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ANÁLISE DO ESTRESSE PSÍQUICO EM ÁRBITROS DE VOLEIBOL E BASQUETEBOL FEDERADOS DE MINAS GERAIS

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Recebido em: 15/3/2010 Emitido parece em: 5/4/2010 Artigo original

ANÁLISE DO ESTRESSE PSÍQUICO EM ÁRBITROS DE VOLEIBOL E BASQUETEBOL

FEDERADOS DE MINAS GERAIS

Alexandre Henrique da Silva1, Varley Teoldo da Costa1, 2, Renato Melo Ferreira2, Luiz Carlos Couto de Albuquerque Moraes2, Dietmar Martin Samulski2

RESUMO

No cenário esportivo atual, os árbitros deixaram de ser figuras secundárias e passaram a ter uma grande importância para melhor andamento das partidas. Suas funções são de grande complexidade, que exigem habilidades psicológicas como atenção, concentração tomada de decisão e controle do estresse. O objetivo deste estudo foi avaliar as situações desencadeadoras do estresse em árbitros das modalidades basquetebol e voleibol. Participaram deste estudo 46 árbitros, com média de idade de 36,66 ± 10,90 anos e com tempo de experiência de 10,45 ± 9,25 anos. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi o TEPA “Teste de Estresse para Árbitros dos Jogos Esportivos Coletivos”. A análise de dados foi composta por Estatística Descritiva (média, desvio padrão e distribuição de frequência) e inferencial (Teste Wilcoxon). Os resultados mostraram que as questões 32, 44, 45, 47, são os fatores que alcançaram valores mais elevados de percepção de estresse desta amostragem. Ao analisar as dimensões separadamente não foram encontradas diferenças significativas entre os fatores biológicos, psicológicos e sociais. Conclui-se com o presente estudo que o estresse na arbitragem está relacionado com o fator tridimensional (biológicos, psicológicos e sociais) sem uma sobreposição de determinada dimensão sobre as demais, reforçando assim a interação e a dependência recíproca entre as dimensões.

Palavras-chave: Estresse, árbitros, basquetebol, voleibol.

STRESS ANALYSIS IN VOLLEYBALL AND BASKETBALL FEDERATED REFEREES IN

MINAS GERAIS STATE

ABSTRACT

In today's sport's scene, the referees are no longer secondary; they are extremely important to the game. Their functions are complex and they require psychological abilities like attention, concentration, decision-making, and stress control. The goal of this study was to evaluate the situations under which volleyball and basketball referees become stressed. Forty-six referees were part of this study. Their average ages were 36,66 ± 10,90 years old and had 10,45 ± 9,25 years old of experience. The instrument utilized to collect the data was the TEPA “Stress Test for referees of team sports"

.

The analysis of the data was done with descriptive statistics (average, standard deviation and frequency distribution) and e inferential (Wilcoxon test). The results showed that the questions 32, 44, 45, 47, are the factors that have achieved higher levels of perceived stress in this sample. After analyzing the dimensions separately, no differences were found between biological factors, neither psychological or socials. The conclusion is that the present study of the stress on referees is related with a three-dimensional factor (biological, psychological and socials) without a overlap of a specific dimension over the rest, reinforcing the equal interaction and the dependency between dimensions.

Keywords: Stress, referee, basketball, volleyball. INTRODUÇÃO

Segundo Silva et. al (2002) e Silva (2004) e os jogos coletivos têm uma relação cultural muito forte em algumas sociedades, se tornando característica da região, havendo uma relação direta entre a modalidade e seu povo, como, por exemplo, o basquetebol em relação aos Estados Unidos, o hóquei no gelo no Canadá e o futebol no Brasil. Nos últimos anos os esportes de quadra tem apresentado uma

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profissionalização em todos os seus segmentos, haja visto, a criação de ligas e superligas, em especial no basquetebol (Novo Basquete Brasil) e voleibol (Superliga de Voleibol), que tem como principal objetivo divulgar estas modalidades e elevar a excelência do esporte de alto rendimento. Observa-se, portanto, uma busca evolutiva das comissões técnicas pela melhoria técnica, tática, física e psicológica do rendimento dos atletas, sendo que a cada dia a profissionalização das equipes se torna mais latente.

Alguns setores do voleibol e do basquetebol, dentre eles a arbitragem, não conseguem acompanhar a velocidade evolutiva das suas respectivas modalidades. Gonzáles-Oya e Dosil (2007) afirmam que as condições oferecidas no geral pelas comissões responsáveis pela preparação psicológica, técnica, tática e física de árbitros carece de uma maior profissionalização e suporte financeiro para que possam promover a formação de árbitros capacitados a responderem as exigências e demandas do esporte na atualidade.

De acordo com De Rose Junior (1999) e De Rose Junior et al., (1999) os esportes coletivos são considerados modalidades esportivas complexas, que envolvem um processo dinâmico e contínuo de situações específicas, sob circunstâncias que exigem grande atenção, concentração e participação ativa. A tomada de decisão é primordial nos jogos coletivos em geral, por estarem os atletas em constante atitude tática em virtude da complexidade destas modalidades (SAMULSKI e SILVA, 2009), sendo assim, compete aos árbitros sobre pressão de tempo analisar e tomar decisões sobre quais situações são lícitas e ilícitas durante o jogo (GRECO 2003). Segundo Samulski e Silva (2009) o papel do árbitro esportivo é imprescindível, visto que sua ausência desvirtua o caráter competitivo e regulador da prática, sendo impossível entender o esporte formal de competição sem a presença do árbitro, que é o principal responsável pelo julgamento das regras e das infrações cometidas pelos atletas durante uma partida. Gabardo e Comparim, (2008) citam que as decisões dos árbitros podem interferir no resultado final da partida, podendo provocar conflitos se não for aceito por uma das partes, portanto não lhe é permitido errar. Eles devem estar fisicamente preparados para acompanhar as jogadas e aplicar uma interpretação exata das leis.

De acordo com Gonzáles-Oya e Dosil (2007) existe uma pressão por parte de diferentes setores esportivos (treinadores, atletas, mídia, torcedores) em cima das tomadas de decisão que o árbitro aplica durante os jogos. Esta pressão sofrida pode desencadear uma série de reações emocionais relacionadas à ansiedade e estresse. De Rose Junior et al. (2002) reforçam que estas pressões aumentaram sobre a arbitragem devido ao crescimento do número de praticantes, espectadores e interesses econômicos e importância da partida.

Ferreira et. al (2009) e Pereira et. al (2007) relatam que na arbitragem muitas vezes o estresse se inicia com o recebimento da escala e nem sempre termina com o fim da partida (tendo ainda a entrega da súmula e muitas vezes o julgamento de atitudes e acontecimentos da partida) seu rendimento pode ser prejudicado pelas situações de estresse que vivencia antes, durante e após a partida, o que acaba por interferir em sua relação com o ambiente familiar e social.

Durante os jogos, o árbitro catalisa as reações dos atletas, torcedores, dirigentes, imprensa e todas as pessoas envolvidas no espetáculo. A diferença entre o que é real (objetivo) da ação esportiva na situação de jogo e o que é subjetivo é o que o árbitro percebe da situação. Há interpretações das situações de jogo por parte de todos, muitas vezes diferentes daquelas realizadas pelo árbitro, uma das grandes dificuldades para a arbitragem desenvolver o seu papel, por isso, ele deve estar ciente de que sua atuação depende também de sua interação profissional com todos os envolvidos no esporte (DE ROSE JUNIOR et al, 2002; SILVA, 2004). Para Samulski et al. (2009) O estresse é produto da interação do homem com o seu meio ambiente físico e sociocultural. Sendo que existem fatores pessoais (processos psíquicos e somáticos) e ambientais (ambiente físico e social) que interagem no processo de surgimento e gerenciamento do estresse.

Resultados de pesquisas têm demonstrado que os fatores estressantes externos relacionados à arbitragem passam por variáveis tais como: os conflitos interpessoais entre os agentes envolvidos no jogo, a pressão de tempo, o abuso verbal de jogadores / torcedores / técnicos sobre os árbitros, as pressões situacionais e circunstanciais do jogo, ameaças no processo de avaliação sobre o desempenho deles na partida (DE ROSE JUNIOR et al., 2002; SAMULSKI e SILVA, 2009). Em relação aos fatores estressantes internos as principais manifestações se reportam ao medo do fracasso que o árbitro tem que aparentar incompetência para dirigir uma partida e questões ligadas a medo de agressões físicas (DORSCH e PASKEVICH, 2007).

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Quando os árbitros são avaliados sobre a ótica do tempo de experiência, observam-se que indivíduos mais experientes têm uma tendência a tolerar melhor as agressões, os mais jovens mostram se mais perceptivos e reativos as ameaças e agressões. De Rose Junior et al. (2002) cita que, embora o árbitro seja uma figura de suma importância e que o seu desempenho possa interferir de maneira significativa no resultado final da partida, o seu labor não vem, recebendo a devida atenção por parte dos pesquisadores haja visto, o número reduzido de publicações ligados a temática.

Gabardo e Comparim, (2008) relatam que, por muito tempo os árbitros foram considerados figuras secundárias no meio esportivo, pela comunidade científica. Hoje já é possível observar a necessidade de uma preparação eficaz e especifica para que haja uma boa atuação na partida, principalmente pela carga psíquica e as situações de estresse que estes enfrentam na realização de seu trabalho. Segundo Gonzáles-Oya e Dosil (2007) somente com a elaboração avaliações e programas científicos de treinamento para a arbitragem que levem em consideração o contexto biopsicossocial de variáveis estressantes que o árbitro vivencia no jogo é que será possível uma melhora acentuada no desempenho destes profissionais

Sendo assim esse trabalho tem como objetivo avaliar as situações causadoras de estresse em árbitros federados de Basquetebol e Voleibol de duas federações mineiras.

MÉTODO

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), sob o parecer ético 016/2007. Foram entrevistados 46 árbitros registrados na Federação Mineira de Basquetebol (FMB) e a na Federação Mineira de Voleibol (FMV). Sendo que deste total 24 voluntários eram do gênero masculino (55,6%) e 22 do feminino (44,4%). Em relação ao tipo de modalidade esportiva, 17 eram oficiais de basquetebol e 29 de voleibol. A média de idade da amostra é de 36,66 ± 10,90 anos e tempo de experiência de 10,45 ± 9,25 anos.

O instrumento utilizado para coleta de dados foi o “Teste de Estresse para Árbitros dos Jogos Esportivos Coletivos com contato” (TEPA) desenvolvido por Silva (2004) que é composto por 69 questões agrupadas de maneira tridimensional que compreende o estresse biológico (Questões 08, 09, 10, 39), social (Questões 01, 02, 03, 04, 06, 07, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 27, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 58, 60, 67, 69) e psicológico (Questões 19, 20, 23, 24, 25, 26, 28, 29, 30, 32, 46, 47, 48, 55, 56, 57, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 68). Cada uma das questões é avaliada em uma escala do tipo Likert onde (0) Nada – 0%, (1) Pouquíssimo – 25%, (2) Pouco – 50%, (3) Muito – 75%, (4) Demais – 100%.

A consistência interna no instrumento no geral (reunindo árbitros de voleibol e basquetebol) mostrou se satisfatória α= .80. Depurando o instrumento por dimensão os resultados do TEPA se mostraram adequados (Biológica α= .82; Social α= .94; Psicológica α= .92), ou seja, índices superiores a .70 conforme padrões psicométricos estabelecidos pela literatura para análise de variáveis psicológicas (Pasquali, 2003; Urbina, 2007).

Antecedendo a apresentação dos resultados julga-se necessário justificar a utilização do TEPA para a modalidade voleibol, já que a mesma não representa uma modalidade esportiva de contato direto. Em função da não existência na literatura de um instrumento psicométrico específico que mensure o estresse de árbitros de voleibol, esta pesquisa, utilizou o TEPA com árbitros de voleibol, visando verificar a sua aplicabilidade ou não neste tipo de modalidade.

Pasquali (2003) e Urbina (2007) recomendam que na ausência de ferramenta específicas para avaliar um determinado constructo teórico (estresse) numa amostragem (árbitros de voleibol), que se utilizem instrumentos similares desde que o pesquisador tome alguns cuidados estatísticos, dentre eles a análise da consistência interna e a distribuição dos itens por dimensão (análise fatorial exploratória) e a compreensão semântica das questões. Visando garantir a confiabilidade da utilização do TEPA nos árbitros de voleibol foram tomados os seguintes cuidados metodológicos que serão descritos a seguir.

Foram realizadas análises da consistência interna do TEPA somente com os dados da amostragem dos árbitros de voleibol e os resultados também se mostraram adequados (geral α= .79, Biológica α= .89; Social α= .94; Psicológica α= .93). Em relação à análise fatorial apesar do n amostral ser pequeno (29 árbitros de vôlei) e dos itens terem apresentado baixas cargas fatoriais o agrupamento

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dos itens por dimensão obedece à classificação proposta por Silva (2004) em linhas gerais o que garante a compreensão do item dentro da sua real dimensão.

Não foram identificados problemas pelos pesquisadores em relação à compreensão semântica dos árbitros de voleibol sobre os itens do questionário TEPA durante a coleta. Esta variável foi medida pelos pesquisadores que solicitaram aos árbitros a leitura de todas as questões do TEPA antes de responder o instrumento e tentassem identificar algum tipo de questão que não tivesse aplicabilidade na modalidade voleibol. Nesta coleta não foram identificados pelos árbitros itens incompreensíveis ou fora da realidade do voleibol.

Uma possível explicação para o não surgimento de questões com problemas semânticos é o fato de, o TEPA apresentar questões universais em relação a sua descrição, como por exemplo, o item “28-errar no início da partida”, que pode ser aplicado a qualquer modalidade esportiva. Baseado nos três critérios apresentados acima pode se garantir a utilização e a confiabilidade do instrumento TEPA para medir o estresse dos árbitros mineiros de voleibol e basquetebol participantes deste estudo.

Esta pesquisa contou com o apoio das FMB (Federação Mineira de Basquetebol), FMV (Federação Mineira de Voleibol) que disponibilizou, para a coleta de dados, um período de tempo em reunião mensal há ser realizada com os árbitros. Estes participaram voluntariamente do estudo, sendo informados sobre os objetivos do mesmo, em seguida o termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado. Todos os dados foram coletados nas salas de reunião das federações onde os voluntários tiveram tempo suficiente para responder ao questionário.

A análise de dados foi composta por Estatística Descritiva (média, desvio padrão e distribuição de frequência) e inferencial (Teste Wilcoxon). Os dados foram tabulados e analisados no software SPSS for Windows® Versão 11.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Resultados demográficos deste estudo retratam que a grande maioria dos entrevistados atua em competições de nível Regional/Estadual (65,9%), Nacional (34,1%), nas funções de árbitros (76,2%) e assistentes (23,8%). Os voluntários possuem um grau de escolaridade assim distribuído: Superior Completo (48,9%), Superior Incompleto (31,1%) e Médio (20,0%).

Os resultados obtidos do TEPA indicam que as questões “32-errar seguidamente (x = 2,63±1,31)”, “44-falta de responsabilidade do colega e outras pessoas (x = 3,0±1,37)”, “45-não ter reconhecimento e/ ou valorização (x = 3,0±1,31)”, “47-ter que esperar por alguém (x = 4,0±1,35)” são os fatores que alcançaram valores mais elevados de percepção de estresse deste grupo.

Dois itens destacados como os mais estressantes (32 e 44) para esta amostra de árbitros de voleibol e basquetebol também foram relatados como os principais elementos estressores no estudo realizado por Ferreira et al. (2009) que avaliou o estresse de 56 árbitros de futsal federados de Minas Gerais. Observa-se que fator ligado a relação interpessoal (44) entre os árbitros foi motivo de estresse nestes dois estudos. Já o item 32 também se apresentou como estressante o que reforça a necessidade de criação de estratégias e programas que proporcionem a na qualidade da tomada de decisão dos árbitros durante a partida.

Costa et al. (1998) em um estudo com árbitros brasileiros de voleibol e futebol identificaram que na modalidade voleibol a principal fonte causadora de estresse é cometer erros consecutivos. Observa-se também neste estudo que as demais situações de erro e conflito foram as que Observa-se apreObserva-sentaram como as mais estressantes devido as suas médias serem mais elevadas.

Entretanto os resultados deste trabalho não corroboram com os resultados encontrados por De Rose Jr et al. (2002), avaliando árbitros de basquetebol com experiência nacional e internacional, neste trabalho os autores identificaram que as tentativas de agressões foram às variáveis mais estressantes.

Em estudo realizado por Gabardo e Comparim (2008) foram investigadas, as possíveis situações causadoras do estresse em árbitros de basquetebol. Este estudo contou com a participação de 20 oficiais da federação Paranaense de basquetebol, destes 10 eram oficias de quadra (árbitros) e 10 eram oficiais de mesa (mesários). Os resultados obtidos mostraram que para os oficiais de quadra as principais situações desencadeadoras do estresse estão relacionadas à hostilidade da torcida e a ameaça de agressões físicas por parte da mesma, além de terem que se preocupar com as pressões psicológicas impostas pelos técnicos e atletas, enquanto os oficiais de mesa apontaram como possíveis

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situações causadoras do estresse o fato de cometerem erros durante a partida, não relacionando as demais situações supracitadas.

Estudo de Kaissidis et al. (1998) realizado com árbitros de basquetebol gregos e australianos identificaram que os fatores estressantes mais percebidos foram, tomar uma decisão errada, ser ameaçado fisicamente, o abuso verbal de treinadores e atletas contra a sua pessoa e a presença de avaliadores da comissão de arbitragem. As 69 questões do instrumento (TEPA) são agrupadas nas dimensões Biológica, Social e Psicológica, conforme validação de Silva (2004), partindo desta premissa a tabela 1 apresenta os níveis de estresse destes árbitros por dimensão.

Tabela 1. Análise por dimensões do TEPA em árbitros de esportes coletivo.

MD DP

Dimensão Biológica 1,3 0,72 Dimensão Social 1,2 0,6 Dimensão Psicológica 1,5 0,61

Observa-se que os valores médios de cada uma das dimensões podem ser classificados como baixos. Fazendo uma comparação se existem diferenças na percepção dos árbitros no que tange as dimensões do instrumento não foram encontrados valores significativos entre as dimensões conforme demonstra a tabela 2.

Tabela 2. Comparação entre as dimensões do TEPA.

Dimensôes Psicológica-Social Psicológica-Biológica Social-Biológica

Z -,064 -,576 -,816

Asymp. Sig. (2-tailed) 0,949 0,564 0,414

A não percepção por parte dos árbitros de voleibol e basquetebol, deste estudo em relação à presença de uma dimensão como principal fonte causadora de estresse reforça a tese defendida por Samulski et al. (2009), baseada no modelo de Nitsch (1981) que avalia o estresse como um produto tridimensional onde o sistema biológico, social e psíquico interage de forma contínua nas relações estabelecidas entre o indivíduo, a tarefa e o seu meio ambiente. No estudo de Ferreira et al. (2009) também não foram encontradas diferenças entre as dimensões (biológica x=1,51 ± 1,06; psicológica x = 1,55 ± 0,57; social x = 1,59 ± 0,48).

Os conceitos biológicos, psicológicos e sociológicos devem ser sempre pensados numa dependência recíproca, pois processos psíquicos e sociais são ligados, de uma determinada forma a processos biológicos. Processos sociais, por sua vez, são influenciados através de aspectos psicológicos e ambos podem tornar-se grandes influenciadores de respostas biológicas, Samulski et al. (2009).

CONCLUSÃO

Conclui-se que as médias na percepção das situações que mais proporcionaram o estresse, no geral, foram baixas dentro das dimensões biológica, social e psicológica, o que caracteriza um baixo nível de estresse demonstrado pelos árbitros. Entretanto, alguns fatores ligados a erros técnicos e de interpretação das regras por parte dos árbitros continuam sendo a principal fonte de estresse dos mesmos. Outra conclusão importante diz respeito aos conflitos sociais presentes numa equipe de arbitragem. Observa-se que estes árbitros manifestam que algumas posturas e comportamentos de seus colegas causam situações de estresse. Os árbitros também reclamam da baixa valorização profissional e da falta de reconhecimento por parte do ambiente esportivo da função desempenhada por eles.

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