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OS NUMEROS-INDICES CUSTO DA VIDA

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Academic year: 2021

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Ministério da Agricultura, Industria e Commercio

( S E R V I Ç O D E I N F O R M A Ç Õ E S )

OS NUMEROS-INDICES

CUSTO DA VIDA

Por COSTA MIRANDA.

RlÔ BÉ JfíNÊIRÔ

Typ. do Serviço de Informações do Ministério da Agrieulturá 1 9 2 8

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OS NUMEROS-INDICES DO CÜSTO DA VIDA

Ha que distinguir étitre o preço : cio gênero, diariamente indispensável e o preço de certo e determinado genero de primeira necessidade^

«Eu nada conheço que possa ser mais suggestiivó para os operários e empregados da industria americana ».; Foi a phrase que o snr. Herbert Hoover escolheu para encabeçar a opportuna estatística que organizou, attendendo á solicitação da «The Tariff Review». Que recursos mobilizou para fazel-a ? Qual o critério que elegeu para realizal-a ? Nada mais simples; comparou os sa-larios semanaes em os diversos paizes, tomando por base a quanti-dade de pão que, sob a razão de 95 0/0 de farinha de trigo e 5 e/o de manteiga, pôde ser adquirida nos círculos nacionaes de traba-lho e consumo. Não contente/ buscando metraba-lhorar a exposição, es-pecificou o céefficiénte diário:

SAIíARIO QUOTIDIANO E M KII.ÒS DE PÃO

PAIZBS Estados-Unidos Inglaterra . . . França Allemanhá... Italia Bélgica. Japão Jomaleiròs 19,6 . 1.2,1 ü 8,3 4,9 5,° Carpinteiros, 4 Electrícistas 55.3 27.4

n »

13,1 7,3 9,5 58,8 20,2 9,3 ",3 5,7 7,3

Viu-os, passando em revista, para entregar á,divulgação pelas çolumnas de «La Nación», o sor. Alexandre K. Bunge, publi-cista argentino. Viu,-os e, procurando impressionar o leitor com o registo das condições domesticas, acçrescentou:

SADARIO QUOTIDIANO E M KlIyOS DE PAO

Paizes Jornaleiros Carpinteiros Electrícistas

Argentina ; . . ; 11,4 19,4 19,8 Paraguay 3,6 — — .

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2

Não lhe foi áspero, chegando a essa altura, concluir que «ao tempo em que o salario do jomaleiro norte americano mede ia por dezenove kilos e meio o salario do jomaleiro inglez e argentino, embora seguindo-o, baixa a doze kilos; approximadamente, quando o francez e o belga descem a cinco kilos e o paraguayo tomba, por ultimo, a tres kilos e pico». Não lhe foi áspero, porque os alga,-rismos parecem isoladamente responder pela segurança do julga-mento. Entretanto, se considerarmos apenas o continente sul-ame-ricano, excluída a nacionalidade platina, quer pelo affluxo das cor-rentes emigràtoriás, quer pelo volume das colheitas do cereal, en-; contraremos, não ha negar, indícios, se não manifestações rigo-rosas, capazes de affectar seriamente o acêrto da conclusão.

Será o trigo no Paragu,ay alimento commuim a todas as mezas, desde os salões dos edifícios apalaçetados até o interior humilde das habitações ru,stkas do, homem do campo ? Faltam-nos, resal-vemos, elementos que fortaleçam a replica que promova a çorrec-ção. Todavia, levando-se em conta a formação ethnica e, por outro lado, pesando-sç a força dos costumes, recolheremos, sem duvida, a presumpção que franqueia o caminho para a verdade diametral-mente opposta á conjectura que toma alento nas apparencias da realidade. Não basta, se desejamos effectivamente extrahir os nu-meros-indices do custo da vida, tal como procedeu o snr. Herbert Ho o ver em relação aos Estados-Unidos, Inglaterra, França, Alle-manha, Itália e Bélgica, procedendo o snr. Alexandre E. Bunge "em relação á Republica Argentina, considerar sómente a quantidade

de certo e determinado genero de primeira necessidade que possa o operário adquirir com o salario que lhe é pago,' porque devemos verdadeiramente considerar a quantidade do genero que lhe é diariamente indispensável, visto constituir a base da alimentação. Que importa ao nordestino brasileiro- que não substitue a farinha de mandioca pela farinha de trigo perceber um salario que, por exemplo, lhe faculta unicamente comprar cinco kilos de certo e determinado genero de primeira necessidade, desde que lhe asse-gura cabalmente a capacidade aequiridora de onze kilos do genero que lhe é diariamente indispensável ?

Argumentar-se-á, talvez, evocando que o augmento do poder acquiridor de certo e determinado genero de primeira necessidade, devendo corresponder parallelamente ao augmento do poder acqui-ridor do genero que lhe é diariamente, indispensável, promoverá a ascénção dos saíarios, trazendo o augmento do consumo e o

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au-— 3 au-—

gmento do bem estar pelo augmento cfes possibilidades locaés de compra e venda. Ha que distinguir, fóra das surprezas que por-ventura. a reciproca encerre, a certeza da probabilidade. Ha que djistinguir, distin guindo-se primeiramente o preço do genero que lhe é diariamente indispensável cotejado com o preço de certo e determinado gênero de primeira necessidade, este recebido de terras al|ienigerias, aquelle adquirido na própria zona de producção. Exemplifiquemos: o kilo da farinha dé trigo, igual a, um1 kilo de

pão, conforme as apurações do snr. Alexandre E.. Bunge, vale $0.43 m/n no Pataguay contra $0.35 «mi na Republica Argentina,

isto é, o salario paraguayo confrontado com o salario argentino, soffre, consequentemente, sem que se cuide de compansal-o, uma reducção de 23 «/o arredondadaimente:

*

A r g e n t i n a 1 1 , 4 $ 0 . 3 5 . — ' Í T P a r a g u a y . . . ' . - , 3 , 6 S 0 . . 4 3 $ 0 , 0 8 2 2 , 8

Ora, effectuando-se a conversão, segundo o curso official de cambio da Camara Syndical dos Corretores do Rio de Janeiro, acharemos em moeda brasileira a differença de $ 280 réis, superior ao preço de producção do kik> de milho e!m q anno agrícola

1926-1927. e quasi equivalente ao preço do kilo de milho regular », na cotação actual dos centros .atacadista».

. , . . . . Preço do kilo „ , „ Aiigmento P a l z e s Salarios p í o Bruto p e r*e n t l,ai • A r g e n t i n a 11,4 i$22S — ' • . . —

1 Paraguay T 1,4 I$5<>5 $280 2 2 , 8

ou, posto o augmento, parallelo com o. milho, afim de resaltar-lhe o ônus:

Ônus de augmento (reducção paraguaya)

Preço do milho, typo regular, k i l o . . . $33° Differença a maior, quanto ao milho $ 0 4 0

Nem se :in,voque a relatividade estatística,, porque se « a prbbaí-hilidade, ensina Herschell, converte-as em certeza quanto é infi-nito o numero de provas »,. também «approxima-se da certeza pratica quando aquellas são muito numerosas »; um conjuncto de levanta-mentos parciaes, respeitaindo a multiplicidade de característicos, evita, graçais ao emprego d'e unidade proporcional, a pratica de erros semelhantes.

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-Cabe, finalmente, recordar, a titulo de curiosidade, as tabellas organizadas pelo Instituto Internacional de- Agricultura de Roma sobre a producção de trigo por hectatfe e o consumo «per capita ».

. . Producção em kilos por

P a i z e s hectare Dinamarca.. ... 2.950 NoVa-Zelandia. 2.700 Bélgica , , . . . • • 2.650 Hollandá . . . . . . . . . 2.600 Suécia...'. .. 3-5°o Allemanha... 2-25° Grã-Bretanha.... ..." •• ••• •• •• • . . . 2.000 Noruega . ' . . . . I .Sóo Canadá I5°o -Polonia . i-45o França ' i .. 1.400 Japão 1.400 H u n g r i a : . . . — á . .K 1.4°° Chile. . . . . . . . < ,1. 25o Uumauia , . . . . 1 . 2 0 0 Estados Unidos 1.050 •Itália. 1.000 Fruguav 9°o índia Ingleza 960 Hespanto (*') Argentina ; . . . . ••-• 75^ Anstralia... '. ?$o Rússia . i..vi-i-. . . . " . ; . ' . . . ' ' 7°o

Argélia 55°

Consumo per capita:

K i l o s ' França * 205 Grã-Bretanha. 164; ' Canada • 140 Estados Unidos 130 Allemanha 86 R ú s s i a , . . . ; 5.9 Outubro de 1928, Costa Miranda.

Referências

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