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Ética e Direitos Humanos

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Academic year: 2021

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Ética e Direitos Humanos:

Conceitos básicos: Moral e ética, senso e juízo morais, virtude e

caráter, autonomia e responsabilidade;

ética e vida pública: natureza da política, instituições públicas,

esta-do e cidadania;

cargo público: poder, responsabilidade e prestação de contas

públi-cas (Accountability) - gestão, orientação e controle;

cargos de carreira: conduta no serviço público, tipos de regras de

conduta e princípios básicos da conduta do servidor público -

profis-sionalismo, decoro e civilidade.

Declaração Universal dos Direitos Humanos; Os 10 princípios

universais do Pacto Global.

O que é Ética e Moral:

No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significa-dos. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.

Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.

Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.

Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas conti-nuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norte-ando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhan-te. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a condu-ta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.

Senso Moral, Consciencia Moral, Juizo de Fato, Juízo de Valor. O senso moral atua quando uma pessoa é movida a agir por causa dos seus sentimentos ao próximo, pelos seus valores e ainda pelo sentimento de igualdade entre si e o próximo, ou seja, o senso moral leva uma pessoa a agir imediatamente. Como exemplo, muitas vezes somos levados por impulso ou por uma emoção forte, fazemos alguma coisa e depois nos arrependemos, sentimos remorso ou culpa? Ou outras vezes somos toma-dos pelo horror diante da violência: chacina de seres humanos e animais, linchamentos, assassinatos brutais, estupros, genocídio e torturas. Com frequência, ficamos indignados ao saber que um inocente foi injustamente acusado e condenado, enquanto o verdadeiro culpado permanece impune. Todos esses sentimentos exprimem o nosso senso moral, a avaliação de nosso comportamento segundo ideias como as de certo e errado.

A consciência moral atua na tomada de decisões relacionadas ao com-portamento da pessoa, pois necessita tomar decisões relacionadas a si próprio e a outras pessoas, de forma que seja responsável por estas e ainda assuma as consequências de tais decisões. O discernimento promo-ve a relação entre os meios e os fins que auxilia na distinção de reações morais e imorais. Em resumo: "a consciência moral é o lugar onde se tornam claro os valores morais para a pessoa e onde se fazem deles a aplicação às suas situações concretas." (M. Vidal. Caminhos para a Ética Cristã. p. 81)

Juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são. Juízos de valor, ao ver de cada um, avaliam pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis. Portanto é um argumento sem análise, ideológico e até chega a ser imoral como asseve-rou Max Weber. COC Expressão

Senso moral é quando participamos de movimentos que favoreçam a solidariedade em várias ações para o bem de uma sociedade.

Consciência moral é ter noção das nossas ações, pois exigem que se-ja decidido em prática o bem e ter ciência de suas consequências.

Os dois juntos justificam o desejo de afastar a dor e o sofrimento para alcançar a satisfação.

Juízo de fato são aqueles que dizem o que são as coisas, como são e porque são. Estão presentes no nosso dia a dia e na ciência.

Juízo ético de valor é normas que determinam o dever de nossos sen-timentos e comportamentos demonstrando o bem, o mal, quais são as nossas intenções para alcançarmos a felicidade. Vanessa Vaz

Virtude é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição es-tável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples caracte-rística ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação.

Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente.

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades es-senciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem,e elas se aperfeiçoam com o hábito.

Caráter é um termo usado em psicologia como sinônimo de personalidade. Em linguagem comum o termo descreve os traços morais da personalidade.

Sobretudo as escolas da caracteriologia alemã e franco-holandesa es-forçaram-se por dar aos dois termos (personalidade e caráter) um significa-do diferente, sem que, no entanto, se chegasse a um consenso. René Le Senne, por exemplo, propõe a seguinte distinção : Caráter refere-se ao conjunto de disposições congênitas, ou seja, que o indivíduo possui desde seu nascimento e compõe, assim, o esqueleto mental do indivíduo; já personalidade, é definida como o conjunto de disposições mais "externas", como que a "musculatura mental" - todos os elementos constitutivos do ser humano que foram adquiridos no correr da vida, incluindo todos os tipos de processo mental.

A autonomia tem ganhado muito espaço nos sistemas gerenciais atu-almente. O incentivo para que as equipes tenham liberdade para tomar certas decisões sem recorrer ao gestor é uma medida para que as ativida-des sejam mais dinâmicas, sem os entraves burocráticos. Realmente, os ganhos dessa mudança de postura são bastante claros e expressivos. No atendimento ao cliente, por exemplo, é possível identificar e solucionar um problema no momento em que são realizadas as vendas, evitando no curto prazo, manchas na imagem da empresa decorrentes de reclamações. Em linhas de produção, também é de suma importância esse tipo de compor-tamento, afinal, caso ocorra alguma falha durante a produção, se identifica-da a tempo, o funcionário com autonomia poderá corrigir o problema ade-quadamente, evitando que todo um lote saia prejudicado, salvando a em-presa de um prejuízo a posteriori.

Mas, não basta apenas incluir o empowerment como estratégia da em-presa, pelo simples fato de economizar tempo e dinheiro na solução de problemas. Para que esses princípios sejam bem empregados, é preciso que os funcionários que receberão essa responsabilidade estejam prepara-dos e tenham domínio da função que exercem. O conhecimento de deter-minada função, por si só, também não pode ser requisito para a autonomia, pois o funcionário precisa conhecer todas as atribuições daquela área, para que suas intenções não tenham consequências prejudiciais a outras áreas. Sim, não basta solucionar aqui, e lá na frente surgir um novo problema, pois isso seria o mesmo que enviar o problema para que outro setor resol-va. E ai acaba a visão de conjunto, uma vez que somente uma área é beneficiada, enquanto a empresa no todo é prejudicada. Assim, ao optar por adotar o empowerment, é necessário que seja muito bem planejado e que se façam investimentos em treinamento e desenvolvimento.

É interessante também que as áreas que sofrerão essa mudança de postura, sejam estruturadas em células, e que os membros desses grupos possam se revezar entre si, para que todos conheçam os detalhes daquele sistema. Digo, por experiência própria, que essa estrutura oferece um enri-quecimento profissional enorme, pois passamos a compreender melhor toda a dinâmica por trás daquele processo que realizamos. Além disso,

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propor-ciona certa independência da área, visto que o resultado não será prejudica-do porque aquele único funcionário que sabe tuprejudica-do está prejudica-doente e não foi trabalhar. Mas atenção, o empowerment não significa que a equipe não vai mais se reportar a um gestor. Pelo contrário, o gestor nesse caso, passa a ser um guia, um coordenador, conduzindo a equipe da maneira mais ade-quada, passando a trabalhar em conjunto. Faço esse alerta, pois já soube de situações nas quais os gestores ficam na matriz, e tentam que suas áreas nas filiais se reportem diretamente a ele, sem que as equipes tenham um líder na sua região. Se os profissionais não estiverem 100% treinados e preparados para atuarem sozinhos, isso não será viável no curto prazo, afinal os funcionários perderão muito mais tempo se tiverem que ligar para seu chefe toda vez que surgir um problema, e ainda aguardar quando pode-rão se atendidos. Não obstante, a empresa precisa ter sua estrutura adapta-da para esse sistema, pois se exigir que toadapta-da a documentação ou aprovação de algum projeto seja assinada imediatamente pelo gestor, a economia de tempo (e dinheiro) vai toda "por água abaixo". Aplicar o empowerment não é simplesmente aumentar a autonomia de seus funcionários, é preciso que seja feito um estudo e um planejamento da estrutura da empresa e da capacidade de seus funcionários, para que dessa forma, a economia de tempo e dinheiro esteja refletida nos resultados e na satisfação de seus clientes. http://www.administradores.com.br/

Ética no Serviço Público

Este artigo, fruto de uma intensa atividade de reflexão escrita de todos nós, alunos do Curso de Direito da UMESP, surgiu da discussão que esteve presente no decorrer do semestre na disciplina: Cidadania, ética pública e ação cultural. Resolvemos escrever sobre os Serviços prestados ao públi-co, devido aos abusos relatados pelos meios de comunicação presentes em nosso cotidiano pelo que Milton Santos chama de funcionários sem mandato, é sabido que muitas pessoas que confiaram no trabalho se de-cepcionaram. O presente texto pretende trabalhar estas ideias, de modo que possamos olhar através da perspectiva do direito, o desrespeito que vem ocorrendo as regra de conduta e da ética que requer o trabalho que os serviços públicos visam prestar.

O Direito que os cidadãos vêm adquirindo aos poucos, e que levou muito tempo para ser construído e respeitado vem, como sabemos, sofren-do com a grande dificuldade que a população enfrenta no dia a dia para fazer valer seus direitos que às vezes desaparecem porque não são postos em prática. A princípio, achamos que isto ocorra por falta de consciência dos próprios cidadãos seja por normas e desculpas de resolução posta por nossos governantes trazendo um efeito de omissão do papel de um cida-dão e seus direitos. Estes efeitos citados são objetivados pelos governan-tes que enriquecem justamente através da ignorância em relação aos direitos conquistados pela população o que gera um grande desrespeito para com os cidadãos e uma cultura que se perpetua.

Milton Santos, em seu trabalho: O espaço do cidadão mostra-nos que estes atos de desrespeito aos direitos e à representação que alguns dos funcionários públicos em relação à população, viola a moral, os direitos e principalmente, ataca a cultura dos cidadãos, dando a impressão de que os serviços públicos podem ser algo negociável, quando o mesmo é inaliená-vel.

Para que possamos esclarecer melhor nossas ideias, chegamos à questão da ética no serviço público. Mas, o que é "ética"? Contemporane-amente e de forma bastante usual, a palavra ética é mais compreendida como disciplina da área de filosofia e que tem por objetivo a moral ou moralidade, os bons costumes, o bom comportamento e a boa fé, inclusive. Por sua vez, a moral deveria estar intrinsecamente ligada ao comportamen-to humano, na mesma medida, em que está o seu caráter, personalidade, etc; presumindo portanto, que também a ética pode ser avaliada de manei-ra boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta.

Num sentido menos filosófico e mais prático podemos entender esse conceito analisando certos comportamentos do nosso dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamento de determinados profissionais podendo ser desde um médico, jornalista, advogado, administrador, um político e até mesmo um professor; expressões como: ética médica, ética jornalística, ética administrativa e ética pública, são muito comuns.

Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político, como falamos anteriormente. O ser humano elaborou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na vida pública, á qual iremos nos aprofundar um pouco mais, por se tratar do tema central dessa pesquisa.

A questão da ética no serviço Público.

Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, ex-torsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é neces-sário que esse padrão seja ético, acima de tudo .

O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão da ética pública está dire-tamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma hipoté-tica com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, "bem viver".

Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servidores devem primar pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei". E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os interesses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar abertamente nos meios de comuni-cação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar acima de seus interesses.

Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos principais valores que define a conduta ética, não só dos servidores públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o ordenamento jurídico podemos identifi-car que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto, numa violação dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons costumes em uma sociedade.

A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil para se reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas estão longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta de meca-nismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-éticos.

A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, devido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas precisa ser descoberta , aprendida, utilizada e reclamada e só evolui

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atra-vés de processos de luta. Essa evolução surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa. Porém Milton Santos questiona, se "há cidadão neste pais"? Pois para ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais e ao longa da vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo contesta-dos posteriormente com a formação de ideias de cada um, porém a maioria das pessoas não sabem se são ou não cidadãos.

A educação seria o mais forte instrumento na formação de cidadão consciente para a construção de um futuro melhor.

No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princí-pios éticos que convivem todos os dias com mandos e desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por este rol "cultural" de aproveitamento em beneficio próprio.

Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito como re-gra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar o ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, desculpa ou oportunidade para salvar-se, e , assim sendo, através dos usos de sua atribuição publica. A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendidas pelo ser humano, assim, a ética na administração publica, pode e deve ser desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando assim, uma mudança na administração publica que deve ser sentida pelo contribuinte que dela se utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de procedimentos, isto é, a rapidez de respostas e qualidade dos serviços prestados, seja pela forma de agir e de contato entre o cidadão e os funcionários públicos.

A mudança que se deseja na Administração pública implica numa gra-dativa, mas necessária "transformação cultura" dentro da estrutura organi-zacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valorização das tradições, valores, hábitos, normas, etc, que nascem e se forma ao longo do tempo e que criam um determinado estilo de atuação no seio da organização.

Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que nascem nas máquinas administrativas devido ao terreno fértil encontrado devido à existência de governos autoritários, governos regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o advento de regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos interesses escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das organizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos recursos públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administra-ção Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Governo, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos interesses sociais.

Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a sociedade resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo positivamente o questionamento feito por Milton Santos "HÁ CIDADÃOS NESTE PAÍS?" e poderemos responder em alto e bom som que " SIM. Há cidadão neste pais. E somos todos brasileiros.".

Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, que ba-seado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, um padrão ético, impessoal e moralístico:

Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão de compor-tamento orientado pelos valores e princípio morais e da dignidade humana. O ser humano possui diferentes valores e princípios e a "quantidade" de valores e princípios atribuídos, determinam a "qualidade" de um padrão de comportamento ético: Maior valor atribuído (bem), maior ética; Menor valor atribuído (bem), menor ética.

A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referimos a palavra cultura como sendo a quantidade de conhecimento adquirido, mas

sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano .

A falta de ética induz ao descumprimento das leis do ordenamento jurí-dico.

Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade humana, dos bons costumes e da boa fé.

Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor padrão de ética. Metodista

A Natureza da Política por Francis Parker Yockey

I - Primeiro, o que é política? Isto é, a política enquanto fato. A política é uma atividade em relação ao poder.

A política é um domínio particular - o domínio do poder. Assim, ela não é moralidade, não é estética, não é economia. A política é um modo de pensar, assim como o são essas outras. Cada uma dessas formas de pensamento isola parte da totalidade do mundo e o reivindica para si. A moralidade distingue entre bem e mal, a estética entre belo e feio, a eco-nomia entre útil e inútil (em sua fase posterior, puramente comercial, estes são idênticos a lucrativo e não-lucrativo). O modo como a política divide o mundo é em amigo e inimigo. Essas expressam para ela o maior grau possível de conexão, e o maior grau possível de separação.

O pensamento político é tão separado dessas outras formas de pen-samento quanto elas são umas das outras. Ela pode existir sem elas, e elas sem ela. O inimigo pode ser bom, ele pode ser belo, ele pode ser economi-camente útil, negociar com ele pode ser lucrativo - mas se sua atividade de poder converge sobre a minha, ele é meu inimigo. Ele é aquele com o qual conflitos existenciais são possíveis. Mas estética, economia, moralidade não estão preocupadas com existência, mas apenas com normas de ativi-dade e pensamento dentro de uma existência garantida.

Ainda que enquanto uma questão de fato psicológico, o inimigo é facil-mente representado como feio, injurioso, e maligno, não obstante isso é subsidiário à política, e não destrói a independência do pensamento e atividade políticas. A disjunção política, preocupada como ela é com a existência, é a mais profunda de todas as disjunções e assim, tem uma tendência a buscar por todo tipo de persuasão, compulsão, e justificação de modo a guiar sua atividade para a frente. A medida em que isso ocorre está em proporção direta com a pureza do pensamento político nos líderes. Quanto mais suas perspectivas contenham moral, economia ou outras modalidades de pensamento, mais eles farão uso de propaganda em paralelo a essas linhas para fazer progredir seus objetivos políticos. Pode até ocorrer que eles não estejam conscientes de que sua atividade é políti-ca. Há toda indicação de que Cromwell se considerava como um religionis-ta e não como político. Uma variação foi fornecida pelo jornal francês que insuflava o espírito de guerra de seus leitores em 1870 com a expectativa de que ospoilus trariam carregamentos de mulheres loiras de volta da Prússia.

Por outro lado, a propaganda japonesa para a população nativa duran-te a Segunda Guerra Mundial, acentuava quase induran-teiramenduran-te a natureza existencial, ou seja, puramente política do conflito. O outro pode ser feio, mal e injurioso e ainda assim não ser um inimigo; ou ele pode ser bom, belo, e útil, e ainda assim ser um inimigo.

Amigo e inimigo são realidades concretas. Eles não são figurativos. E-les não se misturam com elementos morais, estéticos ou econômicos. EE-les não descrevem uma relação privada de antipatia. A antipatia não é parte necessária da disjunção política de amigo e inimigo. O ódio é um fenômeno privado. Se os políticos inoculam suas populações com ódio contra o inimi-go, é apenas para lhes dar um interesse pessoal no conflito público que eles de outra forma não teriam. Entre organismos suprapessoais não há ódio, ainda que possa haver conflitos existenciais. A disjunção amor-ódio não é política e não se cruza em qualquer ponto com a disjunção política de amigo-inimigo. Aliança não significa amor, mais do que guerra significa ódio. Pensar claramente no reino da política demanda desde o início um forte poder de dissociação de ideias.

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A visão de mundo do liberalismo, aqui como sempre completamente emancipada da realidade, enunciou que o conceito de inimigo descrevia ou um competidor econômico, ou um oponente ideológico. Mas na economia não há inimigos, mas apenas competidores; em um mundo que era pura-mente moralizado (ou seja, um no qual sopura-mente existem contrastes morais) não poderia haver inimigos, mas apenas oponentes ideológicos. O libera-lismo, fortalecido pela singular e longa paz de 1871 a 1914, pronunciou a política como sendo atavística, e o agrupamento de amigo-inimigo como sendo retrógrado. Isso, é claro, pertence à política - um ramo da filosofia. Naquele reino não se pode fazer declarações errôneas; nenhum acúmulo de fatos pode provar que uma teoria está errada, pois aqui elas são supre-mas, a História não é o árbitro em questões de perspectiva política, a Razão decide tudo, e todos decidem por si mesmos o que é razoável. Isso concerne, porém, única e exclusivamente a fatos, e a única objeção feita contra essa perspectiva aqui em última análise é que ela não é factual.

Inimigo, então, não significa competidor. Nem significa oponente em geral. Menos ainda descreve uma pessoa que se odeia por sentimentos de antipatia pessoal. O latim possuía duas palavras: hostis para o inimigo público, inimicus para um inimigo privado. Nossas línguas ocidentais infe-lizmente não fazem essa importante distinção. O grego, porém, de fato a possuía, e ainda fazia uma distinção profunda entre dois tipos de guerras: aquelas contra outros gregos, e aquelas contra os alógenos em relação à cultura, os bárbaros. As primeiras eram agons e apenas as segundas eram guerras verdadeiras. Umagon era originalmente uma disputa por um prêmio nos jogos públicos, e o oponente era o "antagonista". Essa distinção possui valor para nós porque em comparação com guerras nessa era, as guerras intraeuropeias dos últimos 800 anos foram agonais. Na medida em que a política nacionalista assumiu ascendência dentro da cultura clássica, com a Guerra do Peloponeso, a distinção saiu do uso grego. As guerras dos séculos XVII e XVIII na Europa Ocidental foram na natureza de disputas por prêmios - o prêmio sendo uma faixa de território, um trono, um título. Os participantes eram dinastias, não povos. A ideia de destruir a dinastia oponente não estava presente, e apenas em caso excepcional havia a possibilidade de tal coisa acontecer. O inimigo no sentido político significa, assim, inimigo público. Ele é ilimitado, e é assim distinguido da inimizade privada. A distinção público-privado só pode surgir onde há uma unidade suprapessoal presente. Quando há, ela determina quem é amigo e inimigo, e assim nenhuma pessoa privada pode fazer tal determinação. Ele pode odiar aqueles que se opõem a ele ou que o desagradam, ou que competem com ele, mas ele não os pode tratar como inimigos no sentido ilimitado.

A falta de duas palavras para distinguir inimigo público e privado tam-bém contribuiu para confusão na interpretação da famosa passagem bíblica (Mateus 5:44; Lucas 6:27) "Amai seus inimigos". As versões em grego e em latim usam as palavras referentes a um inimigo privado. E é a isso, de fato, que a passagem se refere. É obviamente uma adjuração para colocar de lado o ódio e a malícia, mas não há necessidade alguma de que se odeio o inimigo público. O ódio não está contido no pensamento político. Qualquer ódio trabalhado contra o inimigo público é apolítico, e sempre demonstra alguma fraqueza na situação política interna. Essa passagem bíblica não recomenda ninguém a amar o inimigo público, e durante as guerras contra sarracenos e turcos nenhum Papa, santo ou filósofo assim a interpretou. Ela certamente não aconselha a traição por amor ao inimigo público.

II - Cada agrupamento não-político de qualquer tipo, legal, social, reli-gioso, econômico ou outro se torna finalmente político se ele cria uma oposição profunda o bastante para colocar homens uns contra os outros como inimigos. O Estado enquanto unidade política exclui por sua natureza oposições desses tipo. Se, porém, uma disjunção ocorre na população de um Estado que é tão profunda e forte que ela a divide em amigos e inimi-gos, isso mostra que o Estado, ao menos temporariamente, não existe na verdade. Ele não é mais uma unidade política, já que todas as decisões políticas não estão mais concentradas nele. Todos os Estados quaisquer sejam mantém um monopólio de decisão política. Esse é um outro jeito de dizer que eles mantém a paz interna. Se algum grupo ou ideia se torna tão forte que ela pode criar um agrupamento amigo-inimigo, ele é uma unidade política; e se forças são geradas que o Estado não pode gerenciar pacifi-camente, ele desapareceu, ao menos temporariamente. Se o Estado tem que recorrer à força, isso em si mesmo mostra que há duas unidades políticas, em outras palavras, dois Estados ao invés do que originalmente havia ali.

Isso suscita a questão da significância da política interna. Dentro de um Estado, nós falamos em política social, política judiciária, política religiosa, política partidária e similarmente. Obviamente elas representam outro significado da palavra, já que elas não contém a possibilidade de uma disjunção entre amigo e inimigo. Elas ocorrem dentro de uma unidade pacificada. Elas somente podem ser chamadas "secundárias". A essência do Estado é que dentro de seu reino ele exclui a possibilidade de um agru-pamento amigo-inimigo. Assim conflitos ocorrendo dentro de um Estado são por sua própria natureza limitados, enquanto o conflito verdadeiramen-te político é ilimitado. Cada um desses conflitos inverdadeiramen-ternos limitados obvia-mente pode se tornar o foco de uma disjunção política real, se a ideia que se opõe ao Estado for forte o suficiente, e os líderes do Estado tiverem perdido sua segurança. Se isso ocorre - novamente, o Estado deixou de existir. Um organismo ou segue sua própria lei, ou ele se torna doente. Essa é a lógica orgânica e ela governa a todos os organismos, planta, animal, homem, cultura. Ou eles são eles próprios, ou eles adoecem e morrem. Não é para eles a perspectiva racional e lógica que diz que qual-quer coisa que possa ser escrita de modo cogente em um sistema pode então ser impingido a um organismo. O pensamento racional é meramente uma das criações multifacetadas da vida orgânica, e ele não pode, sendo subsidiário, incluir a totalidade em sua contemplação. Ele é limitado e só pode funcionar de uma certa maneira, e com materiais que estão adapta-dos a tal tipo de tratamento. O organismo é a totalidade, porém, e ele não entrega seus segredos a um método que ele desenvolve a partir de sua própria habilidade adaptativa de lidar com problemas inorgânicos que ele tem que superar.

A política secundária pode muitas vezes distorcer a política primária. Por exemplo, a política feminina de ciúme pequeno e ódio pessoal que foi efetiva na corte de Luís XV foi instrumental em devotar muito da energia política francesa ao conflito menos importante contra Frederico, e pouca energia política francesa ao conflito mais importante contra a Inglaterra no Canadá e na Índia e nos mares. Frederico o Grande não era amado por Pompadour, e a França pagou com um império para incomodá-lo. Quando a hostilidade privada exerce tamanho efeito sobre o púbico é apropriado falar em distorção política, e de tal política como uma política distorcida. Quando um organismo consulta ou está sob controle de qualquer força externa a sua própria lei de desenvolvimento, sua vida é distorcida. A relação entre uma inimizade privada e uma política pública a qual ela está circunstanciada a distorcer é a mesma que há entre o microestadismo europeu e a civilização ocidental. O jogo coletivamente suicida da política nacionalista distorceu todo o destino do Ocidente após 1900 para a vanta-gem de forças extra-europeias.

III - A natureza concreta da política é demonstrada por certos fatos lin-guísticos que aparecem em todas as línguas ocidentais. Invariavelmente os conceitos, ideias, e vocabulário de um grupo político, são polêmicos, pro-pagandísticos. Isso é verdadeiro ao longo de toda história superior. As palavras Estado, classe, Rei, sociedade - possuem todas elas seu conteú-do polêmico e possuem um significaconteú-do inteiramente diferente para os partidários do que possuem para seus oponentes. Ditadura, governo das leis, proletariado, burguesia - essas palavras não possuem sentido além do sentido polêmico, e não se sabe o que elas pretendem transmitir a não ser que se saiba quem as está usando e contra quem. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, liberdade e democracia foram usados como termos para descrever todos os membros da coalização contra a Europa, com um desprezo total pela semântica. A palavra "ditadura" foi usada pela coalizão extra-europeia para descrever não somente a Europa, mas qual-quer país que se recusasse a se unir à coalizão.

Similarmente, a palavra "fascista" foi usada puramente como termo de abuso, sem qualquer base descritiva, tanto quanto a palavra "democracia" era uma palavra de elogio, mas não de descrição. Na imprensa americana, por exemplo, tanto durante a guerra de 1914, como a de 1939, a Rússia foi sempre descrita como uma "democracia". A Casa de Romanov e o regime bolchevique eram igualmente democráticos. Isso era necessário para preservar a imagem homogênea dessas guerras que a imprensa havia pintado para seus leitores: a guerra era uma da democracia contra a ditadu-ra; a Europa era uma ditadura, logo, qualquer coisa lutando contra a Euro-pa era uma democracia. Do mesmo jeito, Maquiavel descreveu qualquer Estado que não era uma monarquia como uma república, uma definição

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polêmica que permaneceu até hoje. Para Jack Cade a palavra "nobreza" era um termo de danação, para aqueles que reprimiram sua rebelião, ela significava tudo de bom. Em um tratado legal, o guerreiro de classe Karl Renner descrevia o aluguel pago pelo inquilino ao proprietário como um "tributo". Do mesmo jeito, Ortega y Gasset chama a ressurgência da autori-dade estatal, das ideias de ordem, hierarquia e disciplina, de revolta das massas. E para um verdadeiro guerreiro de classe, qualquer marinha é socialmente valiosa, mas um oficial é um "parasita".

Durante o período em que o liberalismo governo na civilização ociden-tal, e o Estado foi reduzido, teoricamente, ao papel de "vigia noturno", a própria palavra "política" mudou seu sentido fundamental. De descrever as atividades de poder do Estado, ela agora descrevia os esforços de indiví-duos privados e suas organizações em garantir posições no governo como meio de vida, em outras palavras a política veio a significar política partidá-ria. Leitores em 2050 terão dificuldade em entender essas relações, pois a era dos partidos estarão tão esquecidas então quanto a Guerra do Ópio hoje.

Todos os organismos estatais estavam distorcidos, adoecidos, em cri-se, e essa introspecção foi um grande sintoma disso. Supostamente a política interna era primária.

Se a política interna era efetivamente primária, isso deve ter significado que agrupamentos amigo-inimigo poderiam surgir em uma questão política interna. Se isso aconteceu, no caso extremo a guerra civil seria um resulta-do, mas a não ser que uma guerra civil ocorresse, a política interna era ainda na verdade secundária, limitada, privada, e não pública. A própria contenção de que a política interna era primária era polêmica: o que se queria dizer é que ela deveria ser. Os liberais e guerreiros de classe, então assim como agora, falavam de seus desejos e esperanças como fatos, quase-fatos ou fatos potenciais. O único resultado de se focar energia em problemas internos foi enfraquecer o Estado, em suas relações com outros Estados. A lei de cada organismo permite apenas duas alternativas: ou o organismo deve ser verdadeiro consigo mesmo, ou ele convalesce e morre. A natureza, a essência do Estado é paz interna e conflito externo. Se a paz interna é perturbada ou rompida, a luta externa é prejudicada.

Os modos de pensamento orgânico e inorgânico não se cruzam: a lógi-ca ordinária escolar, a lógilógi-ca de textos filosóficos, nos dizem que não há razão pela qual Estado, política e guerra precisam existir. Não há razão lógica pela qual a humanidade não poderia ser organizada como uma sociedade, ou como uma iniciativa puramente econômica, ou como um vasto clube literário. Mas os organismos superiores dos Estados, e os organismos mais elevados, as Altas Culturas, não pedem permissão aos lógicos para existirem - a própria existência desse tipo de racionalista, o homem emancipado da realidade, é a penas um sintoma de uma crise na Alta cultura, e quanto a crise passa, os racionalistas passam com ela. O fato de que os racionalistas não estão em contato com as forças invisíveis e orgânicas da História é demonstrado por suas previsões de eventos. Antes de 1914, eles universalmente afirmavam que uma guerra europeia geral era impossível. Dois tipos diferentes de racionalistas deram suas duas razões diferentes. Os guerreiros de classe da Internacional, disseram que o socia-lismo internacional tornaria impossível mobilizar "os trabalhadores" de um país contra "os trabalhadores" em qualquer outro país. O outro tipo - tam-bém com seu centro de gravidade na economia, já que racionalismo e materialismo estão indissoluvelmente ligados - disse que nenhuma guerra geral era possível porque a mobilização causaria tamanho deslocamento da vida econômica dos países que uma catástrofe ocorreria em poucas semanas.

Instituto público

Um instituto público (IP) ou instituto de direito público constitui um tipo de organismo que integra a administração indireta do Estado ou das regiões autônomas.

A figura do instituto público existe em Portugal e em outros países e territórios, com sistemas de administração pública inspirados no sistema português, como Angola,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Lorosae.

Em Portugal, são considerados institutos públicos os serviços e fundos, da Administração do Estado e das regiões autônomas dos Açores e

da Madeira, quando dotados de personalidade jurídica. Os fundos personalizados, considerados institutos públicos, são também designados "fundações públicas".

As entidades públicas empresariais (EPE) - criadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro - não são consideradas institutos públicos.

Atualmente, os princípios e as normas porque se regem os institutos públicos estão definidos pela Lei n.º 3/2004, de 15 de janeiro (Lei Quadro

dos Institutos Públicos). Designação

Geralmente, a designação de um instituto público, inclui a palavra "instituto" (ex.: Instituto Português da Qualidade e Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento) ou, no caso de fundos, a palavra "fundação" (ex.: Fundação para a Ciência e a Tecnologia e Fundação INATEL).

No entanto, em alguns institutos públicos isso não acontece (ex.: Laboratório Nacional de Engenharia Civil). Por outro lado, existem alguns serviços públicos que incluem a palavra "instituto" na sua designação, mas que não têm a natureza jurídica de instituto público (ex.: Instituto de Socorros a Náufragos e Instituto Geográfico do Exército).

A partir de 2004, independentemente da sua designação, os institutos públicos da Administração Central passaram a incluir obrigatoriamente o sufixo "IP" na sua designação.

Princípios fundamentais

Os institutos públicos são pessoas coletivas de direito público, dotadas de órgãos e patrimônio próprios, devendo em regra preencher os requisitos de que dependem a autonomia administrativa e financeira. Em casos excepcionais, podem ser criados IP dotados apenas de autonomia administrativa.

Cada IP está adstrito a um departamento ministerial designado como "ministério da tutela". No caso de ser tutelado por mais de um ministério, um IP considera-se adstrito ao departamento ministerial cujo titular exerça sobre ele poderes de superintendência.

Os IP só podem ser criados para o desenvolvimento de atribuições que recomendem a necessidade de uma gestão não submetida à direção do Governo, como são os casos de atividades com certas especificidades técnicas, da produção de bens e da prestação de serviços. Não podem ser criados IP para desempenharem atividades que a Constituição obrigue a que sejam desempenhadas por organismos da administração direta do Estado. Os IP também não podem personalizar serviços de estudo e concepção ou serviços de coordenação, apoio e controlo de outros serviços administrativos.

Mediante autorização do ministro da tutela, um IP pode delegar em entidades privadas a prosecução de algumas das suas atribuições, bem como os poderes para o efeito.

Cada IP terá estatutos próprios, estabelecidos em conjunto pelo ministro das Finanças e pelo ministro da tutela, os quais definirão a sua estrutura e organização. A Constituição ou uma lei especial podem atribuir, a um IP, autonomia estatutária, caso em que é o próprio instituto a elaborar os seus estatutos que, no entanto, terão que ser homologados ou aprovados pelo Governo.

Organização

Os institutos públicos incluem, como órgãos necessários, um conselho diretivo e um fiscal único. Além destes, os estatutos de um IP podem prever outros órgãos, nomeadamente de natureza consultiva ou de participação dos destinatários da respectiva atividade.

O conselho diretivo é o órgão colegial responsável pela definição da atuação do IP, como pela direção dos seus serviços. É composto por um presidente e dois a quatro vogais, podendo ter também um vice-presidente em vez de um dos vogais. Os membros dos conselhos diretivos dos IP são nomeados em conjunto pelo primeiro-ministro e pelo ministro da tutela, sob proposta deste.

O fiscal único é o órgão de fiscalização do IP, sendo responsável pelo controlo da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira e

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patrimonial do instituto. O fiscal único é um revisor oficial de contas ou sociedade de revisores oficiais de contas, nomeado em conjunto pelo ministro das Finanças e pelo ministro da tutela.

Quando exista, o conselho consultivo é o órgão de consulta, apoio e participação na definição das linha gerais de atuação do IP e nas tomadas de decisão do conselho diretivo. Conforme os estatutos do IP, o conselho consultivo pode ser composto por representantes das entidades ou organizações dos interessados na atividade do instituto, por representantes de outros organismos públicos e por técnicos e especialistas independentes.

Os IP com menor complexidade podem adotar um regime de organização simplificada, em que o único órgão de direção é um diretor - eventualmente coadjuvado por um subdiretor - e um conselho administrativo.

Nos IP com gestão participada, definida pela Constituição ou por lei especial, a organização do instituto pode prever a participação de terceiros nos seus órgãos de direção.

Pessoal

O pessoal dos institutos públicos estabelece uma relação de emprego com o respectivo instituto.

Os IP podem adotar o regime da função pública ou o regime de contrato individual de trabalho, para o seu pessoal. No primeiro caso, o pessoal do IP será constituído majoritariamente por funcionários públicos. No segundo caso, será constituído por funcionários contratados, não sujeitos ao regime da função pública. No entanto, mesmo que adote o regime da função pública, um IP pode ter parte do seu pessoal sujeito a contrato individual de trabalho.

Institutos de regime especial

Alguns institutos públicos estão sujeitos a um regime especial, estando as suas normas e princípios estabelecidos por leis especiais e não pela Lei

Quadro dos Institutos Públicos.

São institutos de regime especial: as universidades e escolas de ensino superior politécnico, as instituições públicas de solidariedade especial, os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde, as regiões de turismo, o Banco de Portugal e os fundos que funcionam junto dele, as entidades administrativas independentes, o Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça e o Fundo de Garantia Financeira da Justiça por aquele gerido.

Cidadania (do latim, civitas, "cidade") é o conjunto de direitos e deve-res ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive.

O conceito de cidadania sempre esteve fortemente "ligado" à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (indireto), seja ao concorrer a um cargo público (direto). No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de Direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade.

Cargo, Emprego E Função Pública

O quadro funcional é o espelho quantitativo de servidores públicos da Administração e consiste no conjunto de carreiras, cargos isolados e fun-ções públicas remuneradas integrantes de uma mesma pessoa federativa ou de seus órgãos internos.

Cargo público é o lugar dentro da organização funcional da organiza-ção funcional da Administraorganiza-ção Direta e de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público, submetidos ao regime estatuá-rio, tem funções específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente.

Para Celso Antonio Bandeira de Melo são as mais simples e indivisí-veis unidades de competência a serem titularizadas por um agente. São criados por lei, previstos em número certo e com denominação própria.

A função pública é a atividade em si mesma, é a atribuição, as tarefas desenvolvidas pelos servidores. São espécies: Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e destinadas ás atribuições de chefia, direção e assesso-ramento;

Funções exercidas por contratados por tempo determinado para aten-der a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada ente federado.

Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por pessoas contratadas para desempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista e somente podem ser criados por lei.

Logo, o servidor público aprovado em concurso público, com vínculo estatutário, tem cargo e exerce função e os servidores públicos regidos pela CLT exercem função, mas não ocupam cargos. http://forum.jus.uol.com.br/140027/

Cargo público

Aquele criado por lei, em número certo, com denominação própria e remunerado pela Fazenda Pública. Pode ser cargo de carreira, isto é, o que se integra em classes e corresponde a uma profissão, ou cargo isolado, a saber, aquele que não pode se integrar em classes e corresponde a uma função certa e determinada.

Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Distinção Entre Cargo Público E Função Pública

A organização geral do funcionalismo é uma exigência da Constituição (art. 37,I) que determina que todo o cargo público só pode ser criado por lei. Não há como se confundir cargo com função pública. A ideia de função pública está relacionada com atividade, atribuição, conforme demonstrado no item primeiro deste trabalho. Cargo, por sua vez, no seu sentido etimo-lógico, pode ser traduzido como incumbência.

Sob o aspecto material representa o lugar onde o servidor desempenha sua atividade específica.

Cargo público é portanto,

o lugar instituído na organização do funcionalismo, com denominação própria, atribuições específicas, e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por seu titular, na forma estabelecida em lei. Ex.: Audi-tor Fiscal do Tesouro Nacional (AFTN), Técnico do Tesouro Nacional (TTN), Fiscal de Mercadorias em Trânsito, Agente Administrativo, Procura-dor do Estado, etc.

Função pública é

a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional ou individualmente a determinados servidores de serviços eventuais.

Todo o cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As fun-ções do cargo são definitivas, como ensina Hely Lopes Meirelles, enquanto as funções autônomas são provisórias. Daí porque as funções permanen-tes da Administração devem ser desempenhadas por titulares de cargos e, as transitórias, por servidores designados, admitidos ou contratados preca-riamente.

Os cargos são distribuídos em classes (agrupamento de cargos da mesma profissão e com idênticas atribuições, responsabilidades e venci-mentos) e carreira (agrupamento de classes da mesma profissão ou ativi-dade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço). O conjunto de carrei-ras e cargos isolados constitui o quadro permanente do serviço dos diver-sos órgãos da Administração.

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Assim, cargo de carreira é escalonado em classes, para acesso privati-vo de seus titulares, até a mais alta hierarquia profissional. Já o cargo de chefia é o que se destina à direção dos serviços.

Um quadro administrativo, portanto é composto de cargos de carreira e cargos isolados, considerados aqueles como de caráter dinâmico que possibilitam ascensão do funcionário na escala hierárquica. Contrario sensu os cargos isolados não oferecem condições de promoção.

O magistério superior, por exemplo, é uma carreira, porque resulta do agrupamento das classes seguintes: professores assistentes, adjuntos e titulares.

Direito Do Titular Do Cargo Público

Entre os direitos do titular do cargo público está o da estabilidade, mas esta restringe-se ao exercício, às prerrogativas da função, pois o cargo não é apropriável pelo servidor.

A administração, por isto mesmo, pode alterar os cargos públicos ou os serviços, independentemente da aquiescência de seu titular, como já vi-mos, visto que este não tem direito adquirido à imutabilidade de suas atribuições. Hely Meirelles doutrina:

O funcionário tem direito adquirido à permanência no funcionalismo, mas nunca adquirirá direito ao exercício da mesma função, no mesmo lugar e nas mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem uma exceção constitucional à regra estatutária.

Segue dizendo o mestre:

Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, o seu titular terá direito ao exercício nas condições estabelecidas pelo Estatuto, mas se se modificar a estrutura, as atribuições, os requisitos para o seu desempenho, lícita é a exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência de seu ocu-pante, para que outro o desempenhe na forma da lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Executivo, sem lei que o autorize. (Op. Cit., pág. 365)

Temos, a título de exemplo, na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional uma mudança de nomenclatura de cargos e atribuições, onde os cargos de Fiscais de Tributos Federais e Controladores de Arrecadação, forma extintos em 1985 e transformados no atual AFTN, consoante Decre-to-lei n° 2.225/85, sem que isto tenha causado qualquer furor nos tribunais. Allaymer Bonesso

Ideias acerca da função pública

Francisco Mafra

A função pública trata-se da ligação, do relacionamento jurídico entre o Estado e seus agentes. Ou seja, o relacionamento entre o Estado e estes últimos, conceitualmente, é jurídico e não contratual. Ela é consequente de determinações legais e não meramente contratuais como se dá, por exem-plo, entre as empresas privadas e seus empregados.

Função pública também representa, em seu conjunto, das funções, das ações próprias ou naturais do aparelho do Estado, ou seja, as funções dos poderes públicos.

Ainda, é cada uma das grandes divisões da atividade do Estado na consecução de seus objetivos jurídicos.

Trata-se do regime jurídico que estabelece as regras legais que disci-plinarão temas como acessibilidade aos cargos públicos e comissionados, as nomeações para as funções de confiança os direitos e deveres dos agentes, como serão promovidos, remunerados, penalizados e aposenta-dos.

A Constituição Federal de 1988 previa a obrigatoriedade de regime ju-rídico único para todos os servidores públicos. A Emenda Constitucional nº 19, de 1998, modificou o conteúdo do caput do art. 39 e a redação do inciso V do art. 206, da primeira e, desta forma, eliminou esta

obrigatorie-dade. Hoje em dia, desta forma, o regime jurídico pode ser estatutário ou celetista (CLT) e administrativo especial.

Alguns servidores públicos serão submetidos a regime estatutário pelo fato de seus cargos serem efetivos e ou vitalícios. Assim temos os mem-bros da Magistratura, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.

Sendo os servidores públicos incluídos na espécie dos agentes públi-cos administrativos, categoria dos prestadores de serviços à Administração a ela vinculados por relações profissionais, consequentes de serem investi-dos em cargos e funções, a título de emprego e com retribuição pecuniária.

São servidores públicos no Brasil os agentes públicos que se vinculam

à Administração Pública, direta e indireta, do Estado, sob regime jurídico estatutário regular, geral ou peculiar, administrativo especial ou celetista (CLT).

A classificação atual dos servidores públicos, em sentido amplo, de a-cordo com a CF/88 é a seguinte:

a) agentes políticos - os que ocupam cargos vitalícios e ocupam as

chefias das assessorias diretas dos chefes do executivo nos diferentes níveis da federação;

b) servidores públicos em sentido estrito ou estatutários - os titulares

de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar que são integrantes da Administração direta, das autar-quias e das fundações com personalidade de Direito Público. Por se tratar de cargo efetivo, os seus titulares podem adquirir estabilidade e estarão sujeitos a regime próprio ou especial de previdência social.;

c) empregados públicos - titulares de emprego público das

Administra-ções direta e indireta, sujeitos ao regime jurídico da CLT. Os empregos públicos não dão aos seus titulares estabilidade e nem sujeitam os mesmos a regime próprio de previdência social;

d) os contratados por tempo determinado - servidores públicos sujeitos

ao regime jurídico especial da lei prevista no art.37, IX da Constituição Federal. A sua previdência é o regime geral de previdência social. São contratados apenas temporariamente e com o objetivo de atender necessi-dade apenas temporária de excepcional interesse público.

e) dos militares. Cargos públicos

Cargo público é o lugar instituído por lei para ser exercido, dentro da organização da administração pública, por um titular, tendo designação própria, deveres e obrigações determinados, além de remuneração corres-pondente.

Função pública, de acordo com a concepção atual da CF/88 é o con-junto de prerrogativas que são conferidos a determinados servidores para a realização de serviços casuais e fortuitos. A remuneração é feita pelo desempenho de cada atividade e não titulariza o servidor a nenhum cargo público.

De acordo com o texto da EC 19, as funções de confiança só podem ser exercidas por servidores ocupantes de cargos efetivos. São dirigidas, necessariamente, às atribuições de direção, chefia e assessoramento, as quais têm natureza permanente. As funções são de livre nomeação e exoneração em virtude da sua própria natureza de confiança.

As funções permanentes da Administração são atribuídas aos titulares dos cargos, as transitórias, por servidores designados, admitidos ou con-tratados precariamente. Os cargos dão estabilidade aos seus titulares, ao contrário das funções que não dão este direito aos seus ocupantes. A EC 19 delimita o exercício das funções de confiança aos titulares de cargos efetivos, ou seja, os concursados. A "confiança" ficará restrita, desta forma, ao âmbito interno da Administração.

É a função noção de significado dinâmico, trazendo consigo a noção de movimento, de atividade realizada por órgão para alcançar determinados fins.

Em relação às funções de Estado, temos como exemplo a defesa da soberania, a manutenção e garantia da paz interna e o bem-estar geral. São elas realizadas pelos seus representantes, ou seja, os funcionários ou servidores públicos.

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A prática dos atos prescritos por determinação constitucional ou legal relativos Estado em sua unidade, constitui a realização de função e o agente que concorre para a perfeita integração do ato é órgão do Estado.

Função pública é, assim, toda atividade realizada por agente, funcioná-rio ou não, para a consecução de um fim de interesse público.

RELAÇÕES HUMANAS

PROF. JALBER – RELAÇÕES PÚBLICAS

1. Ética na Administração Pública: Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n.º 1.171/94.

Introdução ao Código de ética Profissional dos Servidores Civis do Poder Executivo Federal

1.1 Introdução

Alguns editais de concurso público para cargos lotados na Administra-ção Federal exigem conhecimento prévio do código de Ética Profissio-nal de seu pessoal administrativo civil (porque os militares têm seu próprio regimento interno nos códigos de conduta militar de cada ramo das armas – Exército, Marinha e Aeronáutica). Essas regras foram baixadas através do Decreto Nº 1.171, de 22 de junho 1994, que apro-vou o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Por iniciativa do Poder Executivo Federal

foram instituídas as regras de disciplina ética e moral do funcionalismo e, para que essas regras fossem aplicadas na administração, o próprio texto do decreto determina que se criem, imediatamente, em todos os órgãos da administração federal, Comissões de Ética, formadas por funcionários designados para este fim. Essas comissões são integradas por três servidores (administração direta) ou empregados (administra-ção indireta e empresas públicas federais) titulares de cargo efetivo ou emprego permanente – vale dizer, somente funcionários efetivados por concurso público podem integrar essas comissões.

O texto do decreto é curso e somente institui o Código de Ética Profis-sional, pois seu texto propriamente dito está contido no Anexo do de-creto. É dividido em dois capítulos e três seções. No primeiro capítulo, constam as seções sobre Regras Deontológicas (princípios de ética

profissional); Deveres do Servidor Público e Vedações (proibições) ao Servidor Público. O segundo capítulo versa especificamente sobre

a constituição e funcionamento das Comissões de Ética. 1.2 Regras Deontológicas

No âmbito de interesse de nossa preparação, a Deontologia pode ser definida como o estudo das regras de disciplina ética que regulamen-tam o exercício de uma determinada profissão. Várias categorias pro-fissionais cujo exercício da profissão é regulamentado por lei federal (como os médicos, advogados, contadores, enfermeiros, engenheiros, etc.) têm o exercício de suas funções profissionais disciplinados quanto à ética de suas profissões. A ciência que estuda a aplicação dessas regras se chama Deontologia. O poder Executivo Federal instituiu as regras a serem aplicadas no exercício da função pública, aplicando-se a todos os servidores e empregados civis da União. Segundo o Código, os princípios deontológicos a serem protegidos e que fundamentam a ética profissional do servidor são:

A dignidade Revelando aqui o respeito à dignidade humana

O decoro A noção de comportamento compatível com o exercício das funções e do cargo

que ocupa na administração

O zelo O cuidado com a coisa e com a imagem da coisa pública

A eficácia A busca pela eficiência de seus atos, tornando eficaz o ato administrativo E a consciência

dos princípios morais

Preservação dos princípios gerais da moral e dos bons costumes.

Estes princípios devem ser respeitados pelo funcionário estando ou não no exercício da função pública, pois a sua conduta como cidadão refle-tirá no seu papel social como servidor da administração pública. Se-gundo o Código em estudo “O servidor público não poderá jamais

desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto”, sempre de acordo com a Lei e com a

Constitu-ição Federal.

Como o fundamento e finalidade do serviço público é o bem comum, a

moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. Assim, ato administrativo somente se convalida se

respei-tados esses princípios éticos.

Com exceção dos casos em que a lei determina sigilo administrativo (segurança nacional, investigação criminal, segredo de justiça, por exemplo), os atos dos servidores, quando no exercício de suas fun-ções, são eminentemente públicos e só se dão por concluídos quando revestidos dessa publicidade (dar-se conhecimento ao público) constitui

requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprome-timento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

É um princípio clássico constitucional que toda pessoa tenha direito à

verdade. Assim, o servidor não pode omitir ou falsear, mesmo que

contrarie os interesses da pessoa interessada ou da Administração em que atua.

Por outro lado, a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica-dos ao serviço público devem caracterizar plenamente o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que precisa ser atendida (e que cumpre suas obrigações com o Estado) constitui dano moral. Também contra o bem público, constitui dano a conduta que resulte em deterio-ração, por descuido ou má vontade.

A demora no atendimento ou na apresentação de solução a problemas que são de sua responsabilidade, permitindo a formação de longas

filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, além

de atitude contra a ética ou, também constitui grave dano moral aos

usuários dos serviços públicos.

A assiduidade e o compromisso com sua produção individual na repar-tição em que presta serviço é obrigação ética, de acordo como o Códi-go em estudo. As ausências injustificadas do servidor de seu local de trabalho são fator de desmoralização do serviço público, o que quase

sempre conduz à desordem nas relações humanas. 1.3 Principais deveres do servidor público

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Além daqueles deveres contidos na legislação específica (Lei 8.112, Estatuto dos Servidores Civis), o código em estudo discrimina o que chama de deveres fundamentais, ou seja, que servem como base dos princípios da ética e do comportamento desejado. São eles:

Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo...

Significa empenhar-se para que cumpra as determinações dentro dos prazos fixados e com razoabilidade administrativa

Exercer suas atribuições com rapidez,

per-feição e rendimento... É o princípio da eficácia...

Ser probo, reto, leal e justo, Ser honesto, sem desvio de condu-tas, de confiança e agir com senso de justiça.

Jamais retardar qualquer prestação de

contas Zelar pela clareza e pontualidade na prestação de contas do que é público

Tratar cuidadosamente os usuários dos

serviços Ter o cuidado de preservar a digni-dade e o respeito à pessoa humana

Ter consciência de que seu trabalho é regido

por princípios éticos Agir sempre dentro dos princípios e fundamentos deste Código

Ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção

Atender sempre com gentileza, educação e boa vontade, com atenção especial às dificuldades e deficiências dos assistidos

Ter respeito à hierarquia Obedecer a ordens, sem se vincular a subserviências pessoais ou oportu-nistas

Resistir a todas as pressões

que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas

Manter-se inerte a qualquer tipo de vinculação contrária ao interesse público e à probidade do cargo.

Zelar

pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva

Mesmo em estado de greve decreta-da, cuidar para que os serviços classificados como essenciais sejam prestados

Ser assíduo e frequente ao serviço Comprometer-se com a pontualidade e frequência Comunicar imediatamente

todo e qualquer ato ou fato contrário ao

interesse público Responsabilizar-se pela denúncia de irregularidades em seu setor

Manter limpo e em perfeita ordem o local de

trabalho Organização e asseio no ambiente de trabalho

Participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções

Participar e interessar-se por cursos de aperfeiçoamento e especialização no seu setor de trabalho

Vestimentas adequadas ao exercício da

função Vestir-se de acordo com o ambiente e o cargo que exerce

Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação

Procurar se informar permanente-mente quanto às instruções de serviço, modificações de regras, leis pertinentes, etc.

Cumprir as tarefas de seu cargo ou função

com critério, segurança e rapidez É o mesmo princípio da eficácia e eficiência

Facilitar a fiscalização É dever de todos os cidadãos e ao funcionário é princípio ético profissio-nal

Exercer com estrita moderação as

prerroga-tivas funcionais Evitando exageros, desperdícios e “mordomias”

Abster-se

de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público

Não se valer do cargo ou função para obter vantagens pessoais ou pres-sionar as pessoas, etc.

Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética

Colaborar na divulgação destes princípios éticos, tidos como deveres funcionais

1.4 Vedações ao servidor público

Em sentido jurídico, vedar significa proibir, impedir alguma prática inadequada ou indesejável. Segundo esses princípios éticos estuda-dos, “é vedado ao servidor público”:

Favorecer-se do cargo para obter vantagens ilícitas;

Prejudicar de qualquer forma a reputação de seus subordinados; Ser solidário em conivências pessoais que constituam infração a este Código;

Fazer uso de artifícios para atrasar ou criar empecilhos ao exercício do direito de outras pessoas;

Não fazer uso de recursos técnicos e científicos no exercício da função que estejam ao seu alcance;

Viabilizar danos causados ao serviço público vinculados a interesses pessoais;

Vincular, de qualquer maneira, sua prestação funcional a pagamentos ou vantagens pessoais estranhos à administração pública;

Alterar ou faltar com a verdade no conteúdo de documentos sob sua responsabilidade;

Faltar com a verdade ou dissimular o atendimento e a prestação de serviço público;

Determinar subordinados a atendimento de seus interesses pessoais; Retirar, mesmo sem intenção de apropriar-se, objetos e documentos pertencentes à administração pública;

Revelar ou fazer uso de informações confiadas ao seu cargo ou função em seu benefício ou de outras pessoas;

Embriaguez habitual;

Colaborar com iniciativas que atentem contra a moral, honestidade, dignidade humana, etc.;

Exercer ou envolver-se com atividades antiéticas;

1.5 Comissões de ética

Para a investigação dos desvios de conduta moral e ética dos funcioná-rios e a aplicação desses artigos, é criada, em cada órgão da adminis-tração pública federal, uma Comissão de Ética, responsável pelo pro-cesso administrativo que se formará para tac finalidade.

Também tem essa comissão a incumbência de orientar e aconselhar

sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

É ela também encarregada de providenciar os procedimentos de análi-se de merecimento de promoções verticais dos funcionários, quando baseados na conduta ética dos interessados: À Comissão de Ética

incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções.

Apesar da Comissão ser integrada impreterivelmente por funcionários de carreira (admitidos por concurso público), sua incumbência atinge a todos os servidores vinculados à administração, desde que prestem serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, ligados direta ou indiretamente a qual-quer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públi-cas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou ainda em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

1.6 A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. 1.6.1 Comissões de ética

Para a investigação dos desvios de conduta moral e ética dos funcioná-rios e a aplicação desses artigos, é criada, em cada órgão da adminis-tração pública federal, uma Comissão de Ética, responsável pelo pro-cesso administrativo que se formará para tac finalidade.

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