UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIAS
.7,EARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA
_ISE DOS EXPERIMENTOS DE MARCACAO DA CUPANATA COMUM, Prochilodus cearensis
STEINDACHNER, & RIO PARA/BA
Jose' jucimar Batista Carvalho
Dissertaggo apresentada-ao Departa- mento de Engenharia de Pesca do Centro do C -rencias ApIrias da Universidade Fe-deral do Ceara', corno parte das exig.é.nci-'as- para a obtengao do titulo de Engenhei
ro de Pesca.
FORTALEZA - CEARA - BRASIL Julho de 1977
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
C324a Carvalho, José Jucimar Batista.
Análise dos experimentos de marcação da curimatã comum Prochilodus cearensis Steindachner, no rio Parnaíba / José Jucimar Batista Carvalho. – 1991.
28 f. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 1991.
Orientação: Prof. Antônio Adauto Fonteles Filho. 1. Engenharia de Pesca. I. Título.
CDD 639.2 1977
Prot. mss. bustavo Iiizscnky Fernandes Vieira Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca
Prof. Ad . A tBnio Adauto Fonteles Filho VISTO
B S C r;41
SUPERVISOR
Prof. Adj. Ant-aril° Adauto Fonteles Filho
COMISS7,0 EXAMINADORA
Prof. Col. tarlos Artur Sobreira Roch7.. Aux.
Ens:
Carlos Tassito Correa IvoProt. Adj. mar ia Ivone Flota lAives
NOSSOS AGRADECIMENTOS
Ao
Prof.
Adj. Antanio Adauto Fonteles Filho do Curso de Engenharia de Pesca, pela dedicada orientação que nos foi prestada,. na realização deste trabalho.
A
Diretoria de Pesca e Piscicultura do DNOCS e de-mais funcion5rios deste, que contribuiram direto ou indireta-mente na elaboração deste estudo.A todos aqueles que participaram na execução des-ta tnbalho, nossos sinceros agradecimentos.
ArlISE DOS 'EXPERIMENTOS DE :IARCAQ70 DA CURIMATg COMA
Prochilodus cearensis STEINDACHNER, NO RIO PARNAIBA.
Jos E Jucimar rda.tiFta Carvalho
1 - UTR0DUÇA.0
0 rio Parnaiba e seus afluentes constituem a mais importante bacia fluvial do Heio-Norte do Brasil. Esta cobre u ma reOão de cerca de 362.000Km2, que abrange quase todo o Es-tadc do Piaui, 20% do Estado do Maranhgo e pouco menos de 10% ao Estado do Ceara (Paiva, 1976).
0 rio Parnaiba, desde as nascentes at a barra (si tuada entre a ilha das Canarias e a ilha Grande) atinge uma ex
tensgo de 1.416Km (Dodt, 1873 in Paiva, 1976), com um traje-
to na diregão Sul-Notte, acentuadamente sinuoso em alguns tre-chos. Apresenta um regime quase torrencial, caracterizado por cheias, de maior frequEncia durante os meses de janeiro e fe-veruiro, e menor volume d'agua observado nos meses de julho e outubro. Seus afluentes mais importantes sac) os rios Gurgu'eia e Loroa, situados a margem direita, os quais so de regime tem porario.
As espEcies fluviais,como os peixes do rio Parnal-)a, so migradoras, sendo por este motivo chamada de "peixes
de piracema". Este termo E normalmente utilizado para designar movimento dos peixes para as areas de desova (migraçgo gonE-tica) bem como o prEprio ato de desova, segundo von Ihering 9 125 in Godoy, 1972).
-- 0 estudo da migração das espEcies E um dos prequisi
tos essenciais para se conhecer algumas das caracteristicas bb
16gicas da populaggo, relacionada com os ciclos alimentar e re
princoal instrumento de investigagEo deste campo das cincias biolFgicas, para se estimar os parimotros representativos da mosma.
0 objetivo deste trabalho -6 estudar o ciclo mirat6 rio, a mortalidade o a taxa de oxp1orag5o da curimat5 comum Prochilodus cearensis STEPDACHPER. Esta esp-6cio uma das ma- is abundantes, motivo por que foi a mais bem representada nos experimentos de marca0o levados a efeito no rio Parnaiba, no período de 1969 a 1970.
2 - nATERIAL
Em 1961 9 ap6s a verificagFo da necessidade de co- n'aocar o comportamento da nigragFo de peixes no rio Parnaiba , (Fiueirodo, 1961)9 foi iniciada pelo Serviço de Pesca e Pisci
cultura do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DMCS), a marcagEo de v6rias esg,cies. Nos experimentos, foi utilizado a marca hidrostEtica de LEA, a qual composta de um tubo pl5stico de 35 mm da comprimento por 39 5 mm du diFmetro
preso a um fio nylon fixado abaixo e adiante da nadadeira dor-sal do peixe (figura 1). Posteriormente, os peixes eram deixa= dos em repouso por um period() nunca inferior a quatro horas (Silva, 1970).
Foi montado um sistema de propaganda atrav-6s du car tazes (figura 1)9 os quais foram distribuidos em v5rias cida-des, vilas e povoados dos Estados do Piaui e. laranh5o 9 no sen-tido da educar a populagEo ribeirinha do Parnaiba, principal - riontc, os pescadores. Ao mesmo tempo, foram distribuidas rEguas
s-Gicas com instrugUes sobre como medir o peixe e enviar as informagdes solicitadas (figura 2) 9 vizando a um melhor Indice do aproveitamento dos individuos recapturados e informagiios ro lativas ao experimento de marcagHo.
csp5ci9, uma s'6rie de dados como o numero da marca, sexo, pe- so e comprimento total do peixe. No-verso, constam os dados relLtivos H data de fixagFo - da marca, tipo da marca, local de liberaggo do- peixe, como tambai o setor e o nome do técnicoen carrciado (figura 3).o
Cada pescador recebia 9 em recompensa, um pr'kio em dinheiro correspondente -a 1/30 do sa15rio
minim°
regional, e um crtificado de colaborador do programa de marcagSo(figural3- ESTUDO DA MIGRAgn
3.1 -
Pretodo
Utilizamos todas as fichas existentes atualmente na sede da Diretoria de Pesca e Psicultura do DHOCS, usadas no programa de marcagEo de peixes no rio
Parnaiba,
no periodo compreendido entre abril de 1962 e outubro de 1970.Inicialmente, fizemos a organizaggo numérica das fichas de marcaggo, sendo a primeira de numero 1 e a Ultima a de numero 25.000. Deste total, entretanto, somente 21.983 fichas foram encontradas. Das fichas de recaptura (figura 5), 1,238 foram identificadas, sondo que somente para 599 obtive-mos as respectivas de marcaggo, ou seja 48,38% das fichas de recadtura. Das 599, eliminamos 57 fichas, por apresentarem da_ ta de recaptura inferior 'a' de marca0o.
Na tabela I, apresentamos as distribuig5es de fre-qui7mcia, absoluta e relativa, por espécies constantes do pro-grama de marcag6o.
Para verificar o deslocamento da curinatg comum ao longo do rio
Parnaiba,
consideramos as marcag5es por tri-mostre sendo que, em cada um deles, os diversos locais de mar caço e respectivo pontos de recaptura foram identificados a-trav.6s de simbolos. Utilizamos simbolos diferentes, para que as recapturas pudessem ser relacionadas com suas respectivasoosiçE'Js de marcagFo. A poca de recaptura e representada pe los n -y'rismos 1 9 2, 3 e 4 correspondentes ao primeiro, segun
t_-ceiro e quarto trimestres, respectivamente.
Calculamos o namoro medic de dias em liberdade pa-classe de trinta dias de intervalo, como tambem a dis t7nc'. media percorrida, levando-se em consideragHo o
name-._ individuos nos referidos intervalos.
A velocidade media de migraggo foi estimada divi - dindoese a dist3ncia media percorrida pelo numero medio de di as em liberdade (tabela II ).para observarmos a variaggo da velocidade em fungo do tempo percorrido, os valores meiost
ran
plotados contra os centros de classe de dias em liberda de, anteriormente mencionados.3.2 - Resultados
3.2.1 - DistribuigEo espacial das recapturas
A an5lise dos dados no que diz respeito aos movi mentos migrat5rios, feita considerando-se a posic5o dos pan tos do marcaggo em tres grupos: no Alto, no Baixo e no Medic) ParnaTba, nos quatro trimestres (figura 6).
Experimentos no Alto ParnEiba
Houve marcação de curimatF comum no primeiro, se- CO terceiro
trimestres.
Os individuos marcados no primeiro trirostre, fo- ram recapturados principalmente neste trimestre, pr5ximo - R barrac:em da represa de Boa Esperança. Os individuos marca dos no segundo trimestre foram recapturados principalmente no quarto trimestre, alguns subindo para as cabeceiras da repre-sa e outros para as proximidades da barrage' , um individuo des ceu atraves do canal de desvio e subindo o rio Gurgueia, foi recapturado prE;ximo R cidade de Jerumenha. Os indivTduos mar-cados no quarto trimestre foram recapturados neste, mas prin-cipalmente no primeiro e segundo trimestrcslo ano seguinte.
Experimentos
n
F15'dio ParnaibaAs marcaçEes foram efetuadas no segundo o terceiro trimostres, sendo este ultimo dotado de numero mais represen-tative,.
Os individuos marcados no segundo trimestre migra raJI tanto a favor da corrente (re5f11os positivos) como con- tra a mesma (re5fi1os negativos). A maioria dos individuos fo ran recapturados pr5ximo a posigao de marcagao, tendo percor-rio, em rd6dia, 40Km, do segundo ao quarto trimestre; os ou-tros percorreram maiores distancias, sendo dois individuos re capturados aproximadamente a 80Km do ponto de marcagEo, no terceiro e quarto trimestres.
Os individuos marcados no terceiro trimestre tam-bEn apresentaram sentido de migraggo tanto a favor como con-tra a corrente, com predominancia quase que absoluta do pri-meir-.
Aqueles que apresentaram reofilia . positiva, fo- ram recapturados quase que exclusivamente no quarto trims ar,, numa distancia aproximada de 60Km; os que . apresentanam recfflia negativa foram recapturados no terceiro e quarto tri mostres, merecendo destaque dois individuos, um trcaptur'ado
prEximo a Floriano, a 240Km de distancia e o outro nas cabe ceiras da represa • de . Boa Esperança, aproximadamen- te a 485Km da posigao de marcagFo, valendo salientar que
tempo casto no percurso foi de 48 dias.
Experimentos MQ Baixo Parnaiba
Houve marcagEo no terceiro e quarto trimestres, as quais foram efetuadas prEximo F barra do rio Longa.
No terceiro trimestre os peixes dispersaram-se em trs componentes,ou.seja, contra a corrente, a favor da mes ma o subindo o prEprio rio Longs. A distancia referente ao primeiro sentido de disperso foi cerca de 60Km, enquanto as
ruas outras foram praticamente desprezTveis; o terceiro e trimestrEs de recaptura foram predominantes com rela 2sta posigao de harcacgo.
Os individuos marcados no quarto trimestre apre - as mesmas caracteristicas que no terceiro, •nao ocorren :- obida no rio Longs, como tamb5m 9 o nriter0 de indivi " JJ ocapturados foi muito nor.
3.2.2 - Velocidade 0C6dia de migragHo
A velocidade m6dia de migragEo da curimatE comum foi calculada para todos os experimentos em conjunto e sem le ver on consideraggo o sentido de deslocamento.
Verificamos a ocorr.3ncia de dois picos bastante a centuodos, aos 18 e 149 dias em liberdade, correspondentes as velocidades de 1 9 78 e 1 9 69 Km/dia. Nos meses intermediErios, a estas modas, a velocidade decresceu a valores bastante bai- xos, significando que os indivTduos tendem a se aproximar e
sz..L aastar dos pontos de marcagao, a intervalos con duragao aproximada de 5 meses.
No podemos, no entanto, con os dados disponiveis, diz,?- se este ciclo aparente da velocidade de emigragao tem qui r oer significagao
ESTUDO DA MORTALIDADE
Teoria
Se marcarmos- uma corta quantidade de peixes, N o 0 niimere de peixes sobreviventes, N k4. u depois de decorrido uh de- terminado tempo t 6 dado por:
N . -(F4M+X)t
t e
ficionte de mortalidade por pesca (F) vezes o numero de pei xes que sobrevivem, sendo neste caso, dada pela seguinte ex pressFo matemFtica: u -(F441+X)t dn FN, = FN oe ZIT ( 1 )
set-vie n o numero de peixes recapturados.
Normalmente no v,!emos conhecer o numero de pei-xes rocapturados para intervalos finitos de tempo. Consideran do lu cada intervalo tenha a. mesma duraçEo T e tomando r co- _ mo .) -,mero de intervalos, toms para dois intervalos sucessi vos Le tempo, rT e (r 1)T, a seguinte integragFo da equa çEo 1:
nr = 1(r+1)T dn = f(1-4.1)T FM e-(F+M+X)t ' dt
rT rT o
OU,
Eli 0 -(F+NA-X)rTrl e-(F+M+X)T
e (2)
F-141+X
Esta equação serve para estimar o coeficiente de mortalidade total, Z = (F.1-+X) e o coeficiente de
mortalida-',2 e.or pesca, F.
As estimativas do coeficiente de mortalidade por .esca,F e de mortalidade total, Z podem ser afetados por dois
s uo erros experimentais.
.-ros experimentais do tipoil)
a) mortalidade de peixes marcados, logo ap5s o processo de wel.rcag5o;
ra-cs (as).
tipo de erro determina um subostimagão do coefici- enta mortalidade por pesca, F.
Erros experimentais do ( 2 )
desprendimento das marcas am indivTduos marcados; mortalidade devida marcagão, no decorrer do periodo experimental.;
c) emigração de peixes marcados para fora da 5rea de pes-
ca
Estas causas adicionais de mortalidade são designadas po- lo s'rmbolo X, e causam uma sobreestimagão do coeficiente de
Para estimação dos par5metros F e Z, usam-se dois dependendo de se dispor ou não de dados do esforço de y a. No presente caso, não dispomos destes dados e, por ‘;ant, adotamos o maodo seguinte.
Mtodo
A- equação 2 pode ser re-escrita da seguinte maneira:
e n = -(F+14-1-X)rTr FN0 INF+Pil+X ( 1 - e-(F+M÷X)TIN OLA FN o ( in n r = in 1 -(F+M+X)T ), (F+M+X)rT (3) :CF-14,1+X
.ogaritmo do niimero- de indivTduos recapturados em inter va os sucessivos com duração de um trimestre, plotados con- r7. sendo T = 1 e r variando de 1 a 6, resultar 5 numa 7i
nha reta, que ajustada aos pontos, dar F inclinagFo igual a (F-1-+X). A intersegFo com o eixo dos Y sor _ i igual ao coe- ficiente linear a.
FN
0
in F+p4.4.x ki fl e-(F+m-onT ) (4) orde podemos tirar o valor trimestral de F, j que so
co-
hce o valor de (F+M-0()T. 0 valor anual de F obtido multi
p icando o trimestral por 4.
Para usar o valor real de N o , isto L-;, 25.000 indi vTduos, seria necessFrio que todas as fichas de recaptura ti vossem sido usadas. No entanto, sabemos que grande parte se perdeu, e que para todas as esp6cies o nUmero de recaptura foi dc 1.238 individuos. Mas, sabemos que dessas 25.000 16.46C foram de curimatF comum, correspondendo a uma percen-tsom de 659 88%, e que nessa mesma proporgFo,das .1.238 recap turas,,814 so curimatF comum; por outra Tado, somente 234 recapturas estavam disponiveis, as quais representam 28 9 75% de 814. Nessa mesma relagFo, o valor de N o com que wade - mos trabalhar ser F 28,75% de 16.469, ou seja, 4.735 indivi duos marcados.
Para corrigir o efeito dos erros do tipo (1) con- sider—Anos dois níveis de mortalidade inicial (0% e 20%)e do- is n7veis percentuais de comunicaggo das recapturas (70% e. 100%).
0 valor do coeficiente de mortalidade por pesca, F obtido a partir da equagFo 4, igualando-a ao parSmetro a cl'a reta de regresso. Portanto, considerando os dois níveis 'de mortalidade inicial, 0% e 20%, temos que N o ser 5 igual a
,%735 individuos e 3.788 individuos, respectivamente.
A taxa de exploragFo (E) do estoque de curimatF comum foi calculada atrav-6s da seguinte f5rmula:
E t) o-(F-144+61
- Resultados
Obtivemos as seguintes equagFes de regressFo,usan-
cio maodo dos minimos quadrados, com base nos dados da tabe
• Comunicagn de 70% das recapturas. Y = 4,234 - 0,572X (r = 0,976) • Comunicaggo de 100% das recapturas.
4,581 - 0,569X (r . -0,933)
A equação 3 equivalente ao valor do parimetro a da reta de regressão; portanto podemos calcular o valor do coeficiente de mortalidade por pesca, F . considerando-se os niveis de mortalidade referimos anteriormente Para rec -tura de 70% .(1,e-0572) 1,1FN
2 a comunicagFo de recaptura, que (tabela
0% de mortalidade inicial e comunicação e 100%, respectivamente, temos: -4,234.% 4f.'735x0,762 - 68,99.°. F - nos 68,99 ' 0,572 6O 07 F = 0,019 (trimestral) F = 0,076 ( anual ) ll-e-0'569) -4,581. ° eF . 735x0,763 - 97,61 .*.F- LL 97,61 inFN o 0,569 3.612,80 F = 0,027 (trimestral) F = 0,108 ( anual )
Para o nivel de 20% de mortalidade inicial o proce cimento 6 o mesmo, sendo o valor de N
o = 3.788. ,1 „572„ 68,99 inFÇ 8,572 -4,234.*.F3.788x 0,762 -68,99
...r-
2.886,46 F = 0,024 (trimestral) F = 0,096 ( anualr
,-0 569 % -4,581,'. 3.788x 0,763 - 97,61 ' F p7s 61 0,569 • • 2.890,24 F = 0,034 (tri7.1estra1) F = 09 136 ( anual )Utilizando o valor de F = 0,136, estimamos a se - quir taxa de exploragSo pela f6rmula da equag5o 5.
-0 572, 0,136(1
F ) • E = 0,10 ou 10%
0,572 .• .
Isto significa que 10% do estoque de curimatE co- mum do rio Parnaiba, morreu devido pesca.
5 - DISCUSSX0
A percentagem de reacptura que se situou em 4,95% pode er considerada como um rsultado razoFvel, no que diz ro3polto ao aspecto puramente Cicnico do experimento, isto e, lovna(o em consideraggo as condiOes de recaptura dos indivi duos marcados, por pescadores distribuidos numa 5roa de
-,,rance extengão, e con baixo nivel cultural e econ5mico.Quan to ao aspecto da exploraggo pesqueira, esta percentagem pare cc bastante baixa, sendo provavelmente uma subestimativa, em comparação com os resultados obtidos por Godoy (1972), de a-proximadamente 10%.
Os individuos de curimatg comum foram recaptura - dos em todos os trimestres, mas principalmente, no terceiro e quarto trimesres. Quanto ao mecanismo de migraggo, estes mostraram ser re5filos negativos e positivos independentemen to da astaggo do ano, ngo havendo reofilia nos primeiros tri mestros Desta maneira, ngo podemos achar qualquer relaggoen tre o sentido demigrag5o, poca de deslocamento e as ativi-dades bio15gicas relacionadas com a alimentaggo e reproduggo, fato que j5 se sabe,ocorre para v5rias esp5cies de -a- gua doce
mr7ticia.
No caso de peixe de Fgua doce, ocorre o fenOmeno de "piracema" relacionado com n reprodug5o 9 quo por sua vez, se roldciona com a .6poca das cheias. No caso da curimatF comum 9 nes-d, estudo no encontramos nenhuma re/aço entre o senti do do deslocamento e a '5poca des cheias. Podemos no entanto supor que se isto ocorreu, foi devido disponibilidade F pes ca do individuos nos primeiros dias do ano, devido a sua pr5-pria condigo reprodutiva, j5 que se sabe por observagEo dire- ta que a curimat5 comum sobe os rios para desovar, na 5poce das cheias.
A estimative de 10% 9 mesmo levando em consideragEo, os erros experimentais, pode ser uma subestimativa da verde doira taxa de exploragFo. Deve-se, no entanto, ressaltar que esta no deve ser superior a 20% 9 tendo-se em conta a baixa e-ficincia dos aparelhos de pesca utilizados no rio Parnaiba e n or..inde extonsFo deste, que determina uma diluigFo do Fsfor-go de Pesca.
De modo geral, os experimentos analisados no nos permitiram tirar conclusFes mais profundas sobre o ciclo migra tFric e a taxa de exploragFo do estoque da curimatF comum. A-parentemente, o principal fator responsFvel, seria a fonte de informaqgo das recapturas, isto e", o pescador, acrescentando - so a perda de grande parte das fiches de marcagFo. Sugerimos
portanto, que em futuros experimentos, so introduzam melhora mentos visando a obtengFo de informagUes mais precisas.
AMARIO
0 presente trabalho tem como finalidade estudar so-beo domportamento migrat5ric da curimat5 comum, Prochilodus
cearcis STEINDACHNER, como tamb.6m estimar os coeficientes do :Aertalidade total e por pesca e a taxa de exploraçgo do
"30VOU.lfarl
a 6 NI.; E'z .") zoP000 ,."0-lt-; r) v v 18no :3 ‘°,1 3U 30 VC k001 3i, 0 .5. 3v lavA f' Ç>tJ
— • --• -- --- ---•--- —7--7- -7-777— 3 e3 V 6 'd :il e i -1 3 'il 1 C :o
• .8 G. G. t,.18 9E 2 / G 2 2. 2 2. 8 S, i 6, t, I 0 1 I '2 0 IG 31 . ---- ----r,,
Fizemos a distribuiggo espacial dos locais de mar caço por trimestres e verificamos 'Ds deslocamentos dos indi vididuos ao longo do rio Parnaiba. Com base nos locais de marcr,ç5o e recaptura, como tamb5m nas datas de recaptura,ola boramos um grFfico de velocidade mdia, contra a media de di as a] liberdade para cada intervalo de trinta dias.
A curimatF comum apresentou deslocamentos migrat5 rios em todas as estagns do ano, com predominSncia do ter-ceiro e quarto trimestres. No ficou definida a 4oca de mi- graggo genaica que deveria estar relacionada com a 4oca das grandes cheias, que ocorrc nos meses de janeiro e feve- reiro. Achamos que isto, possivelmente ser 5 devido varia ggo na disponibilidade de individuos para a pesca e/ou defi- cf6ncia na comunicagFo de recaptura.
0 coeficiente do mortalidade total e por pesca, a2rasentaram os valores de 09 572 e 09 1369 respectivamente.Es to ultimo corresponde a uma taxa de exploragFo de 0 9 109 0 que signlfica que o estoque ust5 sendo capturado a uma taxa de 10% ao ano.
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Aispecie
absolut
arelativ
a(%)Tabela
Dist
ibuiçao de frequência das recapturas de
indi-vrduos marcados no rio Parnarba
Frequência
Curimafg
Piau de Vara
Surubim
Bico de Pato
Piranha
Piau Cabeça Gorda
Mandubg
Fidalgo Verdadeiro
PirPmbeba
Beiru
Mandi Pintado
Piau C urirnatã
Pescada
BranQuinho
Bocarra
43,17
13,10
11,44
5,90
5,17
4,61
4,43
Alai3,14
2,03
1,48
0,93
0,37
0,37
0,18
0,18
0,18
234
71
62
32
28
25
24
X0
17
11
8
5
2
2
100,00
Total
542
Tabela II
Velccidade média da curimata comum,
Prochilodus cePrensis
$,TE.INDA-CHNER, -orograma de marcação de peixes,no rio Parnai7ba, no peno
do de 1962 a 1970. Intervalo de classe (dias) Centro de classe (dias) NUmero de indivIduos Distancia media per cor, (KM) !Velocidade média aparente (Km/dia) 0- 29
81
22
32
1,777
3o- 5951
13
28
0,549
60- o 3984
13
30
0,357
90-119110
9
34
0,309
120-149149
3
100
1,690
150-179168
7
52
0,309
180-209201
4
12
0,059
210-239227
2
0.009
240-269257
4
6
0,023
270-299296
4
30,060
300-329314
0,025
330-359336
3
10
0,029
360-33S369
4
74
0.200
Tabela
III
Mamerc de recapturas (nr) da curimatã comum Prochilodus
cearensis Steindachner, por períodos trimestrais em
ex-perimeD.tos de marcação no rio
Parnaiba. Dois
níveis
de
-
,Dercerltuais de comunicação da recaptura
são
Pcriodo
trimestral
(r)
Niveis percentuais de comunicagOes
'70
100 %
n r
In
n r
n 1.
in •nr
48
3,871
69
4,234
2
19
2,944
27
3,295
3
9
2,197
13
2,564
0 02,079
11
2,397
5
1,609
7
1,945
2
0,693
3
1,097
Tabela IV
Valores do coeficiente anual de martalidade
por pesca(F) da curimatã-comum, levando- se
em consideração dois niveis percentuais de
comunicação das recapturas.
Percentagens
de
Nivel de mortalidade inicial
comunicagOes
0 %
20 %
70
0,076
0,096
PESCAR UM PEIXE MARCAD
ABRA A MARCA E REMETA AS
INFORMACOES PEDIDAS PARA:
'ONOCSIDWIINSTITUTG BE BIOLOGIA E
Caixa Post:041'
Figura 1-Cartaz-propaganda-do projeto de marcação de
cu-rimata comum (e outros peixes), afixado em povoados,
vi-las e cidades da Bacia do Rio
Parnaiba ("silk-screen"
,
fundo amarelo, branco e cinza, letras azuis e vermelhas)
-segundo Braga, 1976.
Ililliiiiiiiiiiiffilliiiiiffill111111111H1111111101111; 111111111 114111y111itHl II:II11 1.11;111111[TII[lille11 1 11011111111
8 1 9 1 1 1 0 11 12 13 1 14 115 Ile 8 19 20 211 212 21 3 21 4 21 5 2 21 7 28 219 3
ATENCA0 1 EST AMOS MARCANDO PEIXES EM RIOS E AÇUDES.
CAPTURANDO UM PEIXE MARCADO. DEVOLVA NOS A MARCA (MENSAGEM E TUBO PLAS'ItC0) COM AS MARCA
SEGUINTES E EXATAS INFORMACOES 4(1) DATA DA CAPTURA t(2) NOME DO LUGAR DA PESCA (3) APA•
RELHO DE PESCA (4) COMPRIMENTO TOTAL DO PEIXE (5) PESO DO PEIXE (0) O LOCAL DA MARCA ESTAVA CICATRIZADO , (7) SEU NOME E ENDERECO COMPLETOS.
t PELA SUA COLABORAÇÃO. LHE ENVIAREMOS CERTIFICADO E RECOMPENSA EM DINHEIRO.
NIAIREM SCR-LI-1E4 PAGA A SUA DESPESA DE CORREIO,
.1ï1111it111141111111111111410111111illiilirtilikilifiliiiiiirlii
II 21 31 ..,41 5 6 1 7
MI - ONOCS/A8TEC
INSTITUTO DE BIOLOGIA ÍTICNOLOGIA Pf SOUFIRA C..im Nita, n o 6 60
ForMlom - CEARA
PEIXE MARCADO
PESE SEU PEIXE MARCADO AO REGRESSAR DA PESCARIA. NXO FACA SIMPLES 'AVALIAV:O. PESO E COMPRIMENTO TOTAL EXATOS 5AO IMPORTAN'TEe PARA NOSSOS ESTUDOS.
INFQNME COM EXATIDA° o LOCAL DE CAPTURA DO PEIXE. TRATANDO-SEDE RIO, INDIQUE
A DISTANCIA APROXIMADA DE UM PONTO DE REFERENCIA CONHECIDO: CIDADE, VILLA, PO.
VOADO, BARRA DO RIO, LAGO, ETC, DMA SE E. ACIMA OU ABAIXO DO LOCAL INDICADO
COMPRIM EN TO • TOTAL
RARA MEDIR, FECHE A BOCA. DO PEIXE E ESTENDA A RE- GUA SNIPE A LINHA LATERAL.,,
.. 1..4.4.4.LATENAL
•
COINPRIMPOC ...ASSIM...
><•
Figura 2-Modelo de régua-propaganda, doada (com premio em dinheiro
e certificado de colaboração) por recaptura de curimata comum
mar-cadas (acrilico, fundo branco, letras azuis e pretas)-sequndo
o
Estado DPET 'C•ntro do . P•mqv%.o. reqp:•:z • Prt2.4t
Marcação cie Faxes
Voql Pq 5
Especle
N.° da marca N.° da ficha
CAPTURA RID O. Açude ri i__.! Lagoa j'i
Nome B
Distrito Munic NA?
Proprietário localização
Pesque
Caniço Galo nylan
GaLão algodão 0 Tarrafa N°
PEIXE Comp. tola' cm.
n
rum. n Peso X;' g' U.;Adulto Juvenil D Avelino Ei Sexo o n Mau-
reçáo nxua' Data nascime--.o.
ILARCA DATA Tir.o da marca
Local de fixação Local de eoltura do peixe Setor encarregado da marcação
Tee° eriC..
OB.SERV.6.COES: -
Figura 3-Ficha usada no contr61e de mar
caço de curimata comum - segundo Braga,
CERTIFICADO N.
CONTRIBUIU PARA 0 MELHOR CONHECIMENTO DA BIOLOGIA D,0 PEIXE NO NORDESTE DO BRASIL, RESPONDENDO QUESTIONÁRIO INC 160 NA MARCA DE
UM s
4
i MARCADONOt
RE'CAPTURADO
Fortaleza, de • de 19 Mod. Pg. 10 CHEFE DO CENTRO
MINTER DNOCS
DIVISÃO DE PESQUISAS, EXPER1MENTACAO E TECNOLOGIA CENTRO DE PESQUISAS BIOLÓGICO - PESQUEIRAS
Rua Senador Pempeu, 649
Caixa Postal, 650
Fortaleza— Ceara
Figura 4-Certificado de colaboraqao,
en-viado a pescadores por recaptura de pei-
xe (no caso, curimata comum) -
segundo
Mi. • —
DPETiConfro do For.quices Bboico-hmwaircra lECLPTURI DE PEEKS KAMM Mod. Pg. - 6
Pspécie N.' da marca I
Data da marcaçao N.° da ficha de marcaçao I
RECAPTURA Data Corrente ou col. d'agua
Local exato da recaptura C-Q
Galtio nylon
7
Galão algodlio 0 Tarraisk Malha N.° Nome do pescadorEndereço
Recompensa Certificado NCI'S Ei Data da remessa PEIXE E MARCA Laço - tempo com a marca
Distancia percorrida Km. - Km. dia Estado da marca Estado da ferida Com. total, peixe um Dam. Aumen:o
Peso peixe Kg. — g Ei Aurnentc _ _ _ „_
MOMS
P.:rt.:114as peças a.-•.stomieris OtOlitoe 121
Ida& :111 marcaçar,
ci
ESCarr:13,5. ID • °pc:ell:es LIExcrnpi. preservado N.° Reg . . . Idade r.a rece.ntUra
Sete r enr.° da 114 captura.„
r Est. :dada _ _ .... _Data
r.r ,* - _ (:13:4:itVA(X)Efi -
Figura 5-Ficha usada no contr6le de
re-captura de.curimata comum-segundo Braga,
20 TRIMESTRE 3" ESCALA e 7° B. OE OA JO ESPERANCA RIO Longa RIO PA RNA44 AS° E TRIMESTRE &Be E53 El 0 0 ° 0 0 44° EL DE OA ESPERANÇA 420 Longo RIO PA RA. 3°
0A-BURIT( DOS LOPES oB- LUZILANDIA 0C- PÔRTO 00- UNIÃO OE-TERESINA OF-PALMEIRAIS GIDADES eD-AMARANTE OH-FLORIANO el -JERUMENHA eJ-OUADALUPE OK-NOVA IORQUE eL-URUCa LEGENDA te A - LOCAIS DE MABICACIO (23 A- LOCAIS DE RECAPTURA /0a nos representom os tel-1 lmestres do recopturo / 40 TRIMESTRE e Lozg 4 2° 42° __<.__1.U_< ; -- —t
20km 0 20 40 00 00 ¡Of', kn., Flg.6-PLANTA DEMONSTRATIVA DE MARCACT1/40 E RECAPTURA POR TRIMESTRE DA