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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA ESCOLA: PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

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Academic year: 2021

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PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

CERQUEIRA, Teresa Cristina Siqueira - UnB

teresacristina@unb.br

Eixo Temático: Políticas Públicas, Avaliação e Gestão Educacional Agência Financiadora: Não contou com financiamento Resumo

As representações sociais são fenômenos que estão ligados com o modo particular de compreender a realidade e de se comunicar criando dessa forma mecanismos que possam gerar conhecimentos reificados e consensuais sobre a realidade. Gilly, um dos teóricos das representações sociais voltados à educação afirma que as representações sociais ofertam uma nova maneira para a explicação de mecanismos pelos quais fatores sociais atuam sobre o processo educativo. A escola apresenta vários objetivos, dentre os quais podem ser destacados: promover o desenvolvimento pessoal, proporcionar aquisição de conhecimento, formar cidadãos conscientes, além de preparar para o trabalho e para a vida. O objetivo geral do presente trabalho foi analisar as representações sociais da escola na percepção dos professores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da rede pública do Distrito Federal. Os participantes da pesquisa foram 27 professores, sendo 23 do gênero feminino e 04 do gênero masculino, a idade media foi de 36 anos. Para a coleta de dados utilizou-se, como instrumento um roteiro de entrevista semi-estruturada com duas perguntas abertas e oito perguntas fechadas para compor o perfil dos professores. Os dados coletados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo, que permite a organização das respostas produzidas em classes, possibilitada pela freqüência dos termos enunciados pelos sujeitos. Os resultados apontam que a representação social sobre a escola mais significativa pelos professores foi conhecimento e aprendizado dos alunos, seguida de aprendizagem centrada no crescimento sócio-intelectual do aluno e por último que a escola é um local onde se aprende e se ensina e onde as descobertas acontecem. Pode-se concluir com essas análises que os professores do 1º ao 5º ano possuem uma representação da escola como um local importante e vital para o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.

Palavras Chave: Representações Sociais. Escola. Professores. Introdução

Este trabalho objetiva tecer algumas considerações sobre os temas relativos às representações sociais, bem como comentar sobre a importância da escola utilizando-se dos métodos peculiares que a teoria proporciona, trata-se de um ensaio preliminar e de uma

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tentativa de estabelecer uma associação entre os conceitos. Tal associação, em nosso entender, pode ser considerada uma saudável contribuição ao tema das representações sociais bem como contribuir com uma interpretação das representações construídas pelos professores do 1º ao 5° ano do ensino fundamental sobre a escola.

Além dos aportes teóricos básicos das Representações Sociais, este trabalho apresenta uma pesquisa desenvolvida com os professores das escolas públicas do Distrito Federal e seus resultados.

As Representações Sociais segundo Serge Moscovici estão principalmente relacionadas com o estudo das simbologias sociais, ou seja, estudo das trocas em nosso meio e das relações interpessoais e de como isso influencia diretamente na construção do conhecimento. As representações sociais tem por finalidade tornar familiar algo não-familiar, categorizando e nomeando novos acontecimentos, com os quais não tínhamos contato anteriormente, possibilitando, assim, a compreensão e manipulação destes à partir de idéias, valores e teorias já preexistentes e internalizadas por nós e amplamente aceitas pela sociedade.

Importante ressaltar que as representações sociais cumprem quatro funções essenciais: Função de saber – que permitiria compreender e explicar a realidade, saber prático do senso comum, elas permitem que os atores sociais adquiram conhecimentos e os integrem em um quadro assimilável e compreensível para eles próprios, em coerência com seu funcionamento cognitivo e os valores aos quais eles aderem;

Função identitária – que definem a identidade e permitem a proteção da especificidade dos grupos, a função identitária das representações assegura, para estas, um lugar primordial nos processos de comparação social, (...) por outro lado, a referência às representações que definem a identidade de um grupo terá um papel importante no controle social exercido pela coletividade sobre cada um de seus membros, e, em especial, nos processos de socialização;

Função de orientação – que guiam os comportamentos e as práticas enquanto representação social, ou seja, refletindo a natureza das regras e dos elos sociais, a representação é prescritiva de comportamentos ou de praticas obrigatórios. Ela define o que é lícito, tolerável ou inaceitável em um dado contexto social; e

Função justificatória – que permitem justificar a posteriori as tomadas de posição e os comportamentos, elas (representações sociais) intervém também na avaliação da ação,

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permitindo aos atores explicar e justificar suas condutas em uma situação ou em face de seus parceiros (ABRIC, 1998, p.28-30).

Moscovici, em sua noção de representações sociais, faz uma releitura dos fenômenos que antes eram atribuídos à magia, ou ao sagrado substituindo essas fontes pelas ciências. As ciências se tornaram no mundo moderno o que a magia era no mundo medieval, sendo um ambiente propicio para as representações (apud FARR, 2002).

A proposta de Moscovici aborda a natureza individual e social em relação às representações sociais. Na elaboração apresenta a natureza social do campo, em que são englobados novos fenômenos, como atitudes, campo de representação e informação, e na natureza psicológica demonstra os processos de objetivação e ancoragem. No âmbito social são apresentadas três dimensões:

Por atitude tem-se a orientação global, favorável ou desfavorável, ao objeto da representação; a informação se refere à organização dos conhecimentos que um grupo possui a respeito do objeto; e campo de representação que remete a imagem, ao conteúdo concreto e limitado de proposições referentes a um aspecto preciso do objeto e pressupõe uma unidade hierárquica (ALVES-MAZZOTTI, 1994, p. 64).

Moscovici (1976) quanto à estrutura das representações a divide em duas naturezas a conceptual e a figurativa. Elas representam as duas faces da mesma moeda. Toda figura corresponde a um sentido e todo sentido corresponde a uma figura. A função de duplicar um sentido por uma figura, dar materialidade a um objeto abstrato foi chamado de “objetivar” (...) A função de duplicar uma figura por um sentido, fornece um contexto inteligível ao objeto, interpretá-lo, foi chamado de “ancorar” (MOSCOVICI, 1976 apud SÁ, 1995, p. 34).

Após definida essa estrutura foram retirados dois processos formadores das representações que são a ancoragem e a objetivação. A ancoragem “consiste na integração cognitiva do objeto representado a um sistema de pensamento social pré-existente e nas transformações implicadas em tal processo” (SÁ, 1995, p. 37).

No mundo, as pessoas se relacionam, comunicam-se, organizam-se, e estabelecem as suas vivências. A comunicação entre a sociedade e sua busca incessante pelo novo, pelo descoberto, e pelo adquirido constrói inúmeras variantes simbólicas e representativas para a sociedade e com a sociedade. A todo o momento esse real de possibilidades de estar sempre em constante dinâmica se transforma em algo cristalizado e ancorado.

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Através de Moscovici, suas pesquisas sobre teorias de representação social e cientificidade da psicanálise ajudou a concretizar a representação social. O senso comum e as relações, ou seja, as condutas, os valores, e os padrões construídos socialmente como um novo saber, e em um novo conhecimento que não abarca somente para a sociedade, mas para conhecer e entender o porquê desse aglomerado de símbolos da consciência e de elaborações mentais representadas. Desta forma, o senso comum representados configura em relações que ao se confrontarem dão novos significados e expressões simbólicas para determinada palavra, atos, maneiras de agir, e de pensar; a tornar assim um verdadeiro conhecimento social.

Pensar que o senso comum, aquele senso onde as pessoas constroem suas expressões individuais e coletivas, e é aquele símbolo fundamentado para dar razões e valores a outros símbolos é realmente um conhecimento; leva-nos a crer que a cultura, os valores, as condutas, os significados atribuídos é valorizados pela incorporação dos mesmos pela sociedade, modelando e reconstruindo significados para o comportamento, portanto, é considerada então uma construção representacional da sociedade, ou seja, uma representação social.

A representação social é constituída desde a infância quando aprendemos com nossos pais a conhecer e aprender o mundo através das relações que estabelecemos entre as pessoas, todavia, vai se construindo uma cadeia de novos conhecimentos, valores, normas, costumes, e hábitos. Contudo, o que cada um constrói e aprende em seu ambiente familiar, em seu ambiente interior, e em seu ambiente social nasce um novo universo de conhecimentos que são captados e objetivados para ser logo depois interpretados.

Esse universo, ou seja, a representação social se define quando ao captarmos um objeto materializamos, representamos, classificamos e reorganizamos; assim essas representações se transformam em algo cristalizado, e ancorado. A representação social possibilita tornar o que não é conhecido em conhecido, e o que não é familiar em familiar; categorizando e formulando novos conhecimentos no qual não tínhamos anteriormente para assim compreender, aprender, e abstrair novos valores e novas atitudes para ser compreendido e manipulado para a sociedade.

Outro aspecto mencionado por Moscvici (2003) é que o sujeito é transformador da realidade e a compreensão das diversas interpretações poderá gerar uma mudança na mentalidade da sociedade e em suas ações. As representações Sociais estudadas dentro do ambiente escolar têm por objetivo “entender as ações das formas de trabalhos e poder auxiliar em uma melhora daquele meio”. (MENIN e SHIMIZU, 2005, P. 96).

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As representações sociais são responsáveis por orientar e organizar as condutas comportamentais de acordo com o sistema de interpretação da relação que o indivíduo estabelece com o mundo, causando conseqüência nas mais variadas situações que partem do desenvolvimento individual até o coletivo. Pode esclarecer como alguns fatores sociais agem sobre o processo educativo e ainda contribui com algumas áreas como: a Sociologia da Educação e a Psicossociologia.

O sistema escolar sempre sofreu, de forma mais ou menos acentuada, influências de grupos sociais que ocupam posições diferentes em relação à Instituição Escolar: discurso político e administrativo, discurso dos agentes institucionais de diferentes níveis hierárquicos, discurso dos usuários (DOTTA, 2006, p. 27).

Daí pode-se identificar a importância dos estudos sobre representações sociais. A seguir, apresentam-se de maneira breve, aspectos históricos das representações sociais.

Histórico da Teoria das Representações Sociais

Os estudos sobre as representações iniciaram a partir dos estudos de Durkehim que trouxe a noção de “representação coletiva” tentando fazer com que a Sociologia coletiva se tornasse autônoma, integrando e conservando a sociedade. Para Durkehim (1995) essa representação era obrigada a reconhecer que o individual e o coletivo eram opostos, pois o individual era a consciência de si e o coletivo era a sociedade em sua totalidade. Graças a essa amplitude conceitual as representações tornaram-se objeto de estudos para as ciências humanas.

Apesar da teoria das representações terem sua origem na sociologia durkheiniana, é na Psicologia Social que ela ganha embasamento teórico.

A Teoria das Representações Sociais foi apresentada por Serge Moscovici no livro La psychanalyse, son image it son public em 1961, com o propósito de estudar a representação social da psicanálise na sociedade parisiense no final da década de 50. Com esse trabalho, Moscovici, gera uma ruptura no campo da psicologia social da época, marcada pela ênfase no cognitivismo da tradição norte-americana, que caracterizara seu estudo pelos processos psicológicos individuais. Em seu estudo observou o que acontece quando um novo conhecimento, a psicanálise, se dispersa na população de uma forma geral (FARR, 2002).

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Foi Moscovici que iniciou esse novo campo de trabalho que proporcionasse a dialética do social, em que o sujeito se afirma ativo na elaboração do conhecimento social a ser influenciado pelo meio em que vive.

Dessa maneira, Moscovici (2007) expôs que as representações sociais são elementos simbólicos expressos geralmente pelo individuo pro meio de ações ou da palavra. Assim tem-se a explicação do pensamento, aquilo que tem-se percebe a respeito de algo, no caso deste estudo, a escola. Neste contexto, tem-se a criação da realidade em que grupos e indivíduos controlam-se e criam tanto controlam-seus laços de solidariedade, como suas diferenças, como afirma Moscovici.

Em sua teoria Moscovici voltou-se a fenômenos mais dinâmicos, cotidianos e fugazes, por isso as representações seriam sistemas de valores, idéias e práticas com uma dupla função: a instituição de uma ordem que torna os indivíduos capazes de se orientarem e dominarem seu mundo social, além de facilitar a comunicação entre os membros de uma comunidade por providenciar aos mesmos um código para nomearem e classificarem os aspectos de seu mundo e suas histórias individuais e grupais (MOSCOVICI, 1983).

Representações Sociais na Escola

O estudo das representações sociais na Escola é de grande importância para a Educação, pois contribui para uma abordagem da vida mental individual e coletiva de todos os membros integrantes dessa instituição. Esse estudo considera todos os processos constituintes e constituídos.

Para Jodelet (2001, p. 26) as representações apresentam três particularidades: vitalidade (quantidade de publicações e abordagens metodológicas e teóricas que inspiram), transversalidade (o estudo em relação a outras ciências humanas) e complexidades (dificuldade de sua definição e tratamento).

O conjunto dessas particularidades na representação social faz com que seu campo de pesquisa se amplie. Considerando a Escola como objeto de pesquisa, serão apresentadas as contribuições da Teoria da Representação Social à Educação.

Gilly é um dos teóricos que se dedica a estudos em representações sociais voltados à Educação. As representações sociais para ele ofertam uma nova maneira para a explicação de mecanismos pelos quais fatores sociais atuam sobre o processo educativo. Os resultados

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gerados são articulados com a transversalidade e, portanto leva a análise da relação escola/professor/aluno, e a construção de saberes.

Dentro dessa perspectiva as representações é um instrumento para compreensão daquilo que ocorre em sala de aula no decorrer das interações pertinentes a esses ambientes e processo de aprendizagem.

A escola é uma das instituições sociais mais importantes para se aprender a conviver e apresenta um papel de grande relevância na formação de uma consciência da cidadania e da ética.

Reconhecendo as aplicações da teoria das representações sociais no espaço escolar verificamos que o campo educativo é considerado um dos mais importantes aparelhos ideológicos que perpassam por questões a respeito de representações sociais através da linguagem. Por isso algumas pesquisas estão sendo desenvolvidas, com o propósito de abarcar dentro dessa temática os discursos sobre as instituições, relação pedagógica e significações, podendo assim analisar interferências no desempenho do processo educativo.

É através da educação que surgem possibilidades para explicar a influência que as representações sociais promovem nas figuras que compõe o sistema educacional, por exemplo, professores, alunos entre outros.

A escola tem uma gama variada de representações sociais, a um leque muito grande a ser pesquisado. A sociedade esta sempre em transformação.

Metodologia

O método utilizado no desenvolvimento do projeto de pesquisa em representação social da escola caracteriza-se como exploratório empírico-analítico. Os estudos exploratórios são geralmente usados para gerar hipóteses e identificar variáveis que devem ser incluídas na pesquisa. Um de seus objetivos é a busca por compreender motivos ou razões para as atitudes e comportamentos das pessoas. Esse tipo de pesquisa proporciona o entendimento do conjunto do problema, através da formação de idéias.

A pesquisa com dados qualitativos é a principal metodologia utilizada nos estudos exploratórios e consiste em um método de coleta de dados, na qual se baseia esta pesquisa. Foram coletados dados de professores das escolas, ou seja, o contato inicial com o tema a ser analisado, com os sujeitos a serem investigados e com as fontes secundárias disponíveis.

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Quando o trabalho é essencialmente analítico e comporta uma pesquisa positiva sobre o pensamento de outros autores, esta conclusão pode ser fundamentalmente crítica. Quando, porém, a crítica é mais desenvolvida, entrará no corpo do trabalho como um capítulo. (SEVERINO, 2002, p. 83).

Já o empírico é o conhecimento popular, orientado somente pelo que obtivemos no dia-a-dia ou ao acaso, servindo-nos da experiência do outro, às vezes ensinando, às vezes aprendendo, num processo intenso de interação humana e social. A pesquisa empírico-analítica é usada para avaliação de um programa, plano, projeto ou política que visa apresentar soluções para problemas já identificados (MARTINS e LINTZ, 2000)

Participantes

Os participantes da pesquisa foram 28 professores, desses 23 são do gênero feminino e 4 do gênero masculino, com idade média de 36 anos. 17 são casados, 1 viúvo e 9 solteiros. Somando a quantidade de filhos, totalizam 12, 1 participante não tem filho. Os participantes são cristãos, sendo 9 evangélicos e 14 católicos, 25 trabalham em escolas públicas e 2 em escolas particulares. 13 com formação em pedagogia e 8 em outras licenciaturas e 10 com o curso normal, com uma média de atuação no magistério de 15 anos.

Os professores estão atuando no ensino fundamental nos seguintes anos: 2 no 1º ano, 3 no 2º ano, 12 no 3º ano, 3 no 4º ano 1 no 5º ano e 1 professor atua na educação infantil. 5 professores não responderam em qual ano atuam.

Instrumento

O roteiro de entrevista contém cinco perguntas referente à escola; outras perguntas relacionada aos dados pessoais, os dados da escola, a série que leciona, e a formação acadêmica. As perguntas envolvem aspectos vivenciados pelo professor, suas opiniões.

As perguntas relacionadas aos dados pessoais contem idade, estado civil (solteiro ou casado), se tem filhos ou não, religião, sexo feminino ou masculino, e tempo de experiência no magistério e na série. Nas perguntas referentes à formação acadêmica contem as opções de escolha do ensino médio, ensino superior e especialização, nestes se responder que sim o participante deve responder qual é o curso.

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Procedimentos

Foram realizadas 27 entrevistas semi-estruturadas, com os professores de diferentes escolas do Distrito Federal, tanto de escolas públicas, quanto privadas. A fim de identificar qual era a visão que professores do 1º ao 5º ano, tinham sobre a escola.

A pesquisa se deu de duas maneiras: sendo que na primeira os pesquisadores se dirigiam as respectivas escolas, com o intuito de aplicarem os questionários diretamente com os professores e aguardam no local até que todos respondessem, observou-se que os professores de maneira geral foram bastante prestativos, e responderam com bastante calma. Em contra partida alguns pesquisadores deixaram os questionários na própria escola com os coordenadores, para serem aplicados aos professores, e no dia seguinte voltaram à escola e pegaram os questionários devidamente preenchidos.

Análise e Discussão dos Dados

Na entrevista realizada na pesquisa, objetivo da primeira questão aberta foi analisar as considerações que o professor tem sobre sua própria escola. Essa estratégia foi utilizada para que os sujeitos da pesquisa, no caso, os professores, se sentissem a vontade e evocasse mais rapidamente possível as possíveis respostas.

Os sujeitos entrevistados reconhecem com maior freqüência que a escola é um local de construção de conhecimento, no entanto, atribuem um maior grau de relevância ao fato de a escola ser um local de aprendizagem

Na análise da segunda questão subjetiva em que os participantes tinham que responder sobre os aspectos identificados por eles como uma escola de qualidade verifica-se que houve uma corroboração da representação apresentada como sendo a relação aluno/professor e escola, além de professores comprometidos com fazer o saber pedagógico. Pode-se concluir que os professores do 1ª ao 5° ano, possuem uma representação proativa a respeito da escola e a percebem como um local essencial para o desenvolvimento e a socialização dos alunos além do processo ensino/aprendizagem.

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Nas considerações finais deste estudo, avalia-se que os as representações sociais dos professores do 1ª ao 5ª ano de escolas publicas do Distrito Federal sobre a escola, foi positiva e também foi possível identificar os significados dessas representações.

Deste modo, levantou-se uma série de representações sociais, por meio de uma riqueza de resposta. Ao se fazer a análise dessas representações sociais, percebeu-se que elas se encontram atreladas a um imaginário social próprio dos profissionais da educação que atuam na área.

A Teoria das Representações Sociais é interessada em estudar a apropriação que o senso comum faz do conhecimento científico. Deste modo, levantou-se uma série de representações sociais, por meio de uma riqueza de resposta. Ao se fazer a análise dessas representações sociais, percebeu-se que elas se encontram atreladas a um imaginário social próprio dos profissionais da educação que atuam na área.

Partindo desta perspectiva, foi possível identificar que as representações sociais dos professores sobre a escola estão associadas a “ensinar e aprender”, “desenvolvimento” e “conhecimento”. Essas atribuições traduzem e resultam em significações proativas da escola.

Espera-se que este trabalho venha contribuir para o desenvolvimento da relação escola/professor/aluno, visto que apesar de todos os problemas encontrados nas escolas publicas do Distrito Federal, os professores ainda têm uma visão da escola como local de conhecimento, de aprendizagem e de socialização. Possibilita, então, a valorização do trabalho do professor junto aos alunos desde que as praticas e posturas pedagógicas sejam permeadas de respeito na construção mútua de conhecimentos no dia a dia escolar.

REFERÊNCIAS

ABRIC, J-C. A abordagem estrutural das representações sociais. Em A. S. P. Moreira e & D. C. Oliveira (Orgs.). Estudos interdisciplinares de representação social. (pp. 27-46). Goiânia: AB Editora, 1998.

ALVES-MAZZOTTI, A. J. Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações à Educação. Em Aberto, Brasília, ano 14, n. 61, p. 60-78, jan./mar. 1994.

BELLO, J. L. de P. Educação no Brasil: a História das rupturas. Pedagogia em Foco Rio de Janeiro, 2001 Disponível em:<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm>. Acesso em: 15/05/2009.

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FARR, R. As raízes da psicologia social moderna. Petrópolis: Vozes, 2002.

GRINSPUN, M. P. S. Z. A orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2006.

JODELET, D (org.) Representações Sociais: Um domínio em Expansão. In: As Representações Sociais. Rio de Janeiro: UERJ, 2001.

MENIN, M. S. S.; SHIMIZU, A. M. (Org.). Experiência e representação social: questões teóricas e metodológicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. p. 93-130.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social / Serge Moscovici; editado em inglês por Gerald Duveen; traduzido do inglês por Pedrinho A. Guareschi. 5 ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

PAVARINO, R. N. Teoria das Representações sociais, Pertinência para as Pesquisas em Comunicação em Massa. 2004

RIOS, T. A. Ética e Competência. 19. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

SÁ, C. P. Representações sociais: o conceito e o estado atual da teoria. Em O conhecimento no cotidiano: as representações sociais na perspectiva da psicologia social, org. Mary Jane Spink, 19-45. São Paulo: Brasiliense, 1995.

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