• Nenhum resultado encontrado

Atividade física, satisfação no trabalho e absenteísmo em contextos organizacionais: estudo da influência da atividade física na satisfação do trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos administrativos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Atividade física, satisfação no trabalho e absenteísmo em contextos organizacionais: estudo da influência da atividade física na satisfação do trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos administrativos"

Copied!
88
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ATIVIDADE FÍSICA, SATISFAÇÃO NO TRABALHO E

ABSENTEÍSMO EM CONTEXTOS ORGANIZACIONAIS

Estudo da influência da atividade física na satisfação do trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos administrativos

Mestrado em Gerontologia

Especialização em Atividade Física e Saúde no Idoso

Odite Aparecida Lucatelli

Orientador

Prof. Dr. José Carlos Leitão

(2)

Odite Aparecida Lucatelli

ATIVIDADE FÍSICA, SATISFAÇÃO NO TRABALHO E

ABSENTEÍSMO EM CONTEXTOS ORGANIZACIONAIS

Estudo da influência da atividade física na satisfação do trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos administrativos

Mestrado em Gerontologia

Especialização em Atividade Física e Saúde no Idoso

Orientadores: Prof. Dr. José Carlos Leitão

Dissertação apresentada com vista à obtenção do grau de Mestre em Gerontologia, Especialização em Atividade Física e Saúde no Idoso, cumprindo o estipulado no Decreto-Lei 107/2008, de 25 de Junho.

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Vila Real, 2013

(3)

De tudo, ao meu amor serei atento, Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive) Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. Vinicius de Morais Estoril – Portugal Outubro de 1939

(4)

Dedico este trabalho a minha filha Marcela, aos meus pais, às minhas irmãs e a todas as pessoas que me são queridas.

(5)

Agradecimentos

Ao meu orientador Professor Doutor José Carlos Leitão

Ao meu co-orientador, Professor Doutor Fábio Lera Orsatti, Professor Adjunto da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal do Triângulo Mineiro-UFTM, pela disponibilidade, paciência e generosidade nas várias etapas deste trabalho.

Ao Bruno Biloria, estudante de Educação Física na UFTM, que muito colaborou na coleta dos dados.

Ao Prof. Dr. João Chang Júnior Coordenador do Programa Ciências sem Fronteiras-CsF e do Programa CAPRES-BRAFITEC, pela importante contribuição na Análise Estatística dos Dados.

À Profª. Maria das Graças Rosa Inácio pela disponibilidade e incentivo durante a execução do trabalho.

Aos funcionários da Universidade Federal do Triâgulo Mineiro-UFTM, que aceitaram participar da pesquisa e se dispuseram em contribuir, respondendo aos questionários aplicados.

Aos meus pais pela formação que me deram, além do exemplo e presença constantes.

A todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

(6)

Índice Geral

1. Introdução ... 2 2. Revisão da Literatura ... 8 2.1. Atividade Física ... 8 2.2. Satisfação no Trabalho ... 14 2.3. Absenteísmo ... 16 2.4. Enquadramento ... 22 3. Metodologia ... 25 3.1. Amostra ... 25

3.2. Instrumentos teóricos de Avaliação ... 26

3.3. Definição das Variáveis ... 27

3.4. Procedimentos ... 27

4. Apresentação dos Resultados ... 30

4.1. Análise Descritiva: ... 30

4.2. Análise da Relação entre as variáveis em estudo: ... 31

4.3. Análise de Correspondência Multivariada ... 34

4.4. Análise de Correspondência Multivariada ... 35

5. Discussão ... 40

6. Considerações Finais e Conclusões ... 44

7. Bibliografia ... 49 ANEXO 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ANEXO 2 - Documento de aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo MIneiro

ANEXO 3 - Questionário Internacional de Atividade Física

ANEXO 4 – Escala Satisfação no Trabalho – Indicador de Estresse Ocupacional (Occupational Stress Indicator-OSI)

(7)

ANEXO 5 - Regressão ANEXO 6 – Anova ANEXO 7 – Coeficientes ANEXO 8 – Regressão ANEXO 9 – Anova ANEXO 10 – Coeficientes ANEXO 11 – Regressão ANEXO 12 – Anova

ANEXO 13 – Variável Atividade Física ANEXO 14 – Variável Idade

ANEXO 15 – Variável Tempo de Serviço ANEXO 16 – Variável Satisfação no Trabalho ANEXO 17 – Descrição de Partição

(8)

Índice de Tabelas

Tabela 1: Programas e Projetos implementados na Promoção da Saúde por

meio da Atividade Física ... 12

Tabela 2: Análise Descritiva de variáveis em estudo ... 30

Tabela 3: Resultados da regressão ... 31

Tabela 4: Influência da atividade física (tempo) na satisfação no trabalho. ... 33

Tabela 5: Influência da variável atividade física (tempo) na satisfação no trabalho ... 33

Tabela 6: Relação Afastamentos x atividade física-satisfação no trabalho-DCP ... 40

(9)

Índice de Figuras

Figura 1: Principais causas de absenteísmo. Fonte: Souto (1980) ... 21 Figura 2: Graus de satisfação no trabalho x atividade física em minutos/

semana ... 34

Figura 3: Mapa Perceptual. Fonte: Saída do programa SPAD 3.5 com base

(10)

Lista de Abreviaturas

UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro NASS - Núcleo de Assistência à Saúde do Servidor OIT - Organização Internacional do Trabalho OSI - Occupational Stress Indicator

IPAQ - International Physical Activity Questionnaire

C.E.A. - Centro Educacional e Administrativo

CELAFISCS – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul

D.C.P. - Doença Crônica Prévia

CID – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde

(11)

Resumo

Satisfação no Trabalho “é uma variável de atitude que reflete como uma pessoa se sente com relação ao trabalho de forma geral e em seus vários aspectos”. Em outras palavras, a Satisfação no Trabalho é o quanto as pessoas gostam de seu trabalho, tendo sido apresentada como a causa de importantes realizações das organizações e de seus funcionários, do desempenho no trabalho à saúde e longevidade (SPECTOR, 2003).

Na literatura específica, as medidas de satisfação de trabalho encontradas e que refletem inconclusão da área, possuem bases conceituais diversas, o que dificulta a comparação dos resultados de pesquisa. Portanto, quando se utilizam tais instrumentos, não se sabe o que está, de fato, sendo avaliado, já que as teorias que norteiam cada um deles são diferentes. Em alguns casos, os autores desses instrumentos sequer especificam a definição do construto que fundamentou sua construção.

Nessa investigação, utilizou-se as escalas do tipo Likert para mensuração da satisfação, visando alcançar o seu objetivo geral, isto é, verificar a relação entre a atividade física, a satisfação no trabalho e o absenteísmo em funcionários administrativos. A coleta dos dados foi realizada utilizando-se a Escala “Satisfação no Trabalho” do Indicador de Estresse Ocupacional - Occupational Stress Indicator (OSI) (Swan et al, 1993) e do Questionário Internacional de Atividade Física - International Physical Activity Questionnaire (Craig, C. L. et al, 2003) e por intermédio do sistema informatizado da instituição.

Para atender ao objetivo estabelecido, o método se baseou na descrição e inter-relação das três variáveis acima, nos diversos aspectos do absenteísmo e nas situações de afastamento dos trabalhadores, utilizando-se uma investigação de caráter descritivo, fundamentada na abordagem quantitativa, sendo ainda exploratória, retrospectiva e não experimental.

Ainda que a atividade física não possa ser considerada como única fonte geradora de satisfação no trabalho, e que o controle do absenteísmo constitua uma tarefa difícil, concluiu-se que a prática da atividade física pode ser um dos fatores para reduzir seus índices, contribuindo, inclusive, para uma melhor qualidade de vida do trabalhador.

Palavras-chave: satisfação no trabalho, absenteísmo, exercício físico,

(12)

Abstract

Job Satisfaction "is a variable of attitude that reflects how a person feels about his or her work, generally and in its various aspects." In other words, Job Satisfaction is how much people enjoy their work, and it's been presented as the cause of significant achievements of organizations and their employees, from job performance to health and longevity (Spector, 2003).

In specific literature, the measurements of job satisfaction which have been found, reflect inconclusiveness in the area, due to different conceptual bases, what has made it difficult the comparison of research results. Therefore, when using such instruments, it is not known what is in fact being evaluated, since the theories that guide each of them are different. In some cases, the authors of these instruments don't even specify the definition of the construct that justified its construction.

In this investigation, it was used one of the most used tools - Likert-type scales - to measure satisfaction in order to achieve the overall goal, ie, to investigate the relationship between physical activity, job satisfaction and absenteeism in civil servants. Data collection was done using the Scale "Job Satisfaction" of the Occupational Stress Indicator (OSI) and International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), and through the computerized system of the institution.

To meet the goal set, the method was based on the description and inter-relationship of the three variables above, the various aspects of absenteeism and the situations about absence of administrative workers, using a descriptive research, based on a quantitative approach, being still exploratory, retrospective and non experimental.

Although physical activity can not be considered as the only source of job satisfaction, and the control of absenteeism is considered a difficult task, it is believed that job satisfaction stimulated by physical activity may be an important factor to reduce its rates, contributing to the quality of life of the worker.

Key-words: job satisfaction, absenteeism, physical exercise, life quality at

(13)

INTRODUÇÃO

ATIVIDADE FÍSICA, SATISFAÇÃO NO TRABALHO E

ABSENTEÍSMO EM CONTEXTOS ORGANIZACIONAIS

Estudo da influência da atividade física na satisfação do

trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos

(14)

1. Introdução

"Toda parte do corpo se tornará sadia, bem desenvolvida e com envelhecimento lento se exercitada; no entanto, se não forem exercitadas, tais partes se tornarão suscetíveis a doenças, deficientes no crescimento e envelhecerão precocemente."

Hipócrates

O trabalho é um importante meio de inserção social e econômico, através dele a pessoa sente-se útil à sociedade, a atividade laboral torna-se parte da identidade do sujeito (Tolfo et al., 2007). O indivíduo passa grande parte da sua vida no trabalho, desenvolve relações de amizade, cria vínculos e se estabelece como pessoa transformadora do meio em que vive. O trabalho é fonte de prazer, entretanto pode se tornar fonte de sofrimento dependendo da forma de inserção e atuação dentro da unidade de trabalho.

Vários estudos, em diversos campos do conhecimento, desde os mais remotos tempos mostraram que o trabalho ocupa um espaço importante na vida das pessoas e das sociedades industrializadas

Nessa investigação, o interesse se volta para o entendimento da satisfação no trabalho, relacionada à prática da atividade física e, por consequência, aos índices de absenteísmo nos trabalhadores do Centro Administrativo – C.E.A. da Universidade Federal do Triângulo Mineiro-UFTM, na cidade de Uberaba-MG.

O aparecimento do tema “satisfação no trabalho” tem sido uma constante entre os trabalhos científicos, visto que o trabalho é um termo essencial da contemporaneidade (Araújo et al., 2007), pois é a partir deste que o ser humano adquire uma perspectiva de realização de seus sonhos e alcance de suas metas.

A satisfação no trabalho é amplamente estudada e esse interesse decorre da influência que a mesma pode exercer sobre o trabalhador, afetando sua saúde física e mental, atitudes, comportamento profissional, social, tanto

(15)

com repercussões para a vida pessoal e familiar do indivíduo como para as organizações (Cura, 1994; Locke, 1976; Pérez-Ramos, 1980).

A satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e, por isso, difícil de ser definido, já que se trata de um estado subjetivo, ou seja, é determinado individualmente, podendo ser diferente entre as pessoas, e, mesmo para uma pessoa, pode sofrer diferenças com o passar dos tempos, com as mudanças de estilo, de metas, de objetivos pessoais, isto é, pode variar de pessoa para pessoa, de circunstâncias e ao longo do tempo (Martinez, 2010).

Trabalho e realização humana, estão intrinsecamente relacionados, e essa relação é tão antiga quanto a história da humanidade, pois o trabalho, enquanto ação transformadora do homem sobre a natureza, está presente desde as sociedades primitivas até as sociedades industrializadas e informatizadas de hoje (Araújo et al., 2007).

Apesar de ser imperativo que ocorre intrínseca relação entre o trabalho e a satisfação do funcionário com a qualidade de vida e de realização de suas funções, nas instituições públicas não se tem visto tanta preocupação em manter os funcionários satisfeitos, haja vista tão pouca literatura sobre este tema nas organizações públicas (Santana, 2011).

Sendo assim, a insatisfação no emprego, por exemplo, pode provocar alterações na saúde do indivíduo, acarretando, por conseguinte, danos no estado físico e não apenas no psicológico. Funcionários insatisfeitos são sinônimos de funcionários de atestado, afastados do desempenho de suas

funções na empresa e, assim, gerando encargos não muito lucrativos para a

empresa ou instituição onde trabalham.

Por isto as empresas vem tentando encontrar uma maneira de promover satisfação de seus funcionários, sendo esta uma busca constante pelos líderes de uma organização, já que, atualmente, as pessoas são as responsáveis pela concretização de sua marca e a satisfação dos funcionários é elemento importante para o alcance dos objetivos e das metas organizacionais (Santana, 2011).

(16)

Por outro lado, a atividade física é colocada na sociedade contemporânea como uma ponte segura para melhores situações de saúde. É uma função bastante ampla atribuída a um único conceito, sintetizando a abrangência das inúmeras consequências do mesmo sobre o organismo humano. Logo, esse termo acaba por ser utilizado de maneira generalizante, pois é possível que seja direcionado tanto ao controle do estresse, assim como a uma prática anti-sedentária, como também para fins estéticos ou de melhora de performance atlética (Lovisolo, 2002).

O conceito de qualidade de vida no trabalho passa por noções de motivação, satisfação, saúde e segurança no trabalho e envolve recentes discussões sobre organização do trabalho e novas tecnologias. Neste sentido é considerado qualidade de vida no trabalho como sendo satisfação de trabalhadores com os componentes do trabalho: autonomia, interação, status profissional, requisitos do trabalho, normas organizacionais e remuneração (Lacaz FAC, 2000).

Observa-se que quem participa de programas de bem-estar que incluem atividade física, melhora sua satisfação no trabalho. Em estudo realizado por Peterson e Dunnagan(1998) verificou-se que houve uma diferença significativa na satisfação no trabalho entre aqueles que referenciaram participar de programas de exercício físico. (Peterson & Dunnagan, 1998).

Considere-se ainda que a percepção dos empregados sobre o ambiente de trabalho têm se tornado fator importante para as organizações e acrescente – se aqui o que já foi discutido, que a qualidade do ambiente de trabalho é fator que interfere na satisfação e motivação dos funcionários. Martins (2008, p.29) descreve que: “Devido às rápidas mudanças que vem ocorrendo nos anos de

globalização, as empresas têm tentado conhecer melhor a dinâmica da vida organizacional, buscando identificar como trabalhadores expostos a uma série de estímulos oriundos da organização e do ambiente de trabalho têm percepções similares e atribuem significados semelhantes aos aspectos importantes da vida organizacional.”

Martinez (2002) aponta alguns efeitos comportamentais consequentes da insatisfação no trabalho verificados em sua pesquisa: absenteísmo,

(17)

rotatividade, atrasos ou pausas prolongadas e/ou não autorizadas, queda da produtividade, protestos ou greves, e insatisfação com a vida, de acordo com a importância que o trabalho possui na vida do indivíduo.

O termo absenteísmo é usado para caracterizar a ausência do trabalhador na empresa, em seu processo de trabalho; portanto, faltas, atrasos e inclusive pessoas, afastadas temporariamente da empresa, no caso de um acidente de trabalho, são consideradas absenteístas. Para Chiavenato (2002, p.190): “A terminologia absenteísmo é usada para nomear as faltas ou

ausências dos empregados no trabalho. Consiste na “soma dos períodos em que os empregados da organização se encontram ausentes do trabalho, seja por falta, seja por atraso, devido algum motivo interveniente”.

Assim como os determinantes, as consequências da satisfação no trabalho também são individuais e variadas, abrangendo o plano pessoal e profissional, sendo unânime a constatação de que os fatores psicossociais do trabalho interferem no processo saúde-doença. Programas de promoção à

saúde, entre eles, o incentivo à prática de exercício físico, devem ser adotados

visando minimizar as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores quanto aos bem-estares orgânico e social, posto que a satisfação no trabalho deve ser considerada como um determinante de saúde (Marqueze et al., 2005).

Conclui-se, que tais programas ajudam a incentivar a presença do funcionário, sendo um aliado do combate ao absenteísmo, o que os resultados encontrados nesse trabalho, mostraram claramente no caso da instituição pesquisada.

Tendo em consideração os aspectos referidos anteriormente, o objetivo geral do trabalho é verificar a associação entre a atividade física, a satisfação no trabalho e o absenteísmo entre os funcionários públicos administrativos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.

Este trabalho foi organizado em partes, que, por sua vez, se subdividem, para facilidade da leitura e compreensão do que se quer mostrar.

Na primeira parte, estão descritas a Revisão da Literatura sobre as variáveis escolhidas, procurando, de uma maneira geral, descrever a

(18)

importância da relação da variável independente Satisfação no Trabalho relacionada às variáveis dependentes Atividade Física e Absenteísmo, com base nos estudos já realizados e mais especificamente, a partir dos dados levantados nesse estudo, o Enquadramento e o Objetivo Geral.

Na segunda parte descreveu-se sobre a Metodologia utilizada, a Amostrada pesquisa, a Coleta de Dados, os Procedimentos adotados, os Aspectos Éticos e a Análise do Dados. Nesta parte discorreu-se sobre os sujeitos analisados, o método usado na construção e aplicação dos questionários, enfim, a maneira como conseguiu-se a apuração dos dados.

A terceira parte compõe-se da Apresentação e Discussão dos

Resultados a que se chegou, após criteriosa análise de todo o conteúdo

revisado e dos dados disponíveis a partir dos questionários aplicados à população estudada.

A quarta parte compõe-se das Considerações Finais e Bibliografia.

Para a abordagem dos participantes da pesquisa, foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1). A pesquisa somente foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), conforme protocolo anteriormente citado (Anexo 2). Tal procedimento teve ainda como premissa garantir o anonimato, assegurando a privacidade dos participantes quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa, de acordo com os termos da Resolução nº196/96, do Conselho Nacional de Saúde.

O levantamento das informações contidas nos prontuários dos servidores foi realizado após autorização da coordenação do serviço de saúde do trabalhador (NASS) da instituição cenário, e com a aprovação do Comitê de Ética.

(19)

REVISÃO DA

LITERATURA

ATIVIDADE FÍSICA, SATISFAÇÃO NO TRABALHO E

ABSENTEÍSMO EM CONTEXTOS ORGANIZACIONAIS

Estudo da influência da atividade física na satisfação do

trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos

(20)

2. Revisão da Literatura

2.1. Atividade Física

A atividade física é uma característica humana datada pelos cientistas como tendo surgido no momento que o homem, sendo ainda primata sentiu a necessidade de se defender diante dos diversos obstáculos que encontrava para manter sua espécie. Quando considerado pela história da evolução como

homo erectus (totalmente bípede), o homem passou a assumir qualidades que

o permitiram realizar longos períodos de caminhadas migratórias em busca de uma melhor adaptação ambiental.

Assim, é possível entender que o ser humano à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé (Silva et al., 2004). A necessidade de “movimentação” foi evoluindo de acordo com o desenvolvimento da história, de sorte que o exercício físico deixava, passo-a-passo, de ter caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar, para então passar a ser uma prática saudável e “nobre”, de valor qualitativo do padrão de vida contemporâneo (Souza, 2006).

Já Soares (1994) e mais tarde (Souza, 2006) consideraram os benefícios da atividade física (ginástica) associando-a ao meio trabalhista moderno declarando que, esta, por sua vez apresenta-se como capaz de corrigir vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as suas vinculações com a medicina e, desse modo, conquistando status.

A atividade física é definida como qualquer movimento corporal decorrente de contração muscular, com dispêndio energético maior do que o de repouso, exemplificada por esportes, exercícios físicos e determinadas experiências de lazer e atividades utilitárias (Rahal et al., 2007, p.781).

Durante a jornada de trabalho, a atividade física apresenta-se como um fator importante na prevenção das doenças ocupacionais, assim como o

(21)

sedentarismo. É comprovado de que o bom estado físico do empregado garante eficiência e eficácia diminuindo os riscos de invalidez decorrente da atividade laboral desenvolvida e de se afastarem, aposentando-se precocemente, em razão de doenças degenerativas (Sharkey, 1998).

Quanto aos horários para a aplicação e a execução das atividades, deverão ser determinados pela empresa, em momentos qua possam abranger diferentes tipos de exercícios como: a) exercícios preparatórios - no início do expediente de trabalho (tempo pequeno, como uma forma de ginástica aboral); b) exercícios compensatórios – que deverão ser desenvolvidos em meio à jornada de trabalho (tempo um pouco maior como uma pausa para compensar o desgaste e manter os trabalhadores ativos até o final do dia); c) exercícios relaxantes (para serem executados ao fim da jornada de trabalho).

Diante das dificuldades para se obter medidas de atividades físicas internacionalmente comparáveis, a Organização Mundial de Saúde, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Suécia reuniram proeminentes pesquisadores da área a fim de desenvolverem e testarem um instrumento para medidas de atividades físicas de uso internacional. Este grupo iniciou então o desenvolvimento do Questionário Internacional de Atividades Físicas (International Physical Activity

Questionnaire, IPAQ) em suas diferentes versões e realizou, no ano de 2000,

estudos em 12 países (Austrália, Canadá, Finlândia, Guatemala, Itália, Japão, Portugal, África do Sul, Suécia, Inglaterra, Estados Unidos e Brasil) visando determinar a confiabilidade e validade do instrumento. Em 2001 o Comitê Executivo responsável pelo desenvolvimento do IPAQ publicou um relatório parcial desta aplicação experimental no qual indicavam que este questionário apresentava características psicométricas aceitáveis para uso em estudos de prevalência sobre a participação em atividades físicas. Os resultados desse estudo foram então publicados por Craig e colaboradores. No Brasil, o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS), sob a coordenação do Doutor Victor Matsudo, foi responsável pela testagem do IPAQ conforme um protocolo formal de avaliação que foi seguido por todos os outros centros participantes, os resultados foram publicados por Matsudo e colaboradores. Paralelamente, outros estudos foram

(22)

conduzidos no BRASIL, visando avaliar as versões correntes do IPAQ quanto à reprodutibilidade (teste-reteste) e validade (face e concorrente). Em geral, os resultados encontrados nestes estudos demonstraram que o IPAQ (semana usual, autoadministrados ou administrados na forma de entrevista) é um instrumento com boa estabilidade de medidas e precisão aceitável para uso em estudos populacionais com adultos jovens e de meia idade. O IPAQ é um instrumento que permite estimar o tempo semanal gasto na realização de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa e em diferentes contextos da vida (trabalho, tarefas domésticas, transporte e lazer).

Entre os hábitos que as pessoas desenvolvem ao longo da sua vida, a prática regular de exercício físico tem-se revelado como variável importante para a saúde de modo geral. Há claras evidências de que a atividade física regular torna o indivíduo, em especial, o trabalhador, mais tolerante ao estresse ocupacional. Vários autores têm salientado uma variedade de exercícios rápidos planejados para ajudar os executivos e outros trabalhadores a controlar e diminuir os níveis de estresse laboral. Os programas para aumentar a qualidade de vida no trabalho também tem se desenvolvido muito nos últimos anos, particularmente nas grandes empresas. Estes programas geralmente visam a ajudar os empregados no aumento da produtividade por meio de melhorias de saúde no trabalho; a maioria deles inclui algum tipo de atividade física. Barrios, McCraty e Cryer (1997) estudaram, com um grupo de empregados da Motorola, o impacto da administração interna da qualidade (Inner Quality Management - IQM) sobre diversas variáveis. Os resultados mostraram que o programa teve impacto positivo sobre a redução do estresse ocupacional. Ao longo do tempo, numerosos estudos tem revelado que os sujeitos de bom condicionamento físico são menos vulneráveis ao estresse laboral. Simplicio (1995) estudou, em uma amostra de 1.139 sujeitos, o impacto da atividade física moderada e observou que, no grupo experimental, o nível de estresse foi inferior quando comparado com o grupo controle, particularmente nos sujeitos de 18 a 25 anos e nos homens de 46 a 60 anos. Muito estudioso tem concluído que, entre os vários tipos de métodos para se lidar com o estresse, a atividade física e o condicionamento físico são fatores importantes para reduzir tanto o estresse fisiológico como o psicológico e social. O impacto

(23)

da frequência e da quantidade de atividade física foi estudado por Aldana et al. (1996) numa amostra de 32.229 empregados com idade média de 35,3 anos. Os sujeitos indicaram a frequência com que realizavam atividade física por semana e a duração das sessões. A partir destes dados os autores determinaram o total de energia gasta por pessoa na execução de exercícios físicos. Os autores observaram uma relação inversa entre a atividade física e o estresse. Os autores concluíram que, entre trabalhadores adultos, a atividade física tem forte impacto sobre o estresse.

Matsudo (2000) afirma que os principais benefícios à saúde advindos da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Eles reconhecem que a prática de atividades de intensidade moderada atua na redução de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de doenças degenerativas, como as enfermidades cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades respiratórias, dentre outras. Na dimensão psicológica, os autores afirmam que a atividade física atua na melhoria da autoestima, do auto-conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de socialização, na diminuição de estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo de medicamentos.

Segundo Rahal et aI. (2007, p. 86:87): “É importante ressaltar que

exercícios físicos não se restringem a uma série de exercícios semelhantes aos da academia ou à prática de atividades esportivas. A atividade física pode ser considerada um remédio para diversas disfunções do indivíduo”.

Estão enquadradas aí também, atividades de lazer, como: dançar, andar de bicicleta, atividades laborais como jardinagem, passeio com cachorro. Qualquer atividade deve ser constante e prazerosa, gradual para diminuir riscos, auxiliar prováveis tratamentos, promover a motivação e satisfação. Com isso, pode-se chegar aos objetivos esperados associados à redução na incidência de doenças crônicas-degenerativas e maior potencial de reabilitação.

Vários estudos demonstram que a prática regular de exercício físico está relacionada a benefícios para a saúde. Por outro lado, a inatividade física e um

(24)

estilo de vida sedentário estão relacionados a fatores de risco para o desenvolvimento ou agravamento de certas condições médicas, tais como doença coronariana ou outras alterações cardiovasculares e metabólicas (Maron, 2000).

Para ressaltar o papel da atividade física basta comparar uma pessoa ativa fisicamente de 60 anos com um inativo de mesma idade, quando comparados a diferença em ternos de índices fisiológicos são consideráveis as marcas, mas o que reflete em termos de qualidade de vida é que o ativo provavelmente terá maior mobilidade, autonomia e manutenção de valências físicas como força muscular, flexibilidade e capacidade aeróbica, importantes em sua vida diária.

Baseados nesse novo paradigma, diversos programas e projetos foram implementados ao longo dessas últimas décadas, mas quase sempre destacando a importância do envolvimento pessoal e a necessidade de hábitos mais saudáveis como a prática regular de atividades físicas, como mostra a Tabela 1, a seguir.

Tabela 1: Programas e Projetos implementados na Promoção da Saúde por meio da Atividade

Física

Programa País

Programa NORTH KARELIA Finlândia – 1972

Programa Active Living Canadá – 1992

Programa Active for life Inglaterra

Programa Challenge Day Mundial ( UNESCO )

Programa Health people 2.000 EUA

Programa Active Australian Austrália – 1997 Programa Envelhecimento Ativo OMS – 1999

Programa Mexa-se Mais Portugal

Programa Agita São Paulo Brasil – 1996

Programa Health people 2.010 EUA

Fonte: Consenso da Sociedade Brasileira de Medicina Desportiva – 1999

Gemignani (1996) cita algumas companhias, os métodos utilizados por elas e os resultados conseguidos à partir da adoção de medidas destinadas à promoção da saúde nas empresas:

(25)

• A Cervejaria Coors (localizada em Golden, Colorado, EUA) estima que para cada dólar investido no bem estar dos empregados há um retorno de seis dólares e quinze centavos. Segundo a empresa, estas cifras são alcançadas através do exercício físico (realizado dentro de seus próprios limites), economizando anualmente dois milhões de dólares, e resulta no decréscimo de custos médicos, aumento da produtividade e redução do absenteísmo causado por doenças;

• A Johnson & Johnson (situada em N.J. - EUA) oferece um bônus-desconto de 500 dólares aos empregados que resolverem ter sua pressão sanguínea, colesterol e gordura corporal checados, além de preencherem questionários detalhados sobre riscos de saúde. Aqueles funcionários diagnosticados com altos riscos de desenvolver problemas de saúde são convidados a fazer uma dieta alimentar e a engajarem-se num programa de exercícios físicos. Caso a resposta seja negativa, eles não recebem mais o bônus. No ano de 1995, aproximadamente 96% dos 35 mil empregados da Johnson & Johnson optaram por permanecer com o bônus-desconto;

• Na CIGNA, futuras mães receberam um bônus de 50 dólares por suas participações no programa "Bebês Saudáveis". A empresa economizou, aproximadamente, 8.975 dólares por nascimento e baixou em 27% seus índices de absenteísmo.

A Florida Power and Light (FPL, EUA) utilizou, há alguns anos, como um dos itens para promover a saúde de seus trabalhadores, o incentivo à prática de exercício físico. Para isto, a empresa construiu 27 instalações de ginástica, obtendo um retorno de três dólares para cada dólar investido. Tanto os empregados como seus familiares usufruem destas instalações pagando cinco dólares por mês, sendo que os funcionários aposentados não pagam nada. Cerca de 55% dos empregados que participaram de uma pesquisa interna da FPL afirmaram ter modificado seus hábitos alimentares ou emagrecido, e 48% deles começaram a se exercitar mais.

(26)

Segundo Barrier (1997), as pequenas empresas podem influenciar seus empregados a realizarem mais atividade física com baixo custo e alta eficácia, por exemplo, oferecendo o maior número de alternativas possível por meio de descontos em academias de ginástica, criação de grupos que promovam caminhadas ou passeios ciclísticos, educando seus funcionários sobre como pequenas atividades (como a jardinagem) podem influenciar a saúde ou ainda oferecendo prêmios para os funcionários que aumentarem seu nível de atividade física.

2.2. Satisfação no Trabalho

No século XX, a satisfação do trabalhador diante do seu trabalho foi, certamente, uma das atitudes mais pesquisadas por diversos autores. Já nas primeiras décadas daquele século, Taylor considerava que satisfação no trabalho era uma atitude relativa à filosofia do trabalhador acerca da cooperação com a gerência de sua visão de seus próprios interesses (Martins, 1984, p. 2). Para Taylor, aspectos como fadiga e o salário influenciavam a satisfação e produtividade.

Durante a Segunda Guerra, houve uma outra fase de estudos, quando o movimento das relações humanas deu ênfase ao crescimento mental do trabalhador como principal causa da satisfação. Para esse movimento, redefinir o trabalho, tornando-o mais desafiante e rico, mostrava a responsabilidade e o cuidado da empresa para com o trabalhador, o que aumentava a sua satisfação.

Décadas depois, uma classificação de estudiosos de satisfação no trabalho dividia as teorias sobre o assunto em dois grupos (Martins, 1984). O primeiro deles reunia as explicações teóricas relacionadas às causas da satisfação; buscava especificar as variáveis relevantes e o modo como elas eram combinadas para determinar satisfação. O segundo, que reunia as teorias relativas ao conte˙do, tentava identificar necessidades ou valores específicos que compunham a satisfação. Todavia, essa classificação incluía como teorias

(27)

de satisfação no trabalho várias criadas para explicar a motivação humana e não a satisfação no trabalho.

Segundo alguns autores, que estudaram os conceitos de processamento de informações sociais, as características do trabalho podem ser subjetivas e perceptualmente flexíveis, e as atitudes no trabalho podem ser determinadas tanto por fatores situacionais, quanto por aspectos disposicionais do indivíduo, relativamente estáveis ao longo do tempo. Desse modo, mudanças no meio de trabalho poderiam afetar o indivíduo, dependendo de suas características disposicionais. No trabalho, atitudes como satisfação, mesmo sendo determinadas por disposições afetivas do homem, estariam, também, sujeitas aos aspectos ambientais.

Na década de 90, estudos desenvolvidos junto a bancários da Polônia, ao verificar a hipótese de que satisfação com a vida depende da satisfação com o trabalho e que bancários insatisfeitos com o trabalho constituem um grupo de risco elevado para ocorrência de problemas de saúde, tiveram resultados que identificaram trabalhadores insatisfeitos com o trabalho como menos satisfeitos com todos os aspectos do trabalho examinados (colegas, supervisores, conteúdo do trabalho, condições e organização do trabalho, desenvolvimento e salário) e constituindo um grupo elevado de risco para a ocorrência de problemas de saúde. Trabalhadores insatisfeitos demonstraram ser mais susceptíveis à ansiedade depressiva em situações difíceis, o que provavelmente dificultaria a organização das tarefas e seu desempenho, e se ressentiam dos efeitos do estresse causado por sobrecarga, apresentando sintomas como dores de cabeça, cansaço, corpo tenso, fraqueza muscular e dificuldade para respirar com mais frequência do que os trabalhadores satisfeitos;

Foi possível apurar, por meio de diversas leituras, que pesquisas mais recentes indicam relações inversas entre satisfação e sofrimento no trabalho e também entre satisfação e estresse ocupacional. Suspeita-se que índices altos de insatisfação com o trabalho produzam altos níveis de sofrimento mental que podem levar o trabalhador a desenvolver certas síndromes ou mesmo algumas doenças relacionadas ao trabalho, como estresse ocupacional, doenças

(28)

cardíacas e alérgicas e burnout definido por Maslach e Leiter (1996) como condição extrema com quadro de frustração ou fadiga, tensão emocional, esgotamento e falta de energia para lidar com a rotina profissional. Além disso, insatisfação tem estado associada negativamente com desempenho no trabalho e comportamentos pró-ativos (Meleiro & Siqueira, 2005).

É fato que após seis décadas de estudos, ainda não há acordo na literatura sobre causas e componentes da satisfação no trabalho. Há, de um lado, uma tendência a investigar o aspecto disposicional do indivíduo e de um outro, uma tendência um tanto mais moderna, de definir o construto como sendo de natureza afetiva, atitudinal, e determinado por variáveis multiníveis não individuais, grupais ou organizacionais segundo afirmam Brief e Weiss (2002). Como se pode deduzir pela breve apresentação dos modelos teóricos, começou a consolidar-se a noção de que a empresa também é a responsável pela satisfação do trabalho.

2.3. Absenteísmo

Várias abordagens e definições aparecem na literatura para a expressão absenteísmo. Esse termo originou-se da palavra “absentismo” aplicado aos proprietários rurais que abandonavam o campo para viver na cidade. No período industrial esse termo foi aplicado aos trabalhadores que faltavam ao serviço. Muitos outros estudos indicam que o absenteísmo é inversamente proporcional à satisfação no trabalho. E, Alves (1993), considera que o “absenteísmo” é indicador da baixa qualidade de vida de um trabalhador.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho-OIT, o conceito de absenteísmo é: “período de ausência laboral que se aceita como atribuível a

uma incapacidade do indivíduo, exceção para aquela derivada de gravidez normal ou prisão. Entende-se por ausência laboral o período ininterrupto de falta ao trabalho, desde seu começo, independentemente da duração”.

Spector (2002) pondera que a maioria das atividades demande a uma pessoa na sua execução e, no caso da pessoa responsável estar ausente, a empresa terá que mobilizar outro trabalhador para cobrir a ausência do

(29)

primeiro. Isso gera custos maiores com mão de obra ou, no caso de uma não substituição, mesmo que temporariamente, a produtividade será afetada.

Nesse caso, pode haver, ainda, uma sobrecarga a alguns, já que a tarefa do absenteísta precisa ser feita, e outras pessoas terão que cobrir essa ausência, sem deixar de atender às exigências de sua própria função. Essa situação pode gerar um novo absenteísta que, fatigado pela sobrecarga, ausenta-se também. Forma-se, então, um círculo vicioso no qual um absenteísta pode gerar outras ausências. Tanto a ausência quanto a rotatividade são fenômenos relacionados e expressam a insatisfação no trabalho e a tentativa de escape, temporário ou permanente, das situações consideradas desagradáveis pelo colaborador (Spector, 2002).

O absenteísmo-doença é a ausência do trabalho por um determinado período devido à incapacidade do trabalhador como resultado de uma enfermidade que pode ser caracterizada desde um mal-estar até uma doença grave. As consequências do absenteísmo-doença, além de atingirem o trabalhador e as organizações, também afetam o âmbito político-governamental e socioeconômico, a saber: na instituição de trabalho a baixa na mão de obra reduz a produção e aumenta a sobrecarga para os trabalhadores que permanecem em seus postos de trabalho; os tributos pagos pelos cidadãos ao governo são utilizados no pagamento dos benefícios dos trabalhadores afastados do trabalho por motivo de doença; estes, muitas vezes, têm sua renda reduzida devido à perda de benefícios gozados desde que desempenhem suas tarefas de trabalho, aumento com os gastos médicos e terapêuticos para o tratamento da sua enfermidade, bem como é comum serem taxados de fraudadores, principalmente quando são vinculados a uma instituição pública. Nos trabalhadores dos serviços de saúde o absenteísmo-doença tornou-se um problema constatado em países com diferentes características culturais.

Para identificar as potenciais causas determinantes do absenteísmo por licença médica entre os funcionários do Superior Tribunal Militar, em Brasília, Ildefonso (2001) encontrou um índice de 51,9% no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2000 e uma média anual de 156 funcionários afastados/ano. A

(30)

população feminina apresentou maior índice de afastamento (59,2%), a faixa etária predominante estava 12 entre 61 e 70 anos e as licenças de curta duração foram responsáveis por 65,9% do total das licenças. Em relação às causas de afastamentos, destacou-se nesse estudo, a licença para acompanhar pessoas da família e, em seguida, as doenças respiratórias e as osteo-musculares (Ildefonso, 2001).

Os dados da Previdência Social mostram que, no Brasil, houve um total de 9.162 benefícios concedidos por auxílios doenças no ano de 2004, totalizando um custo de R$ 5.406.851,00 para os cofres públicos com pagamentos de salários e benefícios decorrentes de afastamentos do trabalho, enquanto o auxílio acidente, que totalizava 456 no mesmo ano, representou um desembolso de R$ 222.613,00.

O total de benefícios previdenciários em 2004, somando todas as espécies, é de 233.876, com um custo de R$ 101.873.360,00. A Região Sudeste foi responsável pelo maior número de benefícios registrados na Previdência, com um total de 105.286, enquanto a Região Nordeste obteve 55.713 benefícios dos quais 16.367 foram registrados no Estado da Bahia, com um custo previdenciário de R$ 5.131.873,00 (Brasil, 2001).

O absenteísmo, ainda no séc. XXI, é um dos grandes problemas dos gestores das instituições financeiras públicas e privadas no Brasil, sendo este um desafio para as organizações e para quem gerencia os serviços das mais diversas áreas, constituindo-se num problema complexo. Constitui uma fonte de preocupação nas empresas pelo elevado custo, quer direto ou indireto, interferindo amplamente no faturamento das organizações.

Em pesquisa realizada objetivando estudar a relação entre as más condições dos ambientes de trabalho e a problemática do absenteísmo e da rotatividade em organizações de pequeno porte, foram sugeridas medidas ergonômicas como uma possibilidade de solução para a realidade analisada. A pesquisa foi de caráter qualitativo e quantitativo, sendo dada uma abordagem teórico-empírica. Concluiu-se que os níveis de absenteísmo e rotatividade variam significativamente de acordo com a organização, com seu modelo de administração e com o tipo de atividade desenvolvida (Zapelini, 2002) .

(31)

O resultado de diversos estudos indica que o perfil de adoecimento de determinados grupos de trabalhadores aponta uma ocorrência elevada das Doenças Osteo-articulares Relacionais ao Trabalho (DORT) e Lesões por Esforços Repetitivos (LER), assim como as doenças do aparelho respiratório e dos transtornos mentais. Estas doenças são reconhecidas como resultantes da inter-relação trabalho e desgastes da saúde, cada vez mais presentes nas discussões e convenções coletivas (Souza, 1992).

A organização deficiente da área de trabalho é atualmente uma das maiores causas de afastamento por LER (Lesão por esforços repetitivos). Nesses casos, o trabalhador fica sujeito a uma série de movimentos e de esforços repetitivos que o levam à fadiga, a lesões de tendões e nervos, à perda de potência muscular e até a atrofia do membro afetado (Balerini, 2003).

Poucas empresas têm um programa que contemple a preocupação com o conforto do trabalhador nos postos de trabalho. Mesmo com toda a evolução tecnológica, ainda poucos projetos de máquinas, equipamentos, processos e até fábricas inteiras são concebidos com visão ergonômica. Cargas excessivas, flexões de tronco constantes, movimentos de pinça (polegar indicador), rotação e flexão de pulsos, altura dos equipamentos incompatível com a estatura do trabalhador e com impossibilidade de regulagem e cadeiras e bancos que geram problemas posturais e de coluna, são alguns exemplos de situações rotineiras na grande maioria das 18 organizações no Brasil, que muitas vezes acabam refletindo na vida social e familiar do trabalhador (Balerini, 2003).

Alguns autores chegam a assinalar que “os termos qualidade de vida e saúde aparecem quase como sinônimos”.

Walton (1973, apud Fernandes, 1996, p. 37), afirma que: Um programa de Qualidade de Vida deve objetivar uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve, simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia em nível do cargo, recebimento de recursos de “feedback” sobre o desempenho, com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho com ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo.

(32)

Atualmente, há grandes e modernas empresas de primeiro mundo que tem como preocupação, o engajamento emocional dos seus empregados, sua satisfação interior e a percepção de que é responsável pelo trabalho. Nessas empresas, é possível alcançar um alto índice de criatividade, de capacidade de vencer obstáculos e de um maior comprometimento com o trabalho. (Silva, 1997; Marchi, 1997)

Várias empresas têm mostrado experiências de sucesso com a implantação destes programas como o ''pratique essa idéia'' dos Laboratórios Roche cujo objetivo é orientar e estimular hábitos que ajudem os funcionários a equilibrar sua vida pessoal e profissional, tornando-os mais saudáveis e produtivos e melhorando o ambiente de trabalho e as relações interpessoais. Nesse programa, são desenvolvidas campanhas de prevenção de doenças como o câncer e hipertensão, ginástica laboral, alimentação saudável, entre outras. Alguns resultados das ações desse programa foram vistos, como a redução no número de fumantes entre os trabalhadores (14,0% em 1990, para 11,0% em 2001), além de 75% dos participantes disseram ter sentido melhoras em sua saúde com a ginástica laboral e uma redução de 40% no número de atendimentos ambulatoriais (Balerini, 2003).Também a Motorola, com a criação do programa Motiviva – Programa Motorola de Qualidade de Vida, cujo objetivo é a promoção da saúde integral de seus colaboradores e a busca do equilíbrio sob vários aspectos. O programa abrange as dimensões da saúde consideradas pela empresa como fundamentais para a conquista da qualidade de vida: espiritual, física, profissional, intelectual, social e emocional (Balerini, 2003).

Dentre as causas do absenteísmo, é possível citar: doença efetivamente comprovada; doença não comprovada; razões diversas de caráter familiar; atrasos involuntários por motivos de força maior; faltas voluntárias por motivos pessoais; dificuldades e problemas financeiros; problemas de transporte; baixa motivação para trabalhar; supervisão precária da chefia; políticas inadequadas da organização (Chiavenato,2002).

(33)

Figura 1:Principais causas de absenteísmo. Fonte: Souto (1980)

O absenteísmo tem exigido atenção especial das organizações e seus administradores devido a complexidade do tema e a dificuldade de gerenciá-lo. Ao se conhecer os diversos estudos sobre o assunto, as posições de vários autores, fica evidente que todas as causas de absenteísmo devem ser prevenidas, pois seu efeito é negativo.

A ausência dos trabalhadores diminui a produção refletindo nos indicadores de qualidade de forma negativa e como consequência repercutindo diretamente na economia.

Para Soares e Silva (2007), uma das maiores consequências de absenteísmo é a queda da produtividade e da lucratividade.

(34)

2.4. Enquadramento

Funcionários em geral, e, obviamente, os funcionários públicos pertencem a este conjunto que, motivados, realizam suas funções de forma mais eficaz e produtiva. E, um funcionário público realizar seu trabalho com motivação significa uma melhor prestação de serviço à população. Contudo, a administração pública insiste em manter modelos gerenciais nas instituições como forma de padronizar os atendimentos ao público (Santana, 2011).

Os trabalhadores do setor administrativo de instituições hospitalares, entre eles os escriturários, trabalham constantemente pressionados para que o atendimento seja cordial, rápido e eficiente. Estes trabalhadores ficam sujeitos não só a pressões de seus superiores, mas também a pressões de terceiros, como usuários de serviços, cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos. Enquanto os administradores públicos não perceberem a importância de se manter a satisfação de seus funcionários na realização de suas tarefas, a população ainda continuará reclamando da qualidade do serviço público, principalmente reclamações com relação à velocidade com que os atendimentos acontecem e da falta de educação ou de paciência dos funcionários no atendimento prestado pelos servidores (Santana, 2011).

A determinação de indicadores de qualidade para a avaliação dos serviços de saúde requer dados referenciais que sirvam de apoio, os quais podem ser encontrados nos diferentes elementos que constituem as instituições, tanto nos processos de trabalho quanto nos resultados da assistência prestada. Tais indicadores se mostram como instrumentos imprescindíveis para avaliação dos serviços de saúde por serem uma medida quantitativa que pode ser usada como guia para monitorar e avaliar a qualidade da assistência e as atividades de um serviço (Siqueira, 2012). E, como já descrito, funcionários insatisfeitos são funcionários afastados. Estudos em servidores públicos mostram que os motivos que aparecem com maior frequência em afastamento são os transtornos mentais e comportamentais, seguidos pelas doenças osteomusculares (Cunha et al., 2005). Ressalta-se que as pessoas que apresentam alguma patologia mental são as que mais

(35)

referem dor e doenças psicossomáticas, podendo o afastamento nem sempre ser pela causa, mas sim pelo efeito da doença.

As ocorrências citadas são de relevância pública, uma vez que os transtornos mentais e comportamentais atingem 12% da população, afastando uma população economicamente ativa do seu trabalho, de suas atividades familiares e sociais. Podem cronificar-se onerando ainda mais a sociedade com gastos medicamentosos, incapacidade para o trabalho e transtornos para a família que geralmente é quem cuida destas pessoas.

Assim, o tema investigado é também de fundamental importância para o alcance da meta de qualidade total nas instituições públicas, em especial as da área da saúde, uma vez que bem-estar e qualidade de vida no trabalho são fatores que influenciam a qualidade final do atendimento aos usuários destes serviços.

Assim como os determinantes, as consequências da satisfação no trabalho também são individuais e variadas, abrangendo o plano pessoal e profissional, sendo unânime a constatação de que os fatores psicossociais do trabalho interferem no processo saúde-doença. Medidas de promoção à saúde, e entre elas, o incentivo à prática de exercício físico, devem ser adotadas visando minimizar as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores quanto aos bem-estares orgânico e social, posto que a satisfação no trabalho deve ser considerada como um determinante de saúde (Marqueze et al., 2005).

Em relação ao exercício físico, a importância dada a esta variável é recente e crescente na literatura e na prática organizacional, já que, em muitas empresas, ele tem sido integrado na rotina cotidiana de trabalho como forma de combater o stress e aumentar a produtividade. Esses resultados podem ser de grande utilidade para gestores na definição de políticas e estratégias de redução do stress organizacional e consequente aumento da satisfação no trabalho (Spector et al., 2000).

(36)

METODOLOGIA

ATIVIDADE FÍSICA, SATISFAÇÃO NO TRABALHO E

ABSENTEÍSMO EM CONTEXTOS ORGANIZACIONAIS

Estudo da influência da atividade física na satisfação do

trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos

(37)

3. Metodologia

Para atender ao objetivo estabelecido, adotou-se uma pesquisa de campo com abordagem quantitativa (apropriada ao estudo do fenômeno absenteísmo) por intermédio de metodologia de descrição e inter-relação de aspectos do absenteísmo e as situações de afastamento dos trabalhadores administrativos da UFTM. Foi realizada uma investigação de caráter descritivo, sendo ainda exploratório, retrospectivo e não experimental. Essa metodologia foi escolhida por ter como finalidade principal conhecer a associação entre as variáveis estudadas. O método exploratório permite ao pesquisador aumentar sua experiência por meio do estudo de determinado problema. A pesquisa é descritiva, por ter o objetivo de conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir para modificá-la. É também uma pesquisa observacional, transversal e associativa.

3.1. Amostra

O cenário da pesquisa foi o centro administrativo de uma Universidade, instituição da rede pública de saúde da cidade de Uberaba, a qual desenvolve a maior parte de suas atividades assistenciais no nível de atenção primária e secundária.

A amostra foi escolhida por conveniência, porque o trabalho foi desenvolvido no Núcleo de Atenção à Saúde do Servidor (NASS) da UFTM, onde estão os prontuários dos servidores de toda a Universidade, sendo que o NASS também faz parte da Pro-Reitoria de Recursos Humanos do CEA, onde foi realizada a coleta dos dados. Foi constituída por cinquenta funcionários (N=50) públicos administrativos da Universidade Federal do Triangulo Mineiro – Uberaba - Minas Gerais – Brasil, lotados no C.E.A. da UFTM. Não fizeram parte desse estudo os trabalhadores que não estavam lotados no setor do C.E.A. da UFTM durante o período de coleta de dados.

Os dados sobre o afastamento das pessoas incluídas na amostra foram extraídos dos prontuários no sistema informatizado do setor de Medicina e

(38)

Segurança do Trabalho da UFTM – NASS. As situações de afastamento por doença foram agrupadas com base na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relativos à Saúde(CID-10).

3.2. Instrumentos teóricos de Avaliação

• Escala “Satisfação no Trabalho” do Indicador de Estresse Ocupacional - Occupational Stress Indicator (OSI), instrumento traduzido e validado para o português por Swan et al. (1993). Ela possibilita a mensuração da satisfação com 22 aspetos psicossociais no trabalho por meio de uma escala de Likert de seis pontos, indo de enorme insatisfação (1) até enorme satisfação (6). A soma dessas medidas fornece um indicador de satisfação no trabalho global dado por um resultado que varia de 22 a 132 pontos. Para a avaliação da satisfação em cada aspecto do trabalho, as variáveis foram categorizadas em: insatisfação (enorme insatisfação e muita insatisfação), satisfação intermediária (alguma insatisfação e alguma satisfação), e satisfação (muita satisfação e enorme satisfação) – Anexo 4. • Questionário Internacional de Atividade Física - International

Physical Activity Questionnaire (IPAQ) (Craig, C. L. et al., 2003) –

6 questões (1a, 1b, 2a, 2b, 3a, 3b) sobre atividade física realizada, com relação ao tipo, frequência (dias por semana), intensidade (vigorosas ou moderadas) e suração (minutos por dia) (Guidelines for data processing and analysis of the

(39)

3.3. Definição das Variáveis

Variáveis independentes: atividade física e afastamento por doenças osteomusculares e psicossomáticas; variável dependente: satisfação no trabalho.

3.4. Procedimentos

O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), tendo obtido parecer favorável, de acordo com o protocolo CEP/UFTM: 2258 de 08 de fevereiro de 2013 (Anexo 2).

Tendo se obtido a aprovação, os trabalhadores foram convidados a participar da pesquisa, recebendo o esclarecimento sobre o trabalho e estando cientes de todo o procedimento; assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1).

Após a inclusão dos indivíduos no estudo, estes responderam aos questionários (Anexos 3 e 4) e foi efetuada a coleta dos dados. Os contatos foram feitos de forma direta, tendo o pesquisador e o aluno que colaborou na aplicação dos questionários, voltado aos locais de trabalho dos mesmos, quantas vezes foram necessárias. Muitas vezes, o servidor não se encontrava na sala e, em alguns casos, quando era encontrado, colocava uma certa resistência, que, rapidamente desaparecia, frente aos esclarecimentos do pesquisador. Por isso, foi preciso um tempo maior, para que as explicações fossem feitas de maneira exaustiva, a fim de que não pairasse quaisquer dúvidas sobre o que iriam responder e que o objetivo fosse atingido, trazendo para a pesquisa dados importantes colhidos por seu intermédio.

No NASS foi realizado um estudo documental, elaborado com base em registros referentes à caracterização dos trabalhadores, afastamentos do trabalho (CID10) e à saúde ocupacional (doenças crônicas prévias), após a autorização da Coordenadora do Serviço de Medicina do Trabalho.

(40)
(41)

APRESENTAÇÃO

DOS

RESULTADOS

ATIVIDADE FÍSICA, SATISFAÇÃO NO TRABALHO E

ABSENTEÍSMO EM CONTEXTOS ORGANIZACIONAIS

Estudo da influência da atividade física na satisfação do

trabalho e no absenteísmo em funcionários públicos

(42)

4. Apresentação dos Resultados

A Análise dos Dados foi realizada por meio por meio dos seguintes softwares: MedCalc Statistical, SPSS 16.0 e SPAD 3.5.

4.1. Análise Descritiva:

Para atender ao objetivo proposto foi utilizada a análise descritiva e inferencial. Para a análise descritiva foi usado o percentil tercis, e para a análise inferencial foi usado o qui quadrado (χ²), o teste t de student e F de Fisher e Snedecor, como mostram a Tabela 2 e o Anexo 18.

O nível de significância, estabelecido, foi mantido em p≤ 0,05.

Tabela 2: Análise Descritiva de variáveis em estudo

Total Homens Mulheres

Gênero (%) 100 22 78 Idade (anos) 47,4±6,5 46,6±7,1 47,6±6,4 Tempo de AF (min/sem) 307,9±152,6 223,2±146,5 331,8±147,4* Recomendação (%) >150 min/sem 83,7 62,5 88,6 <150 min/sem 16,3 37,5 11,4 DCP(%) Sim 76,0 54,5 76,9 Não 28,0 45,5 23,1

Tempo de serviço (anos) 15,2±5,6 15,5±6,3 15,4±5,4

Af/p/D/O/P (%)

Sim 38,0 45,5 35,9

Não 62,0 54,5 64,1

Sat/Trab 94,5±17,6 92,5±11,5 95,1±19,2

*p≤ 0,05

Legenda: Atividade Física(AF), Doenças Crônicas Prévias(DCP), Afastamentos (Af) porDoenças(D) Osteomusculares(O) e Psicossomáticas(P) e quanto à Satisfação (Sat) no Trabalho(Trab).

(43)

4.2. Análise da Relação entre as variáveis em estudo:

O banco de dados foi processado por intermédio do SPSS 16.0 (Statistical Package for Social Sciences). Rodou-se uma regressão linear multivariada, onde a variável dependente é a variável “Satisfação no Trabalho” e as variáveis independentes são “Atividade Física”, “Idade”, “Sexo”, “Doenças Crônicas Prévias”, “Tempo de Serviço” e “Afastamentos por Doenças Osteomusculares e Psicossomáticas”.

Os resultados mostram um R2 ajustado de 0,615 (as variáveis independentes “Atividade Física”, “Idade”, “Sexo”, “Doenças Crônicas Prévias”, “Tempo de Serviço” e “Afastamentos por Doenças Osteomusculares e Psicossomáticas” explicam 61,50% da variância da variável dependente (“Satisfação no Trabalho”) e estatisticamente significativo (F de significação menor que 0,05).

Das seis variáveis independentes três são variáveis paramétricas, ou variáveis contínuas (“Atividade Física” medida em minutos; “Idade” medida em anos; e “Tempo de Serviço” medido em anos) e três são variáveis não paramétricas, ou variáveis nominais (“Sexo” com 1 para o sexo feminino e 2 para o sexo masculino; “Doenças Crônicas Prévias” com 1 para sim e 2 para não; e “Afastamentos por Doenças Osteomusculares e Psicossomáticas” com 1 para sim e 2 para não).

Resolveu-se rodar o modelo de regressão linear multivariada (Anexos 5, 6 e 7) somente com as variáveis paramétricas, e obteve-se o seguinte resultado:

Tabela 3: Resultados da regressão

Model R R Square Adjusted R Square

Std. Error of the Estimate

1 ,688a ,473 ,439 13,169

(44)
(45)

Como os coeficientes das variáveis “Idade” e “Tempo de Serviço” não foram estatisticamente significativos (sig>0,05), então se optou pelo modelo de regressão linear simples (Anexos 8, 9 e 10) onde a variável dependente é a “Satisfação no Trabalho” e a variável independente é a “Atividade Física” (Tabela 4 e Tabela 5).

Tabela 4: Influência da atividade física (tempo) na satisfação no trabalho.

Model R R Square Adjusted R Square

Std. Error of the Estimate

1 ,674a ,455 ,443 13,114

Legenda: p≤ 0,05.

Tabela 5: Influência da variável atividade física (tempo) na satisfação no trabalho

Model Unstandardized Coefficients Standardized Coefficients T Sig. B Std. Error Beta 1 (Constant) 70,583 4,210 16,766 ,000 ATFIS ,078 ,012 ,674 6,329 ,000 Legenda: p≤ 0,05.

Os resultados mostram um R2 ajustado de 0,443 (a variável independente “Atividade Física” explica 44,30% da variância da variável dependente “Satisfação no Trabalho”) e estatisticamente significativo (F de significação menor que 0,05).

A constante (intercepto) da regressão e o coeficiente da variável “Atividade Física” são estatisticamente significativos (sig.<0,05). Portanto a equação da reta de regressão é igual a: Satisfação no Trabalho = 70,58 + 0,078*Atividade Física (Tabela 5).

A figura 2 indica os graus de satisfação no trabalho em relação à prática de atividades físicas realizadas (nos valores recomendados) pelos funcionários da Universidade Federal do Triângulo Mineiro entrevistados nessa pesquisa.

(46)

Coeficiente de determinação da regressão (R2) = 0,4549 (45,49%) (p<0,0000) Grau de Satisfação = 70,58 + 0,08*Atividade Física

Figura 2: Graus de satisfação no trabalho x atividade física em minutos/ semana

4.3. Análise de Correspondência Multivariada

Como o estudo leva em consideração, além de “Atividade Física”, a variável “Afastamentos por Doenças Osteomusculares e Psicossomáticas”, optou-se por discretizar (dividir as variáveis em classes) todas as variáveis paramétricas e empregar o método estatístico de Análise de Correspondência Multivariada.

Discretizando as variáveis “Atividade Física”, “Idade”, “Tempo de Serviço” e “Satisfação no Trabalho” (Anexos 14, 15, 16 e 17), para utilizar-se o modelo de Análise de Correspondência Multivariada, obteve-se os gráficos

Summary Table que são um conjunto de informações de cada variável, e

compõem a estatística descritiva dos dados dessas variáveis (Anexos 11, 12 e 13). 0 200 400 600 800 160 140 120 100 80 60 40 Ativ._Fis.__min_sem_ Gr au _d e_ sa ti sf ão _c om _o _t ra b al h o

Imagem

Tabela 1: Programas e Projetos implementados na Promoção da Saúde por meio da Atividade  Física
Figura 1:Principais causas de absenteísmo. Fonte: Souto (1980)
Tabela 2: Análise Descritiva de variáveis em estudo
Tabela 3: Resultados da regressão
+5

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho consiste em uma revisão de literatura sobre a verdadeira atuação da atividade física no controle da obesidade. O estudo inicia-se na questão da obesidade,

Sabendo que a automação consiste na utilização da informática para modernizar e aperfeiçoar rotinas, produtos e serviços de uma biblioteca, julgue os itens subsequentes, referentes

This study evaluated specifically the sensitivity of primordial follicles to in vitro preservation conditions and showed that the storage of ovarian fragments in 0.9% saline

Dentre as várias causas que levam ao absenteísmo podemos citar as causas intrínsecas que estão relacionadas à natureza e condições do trabalho e refletem na

Assim sendo, no presente trabalho, traçamos algumas reflexões acerca da ludicidade como estratégia de letramento na Educação Infantil, levando em consideração as

b) Avaliação de aptidão cultural e intelectual, mediante a realização de uma prova escrita e ou oral que, tendo em conta os objectivos do ensino secundário

manentemente em contato com o sofrimento e a morte 1,5. A equipe de enfermagem é a principal responsável da força de trabalho dos estabelecimentos hospitalares, com responsabilidade

Esta pesquisa teve como objetivo verificar as diferenças de médias de satisfação no trabalho em relação ao sexo, à vulnerabilidade ao estresse, à idade, à escolaridade e ao