminhas para a consulta de medicina dentária nas Unidades de Saúde da Família. Também se promoveram ações educativas e de prevenção de problemas orais em todas as crianças, escovagem e aplicação de flúor.

As variáveis categóricas foram descritas através de frequências absolutas e relativas (%) e as variáveis contínuas utilizando a média e desvio padrão. Foram utilizados os testes de Kruskal

(11)

11 Wallis para comparar gravidade de cárie com as várias respostas do questionário B-ECOHIS. Para as restantes variáveis, prevalência de cárie, trauma, má-oclusão em relação B-ECOHIS total foi usado o teste de Mann-Whitney U. Associações estatisticamente significativas foram inferidas para um nível de significância de 0,05.

Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal da Bahia (ANEXO 1). O consentimento informado (ANEXO 2) foi entregue aos responsáveis antes do questionário e exame clínico serem aplicados.

(12)

12

RESULTADOS

Na tabela I apresentam-se os resultados referentes às características sociodemográficas dos participantes. Das 113 crianças, 44,2% eram do sexo masculino e tinham uma média de idades de 53,04±10,6 meses. Relativamente à posição no emprego das mães 51,6% eram domésticas e 36,8% eram empregadas.

Na tabela II estão representados os dados referentes à presença de problemas orais nas crianças. Cerca de 69,9% apresentaram algum problema de saúde oral.

A prevalência de cárie observada foi de 40,7% e 15,9% destas crianças apresentavam cárie de alta gravidade.

O trauma estava presente em 19,5% das crianças e as maloclusões em 39,1%. Tabela I - Caracterização dos dados sociodemográficos dos participantes (n=113) n (%) Idade (meses) 36-47 48--59 60-71 29 (25,7) 42(37,2) 42(37,2) Sexo Feminino Masculino 50 (44,2) 63 (55,8) Idade da mãe 18-24 25-31 32-38 Mais de 39 23(20,7) 41(36,9) 32(28,8) 15(13,5) Posição no emprego da mãe

Doméstica Empregada Estudante Aposentada Não sabe 49 (51,6) 35 (36,8) 2 (1,8) 1 (0,9) 1 (0,9)

(13)

13 Na tabela III, estão caracterizados os hábitos parafuncionais das crianças. Dos participantes, 63,6% apresentavam pelo menos um hábito parafuncional, sendo que os mais prevalentes eram roer as unhas (33,9%) e ranger os dentes (27,7%).

Tabela III - Caracterização dos hábitos parafuncionais das crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113)

Sim n (%) Não n (%) Prevalência de hábitos parafuncionais 68 (63,6) 39 (36,4)

Range os dentes enquanto dorme 31 (27,7) 81 (72,3)

A criança usa chupeta 8 (7,1) 104 (92,9)

A criança chupa no dedo 8 (7,4) 100 (92,6)

A criança rói a unha 38 (33,9) 74 (66,1)

A criança morde objetos 26 (23,6) 84 (76,4)

A tabela IV, apresenta as respostas do questionário B-ECOHIS. Nesta tabela analisou-se a frequência do impacto da qualidade de vida nas crianças e nas suas famílias, conforme as respostas dos responsáveis, devido a problemas dentários. Em todos os domínios (sintomas, limitações, aspetos psicológicos, interação social e função familiar), “nunca” foi sempre a resposta mais frequente.

Relativamente à criança, no domínio dos sintomas 30,1% dos responsáveis responderam que “às vezes, de vez em quando” as crianças sofriam com dores nos dentes, boca e maxilares. No domínio das limitações, a questão de “às vezes” sentir dificuldades em comer certos alimentos foi a que obteve uma percentagem maior (12,4%), seguida de “às vezes” ter de faltar à creche (8,0%).

Tabela II - Caracterização dos problemas orais das crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113)

n (%) Problema oral 79 (69,9) Cárie 46 (40,7) Gravidade da cárie Livre de cárie Baixa gravidade Alta gravidade 66(58,4) 29(25,7) 18(15,9)) Má-oclusão 34 (39,1) Trauma 22 (19,5)

(14)

14 No domínio psicológico, “às vezes” ficar irritada ou ter dificuldade em dormir têm a mesma percentagem de respostas (6,2%) e as outras opções têm um número muito reduzido de respostas.

Legenda: DS = Domínio de Sintomas; DL = Domínio de Limitações; DP = Domínio de Aspetos Psicológicos; DAIS = Domínio de Autoimagem e interação Social; DAP = Domínio de Angústias dos Pais; DFF = Domínio da Função Familiar;

Tabela IV - Frequência do impacto da qualidade de vida em crianças dos 3 aos 5 anos e das suas famílias, conforme respostas dos responsáveis, devido a problemas dentários, em Salvador – BA, Brasil,2018 (n=113)

Setores de impacto Domínios Nunca Quase nunca Às vezes, de vez em quando Com frequência Com muita frequência Não sei n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) Setor de impacto nas crianças

Com que frequência a criança já… Sentiu dores nos dentes, na boca e nos maxilares?

DS 68 (60,2) 8(7,1) 34(30,1) 3(2,7) 0 (0) 0 (0)

Deixou de fazer atividades (brincar, correr)

DL 101 (89,4) 4 (3,5) 7 (6,2) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Teve dificuldade em beber bebidas quentes ou frias

DL 97(85,8) 5(4,4) 7(6,2) 4(3,5) 0 (0) 0 (0)

Teve dificuldade em comer certos alimentos

DL 88(77,9) 8(7,1) 14(12,4) 1(0,9) 2(1,8) 0 (0)

Teve dificuldade em pronunciar qualquer palavra

DL 110(97,3) 0 (0) 2(1,8) 1(0,9) 0 (0) 0 (0) Faltou à creche, jardim de infância

ou escola

DL 100(88,5) 3(2,7) 9(8,0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Teve dificuldades em dormir DP 98(86,7) 4(3,5) 7(6,2) 3 (2,7) 0 (0) 1(0,9) Ficou irritada DP 98 (86,7) 4 (3,5) 7 (6,2) 3(2,7) 0 (0) 1(0,9) Evitou sorrir ou rir DAIS 107 (94,7) 1 (0,9) 4 (3,5) 0 (0) 0 (0) 1 (0,9) Evitou falar DAIS 108 (95,6) 0 (0) 4 (3,5) 0 (0) 0 (0) 1 (0,9) Setor de impacto na família

Você ou outra pessoa da família, devido a problemas com os dentes ou tratamentos dentários da sua criança, com que frequência…? Ficou aborrecido DAP 85(75,2) 5 (4,4) 16(14,2) 5(4,4) 2 (1,8) 0 (0) Sentiu-se culpado DAP 83(73,5) 2(1,8) 20(17,7) 5(4,4) 3(2,7) 0 (0) Faltou ao trabalho DFF 101 (89,4) 4(3,5) 3 (2,7) 2 (1,8) 2 (1,8) 0 (0) Sentiu impacto financeiro na sua

família?

(15)

15 No domínio da autoimagem e interação social, apenas 3,5% dos inquiridos afirmou que “às vezes” as crianças evitavam sorrir ou falar por problemas dentários.

No setor da família, o domínio da angústia dos pais foi o que obteve maior impacto, sendo que 17,7% dos pais de vez em quando se sentiam culpados e 14,2% de vez em quando ficavam aborrecidos com os problemas orais da criança. No domínio da função familiar, 8% dos responsáveis afirmaram que sentiram impacto financeiro na família.

Na tabela V, são apresentados os resultados do impacto na qualidade de vida nos diferentes setores.

No domínio dos sintomas, causou impacto em 32,7% em relação às dores nos dentes ou maxilares. No domínio das limitações, causou impacto em 15,0% em relação a comer certos alimentos e em 9,7% em relação à dor a beber bebidas quentes ou frias. No domínio psicológico, 8,9% teve impacto em relação aos hábitos de sono ou à irritação.

No domínio da família, sentir-se culpado causou impacto em 24,8% e ficar aborrecido causou impacto em 20,4%.

Tabela V - Tabelas do setor de impacto na qualidade de vida em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113)

Setores de impacto Domínios Sem impacto Com impacto

n (%) n (%)

Setor de impacto nas crianças

Com que frequência a criança já…

Sentiu dores nos dentes, na boca e nos maxilares? DS 76 (67,3) 37 (32,7) Deixou de fazer atividades (brincar, correr) DL 105 (93,8) 7 (6,3) Teve dificuldade para beber bebidas quentes ou frias DL 102(90,3) 11(9,7) Teve dificuldade para comer certos alimentos DL 96(85) 17(15,0) Teve dificuldade em pronunciar qualquer palavra DL 110(97,3) 3 (2,7) Faltou à creche, jardim de infância ou escola DL 103(91,2) 9(8,0)

Teve dificuldades em dormir DP 102(90,3) 10(8,9)

Ficou irritada DP 102 (90,2) 10 (8,9)

Evitou sorrir ou rir DAIS 108 (96,4)) 4 (3,6)

Evitou falar DAIS 108 (96,4) 4 (3,6)

Setor de impacto na família

Você ou outra pessoa da família, devido a problemas com os dentes ou tratamentos dentários da sua criança, com que frequência…?

Ficou aborrecido DAP 90(79,6) 23(20,4)

Sentiu-se culpado DAP 85(75,3) 28(24,8)

(16)

16 Legenda: DS = Domínio de Sintomas; DL = Domínio de Limitações; DP = Domínio de Aspetos Psicológicos; DAIS = Domínio de Autoimagem e interação Social; DAP = Domínio de Angústias dos Pais; DFF = Domínio da Função Familiar

Na tabela VI está caracterizada a relação da cárie com a qualidade de vida, para todos os domínios do B-ECOHIS. A presença da cárie demonstrou impacto no domínio dos sintomas (p=0,02), no domínio das limitações, na dificuldade em comer (p=0,05), na ausência à creche (p=0,007) e no domínio da função familiar, no que concerne à culpabilização dos pais relativamente à saúde oral das crianças (p<0,005).

Sentiu impacto financeiro na sua família? DFF 103 (92,0) 9(8,0)

Tabela VI - Caracterização do impacto da cárie dentária na qualidade de vida, das crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113)

cárie≠0 cárie=0 Mediana Mean Rank Mediana Mean Rank Teste Mann-Whitney U p

Setor de impacto nas crianças

Domínios dos sintomas

Sentiu dores nos dentes, na boca e nos maxilares? 1 64,72 2 51,40 1186,00 0,02 Domínio das limitações

Deixou de fazer atividades (brincar, correr) 1 59,36 1 55,38 1432,50 0,24 Teve dificuldade para beber bebidas quentes ou

frias

1 60,37 1 54,69 1386,00 0,14

Teve dificuldade para comer certos alimentos 1 62,29 1 53,37 1297,50 0,05 Teve dificuldade em pronunciar qualquer palavra 1 56,72 1 57,19 1528,00 0,79 Faltou à creche, jardim de infância ou escola 1 62,51 1 53,22 1287,00 0,007 Domínios de aspetos psicológicos

Teve dificuldades em dormir 1 57,01 1 56,99 1540,50 1,00

Ficou irritada 1 58,24 1 56,15 1484,00 0,57

Domínio da autoimagem e interação social

Evitou sorrir ou rir 1 57,46 1 56,69 1520,00 0,75

Evitou falar 1 57,95 1 56,34 1496,50 0,47

Setor de impacto na família

Domínio da angústia dos pais

Ficou aborrecido 1 56,65 1 57,24 1525,00 0,90

Sentiu-se culpado 1 68,35 1 49,21 1019,00 <0,005

(17)

17 *valores a negrito correspondem a resultados estatisticamente significativos

O trauma causou impacto na qualidade de vida (tabela VII) no setor da família relativamente à culpabilização dos pais (p=0,002). No que diz respeito ao impacto na qualidade de vida nos domínios que à criança dizem respeito, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas

*valores a negrito correspondem a resultados estatisticamente significativos

Faltou ao trabalho 1 57,10 1 56,93 1536,50 0,96

Sentiu impacto financeiro na sua família? 1 60,78 1 54,40 1367,00 0,06

Tabela VII - Caracterização da prevalência do trauma na qualidade de vida, em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113)

trauma≠0 trauma=0 Mediana Mean Rank Mediana Mean Rank Teste Mann-Whitney U p

Setor de impacto nas crianças

Domínios dos sintomas

Sentiu dores nos dentes, na boca e nos maxilares? 2 65,55 1 54,93 813,00 0,12 Domínio das limitações

Deixou de fazer atividades (brincar, correr) 1 52,00 1 58,21 937,50 0,14 Teve dificuldade para beber bebidas quentes ou

frias

1 54,43 1 57,62 944,50 0,50

Teve dificuldade para comer certos alimentos 1 63,95 1 55,32 848,00 0,13 Teve dificuldade em pronunciar qualquer palavra 1 58,11 1 56,73 976,50 0,52 Faltou à creche, jardim de infância ou escola 1 54,11 1 57,70 937,50 0,41 Domínios de aspetos psicológicos

Teve dificuldades em dormir 1 60,27 1 56,21 929,00 0,38

Ficou irritada 1 57,70 1 56,83 985,50 0,85

Domínio da autoimagem e interação social

Evitou sorrir ou rir 1 57,57 1 56,86 988,50 0,82

Evitou falar 1 58,05 1 56,75 978,00 0,64

Setor de impacto na família Domínio da angústia dos pais

Ficou aborrecido 1 71,39 1 53,52 684,50 0,90

Sentiu-se culpado 1 57,98 1 56,76 979,50 0,002

Domínio da função familiar

Faltou ao trabalho 1 62,45 1 55,68 881,00 0,10

(18)

18 Na análise entre a má oclusão e a qualidade de vida, apresentada na tabela VIII, no domínio da autoimagem e interação social, relativamente a evitar sorrir ou rir o resultado foi estatisticamente significativo (p=0,05).

*valores a negrito correspondem a resultados estatisticamente significativos

Evidencia-se uma associação entre a gravidade de cárie e a qualidade de vida (tabela IX) em diversos domínios. No domínio dos sintomas (p<0,005), no domínio das limitações, na dificuldade em beber bebidas quentes ou frias (p=0,03), em comer (p=0,003) e faltar à creche (p<0,005). No domínio psicológico, na dificuldade em dormir (p=0,001) e na irritação(p=0,05).

Tabela VIII - Caracterização da prevalência da má oclusão na qualidade de vida, em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113)

má oclusão≠0 má oclusão=0 Mediana Mean Rank Mediana Mean Rank Teste Mann-Whitney U p

Setor de impacto nas crianças

Domínios dos sintomas

Sentiu dores nos dentes, na boca e nos maxilares? 1 53,51 2 58,50 1224,50 0,39 Domínio das limitações

Deixou de fazer atividades (brincar, correr) 1 57,00 1 57,00 1343,00 1,00 Teve dificuldade para beber bebidas quentes ou frias 1 56,68 1 57,14 1332,00 0,91 Teve dificuldade para comer certos alimentos 1 51,44 1 59,39 1154,00 0,10 Teve dificuldade em pronunciar qualquer palavra 1 55,50 1 57,65 1292.00 0,25 Faltou à creche, jardim de infância ou escola 1 56,43 1 57,25 1323,50 0,83 Domínios de aspetos psicológicos

Teve dificuldades em dormir 1 57,18 1 56,92 1337,00 0,95

Ficou irritada 1 55,51 1 57,64 1292,50 0,590

Domínio da autoimagem e interação social

Evitou sorrir ou rir 1 53,41 1 58,54 1221,00 0,05

Evitou falar 1 55,54 1 57,63 1293,50 0,38

Setor de impacto na família

Domínio da angústia dos pais

Ficou aborrecido 1 51,57 1 59,34 1158,50 0,13

Sentiu-se culpado 1 58,22 1 56,46 1301,50 0,74

Domínio da função familiar

Faltou ao trabalho 1 55,37 1 57,70 1287,50 0,52

(19)

19 No setor da família, existe uma relação entre a culpabilização dos pais (p<0,005), o absentismo ao trabalho (p=0,05) e o impacto financeiro (p=0,01) dependendo da gravidade da cárie.

*o teste para comparação das variávieis foi o kruskal-Wallis; valores a negrito correspondem a resultados estatisticamente significativos

Entre as condições clínicas estudadas, observou-se uma relação da cárie, gravidade de cárie e a qualidade de vida relacionada à saúde oral.

Na análise global do B-ECOHIS com as variáveis clínicas, apresentada na tabela X, estabeleceu-se relação entre a cárie (p=0,003), a gravidade de cárie (p<0,005) e o trauma (p=0,03) com a qualidade de vida.

Tabela IX - Caracterização da prevalência da gravidade de cárie na qualidade de vida, em crianças dos 3 aos 5 anos participantes do estudo, em Salvador – BA, Brasil, 2018 (n=113)

Cárie = 0 Baixa gravidade Alta gravidade

Mean rank Mean rank Mean rank p value

Setor de impacto nas crianças

Domínios dos sintomas

Sentiu dores nos dentes, na boca e nos maxilares? 51,07 57,08 82,93 <0,005 Domínio das limitações

Deixou de fazer atividades (brincar, correr) 55,43 55,86 64,58 0,134 Teve dificuldade para beber bebidas quentes ou frias 53,91 57,03 68,28 0,03 Teve dificuldade para comer certos alimentos 52,61 56,21 74,39 0,003 Teve dificuldade em pronunciar qualquer palavra 57,22 57,43 55,50 0,75 Faltou à creche, jardim de infância ou escola 53,24 53,52 76,39 <0,005 Domínios de aspetos psicológicos

Teve dificuldades em dormir 57,09 48,79 69,89 0,001

Ficou irritada 56,23 52,69 66,75 0,05

Domínio da autoimagem e interação social

Evitou sorrir ou rir 56,71 55,00 61,28 0,25

Evitou falar 56,35 55,55 61,72 0,17

Setor de impacto na família

Domínio da angústia dos pais

Ficou aborrecido 57,45 52,21 63,06 0,34

Sentiu-se culpado 48,51 56,81 88,44 <0,005

Domínio da função familiar

Faltou ao trabalho 57,01 52,05 64,94 0,05

(20)

20 *valores a negrito correspondem a resultados estatisticamente significativos

Tabela X - Caracterização da prevalência da gravidade de cárie na qualidade de vida com base no B-ECOHIS total

Teste Mann-Whitney Mean rank p

Cárie com cárie sem cárie 1195,000 64,52 51,84 0,03 Trauma com trauma sem trauma 1192,000 52,56 58,91 0,03 Má oclusão com má oclusão Sem má oclusão 709,500 52,56 58,91 0,32

Teste Kruskal Wallis Mean rank p

Gravidade de cárie Livre de cárie Baixa gravidade Alta gravidade 17,013 51,81 54,81 87,53 <0,005

(21)

21

DISCUSSÃO

Neste estudo, procurou-se estabelecer a relação entre o impacto na qualidade de vida e problemas orais como a cárie, o trauma e a má oclusão. Dos problemas orais estudados observou-se que a cárie tem impacto na qualidade de vida da criança e da sua família.

O impacto negativo da saúde oral na qualidade de vida das crianças e família pode ser explicado por modelos de saúde, (3) como o B-ECOHIS, que aparenta ter a técnica apropriada para obter informações destes domínios. (10, 17,18) A versão utilizada, B-ECOHIS, é uma adaptação do original ECOHIS (versão americana) para português, validado para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde oral para a cultura brasileira. (19)

O ECOHIS é o questionário aplicado aos tutores e não diretamente às crianças, podendo existir por este motivo uma diferença de perspetivas. Para além disto, quando as crianças são muito novas, ou existem problemas cognitivos, está indicado que sejam os pais a responder. (10) Existe também evidência de que as crianças com menos de 6 anos não são capazes de indicar e relembrar detalhes da sua saúde com mais de 24horas. (11)

Na década de 70, médicos dentistas e investigadores começaram a estabelecer uma relação entre a saúde oral e o bem-estar do indivíduo, isto, porque as patologias dentárias não se enquadravam no conceito clássico de doença. (20)

Embora os problemas de saúde oral geralmente não ponham em risco a vida, são considerados um problema de saúde pública,uma vez que têm elevada prevalência e influência a nível social, económico e psicológico, podendo afetar a qualidade de vida. (19,20)

A saúde oral é atualmente considerada parte integrante da qualidade de vida do indivíduo, existindo uma relação entre estas. (2) Esta relação merece atenção, visto que os problemas orais podem causar dor, desconforto, modificações estéticas, alterando, assim, a autoestima e até a vida pessoal e social do indivíduo. Contudo, esta manifestação vai ter maior impacto em função do modo como o indivíduo encara a sua condição oral e a sua qualidade de vida, uma vez que é uma questão de perceção subjetiva. (5)

Foi identificado neste estudo que a cárie dentária tem um impacto negativo na qualidade de vida, tanto maior quanto a sua gravidade, corroborando com outros estudos (5,21), pois para além da perda de função e dor causada ao indivíduo, a cárie tem repercussões estéticas, alterando a autoestima e fatores sociais da criança. (20) Neste estudo a cárie dentária apresenta uma elevada prevalência (40,7%). Estes dados estão de acordo com os descritos na literatura, para diferentes cidades do Brasil. (22) A literatura concorda que a prevalência de cárie varia de 46% a 53% em países em desenvolvimento e 22 a 32% em países desenvolvidos. (6,23)

(22)

22 Uma das causas para a cárie afetar a qualidade de vida é pela dor que causa. Estas dores provocam limitações na função oral e limitações emocionais, stress e dificuldades em dormir, (6) ou seja, a cárie dentária tem um impacto maior nos domínios dos sintomas, limitações e aspetos psicológicos, (2,22,23) confirmando os resultados deste estudo. Estes domínios possuem uma maior significância uma vez que afetam o sono, a +alimentação e a prestação escolar e exigem maiores cuidados e atenção por parte dos tutores, contribuindo para a maior perceção das consequências pelos mesmos. (23)

Tal como neste estudo, em vários outros (2,5) se demonstra que os pais são afetados pela irritação e dor da criança, auto-responsabilizando-se pelos problemas orais desta, pois em idades tão novas, pais e filhos são praticamente inseparáveis.(5) Como o processo de desenvolvimento da cárie pode ser doloroso, eleva os níveis de stress na criança e exige atenção extra dos pais, causando muitas vezes um sentimento de culpa. (2,24)

Em alguns estudos, (5,22,24) verificou-se que existiu relação do impacto financeiro no orçamento familiar com a gravidade de cárie, corroborando assim com os estudos que afirmam que a cárie dentária tem um impacto negativo tanto maior quanto a sua gravidade. Além do mais, a nível profissional, os responsáveis assumiram que faltaram ao emprego por problemas dentários da criança, causando, assim, um grande impacto. Este dado corrobora com outros estudos (5,6,19), em que os pais assumiram o absentismo ao trabalho como consequência dos problemas orais das crianças.

A má oclusão causa importante impacto sobre os indivíduos em termos funcionais e estéticos. (3) Neste estudo observou-se uma relação significativa do domínio da autoimagem e interação social nomeadamente no evitar sorrir. Este achado pode-se explicar pelo facto de a má oclusão poder causar alterações estéticas. Relativamente aos restastes domínios não foram observadas diferenças estatisticamente significativas, o que está de acordo com o descrito na literatura. (3,10,23,25) Está descrito também na literatura (10) que o ECOHIS, não estabelece uma boa relação entre os problemas causados pela má oclusão e a qualidade de vida, pois analisa elementos como a irritação, a dor ou a dificuldade em beber, que não são alterados pela má oclusão. Os pais, frequentemente, não reconhecem a má-oclusão na dentição primária como um problema e encaram-na, muitas vezes, como algo genético, não procurando tratamento por não a considerarem anormal(26) ou pelos dentes decíduos serem substituídos pelos permanentes.(28) Noutro estudo(29) encontrou-se uma relação entre a má oclusão e a qualidade de vida, demonstrando que os pais das crianças com mordida aberta anterior tinham perceção de que a saúde oral dos seus filhos era pior.

Neste estudo, encontrou-se uma relação negativa com o trauma relativamente à família e ao facto de se sentirem culpados pelo problema dentário causado. Está descrito na literatura que

(23)

23 é comum o trauma afetar o domínio da angústia dos pais quando a gravidade do trauma é maior como fraturas que envolvem a polpa, avulsão e/ou luxação.(26) Também na literaturaé reportado que o impacto negativo causado na família está relacionado com o facto de quando acontece um acidente de trauma exige alguma urgência na reação, podendo levar os pais a faltar ao emprego e também ter impacto financeiro. (10)

Existe alguma controvérsia relativamente ao trauma e ao impacto na qualidade de vida, existindo estudosem que esta não foi afetada, corroborando com este estudo em que não houve impacto na qualidade de vida das crianças. (7,12,13) Porém, existem outros estudos que demonstram impacto na qualidade de vida. (10,25) Nesses estudos, verifica-se o impacto negativo do trauma como uma experiência stressante a nível físico, passível de causar dor, perda de função, eventualmente perda de estética, tendo, assim, repercussões psicológicasna criança. A dor descrita pelos pais não é muitas vezes a dor no momento do trauma, mas sim, os efeitos pós-trauma, como a mobilidade aumentada, inflamação ou exposição pulpar. (10)

Os incisivos centrais superiores são os dentes mais passíveis de sofrer trauma,(28) tendo sido estes os dentes estudados, a prevalência foi de 19,5%, que se encontra dentro do intervalo de prevalência de trauma no Brasil que varia entre 9,4% e 41,6%.(30) Porém, o impacto do trauma na qualidade de vida é ainda muito controverso(25), uma vez que existem estudos que relatam impacto em diversos domínios ou no B - ECOHIS TOTAL e estudos que não apresentam qualquer relação.

No entanto, quando considerado o fator estético relacionado com o trauma, está demonstrado na literatura ter impacto negativo na qualidade de vida em crianças com mais de 3 anos. (25, 28) Na literatura está descrito que quanto maior a gravidade do trauma maior impacto em domínios dos sintomas, da autoimagem e da interação social. (10)

Os pais relatam que os problemas dentários das crianças afetam não só as crianças como também as suas famílias. (6) Na literatura, (31) de acordo com as mães das crianças com problemas orais, estas sentem-se mais isoladas pelos colegas de turma, podendo ser ridicularizadas e colocadas de parte. Esta avaliação não foi considerada no estudo, contudo seria benéfico o estudo da influência dos problemas orais na vida social da criança, nas suas relações com os colegas de turma e amigos.

Reconhece-se que alguns educadores não têm conhecimento suficiente acerca da qualidade de vida dos seus filhos relativamente à saúde oral.(31) Ainda assim, a informação dos pais acerca das crianças é fundamental, uma vez que nestas idades precoces eles são totalmente responsáveis pela sua saúde oral e também os seus conhecimentos acerca dos sintomas, doenças e tratamentos irão afetar a saúde oral da criança.(32) Assim, a saúde oral das crianças afeta a qualidade de vida dos pais, bem como os conhecimentos dos pais afetam a qualidade de

(24)

24 vida das crianças, sendo esta relação afetada mutuamente (13) e não somente unidirecional como estudado.

Deste modo, segundo a literatura, quando os educadores têm os cuidados de saúde oral adequados, visitam regularmente o médico dentista, aparentam também ter conhecimentos de saúde oral mais elevados, o que é fundamental para o bem-estar da criança. (33)

As limitações deste estudo, incorrem devido ao facto de ser um estudo transversal que não consegue estabelecer uma relação de causa e efeito entre as variáveis estudadas. No entanto, os estudos transversais podem ser úteis, pois incluem fatores de risco que podem ser abrangidos em estudos longitudinais. Outra limitação deste estudo é o facto do ECOHIS ser direcionado aos pais e não à criança, pelo que a perspetiva da alteração da qualidade de vida nos domínios que à criança dizem respeito é dada pela perspetiva dos pais. Adicionalmente, neste estudo, apenas se analisou o impacto das condições orais e não dos seus determinantes, podendo alguns fatores que estão associados aos fatores orais, como o estatuto económico, influenciar a perceção do impacto da saúde oral na qualidade de vida.

(25)

25

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dos três problemas orais considerados, a cárie é o que causa maior perda de qualidade de vida à criança e à sua família.

A cárie dentária causa impacto em diversos domínios na criança, principalmente nos sintomas e limitações; quanto à família causa impacto na angústia dos pais e função familiar, prejudicando, assim, o dia a dia da criança, os seus momentos de lazer e alterando o seu desenvolvimento psicossocial.

Quanto maior a gravidade de cárie, maior será o impacto na qualidade de vida, causando efeitos nos domínios dos sintomas, limitações psicológicas, tendo, também, grande impacto na angústia dos pais.

No trauma existe impacto negativo na qualidade de vida dos pais sentindo-se estes culpados pelos problemas das crianças.

A má oclusão causa um comprometimento estético nas crianças, fazendo com que estas evitem sorrir.

Mais estudos serão necessários para avaliar o conhecimento dos pais sobre a temática da saúde oral, para que se planeiem políticas adequadas aos níveis de conhecimento de forma a reduzir os problemas orais.

(26)

26

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ANEXOS

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Referências

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