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ANGELICA TIMOTEO DE LAIA DIFERENÇAS NO COMPORTAMENTO DO ABUSADOR SEXUAL E DO PEDÓFILO

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Cascavel 2017

ANGELICA TIMOTEO DE LAIA

DIFERENÇAS NO COMPORTAMENTO DO ABUSADOR

SEXUAL E DO PEDÓFILO

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Cascavel 2017

DIFERENÇAS NO COMPORTAMENTO DO ABUSADOR

SEXUAL E DO PEDÓFILO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Psicologia.

Orientador: Heiny Diesel

ANGELICA TIMOTEO DE LAIA

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ANGELICA TIMOTEO DE LAIA

DIFERENÇAS NO COMPORTAMENTO DO ABUSADOR SEXUAL E

DO PEDÓFILO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Psicologia.

BANCA EXAMINADORA

Prof.(ª). Psic. Haifa Amado Elias Sonda CRP:08/11279

Prof.(ª). Psic. Ms. Maíra M. K. Saldanha CRP:08/21679

Cascavel, 11de Dezembro de 2017

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Dedico este trabalho como todas аs minhas demais conquistas, a Deus primeiramente, á meus amados familiares, em especial minha mãe pelo seu incentivo e amor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido saúde força para superar as dificuldades, ao longo dos anos como universitária, á minha família pelo incentivo e apoio incondicional.

A esta universidade, corpo docente que assegurou a oportunidade de fazer o curso, e a todos que de alguma forma fizeram parte da minha formação o meu muito obrigado.

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LAIA, Angelica Timoteo de. Diferenças no comportamento do abusador sexual e do pedófilo. 2017. 35 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Psicologia. Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, Cascavel, 2017.

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo reunir informações acerca das características e definições em torno da pedofilia e do abuso sexual de crianças. A problematização foi entender o que há de diferente no comportamento do pedófilo e do abusador sexual infantil. Para tanto foi realizada uma pesquisa bibliográfica em diversos materiais de cunho cientifico já publicados. Para atingir o objetivo proposto foi discorrido sobre as parafilias para entender seu significado. Elementos concernentes aos aspectos e características do abusador sexual infantil também foram elencadas. Os resultados mostraram que a linha que separa o abusador sexual infantil e o pedófilo é bastante tênue. Vale mencionar que a ideologia de quem analisa os casos de pedofilia o abuso sexual pode provocar distorções nos resultados.

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LAIA, Angelica Timoteo de. Differences in sexual abuser and pedophile behavior. 2017. 35 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação Psicologia – Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, Cascavel, 2017.

ABSTRACT

This course completion paper presents the results of a research that aimed to gather information about the characteristics and definitions around pedophilia and sexual abuse of children. The problematization was to understand what is different in the behavior of the pedophile and the child sexual abuser. For this, a bibliographical research was carried out on several scientific materials already published. In order to reach the proposed goal, it was discussed about paraphilias to understand their meaning. Elements concerning the aspects and characteristics of the child sexual abuser were also listed. The results showed that the line separating the child molester and the pedophile is quite tenuous. It is worth mentioning that the ideology of those who analyze cases of pedophilia and sexual abuse can cause distortions in the results.

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DSM-IV Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV

CID 10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 11 1. COMPORTAMENTOS SEXUAIS PARAFÍLICOS ... 13 2. ASPECTOS QUE DEFINEM O ABUSADOR SEXUAL E O PEDÓFILO ... 19 3. AS CARACTERÍSTICAS DO ABUSADOR INFANTIL E DO PEDÓFILO. .. 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 32

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INTRODUÇÃO

Na atualidade muito se fala em crimes contra a criança, a ênfase maior esta ligada aos crimes sexuais. Nesse contexto, são diversas as tipologias de agressões que as crianças sofrem todos os dias em todo o mundo, algumas cometidas por estranhos e outras por membros da família. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) e a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID 10) utilizados a nível mundial, mencionam a parafilia como um grande grupo, ao qual pertencem as doenças relacionadas com as agressões sexuais sofridas por crianças e adolescentes. Uma dessas doenças é a pedofilia, o indivíduo acometido por ela, denominado pedófilo, tem preferência exclusiva por crianças. Existe também, o abuso sexual, o abusador se aproveita de situações que fragilizam a criança e comete inúmeros atos que a corrompem antes de ser descoberto. Do mesmo modo que o pedófilo, o abusador sexual de crianças, possui características que marcam sua personalidade e seu desejo, muitas vezes incestuoso, doentio e violento.

Seria interessante, se tanto o abusador sexual como o pedófilo, possuíssem um perfil que os identificasse de forma rápida e que excluísse a possibilidade de existir uma doença mental coabitando com o seu modo de se comportar frente à exposição inocente de uma criança. Tal fato seria importante para os profissionais da saúde e de forma geral, para a população como um todo. Um dos questionamentos que se deve ter em mente, gira em torno das definições e diferenciações entre o pedófilo e o abusador sexual, assim ao se ter um perfil de ambos pode ocorrer enganos e a pessoa abusadora ficará estereotipada. É notório que a existência de um perfil identificador do abusador sexual ou do pedófilo seria tranquilizador.

Deve-se considerar também que os perfis mobilizam ideologias, portanto, reduzir a figura de um abusador a um perfil, implica em simplificar em excesso a temática. Os canais midiáticos com os quais a população, na modernidade, tem acesso à informação, em sua maioria são aqueles informatizados, e esses meios de comunicação despejam enxurradas de informações diariamente. O que precisa ficar evidente é que as informações devem ser filtradas para que se tenha consciência de que são verossímeis. Dessa forma não existirá confusão ao citar uma pessoa como

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pedófilo ou como abusador sexual. Sabe-se que em torno das duas determinações (pedofilia e abuso sexual) muitos se confundem, senão, acreditam que ambas possuem o mesmo significado. Portanto, para trazer à luz as discussões em torno do tema, originou-se o seguinte problema: Quais as diferenças no comportamento, que confundem o diagnóstico para distinguir o abusador sexual do pedófilo?

Dessa forma, o objetivo geral foi reunir informações acerca das características e definições em torno da pedofilia e do abuso sexual de crianças, para entender o que há de diferente no comportamento do pedófilo e do abusador sexual infantil. A pesquisa teve como objetivos específicos contextualizar a pedofilia e o abuso sexual, no contexto atual de sociedade; descrever os aspectos inerentes ao abusador sexual e ao pedófilo e analisar as características do comportamento do abusador sexual infantil e do pedófilo.

Com vistas a responder o problema, utilizou-se como metodologia, a pesquisa bibliográfica, com consultas a diversos trabalhos de ordem científica, disponíveis em endereços eletrônicos e impressos, livros, manuais de saúde mental utilizados pela organização mundial da saúde e de códigos internacionais de doenças.

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1 COMPORTAMENTOS SEXUAIS PARAFÍLICOS

Definir parafilia torna-se muito complicado, para Stewart (2012) a definição de parafilia advém de um desvio inapropriado de interpretar os comportamentos sexuais idealizados de maneira extremamente perfeccionista. Dessa forma, diversas “preferencias” se encaixaram no que era definido como parafilia ao longo do tempo.

Até 1973 o homossexualismo era considerado uma parafilia segundo o DSM II Manual de diagnostico e estatística de saúde mental. Sua remoção do DSM II ergueu questionamentos sérios a respeito de outras parafilias, pois se o homossexualismo não é por si só anormal, então a inconclusão a respeito de outros comportamentos sexuais classificados como parafílicos deveria ser revogada e o conceito de parafilia deveria ser também esquecido (SILVERSTEIN, 2009).

As afirmações de Silverstein (2009) são confirmadas por Abdo (2016) ao afirmar que:

O homossexualismo (masculino e feminino) figurava em extensa categoria, juntamente com a pedofilia, a sodomia, o exibicionismo, o fetichismo, o travestismo e os quadros que viriam futuramente a ser categorizados como transtorno de identidade de gênero. O homossexualismo compunha o modelo paradigmático do comportamento sexual desviante, ou seja, um comportamento não reprodutivo, associado às patologias da personalidade (ABDO, 2016, p.37).

Nessa época se usava o termo “homossexualismo”, o sufixo “ismo” daria o significado de doença ao termo Abdo (2016), atualmente o termo correto seria “homossexualidade”. “O homossexualismo compunha o modelo paradigmático do comportamento sexual desviante, ou seja, um comportamento não reprodutivo, associado às patologias da personalidade” (GIAMI, p. 12, 2015; ABDO, p.37, 2016).

A noção de desvio sexual foi apresentada na CID-9 como “inclinação e comportamentos não sancionados de forma absoluta nas diferentes sociedades e culturas e que não são, em geral, aprovados pela sociedade, para os fins sociais e biológicos” (ABDO, p.37, 2016; WHO, p. 65, 1975).

Mais tarde, de acordo com Cantor (2012) houve a demonstração de como a interpretação da palavra “parafilia” poderia alterar o que se enquadra em sua definição. Há implicações no campo de diagnóstico psiquiátrico e tratamentos graves para com processos legais e políticos.

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Zonana (2011) sugere que o DSM está seguindo uma tendência que torna os portadores de doenças muito mais responsáveis por problemas criminais, do que por problemas mentais. O tempo e a cultura influenciam neste processo de relacionar interesses parafílicos com crimes, política e imposições legais.

Ao explorar o termo parafilia, toma-se como fonte de referencia o DSM-V. Entretanto, existe também a Classificação Internacional de Doenças (CID), a qual somente os países que são membros do WHO (World Health Organization) são cobrados quanto à classificação de doenças neste padrão (WHO, p. 65, 1975).

Em Abdo (2016) a autora menciona um breve histórico dos transtornos na CID.

Transtornos e problemas relacionados à sexualidade passaram a fazer parte da Classificação Internacional de Doenças em sua 6ª edição (CID-6, 1949), quando foi inaugurada uma seção dedicada aos transtornos mentais. Essa categoria (desvios sexuais) se manteve na CID-7 (1955) e na CID-8 (1965), até a publicação da CID-9 (1990), edição em que foram introduzidos os capítulos dos transtornos de preferência sexual e o termo parafilia, repercutindo a proposta desenvolvida na 3ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III), em 1980.

Há mudanças significativas em relação aos dois manuais que são as desordens, os nomes das desordens, as definições e a organização de categorias. Após todo esse trabalhoso processo de escolher qual manual utilizar, aí inicia-se o processo de diagnóstico da parafilia. Uma critica importante surge a cada nova revisão de ambos manuais, é a de que sempre são inseridas novas categorias e subtipos de definições (REED, 2010).

A CID 10 define a parafilia de acordo com o DSM-IV, como sendo “desejos sexuais recorrentes, intensos, fantasias abusivas, desejo sexual forçado ou comportamentos geralmente envolvendo i) objetos não-humanos, ii) o ato de observar alguém sofrer humilhação ou ser o humilhado, ou iii) desejo por criança ou qualquer outra pessoa que não tenha concedido permissão, extrapolando o limite de 6 meses” (APA, p. 566, 2000).

JÁ “o projeto da CID 11 propõe, portanto, que comportamentos parafílicos, principalmente aqueles que envolvam falta de consentimento por parte do parceiro, devam ser considerados parafílicos em sua própria natureza” (ABDO, p.39, 2016).

Inclua-se ai a existência ou não de “sofrimento por parte do indivíduo ou do parceiro”. Ou seja, a CID-11 não despatologiza os comportamentos sexuais em si,

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mas apenas aqueles sem parceiro (masturbação) ou que envolvam parceiros consensuais (ABDO, p.39, 2016).

Para Abdo (2016) no seu modo de entender:

Há, ainda, quem defenda a importante distinção entre a variação normal do comportamento (parafilia não patológica) dos crimes, em especial a pedofilia. A sugestão seria remover do DSM-5 certas parafilias, incluindo a pedofilia. Defende-se que a remoção da pedofilia faria concentrar a atenção sobre o aspecto penal desses atos e não permitiria que os autores desses crimes aludissem à doença mental como defesa ou a usassem para atenuar a responsabilidade por seus crimes (ABDO, p.39, 2016).

Assim, devido aos traquejos sociais acerca do que é um desvio sexual, o uso de “parafilia” mudou significativamente durante o tempo e entre culturas. Por isso definições de parafilia são inconclusivas e difíceis de ser afirmadas. Entretanto no DSM-V a parafilia está definida como “qualquer comportamento sexual forte persistente ou qualquer outro que esteja além do interesse em copular ou de pré-copular com humano, adulto, fenotipicamente normal e com concessão” (DSM-V, p. 367, 2014).

No entanto, Moser (2011) a partir de seu ponto de vista, sugere que a definição de parafilia do DSM-V, afirma a preferência de um masoquista do que a definição de alguém que se engaja no coito como um parafílico. Mesmo assim, se o ato for preferido como preliminar ele será considerado normal ou não-parafílico.

O mesmo autor também questiona se os peitos aumentados por cirurgia são considerados fenotipicamente normais e propõe que se o ato não-concensual implica comportamento parafílico então está havendo confusão entre ato criminoso e desordem mental. No entendimento de Abdo (2016),

A diferenciação entre os desvios sexuais e as “reações psicogênicas, que afetam o sistema geniturinário” foi baseada principalmente na etiologia atribuída à personalidade patológica, o que em certa medida poderia ser a causa do comportamento desviante no caso dos desvios sexuais. Por outro lado, para os distúrbios da função sexual, a personalidade não contribuiria à etiologia, considerada somática ou funcional e capaz de produzir sofrimento (ABDO, p.37, 2016).

Para Singy (2010) as definições do DSM-V apontam para a ‘quebra dos laços morais’ e faz dos psiquiatras os ‘guardiões dos valores culturais’. Entretanto, não houve mudança nas definições aquém do DSM-V. Mesmo que o DSM-V seja direcionado e escrito para clínicos psiquiatras, ele é também utilizado por

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investigadores forenses como base legal para sentenciar e/ou cuidar de casos de supostos crimes sexuais motivados por desordens mentais.

A falta de embasamento sobre o que é parafilia influenciou dramaticamente o resultado no DSM-V e poderá impactar no futuro lançamento do CID-11. A parafilia como um conceito “é vulnerável a pressões da sociedade muito mais do que avanços na ciência” e a abordagem, diagnóstico, pode girar muito mais em torno de normas sociais do que na saúde psiquiátrica (ZONANA, p.249, 2011).

De acordo com Keenan (2013), a inclusão das “desordens parafílicas” no DSM-V é redundante, não-cientifica e estigmatizante e pode causar aflição pessoal por categorizar o engajamento sexual, o comportamento sexual de maneira atípica como uma desordem psiquiátrica.

O DSM-V classifica a parafilia como transtornos parafílicos, os quais estão descritos no quadro, conforme o manual.

Quadro 1: Transtornos Parafílicos Transtornos Parafílicos (685)

O seguinte especificador se aplica aos Transtornos Parafílicos, conforme indicado: Especificar se: Em ambiente protegido, Em remissão completa 302.82 (F65.3)

Transtorno Voyeurista (686)

302.4 (F65.2) Transtorno Exibicionista (689)

Determinar o subtipo: Excitado sexualmente pela exposição dos genitais a crianças pré-púberes, Excitado sexualmente pela exposição dos genitais a indivíduos fisicamente maduros, Excitado sexualmente pela exposição dos genitais a crianças pré-púberes e a indivíduos fisicamente maduros. 302.89 (F65.81) Transtorno Frotteurista (691)

302.83 (F65.51) Transtorno do Masoquismo Sexual (694) Especificar se: Com asfixiofilia 302.84 (F65.52) Transtorno do Sadismo Sexual (696)

302.2 (F65.4) Transtorno Pedofílico (698)

Determinar o subtipo: Tipo exclusivo, Tipo não exclusivo Especificar se: Sexualmente atraído por indivíduos do sexo masculino, Sexualmente atraído por indivíduos do sexo feminino, Sexualmente atraído por ambos Especificar se: Limitado a incesto

302.81 Transtorno Fetichista (701) Especificar: Parte(s) do corpo, Objeto(s) inanimado(s). Outro. 302.3 (F35.1) Transtorno Transvéstico (703) Especificar se: Com fetichismo, Com autoginefilia 302.89 (F65.88) Outro Transtorno Parafílico Especificado(705)

302.9 (F65.9) Transtorno Parafílico Não Especificado (706) Fonte: (DSM-5, p. 685, 2014)

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Entretanto, no entendimento de Abdo (p.40, 2016) “a ideologia do bem-estar não parece ser avaliada da mesma forma pelo DSM e pela CID”, de acordo com a CID, “o critério de presença de angústia não está sendo considerado como uma condição necessária à classificação de alguns comportamentos como patológicos em si e por si”. Isto é, “a CID-11 tende a seguir patologizando comportamentos socialmente condenáveis, mesmo na ausência de angústia”.

Como citado, a pedofilia é mencionada, tanto na CID quanto no DSM, como uma parafilia. Conforme Hisgail (2007) durante a década de 1990, houve uma intensa exploração comercial e sexual infantil, a qual teve como vitimas milhões de crianças e adolescentes em nível mundial. “Devido à pobreza, o desemprego, à desestruturação familiar e à banalização da sexualidade, a pedofilia ressurge na calada da vida cotidiana como uma perversão sexual” (HISGAIL p. 17, 2007).

Assim, a pedofilia interfere de forma destruidora no “desenvolvimento psíquico infantil” provoca traumas irreversíveis e a transmissão sexual de doenças. “A infância convocada pelo adulto a assumir uma identidade sexual, mostra-se nas imagens eletrônicas da pornografia infantil” (HISGAIL p. 17, 2007).

A divulgação midiática em torno dos casos de pedofilia proporcionou a discussão do problema como um fenômeno social e criminal. Houve a mobilização a opinião pública por meio de campanhas que visavam conscientizar a população contra o abuso sexual infantil (HISGAIL 2007).

No entanto, a maior parte da população encontra-se desinformada sobre a questão das “vicissitudes do desejo na pedofilia”, seja pelo tabu do incesto e vergonha social que inibem a investigação ou pela dificuldade dos pais e educadores de lidarem com as manifestações da sexualidade infantil (HISGAIL p. 17, 2007).

Com relação ao “abuso sexual”, ele surge sob o formato de problema político, aparece atrelado às diferenças de gênero, mais ou menos nos anos 1960, com o surgimento da “segunda onda do movimento feminista, que formula a crítica ao "modelo patriarcal" de família, que legitimaria a violência de homens contra mulheres e de adultos contra crianças” (LOWENKRON, p. 16, 2010).

Entre as décadas de 1980 e 1990, essa crítica é assumida pelos movimentos sociais que surgiram na época para atuar na “defesa dos direitos da criança e do adolescente, que passam a tratar o “abuso sexual infanto-juvenil” enquanto uma

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questão política particularizada e especialmente dramática” (LOWENKRON, p. 16, 2010).

As informações sobre as parafilias mostraram que o tratamento dado a elas nem sempre é o esperado. Ocorrem divergências principalmente no campo do diagnóstico, o que deixa margem para acalorar as discussões em torno do tema. Entretanto as informações sobre a pedofilia e abuso sexual infantil, serão melhor discutidas no decorrer do trabalho, haja vista que o interesse existente nesse trabalho está voltado para essas duas formas de vitimar as crianças.

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2 ASPECTOS QUE DEFINEM O ABUSADOR SEXUAL E O PEDÓFILO

A literatura apresenta definições diversificadas em torno do abusador sexual e do pedófilo. Com isso é importante fazer uma diferenciação entre abuso sexual e pedofilia. Existe uma confusão, de senso comum, o que conduz a conclusões erradas em torno do assunto.

Para Paulino (2009) e Maduro (2015) distinguir abuso sexual na criança da pedofilia tem importância crucial no sentido de analisar o modus operandi do individuo e na escolha da intervenção a ser aplicada. O grupo ao qual pertence o abusador sexual é heterogêneo, em que o individuo possui diversas características, pessoais e relacionadas ao delito, dessa forma, determinar uma definição única e completa de agressor sexual torna-se difícil em função dos múltiplos significados que pode assumir (PAULINO, 2009; MADURO, 2015).

Para Gomes e Coelho (2003) o termo pedofilia é utilizado com generalização envolvendo a maioria das situações de abuso sexual de menores, isso acaba por gerar confusão ao invés de clarificar esse fenômeno complexo que é o abuso sexual. O mesmo autor menciona que existem pedófilos que nunca cometeram abuso sexual contra um menor e ainda que existem abusadores sexuais de crianças que não são caracterizados como pedófilos, entretanto, fazem parte de algum grupo dos abusadores de crianças. Desse modo, é possível afirmar que o pedófilo e o abusador sexual infantil pertencem a populações distintas (PAULINO, 2009; MADURO, 2015).

Mesmo que sintam desejo sexual por crianças na pré-puberdade, de acordo com Maduro (2015) alguns pedófilos não mantêm relações sexuais com as mesmas, entretanto, alguns abusadores sexuais infantis, não se sentindo atraídos sexualmente por crianças, cometem abusos por inúmeros motivos, por exemplo, ausência de parceiro adulto, algum tipo de vingança contra a mãe da criança, estar sob efeito de algum tipo de substância, entre outros.

A pedofilia, sob a ótica de desvio sexual ancora-se em fantasias sexuais periódicas, extremamente excitantes que envolvem crianças ou então implicam impulsos que as obrigam em relacionar-se com o indivíduo agressor. Esta perturbação se define como, a busca de prazer sexual por meio de relação sexual com crianças (HISGAIL, 2007; ABDO, 2016).

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Os especialistas, de acordo com Lowenkron (2010) e DSM-5 (2014) defendem que para haver qualificação do transtorno sexual da pedofilia, é necessário que a conduta ocorra durante o período de seis meses e que haja fantasias, impulsos ou desejo por crianças pré-púberes. Esse fenômeno ocorre geralmente com pessoas que são responsáveis por cuidarde crianças, o que possibilitamanter o constante contato com a vítima, daí a manifestação do distúrbio.

O referido transtorno sexual, para Gomes e Coelho (2003) pode ser observado externamente por relação com a orientação sexual, sendo heterossexual, homossexual ou ambas e relação com o objeto, que pode ser de fato pedofílico ou não.

Para haver um desenvolvimento mental pleno é necessário solucionar as inquietações que surgem a partir dos descontentamentos próprios que pode sofrer o ser humano ao longo da vida Abdo (2016). Porém, os problemas surgem quando não é possível sanar essas inquietações e perturbações de forma única com os pais ou com outra pessoa capaz de ajudar, visto que esses são os únicos capazes de propiciar plenamente tranquilidade afetiva em todos os aspectos da vida (HISGAIL, 2007).

Conforme Hisgail (2007) sem a afetividade materna e paterna buscam-se outros meios que podem resultar em alguns casos, patologias e persistem como traços que sobrepõem ao caráter. Então para solucionar essa situação, alguns utilizam outros meios, como a agressão para destruir a relação, crente, que assim encerram o conflito. Outros liberam essa aflição no próprio corpo, manifestando-se um problema psicossomático (PAULINO, 2009).

Existe um terceiro grupo que reproduz a conduta em que foram submetidos, tornando-se o agressor, não mais uma vítima, pois agora é o sujeito que controla a vítima. Desse modo, uma última maneira de se proteger diante de todo esse tormento é fantasiar uma cena extremamente erótica que envolve toda a angústia a qual fora submetido (HISGAIL, 2007).

O pedófilo geralmente cria o cenário no qual ele se hipersexualiza, repleto de conteúdos excitantes, busca preencher o vazio, a ansiedade ou o desespero de sua psique, sempre contendo agressão (HISGAIL, 2007; LOWENKRON, 2010).

De modo geral, a pedofilia não é crime, mas uma doença classificada nos manuais de transtornos mentais e código internacional de doenças. Porém o ato

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cometido pelo pedófilo pode se configurar em crime, por exemplo, uma determinada pessoa sofre com o distúrbio da pedofilia, entretanto, nunca teve contato sexual com uma criança, mas distribui pornografia infantil pelas redes sociais. Nesse caso está cometendo um crime.

Já, com relação ao abusador sexual, seu foco não é apenas crianças como ocorre com o pedófilo. O abusador não possui histórico de distúrbios que levem à pedofilia, ele comete os abusos com pessoas menores, incluindo crianças, o que na maioria das vezes gera confusão para defini-lo.

Torna-se interessante buscar a definição de abuso sexual, Finkelhor (1997) diz que o abuso sexual se caracteriza pelo contato sexual com uma criança que ocorre sob uma das três seguintes situações: (a) quando existe uma grande diferença de idade ou de maturidade entre os parceiros; (b) quando o parceiro está em uma posição de autoridade ou por manter a tutela da criança; (c) quando os atos de abuso são realizados contra a criança usando-se de violência ou de alguma artimanha.

Finkelhor (1997) menciona que não existe um acordo universal sobre os detalhes exatos de tal definição, por exemplo, quão grande é a diferença de idade ou maturidade. Obviamente, fatores individuais e culturais devem ser levados em consideração. Entretanto existe um acordo internacional generalizado sobre a maioria dos tipos comuns de situações de abuso sexual contra crianças: atos sexuais entre adultos e crianças pré-púberes; entre pais e filhos; e atos sexuais contra crianças com a utilização de força física e violência.

De posse da definição de abuso sexual, os aspectos relacionados ao abusador sexual infantil tornam-se mais identificáveis. Finkelhor (1997) menciona, como principais, alguns tipos de abusador sexual. Dessa forma, deve-se destacar o abusador intrafamiliar, pais, padrastos tios ou irmãos mais velhos, esse tipo de abusador, em função de sua condição próxima da vitima tende a cometer o ato de abuso sexual por longo tempo, utiliza-se de ameaças entre a criança e seu maior suporte social, que é a família.

O abusador tenciona para minar o relacionamento da criança com os demais membros da família não abusadores, como a mãe e os outros irmãos, com isso cria conflitos severos de lealdade. As meninas são mais propensas que os meninos a serem abusadas por familiares. Cerca de metade da vitimização das meninas ocorre

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dentro da família. Para os meninos, apenas 10% a 20% ocorrem na família (FINKELHOR, 1997).

Os cuidadores ou responsáveis pela criança que não fazem parte da família como, como professores, padres e treinadores esportivos, entre outros, conforme Finkelhor (1997) formam outra categoria de abusadores. Esses casos geralmente provocam uma grande controvérsia pública, uma vez que eles geralmente envolvem indivíduos confiáveis e respeitados pela comunidade em geral.

Outro tipo de abusador sexual é o menor infrator, aquele que possui menos de 18 anos, esse tipo de abusador, de acordo com Finkelhor (1997), cerca de um terço dos casos de abuso são cometidos por esse abusador. Alguns deles são irmãos mais velhos que fazem dos irmãos e irmãs pré-adolescentes e mais jovens vitimas, ou seja, adolescentes que forçam a atividade sexual em outros adolescentes, o que seria uma forma de estupro. Há também casos de grupos de adolescentes vítimas de crianças mais jovens ou da mesma idade.

Finkelhor (1997) menciona ainda que existem alguns casos de crianças pequenas, de 5 a 10 anos de idade, que vitimam seus pares. Entretanto, na maioria dos casos, estes são vítimas de abuso sexual e estão reproduzindo contra os outros os atos que foram perpetrados sobre eles.

As mulheres abusadoras aparecem com menor frequência, são um grupo diversificado que inclui algumas mães muito isoladas, algumas meninas adolescentes sob pressão para adquirir experiência sexual e algumas mulheres manipuladas para se juntarem às atividades abusivas de seus namorados (FINKELHOR, 1997).

Para Finkelhor, existe ainda, o abusador que explora sexualmente as crianças, por meio da prostituição infantil, ou para a produção de pornografia. Esta forma de abuso sexual com possui uma dinâmica própria, ocorre de forma generalizada em áreas onde há aglomeração de moradores de rua. Onde jovens dependentes de drogas se reúnem, ainda em regiões de muita pobreza, particularmente em alguns países em desenvolvimento.

Em Sanfelice e De Antoni (2010) são encontradas informações que coadunam com Finkelhor (1997), as autoras mencionam que:

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Em relação ao agressor, as pesquisas demonstram que cerca de 90% dos mesmos são pessoas conhecidas da criança e pertencem ao meio familiar, e são, na maioria, homens (pai/padrasto). O pai biológico é responsável pela maior parte dos abusos sexuais ocorridos, seguidos por padrastos e posteriormente, por desconhecidos (SANFELICE; De ANTONI, 2010, p. 131-132).

Fica evidente que os aspectos relacionados ao abusador sexual infantil, são os mesmos em qualquer parte do mundo. Sanfelice e De Antoni (2010) complementam ao mencionar que no Brasil as pesquisas em torno do perfil do abusador sexual, voltam-se para dados estatísticos com prioridade em dados demográficos, ou seja, parentesco entre abusador e vitima, idade, atendimento às vitimas entre outros.

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3 AS CARACTERÍSTICAS DO ABUSADOR INFANTIL E DO PEDÓFILO

Para reconhecer os casos de pedofilia e diferenciá-los do abuso sexual é necessário conhecer as características do pedófilo e do abusador sexual. Para Hisgail (2007), o pedófilo possui uma conduta que pode ser caracterizada de duas maneiras: a conduta considerada homossexual e a heterossexual. A conduta homossexual envolve um indivíduo que possui baixo interesse sexual por mulheres e alto interesse por meninos, os quais são acariciados e masturbados até que atinjam o orgasmo. O heterossexual procura por meninas, empregando o uso de táticas de conquista até violência, terminado muitas vezes em homicídio.

A literatura que envolve o tema pedofilia, em geral, não trata do gênero, isto é, as mulheres não são mencionadas como acometidas pela pedofilia. Na busca por informações em torno do envolvimento da mulher em situações de pedofilia, o trabalho de Ziliotto (2015) apresenta informações interessantes.

Na revisão de literatura de Ziliotto (2015) são mencionados diversos casos em que mulheres estão envolvidas com situações consideradas crimes sexuais contra crianças, todos autores internacionais. Entretanto, os autores mencionados e até mesmo a própria Ziliotto (2015), discorrem sobre o assunto tratando-o como agressão sexual cometida por mulheres contra crianças.

Pautada em diversos autores, Ziliotto (2015) menciona que a dificuldade em tratar a mulher em termos pedófilos esbarra na pedofilia como uma espécie de monopólio masculino. Ao que parece, não é apenas no Brasil que o envolvimento da mulher na pedofilia não é encarado com mesma atenção do homem pedófilo.

Os resultados do trabalho de Ziliotto (2015) mostraram que a mulher comete pedofilia com maior frequência dentro dos próprios lares, as consequências desses atos para as vitimas, são as mesmas que aquelas que ocorrem quando o pedófilo é do sexo masculino. Uma parte dos dados coletados por Ziliotto (2015) foi por meio de informações fornecidas por psicólogos que atenderam as crianças ou mulheres envolvidas nos casos. Outra parte foi de noticiais, vinte e sete no total, as quais foram veiculadas em sites de notícias, como jornal, blog, rádio online e vídeo, sites oficiais de Tribunais de Justiça e da Polícia.

Voltando às características, em geral, os pedófilos sofreram traumas ou abusos sexuais durante a fase da infância. Serafim (2009) menciona que grande

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parte dos meninos abusados durante a infância tornam-se abusadores sexuais. Ocorre com muita frequência que o pedófilo provenha de uma família desestruturada, sem pai, seja por morte ou por abandono, razão pela qual este é ignorado pela mãe.

Quando o menino foi abusado durante a infância, é possível identificar semelhança com o abusador, isso é advindo da formação reativa, no qual a vítima repete e se vinga, domina e humilha (supostamente o agressor, que no caso é outra vítima) (HISGAIL, 2007).

Para Paulino (2009), se o pedófilo não teve um pai presente, a única coisa que consegue fazer é idealiza-lo, o imagina como um ser grandioso e identifica-se com essa imagem criada em sua mente. Essa circunstancia o conduz a criar situações erotizadas com meninos mais novos e indefesos.

Conforme Abdo (2016) e Landini (2006) a pedofilia se caracteriza também, por abusadores que selecionam suas vítimas por faixa etária. Não possuem determinado perfil psicológico definido, podem ser muito adequados em determinadas tarefas, porém são de personalidade extremamente fraca. São pessoas imaturas emocionalmente, possuem pouca capacidade de contato para com outras pessoas, geralmente restritas às suas necessidades, mesmo com alto prestígio social. São táteis ao mentir e ocultar as atitudes que tomam (ZONANA, 2017).

Maduro (2015) menciona que geralmente os pedófilos são homens débeis, solitários, cheios de culpa, menos agressivos que os estupradores, muitos são alcóolatras ou psicóticos, de mente fechada ou não social, a sua idade oscila entre os trinta e quarenta anos e são de fortes convicções religiosas. O agressor geralmente é incapaz de estabelecer uma relação heterossexual saudável, tende a manter distância dos adultos, pois teme ser removido do circulo social dos mesmos. Identifica-se com a própria mãe e se relaciona com os meninos da mesma maneira como acredita que sua relação deveria ser com ela (GOMES; COELHO, 2003).

Pedófilos podem ser de qualquer classe social, para Zonana (2017) os mais perigosos são aqueles que a criança confia, pode ser um amigo da família, um familiar próximo, uma pessoa que fora criada junto com a criança ou aqueles os quais a criança idealiza: professores, padres e etc. A perversão provocada por estes

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indivíduos gera sentimento de culpa e angústia na vida de quem se torna vítima de um deles.

Talvez os menos perigosos sejam os exibicionistas de rua, do ponto de vista psicológico, pois são marginais, que atuam rápido e compulsivamente e são frequentemente agredidos por populares que presenciam os abusos para alivio da criança (MADURO, 2015).

É necessário frisarque nenhum pedófilo é deficiente mental ou isento de responsabilidades, nem é um delinquente a margem das leis da vida social e familiar, pode ser um pai de família, um excelente profissional, Landini (2006). É uma pessoa com uma maneira distinta de encarar a sexualidade, que é redada pela estrutura de sua personalidade, porém, responsável por todo o mal que causam às crianças agredidas quando atuam de forma pedófila (SERAFIM, 2009).

Como aponta Paulino (2009), pode ser que o pedófilo sinta-se culpado, porém não é capaz de conter sua má conduta, pois torna-se um vício e começa a necessitar de crianças ao seu redor. É possível dizer que o motivo disso resulta de maus exemplos sexuais, tais como experiência de abuso sexual durante a infância, insegurança, baixa autoestima, que o torna incapaz de ter relações interpessoais. Isso facilita a aproximação e seleção por crianças, tornando mais cômodo se engajar em uma relação com uma criança ou com alguém de sua faixa etária.

Quando a criança percebe que tem algo de errado e decide contar a sua mãe o que está acontecendo, entretanto, acredita que não será levado a sério e teme ser desacreditado, visto que muitas vezes o abuso ocorre por parte do pai. Também o fator de vergonha social ajuda a ofuscar o julgamento de quem a criança pede por ajuda (SIQUEIRA, 2011).

O agressor quando descoberto, consegue manipular as pessoas que estão ao seu redor e as faz acreditar que está muito arrependido, que nunca mais acontecerá novamente. Também que o fato ocorrido não foi somente por sua culpa, mas criando uma situação em que a vítima ganhe parcela da responsabilidade. Porém, é necessário ter em conta que crianças não mentem em relação a um assunto tão sério, tendo em vista que não sabem sobre sexo e como é realizado o ato (SIQUEIRA, 2011).

Ressaltando, é muito importante acreditar na palavra da criança a partir do momento que ela dá o primeiro sinal, nunca dizer que está mentindo ou duvidar da

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acusação, pois ela não é capaz de mentir sobre algo com tanta seriedade e importância, além disso, é necessário ter consciência que a vítima não deve ser culpada sob circunstância nenhuma, pois não foi a criança quem criou esse cenário de agressão Siqueira (2011). Na maioria dos casos as crianças não entendem o porquê de seu corpo ter sido usado de uma maneira tão estúpida como faz um pedófilo (MADURO, 2015).

Por maior que seja o remorso que conseguem apresentar, Serafim (2009) menciona que os pedófilos nunca deixam de agir dessa forma, são reincidentes e repetitivos a menos que haja intervenção e que sejam parados, nenhum desiste voluntariamente.

O pedófilo acredita que a forma que se comporta está correta, cheia de experiências para a criança e que a sociedade é maliciosa, repressora e impede que haja algo recíproco entre o agressor e a vítima. Isso demonstra quão psicopática é sua convicção que os leva a enfrentar a sociedade que estonteia e surpreende as pessoas. Por isso a necessidade de acreditar na criança que reclama (SIQUEIRA, 2011).

O primeiro contato do pedófilo com as crianças é de costume, físico. Também é feito com muito cuidado para não levantar suspeitas. Inicia-se com um carinho, um abraço, um mimo. Quando têm a oportunidade às convidam para atividades, as ouvem, presenteiam para que as crianças se sintam amadas. Serafim (2009) menciona que os pedófilos usam do carisma para cativar e conquistar a confiança da criança.

Em geral as crianças são educadas para respeitar os familiares e então ele se aproveita disso para dar brecha a sua conduta, criando um ambiente onde a criança entra em oposição de comportamento, onde tem que respeitar o agressor e ao mesmo tempo suportar seus abusos (ABDO, 2016).

O pedófilo tem contato com as crianças em locais nos quais elas aparecem em grande número como escolas, parques, salas de jogos, grandes centros comerciais, na internet, em templos religiosos e ainda dentro de casa. Um em cada três abusos acontece no âmbito familiar, seja por parte do pai, padrasto, tios ou até mesmo por irmãos. Esse é um dos motivos pelos quais as vítimas evitam falar sobre os abusos frequentes, pois para a criança é muito difícil compreender porque alguém que a deseja, iria querer o mal da mesma (LANDINI, 2006).

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Os estudos a respeito da pedofilia indicam que os pedófilos podem ser divididos em dois grupos. No primeiro grupo está presente o sujeito que comete o abuso ocasionalmente por causa de um estado mental regressivo. Devido a uma condição reprimida latente ou por profundos graus de angústia, que o conduzem a realizar esse modo hipersexualizado para se relacionar com o outro, que ainda é uma criança (GOMES; COELHO, 2003).

Esses são os que sentem culpa, que talvez, tem o sentimento de estar cometendo um abuso sem precedentes e chegam a pedir por ajuda, reabilitação. Assim, são classificados pelos psiquiatras como ocasionais, que agem por motivos de ansiedade e períodos de depressão. Dentro desse mesmo grupo há também os egossintônicos que acreditam com veemência estar agindo corretamente, enfeitando a mentira como se fosse uma verdade, dificilmente este grupo procura ajuda psiquiátrica (VIEIRA, 2010; GOMES, COELHO, 2003).

Existe um segundo grupo, conhecido por pedófilos estruturais, composto por indivíduos que se agrupam como criminosos organizados ao redor do abuso infantil. Esses buscam de forma constante este prazer desviado, Santos (2014). Dentro deste grupo estão presentes três subtipos:

O primeiro é o pedófilo romântico, este seduz as crianças, namora e considera que essa atividade é reciprocamente benéfica. Tem relações amorosas com as crianças mesmo que não chegue ao ponto de haver relação sexual. Porém, essa falsa ternura é uma máscara para uma sedução narcisista altamente destrutiva. Este tipo de agressor atua com discrição, sem chamar a atenção para não ser descoberto, pois acredita que está fazendo bem para a vítima. Torna-se perigoso para sociedade, pois é meticuloso na forma de atuar (SANTOS, 2014).

Em segundo lugar está o pedófilo cínico, que além de possuir as características do anterior, tem também características psicopáticas que o tornam propenso a mentir e enganar. Sempre arranja um jeito de seduzir e manipular as crianças sem sentir a mínima consideração por elas, esse subtipo se omite totalmente da responsabilidade (SANTOS, 2014).

E em terceiro lugar está o pedófilo sádico, que junta a hipersexualização com o ato perverso e ao mesmo tempo consegue sentir ódio e o transmite para a vítima. Além de buscar obter prazer com essa relação, domina e também pretende exercitar seu poder através da humilhação, degradação e sofrimento da criança. Este

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descontrole e excitação que tem no instante que humilha é muito perigoso, pois pode levar a exibir tendências homicidas (SANTOS, 2014).

Já com relação ao abusador sexual, para falar de suas características, é necessário antes entender o que se configura como abuso sexual infantil. Para Lowenkron (2010):

Na conceitualização da noção de “abuso sexual infantil” pela militância, a categoria é definida como interações sexuais com crianças. A ênfase é na assimetria de poder (pela diferença de idade, experiência, posição social etc) e/ou no dano psicológico. Pode ser por força, promessas, ameaça, coação, manipulação emocional, enganos, pressão etc. O que é fundamental na definição do “abuso” é que o consentimento sexual da criança não é considerado válido, de modo que ela é sempre vista como “objeto” de satisfação da lascívia alheia e nunca como “sujeito” em uma relação sexual com adultos ou, dependendo do caso, mesmo com uma outra criança ou adolescente mais velhos (LOWENKRON, 2010, s/p).

Com isso, entende-se que o abusador sexual utiliza diversos artifícios para atingir o objetivo a que se propõe. Tais artifícios se manifestam com uma estruturação de violência, desse modo o abuso sexual pode se caracterizar como crime. Quanto a isso Lowenkron (2010) menciona que:

O “abuso sexual infantil”, como vimos, é definido como qualquer interação sexual envolvendo criança, o que equivale, na lei penal brasileira, ao delito de ‘estupro’, que no caso de pessoa menor de 14 anos pode ser caracterizado em qualquer modalidade de ato libidinoso, ainda que não haja coerção física ou ameaça. O critério de idade para presunção de violência no antigo delito de ‘estupro’ e no revogado delito de ‘atentado violento ao pudor’ já era previsto na redação original do Código Penal Brasileiro de 1940, na alínea “a” do seu artigo 224. Os mesmos critérios de presunção de violência estão presentes no novo crime de “estupro de vulnerável”, definido pelo artigo 217-A do CP/1940, incluído pela lei 12.015 de 2009, como: “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos” (LOWENKRON, 2010, s/p).

Como já mencionado, o abusador sexual difere do pedófilo por não possuir uma estrutura psicológica que determina um distúrbio. O pedófilo não possui interesse em crianças que atravessaram a puberdade. Entretanto o abusador sexual não vê isso como regra, acaba cometendo crimes sexuais dentro de outra faixa etária, entre 14 e 18 anos (LOWENKRON, 2010).

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As informações trazidas por Maduro (2015) dizem que o abusador infantil possui idade entre 31 e 40 anos, em geral, é solteiro. São profissionais com pouca qualificação, sendo os operários a categoria com maior índice de incidência de abuso sexual praticados contra crianças e adolescentes.

O abusador sexual pode ser de acordo com Maduro (2015) do tipo violento ou não violento. O abusador do tipo não violento pratica atos como expor a genitália, assédio sexual com chantagem ou ameaça, abuso sexual verbal por meio de conversas relacionadas com sexo com o objetivo de estimular o interesse da vitima, voyeurismo e pornografia infantil.

Com relação ao abusador mais violento, com contatos físicos, são comuns os atos de atentado violento ao pudor, que significa submeter uma pessoa a constrangimentos e forçá-la a praticar sexo, por intermédios de ameaças ou algum tipo de violência grave. Outro ato é a violação que se configura em atacar fisicamente uma pessoa e obriga-la a manter relações sexuais sem consentimento, com a pessoa consciente ou inconsciente. Ainda deve ser mencionado o incesto, a prostituição e a exploração sexual (VIEIRA, 2010; MADURO, 2015).

As características do abusador sexual infantil e do pedófilo são próximas, o que pode gerar confusão para mencionar as diferenças ou semelhanças entre um e outro é a quantidade elevada de material disponível na literatura envolvendo o termo pedofilia. Lowenkron (2010) faz o seguinte apontamento:

Apesar de a “pedofilia” ser, hoje, a palavra privilegiada para falar sobre o fenômeno da “violência sexual contra crianças” na imprensa e ter conquistado cada vez mais espaço nos debates políticos recentes, o termo é considerado por militantes dos direitos humanos como “politicamente incorreto”, dado que associa as causas do “problema” a uma patologia ou perversão sexual de determinados indivíduos ao invés de levar em conta as dimensões sociais e culturais do fenômeno (LOWENKRON, 2010, s/p). A autora faz esse comentário em função dos trabalhos da CPI da Pedofilia realizada em 2008, onde foi discutida a implantação de pena maior para crimes cometidos contra crianças, segundo o estatuto da Criança e do Adolescente é considerado criança o indivíduo com 12 anos ou menos. Conforme Lowenkron (2010) era consenso entre o grupo da CPI que a pena deveria ser agravada. Mas existia discordância no que se referia o novo nome do tipo penal.

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Foi defendida a denominação de “estupro mediante pedofilia” e “atentado violento ao pudor mediante pedofilia”. “Mas a maior parte do grupo era contra, argumentando que “pedofilia” é uma “doença” e não um “crime”, e sugeriam que o nome fosse “estupro contra criança”, como acabou prevalecendo no projeto” (LOWENKRON, 2010, s/p).

Conforme Lowenkron (2010), acredita-se que a tentativa de mudar a denominação deve-se ao fato de que muitos abusadores sexuais, não pedófilos, tentem se aproveitar da situação se autointitulado como pedófilos, para terem alivio nas suas penas quando pegos realizando algum tido de abuso contra a criança.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em geral, quando os veículos de comunicação informam sobre fatos envolvendo abusos sexuais ou casos de pedofilia, a tendência é acreditar que são situações cometidas por pessoas com serias perturbações mentais. Com isso as recomendações e orientações dadas às crianças são aquelas relacionadas com pessoas estranhas, ou seja, orienta-se para que as crianças não interajam com estranhos. Entretanto, a realidade é outra, ficou demonstrado com esse trabalho que a maoria dos atos sexuais cometidos contra crianças (abuso ou pedofilia), são perpetrados por pessoas conhecidas. Na maioria das vezes a criança tem plena confiança nesses individuos, os quais possuem uma aparência externa que expressa normalidade.

Ressalta-se que o pedófilo, seja ele homem ou mulher, pode passar a vida sentindo desejos por crianças antes delas atingirem a puberdade, sem cometer abusos contra as mesmas. Já o abusador sexual não vê a puberdade como um limitador e pode abusar de adolescentes também. Ser pedófilo não é considerado crime e sim uma doença, o que não ocorre com o abusador sexual.

A questão social é um fator que parece determinar e deflagar o abuso sexual, por questões de pobreza, drogadição e desetruturação famliar. Estudar e entender o abuso sexual infantil e a pedofilia em um amplo contexto social é importante para reconhecer os fatores que fortalecem os infratores e fragilizam as vitimas. Por exemplo, nas sociedades em geral, a dada aos pais uma espécie de propriedade sobre os filhos, isso pode reforçar os casos intra-familiares de abuso contra crianças. A questão social envolvendo o tema é uma opção para trabalhos futuros.

Determinar as diferenças entre o abusador sexual infantil e o pedófilo requer muita atenção, são minímas as características que os distinguem. Ao analisar um pedófilo e um abusador sexual sob a ótica dos defensores da saúde e bem-estar das crianças, ambos se configuram em violência contra a criança. Sob os critérios forenses, diante da lietratura, os dois tendem a ser vistos como abuso sexual, portanto, são considerados como crime. Com relação aos aspectos de saúde pública, apenas o pedófilo, ainda é considerado como doente.

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