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RELAÇÕES DE GÊNERO NO MUNDO DO TRABALHO

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Academic year: 2021

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RELAÇÕES DE GÊNERO NO MUNDO DO TRABALHO

Emanueli Haiduk1 - Celer Faculdades Natany Bernardon 2 - Celer Faculdades Marli Kasper Rex 3 - Celer Faculdades Eixo Temático 3: Ciência, Saúde e Tecnologia

Resumo

O conceito de gênero vem de uma construção social que caracteriza o homem e a mulher. Essa diferenciação entre os gêneros fez surgir uma enorme distinção no tratamento entre o masculino e feminino que perdura até os dias de hoje. Esta pesquisa se encontra em andamento e tem por objetivo compreender a relação entre os gêneros no mundo do trabalho, buscando identificar através de uma pesquisa bibliográfica como foi a iniciação da mulher no mercado de trabalho e quais os preconceitos que essa ainda enfrenta. Esta pesquisa possuirá

como delineamento de pesquisa estudo de campo, onde será realizado como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada e a amostra será por acessibilidade, com mulheres de idade entre 20 a 50 anos. Os dados coletados serão analisados através do método de conteúdo de Bardin. O que se observa é que apesar de ser considerado crime, a discriminação entre os gêneros segue presente, já que as mulheres continuam recebendo menores salários e possuem maiores chances de desemprego.

Palavras-chave: Gênero. Mulher. Homem. Trabalho. 1. INTRODUÇÃO

Ao decorrer das últimas três décadas, as mulheres vêm conquistando, cada vez mais, seu espaço profissional, que normalmente eram reservados aos

homens. Porém, há discordância entre as oportunidades de grandes cargos e questões salariais. Mulheres em posição hierárquica alta, é observado que nos contextos de trabalho, ainda sãolimitadas. Na presente pesquisa, tem-se a intenção de acrescentar discussões a respeito do assunto, estudando as possíveis

1

Estudante do Curso de Psicologia da Celer Faculdade de Xaxim- SC. E-mail: manu_haiduk@hotmail.com

2

Estudante do Curso de Psicologia da Celer Faculdade de Xaxim- SC. E-mail: natany_bb@hotmail.com

3

Docente do Curso de Psicologia, Líder e Membro do Grupo de Pesquisas em Sexualidade Humana (GPSH) da Celer Faculdade de Xaxim- SC. Psicóloga, Pedagoga, Especialista em Neuropsicopedagogia e Mestre em Psicologia Clínica E-mail: marlirex@celer.edu.br

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consequências quando há discriminação de gênero sem relação às mulheres no mercado de trabalho.

O presente trabalho, objetiva discorrer sobre como é a questão de gênero no âmbito do trabalho, como foi o crescimento da mulher no mercado de trabalho, a sua trajetória para ocupar lugares que ocupam atualmente, bem como o seu desenvolvimento e se há preconceitos no mercado de trabalho em que estamos inseridos.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo é parte de uma pesquisa que se encontra em andamento e que buscará entrevistar mulheres afim de compreender como se encontram as relações de gênero e trabalho. Esta pesquisa será realizada através da revisão bibliográfica online acera de artigos acadêmicos que tratam do tema. Possui como delineamento de pesquisa estudo de campo e pesquisa bibliográfica. Será realizado como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada e a amostra será por acessibilidade, com mulheres de idade entre 20 a 50 anos. Os dados coletados serão analisados através do método de conteúdo de Bardin.

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

O conceito de gênero refere-se à construção social do sexo anatômico e foi criado para diferenciar a dimensão biológica da dimensão social, a definição de homens e mulheres é produtos de uma construção social (BARRETO, et al, 2009). Enquanto o sexo é biológico, o gênero é uma definição histórico-social, pois não nascemos homens ou mulheres, nos tornamos. A relação entre gênero e trabalho envolve uma série de divergências.

Segundo Silva et al. (2010), a identidade masculina está paralelamente interligada com questões do trabalho, pelo fato de que, historicamente, o homem se constitui enquanto pessoa e é reconhecido como sujeito de caráter, através do trabalho que exerce. Nessa perspectiva, o trabalho fornece ao homem condições para que o mesmo possa estar cumprindo seus deveres e obrigações, para que consiga assumir responsabilidade de proteger e cuidar de sua família. No outro lado da moeda, segundo Araujo et al. (2006), encontram-se as mulheres, em que vivenciam uma realidade laboral influenciadas pelo gênero, não apenas em aspectos relacionados a sua dupla jornada de trabalho, mas como suas tarefas acabam sendo distribuídas e organizadas através dos cargos existentes. Por mais que as mulheres conquistem as mesmas ocupações que os homens, há diferenças entre os mesmos,

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diferenças essas que estão relacionados aos cargos mais valorizados e melhores salários.

Segundo Hirata e Kergoat (2007), a divisão sexual do trabalho está no poder em que os homens exercem sobre as mulheres. Araújo e Rotenberg (2001), relatam que a maneira de como são divididos o trabalho entre os sexos, acaba estruturando um sistema hierárquico que organiza e distribui as atribuições e responsabilidades, rotulando tarefas para cada um dos sexos. A questão da divisão social é categorizada em dois lados: o lado em que há trabalhos específicos para homens e trabalhos para mulheres, e, o outro lado em que o trabalho masculino é mais valioso do que o feminino. Essa divisão é modulada historicamente e socialmente.

Hirata e Kergoat (2007), trazem que a questão da divisão sexual do trabalho também está associada a divisão do trabalho doméstico entre os sexos. As mulheres são responsáveis por tarefas reprodutivas, cuidar da casa e da família. Carloto (2001), relata que esse é o estereótipo tradicional da mulher em que ela é a responsável por estar cuidando da família, mulher esta que é mãe e dona de casa, pois a imagem de trabalhador e quem sustenta a família, será associada ao homem.

3.1 A EVOLUÇÃO DO FEMININO NO MERCADO DE TRABALHO

De acordo com Hirata (1998), houve um crescente aumento de mão-de-obra feminina no trabalho a partir do século XX, com maior ênfase nos últimos trinta anos. Além dessa inserção das mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas, houve uma ampliação no acesso à educação, assim, elevando seu grau de escolaridade. Guimarães (2003), o fato de buscarem uma melhor escolaridade, revela o fato de quererem adentrar ao mercado de trabalho, pois já existe a possibilidade de assumirem atividades mais qualificadas. Apesar de começarem a ter melhor qualificação escolar, de acordo com Lavinas (1997), as mulheres recebiam salários menores que dos homens, fator esse que agregava a desigualdade entre os gêneros.

Bruschini (2007), realizou um estudo com as mulheres brasileiras no mercado de trabalho, durante os anos de 1992 a 2005. O estudo revelou que as mulheres são mais presentes em setores tradicionalmente femininos, tais como, educação, enfermagem, nutrição e serviço social. Cargos de comando não são frequentes e acabam recebendo menos que os homens. A autora também identificou que

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mulheres mais instruídas acabam encontrando oportunidades em profissões melhores remuneradas e cargos de prestígios, em que anteriormente eram fechados para o feminino.

Lavinas (2001), escreve que o perfil de mulheres que trabalhavam nas décadas de 1970, eram compostos por mulheres solteiras e sem filhos, porém as mulheres atualmente, geralmente, casam e têm filhos. E quando estão ingressas no mercado de trabalho, elas mantêm o emprego. Essa mudança no perfil das mulheres, acaba relativizando o estereótipo tradicional, em que o homem é o provedor e a mulher é a cuidadora, atualmente, as mulheres, além de serem cuidadoras, também são provedoras.

3.1.1 A constante presença da discriminação ao feminino

Desde nossos primórdios vivenciamos uma diferença na construção dos gêneros masculino e feminino que segue até os dias de hoje. De acordo com Napolitano e Brogna (2016, p.35) Em 2015, a organização mundial do trabalho (OIT) revelou que as mulheres recebem, em média,77% dos salários dos homens para desempenhar as mesmas funções, além de estarem mais sujeitas a ficarem desempregadas ou serem relegadas a cargos de baixa qualidade. Ainda de acordo com a OIT, o mundo vai demorar cerca de 70 anos para homens e mulheres receberem os mesmos salários para desempenhar as mesmas funções.

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011, levando em consideração a média de salário do brasileiro por sexo, as mulheres acabavam ganhando R$513,82 a menos que os homens. Em relação do salário por escolaridade, a diferença salarial subia para R$761,10. Bruschini (2007), escreve que a remuneração brasileira é considerada uma das mais baixas, se comparada com outros países, e, ainda assim, as mulheres brasileiras acabam ganhando menos que os homens.

A Constituição Federal, proíbe qualquer tipo de discriminação em relação ao trabalho. Para Neto (2006), a discriminação pode acontecer de forma direta e explicita, ou de forma indireta, onde são criadas medidas empresariais que criem situações de desigualdade, já que “as organizações são geridas por homens há séculos e com a inserção da mulher no mercado de trabalho, estes temem perder os privilégios que os fazem sentir-se superiores a elas” (SILVA et al, 2010, p. 25).

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4. CONCLUSÃO

Apesar da crescente participação da mulher no mercado de trabalho observa-se que as questões que envolvem o gênero ainda são motivo de discriminação. O homem é visto como provedor do sustendo e merecedor dos maiores cargos e salários e a mulher segue ocupando uma posição inferioridade, relacionada ao seu sexo frágil. Diante dos dados obtidos com base na literatura, essa pesquisa seguirá em andamento e através de um estudo de campo será observado se estes dados condizem com a vivência prática no trabalho. A realização de maiores estudos sobre o tema proporcionará maiores discussões e reflexões acerca do preconceito entre gêneros no mercado de trabalho.

GENDER RELATION IN THE WORLD OF WORK

Abstract

The concept of gender comes from a social construction that characterizes the man and the woman. This distinction between genders gave rise to an enormous difference in the treatment between the male and female that lasted until the present day. This research is in progress and to understand the relationship between the genders in the world of work, searching to identify through a bibliographical research how was the initiation of woman in the labor market and which prejudices she still faces. This research will have as a research design a field study, where the semi-structured interview will be use as a data collection instrument and the sample will be for accessibility, with women aged between 20 and 50 years. The data collected will be analyzed using the Bardin’s method. What is observed is that despite being considered a crime, gender discrimination continues to be present, because the women continue to receive lower wages and have higher chances of unemployment.

Keywords: Gender. Woman. Man. Job.

REFERÊNCIAS

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