• Nenhum resultado encontrado

A importância da crochetagem mioaponeurótica como intervenção fisioterapêutica no tratamento de fasceíte plantar

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A importância da crochetagem mioaponeurótica como intervenção fisioterapêutica no tratamento de fasceíte plantar"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

A importância da crochetagem mioaponeurótica como intervenção

fisioterapêutica no tratamento de fasceíte plantar

Andrea Saraiva da Silva1

andrea.saraiva87@gmail.com

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapias manuais – Faculdade Ávila

Resumo

A presente pesquisa científica com o tema A importância da crochetagem mio-aponeurótica como intervenção fisioterapêutica no tratamento de fasceíte plantar, que é caracterizada por um processo inflamatório ocasionada por microtraumatismos de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo, tem como objetivo geral apresentar para a comunidade científica o método crochetagem mioaponeurótica visando seu compreendimento e exploração. Os objetivos específicos estão voltados para pesquisar sobre o método crochetagem mio-aponeurótica, identificar a fisiopatologia da fasceíte plantar e explicitar o tratamento da fasceíte plantar à base da

crochetagem mioaponeurótica. Procuramos indagar sobre a crochetagem

mioaponeurótica ser um tratamento eficaz na fasceíte plantar. Estudo fundamentado em uma pesquisa bibliográfica e documental, compreendendo o levantamento de bibliografia e coleta de dados a partir de consulta de fontes secundárias em revistas científicas indexadas bem como em sites especializados e através de acervo bibliográfico pessoal no período de 1988 a 2012.

Palavras-chave: Crochetagem mioaponeurótica; Intervenção; Fasceíte plantar.

INTRODUÇÃO

A fasceíte plantar é provocada por tracção repetida da fáscia plantar na inserção no calcâneo, o que leva a microroturas da aponeurose. Com o tempo, a fasceíte pode dar origem ao esporão do calcâneo (CASTRO, 2010).

Pode ser definida como uma afecção onde comumente é caracterizada por quadro álgico na região plantar do calcâneo, podendo estender-se ao longo de toda a fascia plantar. Seus sintomas encontram-se presente avidamente durante o turno matutino, ou após período extenso de repouso (SANT’ANNA, 2004).

O tratamento convencional da fasceíte plantar consiste em constantes alongamentos da da fáscia plantar e do tríceps sural(músculos gastrocnêmios medial/lateral e sóleo) principalmente (CASTRO, 2010). Além disso podemos usar órteses, recursos que promovam analgesia no processo inflamatório, exercícios que diminuam a tensão no tendão do calcâneo e fascia plantar como o alongamento (SANT’ANNA, 2004).

A proposta do artigo é baseada na utilização da crochetagem mioaponeurótica como método de tratamento da fasceíte plantar, uma vez que é indicado em algias inflamatórias, e principalmente do sistema locomotor.

A crochetagem é um método utilizado no tratamento das algias do aparelho locomotor, através da busca da remoção das aderências e dos corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos ou mio-inter-aponeuróticos, com o uso de ganchos (JORDÃO, 2004).

__________________________

1.Pós-graduando em Traumato-Ortopedia com Ênfase em Terapias Manuais.

2.Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestrado em Bioética

(2)

Uma vez que questionamos sobre a eficácia da crochetagem mioaponeurótica no tratamento da fasceíte plantar, temos como objetivo geral apresentar para a comunidade científica esse método visando seu compreendimento e exploração.

Além de, pesquisar sobre o método, identificar a fisiopatologia da fasceíte plantar e explicar seu tratamento com base na crochetagem mioaponeurótica.

A crochetagem vem sendo mais eficaz e importante na fisioterapia atualmente. Pois, a técnica permite o deslizamento em elementos anatômicos de difícil acesso com as mãos em função da espessura dos dedos. “É um método utilizado no tratamento das algias do aparelho locomotor, através da busca da remoção das aderências e dos corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos ou mio-aponeuróticos, com o uso de ganchos” (JORDÃO, 2004).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA a) Anatomia do pé

O pé é constituído por 26 ossos, divididos em três grupos: o tarso, com sete ossos dispostos em duas fileiras, o metatarso, com cinco metatarsais e os dedos, em número de cinco, constituídos por três falanges à excepção do primeiro dedo (PINA, 2010). Dispostos em arcos longitudinais e transversos os ossos tarsais e metatarsais contribuem efetivamente para as capacidades de sustentação de peso e resiliência do pé. Atuantes como amortecedores de choque, sustentando o peso do corpo e impulsionando durante o movimento. Os arcos o tornam adaptável às mudanças da superfície e peso. Durante a marcha o peso do corpo é transmitido póstero-inferiormente para o calcâneo e ântero-inferiormente para as cabeças metatarsais e para os ossos do primeiro dedo (JORDÃO, 2004).

A região da planta do pé é revestida por uma fascia denominada aponeurose plantar, inserindo-se proximalmente à superfície do tabernáculo medial do calcâneo e distalmente às articulações metatarso-falangianas, onde são fundidas aos ligamentos capsulares (SANT’ANNA, 2004).

A fáscia é descrita como sendo composta por tecido fibroso espessado por almofadas fibrogordurosas que são fundamentais na sustentação (JORDÃO, 2004). Não só sustenta, como é sustentada por muitos dos músculos intrínsecos e ligamentos do pé (STARKEY; RYAN, 2001).

Os músculos da perna podem ser divididos em três grupos, sendo eles o anterior, lateral e posterior. Na região anterior estarão o tibial anterior, extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos e o fibular terceiro, todos agindo em movimentos do pé e inervados pelo fibular profundo. Na região lateral da perna estão os fibulares longo e curto, que são inervados pelo nervo fibular superficial. A maior quantidade de músculos encontra-se distribuída na região posterior, onde poderemos localizá-los em duas camadas: a superficial compreende o tríceps sural e o músculo plantar; a profunda inclui o poplíteo, o flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior, todos são inervados pelo nervo tibial (JORDÃO, 2004).

Quando queremos nos referir à fáscia podemos dizer que é uma lâmina ou membrana de tecido conjuntivo que reveste cada músculo, órgão ou conjunto de órgãos, com função de proteção (DANGELO; FATTINI, 2001).

Os músculos da planta do pé estão dispostos em três grupos, grupo medial para o lálux, um grupo central e um grupo lateral para o dedo mínimo, onde individualmente representam pouca importância, mas coletivamente são essenciais na postura e locomoção, sustentando com firmeza os arcos do pé durante os movimentos (JORDÃO, 2004).

(3)

A fáscia plantar é profunda, relacionando-se com os músculos interósseos plantares e condicionando a formação da loca dos músculos interósseos (PINA, 2010). Sendo um grande estabilizador passivo do arco longitudinal medial (JORDÃO, 2004).

Fonte SANT’ANNA, 2004 Fáscia Plantar

A aponeurose plantar é uma região revestida por uma fáscia de forma triangular (FIELD, 2001; BIENFAIT, 2009).

A fáscia é uma tela subcutânea na planta do pé que é grandemente espessada por almofadas fibrogordurosas que são importantes estruturas para sustentação (GARDNER, 1988).

Algumas pesquisas apontam que a fáscia constitui um importante além de principal estabilizador passivo do arco longitudinal medial do pé (JORDÃO, 2004).

Alguns autores acreditam que a fasceíte pode estar ligada ao tipo de pé que o indivíduo apresenta. O pé plano ou o pé chato tem aparência plana nos recém-nascidos, resultado de corpos adiposos subcutâneos espessos localizados na planta dos pés (MOORE, 2001).

No tipo comum de pés planos, o pé retoma sua forma arqueada quando o peso é removido dele. Pés planos são comuns em pessoas mais idosas, especialmente se não estão acostumadas a ficar longos períodos na posição ereta (JORDÃO, 2004).

Fazem parte da musculatura do pé o extensor curto dos dedos, músculos do hálux e do dedo mínimo, quadrado plantar, flexor curto dos dedos, interósseos e lumbricais (GARDNER, 1988).

Os músculos do pé podem ser divididos em dorsais e plantares. Segue abaixo os músculos e suas respectivas ações:

Músculos plantares do pé Ação

Músculo abdutor do hálux Realiza o movimento de flexão e abdução do hálux

Músculo flexor curto do hálux Realiza o movimento de flexão do hálux

Músculo adutor do hálux Realiza o movimento de flexão e adução do hálux Músculo abdutor do dedo mínimo Realiza o movimento de flexão e abdução do

dedo mínimo

(4)

proximal do dedo mínimo

Músculo oponente do dedo mínimo Realiza o deslocamento medial do quinto metatarsal articulado com a falange proximal do dedo mínimo

Músculo flexor curto dos dedos Realiza o movimento de flexão da falange média sobre a falange proximal, e esta sobre os metatarsais dos quatro últimos dedos

Músculo quadrado plantar ou flexor acessório É atuante auxiliar do músculo flexor longo dos dedos

Músculos lumbricóides Realizam o movimento de flexão da falange proximal e extensão das falanges medial e distal Músculos interósseos dorsais e plantares Realizam a flexão da falange proximal e,

acessoriamente, fazem a extensão das falanges média e distal

Músculos interósseos dorsais Realizam o afastamento dos dedos do eixo do pé e os interósseos plantares aproximam-nos

Fonte: PINA, 2010 Tabela Músculos plantares do pé

b) Fisiopatologia da fasceíte plantar

A fascite plantar não é uma patologia fatal, porém se não tratada a tempo torna-se deformante e incapacitante (JORDÃO, 2004).

A fasceíte plantar tem-se iniciado através de um prolongado tempo na posição ortostática em pacientes com encurtamento do tríceps sural, além de apresentarem o pé cavo (CYRIAX; CYRIAX, 2001).

Estão condicionados alguns fatores extrínsecos e intrínsecos que são: -Erros de treino físico;

-Calçado em má condição; -Treino em piso inadequado; -Alterações morfológicas do pé;

-Diminuição da força de flexão plantar;

-Retração ou redução da flexibilidade dos músculos flexores plantares (CASTRO, 2010).

Sua caracterização é dada por uma algia na região plantar do calcâneo estendendo-se por toda a fáscia, com manifestação insidiosa e sintomatologia pela manhã ou durante repouso (SANT’ANNA, 2004). O quadro álgico geralmente é instalado ao redor da base do calcâneo e no arco plantar (GRISOGNO, 2000).

Para quantificar a ocorrência da dor, bem como sua intensidade podemos utilizar a escala de graduação, onde o paciente irá indicar de zero a dez, onde zero significa ausência de dor e dez a dor mais grave (MAGEE, 2002).

A fasceíte plantar é uma das lesões mais frequentes em pessoas que praticam desportos de corrida e de salto. É a causa mais frequente de dor no calcanhar dos atletas (CASTRO, 2010).

Pesquisas realizadas anteriormente relatam que as mulheres estão entre as mais afetadas pela fasceíte plantar em comparação com os homens. Dentre as características das mulheres afetadas estão a obesidade e estarem no período do climatério (JORDÃO, 2004).

A fasceíte plantar é provocada por tracção repetida da fáscia plantar na inserção no calcâneo, o que leva a microroturas da aponeurose. Com o tempo, a fasceíte pode dar origem ao esporão do calcâneo (CASTRO, 2010).

Para Snider apud Jordão (2004) a fasceite plantar ocorre devido a uma inflamação no osso e na fáscia plantar, e há evidência histológica de degeneração crônica nas fibras fasciais que se originam no osso.

(5)

c) Quadro clínico

É acompanhado de algia intensa sob o calcanhar durante os primeiros passos ao acordar, diminuindo sua intensidade ao longo do dia, em casos extremos a dor é intensa ao longo dos passos no dia. A dor é referida na região ântero-externa do calcanhar em sua superfície plantar (CASTRO, 2010).

Quanto à funcionalidade abalada pela fasceíte plantar podemos citar a dificuldade de manter as atividades de vida diária, corridas e apoio ortostático (HEBERT et. al.2003). O quadro álgico geralmente é localizado na região que ela se liga ao calcâneo, permanecendo sensível ao toque. Afeta tecidos moles na inserção da aponeurose plantar, sobrecarga em cronicidade é apontada como causa de dor desconforto desses pacientes (JORDÃO, 2004).

d)Diagnóstico

Diferencial pode ser através de:

-Fratura de fadiga ou stress do calcâneo; -Síndrome do túnel do társico;

-Doença de Sever (apofisite calcaneana) em jovens com 8 a 15 anos de idade; -Tendinite do flexor do hálux;

-Síndrome da almofada adiposa do calcâneo (CASTRO, 2010).

No exame da raio x não é observado nenhuma alteração e/ou anormalidade (ADAMS; HAMBLEM, 1994).

e)Exame físico

É possível observar, marcha antálgica com apoio sobre a parte lateral ou anterior do pé, durante a palpação o paciente relata dor na região medial do calcâneo e a dorsiflexão dos dedos exacerba os sintomas, pela distensão da fáscia plantar (HAMER et. al., 2003). f) Crochetagem mioaponeurótica

A crochetagem é uma técnica de tratamento fisioterapêutico ainda pouco conhecida, tanto em suas aplicabilidades quanto em seus resultados (JORDÃO, 2004).

O tratamento pode ser feito de várias formas: repouso no leito e medicação; mobilização bem sucedida; aplicação imediata de um suporte que proporcione imobilização ou tratamento suave que emprega várias modalidades e procedimentos (PAIXÃO, 2008). Esta técnica foi desenvolvida pelo fisioterapeuta sueco Kurt Ekman, que foi um dos colaboradores do Dr. James Cyriax durante anos após a segunda guerra mundial. Devido os limites palpatórios das técnicas convencionais, foi elaborado progressivamente uma série de ganchos e uma técnica de trabalho (SILVA, 2008). Também conhecida como diafibrólise percutânea, a crochetagem está indicada em qualquer afecção osteomioarticular que leve a uma fibrose ou formação de aderências (SANT’ANNA, 2004).

Visando a ocorrência da dilatação arteriolar, a crochetagem é capaz de promover estímulos através de uma hiperemia profunda, posteriormente causando efeitos vasculares satisfatórios (PAIXÃO, 2008).

Os doutores P. Duby e J. Burnotte, se inspiraram no conceito de cadeias musculares e da filosofia da osteopatia para desenvolver uma abordagem da lesão mais suave, através da denominada diafibrólise percutânea (JORDÃO, 2004).

A crochetagem vem somar a este arsenal de técnicas, pois é um método utilizado no tratamento das algias do aparelho locomotor, pela da busca da remoção das aderência (PAIXÃ0, 2008).

(6)

A técnica baseia-se na utilização de ganchos ou “crochets”, os quais utiliza-se com a finalidade de quebra de aderência do sistema músculo esquelético (SILVA, 2011). São utilizados como ferramenta ganchos fabricados em aço inoxidável ou fibra de carbono, cada unidade apresenta dois ganchos em seus extremos, um grande e outro pequeno que se adaptam a área a ser tratada, em geral é mais utilizado o gancho de tamanho médio (BAUMGART, 2005).

Fonte: SANT’ANNA, 2004

Modelos de crochets usados na crochetagem mioaponeurótica

Nascimento apud Paixão (2008), a crochetagem pode estimular uma hiperemia profunda, além de provocar efeitos vasculares satisfatórios, vista a ocorrência da dilatação arteriolar.

O objetivo principal da crochetagem mioaponeurótica ou diafibrólise percutânea como também pode ser chamada é permitir que ocorra o rompimento de cristais de oxalato de cálcio nos planos aponeuróticos (SANT’ANNA, 2004).

A técnica de crochetagem proporciona alcançar a profundidade dos deslizamentos mioaponeuróticos e realiza a fibrólise. De modo que, os dedos humanos com relação as técnicas manuais, não alcançam certa profundidade (SILVA, 2011).

Estudos comprovam que em decorrência da fasceíte plantar as perdas funcionais estão relacionadas com atividades que envolvam corrida, atividades profissionais e hobbies que envolvam sustentamento de peso, descartando a possibilidade de relação com a perda de amplitude de movimento e perda da força e trofismo muscular (SANT’ANNA, 2004).

A crochetagem é um método utilizado no tratamento das algias do aparelho locomotor, através da busca da remoção das aderências e dos corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos ou mio-inter-aponeuróticos, com o uso de ganchos (JORDÃO, 2004).

A crochetagem é indicada em qualquer afecção osteomioarticular que apresente uma fibrose ou formação de aderências, assim como nas neuralgias, a técnica tem como objetivo principal o rompimento dos pontos de fibrose, geralmente causados pelo acúmulo de cristais de oxalato de cálcio encontrado em locais de estase circulatória e próximo às articulações, nos planos aponeuróticos causando irritação (PAIXÃO, 2008).

(7)

Para ser realizada, a crochetagem segue três fases em ordem: palpação digital, palpação instrumental e diafibrólise. A palpação digital se faz presente para delimitar as possíveis áreas anatômicas a serem tratadas. Para a palpação instrumental utilizamos o gancho para termos a dimensão do volume e tamanho da área anatômica a ser tratada, localizando facilmente as fibras conjuntivas aderentes e corpúsculos fibrosos. Por fim, a diafibrólise é feita para alongar/romper as fibras conjuntivas que são responsáveis por formar a aderência (JORDÃO, 2004).

Esta técnica tem como objetivo específico a quebra de aderências e fobroses nos diferentes tecidos do corpo humano como por exemplo: nos músculos, tendões, ligamentos, nervos, etc, facilitando e devolvendo a mobilidade e funções normais. Onde através de ganchos “crochets”, libera as fáscias “capas” musculares proporcionando o deslizamento normal dos tecidos, bem como auxilia a dissolver cristais de oxalato de cálcio que ficam em diferentes pontos das estruturas dos tecidos. Dessa forma, quando ocorre a separação dessas estruturas (fáscias, músculos, ligamento e etc), ocorre também uma liberação das artérias, veias, nervo e gânglios que estão localizados entre as estruturas e, assim trata os fenômenos inflamatórios evitando as algias (SILVA, 2011).

Pacientes que foram submetidos a crochetagem mioaponeuróticas afirmam ser beneficiados pela técnica quanto a melhoras no quadro álgico antes sentido, abolido após algumas sessões de fisioterapia com esta nova técnica, relatando conseguir realizar suas atividades de vida diária normalmente (PAIXÃO, 2008).

A crochetagem mioaponeurótica, também conhecida como diafibrólise percutânea é uma técnica de tratamento manipulativo do aparelho locomotor, que visa combater as algias pela destruição das aderências e fibroses, através da utilização de ganchos (SANT’ANNA, 2004).

Indicações:

-Aderências por traumatismos e/ou fibrose cicatricial; -Nevralgias mecânica de nervos periféricos;

-Nevralgias intercostais; -Nevralgias cervicobraquial;

-Algias inflamatórias do sistema locomotor; -Ciatalgias (SILVA, 2008).

Encontra-se indicada em qualquer afecção osteomioarticular onde apresentam-se fibroses e/ou formações de aderências, com objetivo de romper essas fibroses que são causadas pelo acúmulo de cristais de oxalato de cálcio que são causadores de irritação (PAIXÃO, 2008).

A crochetagem é indicada em qualquer lesão osteomioarticular que ocasione uma fibrose ou formação de aderências, a técnica tem como objetivo principal promover a quebra e liberação de pontos de fibrose, geralmente causados pelo acúmulo de cristais de oxalato de cálcio e corpúsculos fibrosos constituídos de arranjos desorganizados de fibras de colágeno encontrados em locais de estagnação circulatórias próximos às articulações ou planos mioaponeuróticos (FREITAS, 2012).

Embora seja um método com poucas contra-indicações, é importante considerar a agressividade ou imperícia do terapeuta, os maus estados cutâneos e circulatórios, assim como sua aplicação direta sobre processos inflamatórios (SANT’ANNA, 2004).

Contra indicações: -Pele ulcerada; -Pele hipotrófica; -Dermatoses;

-Fragilidade capilar sanguínea; -Varizes venosas;

(8)

-Adenomas (SILVA, 2008).

g) Tratamento da fasceíte plantar à base da crochetagem mioaponeurótica

Embora esta técnica não seja de domínio exclusivo da fisioterapia, por ser um recurso de manipulação de tecidos corpóreos, entende-se que está no âmbito dela (JORDÃO, 2004).

Em geral, o tratamento da fasceíte plantar é conservador, podendo estar inclusos antiinflamatórios não esteroides, palmilhas especiais para dar suporte e conforto necessário ao paciente, restrição de atividades que prolonguem o ortostatismo, exercícios de alongamento e analgesia (SNIDER, 2000).

Uma das premissas do tratamento da fasceíte plantar consiste em utilizar recursos que promovam analgesia e diminuição das tensões sofridas pelo paciente (PRENTICE, 2002).

O tratamento fisioterapêutico da fascite plantar consiste na utilização de órteses, compradas prontas, para amortecimento do calcanhar, acompanhado de recursos de analgesia e combate ao processo inflamatório (SANT’ANNA, 2004).

O tratamento convencional da fasceíte plantar consiste em constantes alongamentos da fáscia plantar e do tríceps sural(músculos gastrocnêmios medial/lateral e sóleo) principalmente (CASTRO, 2010).

O tratamento da fascite plantar começa por um alongamento da musculatura do tríceps sural que geralmente encontra se encurtado, seguido de uma raspagem da fáscia plantar com o bordo menor do gancho, para que haja uma hiperemia do tecido (JORDÃO, 2004).

Em casos extremos onde o tratamento conservador não é eficaz, o tratamento cirúrgico é realizado através da radiofrequência e/ou tenólise da fáscia na inserção do calcâneo (CASTRO, 2010).

A musculatura posterior da perna tem grande importância no tratamento da fasceíte e não pode ser esquecida. É importante ressaltar que o tratamento da fasceíte plantar não deve ser feito exclusivamente e isoladamente pela fáscia plantar, pois é necessário que seja tratado a musculatura posterior da perna, uma vez que estão diretamente ligados à patologia (JORDÃO, 2004).

Para iniciar a aplicação da técnica, podemos iniciar com a manobra de fricção longitudinal, com a parte menor do gancho de aço em sua face convexa, sobre a região anatômica, no sentido distal para proximal (FREITAS, 2012).

Em seguida o terapeuta realiza uma drenagem da fáscia plantar com o lado maior do gancho sempre no sentido distal para proximal, objetivando através da irritação da fáscia plantar, melhorar a oxigenação da mesma, haja visto, que a fáscia é composta das chamadas fibras brancas, sendo por sua natureza pouco oxigenada.

O tratamento segue no tendão calcâneo ou tendão de Aquiles, que é ganchado com o bordo menor do gancho; este procedimento é importante porque o tendão calcâneo sofre um tensionamento direto da musculatura do tríceps sural.

E por último a musculatura do tríceps sural será ganchada, sendo utilizado o lado maior do gancho, e em seguida será drenada também com o bordo maior do gancho, no sentido distal para proximal (JORDÃO, 2004).

Para ocorrer um descolamento das inserções ligamentares e tendíneas é indicado a técnica perióstea que se caracteriza por uma raspagem superficial da estrutura utilizando o gancho e mobilização manual do tecido periósteo (SANT’ANNA, 2004).

(9)

Fonte: SANT’ANNA, 2004 Raspagem superficial

Fonte: JORDÃO, 2004 Drenagem do tríceps sural

Finalizado a crochetagem mioaponeurótica no paciente, deve ser realizada uma nova sequência de alongamentos para potencializar o tratamento e devolver sua funcionalidade o mais rápido possível (JORDÃO, 2004).

Vale ressaltar que o princípio do tratamento se baseia numa abordagem centrípeta. Na presença de dor localizada e um local específico, o terapeuta inicia uma busca palpatória em regiões afastadas do quadro álgico. Esta busca palpatória tem por finalidade seguir as cadeias lesionais que estão em relação anatômica interligadas à lesão. Deste modo, evitando o aumento da quadro sintomatológico, chamado efeito rebote, consequência de um tratamento exclusivamente sintomático (SANT’ANNA, 2004).

É importante manter uma atenção especial aos pacientes que antes da fasceíte plantar mantinham em suas atividades de vida diária a prática desportiva regular, pois seu retorno deve ser de forma cuidadosa e progressiva quando o mesmo encontrar-se assintomático (CASTRO, 2010).

(10)

O presente estudo procurou evidenciar a eficácia da técnica crochetagem mioaponeurótica no tratamento de pacientes com fasceíte plantar através da revisão bibliográfica.

O material utilizado para realização da crochetagem consiste de um “crochet” e/ou vários “crochets” em tamanhos diferentes de acordo com o tamanho da área a ser tratada e o tipo de manobra a ser realizada.

Trata-se de uma abordagem simples e de baixo custo em relação a outros métodos que a fisioterapia proporciona, além de obtenção de resultados relativamente rápidos (FREITAS, 2012).

A escolha da técnica se deu pela facilidade no transporte e manuseio do instrumental, bem como pela simplicidade de sua execução e necessidade de pouco tempo de aplicação.

Estudo fundamentado em uma pesquisa bibliográfica e documental, compreendendo o levantamento de bibliografia e coleta de dados a partir de consulta de fontes secundárias em revistas científicas indexadas bem como em sites especializados e através de acervo bibliográfico pessoal no período de 1988 a 2012.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma das observações atribuídas para a escolha do método na fasceíte plantar condiz com a importância social do tratamento na vida do paciente a ser reabilitado, uma vez que quanto antes reabilitado breve dar-se-á seu retorno às atividades profissionais (JORDÃO, 2004).

Podemos afirmar que a técnica crochetagem mioaponeurótica é eficaz por produzir melhoras significativas em relação a amplitude de movimento em indivíduos que são submetidos ao tratamento (FREITAS, 2012).

Cabe observar que a praticidade no transporte e utilização do instrumento (gancho), a inexistência de custos adicionais; bem como a facilidade na aplicação da técnica, tornam a crochetagem bastante atraente como recurso terapêutico (SANT’ANNA, 2004).

A técnica de Crochetagem, sendo de baixo custo e fácil deslocamento do material a ser empregado, traz resultados competitivos com as demais existentes, na Fisioterapia (JORDÃO, 2004).

É importante ressaltar, avaliar e investigar novos recursos de tratamento para a fasceíte plantar que, uma vez quando não incapacita, leva a severas limitações de atividades de vida diária e desportivas que um indivíduo possa ter (SANT’ANNA, 2004).

Cabe ainda ressaltar as vantagens da escolha da técnica de Crochetagem, uma vez que ela é uma abordagem simples de fácil manuseio, baixo custo, que não implica riscos aos sujeitos caso realizada de forma adequada, e ao mesmo tempo proporciona resultados extremamente rápidos e eficazes, vantagens essas que foram evidenciadas nesta pesquisa, uma vez que os resultados foram obtidos em apenas uma sessão de aplicação exclusiva da técnica de Crochetagem (FREITAS, 2012).

Uma das observações feitas acerca da crochetagem está relacionado à esfera social, pois quanto mais rápido o indivíduo é reabilitado, menor será o tempo de afastamento de suas atividades profissionais. Além de reduzir e/ou excluir a sensação que o paciente muitas vezes vivencia de ineficiência e incapacidade em seu papel social (JORDÃO, 2004).

A crochetagem por ser um método que apresenta importante melhora na sintomatologia da fasceíte plantar de acordo com alguns estudos, proporciona melhor funcionalidade e bem estar,sendo assim uma técnica eficiente na fasceíte plantar (SANT’ANNA, 2004).

O ganho de flexibilidade das fáscias, obtidos de maneira rápida logo após a intervenção pode ser justificado pelo efeito da tixotropia. A tixotropia é uma

(11)

propriedade viscoelástica inerente aos tecidos conectivos, que por sua vez podem alterar-se do estado semi-sólido para fluido depois de movimentos como fricção, vibração ou torção, sendo os efeitos decorrentes da fricção ocasionados pela técnica de Crochetagem (FREITAS, 2012).

Um fator que deve ser destacado é a diminuição do quadro álgico referido pelo paciente com a exposição à crochetagem pela deambulação e ortostatismo por tempo prolongado, condições está que encontra-se prejudicada pela patologia (SANT’ANNA, 2004). Os resultados práticos que foram obtidos com a crochetagem mio aponeutótica nos leva a conhecer que a fasceíte plantar pode levar não somente ao comprometimento funcional global do movimento de deambular e até mesmo ao ortostatismo (JORDÂO, 2012).

A efetividade do programa de tratamento envolvendo a crochetagem mantém relação intima com o combate às causas, estando muitas vezes interligadas a casas como obesidade e características biomecânicas, atividades de repetições exageradas, e até mesmo, calçados inadequados (SANT’ANNA, 2004).

CONCLUSÃO

Entendemos que a fasceíte plantar sendo caracterizada por uma algia na região plantar do calcâneo estendendo-se por toda a fáscia, caso não for tratada o mais rápido possível pode incapacitar e criar deformações no indivíduo que possui essa patologia. A análise de dados obtidos com essa pesquisa revelou que a crochetagem mioaponeurótica apresentou melhoras significativas quanto a redução do quadro álgico relatado pelos pacientes, devido ao acúmulo de oxalato de cálcio. O tempo de aplicação da técnica que apresenta resultado rápido e eficaz e sua vantagem de manuseio e transporte representa um ponto a mais em relação a outros instrumentos usados pela fisioterapia. Conforme o resultado obtido a fasceíte plantar é acelerada ou agravada pela falta de flexibilidade, presente na retração do tendão calcanear, portanto, devemos ressaltar que a patologia não deve ser tratada somente e exclusivamente com a crochetagem mio aponeurótica, pois se fazem necessários os alongamentos da musculatura envolvida direta ou indiretamente nesse processo.

De acordo com o que foi exposto acima, sugerimos que sejam desenvolvidas mais pesquisas acerca do tema em questão, uma vez que existem poucas referências bibliográficas no idioma português e que comprovem em estatística sua eficácia em uma população abrangente, e esperamos que os dados presentes nesse estudo possam ser usados como base para futuras pesquisas.

Contudo, o referente artigo cumpre seu papel, apresentando uma técnica relativamente nova, segura e eficaz destacando sua importância para a fisioterapia e a sociedade científica.

REFERÊNCIAS

ADAMS, John Crawford; HAMBLEN, David L. Manual de Ortopedia. 11. Ed. Rio de Janeiro: Artes Médicas, 1994.

BIENFAIT, M. Fáscias e Pompages: estudo e tratamento do esqueleto fibroso. 2. Ed. São Paulo: Summus, 1999.

BAUMGARTH, H. Apostila do Curso de Crochetagem, 2005.

CASTRO, A. Pereira. Revista de Medicina Desportiva In Forma. 2010. Disponível em: <http://revdesportiva.pt/files/3Maio2010/Fasceite_plantar.pdf> Acesso em: 5 Mar 2013.CYRIAX, J. H.; CYRIAX, P. J. Manual Ilustrado de Medicina Ortopédica de CYRIAX. 2. Ed. São Paulo: Manole, 2001. DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2. Ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001.

(12)

FREITAS, Alan da Silva. A Técnica de Crochetagem na Liberação Mioaponeurótica da Fáscia Toracolombar. Bahia, 2012. Disponível em: <http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/49-art-alternativas/1327-a-tecnica-de-crochetagem-na-liberacao-mioaponeurotica-da-fascia-toracolombar.html> Acesso em: 9 Abr 2013.

GARDNER, Ernest; GRAY, Donald J.; RAHILLY, Ronan O. Anatomia – Estudo Regional do Corpo Humano. 4. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

GRISOGNO, V. Lesões no Esporte. 2. Ed. São Paulo. Martins Fontes, 2000.

HAMER, W. I. Exame Funcional dos Tecidos Moles e Tratamento por Métodos Manuais: Novas perspectivas. 1. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

HEBERT, S.; XAVIER, R.; PARDINI, JR.; BARROS FILHO, T. E. P.; ARLINDO GOMES. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

HALL, C. M.; BRODY, L. T. Exercício terapêutico na busca da função. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

JORDÃO, Augusto César Ribeiro. Tratamento da Fascite Plantar pelo Método da Crochetagem. Vassouras, 2004. Disponível em: <www.crochetagem.com/site/downloads/monografia_gustavo.pdf> Acesso em: 8 Mar 2013.

MAGEE, D. J. Avaliação Musculoesquelética. 3. Ed. São Paulo: Manole, 2002.

MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F. Anatomia Orientada para a Clínica. 4. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

PINA, J. A. Esperança. Anatomia Humana da Locomoção. Lisboa: Lidel, 2010.

PRENTICE, W. E. Técnicas de Reabilitação em Medicina Desportiva. 1. Ed. São Paulo: Manole, 2002. SANT’ANNA, Rodrigo Baptista. Tratamento da fascite plantar bilateralmente pela técnica da

crochetagem: Um estudo de caso. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em:

<http://www.thiagovilelalemos.com.br/downloads/cinesioterapia/CrochetagemFascitePlantar.pdf> Acesso em: 5 Mar 2013.

SNIDER, R. K. Tratamento das Doenças do Sistema Musculoesquelético. 1. Ed. São Paulo: Manole, 2000.

STARKEY, C.; RYAN, J. Avaliação de Lesões Ortopédicas e Esportivas. São Paulo; Manole, 2001. Imagem 2. Disponível em:

<http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.efisioterapia.net/sites/default/files/g/articulos/gra ficos/16002.jpg&imgrefurl=http://www.efisioterapia.net/articulos/tratamento-da-fascite-plantar-bilateral-

pela-tecnica-da-crochetagem-um-estudocaso&usg=__Q8LACkhTSkrUiV5nWZnq0K23nCE=&h=189&w=252&sz=7&hl=ptBR&start=9& zoom=1&tbnid=zb_FzpFHWjDCBM:&tbnh=83&tbnw=111&ei=NVA6UbHPIIum8ASXnYHoCg&itbs= 1&sa=X&ved=0CDsQrQMwCA> Acesso em: 8 Mar 2013.

Referências

Documentos relacionados

Devido as diferentes relações de velocidade no sistema de transmissão, ao desligar a planta só a transmissão de saída pôde ser trazida para a posição correta marcada, razão

A partir da construção deste mosaico científico da cidade sob a ótica dos me- dos corriqueiros, em uma primeira síntese, podemos compreender que os moradores dos bairros

Este estudo esta situado, como já mencionado, no interior do projeto MC na compreensão da experiência de medos corriqueiros e na composição e remontagem de sociabilidades

Embora a implantação do conjunto Castelo Branco seja de grande relevância para o processo de produção e apropriação do setor sudeste de João Pessoa, esse conjunto ainda

Alterar, recorrendo ao mesmo procedimento que foi utilizado no combinado, a posição de um ou de mais dos 9 primeiros mini-interruptores do Dip-switch; para isto, recorrer ao sinal

Classificação de Riscos de APR Desprezível ou Negligenciável (Classe I) Risco que gera efeitos imperceptíveis, não conduzindo a degradações físicas ou ambientais que não

-responsável pelo gerenciamento da condição de risco; -contexto em que esta condição influencia o projeto; -estratégia de contenção (ações para reduzir probabilidade de

Neste contexto As desigualdades sociais já se acentuam no País, pois com o fim da escravatura no final do século XIX e com a inserção do Brasil no modo de produção capitalista,