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EDVÂNIA SORAIA SILVA LIMA

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Academic year: 2021

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

EDVÂNIA SORAIA SILVA LIMA

A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NAS ESCOLAS:

UMA ANÁLISE DO PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

EMPREENDEDORA - PNEE

Salvador

2017

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EDVÂNIA SORAIA SILVA LIMA

A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NAS ESCOLAS:

UMA ANÁLISE DO PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

EMPREENDEDORA - PNEE

Monografia apresentada ao Curso de ADMINISTRAÇÃO, pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia,campus Salvador.

Orientadora : Profª M.ª Livía Simões.

Salvador

2017

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RESUMO

Observando-se o momento atual de crise econômica e política, se percebe que o mercado de trabalho não tem conseguido absorver a demanda crescente, as empresas têm tido muitos cortes nos quadros de funcionários a fim de se tornarem competitivas neste cenário,reduzindo seus custos. Uma das alternativas deste modo, seria empreender, ter seu próprio negócio,sendo uma das opções para muitas pessoas que ficaram desempregadas.Apartir desta discursão aliando-se com o cenário econômico atual,o objetivo geral do presente trabalho foi o de verificar se estão sendo implantados projetos ou ações nas escolas voltadas para a educação empreendedora, esta que pode atuar na formação de indíviduos com habilidades e mais amplas pespectivas profissionais,adqurindo o seu autoconhecimento.E com isso formar não apenas futuros profissionais mas indivíduos com ideais críticos sobre si mesmos e sobre a sociedade na qual estão inseridos.Quanto à metodologia de análise,foi realizada como forma de análise de conteúdo, em que constitui em uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos.O levantamento bibliográfico foi realizado acerca do tema educação empreendedora,conceito e abordagem histórica do empreendedorismo,formação do indivíduo empreendedor e uma análise do Programa Nacional de educação Empreendedora (PNEE). Os principais resultados obtidos demonstraram a efetividade do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE) e alinhamento com os objetivos da educação empreendedora.

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ABSTRACT

Observing the current economic and political crisis, it is evident that the labor market has not been able to absorb the growing demand, companies have had many cuts in the employees' cadres in order to become competitive in this scenario, reducing their costs. One of the alternatives in this way, it would be to undertake, to have its own business, being one of the options for many people who became unemployed. Apart from this discursion in conjunction with the current economic scenario, the general objective of this work was to verify if they are being implemented projects or actions in schools aimed at entrepreneurial education, which can act in the training of individuals with skills and broader professional perspectives, acquiring their self-knowledge. And with this, not only training future professionals but individuals with critical ideals about themselves and on the society in which they are inserted. As for the methodology of analysis, it was performed as a form of content analysis, in which it constitutes a research methodology used to describe and interpret the content of all kinds of documents and texts. The bibliographic survey was on entrepreneurship education, concept and historical entrepreneurship, training of the entrepreneurial individual and an analysis of the National Program of Entrepreneurial Education (PNEE)..The main results obtained demonstrated the effectiveness of the National Program of Entrepreneurial Education (PNEE) and alignment with the objectives of entrepreneurship education.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e pelo que Ele tem feito, pois sem Seu Amor e Força não seria possível a realização deste trabalho,porque Dele e para Ele são todas as coisas.

Agradeço aos meus pais que com muito carinho me conduziram e me orientaram à seguir a direção dos meus sonhos,me apoiando nessa jornada.

Agradeço aos docentes que por meio dos seus conhecimentos e experiências agregaram à minha formação um valor incomparável.

Meus agradecimentos aos meus colegas que contribuiram para minha formação e pelo apoio. Meu muito obrigada à Gestora do projeto JEPP do SEBRAE/BA,que gentilmente me forneceu dados sobre o programa, por meio do contato da minha colega de turma Taciana,acrescentando muito ao objetivo deste trabalho.

À minha orientadora Lívia Simões,pela paciência e orientações ao longo deste trabalho e por ter abraçado essa proposta.

A todos que de alguma forma torceram por mim e me ajudaram neste projeto, meu muito obrigada.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: Ligações Sociais...10

FIGURA 2: Funções...15

FIGURA 3: Taxa de Sobrevivência...21

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Projeções da OIT para o desemprego no mundo (2017 e

2018)...14

QUADRO 2: Objetivos da EE...16

QUADRO 3: Competências á serem desenvolvidas...17

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EE: Educação Empreendedora

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OIT: Organização Internacional do Trabalho

SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas PNEE: Programa Nacional de Educação Empreendedora

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO ... 9

2.0 A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA ... 12

3.0 A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO EMPREENDEDOR ... 19

4.0 ANÁLISE DO PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA (PNEE) ... 23

5.0 ANÁLISE DE DADOS ... 27

6.0 CONCLUSÃO ... 29

REFERÊNCIAS ... 31

ANEXOS ... 34

ANEXO A: FOLDERS DO PROGRAMA JEEP - SEBRAE ... 34

ANEXO B: CASE DO PROGRAMA JEEP (SEBRAE) – VALE DO PARAÍBA ... 36

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1.0 INTRODUÇÃO

Segundo Durkheim (1987, p.41) a importância da socialização mostra que a sociedade só pode existir porque penetra no interior do ser humano, moldando sua vida, criando sua consciência, suas idéias e valores. Pois ao longo do processo de desenvolvimento humano, o indivíduo participa de inúmeros grupos sociais. A socialização faz com que a pessoa adquira as normas definidoras dos critérios morais e éticos, conforme os padrões da sociedade em que está inserido. Nessa constante interação com o meio, o indivíduo vai internalizando crenças e valores, construindo padrões de comportamento próprios para interação em cada grupo. Tais valores vão se consolidando e determinando suas escolhas, dentre elas, as escolhas profissionais.

Aliando a importância da socialização ao contexto do empreendedorismo aplicado na infância, o empreendedorismo aplicado na escola pode se tornar um importante e necessário parceiro na educação, permitindo a formação de crianças protagonistas, aptas a modificarem seus caminhos e ampliar a visão do mundo, conforme os estudos realizados por Dolabela (1999; 2003; 2008; 2009).

Apesar da grande relevância do tema, este é pouco debatido na sociedade, resaltando assim a importância desta abordagem. O tema da pesquisa é voltado para a educação empreendedora nas escolas, aspectos que contribuem para o desenvolvimento e crescimento desta cultura empreendedora. Na busca por verificar se estão sendo implantados projetos ou ações voltadas para a educação empreendedora, esta se tornou uma questão norteadora para o desenvolvimento da pesquisa na tentativa de responder á estas indagações. Inicialmente, há a necessidade de entender o sistema e suas relações: Escola – Criança – Família – Sociedade - Aspectos culturais, econômicos e sociais (Fig. 1). Pois a escola é o ambiente onde a criança tem os primeiros contatos com outros conhecimentos e com outras crianças, criando assim um lugar propicio à aprendizagem, dentro deste contexto a família é a instituição de base na vida da criança, pois é por meio dela,que a criança irá adquirir os primeiros valores e o conhecimento do mundo em que vive,sendo o pilar fundamental na trajetória do público infantil á fase adulta. Ambos, a escola e a família estão englobados dentro de uma sociedade, tendo estes aspectos culturais, econômicos e sociais, que precisam ser estudados para um entendimento “macro” dos conflitos e dogmas vividos, sendo estes as causas de muitas problemáticas e dilemas sociais.

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FIGURA 1. Ligações Sociais.

Fonte: Elaboração própria.

Buscou-se observar questões internas, no âmbito escolar/educacional, pois há a importância de se estruturar o conteúdo disciplinar voltado à Educação Empreendedora, incrementando e fazendo com que este assunto seja disseminado através das crianças. A educação empreendedora ainda é um assunto pouco debatido na sociedade diante do cenário atual. Quando se tem o pensamento de que o futuro da humanidade está estritamente ligado ao público infanto-juvenil (estes que serão futuros gestores, advogados, governadores, dentre outros e agentes de mudanças sociais e econômicas), sabe-se que a educação (com abordagem pedagógica adequada e outros aspectos) é a maior riqueza intelectual e pessoal, pois é por meio dela que se pode transformar cenários, que a principio não possuem nenhuma perspectiva de melhoria. Acompanhado dos valores herdados ou aprendidos na trajetória cotidiana.

Aliada a estes conhecimentos e valores adquiridos, a educação empreendedora, se torna um fator acrescido à formação tradicional, fazendo com que estas crianças entendam o mundo em que vivem, entendam o que realmente querem para o seu futuro de forma lúdica, e busquem fazer do mundo um lugar melhor.

A fim de identificar projetos voltados para a questão da educação empreendedora nas escolas, mais especificamente para o ensino fundamental, o objetivo geral definido foi o de verificar projetos ou ações nas escolas voltados para a educação empreendedora.

Alcançando este propósito por meio de objetivos específicos:

a) Identificar habilidades desenvolvidas pelo aluno nestes projetos ou ações; Escola Criança Família Sociedade Aspectos Culturais , econômicos e Sociais

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b) Identificar a aplicabilidade das habilidades desenvolvidas, na sociedade no qual estão inseridos;

b) Identificar conhecimentos desenvolvidos que podem impulsionar o crescimento profissional dos alunos.

Com o intuito de entender o cenário atual o trabalho foi dividido em campos de investigação: Educação empreendedora, formação do indivíduo empreendedor e análise do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE). Estes campos foram definidos por meio da pesquisa exploratória, estando estes interligados à problemática da Educação Empreendedora nas escolas.

A situação-problema se configurou como: Como atuam nas escolas programas voltados para educação empreendedora? O presente trabalho foi realizado com a pesquisa bibliográfica. Com relação à metodologia de análise, foi realizada na forma de análise de conteúdo, em que constitui em uma metodologia usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos.

O trabalho está estruturado primeiramente com a fundamentação teórica, que inclui a definição dos conceitos de educação empreendedora, do empreendedorismo, como é composta a formação do indivíduo empreendedor. Logo após, a análise do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE). E ao final, as conclusões finais do trabalho e referências utilizadas.

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2.0 A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

Segundo Fichtner citado por Scoz (1990, p. 61) a família é o primeiro vínculo afetivo e social da criança e a matriz dos pré-requisitos necessários para a aprendizagem e adaptação escolar. Além da educação doméstica, se tem também um modelo de educação pré-estabelecido pelas escolas. Na epistemologia da palavra “escola” - do Latim schola, do Grego skholé que quer dizer “discussão, conferência, escola”, também “folga, tempo ocioso”. O sentido original era “folga, descanso”, entendendo que nesses momentos se pode começar uma conversa útil em termos de aprendizado. Ou seja, um momento oportuno para que haja uma interação e construção de ideias.

No processo de aprendizagem as relações afetivas entre professor e aluno são muito importantes, auxiliando no processo cognitivo de aprendizagem. Segundo Saltini,

Neste caso, o educador serve de continente para a criança. Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião. A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado. (Saltini, 2008, p.100).

Entendo o processo de aprendizagem educacional, se torna necessário entender no âmbito da educação empreendedora, a definição do conceito de empreendedorismo e seus primórdios. Segundo Schumpeter (1961, p.101), o sistema capitalista tem como característica inerente, uma força que ele denomina de processo de destruição criativa, fundamentando-se no princípio que reside no desenvolvimento de novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados; trata-se de destruir o velho para se criar o novo. A partir disso, se pode conceber o conceito relacionado ao Empreendedor como o criador de algo inovador. Pois este autor percebeu que o desenvolvimento econômico da sociedade, não existiria se não houvesse alguém que desequilibrasse a produtividade das Organizações.

E segundo Katz (2003, p.283-300), citado por Rose Mary (p.6,2010) a inserção do Empreendedorismo no âmbito educacional surgiu nos EUA, nas faculdades de administração e se espalhou a outros países. Myles Mace em 1947 ofereceu o primeiro curso de empreendedorismo na universidade de Harvard para 188 alunos. Além disso, ocorreu o fato de Shummpeter ter ido lecionar em Harvard no ano de 1932. Já em 1953, Peter Drucker na Universidade de New York, inicia um curso de empreendedorismo, possuindo além do curso de gestão de pequenas empresas, uma temática voltada para a inovação.

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No Brasil se questiona sobre a questão do conflito de classes e como o sistema de ensino tem perpetuado um processo de dominação, por meio dos modelos atuais de ensino. Em sua grande maioria não possui, incentivos ao desenvolvimento da criticidade do indivíduo. Pois surge o receio de não se estar formando pessoas, mas sim, mão de obra (o que é verdadeiro).

De acordo do com Léda, doutora em educação, citada por Rose Mary:

Pelo que se percebe, a tendência será de precarização das condições de ensino (...). Tudo isso reforça a disposição para um descomprometimento com a formação de cidadãos críticos e a priorização da função de adestramento e preparação de mão de obra para o mercado, no intuito de formar presas dóceis para dominação. (Léda, 2007, p.12)

Os últimos números revelados pelas tendências no emprego global segundo o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são preocupantes: No ano de 2016 houve uma taxa mundial de desemprego de 5,7% ,subindo para 5,8% em 2017, o que representa um aumento de 3,4 milhões no número de pessoas desempregadas, segundo relatório lançado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ao todo, serão 201,1 milhões de pessoas sem emprego no planeta no ano de 2017. (Quadro 1).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego está em 11,9%, índice do trimestre encerrado em novembro de 2016, com 12,1 milhões de pessoas nesta situação. A OIT projetou o índice de desemprego no Brasil no ano de 2017 em 12,4%, um ponto acima do percentual de 2016. Para 2018, a projeção também é de 12,4%.

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QUADRO 1 . Projeções da OIT para o desemprego no mundo (2017 e 2018).

Fonte: Disponível em:<http://g1.globo.com/economia/noticia/oit-preve-que-n-de-desempregados-no-brasil

chegara-a-136-milhoes-em-2017.html/>. Acesso em 22 de abr. de 2017.

E ainda, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existe uma enorme pressão sobre os governos, as sociedades e a própria população para que se criem oportunidades de trabalho produtivo e decente.

Uma das soluções propostas para tal quadro de crise econômica seria a iniciativa empreendedora. Assim, a estimulação de atitudes e comportamentos empreendedores, que se traduzirão na criação de novos negócios, parece ser a melhor alternativa e a mais viável para a promoção do crescimento econômico, respondendo, portanto, ao desafio colocado pelos enormes desequilíbrios do mercado. Por outro lado, é conhecida a diferença entre empreendedores impulsionados por necessidade e por oportunidade, indicada pelos relatórios da pesquisa de Monitoramento Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship

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Monitor – GEM), sendo o GEM, um grande projeto de pesquisa internacional que compara diversos aspectos do empreendedorismo, sobretudo o nascente, os negócios nas etapas iniciais, até a etapa de 42 meses de existência.

Essa pesquisa tem indicado que quanto mais educado for o empreendedor, mais chance terá de criar um negócio baseado numa oportunidade real, no entanto modelo brasileiro de educação das escolas primárias - em que não há em sua maioria disciplinas ligadas ao empreendedorismo - não favorece este tipo de empreendedorismo. E o contrário acontece com os menos educados e preparados, que mais provavelmente direcionam suas iniciativas para ações que garantam suas necessidades de sobrevivência, que por se basearem em tecnologias tradicionais têm menores possibilidades de crescimento.

Segundo o SEBRAE, 11,1 milhões de empresas foram criadas por necessidade nos últimos 3,5 anos no Brasil. A crise econômica fez crescer o chamado empreendedorismo por necessidade, que estava em queda nos anos tempos de crescimento da economia. De 2014 a 2017, quando o Brasil mergulhou em uma recessão, uma parcela maior de pessoas abriu uma empresa por falta de trabalho – e não por encontrar uma boa oportunidade de negócio.

O percentual de novas empresas (com até 3,5 anos) criadas por necessidade saltou de 29% em 2014 para 43% em 2015, e se manteve praticamente estável em 2016. Os números são de um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e contemplam negócios registrados e empreendedores informais.

Logo, depreende-se daí a importância tanto da educação formal quanto da educação para o empreendedorismo. Segundo Rose Mary (Mestre e Doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo), a educação empreendedora (EE), visa o desenvolvimento e/ou fortalecimento de crenças, valores, habilidade e conhecimento (Fig.2).

FIGURA 2. Funções

Fonte: Elaboração Própria.

O conjunto destas funções faz com que o indivíduo obtenha prontidão para agir. A experiência acumulada revela que quanto mais cedo se inicia a educação empreendedora,

CRENÇAS

VALORES

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melhor, o que significa que tais esforços devem voltar-se para o início da vida escola: desde o ensino infantil, seguindo-se no fundamental e nos níveis posteriores de educação.

De acordo com Marcus Quintella, coordenador do MBA em empreendedorismo da FGV, começar mais cedo significa ter mais chances de favorecer o desenvolvimento de uma série de competências que farão com que os alunos estejam bem mais preparados para os desafios da sociedade pós-moderna, em especial a possibilidade de gerar a própria renda/trabalho, deixando de ser dependente de terceiros.

Segundo Rabbior (1990) citado por Rose Mary (p.24,2010), os objetivos da educação empreendedora são:

QUADRO 2. Objetivos da EE.

Fonte: MARY, Rose. Educação Empreendedora: Conceitos, modelos e práticas. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier: São Paulo: SEBRAE, 2010.

Segundo a fundação Kauffman, uma das mais importantes instituições na área de fomento ao empreendedorismo nos Estados Unidos, a Educação Empreendedora (EE) faz com que o indivíduo seja capaz de reconhecer oportunidades, que não são facilmente identificadas por outros e, além disso, adquirir conhecimentos como: gerenciamento de um empreendimento, plano de negócio, administração financeira e análise do fluxo de caixa, e etc. Nesta fase, na infância, se aprendem valores e conceitos fundamentais para a vida, como ressalta Dolabela,

As pessoas nascem empreendedoras, mas falta um ambiente que estimule a criatividade e autonomia, que garanta um processo democrático de conhecimento que promova a cooperação e a participação (Dolabela, 2003, p. 24).

Apesar de existirem algumas polêmicas relacionadas ao ensino do empreendedorismo, como a questão de que empreender seria algo nato, ou um “dom”, entende-se que todo indivíduo tem potencial para se engajar em algo que lhe agrada ou que tenha mais afinidade, logo a educação empreendedora nas escolas tem o sentido de estimular este aprendizado e 1. Conscientizar a respeito do empreendedorismo e da carreira empreendedora lançando sementes para o futuro.

2. Influenciar/desenvolver atitudes, habilidades e comportamentos empreendedores.

3. Desenvolver qualidades pessoais relacionadas ás competências necessárias para o mundo moderno: Criatividade, assumir risco e assumir responsabilidade.

4. Incentivar e desenvolver empreendedores.

5. Estimular a criação de negócios/novas iniciativas. Apoiar o desenvolvimento destas. 6. Gerar Empregos.

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engajar pessoas, motivando-as. Além disso, não se pode resumir este ensinamento à apenas criação de coisas novas, mas algo que traga um retorno positivo à sociedade, trazendo impactos à realidade em que se vive.

Segundo Dolabela,

Empreender não significa apenas criar novas propostas, inventar novos produtos ou processos, produzir novas teorias, engendrar melhores concepções de representação da realidade ou tecnologias sociais. Empreender significa modificar a realidade para ela obter autorrealização e oferecer valores positivos para a coletividade (Dolabela, 2003, p.29).

Na infância, formas autônomas e ativas de aprendizagem devem ser desenvolvidas. Além disto, esse ensino deve prover os primeiros contatos com o mundo dos negócios e certo entendimento do papel dos empreendedores na comunidade por meio de atividades que podem incluir trabalho em projetos, aprender brincando, apresentação de estudos de caso simples e visitas a empresas locais.

Em 2000, a EE no ensino fundamental foi discutida no Fórum de treinamento para empreendedorismo reunido em Nice/Sophia Antipolis (Comissão Europeia, 2002). Enfatizou-se a importância de inserir, gradualmente, no currículo escolar, o desenvolvimento de competências (um dos objetivos da EE) num processo evolucionário, de tal modo que os estudantes fossem conduzidos por esse processo de aprendizagem.

QUADRO 3. Competências a serem desenvolvidas.

Fonte: Quadro de Competências (Adaptado). MARY, Rose. Educação Empreendedora: Conceitos, modelos e práticas. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier: São Paulo: SEBRAE, 2010.

Foi observado pela Comissão Européia que os programas direcionados para o ensino fundamental ainda eram raros e a necessidade de que se fizesse mais a respeito foi reforçada.

COMPETÊNCIAS

ADMINISTRAÇÃO

Habilidade para solucionar problemas, e isto, implica em estimular as habilidades de planejamento, de decisão, de comunicação e de assumir responsabilidade.

ÁREA SOCIAL

Busca o desenvolvimento de habilidades de cooperação, de trabalhar como membro de uma equipe e de assumir outros papéis.

ÁREA PESSOAL

Desenvolvimento de autoconfiança e motivação, do pensamento crítico e independente, da capacidade de aprender de forma autônoma.

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Na maioria dos países não havia nenhum plano concreto de alterar o currículo nacional para introduzir a EE no ensino fundamental. Somente a República Tcheca, Finlândia e Espanha estavam planejando essa inserção. Na Espanha, um Decreto Real (junho/2003) determinou a inserção de cursos de empreendedorismo para estudantes entre 6 e 12 anos. Mas, no geral é como se a administração pública não estivesse consciente da importância desse assunto ou não o considerasse prioritário. Observou-se na comissão Européia também que o principal obstáculo é a falta de motivação dos próprios professores – despreparados para ensinar esse assunto e carentes de material pedagógico adequado.

Nos Estados Unidos, a Junior Achievement (JA), ONG fundada em 1919, foi uma das primeiras a oferecer Educação Empreendedora para os mais jovens. Atualmente a instituição está presente em mais de 100 países (24 na Europa), alcançando mais de 7 milhões de alunos por ano e no Brasil está presente desde 1983. Ela oferece programas e metodologias já testados, que podem ser adaptados às escolas e às situações locais, sendo amplamente usados em todo mundo.

Logo, a educação formal aliada à educação empreendedora são importantes ferramentas na formação do indivíduo, auxiliando este no desenvolvimento de habilidades e conhecimento, sendo uma das respostas à crescente demanda e pressão popular ao governo voltados para a geração de emprego e renda.

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3.0 A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO EMPREENDEDOR

A formação de um indivíduo empreendedor traz consigo, aprendizagem em meio às dificuldades aliada à teoria aprendida. Em muitos casos quem empreende aprende com seus erros e sucessos.

Segundo Filion (1999, p.19), a palavra “empreendedor”, entre-preneur, tem origem francesa, no século XII, sendo definida como “aquele que incentivava brigas” (VÉRIN apud FILION, 1999, p.18). No século XVI, descrevia uma pessoa que tomava a responsabilidade e dirigia uma ação militar. Mas, foi no final do século XVII e início do século XVIII que o termo foi utilizado para referir-se à pessoa que criava e conduzia projetos ou empreendimentos.

As características inerentes ao empreendedor segundo Sergio Diniz, consultor do SEBRAE/SP são: Iniciativa, perseverança, coragem para correr riscos, capacidade de planejamento, redes de contatos e liderança (Quadro 4).

QUADRO 4. Características do Empreendedor

Iniciativa A busca constante por oportunidades de negócios. Estar sempre atento ao que acontece no mercado em que vai atuar. Perseverança As dificuldades vão acontecer, até porque o

empresário de micro e pequena empresa muitas vezes é solitário no início.

Coragem para correr riscos

Arriscar-se faz parte do ato de empreender. Diniz ressalta que correr riscos é diferente de correr perigo. O empreendedor corre perigo quando está desinformado. Se este tem as informações, pode tomar decisões complexas com risco calculado.

Capacidade de Planejamento

A visão de onde está, aonde quer chegar e o que é preciso fazer. Criar planos de ações e priorizá-las dentro do negócio. Monitorar, corrigir e rever. Isso pressupõe que se avaliem as melhores alternativas para alcançar seus objetivos estabelecidos durante o planejamento.

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Fonte: Quadro de características o empreendedor (Adaptado). Disponível em:<http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/07/principais-caracteristicas-de-um-empreendedor-de-sucesso.html>. Acesso 22 de abr de 2017.

Além destas características, a formação de um indivíduo empreendedor está ligada à sua formação familiar, que é também responsável pela a formação das experiências vividas pelo individuo, ou seja, a socialização primária.

Para Filion - P.H.D. em empreendedorismo e professor da Escola de Negócios de Montreal - (1991 apud SOUZA, 2001), o meio social, ou seja, a família, a escola, os amigos com os quais a pessoa convive contribuem para a formação do seu autoconceito, um dos fatores fundamentais do processo visionário. Desse modo a existência na família de pessoas que possuem negócios por conta própria, em particular a atividade exercida pelo pai e pela mãe, é considerada chave na opção pelo negócio próprio.

No entanto sabe-se que cada país em seus aspectos culturais possuem limitações, nas suas diferentes experiências quanto ao aspecto familiar e sua estrutura, não podemos comparar o Brasil aos países europeus. No entanto a forma de incentivo é similar, acreditando que é possível o crescimento de uma nação através das crianças - que serão adultos mais tarde - é proposta essa formulação introdutória de cursos ligados à gestão.

No Brasil, se tem a cultura de ou você escolhe um cargo público ou um cargo em uma empresa privada, há a instrução nas universidades para isto, poucas têm buscado uma nova forma de ver o Mercado. Além disso, a proposta de empreender vai muito além de ter o seu próprio negócio, se interliga com inovação, independentemente do cargo em que se ocupa. E isso começa através da forma de pensar, se pôr no lugar do que se ouve comumente de ser “Dono do Negócio”.

Depara-se com a frase: Por que não se aprende isso na escola? É simples, não há um incentivo em massa na rede de educação. O que traz ânimo é saber que existe um projeto de lei na Câmara dos Deputados que relaciona o empreendedorismo à educação, como o projeto de Lei 4184/12, que trata das diretrizes e bases da educação nacional, para estabelecer o

Rede de contatos

É importante participar de eventos e feiras relacionados ao seu produto. Lembre-se também de que ambientes informais ajudam a formar bons contatos.

Liderança

O empreendedor deve ser o líder na sua empresa. Ele deve ser um bom ouvinte e deve saber estimular permanentemente a equipe, motivá-la e deixá-la comprometida.

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empreendedorismo como um dos objetivos da educação nacional. A ideia é implementar uma política nacional de empreendedorismo em todas as escolas de nível técnico e médio, além de criar incubadoras nas unidades de ensino do país.

Há a importância de se entender quais as dificuldades enfrentadas por um indivíduo ainda que inserido neste processo de desenvolvimento de competências e comportamento empreendedor, pode enfrentar no Brasil. Ou seja, como seria para este individuo ter tido aprendizagem na escola e no ambiente familiar sobre empreendedorismo, e então após a sua formação quais desafios enfrentaria?

Além destas iniciativas é necessário ter um maior acompanhamento por parte dos Órgãos Públicos do país sobre a mortalidade das micro e pequenas empresas e suas principais causas. É necessário não apenas o ensino ou outros fatores relatados para impulsionar a cultura empreendedora no país, mas também o pós-acompanhamento.

Segundo dados do SEBRAE houve um aumento considerável nos últimos anos de 22,4% no número de sobrevivência das empresas, conforme a Fig.3.

FIGURA 3. Taxa de Sobrevivência.

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E, além disso, houve uma redução no número de mortalidades em 25,4 %, de acordo com a Fig.4.

FIGURA 4. Taxa de Mortalidade

Fonte: SEBRAE-NA, a partir de processamento das bases de dados da SRF disponíveis até 2014.

Segundo o SEBRAE, a maior taxa de sobrevivência das empresas brasileiras deve-se principalmente ao avanço da legislação e ao aumento na escolaridade dos empreendedores durante o lançamento da pesquisa sobre a sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras. Com isso se constata que a educação e o campo da legislação têm sido, apesar dos avanços, áreas que requerem melhoria contínua, a fim de que haja a diminuição na taxa de mortalidade das empresas e contribuam assim para a economia local, como por exemplo, na geração de empregos.

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23

4.0

ANÁLISE

DO

PROGRAMA

NACIONAL

DE

EDUCAÇÃO

EMPREENDEDORA (PNEE)

A metodologia é um dos principais pontos norteadores de uma pesquisa, pois é por ela que serão feitas as coletas de dados, posteriormente a análise e logo após a conclusão dos resultados alcançados. E com isso será comprovada (ou não), as teorias propostas no trabalho. De acordo com Tartuce (2006,p.6) a metodologia científica trata de método e ciência. O Método (do grego methodos; met'hodos significa, literalmente, “caminho para chegara um fim”) é, portanto, o caminho em direção a um objetivo; metodologia é o estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva de ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber.

O presente trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE), que faz parte de uma política de incentivo a educação empreendedora.

Referentes aos procedimentos, o modo bibliográfico, no que se refere à fundamentação teórica. Definido por Fonseca (2002, p. 32):

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.

E de forma Documental, Segundo FONSECA (2002, p. 32):

A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo fácil por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão.

Com relação à metodologia de análise do presente estudo foi realizada como forma de análise de conteúdo, em que constitui em uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos. Segundo OLABUENAGA e ISPIZÚA (1989) citado por Roque Moraes, a análise de conteúdo é uma técnica para ler e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos, que analisados adequadamente nos abrem as portas ao conhecimento de aspectos e fenômenos da vida social.

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De acordo com o SEBRAE, o Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE) foi elaborado com a intenção de propor uma abordagem leve, interativa que, ao informar, também estimule, concomitantemente à reflexão, a ressignificação e a aplicação prática dos aprendizados construídos. Diante disso, os cursos do Programa Nacional de Educação Empreendedora do SEBRAE foram desenvolvidos de acordo com princípios pedagógicos que levem os participantes a entender que empreender significa alcançar seus objetivos e realizar seus projetos de vida. As propostas desenvolvidas procuram contemplar o contexto e as especificidades de cada faixa etária. Dentro do portfólio do PNEE há o curso para o ensino fundamental da Educação Básica que é “Jovens Empreendedores Primeiros Passos – JEPP”, destinado a fomentar a educação e cultura empreendedora. O curso procura apresentar práticas de aprendizagem, considerando a autonomia do aluno para aprender, além de favorecer o desenvolvimento de atributos e atitudes necessários para a gestão da própria vida. O curso é dividido em:

a) 1º ano do ensino fundamental: O mundo das ervas aromáticas

As crianças aprendem tanto sobre ervas quanto sobre como montar uma loja, com atividades participativas para toda a turma.

b) 2º ano do ensino fundamental: Temperos naturais

As crianças irão refletir sobre a conservação do planeta e entender um pouco mais sobre como empreender no agronegócio, utilizando como base a cultura dos temperos naturais.

c) 3º ano do ensino fundamental: Oficina de brinquedos ecológicos

As crianças irão desenvolver uma oficina de brinquedos como oportunidade empreendedora, e irão aprender sobre a importância da diversão na qualidade de vida das pessoas e descobrirão que empreender pode ser muito divertido.

d) 4º ano do ensino fundamental: Locadora de produtos

Os alunos irão montar uma locadora de produtos, aprendendo sobre as vantagens dessa forma de empreendedorismo em algumas situações, também o valor de identificar as necessidades do cliente e irão vivenciar a importância de um bom trabalho em equipe.

e) 5º ano do ensino fundamental: Sabores e cores

Ressaltando a importância da qualidade e da higiene dos alimentos, os alunos desenvolverão um espaço gastronômico, privilegiando alimentos locais e os sabores da região.

f) 6º ano do ensino fundamental: Ecopapelaria

As crianças irão desenvolver uma atividade empreendedora pra reutilizar papeis que seriam jogados no lixo.

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g) 7º ano do ensino fundamental: Artesanato sustentável

Somando esforços e exercitando a criatividade, os alunos irão desenvolver a atividade empreendedora de elaborar produtos artesanais de forma sustentável.

h) 8º ano do ensino fundamental: Empreendedorismo social

Os alunos aprenderão na prática, que empreender traz benefícios para toda a sociedade, ao desenvolver uma atividade empreendedora social.

i) 9º ano do ensino fundamental: Novas ideias, grandes negócios

Os alunos irão planejar e desenvolver uma atividade empreendedora baseada em uma ideia deles e, com isso, aprenderão todos os passos necessários para colocar uma ideia inovadora em prática.

Já a educação empreendedora para o Ensino Médio está estruturada com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento integral dos jovens, procurando estimular o protagonismo juvenil, sensibilizar e preparar os estudantes para os desafios do mundo do trabalho, instigando-os a identificarem oportunidades e planejarem seu futuro por meio de atitudes empreendedoras. Para atender os estudantes do Ensino Médio, três soluções educacionais compõem também o portfólio do Programa Nacional de Educação Empreendedora do SEBRAE: Formação de Jovens Empreendedores (FJE), Crescendo e Empreendendo, e Despertar.

De acordo com o SEBRAE, o curso “FJE” é um curso para estudantes do ensino médio que têm interesse em ter uma educação empreendedora inserida na sua formação escolar. O curso mostra que é possível aprender a empreender. Participando do FJE, o estudante poderá refletir e discutir junto com seus colegas e professores questões a respeito das constantes mudanças do mundo em que vivemos e como devemos nos posicionar e buscar realizar nossos sonhos e projetos de vida. O estudante do FJE será sensibilizado a entender o seu papel no atual contexto cheio de possibilidades para quem tem conhecimentos e atitudes empreendedoras.

O curso motiva o jovem a desenvolver os pontos fracos e potencializar os pontos fortes, identificar tendências, estabelecer objetivos e metas a serem alcançados por meio do planejamento e da elaboração do plano de negócios. O estudante será convidado a mergulhar no universo do empreendedorismo, entendendo que, para inovar e criar oportunidades, é necessário se preparar e buscar construir e desenvolver novos conhecimentos, habilidades e atitudes. O FJE estimula o estudante a ser o grande protagonista da sua própria vida, a ser dono da sua história.

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Já o curso “Despertar” é voltado para o estudante do ensino médio, que procura ter mais oportunidades, que sabe o que quer, que tem visão de futuro e, para isso, busca uma formação que possibilite a construção de um projeto de vida.

O estudante do ensino médio que participa do curso Despertar tem a oportunidade de:

 Conhecer as características do comportamento empreendedor e identificá-las em si e nos empreendedores de seu convívio;

 Compreender aspectos essenciais para se desenvolver no mundo do trabalho;

 Conhecer instrumentos de planejamento que podem ser aplicados na vida pessoal e profissional;

 Predispor-se a refletir e desenvolver características empreendedoras;

 Aplicar os instrumentos de planejamento com vistas a obter sucesso tanto na vida profissional como em seu crescimento profissional.

O curso “Despertar” possibilita ao estudante desenvolver planos criativos para conhecer o mundo do trabalho, aprendendo a vencer as adversidades.

O curso “Crescendo e Empreendendo”, tem como objetivo provocar uma discussão com jovens sobre trabalho, negócio e empreendedorismo. Pretende-se que ele conheça esse universo e se predisponha a identificar oportunidades por meio da adoção de atitudes empreendedoras.

O curso é trabalhado no formato de oficinas. Pode ser aplicado especialmente em projetos sociais com ações educacionais e em propostas pedagógicas de curta duração.

As 12 horas do curso Crescendo e Empreendendo estão divididas em três encontros:

 Encontro 1 – Descobrindo atitudes empreendedoras;

 Encontro 2 – Empreendedorismo na Vida, no Mundo do Trabalho e dos Negócios;

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5.0 ANÁLISE DOS DADOS

A Educação Empreendedora visa o desenvolvimento e/ou fortalecimento de valores, crenças, habilidade e conhecimento. Pois o conjunto destas funções faz com que o indivíduo obtenha prontidão para agir, ou seja, quanto mais cedo se inicia a educação empreendedora, melhor, o que significa que tais esforços devem voltar-se para o início da vida escola: desde o ensino infantil, seguindo-se no fundamental e nos níveis posteriores de educação.Sendo esta uma oportunidade de se repensar sobre uma das soluções propostas (que é a iniciativa empreendedora) à pressão que há sobre os governos, as sociedades e a própria população,para que se criem oportunidades de trabalho produtivo e decente.

Inserido neste contexto, o projeto “JEPP” desenvolvido pelo SEBRAE, voltado para o ensino fundamental, procura apresentar práticas de aprendizagem, considerando a autonomia do aluno para aprender, além de favorecer o desenvolvimento de atributos e atitudes das crianças para a vida e difundir a cultura e comportamentos empreendedores. No presente estudo a partir dos dados obtidos sobre este projeto foram possíveis análises quanto ao objetivo do trabalho e o alcance desta proposta. Referente aos objetivos do curso que são: apresentar práticas de aprendizagem, considerando a autonomia do aluno para aprender, além de favorecer o desenvolvimento de atributos e atitudes necessários para a gestão da própria vida, e assim fomentar a educação e cultura empreendedora no país.

Quanto ao o curso “FJE”, este tem como objetivo estimular o protagonismo juvenil, podendo assim, aprender a empreender. Além disso, motiva o jovem a desenvolver os pontos fracos e potencializar os pontos fortes, identificando tendências, estabelecendo objetivos e metas a serem alcançados por meio do planejamento e da elaboração do plano de negócios.

No curso “Despertar”, o estudante do ensino médio tem a oportunidade de:Conhecer as características do comportamento empreendedor e identificá-las em si e nos empreendedores de seu convívio,compreender aspectos essenciais para se desenvolver no mundo do trabalho, conhecer instrumentos de planejamento que podem ser aplicados na vida pessoal e profissional,predispor-se a refletir e desenvolver características empreendedoras e aplicar os instrumentos de planejamento com vistas a obter sucesso tanto na vida profissional como em seu crescimento profissional.

Já no curso “Crescendo e Empreendendo” tem como pautas em três encontros com os alunos o desenvolvimento de: Atitudes empreendedoras; Empreendedorismo na Vida, no Mundo do Trabalho e dos Negócios, e fazê-los pensar no futuro.

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Segundo Rabbior (1990) citado por Rose Mary (p.24,2010), os objetivos da educação empreendedora são: Conscientizar a respeito do empreendedorismo e da carreira empreendedora lançando sementes para o futuro, influenciar/desenvolver atitudes, habilidades e comportamentos empreendedores, desenvolver qualidades pessoais relacionadas às competências necessárias para o mundo moderno (criatividade), assumir risco e assumir responsabilidade, incentivar e desenvolver empreendedores, estimular a criação de negócios/novas iniciativas, apoiar o desenvolvimento destas e gerar empregos. Comparado à teoria, os cursos: JEPP, FJE, Despertar e Crescendo e Empreendendo atenderam deste modo aos objetivos da EE, obtendo nos cursos referidos o desenvolvimento de habilidades e características semelhantes.

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6.0 CONCLUSÃO

No presente trabalho buscou-se verificar se estão sendo implantados projetos ou ações nas escolas voltadas para a educação empreendedora. Apesar de o tema ser pouco debatido, possui grande relevância, pois grande parte do processo de assimilação de valores e conhecimento é iniciado na infância onde se aprendem valores e conceitos fundamentais para a vida. Sabe-se que quanto mais educado for o empreendedor, mais chance terá de criar um negócio baseado numa oportunidade real, porém o modelo brasileiro de educação em geral, na sua maioria não favorece este tipo de empreendedorismo.

A formação de um indivíduo empreendedor está ligada também à sua formação familiar, que é também responsável pela a formação das experiências vividas pelo indivíduo, sendo necessária também a participação da escola na inserção de projetos e a participação da família na educação tradicional e no ensino empreendedor.

Por meio da pesquisa bibliográfica foi possível concluir que existem projetos voltados para a EE, no entanto existem ainda questões de grande relevância que são: A adaptação à proposta da educação empreendedora por parte das escolas e consequentemente a necessidade de adesão de mais agentes multiplicadores deste conhecimento nas salas de aulas, que são os docentes. Pois devido ao modelo padrão de ensino, se pode haver resistência quanto à implantação e até mesmo o desconhecimento dos programas existentes por parte do corpo docente e da escola. O PNEE atende aos critérios e objetivos da educação empreendedora, que são: Desenvolver habilidades e comportamento empreendedor por parte dos alunos, além de fazê-los compreender de forma lúdica e clara, o que desejam ser no futuro e como poderão alcançar isto. Há também o alto índice de aplicabilidade dos conteúdos do curso no dia a dia pelos alunos na escola e na comunidade na qual estão inseridos, podendo assim, gerar impactos positivos tanto do ambiente interno quanto o ambiente externo.

O objetivo do trabalho foi alcançado por meio deste estudo. As limitações do trabalho se estenderam à pesquisa de campo, na relação tempo e custo, não sendo possível a realização desta pesquisa pessoalmente, sendo necessária a obtenção de dados secundários.

Sugerindo-se que haja uma pesquisa voltada para a cidade de Salvador/BA, de forma mais específica, a fim de gerar o conhecimento sobre os projetos propostos e implantados nas escolas públicas e privadas da cidade.

Espera-se que o estudo sirva de referência para aqueles que se interessam pelo tema, sejam pais, educadores ou outros indivíduos, que veem na educação uma ferramenta de

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mudança e fortalecimento de valores com a participação integrada entre escola, família e sociedade.

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REFERÊNCIAS

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TECNOLOGICA.html?utm_medium=twitter&utm_source=C%C3%A2mara%20dos%20deputados. Acesso em 09 out. de 2017.

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ANEXOS

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ANEXO B: CASE DO PROGRAMA JEEP (SEBRAE) -

Vale do Paraíba.

O ALVORECER EMPREENDEDOR NA ESCOLA

Rio de Janeiro

Município: Barra do Piraí

Ontem um menino que brincava me falou Hoje é a semente do amanhã Para não ter medo que este tempo vai passar Não se desespere, nem pare de sonhar...

(Nunca pare de sonhar – Gonzaguinha)

O Município de Barra do Piraí nasceu em 1890, no Vale do Paraíba, abraçado por serras e anfitrião dos rios Paraíba do Sul e Piraí, a 114 km da capital fluminense, próximo à Estrada do Ouro, que servia de caminho para o transporte do ouro e do café entre o Rio de Janeiro e a cidade de Minas Gerais. No período colonial, a floresta que existiu no Vale foi habitada pelos índios Xumetos, Pitas e Araris, da nação Tupi, os primeiros habitantes do Rio de Janeiro. A herança indígena, a influência dos escravos e a chegada de imigrantes europeus contribuíram para a formação socioeconômica do Município, que no século XX saboreou o apogeu do ciclo de café, mas também testemunhou a criação de áreas rurais e urbanas que refletiam desigualdade econômica, com famílias sujeitas ao risco social da pobreza e da exclusão que se agravava ao longo das últimas décadas dos anos de 1990 e 2000.

Nesse período, a educação deu sinais da necessidade de mudança. Os anos de 2000 apontavam uma tendência que viria a se confirmar no início do século XXI: o rápido volume de informações que o avanço tecnológico impunha à sociedade e as novas exigências de perfis profissionais hábeis em lidar com as mudanças no mundo do trabalho. Isso se refletiu nas novas diretrizes estabelecidas pelas escolas de Ensino Fundamental e médio em todo o território nacional.

Em 2006, em meio às serras verdes, o então secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Roberto Monzo, juntamente com um grupo de educadoras formado pelas supervisoras de educação Ana Lúcia da Silva e Maria Aparecida Maciel, as professoras Míriam Oliveiras, Maria da Conceição da Silva e Suzeth Venâncio e as diretoras Heloíza Menezes e Vânia Lisboa da rede municipal de educação de Barra do Piraí, preocupadas com o futuro das crianças de famílias com baixo rendimento econômico e no limiar da situação de risco social, questionaram-se sobre o que fazer para que esses meninos e meninas

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vivenciassem o sonho de uma vida mais plena, com os olhos a mirar uma vida sem violência e exclusão.

O VALE, O MUNICÍPIO E O CAFÉ

O Município de Barra do Piraí se construiu banhado pelo Rio Paraíba do Sul e seu afluente Piraí, além dos rios Ipiabas e Minhocas. Os rios formaram um vale, onde o Município e outras cidades se estabeleceram, denominado Vale Paraíba. A cidade foi erguida em torno desses rios, ligada por pontes. Ao longo dos anos, o volume dos rios se reduziu devido às construções de barragens, assoreamento e poluição.

Após a Independência, quando as minas de ouro decaíram, mineiros e portugueses estabeleceram-se às margens do Rio Paraíba do Sul e, assim, iniciaram a plantação do café. Os índios foram expulsos e aldeados em Valença e depois em Conservatória do Rio Bonito (Conservatória, distrito de Valença). A mão de obra utilizada era a escrava e as fazendas possuíam senzalas que abrigavam negros de vários grupos étnicos da África.

O café trouxe riqueza para as cidades do Vale do Rio Paraíba, mas essa riqueza durou poucos anos. As grandes fazendas definharam e os fazendeiros empobreceram. Em 1888, com a abolição da escravatura, a maioria das fazendas foi entregue aos bancos, aos quais os fazendeiros deviam muito dinheiro.

Os municípios de Valença, Piraí, Vassouras, Três Rios e Paraíba do Sul sofreram muito com a decadência das fazendas de café. Barra do Piraí, porém não foi muito abalada por ser um entroncamento ferroviário importante para a região. Foi o primeiro município criado pelo regime republicano em 1890. Ao longo do século XX, alguns fatores abalaram a liderança de Barra do Piraí no Vale do Paraíba, como a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e o crescimento da cidade de Volta Redonda; a construção da Rodovia Presidente Dutra, fazendo com que o transporte para o Vale do Paraíba deixasse de ser apenas ferroviário com a nova estrada passando longe da cidade; e a extinção dos trens de passageiros feita pelo Presidente Jânio Quadros em 1961.

Nos anos de 1990, mesmo com a diminuição da dinâmica econômica, a cidade seguiu novos rumos para a indústria, para o comércio, para a pecuária de corte e agricultura. Além dessas atividades, passou a atrair visitantes interessados nas suas paisagens e nas fazendas de café repletas de histórias – algumas transformadas em hotel-fazenda.

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Os anos se passaram e, em 2005, Barra do Piraí tinha uma população de 91.370 habitantes com um comércio desenvolvido e variado, várias agências bancárias, poucas indústrias, facilidade de abastecimento de gás natural, facilidade de transporte rodoviário e, dada a sua localização, buscou a retomada do crescimento e o retorno de sua importância no Vale do Paraíba e a redução da pobreza. Ainda que o IDH municipal fosse de 0,78, o Município possuía uma periferia formada por famílias pobres e forasteiros que, em busca de oportunidades, foram se instalando nas redondezas (SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, 2005).

SEM O CAFÉ, O QUE FAZER?

Para a recuperação social e econômica de Barra do Piraí, dentre outros fatores, não havia dúvida do papel da educação por meio da melhoria no Ensino Fundamental regular (1ª a 4ª série) como um aliado na retomada do desenvolvimento do Município, dado o número de 3.997 alunos matriculados na rede pública municipal em 2005 (INEP, 2010).

Em 2005, ficou estabelecido no Plano Municipal de Educação de Barra do Piraí que a Educação Infantil deveria prover as escolas de profissionais que criassem situações de aprendizagem, ampliassem o universo cultural dos alunos e aproveitassem o repertório de conhecimentos construídos pelas crianças, cuja maioria vinha de famílias pobres com pais desempregados ou subempregados e outros dramas familiares.

O Plano Municipal de Educação de Barra determinou que a Educação Infantil, 1ª etapa da Educação Básica tivesse como finalidade, o desenvolvimento integral da criança até os 7 anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual, social, complementado pela ação da família e comunidade em que estava inserida, além da superação da concepção assistencialista da educação.

Assim, alguns educadores municipais buscaram alternativas de projetos e metodologias de ensino que estimulassem as crianças e os adolescentes a participarem de um processo ensino-aprendizagem mais dinâmico e mais inclusivo. O desafio era:

- Como despertar o interesse da criança pela escola, diminuir a evasão, a desistência, e fazê-la

compreender o mundo de possibilidades que a vida lhe prometia apesar das dificuldades? –

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O COMEÇO DO SONHO: EM BUSCA DE SOLUÇÃO

A busca por alternativas pedagógicas mais participativas inquietou o grupo de educadores que estavam à frente da educação do Município. Pessoas como Zélia, Cida e Ana Lúcia não mediram esforços nesta jornada, elas sabiam que podiam realizar as diretrizes estabelecidas no Plano Municipal de Educação.

O verso de Gonzaguinha simbolizou este instante:

Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar Fé na vida, fé no homem, fé no que virá Nós podemos tudo, nós podemos mais Vamos lá fazer o que será

(Nunca pare de sonhar – Gonzaguinha).

No final do ano de 2005, incentivado pela experiência e visão de futuro de Roberto Monzo, o grupo de educadoras, desejando um futuro de possibilidades para as crianças, tomou conhecimento do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos - JEPP, por intermédio de Francisco José Marins Ferreira, gerente da área de Educação e Cultura Empreendedora do Sebrae.

O programa tinha como objetivo disseminar a cultura empreendedora entre as crianças e jovens, para florescer os comportamentos e atitudes empreendedoras no público infanto-juvenil, e torná-los protagonistas de suas próprias vidas em todas as esferas: pessoal, profissional e social.

O JEPP foi criado para atender o público de crianças e jovens de 6 a 14 anos matriculadas no Ensino Fundamental (do 1º ao 9º ano) das escolas públicas, privadas e de projetos educacionais de ONGs. Logo, as educadoras perceberam no programa uma oportunidade com a qual a escola contribuiria para que as crianças desenvolvessem uma visão de futuro firmada em uma perspectiva empreendedora diante da vida e que poderia favorecer o aumento da autoestima desses meninos e meninas.

O Programa foi desenvolvido com base em temas transversais que abordavam a cultura da cooperação, a cultura da inovação, a ecossustentabilidade, a ética e a cidadania. Os temas

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deveriam ser tratados por meio da realização de oficinas conduzidas pelos professores após repasse e aquisição da metodologia.

A adesão ao Programa, no caso das escolas públicas, ocorreu em reunião promovida pelo Sebrae/RJ, com a presença dos representantes da Prefeitura Municipal e Secretário de Educação do Município, sensibilizando-os para a questão da inserção da cultura empreendedora na escola como um caminho que colaborasse para a alteração do cenário social de risco das comunidades mais carentes.

O Município assinou o Termo de Adesão ao Programa sem cobrança de valor das escolas, para fazer o repasse da metodologia e capacitação dos professores. As escolas se responsabilizaram pelos custos de materiais para as atividades em sala de aula e reprodução das apostilas dos alunos. Optou-se pela flexibilidade da realização dos encontros devido à dificuldade de os professores disponibilizarem carga horária para dias seguidos de capacitação.

PROFESSORES: A SEMENTE FOI PLANTADA

Em 2006, os diretores e professores das escolas foram mobilizados e estimulados a participarem do repasse metodológico do JEPP a ser implementado no Ensino Fundamental. Em Barra do Piraí, das vinte e três escolas de Ensino Fundamental do Município, cinco participaram do Programa:

o CIEP Brizolão 428 (Municipalizado) – Dona Mariana Coelho

o CIEP Brizolão 284 (Municipalizado) – Nelly de Toledo Rocha

o Escola Municipal Cortines Cerqueira

o Escola Municipal Mario Mariotini

o Escola Municipal São José do Turvo

o Escola Municipal Pedro Alves Gomes

Os professores participaram da capacitação integral, de acordo com o segmento no qual estavam habilitados a ministrar aulas. Assim, ficou estabelecido que os professores seriam capacitados em dois segmentos: 1o Segmento – professores das turmas de 1° ao 5° ano; 2o Segmento – professores das turmas de 6° ao 9° ano.

Foram capacitados 56 professores, sendo 51 professores do 1o Segmento e cinco professores do 2o Segmento de turmas. Os professores tiveram um dia de fundamentação teórica e

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metodológica e mais oito dias de vivência em oficinas específicas para cada ano. O grupo de professores contou nesse momento com o apoio do gerente da área de Educação e Cultura Empreendedora do Sebrae/RJ, Francisco José Marins Ferreira, que forneceu a reprodução das apostilas dos professores e os materiais utilizados nas atividades vivenciais do repasse.

O Programa aplicou a metodologia semiaberta de capacitação, ou seja, cada instituição e professor o direcionariam para a sua realidade local, com a intenção de levar à sala de aula as especificidades da sua cidade/região. Para isso, a fundamentação metodológica do JEPP estava alicerçada em quatro pilares:

Na educação empreendedora, com o objetivo de estimular a autonomia do aluno perante o conhecimento;

No papel a ser assumido pelo professor como facilitador deste processo;

Na criação de espaços de aprendizagem na escola que favorecessem o protagonismo infantil;

No incentivo aos comportamentos e atitudes empreendedoras.

Os pilares se refletiam nas oficinas das quais os professores participaram, elaboradas com base na fundamentação do Ciclo de Aprendizagem Vivencial – CAV, cujas dinâmicas e vivências proporcionaram ao grupo a experiência de “aprender fazendo” do empreendedorismo. Os professores de imediato acolheram essa proposta metodológica que havia sido desenvolvida e adequada ao currículo do Ensino Fundamental com a utilização de recursos lúdicos para a fixação dos conceitos que seriam transmitidos aos alunos e ajudá-los a dar os primeiros passos em direção ao êxito do futuro profissional.

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As oficinas compreendiam as seguintes atividades a serem desenvolvidas por etapas a cada ano do Ensino Fundamental por professores de todas as matérias:

Referências

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