• Nenhum resultado encontrado

Fluxograma sistema respiratório

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Fluxograma sistema respiratório"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Fluxograma sistema respiratório

(2)

QUADRO RESPIRATÓRIO EM PACIENTES HIV

 Pacientes com infecção pelo HIV possuem risco maior que a população geral para desenvolverem Pneumonia, Tuberculose, além dos quadros específicos da imunodeficiência, como Pneumocistose, Histoplasmose, criptococose .

 Os quadros respiratórios, principalmente os infecciosos, são a principal causa dos atendimentos realizados no Pronto Socorro da FAMEMA e geralmente há necessidade de internação.

 A apresentação clínica dos quadros respiratórios pode ser muito semelhante, sendo necessários vários exames para o diagnóstico definitivo.

 Existe em geral uma relação entre as infecções respiratórias e o Nível de CD4:

CD4 < 200 cel/ml CD4 < 100 cel/ml CD4 < 50 cel/ml

Pneumocistose. Pneumonia por Criptococo.

Pneumonia Bacteremiana.

Tuberculose

Pneumonia por Pseudomonas aeruginosa Toxoplasma gandii. Sarcoma de Kaposi Histoplasma capsulatum Aspergillus Citomegalovírus Mycobacterium avium.

Questionar na história clínica

 Duração dos sintomas:

 Agudo – até 7 dias: a maior probabilidade é de Pneumonia Bacteriana.  Subagudo – entre 7 dias e 1 mês: a maior probabilidade é de Pneumocistose.

 Crônico – Mais de 1 mês: a maior probabilidade é de Tuberculose ou Infecções fúngicas  Tosse e expectoração:

 Seca ou com secreção hialina é comum na pneumocistose

 Produtiva, ou purulenta é comum na pneumonia bacteriana ou tuberculose  Hemoptise: pode ocorrer na tuberculose.

 Falta de ar: em repouso, aos esforços, progressiva sugere pneumocistose.  Sintomas constitucionais:

 Febre e sudorese freqüente na pneumonia bacteriana, tuberculose ou infecções fúngicas

 Perda de peso pode ocorrer na Tuberculose e infecções fúngicas.

 Quando há alterações do estado mental associadas ao comprometimento respiratório, pensar em Toxoplasmose e Criptococose.

(3)

 Linfonodopatia, odinofagia e alterações visuais podem ocorrer em quadros por Citomegalovirose.

 Investigar possível contato com pessoas portadoras de Tuberculose.

 Profissionais de saúde, presidiários e moradores de rua estão sob maior risco desta infecção.

 No HIV a incidência de Tuberculose primária é maior que em outros grupos, quando é mais comum casos de reativação.

Exame Físico

 Identificar sinais de sepse ou de infecção respiratória grave:

 Taquicardia: FC > 100 bpm; Taquipnéia: FR > 24ipm; Temp. > 37,8⁰C.

 Oximetria de pulso: se SatO2 < 90% indica gravidade

 Ausculta pulmonar: Estertoração, diminuição do murmúrio, sibilos.

 Alterações na pele por infecções bacterianas, fúngicas, virais e neoplásicas podem estar associadas com as alterações pulmonares.

 Fundo de olho pode mostrar alterações virais, fúngicas e por micobactérias.

Exames a serem solicitados

Todo paciente com HIV e quadro respiratório moderado/grave ou em sepse deve ser solicitado:

 RaioX de Tórax;

 Hemograma, DHL, Uréia, Na, K, glicemia;

 DHL normal: torna o diagnóstico de Pneumocistose improvável.

 DHL elevado: ocorre na pneumocistose e em menor nível na Tuberculose.

(4)

 Hipoxemia sugere pneumocistose (se <70mmHg indica severidade da doença e necessidade de corticosteróides) ou Pneumonia grave.

 2 Hemoculturas: pode diagnosticar a etiologia da Pneumonia bacteriana  Pesquisa de BAAR e fungos no escarro.

 Quando a tosse for seca, sem expectoração estimular a produção de escarro através de nebulização com solução salina hipertônica.

 Tomografia de Tórax:

 Útil quando se suspeita de Pneumocistose e radiografia normal (padrão de vidro-fosco)

 Útil para avaliar derrame pleural, adenomegalia intratorácia, nódulos pulmonares e cavitações.

Avaliação de Gravidade

Pacientes com os seguintes sinais de gravidade tem necessidade de internação 1. CD4<200cel/ml (se disponível).

2. Oximetria de pulso < 90% ou pO2 < 70mmHg . 3. Comprometimento bilateral ou multilobar. 4. Sepse grave:

• Débito urinário < 0,5 ml/kg/h em 2h ou Creatinina > 2 mg/dl. • Acidose metabólica inexplicada.

 PH ≤ 7,3 com BE ≤ 5.  Déficit de base > 5 meq/l.

 Lactato plasmático > 1,5 valores normais.  Saturação Venosa de Oxigênio < 70%. • Hipotensão:

 PA sistólica < 90mmHg ou queda maior que 40mmHg. • Disfunção orgânica não explicada

 Alteração do estado mental nova ou Escala de Coma de Glasgow < 13.

 Bilirrubinas > 3mg/dl.  Plaquetas < 100.000

 INR > 1,5 ou TTPa > 60 segundos.

 Glicose > 150 em pacientes não diabéticos.

• Choque Séptico: Hipotensão refratária apesar da ressuscitação volêmica adequada, associada com disfunção de órgãos.

Realizar ressuscitação Volêmica: 20-40ml/kg EV em 30min. Repetir se necessário 2-3 vezes, avaliando periodicamente FC, FR, FC, Diurese e Ausculta pulmonar.

(5)

Diagnósticos Diferenciais

Manejo

1. Sintomas Agudos <1 semana 2. Sintomas crônicos 7-30 dias

1.1.Raio-X Normal

 IVAS

2.1 Raio-X Normal

Pneumocistose mais provável que Tuberculose OBS.: Checar DHL, pO2, Pedir pesquisa de BAAR 1.2 Raio-X Alterado

 PNM Bacteriana mais provável que Tuberculose e Pneumocistose

2.2 RaioX Alterado

 Intersticial, Difuso Bilateral, Peri-hilar : Pneumocistose

 Raio-X Consolidação Localizada: Tuberculose Pneumonia

Bacteriana

Pneumocistose Tuberculose

Tempo de duração dos sintomas

Agudo ( 7 dias) Sub-agudo ou Crônico

7 a 30 dias

Crônico

>30dias

Tosse seca Pode ocorrer no início

Presente Pode ocorrer

Expectoração purulenta

Presente Ausente. Se presente pensar em PNM associada

Pode ocorrer

Febre Presente Geralmente ausente Noturna com calafrios

Raio X Consolidação lobar ou segmentar, usualmente unilateral. Padrão reticular, intersticial simétrico peri-hilar

Aspecto de vidro fosco na TC

Consolidações

segmentares e unilaterais. Cavitações e derrame pleural podem estar presentes

CD4 >200 < 200 Qualquer valor de CD4

DHL Baixo Alto Pode estar aumentado

pO2 Baixo nas

pneumonias graves.

< 70mmHg indica gravidade e necessidade de corticóide.

(6)

Sintomas Agudos (<1 semana)

1.1. Radiografia Normal:

 IVAS

 Se persistirem os sintomas solicitar T.C. tórax e considerar Pneumocistose.

1.2. Radiogragia alterada:

 Pneumonia bacteriana mais provável que Pneumocistose e Tuberculose.

 Considerar internação e se suspeitar de Pneumocistose. Sempre investigar Tuberculose.

2.

Sintomas sub-agudos/crônicos (>1 semana

)

2.1 Radiografia normal

 Pneumocistosemais provável . Secundáriamente pensar em Pneumonia e Tuberculose.

 Sempre investigar Tuberculose.

 Iniciar tratamento empírico para Pneumocistose, particularmente se DHL elevado e hipoxemia presente.

 Se clínica mista ( expectoração presente ) iniciar tratamento para Pneumocistose e Pneumonia.

2.2 Radiografia com infiltrado alveolar

 2.2.1 Se tosse sem expectoração iniciar investigação específica e tratamento específico para Pneumocistose e Pneumonia.

 2.2.2 Se tosse com expectoração iniciar tratamento empírico para Pneumonia e considerar investigação de Tuberculose.

Tratamento

Primeira opção

Pneumocistose Trimetoprin/Sulfametoxazol:

15-20mg TMP/kg/dia EV (3-4 ampolas em SG5% 250ml de 8/8 ou 6/6h) 21 dias. Quando PaO2 < 70mmHg em ar ambiente ou gradiente alveolar/arterial de O2 > 35 mmHg.

Prednisona 40mg 2x/d até o quinto dia, 40mg/dia até o décimo e 20mg/dia até completar 21 dias.

Tuberculose Rifampicina+ Izoniazida + Pirazinamida+ Etambutol ( 150/75/400/275) Coxip 4 ( 36 a 50kg = 3 comprimidos; >50kg = 4 comprimidos).

(7)

Pneumonia Bacteriana

1.Casos leves a moderados:

 Ampicilina+( Azitromicina ou Doxiciclina )

 Amoxacilina clavulanato+( Azitromicina ou claritromicina) 2.Casos graves:

 Ceftriaxone + Azitromicina

Não utilizar Fluorquinolonas até que o diagnóstico de Tuberculose seja excluído.

Sinais de gravidade presentes

Instituir tratamento para Pneumocistose e Pneumonia.

Referências

1. Everett Charles K., Fei Matthew W., Huang Laurance. Respiratory Emergencies in HIV-Infected Persons. Emergency Medicine Clinics of North America, vol.28, p.283-298, 2010. 2. Ronald D. Wilcox. HIV in the emergency department. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone,

Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.440-450.

3. Peter DeBlieux, Claudia Barthould. Community-Acquired Pneumonia and Bronchitis. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.75-90.

4. Juzar Ali. Tuberculosis. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.91-111.

5. Gerald R. Donowitz. Acute pneumonia. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.891-916. 6. Robert’s Munford, Anthony F. Suffredini. Sepsis, severe sepsis and sepsis shock. In: Gerald

L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.987-1010.

7. Paul E. Sax. Pulmonary manifestation of human imunnodeficiency virus infection. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1737-1744.

(8)

8. Henry Massur. Management of opportunistic infections associated with human imunnodeficiency virus infection. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1855-1886.

9. Donald E. Craven, Alexandra Chrouneou. Nosocomial pneumonia. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.3717-3724.

10. Boyton R.J. Infectious lung complications in patients with HIV/AIDS. Current Opinion on Pulmonary Medicine; vol.11, p.203, 2005.

11. Kanmogne G. D. Noninfectious pulmonary complications of HIV/AIDS. Current Opinion on Pulmonary Medicine; vol.11, p.208, 2005.

12. Grubb J. R., Moorman A. C., Baker R. K., Masur H. The changing spectrum of pulmonary disease in patients with HIV infection on antiretroviral therapy. AIDS; vol.20, n.1095, 2006. 13. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil – Brasília, 2011.

14. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes brasileiras para pneumonia adquirida na comunidade em adultos imunocompetentes – 2009. Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol. 35, ed. 6, p. 574-601, 2009.

15. Comissão de Tuberculose da SBPT, Grupo de Trabalho das Diretrizes para Tuberculose da SBPT. III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol. 35, ed. 10, pag. 1018 – 1048, 2009.

16. The Surviving Sepsis Campaign: Results of an international guideline-based performance improvement program targeting severe sepsis . Critical Care Medicine, vol. 38, ser.2, pag. 367-374, February 2010.

17. Diane E. Stover. Approach to the HIV-infected patient with pulmonary symptoms. In: Barbara H. McGovern, editor. www.uptodate.com, visited on may of 2011.

18. Barbier F., Coquet I., Legriel S., et al. Etiologies and outcome of acute respiratory failure in HIV-infected patients. Intensive Care Medicine; vol.35, n.10, p.1678–1686, 2009.

19. Mandell L. A., Wunderink R. G., Ansueto A., et al. Infectious Disease Society of America/American Thoracic Society Consensus Guidelines on the management of community-acquired pneumonia in adults. Clinical Infectious Diseases; vol.44, p.27–72, 2007.

Referências

Documentos relacionados

Mas o que estas histórias têm a ver com alimentação para estarem sendo recontadas num trecho do capítulo através do qual eu me propus a falar de comida? Sugiro pegar um

Segundo Ribeiro (1988) a produção agroindustrial concentrava-se em parcerias com pequenos produtores, principalmente na produção de fumo e na atividade avícola. Naquela

Para ligar instrumentos e outros tipos de equipamento ao MIC800, utilize ligações jack mono de 6,3 mm ou jack stereo de 6,3 mm, da forma seguidamente ilustrada. Para mais

[r]

O Usuário é titular de todo o conteúdo que inserir na Plataforma, sob qualquer forma. O Usuário declara, ainda, que o conteúdo inserido na Plataforma é de sua autoria ou, sendo

Como pode ser observado na Tabela 2, o número de formas adultas recuperadas do intestino delgado dos animais, em todos os grupos tratados, foi estatisticamente maior (p

4.11) emissão de listas de presença por sala de prova, para coleta de assinatura dos candidatos, contendo: identificação do local de aplicação (campus), data,

Therefore, the objective of this study was to evaluate the duration and severity of drought events from 1988 to 2018 in hydrographic basins of the state of Pernambuco, Brazil,