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Modalidade de Trabalho: Resultados de investigações Desafios Para a Formação Profissional na América Latina e Caribe

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Desafios para a articulação do projeto de formação dos assistentes

sociais no contexto do Mercosul

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Ana Lúcia Suárez Maciel2 ana.suarez@pucrs.br Aline Vieiro Kowalski3 alkowalski@hotmail.com Érica M. Bomfim Bordin4 erica_bordin@yahoo.com.br

Marisa Camargo5 marisacamargo_ss@hotmail.com Viviane Franceschetto de Menezes6

vivianefran@gmail.com

Modalidade de Trabalho: Resultados de investigações

Eixo Temático: Desafios Para a Formação Profissional na América Latina e Caribe

Introdução

A globalização vivenciada no contexto mundial nas últimas duas décadas vem impondo, cada vez mais, o resgate das identidades continentais, regionais e locais. Na profissão de Serviço Social, no contexto latino-americano, tal fenômeno não é recente, pois a profissão desde o Movimento de Reconceituação, desencadeado nos anos de 1960, vem empreendendo esforços para efetivar a sua articulação no referido continente. Entretanto, novas requisições passam a demandar da profissão uma maior efetividade no seu processo organizativo, tendo em vista o avanço dos acordos, principalmente, econômicos que passam a ser feitos no continente e, em particular, na integração do bloco denominado Mercado Comum do Sul – MERCOSUL. Esses acordos rebatem, diretamente, no trabalho profissional e, consequentemente, exigem um reposicionamento dos projetos de formação da profissão.

Neste sentido, o presente artigo aborda os principais desafios postos para a articulação do projeto de formação dos assistentes sociais no contexto do MERCOSUL

1 Ponencia presentada en el XIX Seminario Latinoamericano de Escuelas de Trabajo Social. El Trabajo Social en la

coyuntura latinoamericana: desafíos para su formación, articulación y acción profesional. Universidad Católica

Santiago de Guayaquil. Guayaquil, Ecuador. 4-8 de octubre 2009.

2 Assistente Social, Doutora em Serviço Social, Professora e Pesquisadora da Faculdade de Serviço Social da PUCRS (Graduação e Pós-Graduação). Endereço: Avenida Ipiranga 6681, Prédio 15, 3º andar, Sala 325. Porto Alegre/RS. Telefone: (51) 3320-3500, Ramal: 4115.

3 Assistente Social, Doutoranda em Serviço Social, Pesquisadora Associada ao Grupo de Pesquisa em Políticas do Ensino Superior e Formação em Serviço Social vinculado à Faculdade de Serviço Social da PUCRS.

4 Assistente Social, Mestre em Serviço Social, Pesquisadora Associada ao Grupo de Pesquisa Políticas de Ensino Superior e Formação em Serviço Social vinculado à Faculdade de Serviço Social da PUCRS.

5 Assistente Social, Especialista em Atenção Básica em Saúde Coletiva, Mestranda em Serviço Social do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS, bolsista integral do CNPq.

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tendo como principais referências os dados de uma pesquisa realizada, nos anos de 2007 a 2008, no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Saúde, Trabalho e Formação da Faculdade de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, que abordou a temática trabalho e formação dos Assistentes Sociais, intitulada “Configurações e Tendências da Formação e do Trabalho do Assistente Social no

MERCOSUL”. Aliado a essas referências, o artigo respalda-se na análise dos documentos

produzidos pelo Comitê MERCOSUL de Organizações profissionais de Serviço Social, criado em 1996, que condensa os avanços e impasses para a organização da categoria e, também, em algumas referências bibliográficas produzidas nos últimos anos com relação ao tema em foco neste texto.

Objetivo: O presente artigo tem como objetivo favorecer a reflexão acerca dos desafios

que se colocam para a articulação dos projetos de formação da profissão de Serviço Social no MERCOSUL.

O Serviço Social no contexto do MERCOSUL

O MERCOSUL constitui-se como um bloco econômico periférico e é formado pelos seguintes países: Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil. Recentemente, a Venezuela incorporou-se ao grupo como convidada dos demais países que compõem o bloco. Pelo fato de não ter se apropriado dos avanços tecnológicos e ter sua produção dependente dos países centrais, é um bloco que não possui relevância política nas decisões tomadas em nível mundial. Sendo assim o MERCOSUL depende mais do mundo do que o mundo do MERCOSUL (LAFER apud MATHIAS, 2002).

Em 26 de março de 1991, as Repúblicas da Argentina, Federativa do Brasil, do Paraguai e da República Oriental do Uruguai, denominadas “Estados Partes” assinaram o tratado para a constituição de um mercado comum e o esforço para o desenvolvimento progressivo da integração no contexto da América Latina, o chamado Tratado de Assunção. O acordo partiu da identificação da necessidade de ampliar as dimensões dos mercados nacionais dos referidos países através da integração para acelerar os processos de desenvolvimento econômico com justiça social e da reafirmação da vontade política de deixar estabelecidas as bases para uma união progressivamente mais estreita entre seus povos (Tratado de Assunção, 1991). No contexto do Tratado de Assunção, ficaram estabelecidas as implicações do Mercado

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Comum, quais sejam:

A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente; O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais; A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes, de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes; e O compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração (Tratado de Assunção, 1991, Art. 1).

No âmbito do Serviço Social, a discussão e a mobilização com relação ao MERCOSUL iniciaram-se quatro anos após a assinatura do Tratado de Assunção que oficializou a organização do bloco no ano de 1991. Em 1995, as representações da categoria profissional firmaram um protocolo de intenções que criou o Comitê MERCOSUL de Organizações profissionais de Serviço Social, organizado com a representação da Argentina, do Brasil e do Uruguai, o Comitê foi formalmente criado em 14 de março de 1996 e trabalha desde a sua formação com:

[...] La percepción de la necesidad de articulación, aunque en un contexto de riscos e incertidumbres, puesto que hay, entre los actores del momento presente, la consciencia de que el Mercosur es un bloque periférico, que busca su inserción en el globo más allá de una visión ingenua de homogeneidad latinoamericana, que no existe, pero con la perspectiva de construcción de articulación alrededor de intereses comunes y búsqueda de la unidad política, mismo en médio a la diferencia [...] (CONSEJO..., 2006, p.11).

O Comitê orienta-se pelos seguintes objetivos:

Construir um proyecto colectivo ético-político para el Mercosur y América Latina, que pueda contribuir para el fortalecimiento de las (os) trabajadores sociales y las organizaciones que les representan; Promover en el Trabajo Social latinoamaericano um ejercicio profesional competente (teórica y técnicamente) y comprometido (ética y políticamente) con las demandas sociales, garantizando la efectivación de los derechos humanos (CONSEJO..., op.cit, p. 11).

Em 1998, o Paraguai passou a fazer parte do Comitê, cujo teor das discussões nos dois anos seguintes – 1998/1999 –, centrou-se nos princípios éticos e na

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regulamentação do exercício profissional no Bloco em questão. O Chile, no ano de 1999, passou a compor o comitê como convidado.

No ano de 2000, na cidade de Montevidéu (Uruguai), foi finalizado o Código de Ética do Serviço Social comum para os países membros do MERCOSUL. No que diz respeito aos princípios éticos e políticos básicos da categoria profissional no MERCOSUL, destaca-se a defesa pelo exercício profissional competente; a criação, defesa e consolidação da regulamentação da profissão; a garantia do pluralismo; a fiscalização do exercício profissional; a formação permanente e a inclusão da ética nos currículos e a garantia de condições dignas de trabalho para os profissionais (CONSEJO..., ibidem, p.13).

Como produto da reunião do Comitê MERCOSUL, realizada em Curitiba em 2001, com representantes das organizações profissionais da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, a Declaração de Curitiba registrou algumas conquistas importantes, a saber:

La normatización y creación de referencias comunes para el ejercicio profesional temporário en el ámbito del Mercosur, que están de acuerdo con las exigencias de un Código de Ética común, con el reconocimiento de las organizaciones de fiscalización y formación, lo que pone al Comité frente a nuevas demandas de articulación y mejoramiento de la experiencia interamericana, en el rumo de marcar una presencia fuerte y decisiva en el ámbito más amplio de la FITS. El inicio de procesos que posibilitan el avance profesional como: la aprobación de un proyecto de revisión curricular y el inicio de la discusión sobre la reglamentación profesional en Paraguay y la aprobación del Código de Ética en Uruguay (COMITÉ MERCOSUR..., 2001, p.1).

No que tange à expansão organizativa do MERCOSUL, existe uma proposta criada em outubro de 2002 e atualizada em abril de 2003 pelo vice-presidente para a América Latina e Caribe – Juan Manuel de Latorre, que até 2006 não havia sido processada por nenhum dos países que integram o Comitê MERCOSUL. No conteúdo dessa proposta, foram identificados problemas da profissão relacionados à formação e ao exercício profissional e traçadas linhas gerais para a configuração de um Plano de Trabalho Regional que estabelece três pilares: fortalecimento das organizações nacionais e estruturação e/ou fortalecimento dos espaços sub-regionais, ambos em curto prazo e a configuração de uma organização latino-americana similar à Asociación Latinoamericana de Enseñanza e Investigación en Trabajo Social – ALAEITS com um sistema de financiamento e estrutura próprios (CONSEJO..., 2006). O MERCOSUL foi citado dentre os avanços organizativos e político-associativos a serem difundidos entre as organizações.

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Atualmente, o Comitê MERCOSUL de Organizações Profissionais de Serviço Social é coordenado pelo Uruguai e integra Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O Comitê já passou por cinco coordenações que tem duração de dois anos em esquema de rodízio entre os países. A tônica das discussões por ele empreendidas tem sido em termos das condições para o exercício profissional e os princípios éticos presentes no mesmo.

Os desafios para a articulação da profissão no bloco

Os dados da pesquisa realizada nos anos de 2007 a 2008 com os profissionais e docentes da profissão na Argentina e no Uruguai, teve como objetivo geral: Analisar as principais configurações da formação e do trabalho dos assistentes sociais na Argentina e no Uruguai, com vistas a compreender a sua conformação no âmbito do MERCOSUL.

A realidade dos países pesquisados (Argentina, Brasil e Uruguai) aponta para o seguinte contexto:

- Regulamentação da profissão: na Argentina há um Estatuto Profissional em nível nacional e provincial; no Brasil, a Lei nº. 8662/93, única em território nacional e no Uruguai não há lei de Regulamentação da Profissão.

- Organização da categoria: na Argentina encontram-se o Consejo Profesional de Graduados en Servicio Social o Trabajo Social, a Federación Argentina de Asociaciones Profesionales de Servicio Social – FAAPSS (agrupa conselhos profissionais) e a Asociación Argentina de Formación Acadêmica de Trabajo Social - AAFATS (agrupa escolas formadoras). No Brasil, há Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, os Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS e a Associação Brasileira de Pesquisa e Ensino em Serviço Social – ABEPSS e no Uruguai, apenas, a Asociación de Asistentes Sociales del Uruguay – ADASU. Tanto na Argentina, quanto no Uruguai não há obrigatoriedade de registro para fins de habilitação, como ocorre no Brasil.

- Direção ética da profissão: na Argentina há um código de ética em nível nacional e outro em cada província; no Brasil, há um código de ética único em nível nacional e sua última versão data de 1993 e no Uruguai, há um código de ética, o primeiro do país, que data de 2001.

- Unidades formadoras: são 367 Unidades de Ensino em Serviço Social (34 na Argentina, 331 no Brasil e 02 no Uruguai) e mais de 100 mil profissionais atuando nos três países (34 mil na Argentina e 75 mil no Brasil). Destaca-se que o número de Institutos de

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Ensino Superior – IES que ofertam o curso de Serviço Social é bastante desproporcional, sendo necessário, entretanto, considerar suas características geográficas. Argentina e Uruguai possuem essas mesmas características e há um significativo número de IES no primeiro país. O número reduzido de IES no Uruguai decorre da forte e quase, exclusiva, responsabilidade do Estado com a educação superior

Em face da organização da categoria no bloco, através do Comitê MERCOSUL, e considerando-se os dados da referida pesquisa, pode-se elencar alguns desafios para a profissão no contexto da sua integração regional, quais sejam: o desafio da articulação político-profissional e a articulação acadêmica.

No que se refere ao desafio da articulação político-profissional, identifica-se: a) A premência pela definição de critérios para a livre circulação dos profissionais no bloco, tendo em vista que nos países pesquisados, a profissão é regulamentada em dois (Argentina e Brasil) e não regulamentada no Uruguai, o que poderá vir a prejudicar a atuação dos oriundos deste último;

b) O fortalecimento do Comitê, através da sua regionalização nos países e da exploração da posição geográfica das cidades de fronteira para a interiorização da agenda política da profissão. Uma estratégia viabilizadora dessa regionalização encontra-se na proximidade de algumas Unidades de Ensino que poderiam iniciar a aproximação entre os países nas zonas de fronteira, assim como os profissionais que atuam nas cidades gêmeas;

c) A necessidade da participação da profissão nas discussões do Comitê Educacional do MERCOSUL;

d) A inclusão do movimento estudantil no Comitê, a fim de favorecer a participação dos estudantes nesse debate;

e) A definição do significado acerca da profissão que permanece indefinida, no âmbito do bloco, e que será objeto de discussão na próxima Conferência Mundial que ocorrerá em 2010:

Sobre la definición del servicio social, en marzo de 2008 el CFESS solicitó a las entidades que integran al Comité MERCOSUR la elaboración de textos analíticos sobre la definición de servicio social, con objetivo de editar una colectánea de textos a ser distribuida durante la Conferencia Mundial de 2008. Infelizmente, ninguna entidad envió los textos, de modo que la publicación no ha sido posible prepararla. Permanece, así, como punto de la agenda del Comité MERCOSUR, el compromiso de debatir la definición de servicio social en el ámbito de América Latina, y presentar sus contribuciones durante la Conferencia Mundial de Hong Kong, en 2010 (Comitê MERCOSUL, 2008, p.3).

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No que se refere ao desafio acadêmico, destaca-se:

a) O reconhecimento das diferenças em termos da trajetória histórica, teórica e metodológica da profissão em cada país, sendo comum a sua gênese vinculada à religião católica, entretanto, os desdobramentos dos projetos de formação e intervenção possuem diferenças significativas;

b) A importância da regulamentação do ensino superior, pois em dois países pesquisados, o ensino superior é regulamentado (Argentina – Lei Nacional nº 26206/06 e Lei Nacional nº 26058/06, não universitária) e Brasil (Lei de Diretrizes e Bases – LDB, nº 9394/1996 e Decreto 3860/2001) e no Uruguai não existe essa regulamentação;

c) Em termos de projeto de formação, nos três países a mesma é de nível superior, entretanto, na Argentina há uma formação não universitária. Quanto ao tipo de titulação: na Argentina é universitária e, também, terciária não universitária e conduz ao título de Licenciado em Trabalho Social/Serviço Social e Assistente Social; no Brasil é universitária e conduz ao título de Assistente Social e no Uruguai é universitária e conduz a três tipos de titulação: Assistente Social Universitário, Licenciado em Trabalho Social e Licenciado em Serviço Social;

d) O estreitamento das relações entre as Unidades de Ensino mediante os projetos de cooperação acadêmica, os intercâmbios de profissionais, docentes e estudantes, a realização de eventos conjuntos, entre outros;

e) O compartilhamento das produções científicas da área, favorecendo a apreensão da produção do conhecimento da profissão no âmbito do bloco;

f) A discussão sobre as diretrizes curriculares comuns para a formação na área, embora se constate que:

Ese tema presenta propuestas de encaminamientos deferentes en el ámbito del Comité MERCOSUR. La elaboración de parâmetros comunes fue discutida en todas las reuniones, con todo, algunos países consideran que el tema debe ser remetido a la ALAEITS, enguanto otros discordan de la postura de definir como ámbito exclusivo de las definiciones en torno a la formación profesional, solamente a las unidades académicas y ALAEITS. De ese modo, cabe al Comité avanzar en el debate, y aprobar uma posición, para que pueda avanzar en el debate con la propia ALAEITS (Comitê MERCOSUL, 2008, p.5).

Ainda quanto às diretrizes da formação, somente o Brasil possui diretrizes curriculares, sendo que nos demais país predomina a liberdade de cátedra, o que pode

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explicar a demanda, em ambos, por uma formação teórica mais rigorosa, crítica e referenciada.

Em face da realidade acerca da discussão das diretrizes curriculares comuns para a formação do assistente social, sugere-se que sejam incorporados nos atuais projetos de formação, a discussão sobre a integração regional, o estudo da formação sócio-histórica da América Latina e, em particular, dos países membros do MERCOSUL, com o intuito de apreender a configuração da questão social e, com isso, identificar as principais demandas para o trabalho profissional, com vistas à subsidiar a intervenção profissional.

Conclusões

A aproximação com a realidade da formação e do trabalho dos assistentes sociais na Argentina e no Uruguai, mediada pela pesquisa socializada, em parte, neste artigo, aliada à nossa vivência na realidade brasileira nos aponta para importantes desafios que se colocam para que se efetive uma proposta comum e integrada da categoria profissional no âmbito do MERCOSUL, com destaque para a/o:

- Importância da construção de projetos comuns para a formação e o trabalho profissional, fortalecendo a identidade comum da profissão no Bloco e, com isso, suas possibilidades de enfrentamento das contradições postas pela atual ordem mundial que internacionaliza a economia, a partir do descompasso dos sistemas de proteção social;

- Premência de constituição de espaços, formais e informais, que promovam a socialização da produção da área, bem como sejam capazes de fomentar a discussão acerca da realidade da formação e do exercício profissional. A pesquisa vem evidenciou as dificuldades em acessar essas informações, apesar da proximidade geográfica dos países, apontando para a necessidade da profissão rupturar esse distanciamento e construir canais de comunicação favorecedores de uma real integração;

- Protagonismo de vários sujeitos profissionais que tem empreendido iniciativas importantes para a integração da categoria profissional, sendo fundamentais nesse processo de constituição de alianças e parcerias que objetivam, em última instância, retomar o projeto coletivo da profissão no âmbito da América Latina. Projeto esse que foi paralisado pelas ditaduras militares, vivenciadas nas décadas de 60 a 80 do século passado, tendo nos legado, como herança e desafio, a necessidade de retomá-lo e demonstrar, na prática, que somos capazes de superar esse tempo e avançar de forma consoante com nossos princípios profissionais. Eis o grande desafio que se coloca ao

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Serviço Social no processo de conformação dos blocos de integração regional como é o caso do MERCOSUL.

A busca de organização latino-americana, no âmbito da formação e do exercício profissional, vem ao encontro da necessária integração entre os países no contexto do MERCOSUL e do fortalecimento da categoria profissional dos assistentes sociais, historicamente identificada com os movimentos de resistência e enfrentamento das manifestações da questão social.

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