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ARTE AMBIÊNCIA DA PAISAGEM PONTÃO DE CULTURA. O Jogo da Arte e do Brincar com a Natureza. Realização. Ângela Maria Pimenta

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Academic year: 2021

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Ângela Maria Pimenta

Realização

ARTE AMBIÊNCIA

DA PAISAGEM

O Jogo da Arte e do

Brincar com a Natureza

PONTÃO DE CULTURA

FE-USP

São Paulo - SP

2009

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Sua experiência é parte de vivências oficineiras e de um trabalho inter, multi e transdisciplinar, que se complementou e formou uma metodologia gestada e apoiada pelo Mestrado em Metodologia e Técnicas de Ensino, Fenomenologia da Percepção e Integração da América Latina, no Prolam-USP. “Jogos, Brinquedos e Brincadeiras na Pré-Escola” foi uma das disciplinas cursadas, em 1994, na Faculdade de Educação/USP, com a Profa. Dra. Tizuko Morchida Kishimoto, e a seu convite, em 1995, coordenou a Oficina “O Jogo das Artes na Natureza”, no seu curso de Especialização em Educação Pré-Escolar.

Coleção Pontão de Cultura

Caderno 1

Créditos

Coordenação: Tizuko Morchida Kishimoto Realização: Roselene Crepaldi

Roseli A. Monaco

Colaboradores: Vera Lucia Guerra

Lucia M. S. S. Lombardi

Organização do material: Débora Pereira dos Santos

Iomar Zaia Roseli A. Monaco

Produção Gráfica: PoloPrinter - www.poloprinter.com.br

Apoio institucional: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Fundação de Apoio à Faculdade de Educação (FAFE), Ministério da Cultura.

Ficha Catalográfica

Agradecimentos

LABRIMP www.labrimp.fe.usp.br e-mail: labrimp@usp.br Pontão de Cultura e-mail: cultiludi@usp.br

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ARTE AMBIÊNCIA DA

PAISAGEM

O JOGO DA ARTE E

DO BRINCAR COM A

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ARTE AMBIÊNCIA DA PAISAGEM

-O J-OG-O DA ARTE E D-O BRINCAR

COM A NATUREZA

Apresentação

As Oficinas “Arte e Ambiência da Paisagem: O Jogo das Artes e do Brincar com a Natureza”, realizadas na Semana do Meio Ambiente, deste ano de 2006, no Ponto de Cultura do Labrimp, da FEUSP, é fruto de vivências oficineiras e de um trabalho inter, multi e transdisciplinar, que se complementou e formou uma metodologia gestada e apoiada pelo mestrado em Metodologia e Técnicas de Ensino, Fenomenologia da Percepção e Integração da América Latina, no Prolam-USP. “Jogos, Brinquedos e Brincadeiras na Pré-Escola” foi uma das disciplinas cursadas, em 1994, na Faculdade de Educação/USP, com a Profa. Dra. Tizuko Morchida Kishimoto, e a seu convite, em 1995, coordenamos a Oficina “O Jogo das Artes na Natureza”, no seu curso de Especialização em Educação Pré-Escolar.

Nessa ocasião, os participantes vivenciaram a criação de bonecos, a integração com o jogo das cores, formas e o brincar de representar e compor com elementos da Natureza: água, fogo, terra, ar, folhas, pétalas de flores, gravetos, pedrinhas, sementes, alguns recolhidos no entorno da Faculdade.

Histórico

Este trabalho de ser oficineira surge em minha vida profissionalmente nos primeiros anos de 80, período de 83-84, quando fiz uma pausa na minha profissão de engenheira geóloga, na qual me bacharelei na Universidade Federal de Ouro Preto, no final dos anos 70. No entanto, na Amazônia Ocidental, em Porto Velho e região do estado de Rondônia, neste período de 80 a 82,

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vivenciei a experiência de estar na floresta encantada de milhões de espécimes de plantas e insetos, pássaros e animais, árvores de todos os tamanhos, celeiro da maior biodiversidade da nossa Terra, e isso me fez integrar ao meu ser-mundo de uma maneira tão extraordinariamente intensificada que não consegui ser mais a mesma pessoa. Explosão de meu ser interior, saltou-me com toda gama de vivência integrada às Artes, ao Barroco Mineiro, ao Artesanato, à vivacidade dos Festivais de Teatro de Bonecos, e de Inverno, que aconteceram em Ouro Preto. Também agregada estava ‘a vivência maior das teorias (Estatuto e Estudos Ecológicos) e das práticas da nossa recém criada ONG Movimento por Ouro Preto e no Movimento Ambientalista para a Conservação da Natureza, que despontava por lá e em todo país.

Metodologia

Nessas oficinas de 2006, integramos um contexto externo maior e fomos até a Praça do Relógio, onde interagimos com o espaço e o seu manejo, nos percebemos parte de um todo que é a paisagem, nos compomos conjuntamente, numa leitura perceptiva do ser e de ser nessa paisagem, conforme mostram essas imagens:

O início foi o ofício de fazer bonecos. Como eu, crianças, jovens, homens e mulheres, muitos, em minhas Oficinas, passaram a acreditar que podiam imaginar, criar,

fazer, elaborar, construir, modelar e dar existência a um boneco, um mote para a criação e a expressão. Num sopro de vida criamos um curso para ensinar cultura (Pimenta, 1999: 67), “como o

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jarro, produto do trabalho do homem sobre a matéria da natureza” que, cheio de flores, foi apresentado num Círculo de Cultura do Recife, quando Paulo Freire teve a surpresa de, durante a discussão dessa situação com os alunos, com emoção uma mulher disse: “Faço cultura. Sei fazer isto”. Muitos também, referindo-se às flores que estavam no jarro, afirmaram sobre estas: “São natureza, enquanto flores. São cultura, enquanto adorno”.

A dimensão estética da obra criada

Reforçamos, agora, o que já vinha de certa forma sendo despertado desde o início, ou seja, “a dimensão estética da obra criada”, que será bem discutida na situação imediata, quando se analisa a cultura no nível da necessidade espiritual, de acordo com FREIRE (1987: 136).

As flores recriadas das pétalas, folhas, gravetos, palhas, sementes nas nossas oficinas, conforme mostram as imagens, também são cultura, assim como os bonecos, esculturas, pipas. Sustentamos que uma cultura é uma rede de conversações da cultura em que vivemos, também pelas exposições, numa leitura aproximada de Maturana & Verden-Zöller (2004: 12), que afirmam:

As mudanças culturais acontecem como modificações das conversações nas redes coloquiais em que vivem as comunidades que se modificam. Tais mudanças comunitárias surgem, sustentam-se e se mantêm mediante alterações no emocionar dos membros da comunidade, a qual também se modifica.

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Para Pimenta (2004: 106), a menos que nosso emocionar mude, tudo o que não irá mudar em nossas vidas será o modo pelo qual continuaremos a viver em guerras, na ganância, desconfiança, desonestidade e no abuso dos outros e da natureza.

O curso/oficina “Arte Expressiva do Boneco”, cuja matriz pedagógica é a mesma da Oficina “O Outro Ser”, que é uma das Oficinas-base do Workshop “Arte e Ambiência da Paisagem na Relação Indivíduo-Natureza”, foram todos criados a partir da cultura e de uma necessidade espiritual. Sua programação desenrola-se na dinâmica das relações que o ser humano estabelece no mundo e com o mundo. Frente às respostas de seus desafios, chega-se a uma pluralidade na própria singularidade: enfrentar um mesmo desafio, “por ser o humano capaz de se alterar no próprio jogo e ato de responder e de linguajear”. Essas imagens mostram, conforme Pimenta (1999: 67), que somos seres humanos capazes de nos organizarmos, testarmo-nos, escolhermos a melhor resposta, criarmos, agirmos... Enfim, tudo isso com a certeza de “quem usa uma ferramenta, com a consciência de quem está diante de um desafio”. Na esfera dos contatos, essa capacidade não seria possível. Freire complementa que essa captação que o humano faz dos dados objetivos de sua realidade, dos laços que prendem um dado ao outro, que naturalmente é – ou deveria ser – crítica, reflexiva e não reflexa, só pode acontecer se o ser está na esfera das relações.

Acrescenta-se a isso a capacidade de o humano ser transcendente. Sua transcendência não é um dado apenas da qualidade “espiritual”

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que se encontra na raiz de sua finitude, na consciência de que é um ser inacabado. A plenitude acha-se ligada a um ser, seu Criador.

Libertação no jogo transcendente do brincar e do existir

Como coordenadora dessas oficinas, concordo com Freire quando afirma que essa transcendência do humano, de sua finitude e

sua ligação com o seu Criador dá-se pela própria essência que “jamais será de dominação ou de domesticação, mas sempre de libertação”. Isso contribui para que o humano tenha discernimento do ato de existir e não só de viver.

Existir é mais que viver, porque é mais do que estar no mundo, é estar nele e com ele. Transcender, discernir, dialogar (comunicar e

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participar) são exclusividades do existir. Existir é um conceito dinâmico. Implica “dialogação eterna do homem, do homem com o homem, do homem com o mundo, do homem com o seu Criador.

É essa dialogação do homem sobre o mundo – e com o mundo – sobre os seus desafios e problemas, que o faz histórico” (Freire, in Pimenta, 1999: 67). É na busca constante e crescente desse diálogo, de fazer história e cultura, que a educação se faz e as relações se efetuam na programação dessas oficinas.É na relação direta com a Natureza e seu potencial altamente criativo, expressado pelas flores que encontramos no nosso caminho, ao deixarmos a sala de aula, a Faculdade, e adentrarmos no meio externo, espaço e paisagem, que encontramos com a beleza destas plantas, suas folhas e flores:

Nossa caminhada continua e nossas múltiplas relações também. É confortante nos sentirmos nos relacionando, pessoas, terra, ar, plantas, sol, pássaros, sementes nas árvores e no chão. Tudo plural num espaço relativamente pequeno. Os participantes se surpreendem com a diversidade não somente de seres naturais, mas também de objetos postos e expostos na composição da melhor disposição para a relação com o jogo do humano e seu uso fruto do espaço e da Natureza, numa composição gerando uma ambiência e uma paisagem, num brincar de emoções: prédios, esculturas, pedras, mais

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esculturas, lago, jardins, edifícios, relógio, plantas da Serra do Cipó, da floresta temperada, do mangue, de mata decídua, de Mata Atlântica, piso, brejo, biótopos, flores brancas, bancos.

Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. A educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.

MATURANA, Humberto & VERDER-ZÖLLER, Gerda. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. São Paulo: Palas Athena, 2004.

PIMENTA, Ângela Maria. O gesto da arte como consciência da paisagem e da existência humana na América Latina.Cadernos do PROLAM/USP, São Paulo, v. 1, n. Ano 3, pp. 97-124,2004. __________. Educação ambiental por meio da arte: arte e ambiência da paisagem. In: PHILIPPI Jr., Arlindo; PELICIONI, Maria Cecília F. (Orgs.). Educação ambiental: desenvolvimento de cursos e projetos. São Paulo: Signus/Núcleo de Informações em Saúde Ambiental, Faculdade de Saúde Pública (FSP/USP), 2000, pp. 279-290.

PIMENTA, Angela Maria. Aprendendo a “olhar” a paisagem latino-americana: arte ambiência na relação indivíduo-natureza (Pesquisa-ação em São Paulo e Santiago do Chile). Dissertação de Mestrado. PROLAM/USP, São Paulo, 1999.

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Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

371.12 Pimenta, Ângela Maria

P644a Arte ambiência da paisagem : o jogo da arte e do brincar com a natureza / Ângela Maria Pimenta ; coordenação Tizuko Morchida Kishimoto. São Paulo : FEUSP/FAFE/LABRIMP, 2009.

8 p. : il. (Coleção Pontão de Cultura. Caderno 1) ISBN: 978-85-60944-18-7 (coleção completa) 978-85-60944-19-4 (volume)

1. Formação de professores 2. Brinquedos artesanais 3. Teatro de bonecos 4. Jogo 5. Recreação I. Kishimoto, Tizuko Morchida, coord.

Referências

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