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OFICINA PEDAGÓGICA. Prof.a Manolita Correia Lima

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Academic year: 2021

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O

FICINA

P

EDAGÓGICA

Prof.a Manolita Correia Lima

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P

EDAGOGIA

A

TIVA

– quando o Ensino se Orienta pela e para a Aprendizagem Significativa do Estudante

O analfabeto do século XXI não será aquele não sabe ler nem escrever, mas aquele que não for capaz de aprender, desaprender e

reaprender. Alvin Toffler

C

ONTEXTUALIZADO A

P

ROPOSTA

O período que marcou o final do Século 20 coincide com admirável incremeto das tecnologias de informação, particularmente com a emergência da internet e das possibilidades por ela abertas. Observa-se que a revolução promovida pelas tecnologias de informação tem exercido importantes transformações em todas as dimensões da vida humana, particularmente na organização e no ambiente de trabalho. Isso repercute sobre as competências que merecem ser desenvolvidas pelos habitantes desse planeta, em acelerado processo de transformação – que tanto pode ser associada a uma visão otimista do futuro (Schwartz, 2003), quanto a instalação de um processo de decadência do Ocidente (Onfray, 2017).

Com o ingresso no Século 21, o conhecimento ganhou particular evidência, expressões como era do conhecimento (Halévy, 2010), sociedade de

conhecimento (Druker, 1999), sociedade intensiva de conhecimento (Demo,

2001), sociedade baseada em conhecimento, sociedade baseada na economia

do conhecimento (Sveiby, 1998) ou civilização cognitiva (Delors et al., 2012)

são apenas alguns exemplos do que a academia e a mídia especializada têm discutido. Este contexto supervaloriza o conhecimento (a ciência), o fazer amparado pela tecnologia, a possibilidade de melhorar continuamente, o desafio dos processos de inovação e a capacidade de empreender1.

Esse ambiente tem favorecido o crescimento exponencial da velocidade e da quantidade de conhecimento científico e técnico produzido e divulgado, em escala mundial. Em tempo algum houve tanta produção e difusão de dado e informação, reforçando a pertinência do termo ciberdemocracia (Lévy, 2002). De que maneira tudo isso repercute sobre a Educação Superior? Quais são as transformações que esse ambiente requer de estudantes, professores e gestores acadêmicos?

Apesar de o Brasil ser uma nação semiperiférica, a proporção de pessoas com acesso as mídias sociais impressiona. Quando os números revelam o acesso em

1No novo paradigma científico, “em vez de eternidade, temos História; em vez do

determinismo, a Imprevisibilidade; em vez do mecanicismo, a Interpretação, a Espontaneidade e a Auto-organização; em vez da reversibilidade, Irreversibilidade e a Evolução; em vez da ordem, a Desordem; em vez da Necessidade, a Criatividade e o Acidente” (Santos, 2001, p.70/71)

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escala mundial, tem-se a clara noção de que que a tecnologia digital exercerá crescentes mudanças nos ambientes que envolvem ensino e aprendizagem.

Esse ambiente de visível efervescência também tem favorecido a obsolescência de grande parte dos conteúdos gerados e difundidos. Assim sendo, trabalhar com estoques fixos de conhecimento é menos importante do que mobilizar a capacidade de estudantes e trabalhadores problematizarem, localizarem, selecionarem, organizarem, interpretarem / analisarem dados e informações, orientados pelo desafio de gerar conhecimento novo, de forma colaborativa. Consequentemente, mais do que aprender, os ambientes de estudo e trabalho requerem competências que favoreçam o aprender a aprender (Fonseca, 2005)2.

Nesse contexto, a valorização do conhecimento como processo se sobrepõe ao conhecimento como produto.

Aprender a aprender contribui para a formação de pessoas técnica, teórica e metodologicamente potentes, capazes de aprender permanentemente, de forma autônoma, e aplicar o conhecimento gerado em distintos contextos, fazendo as adequações necessárias (Fonseca, 2005). Assim, o espaço/tempo de estudo e o espaço/tempo de trabalho são cada vez mais inseparáveis. Essa competência tem sido reconhecida como essencial na medida em que influi sobre a produtividade e a inovação (Demo, 2009), aspectos determinantes da elevação da competitividade entre as nações, elemento que ajuda a distanciar nações centrais e periféricas.

Essa visão reforça a importância de o conhecimento ser permanentemente colocado em dúvida e poder refletir a melhor solução possível, considerando o tempo presente. Imprimir a visão que reconhece o conhecimento como algo inacabado, provisório e histórico, responsabiliza as novas gerações pela formulação de novos problemas e pela busca de soluções ajustadas aos desafios de seu tempo. Assim sendo, os ambientes de ensino e aprendizagem, sejam eles físicos, virtuais ou híbridos, são construídos em torno de problemas inéditos

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cuja relevância social, política e econômica justifica a busca de alternativas de solução. As soluções requerem atitude investigativa: curiosidade, capacidade de problematizar,3 capacidade de leitura e interpretação, troca de experiências,

acesso a múltiplas fontes de dados, organização e interpretação dos dados, formulação de alternativas de solução criativas e inovadoras (Demo, 2012). Estar-se no universo do analista simbólico, tão bem definido por Robert B. Reich (2005).

P

ROBLEMATIZAÇÃO

Historicamente, percebe-se que as instituições educacionais refletem as características de seu tempo. Assim sendo, em velocidades distintas, elas se transformam para responder aos imperativos da sociedade da qual faz parte. Se a Educação corresponde a um meio de integrar o indivíduo à sociedade, questiona-se até que ponto, na contemporaneidade, a educação formal tem colaborado para a formação de jovens capazes de viver os desafios decorrentes de sociedades intensivas de conhecimento, profundamente exigentes em aprendizagem? Capazes de compreender, conceber e implantar transformações sustentáveis no mundo em que vivem? Frente à distância que separa grande parte dos projetos educacionais e os desafios implicados pelas tecnologias digitais questiona-se:

 Considerando a velocidade com que se produz e difunde o conhecimento, quais são as mudanças que se fazem necessárias nos projetos pedagógicos que dão vida à oferta dos atuais e dos novos cursos?

 Na medida em que os objetivos justificadores dos cursos se alteram e a sua realização pressupõe que Professores e Estudantes assumam novas responsabilidades, as referidas responsabilidades evoluem em qual direção?

 Como colaborar para os professores ultrapassarem os limites do ensino “escaneado” e transitarem entre métodos, estratégias, técnicas e ferramentas auxiliares do ensino orientado pela e para a aprendizagem?  Levando em conta a centralidade do Estudante no processo que envolve ensino e aprendizagem, como mobilizá-lo para a aprendizagem?

 Levando em conta que se aprende cada vez mais cedo, o tempo todo e em qualquer lugar, como multiplicar e diversificar os espaços de aprendizagem no universo da educação formal?

 Quando vida e trabalho parecem cada vez mais inseparáveis, como as instituições educacionais podem colaborar para se construir uma reação virtuosa entre estas dimensões da existência humana?

P

OTENCIAIS

I

NTERESSADOS

3 Problematizar enfatiza a práxis na qual o Sujeito busca soluções para a realidade em

que vive e se torna capaz de transformá-la pela própria ação, ao mesmo tempo em que se transforma.

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A atividade proposta irá se orientar pelo contexto aqui descrito, sobretudo pela problematização proposta. Todos aqueles – Estudantes, Professores e Gestores Acadêmicos – que se interessarem pelo tema, serão muito bem-vindos! A expectativa reside em inspirar processos de transformação na direção de uma educação sintonizada com as exigências de nosso tempo.

L

OCAL,

D

ATA e

H

ORÁRIO de

R

EALIZAÇÃO

Fundação Getúlio Vargas – SGAN Av. L2 Norte, Quadra 602 – Brasíla 26 de Agosto de 2017

Entre 16h e 18h30

CV R

ESUMIDO – Prof.a Manolita Correia Lima

Doutora em Educação (FEUSP), professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Gestão internacional (PMDGI), coordenadora do grupo de pesquisa sobre mobilidade acadêmica internacional (certificado pelo CNPQ). Responsável pelo Núcleo de Inovação Pedagógica e pelo Programa de Iniciação Científica da ESPM. Atualmente pesquisa e publica sobre temas relacionados à internacionalização da educação superior e a mobilidade acadêmica internacional, além de estudar e gerar produção técnica sobre aspectos relacionados ao ensino e à aprendizagem.

R

EFERÊNCIAS

DELORS, Jacques (org.). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. 7ª Edição. São Paulo: Editora Cortez, 2012.

DEMO, Pedro. Habilidades e competências no século XXI. 3ª edição, Porto Alegre: Editora Mediação, 2012.

DEMO, Pedro. Educação hoje – “novas” tecnologias, pressões e oportunidades. São Paulo: Atlas, 2009.

DEMO, Pedro. Sociedade intensiva de conhecimento, 2001 Disponível em <

https://docs.google.com/document/pub?id=1l-ySy0wiItRaeujVaoDz0zTdEx4552FSFWT-Sc2Xt58 >; acesso em junho, 2017. FONSECA, Vitor de. Aprender a aprender: a educabilidade cognitiva, 3ª edição, Lisboa: Âncora Editora, 2005.

HALÉVY, Marc. A era do conhecimento – princípios e reflexões sobre a revolução noética no seculo XXI. São Paulo: Editora UNESP, 2010.

ONFRAY, Michel. Décadence – vie et mort judéo-christianisme. Paris: Flamarion, 2017.

REICH, Robert B. O trabalho das nações: preparando-nos para o capitalismo do século 21. São Paulo: Educator, 1995.

SCHWARTZ, Peter. Cenários – as surpresas inevitáveis. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

SVEIBY, Karl Erik. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

Referências

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