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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(13); FACULDADE ICESP / ISSN:

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CURSO DE AGRONOMIA

INFLUÊNCIA DA UMIDADE DE COLHEITA NOS

DANOS MECÂNICOS E NO VIGOR DAS SEMENTES

DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA

INFLUENCE OF THE HARVEST OF MECHANICAL DAMAGE AND THE VALIDITY OF THE SEEDS OF DIFFERENT SOYBEAN CULTIVARS

Alexandre Garlet

Ricardo Meneses Sayd

Resumo

A produção de sementes de soja de alta qualidade é algo que vem se destacando no setor produtivo. Para tal qualidade ser obtida é preciso observar alguns pontos, sendo a umidade de colheita um dos principais fatores responsável pelo índice de danos mecânicos (imediato e latente), reduzindo o vigor das sementes. Neste contexto, objetivou-se, com este trabalho, avaliar a influência da umidade de colheita nos danos mecânicos e na redução de vigor, e identificar as melhores umidades de colheita. O experimento foi conduzido durante a safra 17/18, no Município de Padre Bernardo – GO. Foram utilizadas duas cultivares, a 96Y90 e 98Y30 ambas da marca Pioneer. Foram avaliados oito tratamentos com umidades entre 9% a 16%, e realizados testes de Hipoclorito e Tetrazólio. Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As amostras que apresentaram menores índices de danos mecânicos e maior vigor foram, as colhidas entre 11% e 14% de umidade, as colhidas acima de 15% e abaixo de 10% apresentaram aumento significativo nos danos e alta redução de vigor. Foi concluído que durante a colheita, as variações de umidade das sementes influência sim o índice de danos e a redução de vigor, e por este motivo é preciso se adaptar, ajustar a regulagem da máquina e realizar a colheita entre 11% e 14% de umidade, assim reduzindo ao máximo o índice de danos mecânicos e conservando o vigor presente nas sementes.

Palavras-chave: Danos mecânicos; teste de hipoclorito e tetrazólio; qualidade física e fisiológica. Abstract

The production of high quality soybeans is something that has been highlighting in the productive sector. For this quality to be obtained it is necessary to observe some points, being the humidity of harvest one of the main factors responsible for the index of mechanical damages (immediate and latent), reducing the vigor of the seeds. In this context, the aim of this study was to evaluate the influence of harvest moisture on mechanical damage and reduction of vigor, and to identify the best harvesting moisture. The experiment was conducted during the 17/18 harvest, in the municipality of Padre Bernardo - GO. Two cultivars, the 96Y90 and 98Y30, were both of the Pioneer brand. Eight treatments with humidities between 9% and 16% were evaluated, and Hypochlorite and Tetrazolium tests were performed. The results were submitted to analysis of variance, and the means were compared by the Tukey test at 5% of probability. The samples that presented the lowest rates of mechanical damage and greater vigor were those collected between 11% and 14% of humidity, those collected above 15% and below 10% presented significant increase in damages and high reduction of vigor. It was concluded that, during the harvest, seed moisture changes influence the damage index and the reduction of vigor, and for this reason it is necessary to adapt, adjust the machine regulation and harvest between 11% and 14% of moisture, thus reducing to the maximum the index of mechanical damages and conserving the vigor present in the seeds.

Keywords: Mechanical damage; hypochlorite and tetrazolium test; physical and physiological quality.

EMAIL:ricardo_sayd@hotmail.com

Introdução

Originária do Nordeste da China (HYMOWITZ, 1970), a soja (Glycine max L. Merrill) é uma planta leguminosa, herbácea pertencente a classe dicotiledônea e da família fabaceae. Possui hábito de crescimento determinado, indeterminado, semi-determinado e alta variabilidade genética. A planta produz grãos com alta quantidade de proteínas e alguns minerais como potássio, cálcio, magnésio, fósforo, cobre e zinco. Possui vitaminas A, B, C e do complexo B, assim sendo empregada na alimentação humana (óleos, molhos, proteínas e leites) e principalmente na alimentação animal no preparo de rações (ESKIN et al.,1977).

Iniciando o cultivo da soja no Brasil em 1882 (D'UTRA, 1882), logo, com a chegada dos imigrantes japoneses em 1908 a soja foi introduzida no estado de São Paulo e, em 1914 no estado do Rio Grande do Sul (EMBRAPA, 1974). Na década de 60 a soja teve um grande impulso

em sua produção, pois passou a ser cultivada em

sucessão ao trigo. Como resultado, a participação do Brasil na produção mundial passou de 0,5% em 1954 para 16% em 1976 (SAFRAS & MERCADOS, 1992).

Segundo maior produtor mundial do grão, o Brasil planta uma área de aproximadamente 34 milhões de hectares, com uma produção próximo á 114 milhões de toneladas na safra 16/17 e com uma projeção de 900 mil toneladas a mais para a safra 17/18. Ocupa o posto de maior exportador de soja em grãos do mundo, responsável por 48,6% de todas as exportações mundiais, tendo como principal importador a China. A estimativa para a safra 17/18 é que o Brasil exporte em torno de 73,10 milhões de toneladas, 15,78% a mais que na safra anterior (CONAB, 2018).

A qualidade das sementes é um dos fatores essenciais para a obtenção dos resultados de produção citados acima, pois quando a semente é semeada e depositada no solo para germinar e

Como citar esse artigo:

Garlet A, Sayd RM. Influência da umidade de colheita nos danos mecânicos e no vigor das sementes de diferentes cultivares de soja. Anais do 13 Simpósio de TCC e 6 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(13); 243-248

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emergir ela encontra condições adversas de umidade e temperatura entre outros fatores que exigirão o máximo de vigor para superar os obstáculos e atingir o estande final desejado que influenciará a produtividade final (PESK, 2015).

Ainda, segundo Pesk (2015), manter a qualidade fisiológica das sementes durante o processo de colheita, é algo que vem se destacando no setor produtivo, principalmente em países de clima tropical como o Brasil, onde os fatores climáticos que ocorrem antes e no momento da colheita estão entre os principais fatores que afetam a qualidade física e fisiológica das sementes.

A colheita é um dos processos de maior risco de danos mecânicos nas sementes, pois a colhedora efetua diversas etapas até separar as sementes das vagens. Por esses motivos a colheita deve ter inicio quando a soja atinge o estádio fenológico R8, correspondente ao ponto de maturação fisiológica, com umidade entre 15% a 13%, onde se dá a minimização dos problemas de danos mecânicos e perdas na colheita (FRANÇA NETO & KRZYZANOWSKI, 2000).

A perspectiva de colher as sementes com umidade inferior a 12%, é ter maior incidência de dano mecânico imediato (quebra visível), identificada através do teste de hipoclorito de sódio (KRZYZANOWSKI et al., 2004), e quando colhido com umidade superior a 15%, é a de obter maior incidência de danos mecânicos latentes (ocultos), identificado através do teste de tetrazólio (FRANÇA NETO et al., 1998). Nas sementes, os danos mecânicos imediatos são caracterizados por rompimento de tegumento, separação dos cotilédones e pode ser visto parcialmente a olho nu, reduzindo vigor e deixando as sementes susceptíveis a danos mecânicos durante o processo de beneficiamento. Já as sementes com danos mecânicos latentes apresentam danos microscópicos, com danos internos atingindo o embrião, reduzindo vigor, armazenabilidade e desempenho a campo (FRANÇA NETO & HENNING, 1984).

Considerando a seriedade com que deve ser tratado os processos de produção de sementes de soja, principalmente no momento da colheita, visando a redução de danos mecânicos e a manutenção da qualidade física e fisiológica das sementes, objetivou-se, com este trabalho, avaliar a influência que a umidade das sementes reflete nos danos mecânicos e na redução de vigor de diferentes cultivares de soja durante o processo de colheita e identificar quais umidades de colheita apresentaram os melhores resultados para obtenção da maior qualidade possível.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na Fazenda Santa Maria, localizada no Município de Padre Bernardo – GO, situada a uma altitude de 800

metros, com Latitude 15°31`52,3`` SUL e Longitude 48°30`17,7`` OESTE.

Foram avaliadas no experimento as cultivares de soja 96Y90 e 98Y30 ambas da marca Pioneer, pois possuem recomendação de semeadura para a região e características de ciclo diferente, assim podendo ser avaliado duas épocas de colheita (Fevereiro e Março de 2018). Semeadura das cultivares

A área utilizada para semeadura foi o talhão 07 da propriedade, pois possui duzentos hectares de área cultivada. O Talhão foi dividido ao meio e efetuado a semeadura em cem hectares para cada cultivar.

Cultivar 96Y90 semeada de 07 a 08 de novembro de 2017, com densidade de 22 sementes por metro linear, totalizando 440.000 sementes por hectare.

Cultivar 98Y30 semeada de 09 a 10 de novembro de 2017, com densidade de 10 sementes por metro linear, totalizando 200.000 sementes por hectare.

A semeadura foi realizada com uma semeadora de arrasto da marca John Deere, com sistema de semeio a vácuo, possui 20 linhas com espaçamento de 50 cm entre linhas.

Adubação

Fosfato Manoamônio (MAP): Fórmula 11-52-00 (N - P2O5 - K2O) aplicado 200 kg ha-1 no sulco

de semeadura. Cloreto de potássio (KCl): Fórmula (K2O) na concentração de 60%, aplicado 180 kg

ha-1 em cobertura pós plantio, de acordo com a

análise de solo. Tratos culturais

Foi realizada aplicação de herbicida para controle de ervas daninhas em pré-plantio e pós-emergência da soja. No estádio reprodutivo foram feitas quatro aplicações de fungicidas e seis aplicações de inseticidas principalmente para o controle de percevejos. Os tratos culturais foram realizados com pulverizador terrestre autopropelido da marca John Deere, equipado com barra de 30 metros.

Atingindo o estádio fenológico de R8 e umidade próximo a 17%, iniciou-se a colheita com uma máquina da marca John Deere modelo S660, equipada com plataforma draper de 30 pés, sensor de umidade dos grãos colhidos e sistema de trilha de fluxo axial. A mesma máquina foi utilizada na colheita das duas cultivares.

Colheita das cultivares

Antes do início da colheita, foi realizada a limpeza da colhedora, retirando resíduos de grãos da colheita anterior, regulagem do sistema de trilha com 500rpm no rotor, 35mm de abertura no côncavo e velocidade de colheita próximo a 5 km/h. Foi utilizado o determinador de umidade da

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máquina como referência, para colher as amostras com diferentes umidades, tal equipamento foi aferido antes do início da colheita. Também foram descartados 20 metros de largura de bordadura no perímetro da parcela.

Nos dias 26 e 27 de fevereiro de 2018 foi colhida a cultivar 96Y90 e nos dias 19 e 20 de março de 2018 foi colhida a cultivar 98Y30.

Para cada porcentagem de umidade levada em consideração nesta pesquisa (9%, 10%, 11%, 12%, 13%, 14%, 15% e 16%) foram coletadas três amostras de 1 kg de sementes de diferentes graneleiros colhidos no mesmo dia. Iniciou-se a colheita com 17% de umidade, mas devido as condições climáticas da região foram necessários dois dias de sol para conseguirmos colher as amostras com todas as umidades propostas na pesquisa. Para ambas as cultivares o procedimento foi o mesmo. Cada amostra foi colocada em uma caixa de papelão, identificada e enviada ao Laboratório de Análises da DuPont do Brasil S/A - Divisão Pioneer Sementes de Planaltina – DF.

No laboratório foi feito o procedimento de coleta da umidade real das amostras, medida com determinador de umidade Modelo G650i marca GEHAKA. Na sequência, as amostras foram preparadas para os testes de Hipoclorito e Tetrazólio.

No teste de Hipoclorito, para cada amostra de 1 kg, foram retiradas três amostras com cem sementes escolhidas ao acaso, colocadas separadamente em copos plásticos e imersas na solução de hipoclorito de sódio por dez minutos, conforme mostra a figura 1. Após esse procedimento, colocou-se as sementes sobre a mesa e com o auxilio de uma pinça, procedeu-se a contagem das normais e das danificadas, sendo as danificadas contendo injúrias provocadas pelo dano mecânico imediato.

Figura 1 – Sementes imersas na solução de Hipoclorito de sódio. Foto: Guzzo, 2016.

Para o teste de Tetrazólio foi empregado a avaliação do vigor das sementes conforme metodologia descrita por (FRANÇA NETO et al., 1998). Para cada amostra de 1 kg utilizou-se quatro repetições de cinquenta sementes escolhidas ao acaso. Com a finalidade de facilitar a absorção da solução de tetrazólio, as sementes

foram pré-umedecidas, com o uso de papel germitest embebido em água destilada e colocadas na câmara de germinação com temperatura de 35°C pelo período de dez horas.

Na sequência, as sementes foram acondicionadas em copos plásticos e imersas pela solução de tetrazólio conforme exemplo da figura 2, envoltas por sacos plásticos preto para evitar a exposição de luz e postas na câmara de germinação com temperatura de 40°C por um período de três horas. Por fim, as sementes foram retiradas dos copos, lavadas em água corrente, colocadas sobre a mesa e analisadas.

Para a realização da análise foram feitos cortes longitudinais através do eixo embrionário entre os cotilédones e observadas com o auxilio de uma lupa com lâmpada fluorescente. Avaliou-se as Avaliou-sementes viáveis e as inviáveis, Avaliou-sendo as inviáveis contendo injúrias provocadas pelo dano mecânico latente.

Figura 2 – Sementes imersas na solução de Tetrazólio. Foto: Semilla, 2015.

Os dados foram submetidos à análise de variância em modelo fatorial sendo cada cultivar um fator de comparação, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, com o auxilio do programa Genes (CRUZ, 2013).

Resultados e Discussão

Os resultados dos danos mecânicos e vigor obtidos nesta pesquisa, estão apresentados isolados nas tabelas 1, 2 e 3.

Tabela 1. Valores médios do teor de Umidade e Dano Mecânico Imediato das cultivares 96Y90 e 98Y30, Padre Bernardo - GO, 2018.

Amostras Dano Mecânico Imediato (%)

Umidade (%) 96Y90 98Y30

9 4,6 A a 5,3 A a 10 3,0 A a 4,0 A a 11 1,3 A a 2,0 A a 12 2,6 A a 2,0 A a 13 3,0 A a 2,6 A a 14 3,0 A a 3,0 A a 15 3,3 A a 3,0 A a 16 3,7 A a 3,0 A a CV% 49,2 54,4

Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem entre si pelo

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teste de Tukey (P>0,05).

A tabela 1 apresenta o teste de comparação entre as médias dos resultados de dano mecânico imediato, comparando os resultados entre as cultivares e entre as amostras da mesma cultivar, estatisticamente não houve diferença significativa, pois, nenhuma amostra apresentou diferença mínima significativa (DMS) superior a 2,65% entre as cultivares e 4,23% entre as amostras da mesma cultivar.

Considerando a produção de sementes de soja de alta qualidade e que para se obter alta qualidade é preciso reduzir ao máximo o índice de dano, observamos que nas umidades abaixo de 11% e acima de 14% houve aumento significativo, e entre 11% e 13% de umidade obteve-se o menor índice de dano mecânico.

França Neto et al., (2007), confirmaram a diferença de suscetibilidade a danos mecânicos entre cultivares de soja, devido ao teor de lignina presente no tegumento das sementes. Segundo Santos et al., (2007), a lignina presente no tegumento proporciona maior tolerância a deterioração por umidade e aumenta a resistência das sementes á danos mecânicos, o que justifica o uso de mais de uma cultivar para realização desta pesquisa.

Nas análises, as sementes que estavam danificadas apresentaram quebras, fissuras e rachaduras entre os cotiledones, confirmando o que foi afirmado por França Neto & Hernning (1984), que sementes com dano mecânico imediato se caracteriza por estarem quebradas, trincadas ou com lesões nos cotilédones, interferindo na taxa respiratória e sujeitas a entrada de microorganismos, reduzindo vigor, tempo de armazenamento e potencial produtivo. Tabela 2. Valores médios do teor de Umidade e Dano Mecânico Latente das cultivares 96Y90 e 98Y30, Padre Bernardo - GO, 2018.

Amostras Dano Mecânico Latente (%)

Umidade (%) 96Y90 98Y30

9 11,0 A a 10,6 A a 10 9,0 A ab 9,0 A a 11 4,3 B c 7,6 A ab 12 2,6 A c 3,6 A bc 13 3,6 A c 2,6 A c 14 4,3 A c 4,3 A bc 15 10,3 A b 8,0 A ab 16 14,0 A ab 11,0 B a CV % 23,6 20,7

Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

Na tabela 2, está o resultado do teste de comparação entre as médias de dano mecânico latente entre as cultivares. As umidades foram consideradas diferentes quando a diferença mínima significativa (DMS) foi superior a 2,71%, o que ocorreu apenas para as umidades de 11% e

16%. Quando comparado as cultivares, observamos que ambas são sensíveis ao dano mecânico latente, mas a cultivar 96Y90 é mais sensível com umidades acima de 15% e a 98Y30 com umidades abaixo de 11%, resultado que deve ser levado em consideração para tomada de decisão de colheita.

Quando comparado os resultados entre as amostras da mesma cultivar, observamos que houve diferença nas amostras que apresentaram a diferença mínima significativa (DMS), superior a 4,33%, onde, para a cultivar 96Y90 os menores danos se mantiveram entre 11% e 14% de umidade, não diferenciando entre si mas sim dos demais, e para cultivar 98Y30 os menores danos se mantiveram entre 12% e 14% de umidade, também não diferenciando entre si mas sim dos demais, indicando a maior sensibilidade ao dano latente da cultivar 98Y30 a partir de 11% de umidade. Da Costa et al., (1979), afirmam que sementes de soja colhidas com umidade acima de 14% e abaixo de 11% estão mais susceptíveis ao dano mecânico latente.

França Neto e Hernning (1984), afirmaram que sementes de soja com dano mecânico latente apresentam redução de vigor imediato pós colheita e queda de vigor durante o período de armazenagem, e consequentemente perda do potencial produtivo a campo.

Tabela 3. Valores médios do teor de Umidade e Vigor das cultivares 96Y90 e 98Y30, Padre Bernardo - GO, 2018. Amostras Vigor (%)

Umidade (%) 96Y90 98Y30

9 84,4 A d 84,1 A d 10 88,0 A bcd 87,0 A bcd 11 94,3 A a 90,4 B abc 12 94,8 A a 94,4 A a 13 93,4 A ab 94,8 A a 14 92,7 A abc 92,7 A ab 15 86,4 A cd 89,0 A abcd 16 82,3 A d 86,0 A cd CV% 2,8 1,9

Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

Na tabela 3, a comparação entre as médias dos resultados de vigor entre as cultivares, foi verificado diferença quando a diferença mínima significativa (DMS) foi superior a 3,68%, o que ocorreu apenas para a umidade de 11%, conforme citado anteriormente, esta diferença de vigor é resultado do aumento de dano mecânico para cultivar 98Y30, onde se torna vulnerável ao dano quando colhida abaixo de 11% de umidade.

Quando comparado entre as amostras da mesma cultivar, estatisticamente houve diferença nas amostras que apresentaram a diferença mínima significativa (DMS), superior a 5,87%.

Para a cultivar 96Y90 estatisticamente as umidades entre 11% e 14% não diferem entre si, contemplando nesta janela de umidade os maiores

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indices de vigor e os melhores resultados, obtidos pela redução de danos mecânicos durante a colheita.

Para a cultivar 98Y30 estatisticamente as umidades entre 11% e 15% não diferem entre si e sim das demais, mas quando levado em consideração a produção de sementes de soja de alta qualidade, observamos que os melhores índices de vigor foram obtidos entre 12% e 14% de umidade, novamente destacando a importância de reduzir ao máximo os danos mecânicos durante o processo de colheita.

Conforme afirmado por França neto et al., (2016), há um aumento significativo de dano mecânico e redução de vigor quando colhido fora da janela de 12% a 14% de umidade. Neste estudo observa-se que em ambas as cultivares houve uma alta queda de vigor nas umidades abaixo de 10% e acima de 15%, resultado do elevado índice de dano mecânico, onde deve-se tomar medidas preventivas durante a colheita, como, alterar a regulagem da colhedora ou aguardar até que a soja atinja a umidade entre 11% e 14%, do contrário, os altos índices de danos mecânicos obtidos reduzirá o índice de vigor nas sementes colhidas.

Conforme dados publicados por Da Costa et al., (2005), existe uma relação inversa entre o índice de danos mecânicos nas sementes de soja e o nível de vigor que a mesma vai ter, ou seja, aumentando o dano mecânico durante o processo de colheita, há redução imediata de vigor na mesma proporção do dano, reduzindo a qualidade fisiológica das sementes, o que explica a influência que o dano mecânico tem sobre a redução do vigor e a importância de levar em consideração a umidade de colheita, pois está entre as principais responsáveis do aumento de

danos mecânicos. Conclusão

As variações de umidade das sementes de soja no campo fazem parte do processo natural de maturação da planta e também é influenciada pelo clima, esta umidade influência sim diretamente no índice de danos mecânicos e na redução de vigor durante o processo de colheita, e por este motivo é preciso se adaptar, ajustar a regulagem da máquina e realizar a colheita entre 11% e 14% de umidade, assim reduzindo ao máximo os danos mecânicos e conservando o vigor presente nas sementes.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por me guiar nesta caminhada, dando-me sabedoria e coragem.

A família Royer do Município de Padre Bernardo – GO, proprietária da Fazenda Santa Maria onde foi conduzido o experimento, pela paciência e suporte nas etapas da pesquisa.

A Faculdade ICESP de Brasília pela oportunidade de fazer o curso de Agronomia e me proporcionar um ambiente agradável e criativo.

Ao meu amigo, mestre e orientador professor Doutor Ricardo Meneses Sayd pelos ensinamentos, dedicação, paciência e incentivo na orientação do meu Trabalho de Conclusão de Curso.

A equipe de profissionais do Laboratório de Análises da DuPont do Brasil S/A - Divisão Pioneer Sementes de Planaltina – DF, por terem efetuado as análises das amostras com profissionalismo e dedicação.

Referências Bibliográficas

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