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GESTÃO DO ÓLEO LUBRIFICANTE USADO E SUAS EMBALAGENS NA CIDADE DE INHUMAS GO, BRASIL

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XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

Douglas Vila Verde(1)

Engenheiro Agrônomo. Especialista em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade Federal de Goiás.

Paulo Sérgio Scalize

Engenheiro Civil. Mestre e Doutor em Engenharia Civil – Hidráulica e Saneamento, pela EESC/USP. Professor Adjunto da EEC/UFG.

Poliana Nascimento Arruda

Tecnóloga em Saneamento Ambiental. Especialista em Tratamento e Disposição Final de

Resíduos Sólidos e Líquidos. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia do Meio Ambiente (PPGEMA) da Universidade Federal de Goiás

Endereço(1): Rua 05, 116 Vila Santa Terezinha – Inhumas – GO – CEP: 75.400-000 – Brasil – Tel: 55 62 8175-4338 E-mail: douglasvilaverde@hotmail.com.

RESUMO

Os postos de combustíveis e oficinas mecânicas desenvolvem atividades que geram diversos resíduos que necessitam de cuidados especiais em sua destinação final, dentre eles o óleo lubrificante usado, suas embalagens, assim como filtros de óleos. Conforme a norma brasileira são classificados como resíduos perigosos, devendo ser obedecidas às exigências feitas por resoluções específicas quanto a sua coleta, tratamento e disposição final. Essa pesquisa objetivou avaliar a gestão do descarte do óleo lubrificante usado, suas embalagens e filtros de óleo em postos de combustíveis e oficinas mecânicas do município de Inhumas – GO. Foram utilizados formulários estruturados para entrevistas com os responsáveis pelo gerenciamento desses resíduos, sendo constatado que apenas 40% dos 10 estabelecimentos visitados destinam, o óleo lubrificante usado, a empresas contratadas para reciclagem. As embalagens do óleo são destinadas ao lixão ou são coletadas por catadores, sendo tratadas como resíduo comum. Foi evidente que os estabelecimentos não cumprem a legislação em sua totalidade, necessitando de fiscalizações e de discussão sobre a importância do tratamento adequado desses resíduos.

GESTÃO DO ÓLEO LUBRIFICANTE USADO E SUAS EMBALAGENS

NA CIDADE DE INHUMAS – GO, BRASIL

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XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

Palavras-chave: Gerenciamento, resíduos perigosos, postos de combustíveis, oficinas mecânicas, OLUC

INTRODUÇÃO/OBJETIVOS

A problemática ambiental, relacionada à geração desenfreada de resíduos sólidos e sua destinação inadequada, tem chamado cada vez mais atenção do poder público, refletindo em normas que visam o controle e o tratamento adequado desses resíduos, os quais resíduos são classificados de acordo com sua periculosidade e dividos em 2 classes, sendo a classe I os que apresentam riscos a saúde pública e ambiental, apresentando uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade (ABNT, 2004).

Classificados como resíduos perigosos estão o OLUC (Óleo lubrificante usado ou contaminado) e sua embalagem que são originados durante o serviço de troca de óleo. O gerenciamento dos resíduos gerados é tratado de maneira inadequada, resultando em problemáticas ambientais, agravado pelo fato de que poucos sabem dos riscos que esses resíduos representam para o ambiente e para a saúde humana (GOMES; OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2008).Alguns riscos são devido a presença de compostos aromáticos polinucleares potencialmente carcinogênicos produzidos a partir do seu uso, portanto seu gerenciamento correto é fundamental para a proteção do meio ambiente (CONAMA, 2005).

Segundo a APROMAC (2013), após utilização normal do óleo librificante em veículo autormotores, ou em consequência de problemas, o óleo lubrificante sofre deterioração ou contaminação, perdendo suas propriedades e precisa ser substituído para garantir a integridade e o bom funcionamento dos equipamentos. Dessa forma, com o crescimento do número de veículos aumenta a demanda por serviços das oficinas que geram resíduos sólidos e líquidos, sendo potenciais fontes de poluição e contaminação do ambiente (PAULINO, 2009). As oficinas e postos de combustível são as principais fontes de lançamento de derivados de petróleo no meio ambiente, o que pode ser suficiente para inviabilizar o consumo de água potável (OLIVEIRA; LOUREIRO, 2011). Além do OLUC e de sua embalagem esses estabelecimentos geram outros resíduos potencialmente poluidores como o filtro de óleo usado e as estopas contaminadas que também necessitam de tratamento e destinação adequada.

No intuito de orientar e definir as ações para os geradores desses resíduos foi criada a Resolução 362 (CONAMA, 2005), alterada pela 450 (CONAMA, 2012) na qual dispõe sobre recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado, seguindo as exigências feitas pela lei 12.305 (Brasil, 2010) que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa lei enfatiza que comerciantes e/ou fabricantes de óleos lubrificantes usados, seus resíduos e embalagens devem estruturar a logística reversa de seus produtos. Devem também implementar o Plano de

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Gerenciamento de Resíduos Perigosos e submeter ao órgão responsável a fim de garantir a melhor gestão dos resíduos (BRASIL, 2010).

Diante do cenário brasileiro e baseado no mercado de óleo lubrificante do país, o Ministério do Meio Ambiente por meio da Portaria MMA/MME nº 59/2012, obedecendo às exigências do artigo 9º do CONAMA nº 362 estabeleceu o percentual de coleta mínimo de OLUC até o ano de 2015. Segundo o relatório referente ao ano de 2013 o Brasil ficou em média acima da meta estipulada em 37,4%, sendo que a região Centro-oeste ficou ligeiramente da sua meta. Já em 2014 a meta se encontra abaixo do estipulado, explicitando a necessidade da identificação dos problemas que interferem na estruturação da coleta e tratamento do OLUC no país (Tabela 1).

Tabela 1 – Percentual de OLUC coletado por região e a meta estipulada para o ano de 2013. Fonte: (MMA, 2013; ANP, 2014).

Região

Coletado (%)

Meta (%)

2013

2014

2013

2014

Norte

28,27

30,7

28

30

Nordeste

28,51

28,3

28

30

Centro-oeste

32,48

34,1

33

34

Sudeste

42,25

42,3

42

42

Sul

41,56

39,5

36

37

Brasil

40

37,7

37,4

38,1

Apesar da meta ser baseada em critérios como o mercado de óleo lubrificantes, tendência da frota brasileira, capacidade instalada de rerrefino, características regionais entre outras, o percentual de coleta é baixo. Segundo o Relatório: Coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado (MMA, 2013) há uma gradativa evolução dessa atividade, porém ainda um volume significativo de OLUC é destinado clandestinamente como combustível, necessitando de uma maior conscientização da população quanto a importância da gestão desse resíduo (MMA, 2013).

Sabendo-se que o descarte tanto de óleos lubrificantes automotivos usados quanto de embalagens plásticas é uma realidade na rotina de trabalho dos funcionários de postos de combustíveis e oficinas, surge a necessidade de identificar os pontos negativos a fim de tornar o sistema de coleta adequado e seu tratamento mais solido (SILVA e OLIVEIRA, 2011).

No município de Inhumas, área de estudo da pesquisa, a própria legislação municipal através da Lei 2.561 que dispõe sobre o Código Ambiental do município de Inhumas – GO, no capitulo I, art. 12, parágrafos V e VII, estabelece o tratamento e a disposição final de resíduos e efluentes de qualquer natureza e a edição de normas de segurança para armazenamento, transporte e manipulação de produtos, materiais ou resíduos perigosos. No entanto, mesmo com essa legislação, ocorre a ausência de informações a respeito dos resíduos produzidos pelo serviço de

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troca de óleo lubrificante, assim como suas embalagens em postos de combustível e oficinas mecânicas, gerando uma lacuna e podendo prejudicar ou inviabilizar ações nesse sentido. Portanto esse estudo objetiva avaliar a gestão do descarte do óleo lubrificante usado e suas embalagens, assim como os resíduos provenientes desses serviços, confrontando com a legislação específica afim de obter um panorama para subsidiar práticas voltadas a esse problema.

METODOLOGIA

O município de Inhumas esta localizado na mesorregião Centro Goiano, microrregião de Anápolis e esta inserido na região metropolitana de Goiânia, fazendo divisa com os municípios de Araçu, Brazabrantes, Caturaí, Damolândia, Goianira e Itauçu (Figura 1). Foi criado no dia 19/01/1931 através do Decreto Estadual nº 602. Possui uma população estimada em 51.144 habitantes com uma área de 613,226 km² (IBGE, 2014).

Foram escolhidos e visitados 10 estabelecimentos entre postos de combustíveis e oficinas mecânicas que realizavam o serviço de troca de óleo, gerando o resíduo óleo lubrificante e filtros de óleo usados e suas embalagens.

A escolha desse locais foi baseada nos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Prefeitura local. Segundo a ANP, em Janeiro de 2015, existiam 30 estabelecimentos cadastrados como revendedor de combustível automotivo no município de Inhumas, sendo que 13 deles, estavam aptos/autorizados pela ANP no momento da consulta e, de acordo com dados obtidos diretamente na prefeitura da cidade de Inhumas, existiam cerca de 30 oficinas mecânicas que realizavam o serviço de troca de óleo automotivo. Outro critério utilizado foi a disponibilidade dos responsáveis em participar da pesquisa no momento da visita ou em um retorno posterior.

Dessa forma, foram visitadas 4 das principais oficinas mecânicas da cidade além de 6 postos de combustível, entre os meses de novembro de 2014 e janeiro de 2015. A coleta de dados foi feita por meio de visitas in loco, que segundo Martins (2006), ao mesmo tempo que permite a coleta de dados, envolve a percepção sensorial do observador, distinguindo-se, enquanto prática cientifica, da observação da rotina diária, constituindo-se, assim, num procedimento empírico sensorial. Foi realizada uma entrevista estruturada, que segundo Cervo e Bervian (2007), é uma conversa orientada com um objetivo definido, que é recolher junto ao participante do estudo, por meio da aplicação de um questionário, dados relacionados com a pesquisa. O formulário (em anexo) é composto por 19 questões que consideraram grandezas como gestão de resíduos, aspectos

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ambientais, operacionalização de atividades, conhecimento da legislação que regulamentavam a atividade, treinamentos e conscientização ambiental (Lorenzett e Rossato, 2010).

Após o preenchimento do questionário foi feito levantamento fotográfico dos estabelecimentos, com objetivo de comprovar as informações coletadas nos locais.

Figura 1- Localização do município de Inhumas em relação ao Estado de Goiás

RESULTADOS

As respostas obtidas foram planilhadas e os resultados obtidos encontram-se de forma resumida na Tabela 1. Além desses resultados foi obtido o quantidadtivo de óleo lubrificante usado gerado bem como a quantidade de embalagens , ...

Primeiramente os entrevistados foram questionados sobre qual a quantidade de óleo lubrificante usado e suas embalagens gerados mensalmente nos respectivos estabelecimentos. Observou-se que os 10 estabelecimentos estudados geraram 3.830 L de óleo lubrificante usado em janeiro de 2015, bem como 3.565 embalagens. Na Figura 2 estão distribuídas as quantidades por cada estabelecimento pesquisado.

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Figura 2 – Quantidade de OLUC e de embalagens geradas em cada estabelecimento.

Tabela 1 – Resumo dos resultados obtidos no estudo.

It e n s e s tu d a d o s O L U C Forma de armazenamento Recipiente de armazento cedido por empresa coletora

OLUC para reciclagem Frequencia de coleta

(3) Bombona de plástico (7) Tambor Metálico ( ) Tanque subterrâneo ( ) Outra ( ) Sim (10) Não (4) Sim (6) Não (3) Semanal ( ) Quinzenal (3) MensaL (2) Bimensal (2) Outra E m bal age ns v az ias Forma de armazenamento

Empresa coletora Embalagens para

reciclagem Embalagens deixadas em repouso (3) Tambor de plástico ( ) Caixa de madeira ( ) Caixa de papelão ( ) A granel (7) Outra (3) Prefeitura ( ) Empresa contratada (7) Outra (7) Sim (3) Não (5) Sim (5) Não O ut ros re s íd uos Caixa de separação para água e óleo

Destinação final do resíduos (caixa sep.)

Destinação final material contaminado (pano, serragem, areia)

Destinação final do filtro de óleo usado (2) Sim (7) Não (1) Não soube (9) Lixo comum ( ) Empresa especializada (1) Outra (9) Lixo comum ( ) Empresa especializada (1) Outra (3) Lixo comum ( ) Empresa especializada (7) Outra C onhec im ent o dos G er a dor e s Treinamento formal de descarte desses materiais Conhecimento sobre a legislação

Empresa fiscalizada por órgãos ambientais

Conhecimento sobre impactos causados pelo descarte inadequado (1) Sim (9) Não (4) Sim (6) Não (4) Sim (5) Não (1) Não soube (8) Sim (2) Não

Interesse em receber mais informações sobre práticas adequadas de descarte dos resíduos

(10) Sim ( ) Não

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Analisando a questão do OLUC, quanto ao seu tratamento e destinação, 40%, (1 oficina mecânica e 3 postos) dos estabelecimentos o encaminham para a reciclagem e 60% comercializam o resíduo (Figura 2), para ser utilizado como combustível nos fornos de fundição de alumínio e para motosserras ou vendido para produtores rurais, que o utilizam no tratamento de madeiras para construção de cercas. O mesmo foi constatado por Miranda Filho et al. (2013), em que 60% das oficinas mecânicas vendiam o óleo lubrificante usado para utilização em motosserras ou como combustível para caldeiras, que também corrobora com a análise do Projeto Piloto para Minimização dos Impactos Gerados por Resíduos Perigosos, onde entidades reconhecidas internacionalmente, como Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), Centro Nacional de Tecnologias Limpas do SENAI, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), afirmam que embora proibida no Brasil, através da CONAMA 362, a queima é uma forma comum de desvio dos óleos lubrificantes usados, coletados por empresas não licenciadas, trazendo inúmeros riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Essa prática diverge do que é estabelecido na resolução 362 (CONAMA, 2005) no artigo 3º, onde o rerrefino deve ser o tratamento adequado do OLUC.

A queima de óleos lubrificantes usados como combustível, ocasiona o lançamento de gases carcinogênicos no ar. Segundo o CEMPRE (2009), a cada 5 L de OLUC queimado, podem ser lançados na atmosfera até 25 g de substâncias como chumbo, cádmio, níquel, cromo, zinco e outras composições químicas.

Verificou-se que todos os estabelecimentos estudados devem providenciar os recipientes para armazenamento do óleo usado, pois a empresa coletora não os fornecem (Figura 3), sendo que 30% dos estabelecimentos visitados utilizam bombonas de plástico e 70% utilizam tambores metálicos (Figura 2).

A frequência de coleta verificada nos estabelecimentos foi de 30% semanal, 30% mensal, 20% bimensal e 20% outra (10% era diária e 10% semestral).

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Figura 3 – Distribuição das questões relacionadas com o óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC).

Com relação as embalagens vazias, observou-se que em 70% dos locais visitados é existente o armazenamento para reciclagem, sendo que 40% (3 postos e 1 oficina) as deixam em repouso para melhor remoção do óleo, considerando que os demais não realizam este procedimento. Dos 30% restantes, 10% (1 posto) deixa as embalagens em repouso e 20% não, totalizando 50% (4 postos e 1 oficina) dos locais que deixam as embalagens em repouso (Figuras 4a e 5).

Em 30% dos estabelecimentos visitados a coleta e destinação final desse resíduo são realizadas pela prefeitura municipal (Figura 5), sendo destinados juntamente como os resíduos sólidos urbanos do município, para o lixão da cidade, sem que haja nenhum tipo de tratamento desse material, podendo ocasionar a contaminação do ambiente devido ao óleo remanescente nos frascos. Nos outros 70%, as embalagens são coletadas por pessoas que vendem as mesmas para reciclagem (Figura 5). Resultado semelhante foi encontrado por Silva et al. (2014) na cidade de Pombal-PB onde 70% das embalagens produzidas eram coletadas pelo serviço municipal, município também deficiente no que se refere a logística reversa desses resíduos.

Em 70% das situações as embalagens são armazenadas em outros recipientes como, sacos de plásticos e tambores de metal, e nos outros 30% elas ficam acondicionadas em tambores de plástico (Figuras 4b e 5).

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(a) (b)

Figura 4 – Embalagem em repouso (a); exemplo do armazenamento das embalagens (b).

Figura 5 - Distribuição das questões relacionadas com as embalagens vazias.

Em relação aos demais resíduos gerados durantes às atividades de cada empresa, tais como pano, serragem, estopa e filtros de óleo, mas precisamente em relação a existência no estabelecimento de caixa de separação de água e óleo, 10% dos entrevistados afirmou não saber se existia, 10% afirmou não ter e 80% disseram que os estabelecimentos possuíam o sistema de

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coleta, sendo que 10% afirmou que esse tipo de resíduo era misturado com areia e jogado no lote vago ao lado do estabelecimento e, os outros 70% disseram que o resíduo era coletado por empresa especializada (Figura 6). Em relação ao material contaminado na limpeza, durante a troca de óleo, apenas 1 dos estabelecimentos os encaminha para as empresas de fundição de alumínio, juntamente com o óleo usado, os demais destinam esse material para o lixo comum, que consequentemente é destinado ao lixão, pois os mesmo são coletados pela prefeitura.

Foi verificado que o destino dos filtros de óleo usados (Figura 7), em 30% dos estabelecimentos são jogados no lixo comum, em 10% é entregue junto com as embalagens para pessoas que encaminham as mesmas para reciclagem e 60% afirmaram que os filtros de óleo usados são coletados por sucateiros (Figura 6). Em 50% dos postos de combustível os filtros de óleo são coletados por sucateiros, em 33,33% são colocados no lixo comum e em 16,66% são entregues juntamente com as embalagens de óleo para reciclagem. Em 75% das oficinas os filtros de óleo são coletados por sucateiros e, em 25% é descartado no lixo comum.

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Figura 7 – Filtros de óleo usados

Com vistas ao conhecimento dos geradores, em 10% deles o responsável afirmou ter tido algum treinamento formal a respeito do descarte dos materiais descritos anteriormente, sendo que em 90% dos locais nenhum treinamento foi realizado, 40% tinha conhecimento a respeito da legislação quanto ao descarte de embalagens usadas de óleo lubrificante e todos disseram que se interessariam em obter mais informações sobre praticas mais adequadas sobre descarte dos resíduos (Figura 8). Vale destacar que em 100% das oficinas os responsáveis não receberam treinamento para descarte dos materiais e não tinham conhecimento sobre a legislação. Somente em 16,66% dos postos o responsável já passou por treinamento para descarte dos materiais, sendo que 66,66% deles tinham conhecimento a respeito da legislação.

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CONCLUSÃO

Através do presente trabalho foi possível concluir que os estabelecimentos visitados na cidade de Inhumas – GO não descartam adequadamente todos os resíduos gerados durante a troca de óleo lubrificante usado de veículos. Foi possível identificar problemas de gestão nos estabelecimentos, sendo que na maioria dos locais visitados, os funcionários não estavam preparados para descartar adequadamente os resíduos, e a minoria possuía algum tipo de conhecimento da legislação aplicável a atividade, principalmente nas oficinas mecânicas, problemas em relação ao poder público principalmente em relação a fiscalização de estabelecimentos que geram resíduos classificados como perigosos.

Outro fator é a falta de conscientização ambiental, pois a maioria dos entrevistados afirmaram ter conhecimento dos impactos provocados ao ambiente pelo descarte inadequado de tais resíduos. A destinação de OLUC para indústrias de fundição de alumínio constitui uma grande problemática, uma vez que não é possível identificar como ocorre o manejo desse resíduo, ocasionando riscos ao meio ambiente. Isso ocorre também com os resíduos perigosos que são gerados a partir do serviço de troca de óleo, que são encaminhados para o lixo comum na maioria dos locais e também para sucateiros. Portanto observa-se a grande necessidade de fiscalização e a inserção de uma consciência ambiental sobre a periculosidade do OLUC e os resíduos perigosos produzidos nos postos de combustíveis e oficinas mecânicas que realizam a troca de óleo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Meio Ambiente-CONAMA, que dispõe sobre recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

______.Presidência da República. Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Portaria Interministerial MME/MMA nº 59, de 17 de fevereiro de 2012. Estabelece os percentuais mínimos de coleta de óleos lubrificantes usados ou contaminados, para o período de 2012 a 2015.

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APÊNDICE

( ) Posto de Combustível ( ) Oficina Mecânica

IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO Razão Social Nome Fantasia Endereço Munícipio/data Nome do Responsável Função

1. Óleo Lubrificante usado

1.1 Qual a quantidade do resíduo gerado do óleo lubrificante usado? ________ L/mês 1.2 Qual é a forma de armazenamento do óleo lubrificante usado no

estabelecimento? ( ) Bombona de plástico ( ) Tambor

( ) Tanque subterrâneo ( ) Outra, qual? _______ 1.3 Os recipientes para armazenamento do óleo usado foram cedidos pela

empresa coletora? ( ) Sim ( ) Não

1.4 O óleo lubrificante automotivo usado é coletado e destinado à reciclagem? ( ) Sim ( ) Não 1.5 A coleta é feita com qual frequência? ( ) Semanal

( ) Quinzenal ( ) Mensal ( ) Bimensal

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2. Embalagens vazias

2.1 Qual a quantidade de embalagens de óleo lubrificante gerada? ________ Unidades/mês 2.2 As embalagens dos óleos lubrificantes automotivos são armazenadas para a

reciclagem? ( ) Sim ( ) Não

2.3 As embalagens são deixadas em repouso, para remoção total do óleo? ( ) Sim ( ) Não 2.4 Qual empresa realiza a coleta e destinação final das embalagens? ( ) Prefeitura

( ) Empresa contratada 2.5 Como é o recipiente para armazenamento das embalagens? ( ) Tambor de plástico

( ) Caixa de madeira ( ) Caixa de papelão ( ) A granel

( ) Outra, qual? _______ 3. Outros resíduos

3.1 O estabelecimento possui caixa de separação para água e óleo? ( ) Sim ( ) Não 3.2 Qual é a destinação final desse resíduo? ( ) Lixo comum

( ) Empresa especializada ( ) Outra. Qual?________ 3.3 Qual é a destinação final do material contaminado utilizado na limpeza

(pano, serragem, areia) é encaminhado para o lixo comum? ( ) Lixo comum ( ) Empresa especializada ( ) Outra. Qual?________ 3.4 Qual é o destino do filtro de óleo usado? ( ) Lixo comum

( ) Empresa especializada ( ) Sucateiros

( ) Outra. Qual? _______ 4. Conhecimento dos geradores

4.1 Já houve algum treinamento formal sobre o descarte destes materiais? ( ) Sim ( ) Não 4.2 Você tem conhecimento sobre a legislação quanto ao descarte de

embalagens usadas de óleo lubrificante? ( ) Sim ( ) Não 4.3 Você se interessaria em obter mais informações sobre práticas mais

adequadas em seu trabalho, em relação ao descarte dos resíduos gerados? ( ) Sim ( ) Não

4.4 A empresa já foi fiscalizada por algum órgão ambiental? ( ) Sim ( ) Não 4.5 Você tem conhecimento dos impactos provocados ao meio ambiente pelo

Referências

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