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Carta IEDI n A Balança Comercial na Indústria de Transformação: Deterioração nas Quatro Faixas de Intensidade Tecnológica.

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Carta IEDI n. 532 - A Balança Comercial na Indústria de Transformação:

Deterioração nas Quatro Faixas de Intensidade Tecnológica

Sumário

Na primeira metade de 2012, o comércio internacional dos produtos típicos da indústria de

transformação experimentou déficit, de US$ 27,6 bilhões, recorde para o período. As

exportações dos bens típicos da indústria de transformação ficaram aquém do patamar do

mesmo período de 2011. Ademais, para janeiro-junho, os bens típicos da indústria de

transformação tiveram sua menor participação na pauta de exportações de mercadorias,

58,0%. Desde 2006, para o acumulado em questão, esta participação tem declinado.

A balança comercial só continua superavitária devido ao intercâmbio de bens agropecuários e

minerais, cujas exportações chegaram a US$ 49,3 bilhões no primeiro semestre de 2012,

proporcionando superávit de US$ 34,9 bilhões no saldo destes bens. Assim, o saldo para todo

o comércio de mercadoria ficou positivo em US$ 7,1 bilhões.

O saldo negativo do intercâmbio de bens da indústria de transformação não deve ser tomado

como algo ruim por si só. A preocupação se justifica pelo descolamento entre consumo

doméstico e a produção fabril. Mais: a perda de dinamismo econômico, por conta

principalmente do investimento, além do arrefecimento do consumo, ficou patente na metade

inicial do corrente ano e nem por isso o seu déficit refreou.

Tomando o comércio de mercadorias oriundas da indústria de transformação pela classificação

por intensidade tecnológica, todas as quatro faixas de intensidade – alta, alta,

média-baixa e média-baixa – viram seus respectivos saldos se deteriorarem. Apenas o conjunto de bens

produzidos por atividades menos intensivas em tecnologia (baixa intensidade) apresentou

superávit. Alguns números merecem ser observados:

O intercâmbio dos produtos fabricados por atividades de alta intensidade tecnológica

percebeu déficit de US$ 15,0 bilhões em janeiro-junho de 2012, superando o déficit recorde

verificado em igual semestre de 2011. As exportações até cresceram, somando US$ 4,6

bilhões, mas sem igualar o montante exportado no semestre inicial de 2008, quando tais

vendas externas atingiram seu ápice.

A faixa de média-alta intensidade registrou o déficit mais expressivo, de US$ 25,3

bilhões, frente a US$ 24,0 bilhões, déficit observado em igual período de 2011. O Brasil

exportou US$ 19,7 bilhões em mercadorias tipicamente produzidas por atividades de

média-alta intensidade. Tal patamar exportado superou ligeiramente aquele do mesmo acumulado

de 2011, o maior até então para primeiros semestres.

Já os bens das atividades de média-baixa intensidade tecnológica tiveram, pelo

terceiro ano seguido (para primeiro semestre), déficit de US$ 4,6 bilhões, o maior de toda a

série, iniciada em 1989. Apenas os três anos mais recentes presenciaram déficit para tal

período do ano, em um processo de deterioração do saldo que vem ocorrendo continuamente

desde o semestre inicial de 2008. De fato, o superávit dos produtos metálicos não vem

conseguindo mais contrabalançar o déficit em produtos de petróleo refinado e afins.

O conjunto de bens típicos da indústria de baixa intensidade tecnológica, que inclui a

indústria de alimentos, o setor madeireiro, celulose, dentre outros, logrou o único superávit

em janeiro-junho de 2012: de US$ 17,1 bilhões. Apesar de tanto, o resultado declinou frente a

igual período de 2011, quando chegou ao superávit recorde para primeiro semestre, US$ 19,2

bilhões. O que pode ser associado ao déficit dos segmentos intensivos em mão-de-obra que

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também compõem esta faixa. As vendas externas atingiram US$ 26,3 bilhões, abaixo das

exportações do mesmo acumulado de 2011.

Boa parte das atividades de alta e média-alta intensidade produz bens montados (indústria

aeronáutica, complexo eletrônico, automobilística etc.) e, com o câmbio apreciado até a

pouco, foi levada a gerir a importação de bens intermediários. A depreciação cambial recente

não irá revigorar por si só a indústria: cadeias de suprimento não são ajustadas da noite para o

dia. E tal ajuste só será feito se houver perspectiva de continuidade do câmbio no patamar

vigente ou de mais depreciação, devido ao desafio de se (re)compor elos produtivos em solo

nacional. Dificuldades assim também se apresentam na própria indústria de baixa intensidade,

nos segmentos intensivos em mão-de-obra, como a indústria têxtil, de vestuário e calçadista.

Para agravar, os esforços integrantes do Plano Brasil Maior (PBM) têm seus limites

evidenciados. O estado de desconfiança tanto por conta do cenário externo, quanto pela

estagnação da economia brasileira, reforça a perda de fôlego a partir dos investimentos. Se

intervenções governamentais menos complexas têm enfrentado óbices, a atuação em

questões mais profundas, abarcando negociações mais densas e diferentes níveis na

federação, tende a ser vista com maior ceticismo e justo por empreendedores, pelos que

decidem sobre investir e produzir. Persiste assim o desafio de baratear o investimento e a

produção, de modo menos dependente do câmbio.

O Maior Déficit Registrado para Bens Típicos da Indústria de Transformação.

No primeiro semestre de 2012, a balança de bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação alcançou déficit sem igual para acumulado dos seis primeiros meses: déficit de US$ 27,8 bilhões para o período em questão. No mesmo período de 2011, o saldo também foi negativo, em US$ 21,3 bilhões. Tais cifras do intercâmbio de produtos típicos da indústria de transformação representa um forte contraste com aquelas de meados dos anos 2000: em janeiro-junho de 2005, chegou ao superávit de US$ 14,6 bilhões. Dez anos antes, no semestre inicial de 2002, o saldo das mercadorias típicos da indústria de transformação também foi superavitário, US$ 2,6 bilhões. Em período equivalente de 1992, o resultado ficou

positivo: US$ 6,7 bilhões.

Os demais bens, basicamente provenientes da indústria extrativa mineral e da agropecuária, mais do que compensaram o referido resultado deficitário, mediante superávit de US$ 34,9 bilhões, o maior da história para primeiro semestre. Tal recorde decorreu da combinação de recuo das importações com incremento das exportações. Desta forma, a balança comercial de bens brasileira logrou superávit de US$ 7,1 bilhões no acumulado do ano, aquém. Mas este foi o menor superávit da balança para primeiro semestre desde janeiro-junho de 2002, quando ficou

positiva em US$ 2,6 bilhões.

Retomando o comércio dos produtos típicos da indústria de transformação, o maior déficit comercial teve como causa tanto a retração das vendas externas na comparação entre primeiros semestres de 2012 e de 2011, ficando em US$ 67,9 bilhões, quanto o incremento das importações atingindo patamar recorde de US$

95,7 bilhões.

Pela série iniciada em 1989 para período de janeiro a junho, os produtos típicos da indústria de transformação foram responsáveis por 58,0% da pauta, a menor participação da série. O decréscimo desta parcela vem ocorrendo desde o primeiro semestre de 2006. Para o acumulado até o sexto mês, o ano de 1993 foi aquele de maior peso dos produtos típicos da indústria de transformação nas vendas

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externas, quando significaram 83,4% do total de mercadorias. A questão do déficit na balança dos bens típicos da indústria de transformação deve ser vista em perspectiva, pois por si só um dado ruim. A preocupação toma conta ao se levantar que, até pouco tempo, o dinamismo das vendas do varejo não vinha sendo acompanhado pela produção manufatureira. Ademais, com a economia do País passando a andar de lado, sem que as economias avançadas se recuperem a contento, o contexto ficou ainda mais adverso. Até pelas bases produtivas espalhadas pelo globo operando abaixo de sua capacidade, acirrando o processo concorrencial.

Os esforços envidados pelas autoridades econômicas, integrantes do Plano Brasil Maior (PBM), mesmo que reconhecidos e tomados como corretos, têm evidenciado seus limites, apontados em edições anteriores da Carta IEDI. O estado de desconfiança tanto por conta do cenário externo, quanto pela estagnação da economia brasileira, reforça a perda de fôlego a partir dos investimentos, variável-chave do crescimento. Ou seja, se as intervenções governamentais mais fáceis têm enfrentado contratempos, a atuação em questões mais profundas e envoltas por negociações mais densas, envolvendo diferentes níveis na federação, tende a ser vista com maior ceticismo e justamente pelos empreendedores, pelos tomadores de decisão acerca do investimento e da produção em geral.

A Balança por Intensidade Tecnológica. Pela classificação da indústria de transformação por intensidade tecnológica, difundida pela OCDE, tem-se uma abordagem útil acerca da balança comercial das mercadorias típicos desta atividade. Segundo a mesma, há quatro faixas: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica. Tal segmentação se encontra

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discriminada na tabulação a seguir.

O intercâmbio dos produtos fabricados por atividades tomadas pela OCDE como de alta intensidade tecnológica percebeu déficit de US$ 15,0 bilhões em janeiro-junho de 2012. Assim, déficit superou o recorde verificado em igual semestre de 2011, quando chegou a US$ 14,6 bilhões. As exportações até cresceram, perfazendo US$ 4,6 bilhões, porém sem igualar o montante exportado no semestre inicial de 2008,

ápice das vendas externas desta faixa.

Em que pese o déficit recorde do conjunto das indústria de alta intensidade, a faixa de média-alta intensidade foi a que registrou o déficit mais expressivo: saldo negativo de US$ 25,3 bilhões, frente a US$ 24,0 bilhões observado em igual acumulado do ano passado. Neste caso, o Brasil conseguiu exportar US$ 19,7 bilhões em mercadorias tipicamente produzidas por atividades de média-alta intensidade. Tal patamar exportado superou ligeiramente aquele do mesmo acumulado de 2011, o maior até então para primeiros semestres. Já os bens tipicamente oriundos das atividades de média-baixa intensidade tecnológica, tiveram, pelo terceiro ano seguido (para primeiro semestre), resultado negativo, de US$ 4,6 bilhões. Em toda a série, iniciada em 1989, apenas os três anos mais recentes presenciaram déficit para tal período do ano. E janeiro-junho de 2012 registrou o déficit de maior grandeza, em um processo de deterioração do saldo que vem acontecendo continuamente desde o semestre inicial de 2008. Por fim, o agrupamento de produtos típicos da indústria de baixa intensidade tecnológica logrou o único superávit em janeiro-junho de 2012 dentre as quatro faixas: de US$ 17,1 bilhões. Em que pese sua magnitude, o resultado positivo declinou vis-à-vis o de igual período de 2011, quando o superávit alcançou o

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patamar recorde para primeiro semestre, de US$ 19,2 bilhões. O resultado também ficou aquém daquele de janeiro-junho de 2008. As vendas externas alcançaram US$ 26,3 bilhões, ficando abaixo do montante exportado no mesmo acumulado do

ano passado.

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Bens de Alta Intensidade Tecnológica. Todas as atividades que compõem a indústria mais intensiva em tecnologia experimentaram déficit em janeiro-junho de 2012. Na comparação com igual período de 2011, o saldo só não se deteriorou para

a indústria aeronáutica e a farmacêutica.

Começando pelos produtos farmacêuticos, que se distinguem da larga maioria dos demais desta faixa, por não serem produtos montados, seu saldo deficitário ficou praticamente no mesmo patamar do período equivalente do ano passado: déficit de US$ 2,9 bilhões. As exportações, de US$ 1,0 bilhão quase igualaram as vendas externas de janeiro-junho de 2011, quando atingiram seu maior nível histórico. Quanto aos equipamentos da indústria aeronáutica – aviões, helicópteros, satélites etc. – registraram o menor déficit, de US$ 46 milhões, dentre as atividades de alta intensidade. Suas vendas externas, de US$ 2,4 bilhões, deram sinal de recuperação em relação à 2009, 2010 e 2011, considerando o mesmo acumulado do ano. Ficaram abaixo apenas das exportações da primeira metade de 2008. Já os bens da indústria de aparelhos de áudio, vídeo e comunicações e componentes eletrônicos permanecem na condição de principal déficit nessa faixa de intensidade tecnológica. Sua balança ficou deficitária em US$ 5,5 bilhões, o maior déficit destes produtos para janeiro-junho. Como os componentes eletrônicos têm sido usados não só como bens intermediários de produtos de áudio, vídeo e equipamentos de informática, mas também em diversas outras atividades (automobilística, bens de capital etc.), isto reforça o déficit, até pelo fato do País não produzir componentes-chave. As exportações, de US$ 467 milhões, retrocederam novamente, sendo a quarta retração seguida. As importações ficaram ligeiramente abaixo do montante registrado em igual acumulado de 2011. Mesmo com o desaquecimento do varejo destes bens e o limite da estratégia de estímulo às compras via crédito, inerente à condição de bens duráveis, a piora no saldo decorre da própria baixa utilização da capacidade instalada em outras partes do globo, principalmente da Ásia. Tais fabricantes têm produzido e vendido mesmo com baixas margens de lucro para onde podem antever oportunidades até para

cobrirem custos fixos.

Passando para os bens de informática e de escritório e para os equipamentos e instrumentos de precisão e médico-hospitalares, seus déficits alcançaram US$ 3,6 bilhões e US$ 3,0 bilhões, respectivamente. Os maiores déficits experimentados por ambos os grupos de produtos para primeiro semestre. Quanto às exportações de produtos de informática e de escritório, de apenas US$ 162 milhões, estas retrocederam para níveis abaixo do primeiro semestre de 2004. Já as vendas para o exterior de instrumentos e equipamentos de precisão repetiu o patamar recorde para janeiro-junho: US$ 471 milhões. Todavia, apesar de recorde, tal montante permanece pouco expressivo, em especial ao se considerar que o País importou US$ 3,5 bilhões, também grandeza sem igual no caso das importações.

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Bens de Média-alta Intensidade Tecnológica. Com déficit de US$ 25,3 bilhões na metade inicial de 2012, o maior da série iniciada em 1989 para primeiro semestre, a balança dos bens típicos de atividades de média-alta intensidade mantém sua trajetória declinante, após dois anos nos quais logrou superávit em janeiro-junho: 2005 e 2006. Quase todos os grupos de produtos que constituem a faixa de média-alta intensidade tiveram déficits maiores no acumulado até junho de

2012 frente a igual período de 2011.

Os produtos químicos (exclusive farmacêuticos) experimentaram o maior déficit dentre todos os conjuntos de bens desta faixa, de US$ 10,2 bilhões, déficit recorde para primeiro semestre. Tal magnitude ocorreu mesmo com o País exportando seu maior montante na série, para janeiro-junho: US$ 5,3 bilhões, superando o recorde de exportação logrado 2011. Contudo o Brasil importou US$ 15,4 bilhões no primeiro semestre, também um montante sem igual na série com começo em 1989

para primeira metade do ano.

Os equipamentos de transporte produzidos por indústrias de médio-alta intensidade tecnológica totalizaram déficit de US$ 4,2 bilhões. Deste total, a indústria automobilística respondeu por US$ 3,4 bilhões, mesmo tendo exportado US$ 7,0 bilhões. Tal montante exportado só deixa a desejar ante seus equivalentes de 2008 e do ano passado. Já o grupo que agrega equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros) registrou déficit de US$ 784 milhões, sendo o pior resultado para tais produtos na série. Suas exportações caíram para patamares pré-2005, em se tratando de acumulado até junho. Passando para as máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados em

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outros segmentos e para as máquinas elétricas, seus respectivos déficits foram de US$ 7,8 bilhões e de US$ 3,1 bilhões. No primeiro caso, o déficit não encontra paralelo, em que pese o Brasil ter logrado nível recorde de exportação. Mas as importações dos equipamentos em questão também foram sem iguais, US$ 13,3 bilhões. No caso das exportações de máquinas e equipamentos elétricos, estas atingiram seu segundo melhor resultado para primeiro semestre, US$ 1,8 bilhão, concorrendo para que o déficit não superasse o patamar do ano anterior. Apesar de tanto, o Brasil nunca importou tanto destes equipamentos, US$ 4,9 bilhões. Parcela destes dois segmentos é formada por bens de capital, cuja indústria vem sentindo os efeitos da postergação de investimentos previstos e de eventuais cancelamentos, em virtude principalmente do cenário internacional adverso. Outro desafio reside na recente depreciação cambial. Embora a desvalorização seja em princípio favorável, deve-se asseverar que os últimos anos levaram as empresas a operarem no País equilibrando-se entre a aquisição estrangeira de bens intermediários e entrega de equipamentos neles baseados. Mudanças exigem uma readequação longe de ser trivial e pode começar com uma redução ainda maior nas margens de lucro dos fabricantes, principalmente se houve perdas de elos ou operações em território nacional no período de real apreciado.

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Bens de Média-baixa Intensidade Tecnológica. Na metade inicial de 2012, o segmento dos bens típicos das indústrias de média-baixa intensidade tecnológica completou uma sequência de três com déficit no primeiro semestre. Até então (2009 para primeiro semestre), esta faixa não tinha percebido déficit. Todavia o saldo vem se deteriorando desde janeiro-junho de 2008. Esta faixa de intensidade tecnológica possui uma conhecida dinâmica ditada por dois segmentos representativos: produtos metálicos, mormente da siderurgia; e produtos de petróleo refinado, outros combustíveis e afins. Começando pelo segundo, os produtos de petróleo refinado e afins experimentaram seu maior déficit para o acumulado em tela, de US$ 7,6 bilhões. Ou seja, apesar das exportações terem sido também recorde, de US$ 3,0 bilhões, foi insuficiente se contrapor às aquisições externas sem iguais, de US$ 10,6 bilhões. As grandezas dos déficits em produtos de petróleo refinado e afins eram costumeiramente mais do que contrabalançadas pelos superávits de produtos metálicos, mormente da siderurgia. Eram até o semestre inicial de 2009. Em janeiro-junho de 2012, o superávit destes bens, de US$ 4,2bilhões, inclusive recuou se comparado com seu equivalente de 2011. Suas exportações alcançaram US$ 11,3 bilhões, magnitude um pouco abaixo da registrada no mesmo acumulado de 2011. Só que as importações também foram expressivas: US$ 7,1 bilhões, também um pouco aquém da do ano anterior. Apesar do incremento dos fluxos comerciais, preocupa a desaceleração chinesa, notável importador dos bens em análise.

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Os produtos de minerais não-metálicos, a seu turno, presenciaram novamente déficit, o segundo e seguido em toda a série iniciada em 1989 para acumulado até junho, resultado negativo de US$ 157 milhões. No igual acumulado do ano anterior,

o déficit foi de US$ 223 milhões.

Passando para os demais segmentos, os produtos plásticos e de borracha também registraram seu pior resultado comercial para janeiro-junho, com saldo negativo de US$ 1,3 bilhão. Tal fato se deveu ao acréscimo das importações, posto que o País exportou US$ 1,6 bilhão, montante sem igual para o período do ano. Quanto ao comércio internacional de embarcações, navios etc., este logrou superávit de US$ 304 milhões, abaixo do superávit atingido em igual acumulado de 2011. As exportações ficaram em US$ 420 milhões.

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Bens de Baixa Intensidade Tecnológica. O comércio dos benss típicos das atividades da faixa menos intensiva em tecnologia logrou superávit significativo, de US$ 17,1 bilhões no primeira metade de 2012. Todavia, tal resultado representou uma retração frente a igual período do ano anterior, de US$ 19,2 bilhões. Também ficou aquém do saldo do saldo do mesmo acumulado de 2010 e de 2008. As exportações de tal conjunto de bens totalizaram US$ 26,3 bilhões, significando um ligeiro recuo frente ao recorde obtido em janeiro-junho de 2011. Como é notório, as vendas externas decorreram principalmente dos produtos industriais de alimentação, bebidas e fumo, que alcançaram por si só US$ 19,2 bilhões, montante próximo ao recorde observado no primeiro semestre de 2011. As importações, contudo, não refrearam: o Brasil nunca importou tanto destes bens,

US$ 3,5 bilhões.

Passando para as transações dos bens do segmento madeireiro, de papel e celulose, impressão gráfica e afins, estas registraram superávit de US$ 3,0 bilhões, ficando aquém do superávit logrado em janeiro-junho de 2011. As exportações, de US$ 4,3 bilhões, não alcançaram plenamente as vendas externas para igual

acumulado de 2011 e de 2008.

Entretanto, os produtos típicos das duas outras atividades destoam. Os bens diversos ou reciclados experimentaram pela quarta vez seguida saldo negativo: déficit de US$ 370 milhões. É a terceira vez – e consecutiva – que tal segmento registra déficit no acumulado até junho. Quanto aos produtos das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados, já vinham registrando saldos comerciais cadentes desde o primeiro semestre de 2006, ininterruptamente. No acumulado até junho de

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2011, a balança passou a ser deficitária para tal período do ano. Em igual acumulado de 2012, o intercâmbio ficou deficitário em US$ 1,2 bilhão. As atividades produtivas em questão, mais intensivas em mão-de-obra e menos em recursos naturais, sentiram os maiores impactos da taxa de câmbio apreciada que o Brasil experimentou em anos recentes. Ademais, a concorrência de países abundantes em força de trabalho tem pressionado ainda mais tais atividades, sobretudo com o baixo consumo das economias centrais.

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