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Nome Cargo Qualificações e Experiência Mining Lda. Oficial de Desenvolvimento Comunitário

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Nome Cargo Qualificações e Experiência Mining Lda.

Oficial de Desenvolvimento

Comunitário

Moçambique. Ele também possui Mestrado Profissional na Prática Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Brasil. Lecionou em várias universidades em Moçambique. Ele também realizou trabalho de campo e pesquisas sobre questões de desenvolvimento comunitário, tanto em Moçambique como no Brasil. O dr. Célio Panquene é actualmente Oficial de Desenvolvimento Comunitário na Twigg Explorations & Mining Ltd. Dr. AM Ted Avis (Director Executivo da CES) Líder de Pesquisa

O Dr. Avis tem uma licenciatura e um doutoramento em Botânica da Universidade de Rhodes da África do Sul. Ele trabalhou como consultor ambiental e social por mais de 20 e é um especialista internacionalmente reconhecido nestas áreas. Ele geriu vários projectos de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) de grande e ESHIA de acordo com os padrões do Banco Mundial e IFC em países africanos, e uma série de Avaliações de Impacto Ambiental (AIA) estratégicos para vários clientes do Governo, para estatais e privados na África do Sul. Ele foi consultor ambiental líder para vários desenvolvimentos mineiros de grande eCESla em vários países africanos, incluindo a Corridor Sands (Chibuto) e os projectos de Areias Pesadas de Moma em Moçambique, de Toliara em MadagáCESr, Areias Minerais de Tiomin no Quénia, El Burullus no Egipto, e Minas de Cobre de Trident na Zâmbia. Ele também geriu pesquisas integradas de minas de escopo similar no Malawi e em outras partes de África. Mais ainda, o Dr. Avis facilita cursos profissionais de AIAs na Universidade de Rhodes, onde ele também é docente sénior honorário em Ciências Ambientais. Ele publicou extensivamente na área de AIA, e é líder da CES e director executivo desde a sua criação.

Sr. Jan Anton Hough (Cientista Social da CES) Gestor de Projectos & Autor principal do relatório [Cientista Social]

Jan Anton Hough é cientista social primariamente envolvido em pesquisas de base social, AISs, Planos de Gestão Social, PARs e análise de lacunas nas deligências sociais. As qualificações académicas e realizações incluem um Mestrado (em Sociologia) obtido na Universidade de Stellenbosh na África do Sul, e duas publicações listadas nas publicações académicas do ISI em Dinâmicas Sociais e O Jornal Geográfico Sul Africano, seguido de um manuscrito prestes a ser publicado que está actualmente a ser revisto no Jornal Sul Africano de Ciência. Na CES, alguns dos projectos com os quais esteve envolvido até a data incluem o PAR para for Equatorial Palm Oil na Libéria, uma AIA para a Samshi Africa Limited na Serra Leoa e a análise de lacunas nas diligências sociais de acordo com os Padrões de Desempenho da IFC. Antes do seu trabalho na CES ele ganhou experiência como cientista social nos sectores de desenvolvimento mineiro e comunitário, mas também na arena sócio-ambiental; na o qual ele recentemente publicou um artigo na web a respeito das preocupações sócio-ambientais em África. Sr. Lungisa Bosman (Cientista Social da CES) Cientista Social &

O Sr. Bosman é bacharel em Ciências Sociais (1993) pela de UCT, com especializações em Administração Pública e Sociologia, e possui um Diploma de Pós-Graduação em Organização e Gestão. Ao longo dos últimos cinco anos, Lungisa ganhou uma considerável experiência na facilitação social e educação da comunidade. Ele trabalha actualmente em tempo integral como consultor para Coastal & Environmental Services envolvido numa série de avaliações de impacto, e em particular na coordenação e facilitação do processo de participação pública e envolvimento e gestão de partes interessadas. Alguns dos projectos em que o mesmo trouxe suas habilidades de facilitação de suporte incluem a ADM e Estado de Estudos do Ambiente da Chris Hani, os estudos de viabilidade de desenvolvimento do turismo da Coffee Bay, e numerosas AIAs e estudos de escopo. Sua língua materna é o isiXhosa.

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Nome Cargo Qualificações e Experiência dra. Carina Saranga (Administrativa da CES em Moçambique) Cientista Social, Ligação com as Comunidades & Tradutora

A Sra. Carina Saranga é Licenciada em Direito com especialização em Direito Público (2011), obtido na Universidade São Tomá de Moçambique. Ela fez a sua tese de licenciatura estudando a "complexidade do processo de reassentamento em Moçambique". Carina juntou-se a CES em 2013, onde está envolvida na preparação e coordenação do processo de participação pública, bem como na pesquisa de campo e coordenação de projectos de reassentamento. Antes disso, ela trabalhou como assistente de participação pública fazendo a ponte com uma variedade de partes interessadas.

1.8 Estrutura do Relatório

O relatório foi elaborado para cumprir rigorosamente o Regulamento de Moçambique no Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto 31 de 2012). De acordo com estes regulamentos, as seguintes secções devem ser incluídas neste relatório (GM, 2012: p.14):

I. Uma análise do perfil socioeconómico das famílias afectadas; II. Uma avaliação e análise dos bens tangíveis e intangíveis;

III. Uma clara definição do grau de deslocamento/reassentamento e dos métodos empregadas para estudar a população afectada;

IV. Definição dos critérios de compensação;

V. Uma apresentação das soluções e alternativas técnicas que permitam melhorias do actual padrão de vida dos agregados familiares afectados.

Mais ainda, o PD 5 da IFC sobre Aquisição de Terras e Reassentamento Involuntário foi usad o para complementar o relatório com as directrizes de reassentamento de boas práticas para permitir que o relatório seja uma ferramenta mais abrangente para a implementação.

Este relatório encontra-se estruturado da seguinte forma.

Capítulo 1 destacou o projecto proposto, seguido da justificativa do projecto. A equipa de

pesquisa do PAR também foi apresentada.

Capítulo 2 começa pela síntese da legislação, política e directrizes relacionadas com o

deslocamento, que precisam ser avaliadas e seguidas pelo projecto proposto.

O Capítulo 3 fornece detalhes sobre o envolvimento das partes interessadas, realizado como

parte deste PAR. O capítulo também elabora sobre a metodologia que foi empregada para a elaboração do relatório, bem como fornece directrizes para o proponente para o uso ao longo da implementação do processo de deslocamento.

Capítulo 4 inclui a identificação dos impactos do projecto e da população afectada. Em grande

parte, este capítulo fornece os dados do censo do Estudo de Base Socioeconómico (EPSE) e avaliações de posse de terra realizadas dentro AdI da mina.

Capítulo 5. Baseia-se no capítulo anterior para definir os agricultores afectados e perdas

esperadas.

Capítulo 6 contém medidas destinadas a restaurar e melhorar as condições de vida das pessoas

afectadas.

Capítulo 7 fornece uma compensação e um quadro de direito, fornecendo um método de

avaliação dos bens. Esses bens incluem culturas, árvores, estruturas e/ou recursos comuns (entre outros).

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Capítulo 8 elabora sobre o Capítulo 7, fornecendo um mecanismo para a implementação do PAR

e a entrega de títulos de propriedade aos agregados familiares.

Capítulo 9 equipa o proponente com estratégias de monitoria e avaliar dos resultados deste

processo de PAR, como a realização de inquéritos de revalidação futuros, pesquisas socioeconómicas, um estudo nutricional e avaliação externa transversal (ou seja, por um longo período).

Capítulo 10 fornece uma estimativa de orçamento para a implementação do PAR.

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2.

QUADRO LEGAL

2.1 Introdução

O seguinte capítulo fornece uma visão geral da legislação mais relevante em Moçambique, bem como normas, orientações e enquadramentos que são considerados relevantes para este PAR. As seguintes legislações são discutidas neste capítulo:

Tabela 2.1: Quadro Legal

Legislação Moçambicana

Legislação e Regulamentação Data do Decreto (ou alteração)

Constituição da República de Moçambique Promulgada em 2004 Regulamentos sobre o processo de reassentamento

resultante de Actividades Económicas Decreto 31/2012

Lei de Protecção do Património Nacional de 1988 Decreto 10/1988

Lei de Minas Lei 13/2002

Regulamento da Lei de Minas Decreto Ministerial 28/2003

Lei de Terras Lei 19/1997

Regulamento da Lei de Terras Decreto 1/2003

Enquadramentos e Orientações Internacionais

Enquadramentos e Directrizes Data do Decreto (ou alteração)

Procedimento Operacional do Banco Mundial 4.12

sobre Reassentamento Involuntário 2013

Padrões de Desempenho 5 e 8 da Corporação

Financeira Internacional 2012

Note-se que só a legislação, os enquadramentos e as directrizes relevantes para o reassentamento são considerados neste capítulo. A AIS considerou uma ampla gama de políticas, estruturas e directrizes que dizem respeito às considerações sociais gerais do projecto (cf. CES de 2013 a).

2.2 O Processo do Plano de Acção de Reassentamento em Moçambique

De acordo com os Regulamentos de Moçambique no processo de reassentamento Resultante de Actividades Económicas (2012), a aprovação e implementação de um PAR precede a emissão de uma Licença Ambiental do Ministério para Coordenação da Acção Ambiental de Moçambique ou MICOA. A Figura 2.1 Abaixo apresenta um diagrama que ilustra onde o PAR se encaixa no processo de AIA, de acordo com a Lei de Minas de 2002 e do Regulamento da Lei de Minas (2003).

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Figura 2.1: Processo do Plano de Acçao de Reassentamento (PAR) em Moçambique

Legenda: Mining Concession Issuance from MIREME to undertake prospecting activities = Emissão de Concessão Mineira pelo MIREME para realizar actividades de prospecção; Environmental Impact Assessment Preocess = Processo de avaliação de impacto ambiental; Resettlement Action Plan = Plano de Acção de Reassentamento; Final Environmental Impact Assessment Report = Relatório Final de Avaliação Impacto Ambiental = Resettlement Action Plan Report = Relatório do Plano de Acção de Reassentamento; Provincial-level Technical Committee = Comissão Técnica a Nível Provincial; District Government = Governo Distrital; Approved = Aprovado; Environmental Licence = Licença Ambiental; Resettlement Action Plan Implementation = Implementação do Plano de Acção de Reassentamento; Mine Construction = Construção da Mina.

Conforme explicado na Fgura 2.1 acima, o processo do PAR é normalmente conduzido em paralelo com a AIA. No entanto, o relatório do PAR é submetido para aprovação à nível do Governo Distrital, enquanto que a AIA é aprovada pelo MICOA à nível Nacional. Portanto um relatório final do PAR (em Português) é submetido ao MICOA como um anexo da AIA, e quatro cópias devem ser submetidas à Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Terrirorial (DINAPOT), uma divisão do MICOA.

2.3 Legislação Moçambicana

2.3.1 Constituição da República de Moçambique de 2004

A primeira peça de legislação em Moçambique que lida com os direitos de cada moçambicano é a Constituição República de 2004.

A Constituição de Moçambique incorpora a nova regra democrática do país e reconhece a sua independência, bem como os desafios que enfrenta, após a guerra civil. Esta estabelece os

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parâmetros estruturais para o crescimento e modernização do país, e reafirma a participação de organizações para garantir e respeitar os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos do país. De particular importância para este PAR são os direitos fundamentais dos moçambicanos, deveres e liberdades. Aqui, os direitos de cada cidadão são promovidos, bem como os direitos das comunidades, especialmente das crianças. A liberdade de expressão também está consagrada, o que significa, basicamente, que todas as pessoas afectadas pelo projecto têm o direito de expressar a sua oposição sobre o desenvolvimento, e de manifestar as suas preocupações. Isto é especialmente relevante durante o processo de PAR, pois significa que todas as PAPs necessitam de ser capazes de expressar as suas questões e/ou preocupação com o projecto.

A Constituição também formula princípios da justa indemnização, em casos desapropriamento de terra. Sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais, Direitos e Deveres (Capítulo V), a Constituição esclarece claramente que:

"O Estado deve reconhecer e garantir que o direito de propriedade de bens" e "A expropriação só ocorra por razões de necessidade de utilidade ou interesse público, conforme definido nos termos da lei, e mediante o pagamento de justa indemnização”

(GM, 2004: p.26)

Nos termos do Artigo 90 do Capítulo V, a importância de proteger o meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais também é destacada. A par desta cláusula é também a ênfase da constituição sobre o sector agrícola, que o GdM vê como a base para o desenvolvimento nacional do país. Em apoio a esta, o Artigo 106 do Capítulo V também reconhece a contribuição da produção em pequena escala para a economia nacional, que o país promove e apoia, a fim de desenvolver os seus cidadãos.

2.3.2 Regulamentos Sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas

O regulamento de Moçambique no Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas foi aprovado em 2012. O regulamento é composto por 28 artigos que, basicamente, formulam os procedimentos para qualquer reassentamento em Moçambique e que, especialmente, articulam a assistência necessária por parte do Governo durant e o processo de reassentamento. Esta legislação foi a base sobre a qual este PAR e os procedimentos de participação comunitária foram construídos e estruturados. Estes regulamentos também foram utilizados pela equipe social para informar as CAPs dos seus direitos no que diz respeito ao deslocamento económico, conforme descrito nos Artigos 10 e 14. Apesar de todos os regulamentos serem altamente relevantes para o projecto, os seguintes artigos foram utilizados para a estrutura da maioria dos procedimentos do PAR ao nível da comunidade:

 Os Artigos 6 e 7 : A Comissão Técnica

Qualquer projecto de reassentamento em Moçambique precisa ser promulgado e conduzido através de uma comissão técnica de reassentamento, que é composta por uma selecção de representantes de vários de órgãos governamentais e representantes locais. Funções específicas são atribuídas a esta comissão, às quais permitem ao Governo, através da mesma comissão, a estar no centro do projecto de reassentamento e das decisões tomadas referentes ao reassentamento. Esta comissão já foi estabelecida no Distrito Balama, referida como Comissão Distrital de Reassentamento.

 Artigo 8:

As seguintes partes interessadas devem participar do processo de reassentamento (para tais fins o Grupo Técnico de Trabalho ou GTT de Balama foi criado):

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- Cinco representantes da população afectada;

- Um representante da Sociedade Civil;

- Três líderes comunitários; e

- Dois representantes do sector privado.

 Os Artigos 10 e 14: Os direitos da população afectada e Direito de Informação

Na experiência da EOH CES, é de crucial importância para um projecto de reassentamento a articulação dos direitos constitucionais das pessoas afectadas, por meio de reuniões públicas. Ter conhecimento dos próprios direitos é vital, pois isso permite às PAP expressar suas preocupações e/ou problemas durante o processo (pois então saberão como fazê-lo). O Artigo 10 estabelece alguns, dos direitos humanos fundamentais básicos como estes dizem respeito especificamente ao reassentamento. Estes direitos são elaborados no Artigo 14. Alguns dos direitos mais importantes incluem os direitos das pessoas de:

- "Restabeleceram o seu nível de renda, para igual ou melhor do que antes do

reassentamento;

- Ter restaurado o seu padrão de vida para igual ou maior do que antes do

reassentamento;

- Ter espaço para realizar suas as actividades de subsistência; e

- Dar opinião em todo o processo de reassentamento " (2012: p.5).

 Artigo 12: Responsabilidades à Nível dos Governos Centrais e Locais

O Artigo 12 delineia as responsabilidades das administrações centrais e local. Algumas dessas responsabilidades incluem a responsabilidade do Sector de Planeamento e Ordenamento Territorial de prestar assistência técnica à implementação em questões relacionadas com o ordenamento do território, bem como para monitorar o processo de reassentamento.

 Artigos 13 e 22: Participação e Consultas Públicas

A participação do público é fundamental para o sucesso de um projecto de reassentamento. Ambos artigos articulam os requisitos específicos que este PAR deve aderir a este respeito.

2.3.3 Lei de Protecção do Património Nacional de 1988

O projecto pode afectar e/ou perturbar áreas de importância cultural, tais como algumas campas. Portanto, a Lei do Património Nacional de 1988 é aplicável. Mais ainda, em termos de património cultural, o Regulamento sobre a Protecção da Propriedade do Património Arqueológico (1994) afirmam que o Ministério deve ser consultado na eventualidade de material arqueológico ser encontrado na AdI do projecto. Nenhum material arqueológico foi encontrado dentro de AdI da mina.

2.3.4 Lei de Minas de 2002

A Lei de Minas de 2002 exerce direitos e obrigações no que diz respeito ao uso de recursos minerais do país. A lei considera o meio ambiente para que a sua utilização racional beneficie a economia nacional. Subscritos pela lei são os princípios que regem as práticas seguras de mineração, quadros regulatórios para a monitoria da qualidade ambiental, bem como medidas para promover o desenvolvimento sustentável a longo prazo, tendo em vista a exploração dos recursos naturais de Moçambique. De particular importância é o Artigo 18, no âmbito das obrigações do detentor do título, que afirma que o proponente do projecto compensará os usuários da terra por "[...] qualquer dano causado à terra e à propriedade, como resultado das operações de mineração" (GM, 2002: p.10).

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Mais ainda, a lei dá autoridade à Lei de Terras No 19/97 para governar todos os assuntos relacionados ao uso e ocupação da terra referente à actividade mineira.

2.3.5 Regulamentos da Lei de Minas de 2003

Os regulamentos da Lei de Minas 2003 o foram criados para regular qualquer actividade de mineração que recai sob a Lei de Minas de 2002. Os regulamentos consideram a concessão de títulos mineiros e autorizações e demarcação de áreas de mineração. De importância para este PAR é o facto de que este regulamento também permite que qualquer parte possa colocar uma reclamação contra o desenvolvimento da mineração.

2.3.6 Lei de Terras n º 19/97 e Decreto n º 66/98

O projecto vai afectar terras tradicionais, o que significa que a Lei de Terras de 1997 é aplicável. A lei estabelece o quadro jurídico para a propriedade da terra, bem como o controle da terra e dos recursos naturais em Moçambique. O processo para determinar o direito à terra é também explicado por esta lei.

A Lei foi criada com a intenção de incentivar o uso e aproveitamento da terra, de tal forma que este contribua para o desenvolvimento da economia nacional. A lei estabelece os termos em que todas as actividades - relativas ao direito de uso e aproveitamentos da terra - operam (Artigo 2). A mesma fornece a base para a definição dos direitos de uso da terra pelas pessoas, e dá detalhes sobre esses direitos com base em reivindicações habituais e os procedimentos para a aquisição da propriedade para o uso e aproveitamentos por parte das comunidades e indivíduos. A lei recomenda um processo baseado em consulta, que reconhece os direitos consuetudinários como o meio para identificar as reivindicações das comunidades e dos membros individuais de comunidades sem título.

O Artigo 24 estipula que, nas áreas rurais, as comunidades locais devem participar no seguinte: a) Gestão dos recursos naturais;

b) Resolução de conflitos;

c) Processo de obtenção de títulos conforme estabelecido no nº 3, do Artigo 13 da Lei de Terras; e

d) Identificação e definição dos limites da terra que ocupam.

Nas duas primeiras Actividades (A e B), as comunidades locais dependem, de entre outras, das práticas culturais.

A Lei de Terras também define que o direito de uso da terra pode ser adquirido através d a ocupação por indivíduos moçambicanos que têm vindo a utilizar a terra de boa-fé por pelo menos dez anos. Assim, a lei reconhece e protege os direitos das pessoas à terra, adquiridos por herança ou ocupação (posse consuetudinária), excepto em reservas ou áreas onde a terra tenha sido legalmente transferida para outra pessoa ou entidade legalmente definida. Todos os cidadãos têm direitos e deveres iguais de acordo com a lei.

Os direitos existentes de uso da terra podem ser rescindidos através de revogação dos mesmos por razões de interesse público, após o pagamento de justa indemnização, e em tais casos as benfeitorias não removíveis reverterão a favor do Estado.

Indivíduos estrangeiros ou pessoas colectivas podem ser titulares de um direito de uso e aproveitamento da terra, desde que tenham um projecto de investimento que seja aprovado sob a legislação de investimentos e que esteja estabelecido ou registado sob o Governo de Moçambique (Artigo 11). As zonas de protecção total e parcial fazem parte do domínio público, e nenhum direito de uso ou aproveitamento da terra pode ser obtido nessas áreas (Artigos 7 e 9). As zonas de protecção total incluem as áreas especificamente destinadas à actividades de

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conservação ou de preservação, enquanto que o acesso à zonas de protecção parcial requerem licenças especiais, que podem ser emitidas para actividades específicas.

Para efeitos de actividades económicas, o direito de uso e aproveitamento da terra está sujeito à um período máximo de 50 anos, que pode ser renovado por mais 50 anos (Artigo 17). A aprovação de um pedido de direito de uso e aproveitamento da terra para as actividades económicas não exclui a necessidade de licenciamento e autorização requerida por:

a) A legislação relevante para a actividade económica pretendida (por exemplo, o turismo);e

b) Directivas dos planos de uso do solo (Artigo 20 º).

O direito de uso da terra e aplicações de benefícios são autorizados pelos governadores provinciais para áreas de até 1.000 ha, pelo Ministro da Agricultura para áreas entre 1.000 a 10.000 ha, e pelo Conselho de Ministros para as áreas superiores a 10.000 ha (Artigo 22).

A autorização provisória é concedida após a apresentação de um pedido de uso e aproveitamento da terra. Esta autorização provisória é válida por um período máximo de cinco anos, no caso dos nacionais, e dois anos, no caso de estrangeiros (Artigo 25). Após o cumprimento do plano de exploração dentro do período provisório, a autorização final será dada e o título relevante emitido (artigo 26).

2.3.7 Regulamentos da Lei de Terras (2003)

Os Regulamentos da Lei de Terras (Decreto 66/1998) aplicam-se a todas as áreas fora da jurisdição municipal. De acordo com os regulamentos, a construção de qualquer tipo de estrutura dentro da zona de protecção parcial deve ser licenciada pelas entidades responsáveis pela gestão das águas interiores e marítimas (Artigo 8).

Nos termos do Artigo 18, o direito de uso e aproveitamento da terra obtido para o cumprimento de um projecto de investimento terá o prazo máximo de 50 anos, renovável de acordo com as disposições da Lei de Terras e os termos de renovação da autorização. O titular é obrigado a solicitar a renovação 12 meses antes do final do prazo afixado no título, demonstrando que a actividade económica à que o título foi aplicado está ainda em curso.

Aspectos relevantes dos regulamentos incluem:

a) Onde há titulação conjunta, esse título pertence a todos os titulares de forma igual. Quando um dos titulares morre, os outros titulares continuam como titulares legítimos; b) As consultas entre os requerentes de terra e a comunidade local são de carácter

obrigatório, e antecedem a decisão de concessão de uso de título pelo governador provincial ou autoridade superior;

c) Os ocupantes de boa fé e comunidades locais podem requerer a demarcação e o título; e

d) Os titulares são obrigados a pagar um imposto de autorização do direito de uso da terra, além de um imposto anual. As empresas familiares e as comunidades locais estão isentas de tais impostos.

O Artigo 24 afirma que, para a aquisição de um direito de uso e aproveitamento da terra, um pedido ao abrigo de autorização deve ser apresentado com as seguintes informações:

a) Estatutos (em caso de pessoa jurídica); b) Um esboço da localização do terreno; c) A memória descritiva do projecto;

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d) Uma aproximação da natureza e tamanho (pegada) do desenvolvimento que o requerente se propõe a realizar;

e) O parecer do administrador do distrito, após consulta com a comunidade local;

f) O aviso público, e a verificação de que tal notificação foi apresentada na sede do distrito relevante e no próprio local, por um período de 30 dias; e

g) O recibo do comprovativo de pagamento da taxa de autorização provisória.

Mais ainda, onde a terra é destinada à actividade económica, o pedido deve também conter um plano de exploração e parecer técnico dos mesmos. No caso de projectos de investimento privado, a terra está sujeita a identificação prévia, que deve envolver (inter alia), as autoridades administrativas locais e da comunidade local, e deve ser documentado no esboço e memória descritiva (Artigo 25).

De acordo com o Artigo 28, nos casos em que o governador da província é a autoridade competente, uma vez que o processo de pedido está completo, os Serviços de Cadastro apresentarão a proposta ao governador da província, para decisão. Em todos os outros casos, o formulário de inscrição será enviado para a central de Serviços de Cadastro, após revisão pelo governador da província, que irá apresentá-lo à autoridade competente para a decisão. A autorização concedida aqui será temporária, válida por cinco anos, no caso de nacionalidade moçambicana, e por dois anos, no caso de estrangeiros.

Findo o prazo da autorização provisória, ou a pedido do requerente, uma inspecção será realizada para determinar se a actividade proposta está de acordo com o cronograma aprovado. Uma vez que tal tenha sido estabelecida, uma autorização definitiva e o correspondente título do uso e aproveitamento da terra serão emitidos (Artigo 31).

Por fim, o Artigo 3 do Anexo Técnico do Regulamento da Lei de Terras afirma que a delimitação de áreas ocupadas por comunidades locais não impedirá Actividades económicas ou outras d e serem realizadas, desde que o consentimento das comunidades seja obtido. É essencial que a comunidade local seja activamente envolvida e consultada no processo de demarcação. O anexo técnico também fornece formulários a serem preenchidos e apresentados como parte desse processo de demarcação participativa.

2.4 Directrizes Internacionais

2.4.1 Visão geral

O proponente deseja que este relatório siga e seja guiado pelos padrões internacionais de boas práticas da indústria. Ao fazê-lo, o relatório foi guiado por Procedimentos Operacionais do Banco Mundial 4.12 sobre Reassentamento Involuntário (2013), e o PD 5 da IFC sobre Aquisição de Terras e Reassentamento Involuntário (2012).

2.4.2 Procedimento Operacional do Banco Mundial 4.12 sobre o Reassentamento Involuntário

O Banco Mundial é uma organização internacional de financiamento, que empresta dinheiro para os Governos. Como a primeira agência internacional a desenvolver directrizes de reassentamento, suas directrizes foram grandemente influentes sobre as posteriormente desenvolvidas por outros órgãos, como o IFC (braço do grupo do Banco Mundial) e o Banco Africano de Desenvolvimento Ambos, os quais são relevantes para este projecto. O Procedimento Operacional do Banco Mundial (PO) 4.12 sobre o Reassentamento Involuntário foi revisto em Abril de 2013 (cf. Banco Mundial, 2013 b). As directrizes contidas neste documento são consideradas de grande importância para este projecto, tal como a ênfase do Banco no desenvolvimento dessas comunidades afectadas, ao invés de simplesmente atenuar os impactos adversos induzidos pelo

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projecto relacionados com o reassentamento: "Onde não for possível evitar o reassentamento, as Actividades de reassentamento devem ser concebidas e executadas como programas de desenvolvimento sustentável” (ibid.:. p 1).

Embora todas as directrizes sejam aplicáveis, aquelas consideradas mais relevantes para este projecto são expostas na Tabela 2.2 a baixo.

Tabela 2.2: Procedimento Operacional do Banco Mundial 4.12 (alteração de 2013) *

Princípios Aplicáveis Objectivos Chave

Evitar o Reassentamento

O reassentamento involuntário deve ser evitado sempre que possível, ou minimizados, explorando todas as alternativas viáveis da concepção do projectos.

Quando não for possível evitar o reassentamento, as actividades de reassentamento devem ser concebidas e executadas como programas de desenvolvimento sustentável, fornecendo recursos de investimento suficientes para permitir que as pessoas deslocadas pelo projecto possam compartilhar dos benefícios do projecto.

As pessoas deslocadas devem ser apoiadas em seus esforços para melhorar as suas condições de vida e dos padrões de vida, ou pelo menos para restaurá-los

Informação e Consulta

O projecto de reassentamento deve incluir medidas destinadas a informar as pessoas afectadas sobre suas opções e direitos relativos ao reassentamento. Aqueles afectados também devem ser oferecidos opções entre e, e devem ser dadas alternativas viáveis técnicas e económicas de reassentamento.

Assistência com Realocação (Apoio Transitório)

O projecto de reassentamento deve assegurar que os afectados recebam assistência em locais agrícolas que tenham uma combinação de potencial produtivo, vantagens de localização e outros factores que sejam pelo menos equivalentes às vantagens das antigas plantações/terras que os mesmos perderam.

O apoio deve ser oferecido após o deslocamento, e deve ser prestada assistência ao desenvolvimento, além de medidas de compensação. Isto pode incluir a preparação da terra, facilidades de crédito, capacitação ou oportunidades de emprego.

Estratégias de Terras

Após o mutuário ter explorado todos os projectos viáveis projectos alternativos para evitar o deslocamento físico, deve ser dada preferência a estratégias de reassentamento de terras que são compatíveis com as preferências culturais das PAC 's.

A terra alternativa deve:

 Conter uma combinação de potencial produtivo e vantagens de localização; e

 Ser pelo menos equivalentes às vantagens de a terra que foi perdida.

Compensação Antes do Projecto de Desenvolvimento

A implementação das Actividades de reassentamento deve ser ligada à implementação da componente de investimento do projecto para garantir que o deslocamento ou restrição de acesso não ocorra antes das medidas necessárias para o reassentamento, incluindo a remunerações tenham sido pagas, estejam de acordo.

* Informações da tabela: de Wet, 2013: pp 27-36.

2.4.3 Corporação Financeira Internacional

Como um membro do grupo do Banco Mundial, o IFC procura promover o desenvolvimento dos países “em desenvolvimento”, tornando disponível financiamento por meio do sector privado. O IFC publicou o seu PD sobre Sustentabilidade Ambiental e Social em Abril de 2006, e publicou Padroes de Desempenho (PD), abrangentes, em Julho de 2007. O PD e as POs foram revistos em 2012 (cf. IFC, 2012). Este PD é como se segue:

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PD 1: Avaliação e gestão de riscos e impactos ambientais e sociais (1-36) PD 2: Trabalho e Condições de Trabalho (1-29)

PD 3: Eficiência dos recursos e prevenção da poluição (1-17) PD 4: Saúde e Segurança Comunitária (1-14)

PD 5: Aquisição de Terras e Reassentamento Involuntário (1-32)

PD 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos Recursos Naturais Vivos (1-30) PD 7: Povos Indígenas (1-22)

PD 8: Património Cultural (1-16)

Embora a maioria destes PD são de facto altamente aplicáveis a este PAR, os PD 5 e 8 têm maior relevância. A Tabela 2.3 abaixo descreve as orientações em cada uma delas:

Tabela 2.3:. Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional

Padrão de Desempenho Objectivos Principais

PD 5: Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário

 Evitar ou pelo menos minimizar os impactos do reassentamento involuntário sempre que possível, explorando todas as alternativas viáveis do projectos.

 Reduzir os impactos sociais e económicos adversos de requisição ou restrições de terra à utilização das pessoas afectadas de terras através de: (i) compensação pela perda de bens ao custo de reposição; e (ii) Assegurar que as Actividades de reassentamento são implementadas com a divulgação adequada de informação, consulta e participação informada das pessoas afectadas;

 Melhorar ou pelo menos restaurar os meios de vida e os padrões de vida das pessoas deslocadas;

 Melhorar as condições de vida entre as pessoas deslocadas através do fornecimento de moradias adequadas com segurança de posse nos locais de reassentamento; e

 Onde os meios de subsistência dos que serão deslocados estão na terra, o proponente deverá oferecer remuneração baseada na terra, sempre que possível.

PD 8: Património Cultural

 Proteger o património cultural dos impactos adversos das Actividades do projecto e apoiar a sua preservação; e

 Promover a distribuição equitativa dos benefícios provenientes do uso do património cultural em Actividades empresariais.

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3. PRINCÍPIOS DO PLANO DE ACÇÃO DE REASSENTAMENTO

3.1 Introdução

O desenvolvimento em última análise apresenta um dilema, visto que o mesmo deveria, teoricamente, melhorar o acesso das pessoas aos recursos e a sua qualidade de vida (de Wet, 2013). No entanto, várias vezes o reassentamento involuntário é necessário para qualquer projecto de desenvolvimento; um acto que pode não só arrancar socialmente colónias e agregados familiares, mas também o seu acesso aos recursos e a qualidade de vida. Tal não serve para argumentar que um projecto não deve ser desenvolvido, mas enfatiza o ponto de que são necessárias medidas de mitigação apropriadas e iniciativas de desenvolvimento económico para casos em que o reassentamento é necessário. Portanto, a concepção de um processo de PAR para a implementação precisa ser baseado em parâmetros e princípios teóricos. Tais princípios devem fornecer os fundamentos básicos de qualquer programa de reassentamento, alimentando os objectivos do relatório e, em última análise, os resultados desejados pós-reassentamento.

Uma maneira útil para enquadrar tais princípios é reflectir sobre os casos de reassentamento passados mais próximo do projecto em mão. Infelizmente, não é segredo que muitos projectos de reassentamento passados, especificamente no norte de Moçambique, foram criticados por alguns académicos e Organizações Não Governamentais (ONGs), tendo em conta as preocupações expressadas pelos agregados familiares reassentados.

O capítulo seguinte tem como objetivo fornecer os princípios orientadores à que este PAR vai aderir. Ao reflectir sobre os casos de reassentamento passados e os riscos de empobrecimento pós-reassentamento bem documentados, com referências específicas ao mau planeamento de reassentamento, o capítulo poderá correctamente direccionar ao PAR da Syrah.

3.2 O Desafio do Deslocamento Económico 3.2.1 Visão Geral

Qualquer tipo de deslocamento induzido pelo projecto não é uma tarefa simples, pois envolve a mudança ou alteração das características sócio-espaciais dos assentamentos, agregados familiares e indivíduos. Isso significa que, ao deslocar economicamente os agregados familiares ou criar impacto sobre os bens, as relações inter-domésticas e dependências existentes são radicalmente alteradas pelas novas mudanças espaciais (como um novo assentamento ou novas terras alocadas numa nova área).

No passado vários casos de reassentamento involuntário em áreas rurais africanas foram devastadores sobre os meios de sobrevivência das pessoas afectadas, e contribuiram para o empobrecimento de muitas delas. Estudos de caso de tais falhas de reassentamento no passado estão bem documentados [cf. Van Wicklin e Rice (2002), Cernea (2002; 2004) e Human Rights Watch (2013)].

Para a maior parte, muitos fracassos podem ser atribuídos àquilo que os académicos como Cernea (2000) chamam dos “oito riscos de empobrecimento”.

 Falta de terra;  Desemprego;  Falta de Abrigo;  Marginalização;  Insegurança alimentar;  Aumento da morbidade;

 Perda de acesso a recursos de propriedade comum; e  Desarticulação comunitária.

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O objectivo deste relatório é ajudar o proponente para administrar esses riscos, fornecendo orientações sobre como implementar o relatório.

3.2.2 Estudos de caso de reassentamento

Os oito riscos de empobrecimento mencionados acima são baseados em estudos de casos de reassentamento anteriores a nível mundial. Alguns dos maiores projectos de reassentamento económicos e físicos foram implementados como resultado da mineração, mas também de projectos de grandes barragens. Algumas delas incluem a Barragem de Shuikou na China (cf. de Wet, 2013), a Barragem de China-Gezhouba (Cernea, 2000), a Barragem de Brasil-Tucurui (ibid.) e o Projecto de Desenvolvimento dos Planaltos de Lesoto (PDPL) no Lesoto ( cf. Mashinini, 2010). Neste último projecto, por exemplo, milhares de agregados familiares foram reassentados em mais de 120 Vilas dentro da área de inundação do Katse e das Barragens do Muela, construídas entre 1987-1997. Além de numerosos estudos de caso relacionados com a barragem, muitos projectos de desenvolvimento de renome, como o Projecto Rengali da Índia ou Projecto Hidroeléctrico de Kiambere do Quénia resultaram na falta de terra pós-reassentamento onde, depois da relocação, os agregados familiares tinham terras limitadas e colheitas bem mais reduzidas, comprometendo assim a sua segurança alimentar (cf. Cernea, 2000).

No entanto, mais perto do projecto em mão, está o reassentamento passado na província de Tete em Moçambique que na verdade incentivou o Governo de Moçambique (GdM) a elaborar os seus novos regulamentos de reassentamento (Human Rights Watch, 2013). Os Projectos de mineração se multiplicaram para se beneficiarem dos ricos recursos naturais do país. No entanto, os direitos sociais e económicos das comunidades rurais que vivem lá têm por vezes sido negligenciados. A secção a seguir reflecte brevemente predominantemente em dois estudos de caso de reinstalação na província de Tete, ou seja, das minas de Moatize e Benga.

A mina de Moatize iniciou a sua construção em 2008, o que resultou no reassentamento involuntário de mais de 1.000 agregados familiares (Human Rights Watch, 2013). A mina de Benga reassentou cerca de 679 agregados familiares com pacotes de remuneração que incluíram casas novas, terrenos, bem como projectos de desenvolvimento socioeconómico adicionais. Ambos os projectos foram criticados pela Human Rights Watch, pela falta de planeamento do reassentamento e preocupações dos reassentados predominantemente relacionados à segurança alimentar e da terra (ibid.).

Com base nesta visão, os seguintes impactos induzidos pelo projecto podem ser evitados na região de Balama através da implementação de medidas de planeamento apropriadas:

 A falta de terra e de insegurança alimentar;

 A dependência de iniciativas de desenvolvimento comunitário; e  Envolvimento da comunidade pobre.

Deve-se notar, entretanto, que este projecto não resultará em qualquer deslocamento físico das famílias. Muito está sendo feito em termos de garantir a segurança alimentar no futuro, o que é detalhado neste relatório.

3.2.3 Impactos Cumulativos de Desenvolvimento da Mina

Um dos pilares centrais sobre os quais as directrizes do IFC se baseiam é a identificação dos riscos e dos impactos de um projecto, a fim de mitigar os impactos cumulativos. O IFC define impactos cumulativos como: “[impactos que] resultem do impacto incremental, sobre as áreas ou recursos utilizados ou directamente afectados pelo projecto, a partir de outros já existentes, planeados ou desenvolvimentos razoavelmente definidos no momento em que os riscos e o processo de identificação dos impactos são conduzidos” (IFC, 2012: p 4). Embora, para o conhecimento da EOH CES, nenhuma outra mina está sendo planeada em estreita proximidade

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com o projecto em mão, os desenvolvimentos futuros da mina poderão adicionar impactos cumulativos para este projecto, tais como mais deslocamentos económicos ou até mesmo o reassentamentos físico de mais agregados familiares.

Impactos cumulativos são especialmente aplicáveis ao sector de mineração, pois tais operações são conhecidas pela poluição do ambiente e da água, emissões de carbono, alterações de terra e impactos sociais. Identificar esses impactos e atenuá-los é razoavelmente simples para uma única mina. Contudo, estes efeitos tendem a acumular-se quando as minas são desenvolvidas em estreita proximidade umas das outras. Isto não só acelera os impactos ambientais, mas também pode aumentar os impactos sociais. Um problema associado é que pouca gestão ou planeamento é feita para tais impactos cumulativos, uma preocupação que foi levantada por alguns na província de Tete, após um aumento no número de áreas de concessão concedidas a empresas de mineração (Human Rights Watch, 2013). Acima de tudo, os impactos cumulativos não registados adicionam problemas para o reassentamento, uma veze que as pessoas que precisam ser de reassentadas agora têm que competir com outras CAPs de outros projectos no que concerne a água, comida e terra (a concorrência muitas vezes leva a conflitos de revindicações de terra e de recursos).

Este relatório do PAR tentou explicar tal desenvolvimento cumulativo, consultando o administrador do distrito em relação a futuros projectos na área (especialmente minas). Nenhum outro projecto de minas ou grande projecto relacionado que possa adquirir um pedaço grande de terra foi identificado.

3.2.4 Segurança da Terra e Segurança Alimentar

Uma das maiores preocupações com o desenvolvimento de projectos de mineração é que a terra pode se tornar restrita para a agricultura dos agregados familiares rurais. Este impacto foi avaliado em ambos os estudos de caso. Algumas das razões para os problemas de terra pós-reassentamento e insegurança alimentar podem ser atribuídas aos seguintes factores:

 Os atrasos na alocação de terra alternativa (por vezes mesmo após as terras terem sido perdidas);

 Terra alternativa não preparada antes da aquisição das terras dos agricultores;

 Ofertas de terras não férteis, que não sejam adequadas para o plantio de insumos agrícolas;

 Terras novas, incapazes de suportar segundas colheitas;

 Dificuldades em encontrar terrenos alternativos sendo que as outras áreas de concessão têm disponibilidade limitada de terras;

 Abastecimento de água irregular nas novas terras alocadas e provisão insuficiente de pontos de água ou de irrigação; e

 A luta com a transição de ter tanto rendimento em dinheiro como propriedades agrícolas, para a dependência exclusiva do ganho de dinheiro.

Factores como estes (entre muitos) podem levar à redução da produção de alimentos, bem como o do número de animais que são mantidos por agregados familiares. Como foi o caso em ambos os estudos de caso, aqueles que foram reassentados expressaram preocupação de que a terra alternativa várias vezes é facilmente reivindicada por outros colonos, resultando em insegurança da terra e, por fim, na perda da terra.

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3.2.5 A dependência de iniciativas de desenvolvimento comunitário

Ambos os estudos de caso incluíam diversas iniciativas de desenvolvimento comunitário, destinadas a restabelecer as condições de vida das pessoas reassentadas. No entanto, pela experiência do passado, esses projectos podem levar anos para se concretizar.

Em ambos os estudos de caso, depois de terem sido reassentados, muitos agregados familiares, “[...] tiveram uma deterioração de suas condições de vida e independência, passando de agricultores capazes de produzir alimentos por grande parte do ano, para comunidades dependentes da ajuda externa e programas de troca de comida por trabalho” Humans Rights Watch de 2013:. p 50). Mais ainda, alguns agregados familiares parecem ter sido muito frustrado com a perda da auto-suficiência, argumentando que o projecto tornou-os dependentes de iniciativas de ajuda, de emprego ou de desenvolvimento comunitário. Claramente, apesar de iniciativas de desenvolvimento comunitário serem essenciais, as CAPs precisam ser apoiadas na recuperação da sua independência na produção de alimentos, especialmente porque a vida de uma mina não é permanente. A fim de fazer isso, a dependência deve ser definida e avaliada com mais cuidado. Por exemplo, essa dependência pode ser o resultado de muitos factores, e não apenas de iniciativas de desenvolvimento comunitário ou do reassentamento.

3.2.6 Participação Comunitária

A participação da comunidade é enfatizada pelo IFC e Banco Mundial. Ao reflectir-se em alguns dos casos de reassentamento passados em Moçambique, a participação da comunidade é essencial em todas as etapas do processo de reassentamento. Embora a participação da comunidade em si não possa garantir bons resultados no reassentamento, é um ingrediente vital em qualquer projecto. Essa participação vai para além do envolvimento com as pessoas afectadas. Trata-se de educar as PAPs sobre os seus direitos no processo de reassentamento e sobre como estes podem fazer parte do processo de tomada de decisão “[...]” as comunidades afectadas por grandes projectos precisam estar cientes dos seus direitos legais e devem ser capazes de participar de forma significativa em todas as etapas de decisão do reassentamento. O planeamento integrado para coordenar os impactos económicos, sociais e ambientais cumulativos do boom dos recursos naturais e os esforços nacionais de redução da pobreza permanece fracos "(Human Rights Watch, 2013:. P 23).

3.3 Princípios do Plano de Acção de Reassentamento 3.3.1 Princípios Orientadores

Um princípio orientador central de um projecto de reassentamento é garantir que nenhuma PAP esteja numa situação pior após o reassentamento. Embora a definição estrita de “pior” continua a ser debatida, dados adequados dos meios de subsistência actuais das PAP podem ser comparados com os seus meios de sobrevivência pós-reassentamento, a fim de garantir que os padrões de subsistência não caiam de forma alguma.

Ao internalizar estes riscos bem documentados do projecto e reflectindo sobre as directrizes do IFC, este PAR adere a vários princípios orientadores (citado de Wet, 2013 e Huggins e Lappeman, 2012). Estes princípios foram discutidos durante um workshop realizado pela equipa social do PAR, com um grupo criado para representar os afectados (ver Capítulo 4).

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Tabela 3.1: Princípios Orientadores do Plano de Acção de Reassentamento

Princípio orientador Acções

Princípio 1: O reassentamento deve ser evitado ou minimizado e concepçoes alternativas de projectos devem ser exploradas

Ao cumprir com este princípio, diversos planos alternativos de disposição de infraestruturas de mina foram discutidos com o cliente. O reassentamento de agregados familiares foi evitado como resultado de uma concepção e disposição alternativas. O deslocamento económico de terras de cultivo, estruturas e campas não pôde ser evitado.

Princípio 2: consultas e participações genuínas devem ser efectuadas.

É importante garantir que as pessoas afectadas não sejam apenas consultadas ao longo do projecto do PAR, mas que os seus direitos e responsabilidades sejam claramente comunicados a eles. Apesar de ter sido decidido que um grupo criado seria o meio mais adequado para a consulta, as seguintes acções foram realizadas:

 Além de reuniões e workshops de grupo, reuniões comunitárias foram também realizadas;

 Os limites do projecto e planos de infrastrutura local foram discutidos com a ETT estabelecida e com os chefes de vila, a obtenção da sua ajuda para o envolvimento com os agricultores e os agregados familiares afectados; e

 PAPs individuais foram entrevistadas e consultadas, durante as entrevistas o processo de PAR foi explicado e os seus direitos claramente comunicados.

Princípio 3: O nível de vida pré-deslocamento será estabelecido

A razão para a definição deste patamar de vida é principalmente o de garantir que os agricultores e / ou agregados familiares afectados não estejam em situação pior após o reassentamento. Aspectos particulares que foram incluídos nesta pesquisa incluem dados dos níveis de produção agrícola (segurança alimentar), e a produção de milho e algodão. As seguintes acções foram realizadas:

 Um inventário de estruturas associadas à terras agrícolas,

 Uma pesquisa sócio económica do nível de base (censo) dos afectados, detalhando a composição do agregado familiar e factores demográficos (inter alia); e

 A avaliação da produção de insumos agrícolas de todos PAP s afectados.

Os inventários foram utilizados para estabelecer direitos, enquanto os dados do censo serão usados como uma ferramenta de monitoria do restabelecimento do dos agregados familiares e/ou agricultores pós-reassentamento.

Princípio 4: Um conjunto equitativo de justa compensação deve ser negociado

Taxas de compensação para culturas ou herdades perdidas foram determinadas pelo Ministério da Agricultura de Moçambique, e serão discutidas com cada agricultor e agregado familiar afectado. Nenhum agricultor será economicamente deslocado até que a compensação integral e justa seja entregue.

Princípio 5: Terras agrícolas alternativas serão fornecidas para os agricultores afectados e suas casas e os esses beneficiários serão assistidos para preparar os seus novos campos durante o processo de aquisição de terra

A fim de mitigar os impactos dos reassentamentos passados, o proponente vai auxiliar os agricultores afectados na prepararão dos seus novos campos, durante o processo de aquisição de suas terras. Sob directrizes do IFC, este é referido como

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Princípio orientador Acções

“Suporte Transitório”: “Suporte Transitório”: deve ser providenciado, conforme necessário, para todas as pessoas economicamente deslocadas, com base numa estimativa razoável do tempo necessário para restaurar a sua capacidade de geração de renda, e padrões de vida “(IFC, 2012: p.7)”.

Princípio 6:O deslocamento deve ocorrer de acordo com os requisitos legais

Este PAR foi compilado e será implementado de acordo com os Regulamentos do processo de reassentamento resultante Actividades económicas, em conformidade com o Decreto n º 31/2012.

Princípio 7: Os Grupos Sociais Vulneráveis devem ser Apoiados

Grupos vulneráveis em particular não têm a flexibilidade social, para suportar a tensão do processo de reassentamento. Embora isso seja muito específico para cada caso, os seguintes membros (principalmente os agricultores neste projecto) podem ser considerados como grupos vulneráveis:

 Os agricultores deficientes;  As Mulheres agricultoras;

 Os agricultores que estão velhos e fracos; e  Membros da família do agregado familiar, que

também possam ser dependentes da terra, como as crianças, os doentes e os idosos.

Tais grupos precisam ser identificados através do GTT e cada caso deve ser investigado para se tornar elegível para o apoio adicional durante todo o deslocamento económico e processo de compensação.

Princípio 8:Deslocamento deve ser visto como um custo 'adiantado' do projecto

O proponente irá garantir que a compensação a ser oferecida e assistência prestada será incorporado no orçamento global do projecto e deve ser claramente definido como tal. Despesas de reassentamento são muitas vezes vistas como externas a um projecto, que é em detrimento deste processo.

Princípio 9: Um programa de monitoria independente deve ser implementado

Todo o processo de reassentamento deve ser monitorado por uma equipa social qualificada, utilizando os dados socioeconómicos de referência para medir contra o pós-reassentamento. Os resultados deste programa de monitoria pós-reassentamento devem ser divulgados para as partes interessadas (especialmente aqueles que tenham sofrido deslocamento e Ministérios do Governo).

Princípio 10: um mecanismo de reclamações deve ser implementado

Um mecanismo de reclamações foi estabelecido e discutido durante as reuniões do GTT, e com a comunidade, mas também com os agricultores individuais.

Princípio 11: As pessoas afectadas devem tornar-se beneficiários directos do projecto de desenvolvimento

Os agregados familiares que serão directamente afectados pelo projecto da mina são aqueles cujas terras terão de ser deslocadas. As boas práticas internacionais defendem que estes devem se tornar os beneficiários directos do desenvolvimento que eles, efectivamente, permitiram. A fim de conseguir isso, o cliente propôs iniciativas de DSE que precisam ser discutidas com o PAPs através do GTT. Estas iniciativas são discutidas no Capítulo 6.

(19)

O relatório elabora sobre as boas práticas internacionais que implicam que os agricultores afectados serão indemnizados por qualquer perda de meios de subsistência, a custos de substituição. Além disso, estes precisam ser abastecidos pelos benefícios do projecto, e de ser apoiados na melhoria da sua fonte de subsistência após o deslocamento económico. A finalidade primordial deste relatório é, portanto, de fornecer ao proponente com uma ferramenta de implementação para assegurar que as estratégias de sobrevivência e capacidade de geração de renda das PAP são melhoradas após o reassentamento económico.

3.3.2 Medidas para Evitar o Reassentamento Involuntário e os Impactos do Mesmo

Um dos princípios mais importantes deste processo do PAR tem sido ajudar o proponente com os designs de layout alternativos para o plano do projecto da infra-estrutura da mina a fim de evitar o reassentamento involuntário dos agregados familiares. Conforme explicado, vários planos de disposição de infraestrutura da mina foram elaborados pelo proponente visam reduzir qualquer impacto socioeconómico. As alterações de disposição progressivas em toda 2013/2014 são ilustradas no Apêndice 1.

Em resumo, a única comunidade que potencialmente exigia o reassentamento físico dos agregados familiares era a Comunidade de Pirira. Embora a estrada através Pirira será melhorada, o plano de disposição tem como objectivo evitar o reassentamento involuntário, reduzir o deslocamento económico e a perturbação de cemitérios e locais significativos culturais, tanto quanto possível, das seguintes formas:

 A Comunidade de Pirira está centralmente localizada na entrada da mina e na proximidade de um dos poços de grafite. Assim, utilizando e melhorando a estrada existente que atravessa Pirira como principal via de acesso da mina é uma opção de disposição prática. Uma grande área da comunidade, que poderiam ser afectada por esse melhoramento foi tamponada e foram examinados os impactos potenciais induzidos pelo reassentamento (famílias ao longo da estrada foram medidas e estruturas adicionais, árvores e/ou culturas foram registadas). Não há previsão para todo o reassentamento das famílias físico, embora tenha sido estabelecido um mecanismo de reclamações por quaisquer problemas potenciais e / ou reassentamento físico no futuro; e

 Após várias visitas ao local pela EOH CES e avaliações da mina através da Comissão Distrital de Reassentamento, os locais de campas e locais sagrados foram marcados e fornecidos ao proponente. As posições de GPS desses locais são fornecidas no Apêndice 2.

(20)

4.

ENVOLVIMENTO DAS PARTES INTERESSADAS E PARTICIPAÇÃO

PUBLICA

4.1 Introdução

As Participações Públicas são um ingrediente central em qualquer PAR, e são ressaltadas pela legislação Moçambicana, tais como o Regulamento do Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (2012), e os Regulamentos da AIA (2008). Além disso, a necessidade de participação do público também é enfatizada pelo Banco Mundial e IFC, em particular a necessidade de divulgar informações sobre o projecto para as pessoas afectadas:

"A divulgação de informações relevantes e a participação das comunidades e pessoas afectadas continuará durante o planeamento, implementação, monitoria e avaliação dos pagamentos compensatórios, das actividades de reposição dos meios de subsistência, e do reassentamento, tendo em vista alcançar resultados que sejam consistentes com os objectivos deste Padrão de Desempenho".

(IFC PD 5, 2012: p. 3) Tal como acontece com o resto deste relatório, este capítulo descreve o envolvimento das partes interessadas e actividades de participação pública realizadas durante o processo de elaboração deste relatório do PAR (até o final de Agosto de 2014). Outras obrigações, como parte da fase de execução do relatório serão detalhadas em relatórios de progresso subsequentes do PAR.

4.2 Requisitos

Em termos de requisitos legais, a legislação Moçambicana acima mencionada requer que qualquer reassentamento ou projecto de deslocamento económico, realize pelo menos quatro consultas públicas com as comunidades afectadas, cada uma delas a ser anunciada nos principais meios de comunicação. Além disso, para este requisito, a lista a seguir apresenta os principais requisitos (conforme os regulamentos moçambicanos, mas também da IFC e do Banco Mundial), em termos de envolvimento das partes interessadas e da participação pública, referentes ao reassentamento ou processo de deslocamento económico:

 Envolvimento a nível da comunidade e/ou dos agregados familiares individuais para apresentar o PAR;

 Envolvimento a nível da comunidade, dos agregados familiares e de oficiais do governo para discutir as estratégias de compensação; e

 Divulgação do PAR e dos quadros de titularidade (Capítulo 7) aos níveis da comunidade, dos agregados familiares individuais e oficiais do governo.

Todos esses requisitos são atendidos por este relatório, as actividades que foram sub-divididas nas seguintes categorias:

 Envolvimento comunitário;  Envolvimento do GTT; e

 Envolvimento das Autoridades Governamentais.

Até ao final de Julho de 2014, foram realizadas cinco visitas de campo pela equipa EOH CES para o PAR. A essas visitas estão apresentadas na Tabela 4.1 abaixo..

(21)

Tabela 4 1: Visitas de campo realizadas até ao fim de Maio de 2014

Nº de Visita de campo Data Principais Objectivos

1 Julho de 2013

Apresentar a equipa de estudo do PAR a cada vila e estabelecer um GTT para o processo de PAR, elegendo dois representantes de cada comunidade.

2 Agosto de 2013

Levantamento e avaliação de todas as famílias e machambas dentro da área de influência da mina.

3 Novembro - Dezembro de

2013

Após alterações da disposiçã do plano de infraestruturas da mina, foi feito o levantamento de novas machambas.

4 Maio de 2014

 Divulgação do relatório do PAR para o Administrador do Distrito e as comunidades afectadas, de acordo com o Regulamento Moçambicano do processo de reassentamento Resultante de Actividades Económicas (2012);

 Para estabelecer uma comissão

técnica à nível provincial e divulgar o relatório a mesma;

 Discutir os pacotes de compensação com os agricultores afectados e GTT; e  Aviliar as restantes machambas.

5 Agosto

 Para o levantamento de mais algumas machambas dentro AdI da mina, possivelmente, a seemr afectadas;  Discutir o relatório do PAR com o

Director geral (dr. Dinis Napid0) e fazer as alterações necessárias;

 Discutir a criação de um departamento social (para a mina para implementar o relatório do PAR) com o dr. Napido e desenvolver um plano de acção e caminhos a seguir para este departamento;

 Reunião com a Comissão Distrital de Reassentamento para verificar como a Comissão interpreta as taxas de colheitas e árvores do Governo e como estas devem ser aplicadas ao plano de compensação do PAR;

 Discutir o Programa de

Desenvolvimento de Agricultores para o (PDA) com o dr. Napido e a comissão, através do qual a mina vai cumprir as suas obrigações no que diz respeito ao PAR a fornecer e apoiar os agricultores com os seus novos campos após ter sido paga uma indemnização; e

 Avaliar a terra alternativa que a Comissão identificou como terra de substituição.

O capítulo seguinte fornece um resumo de todas as actividades de participação pública realizadas até a data como parte deste PAR. Como o PAR foi apresentado durante várias reuniões comunitárias realizadas como parte da AIS realizada em Março de 2013, estas reuniões também foram incluídas.

(22)

4.3 Envolvimento da Comunidade

4.3.1 Visão geral

A Tabela 4.2 resume todas as participações públicas relacionadas com o PAR, realizadas até Finais de Agosto de 2014.

Actas de todas as reuniões relacionadas com o PAR foram elaboradas e estão anexas a este relatório como Apêndices (3-14). A maioria das reuniões foram presididas pela Sra. Saranga (EOH CES), traduzidas para Português pela Sra. Saranga e em Macua (a língua local), por representantes da comunidade presentes.

A Tabela 4.2 abaixo detalha cada reunião realizada. Esta tabela exclui reuniões internas realizadas com a gestão da mina em todo o processo de PAR.

Tabela 4 2: Plano de Acção de Reassentamento (PAR) – actividades relacionadas com a participação pública até Agosto de 2014.

Comunidade Data Nº de

Participantes Objectivo/s

Avaliação de Impacto Social (Março de 2013)

Nquide 04/03/2013 150 Obter a permissão dos moradores para realizar um levantamento para a AIS, bem como apresentar o PAR e explicar que algumas machambas podem ser afectadas e / ou perdidas pelo empreendimento

Ntete 04/03/2013 100

Maputo 05/03/2013 80

Pirira 05/03/2013 40

Visita de campo do Plano de Acção de Reassentamento um e dois - (Julho- Agosto de 2013)

Ntete 08/07/2013 23

Apresentar a equipa social do PAR e estabelecer um GTT elegendo dois representantes de cada vila

Nquide 2013/09/07 25

Maputo 2013/09/07 41

Pirira 10/07/2013 102

Nquide

06/08/2013

44  Explicar o processo de avaliação de terras e apresentar trabalhadores de campo recrutados pelos CES para cada vila;

 Ler para os moradores os seus direitos relacionados com o reassentamento de acordo com a Constituição de Moçambique e as directrizes de reassentamento;

 Apresentar os membros do GTT e explicar o funcionamento desse grupo; e

 Estabelecer um mecanismo de reclamações.

Maputo 30

Pirira 102

Ntete 52

Divulgação do Relatório de Âmbito do trabalho de Avaliação do Impacto Ambiental, Social e de Saúde

Ntete 19/08/2013 198

Divulgar o relatório de definição do âmbito do processo de AIASS, mas também discutir o

PAR

Nquide 19/08/2013 104

Pirira 20/08/2013 83

Maputo 20/08/2013 191

Ntete 19/08/2013 198

Visita de campo 3 do Plano de Acção de Reassentamento - (Novembro Dezembro de 2013) Todos os

líderes da vila

28/11/2013 14

Informá-los do propósito da terceira visita ao local, ou seja, para avaliar mais machambas, mas também para inspeccionar algumas machambas que foram deixadas de fora durante o período anterior da pesquisa, em Agosto de 2013.

Visita de campo do Plano de Acção de Reassentamento quatro: Divulgação do Relatório do PAR(Maio de 2014)

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