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490.º do Código das Sociedades Comerciais no prazo de 30 dias seguintes ao termo do prazo previsto no n.º 5 do mesmo preceito.

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Processo

8789/18.4T8LSB.S1.L1-1

Data do documento

28 de abril de 2020

Relator

Maria Adelaide Domingos

TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA | CÍVEL

Acórdão

DESCRITORES

Sócio minoritário

>

Direito potestativo

>

Alienação

>

Caducidade

SUMÁRIO

1. O acionista minoritário pode «em qualquer altura», ou seja, a todo o tempo, exercer o direito de alienação potestativa prevista nos n.ºs 5 e 6 do artigo

490.º do Código das Sociedades Comerciais.

2. Porém, nem a letra, nem a «ratio legis», nem a unidade do sistema jurídico comportam a interpretação no sentido da norma permitir ao sócio minoritário

exercer aquele direito «quantas vezes quiser».

3. Ocorre a caducidade do referido direito de alienação potestativa se o acionista minoritário não intentar a ação judicial a que se reporta o n.º 6 do artigo

490.º do Código das Sociedades Comerciais no prazo de 30 dias seguintes ao termo do prazo previsto no n.º 5 do mesmo preceito.

TEXTO INTEGRAL

Acordam na 1.ª Secção do Tribunal da Relação de Lisboa

I – RELATÓRIO

E…., P…e J… melhor identificados nos autos, em 12-04-2018, instauraram ação comum condenatória contra I…., com sede em Viena de Áustria, detida pela

CAMARGO CORRÊA S.A., sociedade constituída de acordo com as leis da República Federativa do Brasil, formulando os seguintes pedidos:

1. Que aos acionistas minoritários da CIMPOR - CIMENTOS DE PORTUGAL, SGPS, S.A., os aqui autores, seja reconhecido o direito à alienação potestativa de

tais ações à I…, nos termos e para os efeitos conjugados dos n.ºs 5 e 6, ambos do artigo 490.º do CSC.

2. Subsidiariamente, que o Tribunal fixe em dinheiro o valor de cada ação da CIMPOR a ser determinado por um revisor oficial de contas independente.

3. Que a I….. seja condenada a ver reconhecido esse direito.

4. Que a I…seja condenada a adquirir aos autores as ações da CIMPOR - CIMENTOS DE PORTUGAL, SGPS, S.A. que tenham, sejam titulares e desejem vender,

nos termos e para os efeitos do artigo 490.º, n.º 6 do CSC, ao preço fixado pelo tribunal.

Os autores invocaram, em síntese, como causa de pedir:

São acionistas minoritários da CIMPOR - CIMENTOS DE PORTUGAL, SGPS, S.A., sociedade aberta, com sede em Portugal.

Em resultado da OPA sobre a CIMPOR lançada pela I…, esta passou a dominar 94% do capital social e 95% dos respetivos direitos de voto.

Deixando a CIMPOR de ser uma sociedade com o capital aberto ao investimento do público, passa a reger-se, pelo menos no domínio das aquisições

tendentes ao domínio total e em particular no direito de alienação potestativa, pelo disposto no artigo 490.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC) - cfr.

artigo 490.º, n.º 7 do CSC, a contrario.

Exigiram por escrito à I…. que lhe fizesse uma oferta de aquisição das suas ações, mediante contrapartida em dinheiro ou ações das sociedades dominantes

nos termos previstos no artigo 490.º, n.º 5 do CSC.

A I…. recusou-se a fazer a oferta solicitada nos termos supra referidos a todos os autores.

Perante a referida recusa, endereçaram à I…nova carta oferecendo-se para vender as suas ações a um preço inferior ao inicialmente proposto (a ser

encontrado por intermédio de uma negociação entre as partes) ou, não sendo tal possível (como não foi), reclamando por uma confirmação final e absoluta

da recusa em adquirir tais ações fosse a que preço fosse (o que não se verificava na primeira recusa).

A I… recusou absoluta e definitivamente o pedido de alienação potestativa, pelo que lhes assiste o direito de requererem que o tribunal declare as ações

adquiridas pela referida sociedade dominante desde a propositura da presente ação, fixando o valor em dinheiro e condenando a sociedade nos termos

formulados no pedido.

Na contestação apresentada pela ré alegou, em suma:

Os autores pretendem agora ao abrigo do regime do artigo 490.º do CSC, por a CIMPOR ter deixado de ser uma sociedade aberta, que a ré lhes adquira as

ações que detêm na CIMPOR a um valor superior ao de mercado, pretensão que já antes tinham formulado numa ação julgada improcedente por verificada

exceção de caducidade, onde alegaram um pretenso direito de alienação potestativa ao abrigo dos artigos 194.º a 196.º do Código de Valores Mobiliários

(CVM).

Porém, o regime aplicável é o do artigo 27.º do CVM, que prevalece sobre o artigo 490.º do CSC e, por outro lado, a presente ação foi intentada além do

prazo fixado por lei o que determina a caducidade do direito invocado.

(2)

Conclui peticionando a improcedência da ação.

Os autores não responderam à exceção.

Em sede de saneamento foi proferido despacho saneador-sentença, constando da parte dispositiva da decisão o seguinte:

«Na decorrência do exposto e vistas as normas atrás invocadas, em face da verificação da excepção de caducidade do direito de alienação potestativa, julgo

a presente acção improcedente e, consequentemente, absolvo a Ré dos pedidos.»

Inconformados, os autores interpuseram recurso «per saltum» para o STJ apresentando conclusões onde rematam pedindo a revogação da sentença e a sua

substituição por outra que condene a ré no pedido, alegando a final ainda do seguinte modo:

«Termos em que, para a eventualidade de entenderem Vossas Excelências, Venerandos Conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça que que é necessária a

intervenção do Tribunal de Justiça da União Europeia, nos termos e para os efeitos supra requeridos, pede a Recorrente para que lhe seja dada oportunidade

para contribuir para as questões a formular junto do TJUE. Por essa razão e apenas se Vossas Excelências entenderem por esse reenvio, requer-se seja

suspensa a presente instância até que o TJUE se pronuncie, a título prejudicial, expressa e especificamente, sobre as questões a formular oportunamente.»

O STJ proferiu em 17-10-2019 despacho onde exarou a seguinte Decisão: «Pelo exposto, nos termos do art. 678º, n.4 do CPC, dado que os autores suscitam

questões que ultrapassam o âmbito de admissibilidade do recurso per saltum, deve o processo baixar à Relação, a fim de o recurso aí ser processado,

seguindo-se os termos pertinentes.»

Encontrando-se já os autos nesta Relação de Lisboa, pela 1.ª instância foi remetido aos mesmos um requerimento ali apresentado pelos recorrentes em

12-11-2019, mas dirigido ao Tribunal da Relação de Lisboa, através do qual vêm requerer o reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia

(TJUE), formulando as concretas questões que, no seu entender, devem ser colocadas ao referido Tribunal e que se reportam à interpretação dos artigos 5.º e

16.º da Diretiva 2004/25/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 21-04-2004 (Ofertas Públicas de Aquisição).

A recorrida, na sequência do despacho proferido pela Relatora em 15-01-2020, pronunciou-se sobre o referido requerimento anexando a resposta que já

tinha apresentado junto da 1.ª instância, onde defende que o pedido de reenvio prejudicial seja:

«a)… liminarmente rejeitado, por consistir na prática de ato inútil e por isso mesmo inadmissível; ou, caso assim não se entenda,

b)… julgado improcedente, por inexistir qualquer questão prejudicial que cumpra ser apreciada pelo TJUE.»

As CONCLUSÕES apresentadas no recurso «per saltum» para o STJ (agora transmutadas em conclusões da apelação por força do artigo 678.º, n.º 4, do CPC)

têm o seguinte teor:

«1. Decantando os factos provados temos que:

a. para além da qualidade substancial de sócios da Ré (que é indiscutível, no caso), os Autores satisfazem todos os requisitos formais estabelecidos no n.º 5

do artigo 490.º do CSC para procederem a alienação potestativa das suas ações, porquanto

b. a data do exercício do direito de alienação potestativo (entre 18 de Outubro de 2017 e 23 de Fevereiro de 2018) a Cimpor já não era uma sociedade com

qualidade aberta, pois tinha perdido tal qualidade em 21 de Junho de 2017;

c. a última interpelação feita à Ré no sentido de exercer o direito de alienação potestativa foi em 23 de Fevereiro de 2018, pois sendo as primeiras propostas

feitas em 18 e 23 de Outubro de 2017 sido recusadas pela Ré em 6 de Novembro de 2017, procuram os Autores negociar, por intermedio do seu mandatário,

um preço que satisfizesse ambas as partes para que assim opera-se o direito de alienação potestativa sem recurso.

2. A Ré respondeu ao ilustre mandatário dos Autores, uma vez mais reiterando o entendimento expresso na sua comunicação de 6 de Novembro de 2017,

portanto, recusando este novo convite dos Autores para que adquirisse as suas ações (cf.Doc. 6 junto aos autos – requerimento com a referência 28903421

de 19 de Abril de 2018, 21:40:41 GMT).

3. O tribunal a quo esqueceu-se de dar como provado o facto mais importante a ter em conta que é a posição de domínio da Ré na Cimpor, ou seja, que está

detém mais de 90% do capital social da Cimpor.

4. No entanto, esse facto para além de estar provado pelo Docs. N.º 3 e 4 juntos pela Ré com a sua contestação e Doc. 7 junto aos autos – requerimento com

a referência 28903421 de 19 de Abril de 2018, 21:40:41GMT), é um facto público e notório (nos termos do artigo 412.º, n.º 1 do CPC) porquanto são do

conhecimento geral em virtude de todas as operações dirigidas ao público e disponibilizadas no sítio da internet da CMVM, onde dão conta da situação de

domínio supra referida que é superior a 90%, para além da alta cobertura jornalista que tais operações tiveram, nomeadamente a oferta pública de aquisição

e a perda de qualidade aberta.

5. Perante esta factualidade assente é forçoso concluir que os acionistas da Cimpor, aqui Autores, têm o direito de alienação potestativa prevista no artigo

490.º do CSC.»

Foi apresentada resposta pela ré, apresentando as conclusões que constam do requerimento com a ref.ª 33545446, que aqui se dão por reproduzidas, e no

que ora releva para o conhecimento do recurso, pede que o mesmo seja:

«b) …liminarmente rejeitado, por não conter conclusões, nos termos e para os efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 641.º do CPC; ou caso assim

não se entenda:

c) Ser julgado improcedente e, consequentemente, ser mantida a sentença recorrida nos seus exactos termos…».

Foram colhidos os vistos.

II- FUNDAMENTAÇÃO

A- Objeto do recurso

Delimitado o objeto do recurso pelas conclusões apresentadas, sem prejuízo das questões que sejam de conhecimento oficioso e daquelas cuja decisão fique

prejudicada pela solução dada a outras (artigos 635.º, n.ºs 3 e 4, 639.º, n.º 1 e 608.º, n.º 2, do CPC), não estando o tribunal obrigado a apreciar todos os

argumentos apresentados pelas partes para sustentar os seus pontos de vista, sendo o julgador livre na interpretação e aplicação do direito (artigo 5.º, n.º 3,

do CPC), as questões a decidir no recurso são as seguintes (desconsiderando as estritamente invocadas e relacionadas com os pressupostos do recurso «per

saltum» que ficaram prejudicadas em face do despacho proferido pelo STJ) :

(3)

- Questões prévias:

- Da admissibilidade/rejeição do requerimento dos autores (ref.ª 33982697, de 12-11-2020) onde formulam o pedido de reenvio prejudicial;

- Da rejeição liminar do recurso por não conter conclusões, nos termos e para os efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 641.º do CPC

- Do objeto do recurso:

- Alteração, por aditamento, da decisão de facto;

- Caducidade do direito de interposição da presente ação;

- Na improcedência da exceção de caducidade, se assiste aos autores o direito de alienação potestativa das suas ações à ré nos termos do artigo 490.º do

CSC;

- E se a decisão a proferir determina a prévia consulta ao TJUE em termos de reenvio prejudicial sobre a interpretação dos artigos 5.º e 16.º da Diretiva

2004/25/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 21-04-2004.

B- De Facto

A 1.ª instância deu como provada a seguinte factualidade:

«Por documento e confissão

Da PI

1- Os Autores a interpelaram em 23 de Outubro de 2017 para exercício do direito de alienação potestativa das acções da Cimpor de que eram titulares, ao

abrigo do disposto no artigo 490 do CSC.

2- Por cartas essencialmente idênticas datadas 18 de Outubro de 2017 e de 23 de Outubro de 2017-, os Autores interpelaram a ora Ré manifestando “a sua

decisão de alienação potestativa, nos termos e para os efeitos previstos no artigo 490/5 do Código das Sociedades Comerciais” (v. final do parágrafo 1 das

cartas juntas como DOCS. N.ºs 9 e 10 e ainda o documento n.º 4 junto com a petição inicial).

3- Os Autores terminavam as referidas cartas declarando que “na falta de oferta ou se a mesma não for considerada satisfatória, iremos requerer ao tribunal

que declare adquiridas pela I…. desde a proposição da acção, fixe o seu valor em dinheiro e condene a sociedade dominante a pagar-lho (cfr artigo 490.º, n.º

6 do CSC)”.

4- A Ré recusou formular a oferta que havia sido solicitada por todos os Autores, o que fez por cartas datadas de 6 de Novembro de 2017, que os Autores

confessam ter recebido – v. cópias e comprovativos de envio que se juntam como DOCS. N.ºs 11, 12, 13 e 14.

5- Cartas essas nas quais, depois de resumidamente descrever o processo de saída de bolsa da Cimpor e respetivo regime legal, a Ré concluía que “não há

lugar à aplicação do artigo 490.º do Código das Sociedades Comerciais”, declarando “não poder corresponder ao pedido de V. Exª”.

Da contestação

1. Os Autores foram acionistas da Cimpor - Cimentos de Portugal, SGPS, S.A. Sociedade Aberta, com sede na Rua Alexandre Herculano, 35, freguesia de São

Mamede, Lisboa, Capital Social: € 672.000.000, Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, sob o número único de matrícula e pessoa

colectiva 500 722 900, sujeita à lei portuguesa e a usufruírem plenamente dos direitos inerentes a essa qualidade.

2. Á data da sua emissão a Autora Endutex SGPS, S.A. (“Endutex”) seria titular de 30.000 acções da Cimpor, já a Autora P ... seria titular de 5.500 acções,

enquanto o Autor J ... seria titular de 7.500 acções.

3. A Cimpor perdeu a qualidade de sociedade aberta por deliberação aprovada na assembleia geral realizada no dia 21 de Junho de 2017.

4. No dia 21 de Junho de 2017, pelas 9h00m, na sequência de convocatória emitida com a antecedência e forma legais, reuniu no Hotel Altis, em Lisboa, a

assembleia geral da Cimpor, com um ponto único na ordem de trabalhos: “deliberar sobre a perda da qualidade de sociedade aberta, nos termos e para os

efeitos do disposto na alínea b) do número 1, do artigo 27.º do Código dos Valores Mobiliários” (DOCS. N.ºs 2 e 3), e encontravam-se presentes ou

representados 24 acionistas, “em conjunto titulares de 640.793.350 acções, representativas de 95,4% do capital social”, e os aqui Autores não estiveram

presentes, nem se fizeram representar (v. DOC. N.º 3).

5. A assembleia geral havia sido convocada a pedido da ora Ré, accionista maioritária da Cimpor, na altura com 501.580.368 acções, correspondentes a

74,64% do capital social, conforme resulta da carta datada de 26 de Maio de 2017, dirigida ao Presidente da Mesa Assembleia Geral- DOC. N.º 4.

6. Ainda de acordo com a referida carta, a I…t propunha que a assembleia geral deliberasse: “1) Aprovar a perda da qualidade de sociedade aberta da

Sociedade, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 27.º, n.º 1, alínea b) do Cód.VM, propondo-se ainda esta accionista, na condição de a

deliberação de perda da qualidade de sociedade aberta ser aprovada, a dar cumprimento, nos termos propostos, às obrigações previstas no n.º 3 do citado

artigo 27.º do Cód.VM, onde se inclui a obrigação de aquisição das acções da Sociedade pertencentes aos acionistas que não votem favoravelmente a

deliberação ora proposta, por uma contrapartida calculada nos termos dos artigos 27.º n.º 4 e 188.º do Cód.VM, ou seja, pelo valor equivalente ao preço

médio ponderado das acções da Cimpor no mercado Euronext durante os últimos 6 meses. A I… não adquiriu, durante o mesmo período, quaisquer acções da

Cimpor.

7. Autorizar o Conselho de Administração a levar a cabo todos os actos necessários ou convenientes à plena execução da deliberação referida em 1),

designadamente, no que concerne às respectivas formalidades de execução” (v. DOC. N.º 4).

8. Depois de discutida, tal proposta foi posta à votação e aprovada por maioria de 99,28% dos votos emitidos, correspondentes a 636.186.299 votos a favor,

4.606.551 votos contra e 500 votos de abstenção (v. DOC. N.º 2).

9. Diversos acionistas que na altura votaram contra a proposta logo anunciaram a sua oposição ao uso de tal critério, pugnando antes pela nomeação, pela

CMVM, ao abrigo do disposto no art. 188/2 do CVM, de um auditor independente para determinação do valor a pagar por cada acção (v. DOC. N.º 2 - página

9, parágrafo 3 da declaração de voto da accionista Whitebox),

10. Entretanto, no dia 28 de Junho de 2017 a Cimpor, em execução da deliberação aqui em causa, deu entrada junto da CMVM de requerimento destinado à

declaração de perda de qualidade de sociedade aberta e consequente exclusão das suas acções do mercado regulamentado da Euronext Lisboa (v. DOC. N.º

5).

(4)

11. Requerimento esse que viria a ser deferido em 26 de Setembro de 2017, através de deliberação da CMVM que além do mais fixou o valor da

contrapartida a pagar por cada acção da Cimpor com base no critério definido no artigo 188/1/b) do CVM, em € 0,34, tudo conforme carta dirigida à Cimpor e

comunicado publicado nessa mesma data, cujas cópias estão insertas como DOCS. N.ºs 6 e 7.

12. Na sequência da deliberação e comunicação da CMVM a que acima se alude, a Cimpor emitiu logo nesse mesmo dia 26 de Setembro de 2017 o

comunicado cuja cópia se mostra anexa como DOC. N.º 8, através do qual, além do mais, dá nota das démarches da InterCement para dar cumprimento ao

dever que legalmente lhe cabia, de assegurar, aos acionistas que, como os Autores, não tivessem votado favoravelmente a deliberação e pretendessem

exercer o direito de venda, a compra das suas acções nas condições determinadas pela CMVM.

13. A todos os acionistas que, como foi o caso dos aqui Autores, não tivessem votado favoravelmente a deliberação de saída de bolsa, foi concedido nos

termos legais um prazo de 3 meses - i.e. entre 27 de Setembro e 27 de Dezembro de 2017, ambos inclusive - para, querendo, exercer o direito de alienação

potestativa das suas acções, nas condições definidas pela CMVM, ou seja, ao preço de 0,34 € por acção (v. DOC. N.º 8, parágrafos 3 e 4).

14. No último ponto desse comunicado, correspondendo a uma solicitação da própria CMVM, a Cimpor informa que “a I…. não recorrerá ao mecanismo legal

de aquisição potestativa das acções remanescentes previsto no artigo 490 do Código das Sociedades Comerciais por não estarem preenchidos os respectivos

pressupostos legais” (v. DOC. N.º 8).

15.Durante o indicado período de 27 de Setembro a 27 de Dezembro de 2017 e ao abrigo do mecanismo legal estabelecido no art 27 do CVM, a I…t recebeu

ordens de venda e adquiriu um total de 19.597.513 acções da Cimpor a acionistas minoritários que decidiram exercer o direito de venda potestativa, ao

preço de € 0,34 por acção.

16. Os Autores, tendo tomado conhecimento da deliberação da CMVM e do anúncio da Cimpor a que acima se alude - v. DOCS. N.ºs 6 e 7 -, não reagiram

contra ela, designadamente através da competente acção de impugnação de acto administrativo.

17. Os AA enviaram nova comunicação à Ré, desta feita por carta datada de 23 de Fevereiro de 2018 assinada pelo respectivo mandatário judicial

18. A presente acção deu entrada em juízo em 12-4-2018.

19. Em 2013 os Autores intentaram, em conjunto com diversos outros acionistas da Cimpor, a acção com o n.º 1494/13.0TYLSB que correu termos pelo J5

contra ambas a ora Ré, a Cimpor, e ainda entre outros contra a CMVM, através da qual pretendiam exercer o direito de alienação potestativa das acções de

que eram titulares na Cimpor, ao preço que havia sido oferecido na OPA, ou seja, € 5,50 por acção. Acção essa que viria a ser julgada improcedente por

sentença de 2 de Abril de 2018 - v. DOC. N.º 1 junto com a contestação- que Tribunal improcedente pela procedência da excepção de caducidade que havia

sido invocada pelas Rés, por falta de observância dos AA dos procedimentos estabelecidos no art 196 do CVM, designadamente, não haviam interpelado o

sócio dominante no prazo de 3 meses a contar do apuramento dos resultados da OPA, para que no prazo de oito dias, lhes fizesse uma proposta de aquisição

das suas acções nem exercido o direito de alienação potestativa, mediante declaração formulada perante a CMVM (art. 196/2 do CVM). Não tendo intentado

recurso da mesma que se encontra com visto em correição (consulta do sistema informático feita neste acto).»

C- De Direito

1. Questões prévias:

1.1. Da admissibilidade/rejeição do requerimento dos autores (ref.ª 33982697, de 12-11-2020), onde formulam pedido de pedido de reenvio prejudicial

Defende a recorrida que o requerimento dos recorrentes deve ser rejeitado por ser extemporâneo (encontra-se esgotado o poder jurisdicional do juiz de 1.ª

instância onde foi apresentado), por não ter sido proferido, nem o poder ser, despacho judicial a apreciar a requerida remessa do mesmo ao Tribunal da

Relação de Lisboa (tendo o requerimento sido remetido à Relação pelo Escrivão de Direito da secção de processos da 1.ª instância) e por não lhe ter sido

dada oportunidade de exercer o contraditório, impondo-se a baixa dos autos à 1.ª instância.

Alega, ainda, que se trata de ato inútil por o pedido de reenvio prejudicial já ter sido antes apresentado no recurso em termos «substancialmente idênticos»

aos agora formulados.

Analisado o requerimento em apreço, não assiste razão à recorrida, pelas seguintes razões:

Embora se encontre esgotado o poder jurisdicional do juiz da 1.ª instância, a pretensão formulada no requerimento em causa não foi dirigida à 1.ª instância,

mas sim aos Desembargadores da Relação de Lisboa onde pendia o recurso, na sequência do despacho proferido pelo STJ.

Assim, o juiz da 1.ª nada tinha a decidir, não se colocando, pois, qualquer questão relacionada com o esgotamento do poder jurisdicional.

Se é certo que o requerimento podia e devia te sido dirigido à Relação de Lisboa onde pendia o recurso, o envio do requerimento à 1ª instância poderá,

quanto muito, enformar uma mera irregularidade, sem quaisquer consequências processuais, não se justificando sequer que os autos fosse conclusos a um

juiz para tal efeito.

Assim, a remessa do requerimento à Relação de Lisboa insere-se perfeitamente no âmbito dos poderes funcionais do Sr. Escrivão da secção de processos

que rececionou o mesmo e que o enviou, e bem, ao tribunal onde deveria ter sido apresentado.

Quanto à questão da baixa do requerimento à 1.ª instância para o mesmo ser apreciado, para além do requerido ser contraditório com o alegado

esgotamento do poder jurisdicional, trata-se de ato inútil, proibido por lei (artigo 130.º do CPC), porquanto o requerimento já foi remetido a esta Relação, não

se justificando qualquer outra atividade judicativa por parte da 1.ª instância.

Sendo que o princípio do contraditório já se encontra cumprido através do despacho proferida pela Relatora em 15-01-2020, já tendo, aliás, a recorrida

emitido a respetiva pronúncia.

No que diz respeito à alegada inutilidade do requerimento por a pretensão já ter sido formulada no recurso também não assiste razão à recorrida, porquanto,

no requerimento em causa, os apelantes, embora venham secundar o pedido de reenvio prejudicial já formulado no recurso, vêm ampliar o que ali constava,

uma vez que, agora, sugerem as concretas questões que, no seu entender, devem ser colocadas ao TJUE, o que antes não tinham especificado.

Não se trata, pois, de ato inútil que esteja abrangido pela previsão do artigo 130.º do CPC.

No que concerne à apreciação em termos substanciais do requerido, a mesma é relegada para o momento processual adequado em conformidade com o

elenco das questões a conhecer no âmbito do objeto do recurso.

(5)

Nestes termos, improcede por falta de fundamento legal a rejeição do requerimento em apreço.

1.2. Da rejeição liminar do recurso por não conter conclusões, nos termos e para os efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 641.º do CPC

Alega a recorrida que o recurso deve ser liminarmente rejeitado por não conter conclusões violando, assim, o artigo 641.º, n.º 2, alínea b), do CPC.

Alega que não foi formulada qualquer questão de direito concreta, o que viola o artigo 639.º,n.º 2, do CPC, e também não foram formuladas conclusões que

indiquem o fundamento específico de recorribilidade e concluam de forma sintética pela indicação dos fundamentos por que pedem a alteração ou anulação

da decisão, nos termos do artigo 637.º, n.º 2, e 639.º, n.º 1, do CPC.

Da análise das conclusões de recurso não resulta que a alegação da recorrida tenha fundamente jurídico suscetível de determinar o indeferimento liminar do

recurso.

Quanto à falta de conclusões, parece evidente que os recorrentes apresentaram conclusões de recurso sob os números 1 a 5, aliás de forma sintética como

prescreve a lei, indicando o específico fundamento de direito do recurso – a aplicação ao caso do regime do artigo 490.º do CSC – e defendendo que têm

direito à alienação potestativa ao abrigo desse regime legal, pelo que não se descortina que haja qualquer violação dos artigos 637.º, n.º 2, 639.º, n.º s 1 e 2,

alíneas a) a c), e 641.º, n.º 2, alínea b), todos do CPC, que justifique o indeferimento liminar do recurso.

Nestes termos, improcede a pretensão da recorrida quanto a esta questão prévia.

2. Do objeto do recurso:

2.1. Alteração, por aditamento, da decisão de facto

Alegam os recorrentes nas conclusões de recurso sob os números 3 e 4 que se encontra provada a posição dominante da ré na CIMPOR por deter mais de

90% do capital social da mesma e que tal facto, para além de ser público e notório, se encontra provado pelos documentos n.ºs 3 e 4 juntos na contestação e

documento n.º 7 junto em 19-04-2018.

Alegam ainda que tal facto «é o mais importante a ter em conta» para aferir da aplicação do regime do artigo 490.º do CSC à situação controvertida nos

presentes autos e que o mesmo não foi considerado pelo tribunal «a quo».

Vejamos.

Como decorre do artigo 607.º, n.º 4, do CPC, na fundamentação da decisão de facto o juiz declara os factos que julga provados e não provados, tomando em

consideração os factos que estão provados por acordo, por documentos ou por confissão reduzida a escrito.

Para além disso, levará ainda em conta os factos notórios (os que são do conhecimento geral), os quais nem sequer carecem de alegação ou prova (artigos

5.º, n.º 2, alínea c), e 412.º, n.º 1, do CPC).

Em fase de recurso está implícito nos poderes concedidos à Relação nos termos do artigo 662.º, n.º 1, do CPC, alterar a decisão de facto (mesmo fora do

quadro do artigo 640.º do CPC) se existirem factos com relevo para a decisão que estejam assentes ou resultem de prova documental com valor tarifado que

não tenham sido tidos em conta. O mesmo se aplica aos factos notórios por identidade de razão.

O facto em causa – a I…- detém mais de 90% do capital social da CIMPOR – não se encontra controvertido nos autos, não porque resulte expressamente dos

documentos referidos pelos apelantes já que nenhum deles menciona de forma concreta qual o valor percentual do capital da CIMPOR detido pela recorrida

INTERCEMENT, referindo-se, antes ao número de ações representativas do capital social adquiridas (cfr. ponto 8 do documento n.º 7 e documento n.º 4 supra

referidos), mas porque se trata de facto notório que, na sequência da Oferta pública de aquisição (OPA) geral e voluntária lançada pela I… sobre as ações

Cimpor - Cimentos de Portugal, SGPS, S.A, a Euronext Lisbon - Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, SA, entidade responsável pela divulgação

dos resultados desta oferta, também divulgados no site da CMVM, publicitou em 20-06-2012, que I… direta e indiretamente passou a deter uma participação

qualificada de 94,1% dos direitos de voto correspondentes ao capital social e 87,1% dos direitos de voto da CIMPOR (cfr. site da CMVM em

https://www.cmvm.pt/pt/AreadoInvestidor/Operacoes/pages/respostaàsperguntasmaisfrequentessobreaopadacimporapósadivulgaçãodosresultados.aspx#4h).

Nestes termos, dada a natureza da factualidade em causa e considerando o alegado pelos autores (cfr. artigos 22 da petição inicial), à luz dos resultados da

OPA acima referenciados, adita-se aos factos provados, sob o número 25, o seguinte facto:

«25- Em resultado da OPA sobre a CIMPOR, a ré detém uma participação qualificada de 94,1% dos direitos de voto correspondentes ao capital social e 87,1%

dos direitos de voto da CIMPOR.»

2.2. Caducidade do direito de interposição da presente ação

Os autores apresentaram como causa de pedir nesta ação um conjunto de factos que servem de fundamento ao efeito jurídico pretendido (artigo 581.º, n.º 4,

do CPC) e relacionados com o direito que entendem assistir-lhes, enquanto sócios minoritários, remanescentes ou «livres» (expressões empregues para

referenciar a mesma realidade jurídica), de exigirem à ré , sociedade dominante da CIMPOR, que lhes faça uma oferta de aquisição das suas ações, mediante

contrapartida em dinheiro, direito que qualificam como correspondendo a uma alienação potestativa, regido pelo artigo 490.º do CSC.

Por sua vez, a ré contesta que tal direito assista aos autores por, no seu entender, a transformação da CIMPOR em sociedade de capitais abertos em

sociedade de capitais fechados ao investimento público, na sequência da deliberação da assembleia geral realizada em 21-06-2017 e subsequente

declaração de perda da qualidade de sociedade aberta pela CMVM (cfr. factos provados sob os n.ºs 9 a 20), realizou-se ao abrigo do artigo 27.º do CVM, pelo

que o direito dos ora autores, acionistas minoritários, ficou salvaguardado nos termos do n.º 3 do mesmo preceito, não lhe assistindo o direito de agora

exigirem uma aquisição potestativa das ações ao abrigo do artigo 490.º do CSC.

Ademais, defendem, que a ação foi intentada para além do prazo de 30 dias previsto no n.º 6 do artigo 490.º do CSC, encontrando-se caducado o respetivo

direito, caso o mesmo existisse na esfera jurídica dos autores.

A sentença recorrida analisou as duas questões. Quanto à aplicação do regime do artigo 27.º do CVM versus o do artigo 490.º do CSC, concluiu pela

aplicabilidade do primeiro. Conclui, ainda, que mesmo que fosse aplicável o regime do artigo 490.º do CSC, a presente ação instaurada ao abrigo do n.º 6 do

preceito, foi-o quando o alegado direito dos autores já se encontrava caducado.

Afigura-se-nos linear que a questão da caducidade se apresenta como prévia a todas as demais que enformam o objeto do recurso. Na verdade, só faz

sentido analisar e decidir qual o regime jurídico aplicável se a ação intentada com vista a dirimir tal questão tiver sido intentada tempestivamente.

(6)

Analisemos, então, a questão da caducidade.

O artigo 490 do CSC, sob a epígrafe «Aquisições tendentes ao domínio total», inserido no Capítulo III dedicado às «Sociedades em relação de grupo» e na

Secção I relativa aos «Grupos constituídos por domínio total», reconhece, por um lado, a uma sociedade que, por si ou conjuntamente com outras

sociedades, tenha passado a dispor de quotas ou ações representativas de pelo menos 90% do capital estatutário de uma outra sociedade como capital

fechado ao investimento público, um direito potestativo de aquisição das quotas ou ações dos quotistas ou acionistas minoritários ou sócios livres (n.ºs 1 a 4)

e, por outro lado, atribui a estes um direito de alienação das mesmas (n.ºs 5 e 6).

Em qualquer destes casos, via de regra, os minoritários ficam com o direito a receber, em dinheiro, o valor legal das respetivas participações (n.ºs 2, 4, 5 e

6).

Os direitos previstos no preceito, de aquisição ou de alienação das participações societárias minoritárias, dependendo da perspetiva, são de natureza

potestativa, ou seja, correspondem a «poderes jurídicos de, por um acto livre de vontade, só de per si ou integrado por uma decisão judicial, produzir efeitos

jurídicos que inelutavelmente se impõem à contraparte» (MOTA PINTO, Teoria Geral do Direito Civil, 3ª edição, Coimbra Editora, 1986, p.17).

No que ora releva, estipula o artigo 490.º, n.ºs 5 e 6, do CSC, do seguinte modo:

«5- Se a sociedade dominante não fizer oportunamente a oferta permitida pelo n.º 2 deste artigo, cada sócio ou acionista livre pode, em qualquer altura,

exigir por escrito que a sociedade dominante lhe faça, em prazo não inferior a 30 dias, oferta de aquisição das suas quotas ou ações, mediante contrapartida

em dinheiro, quotas ou ações das sociedades dominantes.

6- Na falta de oferta ou sendo esta considerada insatisfatória, o sócio livre pode requerer ao tribunal que declare as ações ou quotas como adquiridas pela

sociedade dominante desde a propositura da ação, fixe o seu valo em dinheiro e condene a sociedade dominante a pagar-lho. A ação deve ser proposta nos

30 dias seguintes ao temo do prazo referido no número anterior ou à receção da oferta, conforme for o caso.»

No caso em discussão, as partes estão de acordo e não discutem que a sociedade ré não fez uma oferta de aquisição das participações dos sócios

minoritários, como é o caso dos autores, ao abrigo do artigo 490.º, n.º 2, do CSC, uma vez que sempre defendeu que não era aplicável ao caso o referido

preceito e que as aquisições/alienações estavam a coberto do regime previsto no artigo 27.º, n.º 3 do CVM, que regula a perda de qualidade de sociedade

aberta e o procedimento relativo à aquisição por um acionista que se obrigue a adquirir, em determinado prazo, os valores mobiliários pertencentes, no

momento da perda daquela qualidade, aos titulares que não tenham votado favoravelmente alguma das deliberações da assembleia.

Procedimento que, no caso dos autos, ocorreu entre 27-09-2017 e 27-12-2017 (cfr. facto provado 18), tendo a CIMPOR perdido a qualidade de sociedade

aberta em 26-09-2017 (cfr. facto provado 16).

Está, por outro lado, provado nos factos sob os números 1 a 3 que, em 18 e 23 de outubro de 2017, os autores interpelaram a ré manifestando «a sua

decisão de alienação potestativa, nos termos e para os efeitos previstos no artigo 490/5 do Código das Sociedades Comerciais» e que declararam nessa

interpelação que «na falta de oferta ou se a mesma não for considerada satisfatória, iremos requerer ao tribunal que declare adquiridas pela I…, desde a

proposição da acção, fixe o seu valor em dinheiro e condene a sociedade dominante a pagar-lho (cfr. artigo 490.º, n.º 6 do CSC).»

Também ficou provado sob o número 4 dos factos provados que a «A Ré recusou formular a oferta que havia sido solicitada por todos os Autores, o que fez

por cartas datadas de 6 de Novembro de 2017, que os Autores confessam ter recebido».

Alegam os recorrentes (conclusão n.º 1., c. e n.º 2) que, em 23-02-2018, voltaram a interpelar a ré no sentido de exercer o referido direito de alienação

potestativa, tentando renegociar os termos da alienação propostos nas cartas de 18 e 23 de outubro de 2017, tendo a ré recusado o novo convite reiterando

a posição que tinha adotado em 06-11-2017.

Os recorrentes defendem no corpo da alegação do recurso (já que nas conclusões não o dizem expressamente) que o momento relevante para a contagem

do prazo de 30 dias previsto no artigo 490.º, n.º 6, do CSC é o que corresponde à última resposta da ré através do documento n.º 7 junto aos autos a fls. 27 e

27v, com a data de 13-03-2018.

Defendem, ainda, que a expressão «em qualquer altura» do n.º 5 do artigo 490.º do CSC deve ser interpretada no sentido de conceder ao acionista

minoritário o direito de alienação potestativa a todo o tempo e sem caducar, ou seja, como referem no corpo da alegação, «a todo o tempo, a qualquer altura

e quantas vezes entender» (cfr. pág. 26 da alegação).

Por outro lado, também como referem e defendendo que é a interpretação mais consentânea com a «ratio» da norma, «a cada convite feito (e podem ser

feitos quantos o acionista entender e a qualquer altura) o acionista forma o direito de produzir os efeitos da alienação, nomeadamente o de pedir ao tribunal

a declaração de aquisição das suas ações por parte do acionista dominante. Assim, mesmo que o accionista minoritário não recorra ao tribunal no prazo dos

30 dias previstos no artigo 490.º, n.º 5 do CSC para produzir tais efeitos potestativos e como consequência esse direito (a produzir tais efeitos) caduque, o

direito de alienação potestativa antes formado mantem-se válido e não é colocado em causa por essa caducidade dos efeitos a produzir. Perante isto o

acionista minoritário pode formular novo convite e formar um novo direito a produzir efeitos.» (cfr. págs. 26 e 27 da alegação).

Aplicando este entendimento ao caso em apreço, e ainda que, na sequência da resposta da ré por carta de 06-11-2017, não tenha sido intentada a ação

prevista no n.º 6 do preceito no prazo de 30 dias, defendem que não caducou o direito dos autores voltarem a propor novamente a alienação das suas ações

desencadeando-se novo prazo de 30 dias após a respetiva resposta e assim sucessivamente.

Assim, tendo a ação sido intentada antes de decorridos 30 dias sobre a receção da carta da ré datada de 13-03-2018, defendem que a mesma foi intentada

tempestivamente.

Em face desta alegação dos recorrentes, a questão que se coloca é de interpretação da expressão «em qualquer altura» que consta do n.º 5 do artigo 490.º

do CSC correlacionada com o prazo de 30 dias para a instauração da correspondente ação como prescreve o n.º 6 do mesmo preceito.

As regras da interpretação da lei encontram-se enunciadas no artigo 9.º do Código Civil e visam, essencialmente, fixar o sentido e o alcance com que ela

deve valer, ou seja, determinar o seu sentido e alcance decisivos, sendo esse o escopo visado por todo o processo interpretativo (MANUEL DE ANDRADE,

Ensaio sobre a Teoria da Interpretação das Leis, 3.ª ed., 1978, p. 26).

(7)

porque não se pode confundir interpretação com dificuldades da interpretação (MANUEL ANDRADE, ob. cit., p. 129).

Resulta do artigo 9.º do Código Civil que a interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a partir dos textos o pensamento legislativo, tendo

sobretudo em conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada e as condições específicas do tempo em que é aplicada (n.º

1); não podendo, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento legislativo que não tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, ainda

que imperfeitamente expresso (n.º 2); e na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete presumirá que o legislador consagrou as soluções mais acertadas

e soube exprimir o seu pensamento em termos adequados (n.º 3).

Constituem, assim, elementos da interpretação da lei: (i) o elemento gramatical ou literal; (ii) os elementos lógicos (espírito da lei), que são: (a) o sistemático,

que tem em conta a unidade do sistema jurídico; (b) o histórico, constituído por precedentes normativos, trabalhos preparatórios e «occasio legis»; (c) o

teleológico («ratio legis»), que é a justificação social da lei (OLIVEIRA ASCENSÃO, O Direito – Introdução e Teoria Geral, ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 3.ª

ed., p. 307-338).

Na densificação destes elementos, ressalta que o elemento base de toda a interpretação, simultaneamente ponto de partida e limite da interpretação, é a

letra, o texto da norma. A apreensão literal do texto é já interpretação, mas a interpretação não fica ainda completa; será sempre necessária uma tarefa de

interligação e valoração dos vários elementos que vai além da mera literalidade.

Por isso, na interligação e valoração ínsita à apreensão do sentido literal, intervêm os referidos elementos lógicos, de ordem sistemática, histórica e racional

ou teleológica («ratio legis»).

O elemento sistemático compreende a consideração de outras disposições que formam o complexo normativo do instituto em que se integra a norma a

interpretar (unidade do sistema jurídico), que regulam a mesma matéria (contexto da lei), assim como a consideração de disposições legais que regulam

problemas normativos paralelos ou institutos afins (lugares paralelos).

O elemento histórico compreende todas as matérias relacionadas com a história do preceito, a evolução do instituto e do tratamento normativo-material da

mesma ou de idêntica questão, as fontes da lei e os trabalhos preparatórios.

O elemento racional ou teleológico consiste na razão de ser da norma («ratio legis»), no fim visado pelo legislador ao editar a norma, nas soluções que teve

em vista e que pretende realizar. (cfr. KARL LARENZ, Metodologia da Ciência do Direito, trad. da 5ª ed., ed. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 385, ss;. J.

BAPTISTA MACHADO, Introdução ao Direito e ao Discurso Legitimador, Almedina, 1985, pp. 181 e ss).

A expressão «em qualquer altura» na sua literalidade reporta-se a um elemento temporal, ou seja, significa que o titular do direito pode exercer o mesmo

quando entender, pelo que a ideia de o poder fazer «a todo o tempo», sem dependência de um prazo (independentemente de a ação judicial subsequente

estar sujeita a um prazo de interposição) tem correspondência com a literalidade da expressão.

Porém, acrescentar a esse elemento gramatical o poder do titular o exercer «quantas vezes entender» e de forma sucessiva como defendem os apelantes,

extravasa manifestamente o referido elemento literal corelacionado com o momento em que o direito é exercido para se reportar, antes, a uma potencial

reiteração «ad infinitum» daquele exercício.

Dimensão que não encontra qualquer apoio na literalidade da norma e sendo a literalidade o primeiro elemento da interpretação, mas também o seu limite, é

de concluir que não cabe na interpretação literal do n.º 5 do artigo 490.º do CSC que o sócio minoritário possa desencadear o procedimento conducente a

alienação potestativa das participações de que é titular, à sociedade dominante, quantas vezes entender. Pode fazê-lo quando entender porque o exercício

do direito de alienação potestativa regulado nos n.ºs 5 e 6 do artigo 490.º do CSC não está sujeito a um determinado prazo, mas a literalidade do normativo

não permite interpretar o regime do sentido de conceder ao acionista livre uma reiteração desse exercício, sem qualquer limite.

Mas a igual conclusão se chega se tivermos em conta o elemento lógico da interpretação, mormente o elemento teleológico («ratio legis») e o sistemático

(unidade do sistema jurídico).

Quanto ao elemento teleológico é preciso ter em conta, em primeiro lugar, que o artigo 490.º do CSC promove a transição de uma relação de domínio

qualificado em que um só sócio detém 90% do capital para uma relação de grupo por domínio total superveniente (artigo 489.º do CSC); em segundo lugar,

que esse desiderato se pode alcançar por iniciativa da sociedade dominante que tem o direito potestativo, desde que o tenha declarado na proposta e

consignado por depósito a contrapartida, de adquirir as participações sociais dos sócios minoritários (n.ºs 1 a 4 do artigo 490.º do CSCS), mas também

quando não tenha havida essa iniciativa por parte da sociedade dominante ou o sócio minoritário a tenha considerado insatisfatória, a possibilidade deste

requerer ao tribunal que declare as participações adquiridas pela sociedade dominante, que fixe a contrapartida justa em dinheiro e condene a sociedade a

pagar esse montante ao alienante das mesmas (n.ºs 5 e 6 do artigo 490.º do CSC).

O regime legal tem, assim, como escopo a tutela simultânea dos interesses da sociedade dominante e dos sócios minoritários.

Como refere ANA PERESTRELO DE OLIVEIRA (Manual de Grupos de Sociedades, Almedina, 2018, p. 95), «O art. 490.º protege, por um lado, a sociedade

dominante, permitindo-lhe aprofundar o processo de concentração societária e prevenir minorias suscetíveis de onerar o funcionamento da sociedade e de

constituir fator de bloqueio na sua condução», mas «Também os interesses dos sócios livres, titulares de “posições mortas”, insuscetíveis de permitir

influenciar uma votação em assembleia geral, são prosseguidos pela regulamentação legal, na medida em que se lhes faculta um meio de saída da

sociedade, a qual, de outra forma, não estaria ao seu alcance.»

Sendo esta a «ratio legis» do artigo 490.º do CSS não seria compatível com a mesma que fosse concedido aos sócios minoritários a faculdade de exercerem o

direito de requerer a alienação potestativa quantas vezes quiserem ou entenderem, sem qualquer limite, criando na sociedade dominante insegurança e

incerteza jurídica quanto à almejada relação de grupo por domínio total superveniente.

O equilíbrio do regime reside, por um lado, na concessão ao sócio dominante do poder de impor à sociedade dominante, quando bem entender, a sua saída

da sociedade mediante uma justa contrapartida, seja por via da interpelação da sociedade dominante para que faça oferta de aquisição das suas

participações ou por decisão judicial e, por outro lado, no esgotamento desse direito pelo exercício do mesmo, mantendo o sócio minoritário essa qualidade

com a qual a sociedade dominante e o sócio minoritário se terão de conformar (salvo se a outro entendimento chegarem por via negocial à margem do

referido regime legal).

(8)

Não corresponde, pois, a uma solução razoável e equilibrada, atenta a finalidade da norma, uma interpretação que conceda ao sócio minoritário um exercício

múltiplo e sucessivo do referido direito, sempre sem limite de prazo, e que, desse modo, descure a tutela do interesse da sociedade dominante, colocando-a

numa posição de sujeição à vontade do sócio minoritário, à sombra de um direito que, não obstante já ter sido exercido, nunca caducaria por o sócio

minoritário não intentar a ação judicial prevista no n.º 6 do artigo 490.º do CSC.

Não é essa, de todo, a razão de ser da norma, porquanto prevê que, perante a falta de oferta ou perante o carácter insatisfatório da mesma, o sócio

minoritário recorra aos tribunais para dirimir o conflito através de ação a intentar em prazo razoável, compatível com os interesses em jogo.

Se o sócio minoritário não intenta a ação, é razoável concluir que se conformou com a situação e, por sua vez, que a sociedade dominante tem de contar com

essa realidade.

Reiterando-se que o artigo 490.º do CSC não prevê, nem regula, um processo negocial («ex voluntas») tendente à aquisição da participação minoritária por

parte da sociedade dominante.

A norma situa-se, antes, na órbita dos direitos potestativos como já dito, ou seja, concedendo ao seu titular o direito de exercício dependente apenas da sua

vontade exclusiva, desencadeando efeitos na esfera jurídica de outrem independentemente da sua vontade.

Como refere ENGRÁCIA ANTUNES o regime do artigo 490.º do CSC estabelece «um direito potestativo recíproco ou biunívoco de transmissão compulsiva de

participações sociais, sempre que uma sociedade comercial é titular de uma participação maioritária muito significativa no capital de outra sociedade»

(ENGRÁCIA ANTUNES, O ARTIGO 490.º DO CSC E A LEI FUNDAMENTAL “PROPRIEDADE CORPORATIVA”, PROPRIEDADE PRIVADA, IGUALDADE DE TRATAMENTO,

in Comemoração dos 5 anos da F.D.U.P pp. 1611 e ss).

Por conseguinte, se a sociedade dominante não teve a iniciativa de fazer uma oferta de aquisição ou esta for considerada insatisfatória pelo sócio minoritário,

das duas uma: ou o sócio se conforma ou requer uma intervenção judicial que fixe o valor devido e condene a sociedade dominante a pagar-lhe esse valor,

ou seja, que imponha à sociedade dominante a aquisição das participações minoritárias sem que a mesma o possa impedir.

Quanto ao elemento sistemático, mormente no que diz respeito à unidade do sistema jurídico, não se pode descurar o regime paralelo ao previsto no artigo

490.º do CSC, referente às sociedades abertas (i.e. as que têm capital aberto ao investimento do público - artigo 13.º do CVM) no âmbito de uma oferta

pública de aquisição (OPA) e que se encontra previsto nos artigos 194.º a 196.º do CVM.

No regime consagrado no CVM, o prazo para exercer o direito de alienação potestativa está sujeito a um prazo de 3 meses subsequentes ao apuramento dos

resultados da oferta pública de aquisição referida no n.º 1 do artigo 194.º do CVM (cfr. artigo 196.º, n.º 1, do CVM), sendo a decisão tomada mediante

declaração perante a CMVM.

Este regime, embora estabeleça um prazo de exercício do direito de alineação potestativa do sócio minoritário, ao contrário do que sucede no regime das

sociedades fechadas, que pode ser exercido em qualquer altura como já vimos (artigo 490.º, n.º 5, do CSC), o referido direito esgota-se com o seu exercício.

Ou seja, também aqui o sistema jurídico não concede ao titular das participações remanescentes um exercício plúrimo do direito de alienação potestativa.

Nesta situação também a lei visa um exercício equilibrado do referido direito, uma vez que, em simultâneo, constituiu instrumentos de consolidação da

aquisição tendente ao domínio total, mesmo que a sociedade dominante não tenha enveredado pela aquisição potestativa ou caso a oferta seja

insatisfatória, sem descurar a tutela dos sócios minoritários.

Ora, considerando que na interpretação da lei deve ser procurado um sentido ou solução normativa adequada e que pondere os interesses conflituantes em

jogo, conclui-se que, não obstante as diferenças significativas de cada um dos regime, têm pelo menos em comum o direito dos sócios minoritários alienarem

as suas participações sociais a sociedades dominantes, concedendo-lhes a lei a faculdade de exercerem esse direito, com sujeição ou não a um prazo certo,

mas sem que esse direito seja concedido de forma sucessiva, reiterada e sem critérios, dependente apenas da livre vontade do titular quando ao número de

vezes em que o mesmo é exercido. Ou seja, uma interpretação que leve em conta a unidade do sistema jurídico também repudia a interpretação que os

apelantes defendem em relação ao número 5 do artigo 490.º do CSC no que concerne à expressão «em qualquer altura».

Em face desta conclusão, vejamos, então, o que se verificou no caso em apreço.

Os autores interpelaram a ora apelada em 18 e 23 de outubro de 2017 para que esta lhes fizesse uma oferta de aquisição das suas ações invocando o direito

de alienação potestativa a que se reporta o artigo 490.º, n.º 5 e 6 do CSC.

A ora apelada respondeu em 06-11-2017 recusando-se a fazer essa oferta.

Por conseguinte, tinham os apelantes 30 dias após a receção da resposta para intentarem a presente ação peticionando a fixação do valor em dinheiro e a

condenação da interpelada a pagar-lhes o respetivo valor.

A ação só veio a ser intentada em 12-04-2018, ou seja, muito para além do referido prazo de 30 dias.

O prazo de 30 dias previsto no artigo 490.º, n.º 6, do CSC é um prazo de caducidade relacionado com o não exercício de direitos, que determina a sua

extinção (artigos 328.º a 333.º do Código Civil).

Já MANUEL DE ANDRADE (Teoria Geral da Relação Jurídica, Vol. II, Almedina, 1998, reimp), p. 463) sublinhava que a «Caducidade ou preclusão é um instituto

por via do qual os direitos potestativos se extinguem pelo facto do seu não-exercício prolongado por certo tempo.».

Sendo que o efeito extintivo dos direitos por via da caducidade se justifica em nome da segurança jurídica e da certeza dos direitos, dada a necessidade de

definição, dentro de um prazo razoável, das situações jurídicas. Efetivamente os fundamentos da caducidade, como é reconhecido na doutrina, encontram-se

relacionados com os interesses públicos de segurança e de certeza jurídicas, que alguns consideram de ordem pública.

Assim sendo, e como bem concluiu a sentença recorrida, a nova notificação dos autores à ré datada de fevereiro de 2018, à qual a mesma respondeu em

13-03-2018 reiterando a recusa já antes comunicada, «constituiu interpelação ineficaz em face da caducidade acabada de aludir, dado que não tem a

virtualidade de fazer renascer um direito que se extinguiu por caducidade» e isto porque «o direito ainda que podendo ser exercido a qualquer tempo, só

pode ser exercido uma vez, que no caso ocorreu, conforme os próprios Autores confessam, por carta de 18 e 23 de Outubro de 2017 (…).»

Donde a conclusão a retirar é aquela que a sentença recorrida igualmente alcançou em face do disposto no artigo 576.º, n.º 3, do CPC.

(9)

Alcançada esta conclusão, as demais questões que a apelação suscita - se assistia aos autores o direito de alienação potestativa das suas ações ao abrigo do

artigo 490.º do CSC ou se o mesmo não se verificava em face do regime do artigo 27.º, n.º 3, do CVM e se, para a resolução dessa questão jurídica se

impunha a formulação de reenvio prejudicial ao TJUE – encontram-se prejudicadas na sua análise (cfr. artigo 608.º, n.º 2 do CPC).

Dado o decaimento, as custas ficam a cargo dos autores/recorrentes (artigo 527.º do CPC), não se considerando o decaimento parcial da apelada que é

meramente qualitativo, sendo a taxa de justiça do recurso fixada pela tabela referida no n.º 2 do artigo 6.º do RCP.

III- DECISÃO

Nos termos e pelas razões expostas, acordam em:

a) - Julgar improcedentes as questões prévias acima identificadas;

b) – Julgar parcialmente procedente o recurso quanto ao aditamento da decisão de facto, mas sem influência na apreciação da decisão de mérito, pelo que

confirmam a decisão recorrida que julgou a ação improcedente por verificada a exceção de caducidade do direito dos autores invocado na presente ação,

absolvendo a ré dos pedidos, ficando prejudicada a apreciação das demais questões suscitadas no recurso.

Custas nos termos sobreditos.

Lisboa, 28 de abril de 2020

Maria Adelaide Domingos

Fátima Reis Silva

Vera Antunes

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