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COMUNICAÇÃO PROXÊMICA ENTRE MÃE E FILHO EM ALOJAMENTO CONJUNTO

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Academic year: 2021

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Simone Gonçalves Vasconcelos* Simone de Souza Paiva** Marli Teresinha Gimeniz Galvão***

RESUMO: RESUMO:RESUMO: RESUMO:

RESUMO: A proxêmica estuda o modo como o indivíduo organiza inconscientemente seu espaço, sendo aspecto relevante no processo comunicativo. Propôs-se analisar a comunicação proxêmica entre mãe e filho em alojamento conjunto. Estudo descritivo exploratório, realizado com seis binômios mãe e filho, em maternidade de Fortaleza-CE, em 2005. Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica de obser-vação direta não participante e sistemática, com roteiro preestabelecido. Analisou-se sete interações entre mãe e filho. Houve predominância do toque localizado e o tom de voz baixo. O berço constituiu fator de dificuldade na relação mãe-filho, já a amamentação mostrou-se como fator determinante de aproximação. A comunicação proxêmica surge na Enfermagem como novo objeto de estudo, capaz de proporcionar, com sua valorização, melhoria na atuação profissional, pois promove a adequação do posicionamento espacial de mãe e filho na enfermaria, facilitando seu contato afetivo, visual e tátil e a atenção dispensada.

Palavras-Chave: Palavras-Chave:Palavras-Chave: Palavras-Chave:

Palavras-Chave: Alojamento conjunto; comunicação proxêmica; interação mãe-filho. ABSTRACT

ABSTRACTABSTRACT ABSTRACT

ABSTRACT::::: Proxemics studies the way by which each individual unconsciously organizes his or her space, being a relevant aspect in the communicative process. We proposed to analyze the proxemic communication between mother and son in the rooming-in care, by the means of an exploratory descriptive study, carried out with six mother-son couples, in a maternity of Fortaleza, Ceará, in 2005. For data collection, it has been used the technique of non-participating and systematic direct observation, with a pre-established route. Seven mother-son interactions have been analyzed. We have observed that localized touching and low tune of voice predominated. The crib constituted a difficulty factor for mother-son relationship. On the other hand, breast-feeding showed itself as a determinant factor of approach. The proxemic communication appears in Nursery as a new object of study, capable of improving the professional performance because it promotes the adequacy of the spatial positioning of mother and son in the nursery room, facilitating their visual, physical and affective contact and the care.

Keywords: Keywords: Keywords: Keywords:

Keywords: Rooming-in care; proxemic communication; mother-child interaction.

I

NTRODUÇÃO

A

s primeiras interações

da mãe com o re-cém-nascido (RN) têm sido descritas como um pro-cesso comunicativo e de apego materno, conside-rando-se uma ação que estimula a adaptação mãe e filho1, fase de adequação, na qual o bebê passa a

fazer parte do mundo externo.

Manter a mãe e a criança juntas logo após o nascimento estimula a operação de mecanismos sensoriais, hormonais, fisiológicos, imunológicos e comportamentais conhecidos, que vinculam os pais ao bebê2. Pesquisadores descrevem que vínculo é

a relação de dependência do bebê para com os

pais, iniciado desde a concepção, enquanto que apego é conseqüência de um processo de relaci-onamento entre duas pessoas, cujos indicadores seriam comportamentos de acariciar, beijar, acon-chegar e prolongadas trocas de olhar2.

No alojamento conjunto (AC), mãe e filho podem começar a desenvolver esta relação de apego, pois ela passa, então, a prestar cuidados diretamente ao filho, observando as necessida-des por ele reveladas e esforçando-se para supri-las da maneira mais eficiente possível. O AC, implantado no Brasil desde meados da década

(2)

de 90, permite ao recém-nascido sadio, após o nas-cimento, permanecer ao lado da mãe 24 horas por dia, até a alta hospitalar. Esse sistema permite ori-entar e ajudar a mãe, capacitando-a para cuidar adequadamente de seu filho e de si mesma, e, ao mesmo tempo, incentiva a importância desses cui-dados e da participação do pai nestas atividades3.

Por meio da comunicação, é possível se esta-belecer relações com os outros e formar uma rede de contatos sociais. Esse processo inicia-se com o nascimento, quando ocorre o primeiro contato da mãe com o filho e se manifestam as diferentes for-mas de comunicação.

A mãe interage com o filho mediante dife-rentes maneiras de manifestações de amor, afetividade, desejo, entre outras. Vale ressaltar que o bebê, já nas primeiras horas, é capaz de responder às interações com a mãe, pois inicia a vida com capacidade de identificar o cheiro ma-terno, comunica-se pelo olhar, reconhece a voz dos pais, gosta de sua proximidade e de conforto4.

O choro e sons guturais são formas encontradas pelos bebês de comunicação com o meio.

Em contrapartida, as mães, após o parto, em virtude do estresse do trabalho de parto e por es-tarem fragilizadas por essa nova experiência, pre-cisam recuperar-se. Nessa ocasião, o enfermeiro deve ter especial atenção para observar como acontece essa recuperação e o processo de comu-nicação do binômio mãe-filho no alojamento con-junto, para identificar precocemente possíveis fa-lhas no desenvolvimento dessa interação.

Um dos aspectos importantes na comunica-ção entre os indivíduos é o espaço ocupado ao seu redor com pessoas e com seu território, a de-nominada comunicação proxêmica5,6.

O presente estudo tem como objetivo anali-sar a comunicação proxêmica entre mãe-filho no alojamento conjunto.

R

EFERENCIAL

T

EÓRICO

O

termo proxêmica

é utilizado para desig-nar o conjunto das observações e teorias referentes ao uso que o homem faz do seu espaço7. O espaço

pessoal tem influência na comunicação, e pode definir o tipo de relacionamento a ser mantido5.

Assim, segundo Hall7, a disposição dos

su-jeitos no espaço denota um significado e repre-senta uma forma de comunicação possível de ser analisada.

A comunicação proxêmica envolve oito fa-tores relacionados a determinados aspectos, des-de o sexo até a distância entre os interlocutores no processo de interação7. Entre esses fatores,

in-cluem-se: postura-sexo – analisa o sexo dos parti-cipantes e a posição básica dos interlocutores; eixo sociofugo e sociopeto – o primeiro demonstra o desencorajamento para a interação enquanto o segundo implica o inverso, e analisa o ângulo dos interlocutores, face a face, de costas, lateralizado; cinestésicos – detêm-se nos movimentos respon-sáveis pela proximidade entre os interlocutores, como o contato físico, o toque e o posicionamento de cada um na interação.

Prosseguindo, a comunicação proxêmica compreende o comportamento de contato, que trata das formas de relações táteis; o código visu-al, que verifica o modo de contato visual ocorri-do nas interações; o código térmico, que se refere ao calor percebido pelos interlocutores; o código olfativo, que analisa a percepção e o tipo de odor dos interlocutores; e o volume de voz, que avalia a adequação do tom de voz utilizado na interação. Existem escassas publicações sobre fatores estabelecidos na comunicação entre mãe e filho nas primeiras horas após o parto em ambiente hos-pitalar. Em face disso, este artigo apresenta subsí-dios para melhorar a atuação da equipe de enfer-magem que atende essa população, reforçando a necessidade de se manter observação contínua das diferentes maneiras de agir da mãe para com o filho, com vistas ao desenvolvimento infantil saudável.

E, ainda, diante da necessidade de criar novas formas de atuação do enfermeiro como facilitador na melhoria da relação mãe-bebê, bus-cou-se o estudo da proxemia para melhor com-preender essa relação. Diante do exposto, os fa-tores proxêmicos propiciam elementos para avali-ar o estabelecimento da comunicação entre os seres, sendo oportuna a sua utilização na análise do vínculo mãe-filho.

M

ETODOLOGIA

T

rata-se de um

estudo exploratório des-critivo. A pesquisa exploratória proporciona mais informações sobre determinado assunto, junta-mente com a pesquisa descritiva, na qual os fa-tos são observados, registrados, analisados, clas-sificados e interpretados, sem a interferência do pesquisador8.

(3)

Durante o mês de abril de 2005, desenvol-veu-se a presente investigação cujo foco de aten-ção foram seis binômios (mãe-filho) internados em alojamento conjunto de uma maternidade de Fortaleza-CE. A coleta de dados foi encerrada à medida que houve a saturação dos fatores proxêmicos observados entre os binômios.

Para a coleta de dados, adotou-se a técnica de observação direta não participante e sistemá-tica, com roteiro preestabelecido baseado em modelo divulgado na literatura6, o qual continha

dados referentes à identificação do binômio e questões do tipo check list e abertas para se inves-tigar os diferentes fatores proxêmicos. A ção não participante é aquela na qual o observa-dor é um expectaobserva-dor, toma contato com a reali-dade a ser observada, mas não se integra a ela; a observação sistemática é aquela destinada a res-ponder a propósitos preestabelecidos, ou seja, já se sabe antecipadamente o quê, como e quando se vai observar9.

Para homogeneizar os binômios, foram adotados os seguintes critérios de inclusão: puérpera submetida a parto normal; estar nas pri-meiras 24 horas após o parto; não apresentar dis-túrbios mentais; e consentir em participar da pes-quisa.

O tempo de observação consumiu, no míni-mo, duas horas diárias para cada binômio, em in-tervalo escolhido no período de 7:00 às 19:00 ho-ras. Quando as interações observadas começaram a revelar repetição de dados componentes da co-municação proxêmica necessários para avaliação, as observações foram interrompidas. Observaram-se Observaram-sete interações dos Observaram-seis binômios. Os dados

obtidos foram analisados à luz da teoria da proxêmica proposta por Hall7, considerando os

fatores proxêmicos apresentados anteriormente. Quanto às questões éticas, a presente inves-tigação está inserida em um projeto de pesquisa mais amplo cujo processo formal seguiu todas as normas do Conselho Nacional de Ética em Pes-quisa, sendo avaliado e autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará. Obteve-se a anuência e a assinatura do Termo de Consenti-mento Livre e Esclarecido de todas as mulheres, como recomendam os preceitos legais da Resolu-ção 196/96. Para manter o anonimato, a cada mulher atribuiu-se o nome de um pássaro.

R

ESULTADOS E

D

ISCUSSÃO

S

ão analisados e

discutidos os resultados referentes às características dos binômios mãe-filho e aos fatores proxêmicos.

Características dos Sujeitos

Com vistas à melhor compreensão dos resul-tados, apresenta-se na Figura 1 as principais ca-racterísticas dos binômios mãe-filho.

Foram observadas sete interações entre os seis binômios mãe-filho. Durante o estudo, quatro mães revelaram que desde o momento da con-cepção desejavam sua gravidez. Uma puérpera informava sentir-se feliz, embora sua gestação não tivesse sido planejada. Quanto à experiência da maternidade/número de filhos, cinco tiveram ges-tação e parto anteriormente, apenas uma mãe era primípara, conforme mostra a Figura 1.

FIGURA 1: FIGURA 1: FIGURA 1: FIGURA 1:

(4)

A idade das mães variou de 17 a 34 anos, apenas uma era adolescente, sendo a maioria bran-ca. Sobre a escolaridade, uma era analfabeta, duas possuíam o ensino fundamental incompleto e três o ensino médio, de acordo com a Figura 1.

Ainda a Figura 1 mostra que os seis recém-nascidos dividiram-se igualmente quanto ao sexo. Em relação ao peso de nascimento, os mesmos mostravam-se adequados, cuja variação ocorreu entre 2.450 e 3.045 Kg. Pelo índice do apgar re-gistrado, os valores obtidos oscilaram entre 8 e 10 e são considerados normais.

Fatores Proxêmicos

Postura-sexo

Analisa o sexo dos participantes e a postura adotada entre os indivíduos, bem como a influ-ência destes fatores no comportamento proxêmico das pessoas.

Como as situações observadas envolviam mãe e filho, o sexo dos participantes teve variação ape-nas em relação aos recém-ape-nascidos. Não foi ob-servada nenhuma diferença significativa no com-portamento proxêmico das mães em relação ao sexo dos bebês.

Quanto à posição do RN, houve variação entre decúbito dorsal e lateral. No relaciona-mento à postura adotada pela mãe durante as interações, mencionou-se a deitada e a senta-da. No pós-parto, a mulher geralmente se en-contra em estado de fadiga em decorrência do trabalho de parto. Por isso, tende a permanecer mais tempo no leito nessas duas posições, embo-ra a deambulação precoce seja estimulada pelos profissionais de saúde.

Eixo sociofugo e sociopeto

Refere-se à angulação de uma pessoa em relação a outra, e reflete o grau de desejo dos participantes em ter maior intimidade ou não. Foram consideradas três angulações de interação: frente a frente, lateral e de costas.

Segundo observou-se, quase todos as mães adotaram a posição frente a frente. No referente a essa posição, a amamentação teve forte influ-ência, já que o aleitamento materno requer a adoção dessa postura para sua eficácia. Tal pos-tura demonstra interesse entre os indivíduos, per-mite o contato visual e a identificação dos traços do outro, quando em distância próxima. Quanto à colocação da criança no berço, a posição ado-tada foi a lateral.

Em apenas uma situação identificou-se a posição de costas adotada por uma mãe. Essa pos-tura pode refletir desinteresse durante a interação, provavelmente compatível com a história de dois abortos anteriores e o fato da gravidez não ter sido desejada por essa mãe. Estudo aponta que em si-tuações cuja mãe não interage com o filho ocorre falhas primitivas no desenvolvimento da criança, podendo surgir psicopatologias ao longo da vida. E, ainda, bebês cuidados sem uma relação de afe-to, pode apresentar dificuldades em seu desen-volvimento físico e social4.

Fatores cinestésicos

Estes fatores tratam da proximidade entre os indivíduos em termos de tocabilidade. Foram ana-lisados neste estudo por meio de duas distâncias interpessoais: íntima e pessoal.

Na maioria das interações, observou-se dis-tancia íntima. Essa distância é a do reconforto e da proteção; nela, o olfato e a percepção do calor irradiado se intensificam, e os músculos e a pele podem entrar em contato7. Conforme se verificou,

constantemente a mãe dividia a cama com o filho e permanecia a maior parte do tempo com ele no colo, até mesmo durante as refeições. Por estimu-lar mais contato mãe e filho, o sistema de aloja-mento conjunto favorece o relacionaaloja-mento entre ambos. Nesse primeiro momento, o maior desejo das mães é permanecer junto do filho, o mais pró-ximo possível, da mesma forma quando estavam intimamente ligados no longo período pré - parto, quando o bebê fazia parte do corpo materno.

A distância pessoal foi observada em uma interação. Essa distância ocorre quando o contato tátil é dificultado, mas ainda é possível identificar detalhes do outro, como traços do rosto e o cheiro.

Comportamento de contato

Várias relações táteis podem ser estabelecidas neste comportamento, como o tocar localizado, apertar, acariciar, apalpar, entre outros.

Dos tipos de toque observados, o tocar loca-lizado foi o mais freqüente, seguido do acariciar. O desempenho da maioria dos cuidados práticos prestados a outra pessoa exige o toque localizado. No alojamento conjunto, a proximidade entre mãe e filho é favorecida, pois se faz necessária a pres-tação de cuidados da mãe para com o bebê, o que justifica a maior freqüência deste contato.

A carícia é uma expressão de afeto, aproxi-ma os indivíduos e tranqüiliza. Acariciar o corpo do bebê é uma das formas encontradas pela mãe

(5)

de comunicar ao filho que há coisas boas nesse mundo, algumas, inclusive, semelhantes com a do mundo intra-útero10.

Código visual

Trata-se do contato ocular, como o olho no olho, ou a ausência de contato. O contato visual ocorreu em grande parte das interações, quando mãe e filho estavam bem próximos durante a amamentação, ou mesmo nos momentos em que ele estava deitado no leito da mãe ou no berço.

Esse tipo de contato é uma das formas mais comuns de comunicação entre mãe e bebê, prin-cipalmente durante os primeiros dias de vida. Nesse momento, a mãe é dominada por ansieda-de, pelo desejo de saber se o RN nasceu com al-guma má formação congênita, esta uma das suas principais preocupações11.

Quanto aos fatores térmico e olfativo, res-pectivamente descritos como fatores proxêmicos código térmico e código olfativo, não foram ob-servados, pelo fato de o método de coleta dos dados não permitir a detecção dessas informações.

Volume de voz

O volume e intensidade da voz estão relaci-onados com o espaço onde ocorre a comunicação interpessoal.

Em face do cuidado para não acordar ou não assustar o RN, predominou o tom de voz baixo. Em apenas duas interações houve tom de voz normal. Estudo com recém-nascidos aponta o ruído como responsável por diversas respostas fisiológi-cas e comportamentais, como as seguintes: hipóxia, aumento da pressão intracraniana e da pressão sangüínea, apnéia, bradicardia, apagamen-to comportamental ou isolamenapagamen-to da interação social, alteração do estado de repouso e sono, aumento do consumo de oxigênio e possível re-dução da capacidade auditiva12.

Por diversas vezes, a mãe falava com o filho, embora soubesse que ele não poderia responder verbalmente.

C

ONSIDERAÇÕES

F

INAIS

N

o intuito de

analisar a comunicação proxêmica entre mãe e filho em alojamento con-junto, foram trabalhados seis dos oito fatores proxêmicos estabelecidos por Hall7. O

alojamen-to conjunalojamen-to permite a permanência do recém-nascido sadio permanentemente ao lado da mãe, em um mesmo ambiente, quando a mãe tem a

oportunidade de cuidar do filho, orientada por profissionais de saúde.

Em apenas uma interação foi identificado comportamento sociofugo, provavelmente associ-ado ao não desejo de engravidar enfatizassoci-ado por uma mãe durante a observação do estudo. No entanto, pode ainda estar relacionado à ansieda-de pela alta hospitalar.

Conforme se observou, o berço constituiu fator de dificuldade na relação mãe-filho, visto que a maioria das mães permanecia com o bebê nos braços ou ao seu lado, dividindo a mesma cama. Dessa forma, o enfermeiro poderá refletir sobre como criar estratégias de melhor acomoda-ção do binômio, interferindo no espaço de orga-nização semifixa.

Em virtude de promover a interação frente a frente, a amamentação, entre todas as outras van-tagens para mãe e filho, mostrou-se como fator determinante da proximidade entre eles.

A predominância do toque localizado de-monstra o interesse da mãe em cuidar do filho, o que reflete a aprendizagem pelas puérperas das orientações prestadas pela equipe de enfermagem, e fortalece os laços afetivos entre mãe e filho.

O tom de voz baixo, freqüentemente obser-vado, associa-se à preocupação da mãe em promo-ver o bem-estar do filho, valorizando seu sono. Embora o recém-nascido não possa estabelecer uma comunicação verbal com a mãe, em diversas interações a mãe conversava com o bebê, de forma afetuosa, evidenciando a intimidade entre ambos. A comunicação proxêmica surge na enfer-magem como um novo objeto de estudo, capaz de proporcionar, com sua valorização, melhoria da prática, pois promove a adequação do posicionamento espacial de mãe e filho na enfer-maria, facilitando seu contato afetivo, visual e tátil e a atenção dispensada.

R

EFERÊNCIAS

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COMUNICACIÓN PROXÉMICAENTRE MADREE HIJOEN ALOJAMIENTO CONJUNTO

RESUMEN: RESUMEN:RESUMEN: RESUMEN:

RESUMEN: La proxémica estudia la manera como el individuo organiza inconscientemente su espacio, siendo aspecto relevante en el proceso comunicativo. La propuesta fue analizar la comunicación proxémica entre madre e hijo en el alojamiento conjunto. Estudio descriptivo exploratorio, cumplido con seis binomios madre e hijo, en maternidad de Fortaleza-Ceará- Brasil, en 2005. Para la recolección de datos, se utilizó la técnica de observación directa no participante y sistemática, con tópicos normativos preestablecidos. Fueron analizadas siete interacciones entre madre e hijo. Hubo predominancia del toque localizado y el tono bajo de voz. La cuna constituyó factor de dificultad en la relación madre-hijo, ya el amamantamiento se reveló como factor determinante de aproximación. La comunicación proxémica surge en la Enfermería como nuevo objeto de estudio, capaz de propiciar, con su valorización, mejoría en la actuación profesional, pues que promueve la adecuación del posicionamiento espacial de madre e hijo, facilitando su contacto afectivo, visual y táctil y la atención dispensada.

Palabras Clave: Palabras Clave: Palabras Clave: Palabras Clave:

Palabras Clave: Alojamiento conjunto; comunicación proxêmica; interacción madre-hijo. Recebido em: 07.07.2005

Aprovado em: 19.12.2005

Notas NotasNotas NotasNotas

*Enfermeira, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Membro do Grupo de

Pesquisa Auto-Ajuda para o Cuidado de Enfermagem-CNPq.

**Enfermeira. Membro do Grupo de Pesquisa Auto-Ajuda para o Cuidado de Enfermagem-CNPq.

***Professora Doutora do Departamento de Enfermagem e do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará.

Orientadora da pesquisa. Endereço para correspondência: Rua Marcos Macedo, 1350, Apto. 702. Aldeota, Fortaleza-CE. CEP 60150-190. E-mail: marli@ufc.br

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