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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vale de Cambra, CRL Relatório e Contas Parecer do Conselho Fiscal Certificação Legal de Contas

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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo

de Vale de Cambra, CRL

2013

Relatório e Contas

Parecer do Conselho Fiscal

Certificação Legal de Contas

(2)

INDICE

1.

R

ELATÓRIO DA

G

ESTÃO DO

C

ONSELHO DE

A

DMINISTRAÇÃO

... 2

2.

I

NTRODUÇÃO

... 2

3.

E

NQUADRAMENTO

M

ACROECONÓMICO

... 6

4.

E

CONOMIA

M

UNDIAL

... 6

5.

E

CONOMIA

P

ORTUGUESA

... 12

6.

M

ERCADOS

F

INANCEIROS

... 18

7.

E

VOLUÇÃO DO

M

ERCADO

B

ANCÁRIO

... 23

8.

C

RÉDITO

A

GRÍCOLA

:

E

VOLUÇÃO

R

ECENTE

... 26

9.

A

CTIVIDADE DE CRÉDITO

... 35

10.

C

APTAÇÃO DE DEPÓSITOS

... 36

11.

G

ESTÃO CORRENTE

... 37

12.

R

ESULTADOS OBTIDOS

... 38

13.

C

APITAL SOCIAL

... 38

14.

Q

UADRO COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS RUBRICAS DO

B

ALANÇO ORÇAMENTADO E REALIZADO NO EXERCÍCIO DE

2013 ... 39

15.

Q

UADRO COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS RUBRICAS DA

D

EMONSTRAÇÃO DE

R

ESULTADOS ORÇAMENTADA E REALIZADA NO EXERCÍCIO DE

2013 ... 40

16.

E

STRUTURA E PRÁTICA DO GOVERNO SOCIETÁRIO

... 41

17.

R

EMUNERAÇÕES DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO

,

DE FISCALIZAÇÃO E DE DETERMINADAS CATEGORIAS DE COLABORADORES

: ... 43

18.

I

NFORMAÇÕES DE NATUREZA LEGAL

... 48

19.

R

EFERÊNCIAS

... 48

20.

P

ROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

... 49

21.

T

RANSFERÊNCIA DA RESERVA LEGAL PARA CAPITAL SOCIAL

... 50

22.

P

ARECER DO

C

ONSELHO

F

ISCAL

: ... 51

23.

D

EMONSTRAÇÕES

F

INANCEIRAS E

A

NEXO

... 56

ATÉ

92

(3)

Relatório da Gestão do Conselho de Administração Introdução

Evolução do Total do Capital Próprio (milhares de euros) 3.396 3.783 4.004 4.225 4.597 4.947 5.230 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 2007-12-31 2008-12-31 2009-12-31 2010-12-31 2011-12-31 2012-12-31 2013-12-31

De forma sustentada e progressiva, alcançámos em 2013 um total de capitais próprios superior a 5 milhões de euros, na sua esmagadora maioria compostos por títulos da própria Caixa e decorrentes dos excedentes da nossa actividade ao longo dos últimos 27 anos. E, convém relembrar, que recomeçámos em 1987 do abaixo de zero.

Não significa este marco histórico para a Caixa, que não existam problemas, contingências e isolados das dificuldades que estão à vista de todos. Infelizmente, as ameaças são várias e difíceis de vencer: crédito vencido, activos com desvalorizações, margem financeira a reduzir-se, dificuldades na concessão de crédito novo por falta de projectos credíveis e riscos acrescidos decorrentes do ambiente de crise que ainda permanece, não são de facto bons sinais para uma instituição de crédito.

Mas, novamente, devemos considerar que apesar das dificuldades referidas, muitos dos nossos indicadores continuam a ser bastante razoáveis e até melhores quando comparados com os níveis médios do nosso Grupo. Os diferentes rácios de solvabilidade estão muito acima do exigido, o rácio de transformação é de apenas 47,5%, a nossa margem complementar representa 33% do

(4)

produto bancário, o rácio de crédito vencido líquido de provisões é de 5,04% para um valor de referência de 5%, o volume de activos por empregado é de 5.180.443 € para um referencial no Grupo de 3.000.000 €, as garantias reais obtidas no crédito concedido são de 70,54% para um referencial mínimo de 65%, entre outros.

Índices Crédito concedido e Crédito vencido (Base 1995 = 100) 0 100 200 300 400 500 600 700

Crédito concedido vivo Crédito vencido

Este gráfico identifica o cerne da questão principal que preocupa a gestão da Caixa e com a qual tem vivido nos últimos anos: um ciclo longo de crédito vencido elevado com picos acentuados em determinados momentos, e uma actividade creditícia negativa acompanhando a crise económica e financeira do País.

Por outro lado, a manutenção de um crescimento contínuo da base de depósitos (pese embora a progressiva diminuição das taxas de juro) origina um balanço com uma elevada liquidez (rácio de transformação inferior a 50%) e uma pressão elevada no estreitamento progressivo da margem financeira.

Índices de evolução de depósitos de clientes, crédito concedido e margem (base 1995=100) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 199519961997199819992000200120022003 2004200520062007200820092010201120122013

(5)

Numa perspectiva mais alargada da Caixa, visto o seu enquadramento no seio do Sistema Integrado do Crédito Agrícola, vemos com bastante satisfação os êxitos assinaláveis que vêm sendo alcançados e prosseguidos pelo Crédito Agrícola, quer na qualidade dos seus indicadores globais, quer, sobretudo, na capacidade de resistência às dificuldades globais que as instituições financeiras têm vindo a conhecer em Portugal e que são conhecidas de todos. A somar a estas apreciações positivas, junta-se os resultados das Inspecções das Autoridades de Supervisão que têm sido bastante favoráveis ao Crédito Agrícola, factor para uma confiança acrescida no nosso Grupo.

Julgamos também muito pertinente o Programa de Transformação do Grupo, iniciado em meados de 2013 pela nova equipa que gere, ao mais alto nível, o Crédito Agrícola, com especial relevância na dinamização comercial da vasta rede de agências do Crédito Agrícola, na reestruturação da Caixa Central e Empresas Participadas e, esperamos, no desenvolvimento mais célere e atempado das ferramentas informáticas necessárias ao negócio e à actividade administrativa cada vez mais exigente pelo mercado e pela regulamentação imposta pelas diversas autoridades.

Com base nas informações do Banco de Portugal (Relatório Intercalar de 2013 elaborado e emitido pela Supervisão Comportamental do Banco de Portugal), o Crédito Agrícola continua a situar-se, em quase todos os domínios, como uma das Instituições de Crédito menos reclamada, resultado esse que naturalmente reflecte o posicionamento e a atitude de proximidade que as Caixas Associadas têm com os seus Clientes, permitindo que sejam sanadas na fonte as eventuais divergências e não enquadrando motivos para reclamações potenciais junto dos órgãos centrais do Grupo ou das Entidades de Supervisão.

Os nossos indicadores apresentam-se histórica e crescentemente favoráveis. Os Fundos Próprios de base atingiram, no final de 2013, quase 4,7 milhões de euros, um rácio e solvabilidade TIER1 de 21,1% (mínimo de 8%), sendo que o Rácio Core Tier1 (definido pelo Banco de Portugal no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira assinado pelo Governo Português e a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) foi ainda superior, fixando-se em 21,99% (para um mínimo requerido pelo Banco de Portugal em 31/12/2012 de 10%).

(6)
(7)

Enquadramento Macroeconómico1

Economia Mundial

De acordo com as previsões do FMI, publicadas no update de Janeiro de 2014, o crescimento da economia mundial em 2013 manteve a tendência de abrandamento dos últimos anos, ficando nos 3,0%.

As projecções apontam ainda para que o PIB no conjunto das economias avançadas tenha crescido 1,3% em 2013. O Japão deverá continuar com um crescimento moderado e a zona Euro registou uma contracção do PIB da ordem dos 0,4% em 2013.

Como um todo, o FMI estima que em 2014 a economia mundial cresça 3,7%, um aumento face aos 3,0% estimados para 2013.

A combinação da ligeira redução do ritmo de crescimento das economias emergentes com o aumento do ritmo das economias mais fortes poderá abrir caminho a um crescimento mais sincronizado da economia mundial.

2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P Economia Mundial 5,2 3,9 3,1 3,0 3,7 3,9 Economia Desenvolvidas 3,0 1,7 1,4 1,3 2,2 2,3 Estados Unidos 2,5 1,8 2,8 1,9 2,8 3,0 Zona Euro 2,0 1,5 -0,7 -0,4 1,0 1,4 Japão 4,7 -0,6 1,4 1,7 1,7 1,0 Economias Emergentes 7,5 6,2 4,9 4,7 5,1 5,4 Rússia 4,5 4,3 3,4 1,5 2,0 2,5 China 10,4 9,3 7,7 7,7 7,5 7,3 Índia 10,5 6,3 3,2 4,4 5,4 6,4 Brasil 7,5 2,7 1,0 2,3 2,3 2,8

Comércio Mundial (Bens e Serviços) 12,8 6,1 2,7 2,7 4,5 5,2

Fonte: World Economic Outlook, Outubro 2013, com update a Janeiro de 2014 Evolução Económica Mundial

Variação Anual do PIB (em percentagem )

(8)

Em 2013, as maiores economias do mundo começaram a obter resultados das políticas económicas implementadas desde o início da crise de 2008. A China deve registar um crescimento em linha com o ano anterior, mas as autoridades ainda falam da persistência de incertezas no cenário global. A prioridade das políticas económicas chinesas tende a mudar do mercado externo para o mercado interno. Os Estados Unidos conseguiram resultados acima do esperado em 2013, registando um crescimento na ordem dos 1,9%.

2,5% 2,0% 4,7% 10,4% 1,8% 1,5% -0,6% 9,3% 2,8% -0,7% 1,4% 7,7% 1,9% -0,4% 1,7% 7,7% 2,8% 1,0% 1,7% 7,5% 3,0% 1,4% 1,0% 7,3%

Estados Unidos Zona Euro Japão China

Evolução Económica Internacional

2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P

Fonte: World Economic Outlook, Outubro 2013, com update a Janeiro de 2014

Para este abrandamento da economia mundial contribuíram as economias desenvolvidas, em particular a zona Euro com crescimento negativo pelo segundo ano consecutivo, e as economias emergentes, onde a Rússia terá registado a maior contracção do crescimento face a 2012 (1,5%), mesmo apesar das melhorias verificadas no crescimento de países como a Índia e o Brasil (4,4% e 2,3%, respectivamente).

Os países da América Latina registaram, de um modo global, níveis de crescimento inferiores aos esperados. O Brasil apresentou um crescimento do PIB de 2,3% para 2013 e uma perspectiva de manutenção deste ritmo de crescimento para 2014. A inflação fixou-se nos 5,8% para tal concorrendo a decisão do Banco Central em aumentar a taxa directora, em 2,5%, para os 10%. No entanto, e apesar da organização do Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, as previsões económicas para o Brasil não são optimistas.

No decurso do primeiro semestre de 2013 assistiu-se a um reforço das políticas monetárias acomodatícias no Japão e nas principais economias emergentes da América do Sul. Todavia, em

(9)

algumas destas últimas, estas políticas foram objecto de revisão, no intuito de contrariar o movimento de saída de capitais e a depreciação das respectivas moedas, efeitos desencadeados pela perspectiva de diminuição de estímulos monetários nos EUA.

Em meados de Junho, o Banco Mundial reviu em baixa a previsão de crescimento da China para 2013 de 8,3% para 7,7%, já que em Maio as exportações cresceram apenas 1%, contra 14,7% no mês anterior, o mais baixo crescimento em 15 meses.

Os Estados Unidos obtiveram resultados acima do esperado e o país deve entrar em 2014 em melhores condições do que as verificadas em 2013 graças a uma aceleração do consumo. O PIB cresceu 4,1% no terceiro trimestre em termos anualizados, o mais forte desde o último trimestre de 2011, fruto do crescimento do consumo nas áreas de saúde e do aumento do investimento em empresas tecnológicas. Em Outubro e Novembro registou-se um aumento significativo das vendas a retalho que, em conjunto com o crescimento dos stocks, sinalizaram a maior confiança dos empresários, tendo as exportações crescido 3,9% no terceiro trimestre.

O acordo orçamental conseguido no final de 2013, depois de uma semana de greve de paralisação da administração federal em Outubro de 2013, permitiu debelar efeitos os negativos sobre a economia, decorrentes da perspectiva inédita de o país não ter um acordo orçamental e fiscal que permita pagar as suas dívidas.

Apesar de se encontrar bastante abaixo dos 10% registados em Outubro de 2009, a actual taxa de desemprego de 7% ainda se mantém acima dos níveis pré-crise. A melhoria da situação socioeconómica das famílias e a revitalização do tecido empresarial, visível nos indicadores dos mercados accionistas, contribuíram para estimular a procura imobiliária e aumentar a cotação de venda dos imóveis e a valorização dos índices deste mercado.

A zona do Euro registou um crescimento em cadeia no terceiro trimestre de 0,1%, apesar de se situar abaixo do crescimento registado no trimestre anterior (0,3%), o que pode ser justificado por factores socioeconómicos (e.g. desemprego, falências, emigração) que induziram à retracção do consumo, principalmente nas economias mais significativas como a França e a Alemanha. Não obstante, a região conseguiu sair da maior recessão da sua história.

As condições económicas na zona Euro mantêm-se bastante diferenciadas entre países, tendo a Alemanha e a França registado crescimentos económicos praticamente nulos e a Itália e a Espanha com variações negativas do PIB.

(10)

2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P

Alemanha 3,9 3,4 0,9 0,5 1,6 1,4

França 1,7 2,0 0,0 0,2 0,9 1,5

Itália 1,7 0,4 -2,5 -1,8 0,6 1,1

Espanha -0,2 0,1 -1,6 -1,2 0,6 0,8

Fonte: World Economic Outlook, Outubro 2013, com update a Janeiro de 2014

Evolução Económica da Zona Euro

Variação Anual do PIB (em percentagem )

No entanto, nos últimos meses, foram detectados modestos sinais de recuperação económica generalizada na zona Euro, com níveis de desemprego mais controlados e com um reforço do sentimento económico.

Subsistem alguns sinais de preocupação sobre o potencial de contágio numa Europa a dois ritmos, com consequências nefastas para a economia germânica, nomeadamente pela revelação de que os países da periferia não alcancem um ritmo de crescimento compatível com os seus actuais níveis e custos de endividamento.

A Alemanha alcançou um crescimento em cadeia moderado no quarto trimestre (0,4%), depois da queda na produção industrial registada e Outubro e o crescimento de 0,3% do PIB verificado no terceiro trimestre. Este aumento contrasta com os 0,7% registados no segundo trimestre de 2013. De acordo com o Departamento de Estatísticas alemão, de Janeiro a Outubro de 2013, o superavit comercial do país equivaleu a 156,6 mil milhões de euros, devido a exportações de 917 mil milhões de euros e importações de 751,4 mil milhões de euros. Em igual período do ano anterior, o saldo positivo cifrou-se em 161 mil milhões de euros.

No final de 2013, a confiança do sector empresarial alemão registava os níveis mais elevados em 20 meses, de acordo com os dados do Instituto alemão de Investigação Económica. Este índice atingiu 109,5 em Dezembro, acima dos 109,3 registados em Novembro e dos 107,4 verificados em Outubro.

Em Novembro, a Comissão Europeia reviu em alta a sua projecção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha em 2013, de 0,4% para 0,5%.

Nos países do sul – isto é, Portugal, Espanha, Itália e Grécia, os indicadores económicos apresentaram-se mais preocupantes.

(11)

Em Espanha, o programa de austeridade e as reformas estruturais parecem começar a dar frutos. Em Outubro, o Banco da Espanha anunciou o fim da recessão para o país, volvidos dois anos sobre o seu início. No terceiro trimestre a economia espanhola registou um crescimento de 0,1% no PIB, em comparação com o trimestre anterior, depois de nove trimestres seguidos de queda. O sector de exportações é apontado como o principal responsável pelo impulso na economia.

A Grécia, por sua vez, registou uma contracção de 3% no PIB no terceiro trimestre, em termos homólogos, de acordo com a agência de estatísticas do país. No terceiro trimestre, o consumo caiu 6,6% em relação ao trimestre anterior e a formação bruta de capital fixo registou uma queda de 12,6%. No entanto, as exportações aumentaram 5,7% contra os 2,3% de crescimento verificado nas importações.

Para a França, em Junho, o FMI reviu em baixa as previsões para uma contracção de 0,2% em 2013, que compara com os 0,1% na previsão anterior, e antecipou um crescimento de 0,8% em 2014. No update de Janeiro de 2014, a previsão do FMI para a economia francesa aponta para um crescimento de 0,2% em 2013 e de 0,9% em 2014. Estas alterações nas previsões do Fundo devem-se à evolução do Produto, dado que se registou uma redução de 0,1% no primeiro trimestre, um crescimento de 0,6% no segundo, e novamente uma redução de 0,1% no terceiro, o que evidencia a significativa volatilidade na evolução da economia não só francesa, mas europeia. No início de Novembro, a Standard & Poor’s baixou o rating do país, que passou de AA+ para AA, o que coloca a França num patamar equivalente à vizinha Bélgica.

A economia italiana, que enfrenta igualmente desafios de consolidação de contas públicas e redução do endividamento, conseguiu estagnar no terceiro trimestre de 2013, com uma variação do PIB em cadeia nula, após oito trimestres de variações negativas. Apesar da estimativa de diminuição de 1,8% em 2013, o FMI prevê que a Itália regresse ao crescimento já em 2014 (0,6%).

(12)

3,9% 1,7% 1,7% -0,2% 3,4% 2,0% 0,4% 0,1% 0,9% 0,0% -2,5% -1,6% 0,5% 0,2% -1,8% -1,2% 1,6% 0,9% 0,6% 0,6% 1,4% 1,5% 1,1% 0,8%

Alemanha França Itália Espanha

Evolução Económica da Zona Euro

2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P

Fonte: World Economic Outlook, Outubro 2013, com update a Janeiro de 2014

De acordo com os dados do Eurostat, a produção industrial na zona Euro avançou 1,8%, em Novembro face a Outubro, e 1,5% no conjunto da Europa a 28 países. Em termos homólogos, Portugal registou a nona maior subida da UE, com a produção industrial a avançar 3,1% em Novembro, face ao mesmo mês de 2012. Na zona Euro, bem como no conjunto dos 28 países da União Europeia, o crescimento registado foi de 3%.

No Reino Unido, de acordo com a agência S&P, continua a vigorar uma “excepcional flexibilidade monetária”, com sinais de recuperação da economia fundamentada no consumo privado e nos investimentos residenciais. A S&P espera que o PIB real alcance uma taxa de crescimento anual média superior a 2% entre 2013 e 2016.

Em meados de Dezembro, o Banco da Inglaterra justificou o desempenho económico do país com o enfraquecimento da economia global, a deterioração das condições de crédito e a elevada incerteza pós crise.

O FMI estima, no seu update de Janeiro de 2014, que o Reino Unido cresça 1,7% em 2013, acima dos 1,1% da projecção anterior. O Instituto de Estatísticas Nacionais do Reino Unido mostrou que a recuperação económica do país acelerou no terceiro trimestre, embora o nível de produção ainda esteja 2,5% abaixo de seu pico após uma expansão de 0,8% no terceiro trimestre.

(13)

Em síntese, os últimos meses do ano reforçaram a expectativa de um maior crescimento económico para 2014 e 2015 nas economias mais desenvolvidas (Europa, Estados Unidos, Inglaterra) por via do aumento da procura interna de bens, e para os países emergentes em consequência do aumento das exportações. Na zona Euro perspectiva-se finalmente a viragem da recessão para o crescimento ligeiro, apesar de subsistirem dúvidas quanto à capacidade dos países do sul de honrarem os compromissos (dívida pública e privada) através de fontes sustentáveis de crescimento económico.

Economia Portuguesa

A economia portuguesa registou uma contracção da ordem dos 1,5% em 2013, o que se traduz numa contracção acumulada de cerca de 6,0% no período 2011-2013, num contexto marcado pelo processo de correcção dos desequilíbrios macroeconómicos e de finanças públicas acumulados ao longo das últimas décadas.

1,4% -1,3% -3,2% -1,5% 0,8% 1,3% 2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P

Indicadores da Economia Portuguesa ∆ % anual PIB

Fonte: Boletim Económico BdP

Depois de um longo período de decréscimo continuado do PIB, nos 2º e 3º trimestres de 2013, observaram-se variações positivas em cadeia que contribuíram para reduzir o ritmo de abrandamento da economia.

Os dados conhecidos mais recentes revelam um crescimento superior ao anteriormente projectado para o consumo privado e para as importações na segunda metade de 2013.

Quanto à composição do consumo privado, em 2013, verificou-se uma menor redução quer da componente de bens não duradouros quer da componente de bens duradouros. O consumo de bens duradouros, que apresenta habitualmente um comportamento fortemente cíclico, apresentou

(14)

em 2013 uma redução mais moderada do que a projectada para o rendimento disponível real, após a contracção muito significativa observada no período 2011-2012 (36% em termos acumulados).

O consumo privado voltou a crescer, atingindo em Novembro máximos desde Agosto de 2010, com destaque para o aumento das vendas de automóveis e do consumo na componente não alimentar. No terceiro trimestre de 2013, a taxa de poupança anual interrompeu a trajectória ascendente iniciada no 3º trimestre de 2008, reduzindo-se em 0,1 pontos percentuais para os 13,5%.

A componente automóvel está a impulsionar a recuperação no capítulo do investimento, ao contribuir positivamente para melhorar a formação bruta de capital fixo na área de material de transporte e para uma diminuição menos acentuada deste indicador – que continua a ser penalizado, ainda que menos intensamente, pela redução de investimento em construção e máquinas e equipamentos. A formação bruta de capital fixo registou uma quebra de 8,4%, inferior à verificada em 2012. 2,1% -3,3% -5,4% -2,0% 0,3% 0,7% 0,9% -5,1% -4,8% -1,5% -2,3% -0,5% -4,1% -10,5% -14,3% -8,4% 1,0% 3,7% 2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P

Indicadores da Economia Portuguesa ∆ % anual Procura Interna

Consumo Privado Consumo Público Investimento (FBCF)

Fonte: Boletim Económico BdP

O investimento residencial registou uma contracção muito significativa em 2013 na ordem dos -15,9%. O preço das habitações diminuiu 2,9% no 3º trimestre de 2013 face ao mesmo período de 2012, uma queda superior à de 1,3% verificada na zona Euro.

As exportações têm desempenhado um papel crucial no ajustamento da economia portuguesa, com um crescimento de 5,9% em 2013, apesar do crescimento relativamente limitado da actividade económica mundial observado no período 2011-2013.

(15)

O dinamismo das exportações nos anos mais recentes tem-se traduzido em ganhos de quota de mercado significativos, parcialmente associados a uma diversificação dos mercados de destino, que conduziram, em 2013, a uma quota de mercado das exportações portuguesas superior à existente no início da União Monetária.

Em 2013, o ganho de quota de mercado foi favorecido por alguns factores específicos, em particular, o aumento da capacidade instalada de refinação com um impacto muito significativo nas exportações de bens energéticos, que registando um crescimento de cerca de 40% em 2013, correspondem a um contributo de 1,4 p.p. para o crescimento das exportações (0.5 p.p. em 2012). Este aumento da capacidade de refinação tem um impacto permanente no nível de produção e exportação de bens energéticos.

A procura externa dirigida às indústrias transformadoras tem crescido, tendo as exportações extracomunitárias aumentado de forma intensa entre Outubro e Novembro (+9,7%), a par com o aumento global das importações.

No que se refere à evolução da procura externa global dirigida à economia portuguesa, foi registado um crescimento próximo de 1% em 2013.

As importações, após uma queda acumulada de 11,9% em 2011 e 2012, cresceram cerca de 2,7% em 2013, em resultado do aumento da procura sobre bens com elevado conteúdo importado, como os bens energéticos ou material de transporte.

8,8% 6,9% 3,2% 5,9% 5,5% 5,4% 5,4% -5,3% -6,6% 2,7% 3,9% 4,5% 2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P

Indicadores da Economia Portuguesa ∆ % anual Sector Externo

Exportações Importações

Fonte: Boletim Económico BdP

A redução, em 2013, da inflação (IHPC) para 0,3% resultou essencialmente da dissipação do impacto de medidas de consolidação orçamental implementadas em 2012, em particular o aumento da tributação indirecta e dos preços de alguns bens e serviços sujeitos a regulação. Alguns indicadores atestam uma melhoria da actividade económica em Portugal nomeadamente o crescimento da produção industrial e a redução menos significativa da prestação de serviços e da

(16)

construção. O índice de produção industrial em Portugal (excluindo construção) atingiu, em Outubro passado, o valor mais elevado desde Agosto de 2011. Comportamento semelhante teve o indicador de sentimento económico que registou, em Dezembro, o melhor desempenho desde Fevereiro de 2011.

Ao nível do desemprego, e não obstante os mais recentes indicadores apontarem para uma redução do número de desempregados, os dados mais recentes do INE referentes ao quarto trimestre de 2013 continuam a apontar para uma taxa de desemprego de 15,3%.

Apesar do surgimento de alguns sinais positivos ao nível da produção industrial, da balança comercial externa e do sentimento dos agentes económicos, a manutenção da pressão de medidas de austeridade adicionais não permitiu ainda dissipar a incerteza relativa à ultrapassagem do cenário de recessão na economia portuguesa.

O aumento moderado dos preços em 2013, em conjugação com a queda do custo unitário do trabalho no sector privado e do deflacionador das importações excluindo bens energéticos, determinou um aumento das margens de lucro unitárias das empresas, medidas pelo excedente bruto de exploração por unidade produzida. Esta evolução das margens de lucro reflecte o processo de ajustamento dos balanços das empresas no quadro do processo de redução dos níveis de alavancagem, bem como o impacto da recomposição do sector empresarial resultante da saída do mercado de empresas com menores níveis de rendibilidade.

Em 2013, a capacidade de financiamento da economia portuguesa, medida pelo saldo conjunto das balanças corrente e de capital, deverá aumentar para cerca de 2,5% do PIB, reflectindo, em larga medida, a evolução da balança de bens e serviços. Com efeito, as exportações de bens e serviços têm mantido um crescimento robusto, em linha com a prossecução do processo de reorganização das empresas portuguesas.

-11,1% -10,1% -9,4%

-5,8%

0,8% 2,5%

3,8% 4,7%

2008 2009 2010 2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P Balança Corrente e de Capital (em % PIB)

(17)

Desde meados de 2012, e em particular no início de 2013, registou-se uma considerável diminuição dos prémios de risco associados aos emitentes portugueses, o que permitiu a concretização de algumas emissões de dívida soberana.

Porém, o acesso a financiamento de mercado por parte do Estado português permanece condicionado. Esta situação foi, inclusive, temporariamente agravada pela instabilidade no Governo verificada no mês de Julho. Assim, o prémio de risco soberano português ainda se encontra acima dos prémios de risco de outros países sob pressão.

Não obstante, sublinhe-se que as taxas de rendibilidade da dívida pública têm registado uma trajectória descendente desde meados de Outubro, situando-se a taxa média de rentabilidade das obrigações do tesouro português (OT) com maturidade residual de 10 anos, em Janeiro de 2014, nos 5,21%.

De acordo com o Conselho de Finanças Públicas, o défice das administrações públicas deverá ficar claramente abaixo da estimativa do Governo de 5,9% e da estimativa da Troika de 5,5% (cuja metodologia de cálculo não inclui, nas contas públicas, o custo com a recapitalização do Banif que rondou os 700 milhões de euros).

Nos três primeiros trimestres de 2013, o défice situou-se em 5,8% do PIB, em linha com a estimativa anual do Ministério das Finanças. Este valor compara favoravelmente com o verificado no período homólogo (-6,1% do PIB) e no trimestre anterior (-7,0% do PIB).

A receita do Estado cresceu quase duas vezes mais do que a despesa, impulsionada pelos resultados da receita fiscal, ao mesmo tempo que a despesa ajustada se irá manter em linha com o estimado pelo Executivo.

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Evolução dos Spreads da Dívidas (a 10 anos) de Países da Periferia face à Dívida Alemã 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40

Dezembro 10 Março 11 Junho 11 Setembro 11 Dezembro 11 Março 12 Junho 12 Setembro 12 Dezembro 12 Março 13 Junho 13 Setembro 13 Dezembro 13

Fonte: DF/Caixa Central com base em Bloomberg %

SPREAD 10 ANOS ESPANHA - ALEMANHA SPREAD 10 ANOS PORTUGAL - ALEMANHA SPREAD 10 ANOS GRÉCIA - ALEMANHA SPREAD 10 ANOS IRLANDA - ALEMANHA SPREAD 10 ANOS ITÁLIA - ALEMANHA

Nos três primeiros trimestres de 2013 a balança corrente registou sempre um excedente, embora de reduzida dimensão.

O crescimento homólogo da receita fiscal ajustada acentuou-se no fecho do ano, tendo passado de 7,2% no final do primeiro semestre para 8,1% (2 p.p. acima do estimado pelo Ministério das Finanças para o conjunto do ano). A receita fiscal deverá superar o montante projectado na nova estimativa do Ministério das Finanças, que aponta para 70.760 milhões de euros. Os bons resultados ficam a dever-se tanto aos impostos directos que cresceram 27,3%, como aos indirectos, cuja queda abrandou no terceiro trimestre. Nos primeiros três trimestres de 2013, o aumento registado (em termos não acumulados) foi de 3,3%, 11,8% e 9,0%, respectivamente. Deste modo e de acordo com os dados mais recentes, existe a expectativa de que o défice de 2013 não terá ultrapassado os 5,0%.

O indicador baseado nas expectativas dos empresários sobre a evolução do emprego melhorou em Dezembro, prolongando a trajectória ascendente observada desde o início de 2013.

Os principais indicadores relacionados com o emprego registaram em Novembro diminuições homólogas menos acentuadas. O número de desempregados em Dezembro de 2013 baixou 2,8% em termos homólogos o que corresponde a uma diminuição de 20.117 desempregados. O desemprego jovem subiu 1,7% enquanto o desemprego nos adultos registou uma quebra de 3,5%.

(19)

É igualmente importante referir que as insolvências de empresas aumentaram 4,7% em 2013 face a 2012, o que representa uma importante desaceleração face ao verificado em 2012 (em que o crescimento homólogo de insolvências foi de 27,7%). Este facto demonstra que o ajustamento do tecido empresarial português está, na sua maioria, garantido. Quanto às constituições, registou-se um aumento de 14,4%, tendo sido constituídas 34.714 novas empresas em 2013.

Mercados Financeiros

Em 2013, os bancos centrais dos três maiores blocos económicos (Estados Unidos, Japão e Europa) continuaram a sua política de taxas de juro reduzidas e de acesso ilimitado a liquidez e mantiveram as indicações de que o continuarão a fazer com o objectivo de estimular a recuperação económica, 5 anos volvidos sobre o início da maior recessão económica desde 1929. O movimento de gradual redução das yields da dívida dos países periféricos, trazendo-os para os níveis médios de 2010, parece contrastar com a manutenção de indicadores macroeconómicos degradados (e.g. desemprego, crescimento económico, produção industrial, indicador de sentimento económico). No entanto, o referido movimento reflecte ainda a visão dos investidores de que o Banco Central Europeu mantém o seu objectivo de preservação do Euro a todo o custo e de que a política monetária continuará a ser desenhada com o objectivo de estimular a economia europeia e de prevenir o risco de deflação. Acresce que, num contexto de elevada liquidez e de diminuição da aversão ao risco, a dívida daqueles países se foi revelando crescentemente apelativa para os investidores.

Ao contrário do que havia sido sinalizado pelo BCE no final de 2012, que apontava para que novos movimentos na taxa directora fossem no sentido de um aumento, procurando reforçar a confiança na saída da situação recessiva da Zona Euro e, após cerca de um ano de a manter sem alteração, o BCE decidiu reduzir em Maio a taxa de referência para 0,50% (-25 pontos base) e em Novembro para um mínimo histórico de 0,25%, como consequência da divulgação, em Outubro, dos dados referentes à inflação, tendo a subida dos preços de 0,7% – claramente aquém do objectivo do BCE (cerca de 2 %) – colocado no horizonte o risco de deflação, mitigado pelo BCE através do reforço do carácter acomodatício da sua política monetária.

(20)

Evolução das Yields da Dívida Pública Nacional e da Euribor 3 Meses

Evolução das Taxas de Referência do Euro e do Dólar e da Euribor 3 Meses

Por outro lado, a economia americana recuperou o momentum em 2013 como consequência do desvanecimento do impacto que a contracção das despesas governamentais e federais e o aumento dos impostos havia tido no consumo interno.

Neste sentido, o FED acabou por considerar que a economia americana se encontrava suficientemente saudável para suportar uma redução da sua intervenção estabilizadora dos mercados financeiros, anunciando em Dezembro a decisão de reduzir o volume do programa de compra de obrigações (tapering do QE3) para os 75 mil milhões de USD, reduzindo este montante

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num ritmo mensal de 10 mil milhões de USD, promovendo assim o início de uma trajectória gradual de redução da dimensão deste programa até à sua extinção, condicionada à evolução positiva da economia.

Em 2013, o euro valorizou face às principais divisas mundiais com destaque para a valorização de cerca de 10% face ao dólar americano. A manutenção prolongada desta tendência de valorização compromete a evolução das exportações e consequentemente do crescimento da economia da zona Euro.

Segundo um estudo da Nordea Markets, uma apreciação de 10% nos termos de troca comerciais (e.g. valorização de uma moeda face a outra) equivale a um aumento da taxa de juro de referência entre 0,5% e 1,0% e provoca um corte do crescimento de 0,8 pontos no PIB em dois anos.

Evolução do Mercado Cambial (base 100 a 01/01/2012)

Apesar da conjuntura de incerteza e das fracas perspectivas de recuperação do crescimento económico registaram-se, ao longo de 2013, claras subidas nos principais índices bolsistas Europeus que se cifraram em +18% no DJ Eurostoxx 50, em +26% no DJ Industrial, em +25% no DAX e em +16% no PSI 20, mantendo o trajecto que se vem consolidando desde 2011.

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Evolução de Índices Accionistas (base 100 a 01/01/2012)

Os dados empíricos demonstram uma correlação muito elevada (0,8) entre o preço das

commodities agrícolas e de metais e o crescimento das economias emergentes. Adicionalmente,

um mercado de commodities em contracção pode ter efeitos negativos na balança comercial de algumas regiões do globo, nomeadamente Médio Oriente e África originando uma maior contracção da procura global num fenómeno cíclico que poderá manter a tendência de decréscimo dos preços das commodities durante 2014.

Evolução do Preço do Trigo, Petróleo e Ouro (base 100 a 01/01/2012)

Após a redução do preço do petróleo (Brent) no final de 2012 e início de 2013 como consequência das fracas perspectivas de crescimento económico mundial, a intensificação da instabilidade político-militar na Síria e assim como as perspectivas de retoma económica nos EUA conduziram a uma subida sustentada do preço do petróleo no segundo trimestre de 2013.

(23)

No entanto, e considerando os indicadores do mercado de futuros, o preço do petróleo deverá registar uma quebra em 2014 como consequência do aumento da produção por parte dos países não pertencentes à OPEP e a uma estabilização da produção pela OPEP.

Evolução do Preço do Petróleo (Brent)

Os indicadores de volatilidade permaneceram em níveis elevados, no entanto o índice VIX 2 parece

ter-se afastado de forma sustentada da barreira psicológica dos 20 pontos enquanto que o Itraxx

Financials 3 se manteve em níveis historicamente elevados, como consequência da manutenção de

um cenário de recessão global e da manutenção das incertezas relativamente à dívida soberana na zona Euro nomeadamente no que se refere aos países do sul.

Evolução dos Indicadores de Volatilidade

2 O índice VIX, também conhecido como índice de medo, representa uma medida de volatilidade esperada para os próximos 30 dias.

(24)

Evolução do Mercado Bancário

A actividade do sistema bancário permanece muito condicionada pela envolvente macroeconómica e financeira e, em particular, pelo plano de ajustamento da economia portuguesa que afecta de forma transversal todos os agentes económicos, resultando numa significativa contracção do negócio bancário.

Persistem algumas das condições adversas que já caracterizavam o negócio bancário em 2012, com a manutenção das taxas directoras em níveis historicamente baixos, a crescente acumulação de volumes de crédito vencido difíceis de recuperar e a manutenção do amorfismo no mercado imobiliário a impossibilitar a gestão das sobredimensionadas carteiras de imóveis em posse dos bancos, gerando pressão ao nível dos custos de exploração e dos fundos próprios.

Desde meados de 2011 que os principais agregados de crédito registam taxas de variação anuais negativas, particularmente acentuadas no crédito a particulares para outros fins (que não à habitação), consequência de uma acentuada quebra no rendimento disponível das famílias e do aumento dos níveis de desemprego e, no caso das empresas, da erosão de rentabilidade nas empresas, provocada por quebras de margem e agravamento do custo da dívida, principalmente as micro e pequenas empresas sem potencial exportador.

Taxa de variação anual

2010 2011 2011 2012 2012 2013 2013

Dez Jun Dez Jun Dez Jun Nov

TOTAL 1,5 0,0 -2,1 -3,9 -4,4 -3,7 -3,6

Empresas 0,7 0,0 -1,9 -4,0 -4,3 -2,8 -3,1

Particulares 2,0 0,0 -2,2 -3,7 -4,4 -4,4 -4,2

Crédito à habitação 2,4 0,4 -1,6 -3,0 -3,6 -3,8 -3,8

Outro crédito a particulares 0,0 -1,8 -4,9 -7,2 -7,8 -7,5 -5,8

AGREGADOS DE CRÉDITO

A tendência descendente do rácio de transformação reflecte a redução do crédito concedido pelo sistema bancário e o moderado crescimento dos depósitos de clientes que, de forma crescente, procuram soluções de aforro.

A qualidade do crédito continua a pressionar a rendibilidade dos bancos em consequência do aumento continuado dos níveis de imparidades (de crédito e de outros activos) e do consequente esforço de provisionamento.

(25)

Os sinais de melhoria da conjuntura, a partir do segundo trimestre de 2013, são ainda insuficientes para inverter a tendência de agravamento do rácio de crédito em risco que aumentou de 5% em Dezembro de 2010 para 11% em Setembro de 2013.

O nível de endividamento, quer das empresas quer dos particulares, tem vindo a reduzir-se gradualmente, respectivamente -0,3% no caso das empresas e -4,5% no caso dos particulares, em termos homólogos e segundo dados do BdP a Novembro de 2013.

No sector bancário nacional, a folga de capital é, em geral, adequada aos requisitos estabelecidos pela EBA e pelo BdP e as condições de liquidez estão a melhorar. No entanto, a defesa da rentabilidade continua a constituir um desafio para a generalidade dos bancos, sabendo que a dívida acumulada pelo sector empresarial privado não é facilmente compensada pela capacidade dessas empresas empreenderem projectos geradores de cash flows positivos e sustentáveis, embora tenham sido recentemente registadas melhorias para as empresas de menor risco.

O sector bancário tem vindo a reforçar os seus níveis de solvabilidade através de operações de recapitalização, tendo as mais significativas sido efectuadas através do plano de recapitalização da banca promovido pelo Estado e cujo montante se fixou nos 7,8 mil milhões de euros.

O recurso ao financiamento do Euro-sistema pelos bancos portugueses manteve-se estável, após o aumento registado até 2012, embora tenha aumentado de 53,2 mil milhões de euros no 2º trimestre para 55,4 mil milhões de euros no 3º trimestre de 2013 (+4,1%).

A análise do crédito vencido empresarial por regiões denota não apenas a persistência mas também o agravamento dos níveis de incumprimento de forma transversal em todas as regiões. Se compararmos os níveis de incumprimento actuais com os que se observavam no final de 2010, verificamos que, nas regiões da grande Lisboa e do Algarve, o crédito vencido aumentou para mais do triplo e, nas restantes regiões, mais do que duplicou.

2008

Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set

Norte 3,2 4,4 4,4 4,8 4,6 5,6 6,7 8,8 9,7 10,9 11,4 Centro 2,8 4,0 4,3 4,8 4,9 5,8 7,1 8,8 9,3 11,4 12,0 Lisboa 2,0 3,9 3,9 4,5 3,9 4,9 6,1 8,5 9,7 11,7 12,7 Alentejo 2,6 4,8 5,4 5,8 5,4 5,7 6,8 8,3 8,6 10,2 10,6 Algarve 1,3 3,0 4,0 4,2 6,1 7,4 11,4 18,9 18,7 24,6 26,4 Açores 1,5 3,2 2,3 2,5 3,2 4,7 5,3 6,9 7,1 7,6 7,9

Fonte: BdP, Boletim Estatístico, Janeiro/2014

RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO DE EMPRESAS (%) POR REGIÃO

(26)

A evolução do crédito vencido, analisada com base na dimensão do crédito concedido, revela a mesma tendência de agravamento, com o aumento do crédito vencido a verificar-se independentemente do montante de crédito concedido. Apesar de se manter a tendência para uma maior incidência de crédito vencido nas exposições até 100.000 euros, o agravamento verificado nos escalões de montante mais elevado tem vindo aumentar de intensidade nos últimos anos, tendo sido significativo em 2013.

2008

Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set

< 20.000 11,1 12,6 14,0 14,8 15,4 15,9 16,7 18,2 19,8 21,2 21,7 20.000 - 50.000 8,0 9,4 9,9 10,7 11,1 12,2 13,6 15,8 17,6 19,3 19,9 50.000 - 100.000 6,9 8,5 9,0 9,7 9,9 11,1 12,6 14,7 16,4 18,2 19,0 100.000 - 200.000 6,0 7,2 7,9 8,5 8,4 9,7 11,3 13,3 15,4 17,2 17,8 200.000 - 400.000 4,7 6,1 6,4 7,5 7,5 8,7 9,7 11,7 14,0 16,0 16,5 400.000 - 1.000.000 4,6 6,3 6,7 7,4 7,3 8,7 10,4 12,7 14,9 17,0 17,6 1.000.000 - 5.000.000 3,4 5,0 5,6 6,6 6,7 8,1 9,9 12,4 14,7 17,4 18,3 > 5.000.000 1,0 2,7 2,6 2,9 2,5 3,3 4,5 7,1 7,2 9,0 9,6 Intervalos em euros

Fonte: BdP, Boletim Estatístico, Janeiro/2014

RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO DE EMPRESAS (%) POR ESCALÃO DO CRÉDITO CONCEDIDO

2009 2010 2011 2012 2013

O crédito vencido de particulares tem vindo, no período recente, a apresentar níveis de incumprimento crescentes mas inferiores a 4,5%. No que se refere ao crédito vencido de empresas, a tendência registada não apresenta ainda sinais de abrandamento, com os sectores de actividade relacionados com a construção, o comércio a retalho e as actividades imobiliárias a registarem volumes de crédito vencido e persistentemente crescentes.

2008

Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set

Particulares 2,2 2,6 2,9 3,2 3,3 3,4 3,7 4,0 4,0 4,2 4,3

Empresas 2,4 4,0 4,1 4,7 4,4 5,4 6,7 9,2 10,0 11,9 12,7

Fonte: BdP, Boletim Estatístico, Janeiro/2014

RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO - PARTICULARES VS EMPRESAS

Regiões 2009 2010 2011 2012 2013

2008

Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set

Habitação N.A. 1,6 1,7 1,9 1,9 1,9 2,0 2,2 2,3 2,3 2,4

Outro Crédito N.A. 6,3 7,3 7,9 8,5 9,2 10,5 11,5 11,8 12,6 12,8

Fonte: BdP, Boletim Estatístico, Janeiro/2014

RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO - PARTICULARES (POR TIPOLOGIA)

Tipologia 2009 2010 2011 2012 2013

No que diz respeito às operações passivas, a taxa de remuneração dos depósitos e equiparados mantém uma tendência descendente desde o início de 2012. O processo de desendividamento e a substituição de consumo por poupança, por parte das famílias, tem permitido aos bancos reduzirem progressivamente os custos com a remuneração dos depósitos sem colocar em causa os seus níveis de liquidez.

(27)

No crédito, as taxas de juro médias sobre saldos de operações activas registaram variações divergentes por tipo de crédito, ao longo de 2013, com a taxa média do crédito a empresas a manter-se estável, a taxa do crédito à habitação a registar uma ligeira descida e a taxa do restante crédito a particulares a registar um ténue crescimento.

2010 2011 2011 2012 2012 2013 2013

Dez Jun Dez Jun Dez Jun Nov

Depósitos até 2 anos 2,15 2,45 3,67 3,3 2,87 2,46 2,22

Crédito a empresas 3,77 4,49 5,12 4,86 4,39 4,45 4,37

Crédito à habitação 2,12 2,44 2,73 2,16 1,59 1,46 1,47

Outro crédito a particulares 7,97 8,25 8,66 8,51 8,08 8,32 8,31 Fonte: BdP-Indicadores de Conjuntura

TAXAS DE JURO (s/ saldos de fim de periodo)

A melhoria das margens verificada em 2013 fica a dever-se, sobretudo, à redução do custo dos recursos uma vez que as condições de negócio, quer no que se refere à procura de crédito, quer quanto à situação financeira da generalidade dos clientes, não permitiram a repercussão integral do aumento do risco nos spreads aplicados.

2010 2011 2011 2012 2012 2013 2013

Dez Jun Dez Jun Dez Jun Nov

Crédito a empresas 1,62 2,04 1,45 1,56 1,52 1,99 2,15 Crédito à habitação -0,03 -0,01 -0,94 -1,14 -1,28 -1 -0,75 Outro crédito a particulares 5,82 5,80 4,99 5,21 5,21 5,86 6,09 * Taxa média do crédito deduzida da taxa de remuneração dos depósitos a 2 anos, usado como proxy da margem comercial

EVOLUÇÃO DA "MARGEM COMERCIAL" DO CRÉDITO *

Crédito Agrícola: Evolução Recente4

Apesar da actual situação macroeconómica se traduzir num contexto difícil para o sector bancário nacional, com a generalidade da banca portuguesa a apresentar prejuízos (em alguns casos significativos), o Crédito Agrícola (SICAM) registou em 2013 um resultado positivo de 1,5 milhões de euros. Este valor contrasta, porém, com o lucro de mais de 41 milhões de euros verificado em 2012.

4 Nota: Os dados económico-financeiros apresentados para o SICAM (Caixa Central e Caixas

(28)

36,3

47,3

41,3

1,5

2010 2011 2012 2013

Evolução do Resultado Líquido do SICAM (em milhões de euros)

Evolução do Resultado Líquido Acumulado 30-Mar-13 30-Jun-13 30-Set-13 31-Dez-13

Caixas Associadas -1,9 0,5 -8,0 0,0

Caixa Central 0,1 -5,4 -4,0 1,0

SICAM (Consolidado) -1,9 -4,8 -11,9 1,5

Os resultados positivos do SICAM devem-se sobretudo a uma gestão dinâmica da carteira, nomeadamente de títulos de dívida pública, que permitiu alcançar mais-valias de cerca de 76 milhões de euros contribuindo, dessa forma, para o crescimento do produto bancário em 1,6% face a 2012.

Valores em milhões de euros, excepto percentagens

2011 2012 2013 Δ Abs. Δ %

Margem Financeira 343 318,3 250,7 -67,6 -21,24%

Comissões líquidas 116,4 129,5 131,6 2,1 1,62%

Resultado de operações financeiras 8,5 5,9 78,8 72,9 1235,59%

Outros resultados de exploração 3,8 11,2 11,6 0,4 3,57%

Margem Complementar 128,7 146,7 222 75,3 51,33%

Produto Bancário 471,7 465 472,7 7,7 1,66%

Produto Bancário - SICAM

A margem financeira do SICAM sofreu uma quebra superior a 21%, passando de 318,3 milhões de euros em 2012 para 250,7 milhões de euros em 2013. Esta quebra resulta essencialmente:

1. da quebra registada na concessão de crédito (- 2,0%);

2. dos níveis historicamente baixos das taxas indexantes do crédito (Euribor);

3. da redução dos níveis de remuneração associados à carteira de títulos (em regras, os títulos de dívida pública portuguesa alienados no decurso de 2013 representavam um binómio risco / rentabilidade mais elevado que as aplicações que as substituíram); e

4. do crescimento dos recursos de clientes em 0,6% bem como da lenta redução das taxas de remuneração dos depósitos.

(29)

É ainda de realçar que a Caixa Central tem mantido um esforço para remunerar os recursos das Caixas Associadas acima dos níveis praticados no mercado, à custa da sua própria rendibilidade, embora, em 2013, já se tenha verificado uma tendência de redução destes custos (-0,3 p.p. em termos médios) como forma de acompanhar a própria evolução do mercado. É de recordar que, em 2012, as taxas de remuneração dos recursos das Caixas Associadas na Caixa Central sofreram aumentos significativos com o objectivo de conceder às Caixas Agrícolas a capacidade de continuarem a manter os seus níveis de competitividade no mercado e evitarem a erosão da sua base de depósitos de clientes. Contudo, em 2013, essa situação regularizou-se, em parte, fruto do aumento de capacidade de liquidez generalizada da Banca.

Relativamente à margem complementar, é de assinalar o seu crescimento em mais de 51%, tendo o SICAM registado 222 milhões de euros em 2013 face a 147 milhões de euros no período homólogo (+51%). Decompondo a margem complementar, as comissões líquidas aumentaram ligeiramente (1,62%), resultado do esforço na aplicação do preçário de forma mais eficiente e na dinamização da venda cruzada de produtos e serviços geradores de margem complementar e fomentadores da fidelização de clientes. No entanto, são os resultados de operações financeiras (onde se inclui a alienação dos títulos de dívida pública) que registam a maior subida, tendo passado de 5,9 milhões de euros em 2012 para 78,8 milhões de euros em 2013.

Globalmente, o produto bancário do SICAM regista um acréscimo de 1,66%, tendo passado de 465 milhões de euros em 2012 para 473 milhões de euros em 2013.

(30)

Margem Financeira Comissões Líquidas Res. Op. Financeiras Margem Complementar Produto Bancário Caixas Associadas 253,0 108,8 0,7 122,8 375,8 Caixa Central -2,9 23,2 77,2 100,7 97,8 SICAM (Consolidado) 250,7 131,6 78,8 222,0 472,7

Pelo lado dos custos, verificou-se um ligeiro decréscimo nos custos de funcionamento (-0,3%), que reduziram cerca de 800 mil euros. Esta evolução deve-se à quebra nos gastos gerais administrativos, que passaram de 125,7 milhões de euros em 2012 para 123,6 milhões de euros em 2013, fruto do esforço na negociação centralizada de contratos e do esforço de contenção dos custos implementado no Crédito Agrícola. Em sentido oposto, os custos com pessoal agravaram 1,3 milhões de euros (+0,8%), em parte, devido ao aumento líquido de cerca de 100 colaboradores no SICAM.

2011 2012 2013 Δ Abs. Δ % Custos de Funcionamento 289,2 288,4 287,6 -0,8 -0,3%

dos quais:

Custos de Pessoal 161,3 162,7 164,0 1,3 0,8% Gastos Gerais Administativos 127,9 125,7 123,6 -2,1 -1,7% Amortizações 15,8 15,0 14,8 -0,2 -1,3% Custos de estrutura 305,0 303,5 302,3 -1,2 -0,4%

Evolução dos Custos de Funcionamento - SICAM

Os custos de estrutura – que agregam os custos de funcionamento e as amortizações do exercício – desceram de 303,5 milhões de euros para 302,3 milhões de euros (-0,4%). Esta evolução dos custos e do produto bancário levou a uma ligeira melhoria do rácio de eficiência (de 65% em 2012 para 64% em 2013).

É ainda de salientar a evolução registada nas provisões e imparidades que aumentaram para 150 milhões de euros em 2013 face aos 121 milhões de euros registados no período homólogo, devendo-se este reforço sobretudo ao aumento do crédito vencido e às imparidades geradas para cobrir o risco de exposição directa e indirecta de imóveis (e.g. FII CA Imobiliário).

Valores em milhões de euros, excepto percentagens

2012 2013 Δ Abs. Δ %

Correcção de valor em crédito de clientes 99,0 106,4 7,4 7,47%

Imparidade de outros activos 22,0 43,6 21,6 98,18%

TOTAL 121,0 150,0 29,0 23,97%

(31)

Valores em milhões de euros, excepto percentagens

2012 2013 Δ Abs. Δ %

Crédito total sobre clientes 8.365,4 8.198,6 -166,8 -1,99%

Crédito e juros vencidos 607,8 657,5 49,7 8,18%

Evolução da carteira de crédito

Relativamente à estrutura de balanço, registou-se um decréscimo bastante acentuado no activo total do SICAM, que passou de 13.748 milhões de euros em 2012 para 12.969 milhões de euros em 2013 – equivalente a uma quebra de 5,67% (mais de 779 milhões de euros). Esta quebra deveu-se essencialmente à redução do stock de crédito concedido a clientes (i.e. não reposição dos níveis registados em 2012 quando grande partes dos bancos concorrentes estavam limitados no que toca aos rácios de transformação / alavancagem).

Em termos de investimentos e activos financeiros, foi registada uma redução dos activos financeiros disponíveis para venda (de 3.780 milhões de euros para 2.131. milhões de euros) mais do que compensada pelo aumento dos investimentos detidos até à maturidade (de 127 milhões de euros para 2.234 milhões de euros).

A estrutura do balanço sofreu uma redução ao nível do passivo em mais de 786 milhões de euros, enquanto a situação líquida do SICAM registou uma melhoria na ordem dos 8 milhões de euros.

13.212,8 13.026,7 13.748,3 12.969,0 2010 (Reexpresso) 2011 2012 2013

Evolução do Activo do SICAM (em milhões de euros)

Activo Passivo Capitais Próprios

Caixas Associadas 12.009,6 10.839,2 1.170,4

Caixa Central 6.160,1 6.004,1 156,0

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É importante mencionar a evolução do rácio de transformação que, em 2013 face a 2012, reduziu de 82,2% para 80,1%, estando actualmente situado num nível bastante conservador quando comparado com a restante banca portuguesa (~ 120%).

8.606 8.587 8.365 8.199 9.989 9.884 10.178 10.234 86,2% 86,9% 82,2% 80,1% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 2010 2011 2012 2013

Evolução do Crédito e Recursos de Clientes

Crédito a Clientes (bruto) Recursos de Clientes Rácio de Transformação

Para tal, contribuíram a redução de stock de crédito concedido (-1,99%) e o aumento ao nível dos recursos de balanço constituídos por clientes (+0,55%).

2011 2012 2013 Δ Abs. Δ %

Crédito a Clientes (bruto) 8.587 8.365 8.199 -167 -1,99%

Recursos de Clientes 9.884 10.178 10.234 56 0,55%

Rácio de Transformação 86,9% 82,2% 80,1% -2,1 p.p.

-Evolução do crédito e recursos de clientes

O ano de 2013 foi marcado pelo Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, que pressupôs ajustamentos não só ao nível da economia e das finanças públicas como também ao sector bancário e financeiro. As conclusões da 10ª avaliação da Troika revelam que a solvabilidade dos bancos foi reforçada e que as condições de liquidez têm registado uma melhoria gradual, ao mesmo tempo que prossegue a necessária redução do grau de alavancagem dos balanços.

Contudo, a passagem da supervisão bancária do regulador nacional para o BCE levou a que, para além do Programa Especial de Inspecções da Troika, também o Banco de Portugal introduzisse um conjunto de auditorias para avaliar o sistema bancário nacional e emitisse vários regulamentos e directrizes relacionadas com as temáticas da qualidade dos activos e do reforço fundos próprios e das metodologias de gestão de riscos e capital. O Crédito Agrícola, neste âmbito, envidou esforços para garantir a adequação às novas regras de supervisão, nomeadamente através da função

compliance e controlo interno, e especificamente ao nível de modelos, da gestão do risco e do

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Com o objectivo de atrair novos clientes e a garantir a retenção e fidelização dos nossos clientes actuais, foram levadas a cabo diversas acções de divulgação do Crédito Agrícola, quer em termos de campanhas publicitárias em diversos meios de comunicação, quer através da presença

em feiras e eventos (como, por exemplo, o SISAB, AGRO, Ovibeja, Feira Nacional da Agricultura, Santiagro, Expofacic, Fatacil, Salão Imobiliário de Portugal e o Mercado de Vinhos), e ainda através de vários patrocínios (dos quais se destacam o programa televisivo “1 Minuto de Economia” na SIC, o “Só Visto” – um magazine de

actualidades na RTP1 e, a nível desportivo, pilotos e clubes de motociclismo, automobilismo e ciclismo). Todas estas acções tiveram como objectivo final a afirmação do Crédito Agrícola como um banco cooperativo que valoriza a sustentabilidade e a responsabilidade social e que está vocacionado para o desenvolvimento regional baseado na proximidade aos seus clientes, o que se traduz na sua assinatura: “O Banco nacional com pronúncia local”.

Com base nas informações do Banco de Portugal (Relatório Intercalar de 2013 elaborado e emitido pela Supervisão Comportamental do Banco de Portugal), o Crédito Agrícola continua a situar-se, em quase todos os domínios, como uma das Instituições de Crédito menos reclamada, resultado esse que naturalmente reflecte o posicionamento e a atitude de proximidade que as Caixas

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Associadas têm com os seus Clientes, permitindo que sejam sanadas na fonte as eventuais divergências e não enquadrando motivos para reclamações potenciais junto dos órgãos centrais do Grupo ou das Entidades de Supervisão.

A melhoria dos serviços prestados pelo Crédito Agrícola traduz-se também na criação de novos produtos de passivo, de créditos a particulares e de soluções para o segmento Empresas. Ao nível dos meios electrónicos de pagamento, registou-se um crescimento no número de cartões de crédito e de débito com marca CA, do número de caixas automáticas (ATM) instaladas e do parque de terminais de pagamento (TPA), bem como o lançamento de novos produtos como o cartão CA Buffet (um cartão bancário pré-pago destinado às empresas, públicas ou privadas, para pagamento do subsídio de alimentação aos seus empregados, permitindo que empresas e empregados beneficiem de facilidades fiscais em sede de TSU e IRS), o cartão Clube A (para clientes associados das Caixas Agrícolas) e introduzida a tecnologia contactless (tecnologia de comunicação baseada em rádio frequência que permite uma identificação segura dos dados do cartão electrónico de pagamento).

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É ainda de realçar a elaboração do planeamento corporativo e de Marketing que, entre outras iniciativas, promoveu um novo modelo de segmentação de clientes particulares e de clientes empresas e a definição de propostas de valor (e.g. produtos, preço, serviço, comunicação) orientadas às necessidades específicas dos segmentos.

A disponibilização de canais de serviços à distância também registou uma adesão importante por parte dos clientes do Crédito Agrícola, com um aumento de 21% no online empresas, 13% no

online particulares, e 90% no CA Mobile. Para este aumento contribuiu a ampliação dos serviços

disponíveis e a oferta de novas funcionalidades nestes canais. Também o website do Crédito Agrícola foi relançado com uma nova imagem e com melhor navegação.

Por outro lado, o Grupo Crédito Agrícola delineou uma nova estratégia de forte apoio à actividade internacional das empresas portuguesas, com início em finais de 2013, assumindo-se como parceiro de negócio na sua internacionalização e no desenvolvimento da sua capacidade exportadora. Tem também vindo a ser disponibilizado um maior apoio às comunidades emigrantes, com o alargamento da presença do Grupo em novos mercados, em simultâneo com o reforço da presença já existente, e com o aumento da oferta de produtos específicos para este segmento de clientes.

A oferta do Crédito Agrícola encontra-se igualmente alicerçada na oferta disponibilizada pelas Empresas do Grupo, no que se refere à actividade seguradora vida e não vida e à gestão de activos (e.g. fundos de investimento mobiliário e imobiliário, fundos de pensões).

Neste capítulo importa destacar que a excelência do Grupo Crédito Agrícola que tem vindo a ser regular e amplamente reconhecida, tanto na actividade bancária como na actividade seguradora e de gestão de activos, nomeadamente através da atribuição de prémios como o “Prémio Revista Exame Banca & Seguros” nas edições 2012 e 2013, “Prémio de Banco mais Rentável no seu Segmento” atribuído pela Revista Exame em 2012, “Prémio de Melhor Seguradora Vida no seu

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Segmento atribuído pela revista Exame em 2012 e “Prémio de Melhor Seguradora Não-Vida no seu Segmento atribuído pela revista Exame em 2013.

Actividade de crédito

Durante o exercício de 2013, o crédito concedido diminuiu relativamente ao ano anterior em 11% (em 2012 esta percentagem tinha sido igualmente de uma redução de 4,1%) e resulta, naturalmente, das condições desfavoráveis do contexto económico e social que todos conhecemos.

A evolução do crédito interno concedido não vencido, em termos de capitais mutuados, encontra-se detalhada no quadro encontra-seguinte (valores em €):

2012 2013 Var. % Crédito concedido 23.075.822 20.623.333 -10,6% … A curto prazo 2.358.282 2.232.873 -5,3% … A médio e longo prazo 20.717.840 18.390.460 -11,2%

Banco mais

rentável no seu

segmento

in Exame 2012

Melhor segurador

vida no seu

segmento

in Exame 2012, 2006

Melhor

seguradora

não-vida no seu

segmento

in Exame 2013, 2010,2009,2008

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A evolução do crédito e juros vencidos e provisões foi a seguinte (valores em €):

O crédito vencido e não pago, que em 2012 representava 4,7% do total do crédito concedido (em termos brutos), passou a representar, em 31 de Dezembro de 2013, 9,6% do total. Em termos líquidos de provisões (Aviso 6/99 do Banco de Portugal) o valor deste rácio foi de 5,04% (2,99% 2012). As provisões estão calculadas de acordo com os normativos aplicáveis.

Captação de depósitos

Em 2013, os recursos de clientes (depósitos à ordem, a prazo e poupanças) registaram um aumento de 5,1% (em 2012 tinha sido registada uma diminuição de 4%). Trata-se de uma variação muito positiva, tendo em conta o contexto competitivo do nosso mercado local, mas certamente, também, decorrente da confiança que é percepcionada pelos nossos clientes e associados no Crédito Agrícola e na nossa Caixa em especial.

Comparativamente às nossas previsões (constantes do nosso Plano de Actividades e Orçamento para 2013), verifica-se que o valor previsto (47,6 milhões de euros) foi alcançado e corresponde a mais um sinal da vitalidade e confiança que é depositada na nossa Caixa pelos nossos clientes e Associados.

Assim, a evolução dos depósitos captados foi a seguinte (valores em €):

2012 2013 Variação % Depósitos 45.254.669 47.552.417 5,1%

...À Ordem 10.586.131 11.761.681 11,1% ...A Prazo e poupança 34.668.539 35.790.736 3,2%

2012 2013 Var. % Crédito e juros vencidos 1.155.927 2.149.287 85,9% Provisões totais acumuladas (1.479.516) (1.759.706) 18,9% Percentagem de cobertura 127,99% 81,87%

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Gestão corrente

Na gestão corrente continuámos a seguir critérios rigorosos na realização das despesas. As rubricas mais significativas encontram-se desenvolvidas no seguinte quadro comparativo (valores em €):

2011 2012 2013 Variação % Total dos custos correntes 3.261.839 3.277.846 3.640.292 +11,1% ..Juros e encargos similares 805.017 1.063.708 1.000.317 -6,0% ..Custos com o pessoal 617.540 619.772 613.441 -1,0% ..Gastos Gerais Administrativos 559.092 467.399 422.012 -9,7% ..Outros custos e prejuízos 239.374 142.474 290.188 +103,7% ..Amortizações do exercício 73.253 66.663 62.898 -5,6% ..Provisões do exercício 967.563 917.830 1.251.436 +36,3%

A variação global (+11,1%) decorre, essencialmente, do aumento dos outros custos e prejuízos e das provisões do exercício. Destaca-se o decréscimo dos custos de funcionamento corrente, nomeadamente na rubrica de gastos gerais administrativos com -9,7% e das amortizações do exercício em 5,6%. Os custos com pessoal registaram uma diminuição ligeira de 1%. Em outros custos e prejuízos, o aumento (103,7%), está sobretudo subjacente a perdas por imparidade em activos detidos para venda decorrentes de operações de recuperação de créditos ou perdas na venda desses activos (num total 107.470 mil euros).

Os rendimentos obtidos foram os seguintes (valores em €):

2011 2012 2013 Variação % Total dos rendimentos obtidos 3.702.639 3.789.729 3.965.534 +4,6% Juros e rendimentos similares 2.228.223 2.288.821 2.014.287 -12,0% Rendimentos serviços comissões 493.965 511.438 544.713 +6,5% Reposição e anulação de provisões 851.053 750.590 1.309.321 +74,4% Outros rendimentos e ganhos 129.398 238.880 97.213 -59,3%

Os rendimentos de juros e rendimentos similares reflectem registaram um decréscimo de 12% relativamente ao ano anterior e decorrem de dois efeitos conjugados: diminuição dos montantes de créditos vincendos e os efeitos de um maior volume de crédito vencido pela não contagem de juros. Neste contexto a margem financeira registou uma diminuição para 1,8% relativamente à que tinha sido apurada em 2012 (2,3%).

Referências

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