LEGAL DESIGN
Os documentos elaborados com base nos princípios de design buscam a melhora da experiência do usuário em documentos jurídicos. Para que isso seja possível, o advogado deve identificar como tornar o documento mais compreensível para o destinatário final. Dessa maneira, alguns recursos de design baseados também nos princípios de experiência do usuário podem auxiliar a compreensão do destinatário final quanto ao documento jurídico apresentado.
1.
Uso de ícones
Ícones são utilizados no modelo para identificar de forma mais fácil e visual as informações no documento. São uma maneira de o leitor conseguir compreender o conteúdo de uma cláusula sem precisar fazer a sua leitura, tornando possível a sua identificação em uma busca por um assunto específico no contrato.
Os ícones também podem ser utilizados para identificar ações a serem tomadas, como no caso do campo para assinatura acima.
2.
Resumo das cláusulas
A utilização de um resumo das cláusulas na primeira página do contrato é capaz de facilitar a análise do contrato pelas diferentes áreas e departamentos de uma empresa, já que nem todos os departamentos tem a expertise necessária para analisar um contrato e suas cláusulas.
Do ponto de vista comercial, a utilização de um resumo no início do contrato também facilita a sua finalidade comercial. A facilidade de análise pelo receptor do documento faz com que a negociação dos pontos comerciais seja mais célere e as informações relativas a
3.
Trechos grifados
Grifar trechos das cláusulas contratuais que possam transmitir a parte central do conteúdo de uma cláusula pode auxiliar na leitura mais rápida de um contrato e também na identificação de um conteúdo específico pelo qual um usuário busca no documento.
4.
Fluxogramas
O uso de fluxogramas explicativos pro texto podem facilitar a sua compreensão.
Em alguns casos um fluxograma pode ser utilizado inclusive para substituir o texto de uma cláusula.
5.
Fontes, numeração e cores
Fontes e cores diferentes no documento podem chamar a atenção do leitor para áreas diferentes do contrato. Para manter a identidade de marca de uma empresa utilizamos as fontes informadas no manual de marca dos nossos clientes, respeitando a sua identidade visual.
Além disso, as fontes, numeração e cores podem trazer uma maior organização visual para facilitar a leitura do documento. O mesmo ocorre com a numeração nas diferentes cláusulas.
6.
Espaçamento das cláusulas
O espaçamento maior entre as cláusulas traz uma quantidade maior de fundo branco, essencial para uma boa leitura do documento. A opção pelo fundo branco também resulta em um maior contraste das letras.
O campo de assinatura foi propositalmente realocado do tradicional final do documento para o início. Estudos científicos1 sugerem que essa realocação seria capaz de resultar em um maior adimplemento das obrigações assumidas em um contrato – de forma inconsciente o fato de uma pessoa já assinar no início do documento implica em um senso maior de obrigação e cuidado com sua reputação pois está assumindo uma espécie de “juramento”.
8.
Concatenação de cláusulas
A contração de cláusulas e a condensação de um mesmo assunto em uma única seção torna o contrato mais claro, evita duplicidade e facilita a compreensão do documento.
Como exemplo, contratos de aluguel tendem a conter diversas cláusulas espalhadas sobre multa ou penalidades por inadimplemento, ao aplicar as técnicas de legal desing, reunimos todas essas cláusulas em uma única seção denominada “Descumprimento”.
9.
Linguagem
A linguagem também foi alterada para uma linguagem mais clara, mantendo a formalidade das palavras utilizadas no documento, mas evitando o jargão técnico (ex.: “inadimplemento” foi alterado para “descumprimento”).
Quer aprender na prática como utilizar recursos de design na elaboração de documentos jurídicos? Se inscreva no curso de Legal Design da BITS ACADEMY em
bitsacademy.com.br
1 SHU, Lisa L. Signing at the beginning makes ethics salient and decreases dishonest self-reports in
comparison to signing at the end. Disponível em: <www.pnas.org/content/109/38/15197>. Acesso em 19/01/2020.
