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NÚCLEO DE ESTUDOS AVANÇADOS DE DIREITO INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ATA DA APRESENTAÇÃO DO DIA 21/05/2011

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NÚCLEO DE ESTUDOS AVANÇADOS DE DIREITO INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

ATA DA APRESENTAÇÃO DO DIA 21/05/2011 REUNIÃO DO DIA 21/05/2011

TEMA

DESENVOLVIMENTO E TRATAMENTO ESPECIAL E DIFERENCIADO NA OMC: uma abordagem sob a perspectiva da doutrina do ‘stare decisis’

APRESENTADOR (ES)

Professor Eduardo Saldanha RESENHA

- Introdução: Teoria das fontes do Direito Internacional Púbico: discussão sobre o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça - CIJ, a fim de delimitar se este trás as fontes do Direito Internacional Público em seu texto, ou se delega tal função à doutrina. Na visão do palestrante, o referido artigo em não é responsável pela delimitação das fontes. Neste aspecto, foi levantada a discussão da classificação dos princípios como fonte. A Convenção de Viena trás a idéia de que os princípios devem ser interpretados como fontes ‘acessórias’, posição divergente da exposta, visto que a exposição tomou por base os princípios como fonte principal do Direito Internacional Público. O professor Augusto Dergint, esclareceu que o estudo das fontes do direito é muito rico, sendo que é objeto de estudo do Instituto de Direito Internacional, não podendo ser um assunto exaurido no momento da apresentação. Ainda na temática do artigo 38 foi feita menção ao artigo 59, referido pelo anterior, o qual trás que: “A decisão da Corte não é obrigatória senão para as partes em litígio e respeito ao caso alvo de decisão.” Tal redação foi esclarecida aos presentes, sendo defendida a tese de que as decisões não possuem efeito vinculante, não sendo, pois, fonte primária do Direito Internacional Público.

- Ponderações sobre as negociações na OMC: foi levanto o questionamento do porquê muitas das negociações da Organização Mundial do Comércio - OMC, não avançam como esperado. Restou esclarecido que isso se dá em razão do tratamento igual dado a países com características muito díspares, somente por serem intitulados desenvolvidos ou em desenvolvimento. Veja-se, esta classificação não é baseada em critérios objetivos, sendo que os próprios países são responsáveis pela sua intitulação. Os chamados países em desenvolvimento têm apoio internacional maior, o que faz com que diversos países assim se intitulem sem uma averiguação técnica a respeito, o que se verifica com a Coréia do Sul e o Paraguai. Outro fator de entrave nas negociações internacionais é a tomada política de decisões, o que obstou também o sucesso da Rodada de Doha, que tem resultados considerados tímidos. A premissa de que a OMC é uma

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organização multilateral de Direito Internacional, na qual vige o voluntarismo como princípio básico, não foi esquecida, a vontade muitas vezes antagônicas das partes, faz surgir um sério conflito de interesses. Levantou-se então o questionamento: Que mecanismos legais podem ser utilizados pra que as regras da OMC sejam alteradas sem passar por este mecanismo atual traumático, muitas vezes sem chegar a resultados? A resposta estaria em realizar pequenas mudanças nos acordos existentes e mudanças efetivas na perspectiva das decisões. Foi neste aspecto que se defendeu a possibilidade das decisões terem efeito vinculante, e não apenas auxiliar. Esta percepção inovadora, esta sendo adotada por alguns juizes do Órgão de Apelação da OMC, os quais estão estabelecendo uma doutrina de utilização de precedentes no referido órgão. O professor Eduardo Gomes ponderou que a inserção da soft law como orientação a ser seguida pelos países em sede das negociações, traria benefícios importantes ao sistema de negociação internacional. Novamente foi feita a ponderação acerca da taxatividade do rol do artigo 38 da CIJ e seu alcance, uma vez que foi redigido em um contexto histórico em muito diferente do atual, principalmente em relação ao Direito Internacional. O professor Luís Alexandre Carta Winter esclareceu que neste ponto, deve-se atentar às diferenças entre o Direito Internacional e o Comércio Internacional.

- Natureza jurídica do direito interno: foi feita uma breve diferenciação dos sistemas da civil e da common law, levantando a diferença da jurisprudência da civil law para o procedente da common law. Enquanto este tem efeito vinculante, a primeira tem caráter persuasivo e de orientação. Retomando a discussão sobre o rol do artigo 38 da CIJ, sendo que este não é taxativo, e foi criado pela CIJ, a qual profere decisões irrecorríveis, não seria cabível a utilização do precedente, visto que esta pressupõe diferentes níveis hierárquicos - o precedente só tem efeito sobre as decisões de instâncias inferiores. Neste aspecto, características gerais dos sistemas foram debatidas comentadas, como o modo de escolha dos juizes em cada modelo, e sua conseqüente repercussão sobre as decisões. E ainda a súmula vinculante brasileira, que para o professor Eduardo Saldanha, embora se aproxime do sistema da common law, carece que alguns de seus pressupostos básicos.

- Até que ponto o precedente pode ser utilizado no Direito Internacional? O Direito Internacional não apresenta natureza jurídica nem de civil nem de common law, tendo características próprias, que não devem ser comparadas levianamente com as características dos demais sistemas citados. O que não significa afirmar que não possa fazer uso de elementos de ambos, desde que sua estrutura assim permita. O professor Augusto Dergint levantou o questionamento de que se a utilização do precedente não importaria a criação de uma jurisdição obrigatória que não faz parte da estrutura do O Direito Internacional. Restou esclarecido, que de fato, a utilização do precedente importaria em uma mudança estrutural básica do Direito Internacional, levando inevitavelmente a uma institucionalização.

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- O Artigo 38 do Estatuto da CIJ: o referido artigo 38 trás em seu texto que as decisões judiciais são meios auxiliares, isto porque, se não o dissesse estaria admitindo o precedente com efeito vinculante, indo de encontro à premissa de que o acordo vincularia somente as partes. Os conflitos em discução na Corte Internacional de Justiça, são derivados, muitas vezes da aplicação incorreta de uma norma interna ou internalizada, isso porque, não se pode interpretar qualquer norma de maneira apartada de seus princípios norteadores, o que inevitavelmente gera a insatisfação das partes e os descumprimentos dos acordos.

- Voluntarismo como base do Direito Internacional Público: restou esclarecido que a base do Direito Internacional Público é o voluntarismo e não o disposto no Estatuto da CIJ. Neste ponto, adveio o questionamento central do tema: É possível utilizar a metodologia do precedente obrigatório no Direito Internacional Público? O professor Eduardo Saldanha esclarece que sim, com base no voluntarismo, para tanto, criar-se-ia uma nova instituição, modificando a estrutura atual, oportunidade na qual este modelo poria ser aplicado. Ressaltou ainda, que atualmente, este modelo só pode ser adota na OMC em razão de sua estrutura diferenciada. O professor Eduardo Gomes, levanto a tese de que modelo semelhante já é utilizado na União Européia, em que se tem um sistema mais cogente e vinculante do que o próprio sistema do Direito Internacional Público. O professor Eduardo Saldanha afirma que o sistema por ele proposto tem bases diferentes das aplicadas na União Européia, uma vez que ele defende que o direito aplicado na OMC é o Direito Internacional Público em sua essência, e não se igualaria ao Direito Comunitário observado na União Européia.

- Considerações finais: As decisões na OMC tem sido imprevisíveis, não há uma linha clara de pensamento, lhe carece unicidade às decisões. A aplicação da common law, e da utilização do precedente está na previsibilidade das decisões e na conseqüente segurança jurídica. Nesta mesma linha de idéias, o professor Eduardo Saldanha defendeu um sistema com critérios pré-estabelecidos a fim de delimitar a condição de países em desenvolvidos e em desenvolvimento, de modo a possibilitar maior clareza na concessão de benefícios e de tratamento diferenciados aos países negociantes, o que diminuiria os conflitos por confronto de interesses. O professor Augusto Dergint ponderou a falta de interesse dos Estados neste sistema. O professor Luís Alexandre Carta Winter ressalvou que se a alteração pretendida se consolidar, não mais será Direito Internacional Público, e sim Direito Comunitário, como se verifica na União Européia. O palestrante discordou, afirmando, que uma vez que os países manifestassem sua concordância com o sistema, estaria exercendo o voluntarismo, razão pela qual, não estaria descaracterizado o Direito Internacional Público.

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OBSERVAÇÕES

Próxima Apresentação: 04/06/2011: Professor Luís Alexandre Carta Winter: Barreiras técnicas e medidas compensatórias.

MEMBROS PRESENTES Alexandre Luiz Senff Maia Aline Mota Moreira

Amanda Carolina B. Rodrigues Amanda Soares Kremer

Ana Carolina Albuquerque Ana Claudia da S. Carvalho Ana Paula Ribas Hortmann Angelaine Lemos

Antônio Diego da Costa Arthur P. dos Santos Augusto Dergint

Bernardo Caetano Assim Arus Carlos Augusto Mozer da Cunha Carlos Eduardo S. Mateus Caroline A. Serrano

Cíntia de Almeida Lanzoni Claudia Pérez Villegas Eduardo Biacchi Gomes Eduardo Saldanha Elder V. M. Ricci Ellen Cristine Ferreira

Erika Renata Ferreira de Melo Fábio Fenlauer

Felipe Augusto B. Araújo Felipe Guidolin

Igor Koltun Rebutini Isabela Botelho Maeda Júlia Cardona Santini

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Leandro Jesuíno da Silva Letícia Maria Rutkowski Salles Luís Alexandre Carta Winter Luiz Gustavo Moraes

Mariana Kinde Wolff Matheus Vinicius Lima Nathalie Yumi Harada Sérgio M. Korolinski Valmir Peçanha

Redigido e revisado pela monitora do NEADI, Letícia Maria Rutkowski Salles, sob auxílio da aluna Amanda Carolina Rodrigues; e orientação do Prof. Dr. Luís Alexandre Carta Winter.

Referências

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