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AS CASAS DA ECOLOGIA: ANÁLISE DAS TIPOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NO BAIRRO ECOLOGIA DO CAMPUS DA UFRRJ

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AS CASAS DA ECOLOGIA: ANÁLISE DAS TIPOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NO BAIRRO ECOLOGIA DO CAMPUS DA UFRRJ

Resumo

O campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em Seropédica/ RJ foi construído entre (1938 – 1947) a fim de abrigar o Centro Nacional de Estudos e Pesquisas Agronômicas (CNEPA) e a Universidade Rural, ambas instituições ligadas ao Ministério da Agricultura durante o Governo de Getúlio Vargas. O projeto original dirigido pelo arquiteto Ângelo Murgel era composto por diversos pavilhões, institutos, oficinas e construções rurais, além de edificações residenciais para seus alunos, professores, funcionários e dirigentes. Todas as edificações seguiam a linguagem neocolonial e foram planejadas em harmonia com o parque paisagístico elaborado pelo paisagista Reynaldo Dierberger.

A partir dos dados levantados, estima-se que o campus teria mais de 500 residências classificadas em tipologias específicas conforme o cargo destinado ao seu residente: Especiais, Catedrático, Funcionário, Trabalhador e Alojamentos. Para cada tipo de casa, foram encontradas diferentes variações de projetos, resultando em aproximadamente 30 projetos distintos. Essas residências estão distribuídas no campus de duas formas: ou se localizam em núcleos nas proximidades de cada Instituto/ Setor, obedecendo a hierarquia funcional das tipologias, ou estão no bairro residencial denominado “Bairro Ecologia”.

O presente trabalho pretende focar na análise das residências do Bairro Ecologia com o objetivo de compreender a setorização do Bairro, identificar as tipologias adotadas e analisar as alterações do projeto original. Para tanto, foram realizados levantamentos documentais, iconográficos e fotográficos, identificadas as principais características de cada tipo e mapeadas as ocorrências de cada tipologia, assim como usos e alterações do projeto original.

Palavras – chaves: inventário; arquitetura residencial; arquitetura neocolonial

Introdução

Este artigo faz parte do projeto de extensão desenvolvido durante o primeiro semestre de 2021 pelo Núcleo de Articulação de Acervos e Coleções (NAAC) da UFRRJ cujo objetivo era elaborar a primeira etapa do inventário arquitetônico das edificações que compõe o projeto original do campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em Seropédica/ RJ.

O campus da UFRRJ em Seropédica foi construído entre os anos de 1938 e 1947 em terras que tinham feito parte da Antiga Fazenda Imperial de Santa Cruz. O projeto do conjunto arquitetônico do campus foi coordenado pelo arquiteto Ângelo Murgel e contava com diversos prédios institucionais e administrativos, além de construções rurais que davam suporte às atividades desenvolvidas na Universidade e moradias para seus funcionários e alunos. Com escalas e programas distintos, essas edificações têm em comum o uso da linguagem neocolonial como partido arquitetônico e sua implantação harmoniosa no parque paisagístico projetado pelo arquiteto Reynaldo Dierberger.

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Desde 1998 este conjunto é protegido estadualmente pelo INEPAC que definiu no decreto de tombamento proteção especial para 05 edificações1 deste conjunto e para o painel de azulejos da artista Vieira da Silva, além de diretrizes de ocupação para duas áreas denominadas “área de tombamento”, onde se encontram a maior parte das edificações neocoloniais, e “área de tutela”. Apesar de estabelecer diretrizes para a ocupação do território nestas áreas, o tombamento por si não é suficiente para orientar a gestão do patrimônio arquitetônico e paisagístico da Universidade. É imprescindível a elaboração de um plano de gestão e conservação do patrimônio que seja integrado com os objetivos de desenvolvimento da Instituição. De outra forma, as atualizações necessárias da infraestrutura destas edificações, bem como modificações de usos, ampliações e adaptações, importantes e inevitáveis para a garantia da segurança e vitalidade destes espaços, assim como novas construções no entorno destes bens, põe em risco a sua integridade e os valores de sua memória.

Uma das dificuldades para estabelecer essas diretrizes é a falta de informações sobre o conjunto arquitetônico neocolonial. É necessário conhecer os atributos que caracterizam este bem como um patrimônio cultural, qual seu estado de conservação e descaracterização, como se relacionam com a paisagem e quais foram as adaptações ao longo do tempo que sofreram Dessa forma, entendeu-se que era preciso, inicialmente, proceder uma análise rigorosa deste conjunto através da elaboração de um inventário arquitetônico. O inventário é um dos instrumentos de proteção estabelecido na Constituição Federal Brasileira, conforme pode ser conferido no art. 216, § 1º (BRASIL, 1988) e é preconizado pelos documentos internacionais de preservação do patrimônio cultural. Desde a Carta de Atenas de 1931 que recomenda à cada Estado ou instituição que “publique um inventário dos monumentos históricos nacionais, acompanhado de fotografias e de informações” (SOCIEDADE DAS NAÇÕES, 1931), assim como na Recomendação de Nairóbi para a Salvaguarda dos conjuntos históricos e da sua função na vida contemporânea de 1976 “preconiza-se que todos os conjuntos a proteger devam em primeiro lugar ser classificados, elaborando-se inventários analíticos de cada conjunto, que incluam informação arquitetônica, econômica e sociológica necessária para a programação das operações de salvaguarda” (UNESCO, 1976).

Além de ser usado como um instrumento de registro e identificação, Castriota (2009) ressalta que um inventário pode “constituir um tipo de diagnóstico interdisciplinar, que forneça bases mais seguras de dados, bem como metodologias de análise e interpretação para a ação e execução de políticas governamentais mais consistentes, que, respeitando as particularidades locais, utilizem-nas como base para o desenvolvimento.” (CASTRIOTA, 2009, p.190)

Dessa forma, o presente inventário pretende não apenas levantar informações sobre as edificações que se encontram neste recorte temático - arquitetura neocolonial; mas também realizar o diagnóstico do Estado de Conservação, de uso e obsolescência e das relações entre as edificações com seu entorno.

Diante da quantidade e das categorias distintas de edificações existentes no campus, optou-se por dividir o trabalho em 05 grupos: edificações residenciais, edificações com proteção especial

1 a saber: Pavilhão Central (P1), Instituto de Biologia (ICBS), Instituto de Química (ICE), Prédio da Embrapa, Prédio da Pesagro e a Casa do Reitor.

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do INEPAC, edificações no entorno do Instituto de Zootecnia, edificações no entorno do Instituto de Agronomia e edificações no entorno do Prédio da Embrapa. O grupo escolhido para dar início ao estudo foi o das edificações residenciais por ter sido objeto da pesquisa de iniciação científica coordenada pelo professor Claudio Antônio (DAU/UFRRJ) e assim apresentar parte das informações necessárias já levantadas.

Além das edificações administrativas e institucionais, o campus de Seropédica conta com habitações tanto para os estudantes como para os seus funcionários. As habitações dos estudantes são compostas por um conjunto de prédios de até três pavimentos de alojamentos masculinos e femininos. As habitações de funcionários, por sua vez, são compostas por casas térreas2, com tipologias que variam conforme o cargo do residente e distribuídas no campus ou em núcleos no entorno dos institutos e prédios administrativos, ou na Vila Residencial de Funcionários chamada de Bairro da Ecologia.

Figura 01 – Esquema da localização das casas que se situam ao redor dos Institutos e recorte do mapa extraído do

Google Earth em maio de 2021 em que demostram a repetição deste esquema nas residências ao redor do Instituto de veterinária. Neste mapa a edificação vermelha é a casa do diretor, a edificação lilás é a casa do funcionário e as amarelas são as casas dos trabalhadores.

No início das pesquisas documentais foram identificadas 575 casas no campus e por isso optou-se por estipular um recorte afim de que fosoptou-se viável a execução das atividades no período proposto. Além disso, essa etapa do trabalho foi desenvolvida durante o período de distanciamento social imposto pela pandemia de COVID-19 que dificultou as visitas ao local e levantamentos de campo. Diante dessas condições, foi decidido analisar somente as casas localizadas no Bairro da Ecologia.

O Bairro da Ecologia

Localizada às margens da Antiga Rodovia Rio-São Paulo, a Ecologia é um bairro que abriga a maior parte das residências da UFRRJ, possuindo também outros equipamentos públicos como

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armazém, clube social, escola e igreja, além do Instituto de meteorologia e o acesso à Fazenda Experimental.

Ao analisar a urbanização do bairro, chama a atenção o arruamento curvo que segue a topografia do terreno onde não há formação de quadras nem a delimitação formal dos lotes, com a evidente intenção de integrar as edificações à vegetação circundante.

Figura 02 – Mapa recortado do Google Earth (maio de 2021) onde está destacado ao arruamento e os

equipamentos públicos. Fonte: Google Earth com alterações dos autores

Tais características parecem ter sido influenciadas pelo conceito da cidade-jardim de Ebenezer Howard (1996) e podem ter tido relação com a proposta apresentada pelo arquiteto Ângelo Murgel para o Concurso do Bairro Monlevade/ MG em 1934. Correia (2014) analisa as três propostas apresentadas para este concurso e as relaciona com os ideários de urbanismo da época. Da análise do autor, pode-se elencar algumas características semelhantes com a solução executada no Bairro da Ecologia, como a adequação do traçado do sistema viário às condicionantes do terreno, o prevalecimento das curvas em relação à rua reta e a intenção de integrar o bairro à natureza (CORREIA, 2014, p. 115). Também se identifica a utilização dos mesmos equipamentos públicos, como clube social, escola, armazém e Igreja. No caso de Monlevade estes equipamentos foram agrupados em um único edifício, no caso da Ecologia, em edificações distintas.

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Figura 03 – mapa da proposta do arquiteto Ângelo Murgel para o concurso de Monlevade (CORREIA, 2014, p. 116)

As casas do Bairro da Ecologia

As casas da Ecologia são categorizadas conforme a ocupação funcional do seu residente em três grupos: casas para catedráticos, casas para funcionários e casas para trabalhadores. As casas dos catedráticos ocupam as glebas próximas ao acesso principal do bairro pela rodovia Rio-São Paulo e são em menor número. As dos funcionários ocupam a área central do bairro e as dos trabalhadores, o fundo do bairro. Para cada grupo foram identificadas tipologias distintas de edificações. Para os catedráticos identificou-se apenas um tipo de edificação (C01), para os funcionários quatro tipos (F01, F02, F03 e F04) e para os trabalhadores, dois tipos (T01 e T02). Na casa de catedráticos, a C01 (figura 04), o acesso principal se dá por uma varanda envidraçada que precede a sala. A partir da sala é possível acessar tanto o gabinete, como a copa, cozinha e dependência de empregados, ou ao corredor que leva aos quatro quartos e ao único banheiro da casa. A casa conta com uma garagem destacada do volume principal, porém interligada à área de serviço por um acesso secundário. A cobertura possui quatro águas e beiral com cimalha.

Figura 04 – Elevação frontal da casa tipo C01. Fonte: autores com base no acervo pesquisado do LabDoc

As casas do grupo dos funcionários são divididas em quatro tipos. A F01 (figura 05) possui três quartos, um banheiro, sala, copa e cozinha, área de serviço e dependência de empregados. A fachada principal é marcada pelo arco elíptico da entrada da varanda.

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Figura 05 – Elevação frontal da casa tipo F01. Fonte: autores com base no acervo pesquisado do LabDoc A casa de funcionário tipo F02 (figura 06) possui três quartos, sala, cozinha e copa, e um banheiro, dependência de empregados e garagem. Assim como no tipo F01, a entrada da varanda é marcada por um arco pleno.

Figura 06 – Elevação frontal da casa tipo F02. Fonte: autores com base no acervo pesquisado do LabDoc

Não foi encontrado no acervo do Laboratório de Documentação (LabDoc), durante nossa pesquisa, o projeto das casas do tipo F03 (figura 07), por isso não foi possível analisar a sua compartimentação interna. A disposição deste tipo no terreno é distinta dos demais. Além de possuir menor recuo em relação à rua, a casa ocupa maior extensão na largura do lote e as duas águas da cobertura estão direcionadas para as laterais do terreno.

Figura 07 – Elevação frontal da casa tipo F03. Fonte: autores com base em fotos do local.

Assim como a casa do tipo F03, não foram encontradas as plantas originais das casas do Tipo F04 (figura 08) no acervo do LabDoc. Percebe-se, porém que este tipo de casa se difere das demais por possuir uma varanda central envidraçada e cobertura em quatro águas.

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Em relação à casa dos trabalhadores, observa-se que todas as casas deste grupo são geminadas. Foram identificados dois tipos distintos de casa, a T01 e a T02. A T01 (figura 09) tem a cobertura em uma única água. Possui três quartos que se abrem para a sala que ocupa um lugar central na casa. Dela também se acessa a cozinha e o único banheiro. Não há dependência de empregados, nem garagem. Existe apenas uma única entrada que se dá pela varanda. Na casa de trabalhadores tipo T02 (figura 10) todos os cômodos são acessados pela sala. Possui cozinha, um banheiro e dois quartos. A cobertura é em duas águas e não há dependência de empregados, nem garagem.

Figura 09 – Elevação frontal da casa tipo T01. Fonte: autores com base no acervo pesquisado do LabDoc

Figura 10 – Elevação frontal da casa tipo T02. Fonte: autores com base no acervo pesquisado do LabDoc

Foram identificadas casas distintas entre si que, por suas características atuais, não se associam a nenhum dos tipo analisados. É possível que essas edificações tenham sofrido tantas alterações que não seja mais possível identificar a tipologia original a qual pertençam. Outra hipótese é que essas edificações tenham sido construídas em um período posterior cuja documentação não foi produzida ou foi extraviada.

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Figura 11 – Mapa do Google Earth onde estão destacadas as edificações conforme o grupo funcional que

pertencem (catedráticos, funcionários e trabalhadores). Fonte: Google Earth com alterações dos autores

Metodologia

O acervo do LabDoc foi a principal fonte de referência utilizada nesta pesquisa. Dentre os documentos analisados, foi encontrado um relatório elaborado em 1961 (figura 12) que lista as residências situadas na área territorial da Universidade e que abrange a área do campus, o bairro Ecologia e a Fazenda Santa Helena. Neste relatório, além de descrever o endereço das casas, as obras realizadas nos últimos dois anos [1959 e 1960] e a natureza das alterações de cada edificação, também é possível entender que os tipos das casas se relacionavam à função que os residentes ocupavam na Instituição. Estão listadas neste relatório 575 casas: uma casa para Reitor, 22 casas para Catedráticos, 15 casas de diretores, 144 casa para funcionários, 393 para trabalhadores, 02 casas para hóspedes e 06 alojamentos.

Campus Ecologia Fazenda Santa Helena

Reitor 01 - - Diretor 15 - - Catedrático - 22 - Funcionário 38 104 - Trabalhador 177 205 11 Hóspede 02 - - Alojamento 06 - -

Tabela 1 - Quantitativo de casas em função da ocupação do morador e localização no campus da UFRRJ em

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Figura 12 – Capa do relatório das residências existentes em 1961 elaborado pela Superintendência de edifícios

parques. Fonte: Claudio Antônio S. L. Carlos (2019)

Com a informação dos endereços das casas, foi possível referenciar em um mapa3 a ocupação do morador descrita no relatório. Dessa forma, observou-se a existência de uma setorização do Bairro da Ecologia a partir da hierarquia funcional dos seus ocupantes (Figura 11).

Esta relação de hierarquia funcional também foi observada na categorização dos projetos de arquitetura descrita na etiqueta encontrada na mapoteca que armazenava os projetos originais da instituição. Neste índice, além da classificação por função, havia subcategorias, o que em um primeiro momento foi entendido como a identificação de uma grande variedade de tipos de projetos distintos.

Figura 13 – Etiqueta da mapoteca que armazenava os projetos originais. Fonte: Priscila Marcondes (2020)

3 Para elaboração deste mapa foi utilizada o software Google Earth Pro por ser a ferramenta mais acessível à equipe que desenvolveu a pesquisa em trabalho remoto.

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Porém, ao comparar os projetos arquitetônicos pesquisados com essa estrutura de classificação de tipologias indicada na etiqueta da mapoteca percebeu-se que havia alguma incoerência. Na iniciação cientifica coordenada pelo professor Claudio Antônio foram levantados no Labdoc diversos desenhos de edificações residenciais, mas nem todos tinham a informações sobre qual projeto em específico correspondiam. Dessa forma, foi necessário analisar e organizar esse material, separando-os pelos diferentes tipos de projetos encontrados. Após esta atividade, percebeu-se que algumas das categorias de projetos listadas na etiqueta da mapoteca, na verdade, não eram tipos distintos, mas variações de um tipo existente, que expressavam alguma alteração proposta em reformas posteriores, como ampliações ou mudanças de elementos das fachadas.

Como no mapa elaborado a partir do relatório de 1961 já havia sido identificado os grupos funcionais dos quais as edificações pertenciam, faltava conhecer os tipos de edificações dentro de cada grupo. Assim, foram realizadas visitas virtuais ao bairro com o auxílio da ferramenta “Google Street View” e mapeados sete tipos de edificações distintas, como já apresentadas anteriormente.

Em seguida, foi elaborado um conjunto de fichas com o objetivo de caracterizar cada um dos sete tipos encontrados. Nestas fichas foram organizadas informações como a autoria e data de elaboração do projeto, localização dos tipos no bairro, descrição arquitetônica da fachada, descrição da documentação bibliográfica e iconográfica levantadas e fotos das fachadas obtidas pelo “Google Street View”.

Figura 14 – Imagem das fichas elaboradas. Fonte: autores

Após o seu preenchimento, essas fichas foram anexadas ao mapa elaborado no “Google Earth Pro” criando, assim, mais uma camada de informações. Pretende-se nas próximas etapas deste projeto de extensão elaborar fichas para cada unidade residencial afim de diagnosticar o estado de conservação e de descaracterização das residências do Bairro Ecologia.

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Dessa forma, serão sistematizadas três camadas de informação sobre as edificações do Bairro Ecologia no mapa georreferenciado: a setorização a partir dos grupos funcionais, as tipologias arquitetônicas e o diagnósticos de conservação e descaracterização de cada unidade.

Considerações Finais

Com a finalização da primeira etapa do inventário arquitetônico da UFRRJ foi possível compreender a existência de hierarquias funcionais na distribuição das edificações residenciais no campus, identificar os tipos de casas existentes no Bairro Ecologia e suas principais características. Assim que for possível realizar visitas ao local, serão levantadas as informações faltantes dos tipos F03 e F04 que não foram localizadas no LabDoc, bem como a caracterização dos revestimentos e alterações efetivadas ao longo do tempo no interior das unidades.

Acredita-se que a partir deste trabalho vários outros possam ser desenvolvidos. O plano da equipe é que o resultado final do inventário seja a elaboração de um manual para os moradores do Bairro que contenha informações sobre suas casas e orientações quanto as medidas de manutenção e boas práticas nas intervenções. Além disso, com o diagnóstico do estado de conservação e de descaracterização será possível fornecer à Administração da UFRRJ um panorama das ações necessárias para a gestão do Bairro da Ecologia.

Dessa forma, o inventário será usado como ferramenta para promoção de educação patrimonial e instrumento para a gestão e desenvolvimento do espaço físico da Universidade.

BIBLIOGRAFIA

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