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CÁRIE DENTÁRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA - UNIVAP CURSO DE ODONTOLOGIA

LAÉRCIO DE PAULA NOVAES

CÁRIE DENTÁRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA

São José dos Campos - SP 2017

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LAÉRCIO DE PAULA NOVAES

CÁRIE DENTÁRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Odontologia da Universidade do Vale do Paraíba como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego

São José dos Campos - SP 2017

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LAÉRCIO DE PAULA NOVAES

CÁRIE DENTÁRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Monografia aprovada como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Odontologia, da Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP, pela seguinte banca examinadora:

Presidente: Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego (Univap) Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego (Univap)

Membro Interno: Profª. Drª. Ilene Cristine Rosia Cesar (Univap)

Membro Interno: Profª. Drª.Letícia Vargas Freire Martins Lemos (Univap)

Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego do Curso de Odontologia Univap, 04 de dezembro de 2017

São José dos Campos - SP 2017

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FICHA CATALOGRÁFICA

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a DEUS, por não desistir de completar sua obra em minha vida.

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AGRADECIMENTOS

“Se pude ver mais longe foi porque me apoiei em ombros gigantes” Albert Einstein

Aos meus pais Sebastião Inácio (in memorian) e Maria Raimunda que tanto fizeram. Agradeço por ensinarem valores como caráter, dignidade, segurança, consciência, amor e limites. Meu sucesso é tão somente reflexo da educação que recebi.

A minha esposa Maria Paula, por apoiar meus sonhos com muito amor, companheirismo, dedicação e paciência nos momentos difíceis e nos períodos de ausência.

Ao meu filho Pierre por alegrar os meus dias, suas brincadeiras e inocência me fazem sentir o mais puro e verdadeiro amor.

Aos meus sogros, Paulo Leal e Antônia Mércia, por terem me acolhido como filho e serem tão presentes em minha vida.

Ao meu orientador, professor Marcos Rego, pois pude compartilhar um pouco da sua grande sabedoria, ensinamentos, exemplo de conduta, caráter e verdadeira dedicação à arte de ensinar. Agradeço pelo incentivo, compreensão, amizade e paciência.

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RESUMO

Introdução: Durante as últimas décadas, estudos apontam vários fatores influenciáveis à saúde bucal, como o estilo de vida, padrões de dieta, características regionais e sócio-econômicas que podem resultar na doença cárie na primeira infância; principalmente aquelas que encontram dificuldades no acesso ao serviço odontológico, tanto público como privado. Objetivo: Neste estudo objetivou-se, por meio de revisão de literatura, analisar a presença da doença cárie na primeira infância. Metodologia: A presente monografia foi realizada por meio de levantamento bibliográfico, com o auxílio de bases de dados das plataformas PUBMED, SciELO, LILACS, MedLine, BVS, em busca de artigos publicados nos últimos 15 anos. Foram obtidos artigos científicos, que abordavam a prevalência e etiologia do desenvolvimento da doença cárie na primeira infância e suas possíveis conseqüências. As palavras-chave nas línguas portuguesa e inglesa foram “criança/children“, “cáries/caries“ e “odontologia preventiva/preventive dentistry“, “infância/childhood” Resultados: Foram pesquisados 23 artigos científicos, que abordavam a prevalência e associações da doença cárie na primeira infância. Sabe-se que o impacto na redução de cárie é resultado de investimentos em ações de promoção e educação para a saúde, transcendendo a oferta de serviços de ordem apenas curativa, enfatizando assim a importância da reorientação das concepções e práticas no campo da odontologia. Sendo assim, a política de saúde bucal para a rede pública deve estar engajada nestes princípios para que se construa uma consciência sanitária, a fim de desenvolver o processo de controle social da mesma.

O fator etiológico determinante da doença cárie em crianças é a dieta cariogênica e presença de biofilme. Assim, a higiene bucal, a qual objetiva o controle do biofilme, deve ser um foco da motivação de prevenção desta doença, além de orientações, auxílio e supervisão dos pais e profilaxia profissional periódica. Conclusão: O grande obstáculo para o sucesso no controle da cárie na primeira infância tem sido a falta de comprometimento das famílias.

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ABSTRACT

Introduction: During the last decades, studies point to several factors influencing oral health, such as lifestyle, dietary patterns, regional and socioeconomic characteristics resulting in early childhood caries disease; Especially those who find difficulties in accessing the dental service, both public and private. Objective: This study aimed to analyze the presence of caries disease in early childhood by reviewing the literature. Results: A total of 23 scientific articles were searched, which addressed the prevalence and associations of caries disease in early childhood. It is known that the impact on caries reduction is the result of investments in health promotion and education actions, transcending the provision of curative services, emphasizing the importance of reorienting conceptions and practices in the field of dentistry. Therefore, the oral health policy for the public network must be engaged in these principles in order to build a sanitary awareness in order to develop the process of social control of it. The determinant etiologic factor of caries disease in children is the cariogenic diet and the presence of biofilm. Thus, oral hygiene, which aims to control the biofilm, should be a focus of the motivation to prevent this disease, as well as guidelines, parental guidance and supervision, and periodic professional prophylaxis. Conclusion: The major obstacle to successful early childhood caries control has been the lack of family involvement.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAURAS

MEDLINE Medical Literature Analysisand Retrieval System Online

PUBMED Motor de buscas para acesso ao Banco de Dados da MEDLINE SCIELO Scientific Electronic Library Online

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde BVS Biblioteca Virtual em Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde ECC Early Childhood Caries

UBS Unidades Básicas de Saúde

AEO Academia Européia de Odontopediatria EUA Estados Unidos da América

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Lesão de mancha branca – estágio inicial... 19

Figura 02 Cárie de mamadeira em estágio inicial... 20

Figura 03 Cárie da primeira infância... 20

Figura 04 Cárie de mamadeira grau avançado... 21

Figura 05 Arcada superior com cárie de mamadeira... 22

Figura 06 Mandíbula ... 22

Figura 07 Formas Precoces... 23

Figura 08 Cárie Crônica... 24

Figura 09 Dedeira... 25

Figura 10 Modelos diversos de escova... 26

Figura 11 Técnica de colocação de dentifrícios... 27

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 1.1 Objetivo Geral ... 13 1.2 Objetivos Específicos ... 13 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 14 2.1 Definição ... 14 2.2 Epidemiologia ... 14 2.3 Causas... 15 2.4 Classificação ... 16

2.4.1 Lesão de mancha branca ... 18

2.4.2 Cárie de mamadeira – Estágio inicial ... 19

2.4.3 Lesões cariosas com cavitação ... 20

2.4.4 Cárie de mamadeira grave ... 21

2.4.5 Cárie de mamadeira – Estágio avançado ... 21

2.4.6 Desmineralização nos incisivos inferiores e cárie nos molares ... 22

2.4.7 Formas precoces ... 23

2.4.8 Cárie crônica ... 23

3 PREVENÇÃO ... 25

3.1 Dedeira ... 25

3.2 Orientações aos modelos de escovas infantis ... 25

3.3 Técnica transversal de colocação do dentifrício ... 26

3.4 Utilização do fio dental ... 27

4 MATERIAIS E MÉTODOS ... 28

4.1 Método ... 28

4.1.1 Tipo de estudo ... 28

4.2 Materiais ... 29

4.2.1 Instrumento para coleta de dados ... 29

4.2.2 Coleta de dados ... 29

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 30

6 CONCLUSÃO ... 33

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1 INTRODUÇÃO

Ribeiro et al., (2004), relataram que a cárie é considerada uma doença infecto-contagiosa, multifatorial, desencadeada por microorganismos cariogênicos, substrato cariogênico e hospedeiro suscetível. Esses fatores interagem num determinado período de tempo, levando a um desequilíbrio no processo de desmineralização e remineralização entre a superfície dentária e o biofilme adjacente. A cárie dentária permanece como a doença infecciosa mais comum em crianças, estimando-se que, nos Estados Unidos, tenha uma prevalência cinco vezes maior que a da asma e sete vezes maior que a da rinite alérgica. Os principais microorganismos causadores da cárie são os estreptococos do grupo mutans, especialmente Streptococcus mutans e o Streptococcus sobrinus. Esses patógenos são capazes de colonizar a superfície do dente e produzir ácidos em velocidade superior à capacidade de neutralização do biofilme em ambiente abaixo do pH crítico (menor que 5,5), permitindo a dissolução do esmalte. O principal reservatório dos estreptococos do grupo mutans é a cavidade oral, e a infecção da criança depende do nível de infecção da mãe ou de outras pessoas que mais tiverem contato com ela.

Avila (2015), descreve um dos primeiros trabalhos sobre cárie dentária em crianças, publicado em 1927, quando médicos notaram um grande número de bebês com extensas lesões de cárie. Apesar de nesta época ainda não haver pesquisas relacionando a etiologia da cárie dentária com o tipo de alimentação, posteriormente, vários autores mostraram resultados ambíguos a respeito da relação entre amamentação e uso de mamadeira com a cárie dentária.

Tonial et al., (2015), enfatizaram que a cárie dentária afeta grande parte da população infantil, é a doença crônica mais comum em crianças, devido à sua elevada prevalência e aos graves impactos na qualidade de vida e desenvolvimento, é considerado um problema de saúde pública e social. A dor causada pela cárie interfere no ato de comer e faz com que as crianças apresentem crescimento mais lento, baixo peso e distúrbios no sono; prejudica o rendimento escolar com sensível diminuição na atenção durante as atividades, podendo gerar déficit de aprendi-zagem.

Lemos (2013), analisaram segundo o levantamento epidemiológico realizado no Brasil pelo Ministério da Saúde em crianças na faixa etária entre 18 a 36 meses

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apresentaram pelo menos um dente decíduo com experiência de cárie dentária, sendo que aos 5 anos de idade, quase 60% das crianças apresentaram a doença. Por esse motivo, o ministério da saúde considerou a cárie na primeira infância um problema de saúde pública. Consideraram cárie na Primeira Infância quando um ou mais dentes decíduos encontram-se comprometidos com lesão cariosa em qualquer estágio de desenvolvimento, sejam elas cavitadas ou não, perdidos devido à cárie ou restaurados antes dos 71 meses de idade. A cárie na primeira infância apresenta

associações com alimentação noturna e higiene noturna inadequada.

Cangussu et al., (2016), descreveram que a cárie precoce na infância se constitui em importante problema de saúde em muitos países e também no Brasil. A presença desta doença em crianças de pouca idade pode adquirir características destrutivas específicas, tendo como conseqüências indesejáveis, dentre outras, a ocorrência de dor e infecção. Estas, por sua vez, podem determinar um padrão inadequado de alimentação, comprometendo o desenvolvimento físico da criança.

Nunes e Perosa (2017), constataram que em 2010 no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, 53,4% das crianças apresentavam cárie aos cinco anos, com uma prevalência menor na região sudeste. Os autores constataram maior prevalência de cárie em grupos de baixa renda, possivelmente pela influência de tipos de dieta alimentar, pior nível de auto cuidado e baixa procura de atendimen-to preventivo, piores condições de higiene bucal e dificuldade de acesso a serviços odontológicos para a população mais carente.

A estimulação de higiene bucal na população sócio economicamente mais baixa, por meio da educação, pode ser um instrumento de transformação social, reformulação de hábitos, aceitação de novos valores e melhora da autoestima. Portanto, a comunicação verbal é um meio simples e direto para modificar o comportamento do indivíduo e levá-lo a exercer um controle satisfatório do biofilme dental. Em programas de educação para prevenção da cárie em crianças, os pais são convidados a auxiliar seus filhos na escovação e na fixação do aprendizado em ambiente familiar, uma vez que são educadores e incentivadores importantíssimos na formação de hábitos de higiene de seus filhos.

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1.1 Objetivo Geral

O objetivo do presente trabalho foi discutir por meio de revisão de literatura aspectos de importância no estudo, prevenção e controle da cárie dentária na primeira infância.

1.2 Objetivos Específicos

- Identificar as causas da doença cárie na primeira infância; - Conhecer os fatores que predispõem as lesões cariosas; - Promover hábitos saudáveis das crianças e cuidadores; - Sensibilizar os pais quanto à promoção da saúde bucal.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Definição

Ribeiro et al., (2004), consideraram a cárie uma doença infecto-contagiosa multifatorial, desencadeada por microorganismos cariogênicos, substrato cariogênico e hospedeiro suscetível. A saliva é o principal sistema de defesa do hospedeiro contra a cárie, remove alimentos e bactérias, mantém um sistema tampão contra os ácidos produzidos, age como um reservatório de cálcio e fosfato, necessários para a remineralização do esmalte. As situações individuais que diminuem o fluxo salivar e, conseqüentemente, sua capacidade tampão, tal como ocorre durante o sono das crianças aumentam a suscetibilidade do dente à cárie. A presença de flúor não impede o surgimento da cárie, mas é extremamente eficiente em reduzir a sua progressão, devendo ser enfatizado o controle da placa dental e da dieta para maximizar o efeito desse mineral. A freqüência diária de escovação dentária com dentifrício fluoretado e a escovação antes de dormir se tornam importantes medidas para o controle da doença, pois mantêm a concentração de flúor na saliva por um período maior. Assim, a cárie começa com a infecção primária pelos estreptococos, seguida pelo acúmulo destes dentro do biofilme em concentrações patogênicas, secundária à exposição freqüente e prolongada a uma dieta cariogênica. Por fim, a fermentação de açúcares pelos estreptococos no interior da placa dental causa a desmineralização do esmalte, resultando na cavitação das estruturas dentárias.

2.2 Epidemiologia

Volpato e Figueiredo (2005), relataram que em programas de educação para prevenção da cárie em crianças, os pais são convidados a auxiliar seus filhos na escovação e na fixação do aprendizado em ambiente familiar, uma vez que são educadores incentivadores importantíssimos na formação de hábitos de higiene de seus filhos.

Segundo Guedes-Pinto, (2003), a educação do paciente em Odontopediatria é um dos pontos mais altos que se tem dentro da filosofia preventiva. Os aspectos

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preventivos englobam diagnóstico cuidadoso, organização eficaz do plano de tratamento, procedimentos cirúrgicos conservadores, planejamento e desenho correto dos aparelhos protéticos, consideração e compreensão em relação aos pacientes. A busca pela promoção de saúde bucal deve estar centrada em diagnósticos precisos e ações educativas conduzidas por odontólogos, pais e educadores direcionadas as crianças, sem qualquer distinção de raça, religião, sexo ou deficiência.

Tonial et al., (2015), verificaram que a presença de cárie precoce na infância apresentou impacto na qualidade de vida relacionada à saúde bucal. As crianças que apresentavam cárie dentária grave obtiveram um somatório maior nos escores nos domínios relacionados à autoimagem, interação social e domínio das funções, em relação às crianças livres de cárie.

2.3 Causas

Ribeiro et al., (2004), com base no fato de que a cárie de estabelecimento precoce tem afetado crianças menores de três anos, a doença atualmente é considerada um problema de Saúde Pública. Sua etiologia é complexa e resulta da interação de vários fatores, tais como: alto consumo de carboidratos fermentáveis, negligência na higiene bucal, baixo nível socioeconômico familiar e nível limitado de instrução escolar da mãe. Estudos relatam que as ações educativas foram capazes de gerar nas mães envolvidas habilidades para o autocuidado e estimular hábitos saudáveis em suas crianças.

Volpato et al., (2005), descreveram que os fatores comportamentais que determinam má higiene oral também podem contribuir para estabelecimento do consumo inadequado de alimentos cariogênicos. A comunicação verbal é um meio simples e direto para modificar o comportamento do indivíduo e levá-lo a exercer um controle satisfatório do biofilme dental.

Hanan et al., (2012), relataram que a dieta infantil influencia a escolha de alimentos numa fase tardia da vida, onde tem sido demonstrada uma correlação entre o uso de bebidas açucaradas, de chupetas com mel na infância e o consumo de lanches açucarados em anos posteriores. Desta forma, o efeito da prática de

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alimentação infantil sobre a ocorrência da cárie dental em dentes decíduos tem merecido a atenção de muitos pesquisadores. A influência da televisão no comportamento alimentar das crianças é relevante, sendo extremamente importante o papel mediador dos pais neste processo de influência. Em todos os alimentos industrializados analisados, houve índices elevados de açúcares nas suas composições, sendo as papinhas de maçã e pêra (Nestlé®) as que apresentaram a maior concentração de açúcares redutores em glicose (34,22% e 22,34%, respectivamente) e o Biscoito Bono® sabor chocolate e o bolinho de baunilha recheio de chocolate Bauducco®, os que apresentaram as maiores concentrações de sacarose (52,83% e 39,34%, respectivamente). Tais valores expressivos corroboram com estudos que obtiveram a concentração de 3,7 a 83,4% de sacarose em doces, chocolates, bebidas, balas e medicamentos, de 31,9 a 34,9 g de carboidrato nas papinhas de frutas Nestlé® investigadas e de 32,03% para biscoito waffer e 74,63% para achocolatado. O açúcar refinado (sacarose) é um produto concentrado que o organismo não necessita, ao contrário, rejeita pelos transtornos que causa na química do corpo.

Rodrigues (2008), analisou uma pesquisa feita no Brasil, onde 304 gestantes do município de Salvador-BA, de nível socioeconômico-cultural baixo foram entrevistadas. Os resultados demonstraram que 70,7% conheciam o problema cárie dentária. Quando questionadas quanto às causas das doenças bucais, 59,9% atribuíram à falta de higiene. Dentre as entrevistadas, 52,2% acreditavam que os dentes não nascem para durar a vida toda. Como método utilizado para a prevenção de cárie, 82,9% citaram ser a escovação e 53,5% sabiam da existência de um elemento que previne essa enfermidade. Quanto aos dentes decíduos, 79,3% responderam que não há necessidade de tratá-los, porque “vai cair e nascer outro no lugar”.

2.4 Classificação

Frota (2009), descreve que a Academia Americana de Odontopediatria sugeriu, para o termo cárie precoce (Early Childhood Caries ECC), a seguinte definição: presença de um ou mais dentes cariados (incluindo tanto lesões cavitadas como as não cavitadas), ausentes (devido à cárie) ou restaurados, em crianças com

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até 71 meses de idade. A cárie precoce é considerada um sério problema de saúde, com maior prevalência em grupos de baixo nível sócio-econômico, mas também observada na população em geral. A cárie de primeira infância afeta cerca de 6% das crianças com menos de 3 anos de idade. Os pais devem ser informados quanto aos prováveis efeitos negativos da utilização da mamadeira noturna com líquidos açucarados, concomitante à higiene deficiente, a importância da dieta equilibrada, o uso do flúor e os cuidados quanto à higiene bucal, assim como a necessidade da visita ao cirurgião-dentista quando do irrompimento dos primeiros dentes decíduos, tornar-se-á mais fácil impedir o estabelecimento de maus hábitos.

Hebling et al., (2002), descreveram a relevância que os medicamentos infantis na forma líquida contendo açúcares em sua composição apresentam potencial cariogênico. Em 1953, James & Pafitl estudaram os efeitos locais de certos medicamentos sobre os dentes, os quais promoviam a queda do pH do meio e conseqüentemente, com apenas dez dias de utilização medicamentosa, contendo açúcares, desde que o paciente negligencie a higiene bucal, o mesmo pode ser capaz de promover a desmineralização do esmalte.

Scalioni et al., (2012), relataram que lesões cariosas estão fortemente ligada à influência de fatores comportamentais, com ênfase para a participação da dieta no processo cariogênico. A intensidade da cárie em crianças pré-escolares parece ser resultado da frequente ingestão de açúcar, que permite a produção repetitiva de ácido pelas bactérias cariogênicas que se aderem aos dentes. Torna-se, assim, necessária a identificação dos hábitos de risco (alimentos propriamente ditos ou momentos de ingestão), por meio da obtenção de um diário alimentar do paciente, a fim de que sejam propostas alterações capazes de auxiliar na modificação do padrão de progressão vigente da doença.

Pimentel, Alves e Tostes (2012), enfatizaram que a redução da prevalência e incidência de cárie dentária e as mudanças na distribuição e padrão da doença nos últimos anos têm sido bem documentadas. Estudos epidemiológicos no Brasil confirmam a baixa prevalência de cárie dentária em algumas regiões mais desenvolvidas socioeconomicamente, porém diferenças regionais na prevalência e gravidade da cárie são ainda marcantes. Considerando o maior acesso das crianças brasileiras às medidas de prevenção, atenção maior tem que ser dada aos métodos de diagnóstico e decisão de tratamento. Embora, a prevalência de cárie tenha

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diminuído nos últimos anos há disparidade entre regiões e muitas crianças ainda apresentam cárie e com grande severidade.

Pereira (2014), ressalva que devido às desigualdades sociais existentes, a qualidade de vida está associada aos indicadores de desenvolvimento social. Assumindo um caráter com várias dimensões que abrangem os setores: educação, saúde, habitação, transporte, trabalho e lazer que são chamadas de medidas de qualidade de vida.

É consensual entre diversos autores que estudos sobre saúde bucal e qualidade de vida estão intimamente ligados e deveria abordar quatro aspectos: funcional, social, estético e psicológico. Segundo Brasil Sorridente 2014, a promoção de saúde vem sido entendida como uma excelente estratégia de enfrentamento dos principais problemas de saúde bucal, portanto são propostas articulações de saberes técnicos e populares com recursos comunitários e públicos para o enfrentamento das doenças e resolutividade dos problemas, porém por muitas vezes a promoção em saúde bucal tem sido negligenciada pelos profissionais e o apoio e instrução tem sido limitado, o que dificulta o desenvolvimento desta prática.

2.4.1 Lesão de mancha branca

Piedade (2014) descreveu que o diagnóstico do esmalte afetado pela lesão incipiente, manchas brancas opacas, com ou sem perda de solução de continuidade, principalmente nas superfícies externas dos incisivos superiores, inclusive nas crianças menores de um ano e meio. Com o aparecimento de manchas brancas, deve-se observar se são brilhantes, lisas, indicando lesão inativa já em casos de lesões rugosas e opacas, caracterizando cárie.

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Fonte: Walter, 2014

2.4.2 Cárie de mamadeira – Estágio inicial

Diferentes estágios da cárie de mamadeira nos dentes anteriores, as lesões iniciais não são reconhecidas pelo leigo como doença cárie.

Avila (2015), relatou um estudo realizado na Índia, composto por uma amostra de 1500 crianças de 8 a 48 meses, detectou-se que aquelas crianças que faziam uso de mamadeira com conteúdo adoçado ou aleitamento em livre demanda apresentavam aumento significativo de lesões cariosas. O grupo de crianças aleitadas exclusivamente no peito e em livre demanda apresentou uma prevalência de cárie de 29,6%, valor esse maior que a prevalência de cárie nas crianças que não amamentavam em livre demanda (26,7%). A prevalência de crianças com cárie que usavam mamadeira durante a noite foi ainda maior (40,7%).

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Figura: 2 - Cárie de mamadeira em estágio inicial

Fonte: Hubertus, 2002

2.4.3 Lesões cariosas com cavitação

Na primeira infância, a cárie dentária pode ser definida como uma doença crônica, multifatorial, contagiosa, de natureza agressiva que se manifesta de forma súbita com destruição rápida da coroa e, na maioria das vezes envolvendo muitos dentes, a ponto de evoluir para quadros tão severos que interferem negativamente no crescimento e no desenvolvimento das crianças afetadas.

Figura: 3 - Cárie da primeira infância

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2.4.4 Cárie de mamadeira grave

O defeito circundante levou a uma fratura da coroa do dente 51, com exposição da polpa. Até este ponto, os pais “não tinham observado nada de anormal nos dentes”. Assim que a cárie de mamadeira se estabelece, a progressão de suas lesões é muito rápida através da fina camada de esmalte até a dentina.

Figura: 4 - Cárie de mamadeira grave

Fonte: Hubertus, 2002

2.4.5 Cárie de mamadeira – Estágio avançado

Paciente de 3 anos e meio com Incisivos e superfícies oclusais dos molares decíduos destruídos pelas cáries.

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Figura: 5 – Arcada superior com cárie de mamadeira

Fonte: Hubertus, et al., 2002

2.4.6 Desmineralização nos incisivos inferiores e cárie nos molares

O mesmo paciente da figura 5, ao contrário dos molares, os dentes anteriores ainda não foram atingidos pela cárie. Entretanto as primeiras desmineralizações já são visíveis clinicamente. As diferenças na incidência entre da metade direita ou esquerda demonstram preferência por dormir deitado de lado: o liquido cariogênico escorre para um lado.

Figura: 6 – Mandíbula

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2.4.7 Formas precoces

Em condições favoráveis ao estabelecimento de cáries já durante a erupção dos dentes (uso de medicamentos ou chupetas adoçadas com mel), as lesões podem iniciar pelas bordas incisais ou pelas superfícies palatinas. Os pais, ao observarem essas lesões, pensam: “os dentes já erupcionaram assim”, “ a criança tem dentes macios”, “ isto é conseqüência dos antibióticos”, a existência de uma maior predisposição à cárie por hipomineralização do esmalte formada na fase perinatal é discutida.

Figura:7 – Formas precose

Fonte: Hubertus, 2002

2.4.8 Cárie crônica

Em cáries de processo muito lento ou estagnadas, pode haver pigmentações secundárias. Isto é mais alarmante para muitos pais do que uma lesão ativa, de coloração clara.

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Figura: 8 - Cárie crônica

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3 PREVENÇÃO

3.1 Dedeira

Com o irrompimento dos primeiros molares decíduos, a higienização deve ser realizada com escova de dente de tamanho compatível com a cavidade bucal dos bebês.

Figura: 9 - Dedeira

Fonte: Walter, 2014

3.2 Orientações aos modelos de escovas infantis

Existem diversas técnicas de escovação. Para os bebês, uma das técnicas mais difundidas é a de Fones, considerada simples e, portanto, de fácil execução. Nela, são realizados movimentos circulares em todas as faces dos dentes, com exceção das faces incisais e oclusais.

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Figura: 10 – Modelos diversos de escovas

Fonte: Walter, 2014

3.3 Técnica transversal de colocação do dentifrício

Vale lembrar os cuidados necessários para se diminuir os riscos de ingestão de doses excessivas de dentifrícios fluoretados, pelos bebês. Assim, a escovação deve ser realizada por um adulto, colocando o dentifrício no sentido transversal da escova, sempre em pequena quantidade. Na figura (A) a técnica longitudinal de colocação do dentifrício não deve ser utilizada. Figura (B) técnica correta. Cury e Tenuta (2012), revisaram onde o uso de dentifrício fluoretado é seguro quanto à toxicidade aguda do fluoreto; Dentifrício fluoretado é fator de risco de fluorose dental, mas a dose à qual crianças são submetidas tem sido superestimadas; Em regiões de água fluoretada, fluorose dental não pode ser prevenida pelo uso de dentifrício sem flúor ou de baixa concentração; Em populações expostas a dentifrício fluoretado, a fluorose decorrente não afeta a qualidade de vida dos acometidos, mesmo naquelas já em risco devido à ingestão de flúor pela água.

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Figura: 11 - Técnica de colocação do dentifrício

Fonte: Walter, 2014

3.4 Utilização do fio dental

Outro aspecto de fundamental importância é o uso do fio dental, indicado para limpeza dos espaços interdentais. Este deve ser incentivado desde a época dos primeiros dentes, normalmente os incisivos centrais inferiores.

Figura: 12 – Criança e adulto utilizando fio dental

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado um levantamento bibliográfico em busca de artigos publicados nos últimos 20 anos. Foram obtidos artigos científicos, que abordavam a prevalência e etiologia da cárie dentária na primeira infância.

4.1 Método

4.1.1 Tipo de estudo

Diz respeito a uma pesquisa descritiva, retrospectiva, desenvolvida por meio de uma revisão bibliográfica de literatura, de publicações identificadas em periódicos e revistas eletrônicas, livros, bem como em base de dados eletrônicas.

Quanto à metodologia empregada para o desenvolvimento deste trabalho, optou-se pela revisão de literatura, constituindo uma síntese do estado do conhecimento sobre o tema abordado, sendo também descritiva como caracterização de condições e processos fisiológicos relacionados à cárie e aos hábitos de higiene na infância.

O presente estudo tratou-se de uma revisão da literatura, com o objetivo de associar um conjunto de pesquisas a respeito da temática específica, debatendo as teorias e identificando os estados patológicos, bem como as prescrições práticas de intervenções. Dessa maneira, busca contribuir de forma positiva para o desenvolvimento da literatura já disponível.

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4.2 Materiais

Optou-se pela consulta de base de dados eletrônica, pela facilidade de acesso, bem como pela possibilidade de contato com maior diversidade de autores e com produção científica mais recente. A busca de informações deu -se a partir da escolha de sites de caráter científico, como Scielo (ScientificElectronic Library), Medline (Medical LiteratureAnalysisandRetrieval System Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), além do DATASUS (Banco de Dados do Ministério da Saúde).

4.2.1 Instrumento para coleta de dados

Foram usadas palavras-chave relacionadas ao tema abordado, na língua portuguesa e inglesa como “Crianças/Childrens”, “Odontologia/Dentistry”, “Promoção à Saúde/Health Promotion”, “Cárie na Infância/Childhood Caries”. Após seleção dos artigos, baseando-se como critérios de inclusão a atualidade e pertinência com o tema, foram realizadas o fichamento do material selecionado, síntese e delimitação das idéias centrais das publicações consultadas, construindo-se assim os eixos da fundamentação da pesquisa.

4.2.2 Coleta de dados

Durante os meses de agosto de 2016 a setembro de 2017 foram realizadas as coletas dos dados. Após a seleção do material, foram analisados os resumos, discussões, resultados, e posteriormente, os artigos na íntegra para verificar se cumpriram ao objetivo do estudo. Após leitura detalhada dos artigos e inclusão no estudo, com base nos achados e dados encontrados, procedeu-se à confecção do texto cientifico e os resultados serão relacionados nos resultados e discussões.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram pesquisados 23 artigos científicos, que abordavam a prevalência e associações da doença cárie dentária na primeira infância.

Rodrigues (2008), pesquisou se a cárie é uma doença e se ela é transmissível, os autores perceberam que a maioria das participantes acreditam que a cárie é uma doença, porém não é transmissível. A afirmação de que a cárie é uma doença está de acordo com inúmeros trabalhos da literatura, sendo, inclusive, de caráter multifatorial. Em relação à transmissibilidade da cárie, observa-se no presente estudo que as mães se encontram desinformadas a esse respeito; Onde a transmissibilidade ocorre de mãe para filho pelo contato físico direto, beijo, ato de assoprar a comida, uso compartilhado de talheres, copos, entre outros meios de contaminação.

Blank, (2012), verificou a indicação quanto ao uso de dentifrícios com flúor, mais de dois terços dos respondentes à enquete afirmaram que não recomendam ou o fazem apenas para crianças com mais de seis anos de idade, o que assinala o desconhecimento das recomendações correntes das autoridades acadêmicas quanto à ênfase que deve ser dada à ação do flúor tópico – em quantidades controladas e supervisionadas – na prevenção da cárie em todas as crianças que tenham dentes. Nesse contexto, o pediatra e o dentista podem estabelecer conexões, para dar à criança o melhor atendimento possível, cujo foco e intensidade se basearão na avaliação permanente do risco de cárie.

Cury e Tenuta (2012), constataram nos EUA um aumento da prevalência de fluorose dentária, desencadeando a realização de pesquisas em todo mundo com a preocupação de determinar o risco que o uso abrangente de dentifrício fluoretado poderia provocar nas populações expostas. Essa preocupação, país que já convive naturalmente com a fluorose devido ao efeito sistêmico da exposição à água fluoretada, serviu de alerta para outros países como o Brasil, que elegeu a fluoretação da água como meio coletivo para controlar a cárie em sua população.

Em países europeus, onde a população está exposta a dentifrícios fluoretados, a maior prevalência de fluorose é observada onde há água fluoretada.

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Em acréscimo, crianças australianas expostas a água e dentifricios fluoretados durante os três primeiros anos de vida, o risco de apresentar fluorose é duas vezes maior pela exposição à água do que ao dentifrício.

Entretanto, esse assunto com relação aos dentifrícios fluoretados não tem sido tratado com base nas melhores evidências científicas disponíveis, a prova disso, é a falta de consenso entre instituições e países quanto às recomendações de sua utilização na primeira infância. A Academia Européia de Odontopediatria recomenda que crianças nas faixas etárias de 6 a 24 meses, 2 a 6 anos e aquelas maiores que 6 utilizem respectivamente cremes dentais com 500, 1000 e 1450 ppm de flúor.

Hanan et al. (2012), ressaltam que todos os açúcares comuns da dieta alimentar são utilizados no metabolismo de energia de muitas bactérias do biofilme, portanto, estando sujeitos a serem fermentados por esses microrganismos. Dentre os açúcares, a sacarose é a que apresenta maior potencial cariogênico, devido ao pequeno tamanho de suas moléculas e a sua facilidade de difusão pelo biofilme. Os autores constatam associações significativas entre consumo de sacarose, refrigerantes e alimentos sólidos cariogênicos com prevalência da doença cárie em crianças. O açúcar refinado (sacarose) é um produto concentrado que o organismo não necessita, ao contrário, rejeita pelos transtornos que causa na química do corpo. A outra metade da sacarose, a frutose, servirá para produzir um acetato, a matéria-prima para a montagem das moléculas de colesterol. O corpo passa, então, a ter falta de cálcio, de magnésio, de zinco, de selênio, entre outros nutrientes protetores, colocando em risco a saúde das crianças.

Castro et al., (2013), analisaram que o fator que influência a qualidade de vida de um indivíduo é a escolaridade, onde a maioria possui apenas o primeiro grau completo, não tem curso superior e conseqüentemente, oportunidades de emprego. Não há perspectiva de futuro melhor para esta população, a maioria conclui o ensino médio e vai para o trabalho na roça, não conseguem adquirir casa própria, o que causa impacto negativo em sua qualidade de vida, pois ficam desmotivados com o seu cuidado em geral, negligenciando sua saúde bucal, inclusive, a saúde bucal das crianças pelas quais são responsáveis.

Lemos (2013), enfatiza que a prática de hábitos corretos alimentares na primeira infância é muito importante, não só pelo fato de evitar o aparecimento de

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lesões cariosas, mas também por constituir a base para os futuros hábitos dietéticos, tornando-se um importante indicador do risco de cárie.

Afonso e Castro (2014), estudaram o delineamento dos cuidados com higiene bucal dos pais ou responsáveis por alunos de um estabelecimento público educativo, em que o nível de escolaridade não foi determinante na construção de hábitos de higiene bucal saudáveis. O número de mães que aceitaram a participar do projeto foi expressivamente maior. Atribui-se a elas um papel fundamental nos cuidados com os filhos, pois, normalmente, são elas que acompanham as necessidades dos mesmos. Assim, confirma-se a importância de integrar as mães nos projetos de saúde bucal direcionados às crianças. Hoje, o Brasil está entre os países cuja população tem baixa incidência de cárie. Metade das crianças brasileiras com 12 anos não tem lesões de cárie, e 17,5 milhões de brasileiros passaram a ir ao dentista entre 2003 e 2008. O levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde mostrou que a melhora na saúde bucal do brasileiro é reflexo do Programa Brasil Sorridente.

Nunes e Perosa (2017), analisaram a prevalência de crianças com cárie de certas amostras e relataram ter sido superior ao estipulado pela Organização Mundial de Saúde. A diversidade de resultados talvez se deva à idade dos sujeitos, a diferenças metodológicas, mas, principalmente, a ações preventivas odontológicas muito diversas nas cidades em que se realizaram as pesquisas. Para facilitar o monitoramento e a adesão aos programas de atenção em saúde bucal, tanto curativos, preventivos como educativos, eles precisam ocorrer em contextos que atendam crianças pequenas, nos centros de saúde, nas creches e pré-escolas. Por exemplo, nas creches do município onde se realizou o estudo, não havia uma programação de ações preventivas ou atendimento odontológico de rotina.

Guarienti et al. (2009), acreditam que o impacto na redução da cárie é resultado de investimentos em ações de promoção e educação para a saúde, no nível coletivo e individual, transcendendo a oferta de serviços de ordem apenas curativa, enfatizando a importância da reorientação das concepções e práticas no campo da odontologia. O grande desafio da Odontologia moderna é atuar educando a população, promovendo informações necessárias ao desenvolvimento de hábitos bucais e manutenção da saúde. A política de saúde para a rede pública deve estar engajada nestes princípios para que se construa uma consciência sanitária, a fim de desenvolver o processo de controle social da mesma.

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6 CONCLUSÃO

O grande obstáculo para o sucesso no controle da cárie na primeira infância tem sido a falta de interesse das famílias. Portanto, para promover saúde oral infantil é imprescindível a conscientização, rotinas e hábitos de higiene, comprometimento e assiduidade dos responsáveis aos programas de prevenção, se possível, desde a gestação.

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REFERÊNCIAS

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