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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA

DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

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Decisão Recursal nº 004/2015

Processo Administrativo nº 0114.000.891-8 Cidade: Mariana-MG

Recorrente: Q1 COMERCIAL DE ROUPAS S.A Recorrido: Procon Municipal de Mariana-MG

RELATÓRIO

O Procon Municipal de Mariana considerou que a reclamação apresentada pela consumidora é considerada como fundamentada, por se tratar de notícia de lesão ou ameaça a direito previsto nos artigos 35 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor c/c art.33 § 2º do decreto 2.181/97, eis que comprou uma calça e uma camisa no site da reclamada em 25/07/2014, pelo valor de R$ 67,47, mas não os recebeu. Desta feita, solicitou a restituição do valor pago e a reclamada além de não devolver o valor, não atendeu a nenhuma convocação do Procon.

Assim aplicou-lhe a pena de multa no valor de R$ 20.000,00(vinte mil reais). Inconformada, a empresa interpôs recurso a este Órgão, alegando que o valor arbitrado é desproporcional, devendo ser minorado; esclareceu que a consumidora teve seu intento de ver restituído o valor pago pelo produto não entregue satisfeito, pois fizera o estorno do valor em 02/10/2014; asseverou que deve-se considerar a boa-fé, cumprimento e satisfação do interesse da consumidora, que a aplicação dessa sanção deve atender aos princípios consagrados na constituição federal, dentre os quais, da razoabilidade e proporcionalidade, que deve haver adequação entre a infração e a sanção, que é inadmissível que a penalidade de multa exorbite a razoabilidade sob pena de desvio de finalidade legal.Debruçou sob a discricionariedade do administrador estar limitada dentro do critério de razoabilidade, sob pena de correção pelo poder judiciário, bem como que aplicação de multa levará em conta os parâmetros do art.57 do CDC, devendo ser graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do

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2 fornecedor.Entendeu que a infração não fora de extrema gravidade e nem gerou vultuosa vantagem ao fornecedor e que por isso o valor da multa fere os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, o que ensejaria minoração do quantum sob pena de nulidade do presente processo administrativo.

Por fim, requereu a minoração do quantum sob pena de nulidade do processo administrativo.

Eis, em síntese, o relatório.

Mariana, 01 de junho de 2015.

Emanuel R. Maia Camacho

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Decisão Recursal n.º 004/2015

Processo Administrativo nº 0114.000.891-8

Cidade : Mariana

Recorrente : Q1 COMERCIAL DE ROUPAS S.A

Recorrido : Procon Municipal de Mariana-MG

DECISÃO ADMINISTRATIVA INSTÂNCIA RECURSAL

Vistos etc., decide a Gerência do PROCON Municipal de Mariana-Minas Gerais, incorporando neste, o relatório de fls. 1/2, para DAR PARCIAL

PROVIMENTO AO RECURSO.

Mariana, 01 de junho de 2015.

Emanuel R. Camacho Maia

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V O T O

PRODUTO. DESCUMPRIMENTO DE OFERTA. NÃO ENTREGA. SUBSISTÊNCIA DA INFRAÇÃO. DESRESPEITO A CONVOCAÇÃO DO PROCON. RESTITUIÇÃO POSTERIOR ÀO DESPACHO. PARCIAL PROVIMENTO AO RECUSRSO.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço o recurso.

O presente processo administrativo foi instaurado contra a reclamada pela imputação da seguinte infração:

A consumidora acima qualificada efetuou a compra de uma calça e uma camisa no dia 25/07/2014, no site da reclamada, no valor de R$ 67,47(sessenta e sete reais e quarenta e sete centavos) e a consumidora não recebeu os produtos, uma vez que já houve contato por meio de telefone sob o número de protocolo 34350929, solicitando a devolução do valor, não obtendo sucesso.Diante do exposto, requer a restituição do valor pago, corrigido monetariamente corrigido, conforme preleciona o art. 35 inciso III.

Notificada, nos termos acima para comparecimento em audiência de conciliação (fls. 02 a 05), a reclamada não compareceu (ata de audiência às fls. 09), mesmo devidamente citada, conforme AR juntado às fls. 08/verso.

Em seguida a empresa ré foi classificada no SINDEC como fundamentada não atendida, mantendo-se inerte.

Ato contínuo foi dado o despacho de fls. 13 e 14, no qual novamente o órgão deu ciência à reclamada de todos os atos processuais concedendo-lhe mais uma

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5 oportunidade de propor acordo ou termo de ajustamento de conduta. Todavia, novamente intimada em 17/09/2014, nada fez.

Assim, sobreveio a Decisão de fls. 16 a 28, que julgou subsistentes as infrações e aplicou a pena de multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Inconformada, a Recorrente apresentou recurso administrativo às fls. 30 a 37, alegando que o valor arbitrado é desproporcional, devendo ser minorado; esclareceu que a consumidora teve seu intento de ver restituído o valor pago pelo produto não entregue satisfeito, pois fizera o estorno do valor em 02/10/2014; asseverou que deve-se considerar a boa-fé, cumprimento e satisfação do interesse da consumidora, que a aplicação dessa sanção deve atender aos princípios consagrados na constituição federal, dentre os quais, da razoabilidade e proporcionalidade, que deve haver adequação entre a infração e a sanção, que é inadmissível que a penalidade de multa exorbite a razoabilidade sob pena de desvio de finalidade legal.

Debruçou sob a discricionariedade do administrador estar limitada dentro do critério de razoabilidade, sob pena de correção pelo poder judiciário, bem como que aplicação de multa levará em conta os parâmetros do art.57 do CDC, devendo ser graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor.

Entendeu que a infração não fora de extrema gravidade e nem gerou vultuosa vantagem ao fornecedor e que por isso o valor da multa fere os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, o que ensejaria minoração do quantum sob pena de nulidade do presente processo administrativo.

Por fim, requereu a minoração do quantum sob pena de nulidade do processo administrativo.

No entanto, tais alegações devem prosperar parcialmente .

É preciso considerar que o valor da multa fora proporcional, o fato é este órgão, quando da aplicação da multa não tinha conhecimento de que a

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fato da Recorrente proceder à regularização posterior da infração não tem o condão de eximi-la da responsabilidade e de desconstituir a lesão já consumada, podendo, pois ser atenuada.

No que se refere à alegação da Recorrente de que deve-se considerar a boa fé, cumprimento e satisfação do interesse da consumidora para fins de fixação de multa, tem-se que o Procon a todo momento respeitou tais preceitos até porque não se tinha conhecimento do estorno, bem como até a decisão administrativa, a

reclamada não demonstrou boa-fé, pois sequer respondeu à convocação do Procon, não se manifestou após a decisão que a registrou como fundamentada não atendida no SINDEC e da mesma forma procedeu após proferido o despacho que lhe oportunizou o oferecimento de acordo ou termo de ajustamento de conduta.

Ademais, a aplicação de multa é um direito indisponível quando há infração ao Código de Defesa do Consumidor, sendo que sua ocorrência neste processo, é fato incontroverso.

In casu a multa aplicada levou em consideração os critérios da

razoabilidade e proporcionalidade de modo a atingir a finalidade legal.

A uma, porque houve duas infrações às leis consumeristas, quais sejam, ao art. 35 do CDC e ao art. 33§ 2º do decreto 2181/97, devido à não entrega do produto oferecido, ao não comparecimento da reclamada em audiência e a ausência de resposta à decisão do SINDEC e ao despacho 01.

A duas, posto que na aplicação da multa, foram observados os critérios do art. 57 do CDC, sendo a mesma graduada de acordo com a infração, o poderio

econômico da reclamada e a ausência de comprovação de vantagem auferida, conforme tabela às fls. 24. Sobretudo, tem-se que na decisão administrativa, este órgão tanto respeitou os princípios norteadores dos atos administrativos que mesmo ao aplicar os dados à tabela e obter a multa mínima de R$281.676,00 a reduziu para R$ 20.000,00, considerando a pontualidade do caso e a inexistência de dano difuso.

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7 Ora, caso o Procon julgasse conveniente, poderia ter aplicado a multa no importe de R$ 281.676,00 (tabela fls. 24) que estaria respaldado, visto que tal valor resultou de aplicação de dados à fórmula, em estrito cumprimento ao art. 57 do CDC. Por outro lado, em nenhum momento, a reclamada se manifestou apresentando seu capital social buscando diminuir seu patamar em relação ao capital social ou até mesmo qualquer defesa que pudesse desconstituir as infrações.

No recurso aqui analisado, a reclamada se ateve a rebater o quantum da multa aplicada, sem adentrar ao mérito da questão e alegar a inocorrência das infrações.

Dessa forma, subsistem as infrações aos dispositivos legais retro mencionados e, por conseguinte a pena aplicada com fincas nestas lesões, na razoabilidade e proporcionalidade em relação aos fatos articulados até a decisão administrativa.

De outra sorte, no que pertine à fixação da pena, mediante os critérios previstos no art. 57 do CDC, de fato esta deverá ser atenuada, uma vez que o fato

trazido a baila em sede recursal, qual seja, de estornar o valor à consumidora, conquanto, intempestivamente, não afasta a consumação da infração e a sanção a ela inerente, mas diminui sua gravidade.

Em outras palavras, a reclamada só atendeu a consumidora em outubro de 2014,t rês meses após a compra do produto, dois meses após a abertura do processo administrativo, após a audiência na qual não comparecera e após o despacho, quando já estavam configuradas as duas infrações, o que não tem condão de afastar a aplicação da multa, o que pode minorá-la, conforme o entendimento do órgão fiscalizador.

Isso porque a pena deve ter o objetivo pedagógico, ou seja, de tentar coibir a prática de novas infrações e ao mesmo tempo, punir o fornecedor que infringiu o direito do consumidor.

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In casu análogo, o Desembargador Osvaldo Cruz, assim manifestou, nos

autos da Apelação Cível n° 2011.005563-8, no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

"E, no caso concreto, diante da atitude abusiva da apelante e do grau da infração, bem como do seu poderio econômico, a meu sentir, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade foram observados quando da fixação da penalidade. Portanto, entendo não merecer acolhimento a arguição da recorrente de que a multa aplicada é excessiva.Ademais, a sanção deve ser suficiente para coibir a conduta lesiva por parte da prestadora do serviço. Em outras palavras, a multa aplicada, além de sua natureza sancionatória, deve desestimular, pelo menos sob o prisma econômico, a repetição da prática tida por ilegal"

Desta forma, passo a rever o cálculo da multa, nos seguintes termos: a empresa se enquadra em “empresa de grande porte”, modifico a natureza da infração do grupo III para o grupo II em face do estorno do valor à consumidora, considerando sua gravidade e a inexistência de provas acerca da vantagem auferida.

Infere ainda mencionar que foram observadas as circunstâncias atenuantes e agravantes, insculpidas nos artigos 24, 25 e 26 do decreto nº 2.187/97 combinado com os artigos 41,42, 43, 44 e 45 do decreto municipal nº 6.346/2012. Com destaque para a atenuante de ter o infrator adotado as providências pertinentes para minimizar os efeitos do ato lesivo.

Assim sendo, embora com a modificação dos dados à planilha se

obtenha o valor de multa mínima em R$ 188.617,33(tabela modificada em anexo), entendo que a pena aplicada deverá ser atenuada, visto que a priori totalizava R$ 20.000,00 (vinte mil reais), modificando-a para R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Ex positis, dou parcial provimento ao recurso, no sentido de julgar

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9 Consumidor e ao art. 33 § 2º do decreto 2.181/97, fixando a multa de forma

definitiva em R$ 10.000,00 (dez mil reais), para o fim alhures mencionado.

Dê ciência à Recorrente da decisão de grau recursal, para que proceda ao recolhimento do valor da multa aplicada R$ 10.000,00 (dez mil reais), ao Fundo Municipal de Defesa do Consumidor (FMDC), Banco do Brasil, Agência 2279-9, Conta 11029-9(Decreto Federal nº 2.187/1997, art. 9º do Decreto Municipal nº 6.346/2012), devendo comprovar nos autos o seu recolhimento, sob pena de

inscrição em dívida ativa municipal e execução fiscal do débito.

Publique-se na imprensa oficial. Registre-se. Intime-se. Remeta-se cópia do inteiro teor desta decisão por correspondência eletrônica, ao responsável pelo Setor de Relações Institucionais do PROCON Estadual, disponibilizando-a no site deste órgão.

Cumpra-se na forma legal.

Certifiquem-se às partes interessadas.

Mariana, 01 de junho de 2015.

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Emanuel Rodolfo. Maia Camacho

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PLANILHA DE CÁLCULO DE MULTA

SETEMBRO DE 2014

Infrator Q1 COMERCIAL DE ROUPAS S.A

Processo FA Nº 0114.000.891-8

Motivo Art. 35 da lei 8.078/90 e art. 33§ 2º do decreto 2.181/97

1 - RECEITA BRUTA R$ 223.340.800,00

Porte => Grande Porte 12 R$ 18.611.733,33

2 - PORTE DA EMPRESA (PE)

a Micro Empresa 220 R$ 0,00 b Pequena Empresa 440 R$ 0,00 c Médio Porte 1000 R$ 0,00 d Grande Porte 5000 R$ 5.000,00 3 - NATUREZA DA INFRAÇÃO a Grupo I 1

2

b Grupo II 2 c Grupo III 3 d Grupo IV 4 4 - VANTAGEM

a Vantagem não apurada ou não auferida 1

1

b Vantagem apurada 2

Multa Base = PE + (REC BRUTA / 12 x 0,01) x (NAT) x (VAN) R$ 377.234,67 Multa Mínima = Multa base reduzida em 50% R$ 188.617,33 Multa Máxima = Multa base aumentada em 50% R$ 565.852,00

Valor da UFIR em 31/10/2000 1,0641

Taxa de juros SELIC acumulada de 01/11/2000 a 30/08/2014 179,95%

Valor da UFIR com juros até 30/08/2014 2,9789

Multa mínima correspondente a 200 UFIRs R$ 595,79 Multa máxima correspondente a 3.000.000 UFIRs R$ 8.936.802,35

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MULTA APLICADA R$ 10.000,00(dez mil reais)

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