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Ritual de Obrigações

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Academic year: 2021

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Ritual de Obrigações

ORI

Para os Africanos é considerado um Orixá.

É importante dizer que é o Ori que nos individualiza e, por consequência, nos diferencia dos demais habitantes do mundo (poderíamos dizer nossa forma de ser). Essa diferenciação é de natureza interna e nada no plano das aparências físicas nos permite qualquer referencial de identificação dessas diferenças.

Ori é a morada do Orixá pessoal, em toda a sua força e grandeza. Ori é o primeiro a ser louvado (feitura), representação particular da existência individualizada (a essência real do ser). Na crença Yorubá nosso Ori nunca nos abandona, pois ele existe na vida e na morte.

O sentido literal da palavra Ori é cabeça física. Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o Ori.

No Ori está a capacidade da realização e da felicidade de cada homem, os acertos e desacertos de cada um. Ele é único e, por conta disso, particulariza e dá individualização á existência.

ELEDÁ

Eledá se refere à entidade sobrenatural (um determinado Orixá a nós designado), à matéria-massa que desprendeu uma porção da mesma para criar um Ori (habitar), conseqüentemente Criador de cabeças individuais.

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BORI

Bori é o ritual de dar comida ou alimentar através do Ori nosso Eledá. Deve ser sempre precedido de um jogo que defina sua necessidade e, ao mesmo tempo, oriente o sacerdote sobre os procedimentos particulares para o caso, os ingredientes a serem

utilizados naquela situação e o encaminhamento adequado a ser dado para aquela necessidade. O Bori pode se apresentar como necessário para alguém em função de algumas situações:

Como o processo de religação do Ori com seu duplo no Orun (Bori vencido); como resposta à condição de “stress” ou fragilização das estruturas psicológicas do indivíduo resultantes de situações particulares de vida; como ritual propiciatório ou complementar a um ebó; como ritual propiciatório a processos iniciativos; como resposta a uma necessidade espiritual resultante de feitiços ou destino;

INICIAÇÃO – (Cumprir obrigação para seu Orixá – Fazer Chão)

A iniciação é um rito de passagem, uma morte simbólica que transforma um homem comum em um instrumento do Orixá. Tempo de aprendizado, de reaprender a viver inserindo o sagrado no seu cotidiano.

O iniciado passa por ritos complexos de isolamento e segregação, de silêncio, de sacrifícios de animais, de oferendas de alimentos e resguardo. Tudo simbolizando uma volta ao útero da Mãe Terra, de onde renascerá, não um homem comum, mas o instrumento de um Orixá, que por sua boca e seu corpo falará e se manifestará, aumentando assim seu conhecimento e o de todos os outros fiéis. O resguardo sexual existe a cada iniciação porque esta energia não pode ser desperdiçada, toda a força energética deve ser centrada em Orixá.

Por fim reaprende os atos do dia-dia (simbolicamente na reintegração que acontece no passeio ao mercado) retornando a sua vida diária, mas o Orixá sempre virá em primeiro lugar na sua vida.

É importante frizar que nossa religião é uma religião iniciada sempre, nunca estamos prontos. O Termo PRONTO é porque a partir daquela obrigação não teremos outra maior do que a realizada para fazer, daí somente os reforços e os reforços é reiniciar.

Historia antiga da Nação Cabinda

A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas

divindades Bantus teriam como nome correto Inkince.

Os Inkinces são para os Bantus o mesmo que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que os Voduns são para os Jêjes. Não se trata da mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade própria e culturas totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das línguas Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O Kimbundo é o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo também falado em Angola. No Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Sr. Valdemar Antonio dos Santos, filho do Orixá Xangô Kamucá Baruálofina; e uma de suas descendentes foi a Sra. Madalena de Oxum, que se

destacou grandiosamente dentro desta nação.

Os praticantes da Nação Cabinda também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente no respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério.O Orixá Xangô é considerado Rei desta nação, e é o dono dos Eguns, juntamente com Oyá e Xapanã; E o culto aos Eguns é tão forte que na maioria dos terreiros desta nação, se encontra o assentamento de Balé (culto aos Eguns); Os filhos de Oxum, Yemanja e Oxalá, podem entrar e sair de cemitérios quando necessário for, sem nenhum prejuízo a sua feitura, já nas outras nações estes só entram no cemitério em extrema necessidade; Se estiver acontecendo uma festa num terreiro de Cabinda, e se o

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Orixá Xangô, tendo recebido oferendas de quatro pés, e vier a falecer algum membro da casa ou da família religiosa, não ficará a obrigação prejudicada, conforme acontece nos outros terreiros, nos quais teriam que interromper toda a obrigação.

Valdemar Antonio De Xangô Kamucá

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BARÁ

Bará é o primeiro Orixá do Orumalé. Dono da Chave e dos Caminhos, Bará é um Orixá de Epô (dendê) exceto por Bará Agelú. É o Orixá de Frente, guiando nossos caminhos e firmando nossos passos. No mito, Bará era um Exú que devido ao seu merecimento fora convidado para integrar-se aos Orixás por Pai Oxalá. Os Exús são o calço que precisamos diariamente, sempre acompanhando e protegendo, costuma-se chamar de Povo da Rua. Na Nação Cabinda, Bará é o primeiro Orixá que reverenciamos porque sem eles os caminhos tornam-se tortuosos e muitas vezes cheios de obstáculos intransponíveis.

Na mitologia africana, Bará detinha o poder de jogar o Ifá (búzios) e há muito tempo Oxum queria aprender os segredos do Ifá. Bará sempre negava ensinar para Oxum. Ela, muito determinada pensou em uma forma de fazer com que Bará lhe ensinasse a jogar o Ifá. Certo dia Oxum saiu às ruas com seus truques de beleza e encontrou Bará. Ele lhe pergunta o que ela tinha nas mãos, Oxum respondeu que era um pó para embelezar o rosto e assoprou nos olhos de Bará. Cego momentaneamente, Bará deixou o saquinho com os búzios dentro cair no chão. Oxum disse que juntaria para ele seus búzios, ele foi descrevendo cada búzio e dizendo o nome de um a um, assim Oxum assim aprendeu os segredos do Ifá.

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CLASSIFICAÇÕES DO ORIXÁ BARÁ

Elegba

Elegba ou Legba é uma das classificações do Bará. Ele é o guardião dos Eguns. Elegba só pode ter assentamento em uma casa de religião se esta possuir um Balê (forma como chama-se um cemitério em Yorubá, onde o Pai-de-Santo ou Mãe-de-Santo faz serviços e serve os Eguns sem precisar ir ao cemitério). Caso contrário, Elegba não tem assentamento

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Lodê

O Bara Lodê tem características parecidas com o Elegba, ele é predominantemente masculino. Ou seja, só pode ser assentado por homens ou mulheres que não menstruam mais e não desejam engravidar mais.

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Lanã

O Bará Lanã, assim como o Elegba, Lodê e Adague carregam a chave e o falo ereto em cada uma de suas mãos. O Bará tem por característica marcante o domínio da sexualidade masculina, traz consigo a força ativa sexual presente nos homens.

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Adague

Outra característica forte de Bará é que ele é um Orixá de Guerra, lutando sempre para abrir os caminhos daqueles que o cultuam. Os Orixás que integram este grupo de Epô são: Bará, Ogum, Iansã,

Xangô, Obá, Ossanha e Xapanã.

O Assentamento do Bará Adague fica localizado atrás da porta de entrada das Casas de Religião. É o único dos Barás que fica atrás da porta, junto com sua frente e seu condensador de energia (Ecós) para proteger a casa da entrada de Eguns. O Ecó do Bará deve ser sempre renovado uma vez por semana e principalmente quando se tem corte ou obrigação.

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Agelú

O Bará Agelú é o menor dos Barás. Ele é representado por um menino de por volta 13 anos. Muito maroto, ele está sempre junto dos Orixás Xangô Agandjú Ibedji e Oxum Epandá Ibedji brincando e ajudando a Mãe Oxum Ademum, já que ela é Mãe de Xangô Agandjú Ibedji e Oxum Epandá Ibedji. O Bará Agelú tem seu assentamento em uma casinha de brinquedo dentro na parte de baixo do Quarto de Santo. No seu Assentamento pode conter brinquedos e principalmente carrinhos, já que o Bará assim como os outros carregam a chave, o falo ereto e o carrinho (brinquedo característico do Bará Agelú).

Em um batuque, o Bará é o primeiro a ter a Reza cantada. Na Nação Cabinda, quando os cavalos-de-santo (pessoas que são da religião e se ocupam com o Orixá) não sabem que se ocupam, isto é um segredo de Nação como costumamos chamar. É IMPORTANE RESSALTAR: Os cavalos-de-santo somente se ocupam quando há a Balança e para haver a Balança é necessário que se tenha Obrigação de Santo de 4 pés e haver no mínimo 8 filhos-de-santo prontos (filhos que tem no mínimo Obrigação de 4 pés). Quando o cavalo-de-santo filho de Bará chegam eles são sempre os primeiros a se ocupar. Quando eles chegam a forma de saudarmos eles e durante a Reza é ALUPO em Yorubá (língua proveniente de Angola).

A forma de saudar o Bara é Alupo

O dia da semana dos Barás Elegba, Lodê, Lanã e Adague é segunda-feira. O dia da semana de Bará Agelú é sexta-feira.

A cor é o vermelho. Os adjuntós (combinações) de Bará são: Bará Elegba com Oyá Timboá. A Timboá é a Guardiã dos Cemitérios e Elegba o Guardião dos Eguns. Bará Lodê com Iansã e Obá. Bará Lanã com Obá e às vezes com Oyá Bará Adague com Oyá e Obá Bará Agelú com Oxum Epandá e às vezes com Oyá.

As ervas correspondentes à Bará são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, arnica, amendoim (folha), couve, batata inglesa (folha), erva lanceta, cipó-mil-homens, vassoura, carqueja, erva de Nossa Senhora, canela-sassafrás.

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mãos e ossos das pernas.

O ocutá (Pedras que são o ponto principal entre o Orixá e o iniciado) tem que ser em forma piramidal. A frente (comida do Orixá) leva milho de galinha, pipoca e batata assada com as moedas. Faz-se também o condensador de energia (Ecós) para que as pessoas que frequentam não peguem as cargas dos clientes e para limpar o ambiente.

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OGUM

Ogum é o segundo Orixá do Orumalé. Deus da Guerra e das Armas, ele é responsável pela forja dos primeiros instrumentos bélicos. Carrega consigo a Espada e o Escudo. Ogum está sempre a frente nas nossas batalhas diárias, dando força para guerrear. É um Orixá de Frente como costumamos chamar. No mito, Ogum fora casado com Yansã e Yemanjá. Ogum fora traído por Yansã que o deixou para casar-se com Xangô (O Rei do Orumalé). Conta-se que Ogum gostava muito de beber e Yansã o embebedou para fugir com Xangô. Furioso quando descobriu que Yansã estava com Xangô ele o chamou para guerrear, quem ganhasse ficaria com a guerreira Yansã. Ambos lutaram incansavelmente e Xangô conquista o poder de permanecer com Yansã como sua esposa.

O casamento com Yemanjá fora conflituoso. Yemanjá foi casada e deste primeiro casamento ela teve 10 filhos, em decorrência disso seus seios ficaram enormes. Certo dia, ela cruza com ele e ambos se apaixonam perdidamente. Alí começa um romance muito respeitoso porque Yemanjá pediu que ele somente não falasse do tamanho dos seus seios e ele pediu que ela não falasse sobre a seu hábito de beber. Tudo corre bem entre eles dois até que um dia Ogum chega bêbado em casa e Yemanjá reclama. Muito bravo, ele pede que ela se cale e fala do tamanho dos seus seios.

Muito magoada, Yemanjá foge de Ogum e fica vagando. Seu pai tinha lhe presenteado com uma garrafa que instruiu que ela só a quebrasse quando ela estivesse passando por alguma situação muito grave, Yemanjá se recorda da existência da garrafa e a quebra. De repente, abriu-se o mar ao seus pés e Yemanjá permaneceu lá. Ogum, obstinado por ter Yemanjá de volta tenta alcançá-la mas as ondas do mar não permitem. Yemanjá vive até hoje nos mares e Ogum nunca mais viu Yemanjá.

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Avagã

O Ogum Avagã reina nos trilhos do trem e nas Encruzilhadas abertas. No Assentamento do Ogum Avagã em um Ilê, ele fica junto com o Bará Lodê (na casinha dentro do Ilê e de frente para a rua) porque ambos são predominantemente de força masculina. Mulheres que querem engravidar ou ainda estão em período fértil não é aconselhado que elas se postem em frente ou peçam Agô (licença) para Ogum Avagã (só se a casinha estiver fechada) ou Bará Lodê.

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Onira

Uma característica marcante do Orixá Ogum é que os serviços feitos para ele são para trabalho (emprego), livrar de algum problema com polícia e para defender demandas.

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Adiolá

Existe um rito no Batuque que Ogum e Iansã lutam cada um com suas espadas e dançam Aforíba. Iansã embebeda ele e finge que está bêbada, vence ele e foge para ficar com o Xangô. A bebida característica do Ogum é o Atãm. Feita com frutas (menos a banana que é a fruta de Xangô), groselha, suco de laranja e guaraná.

A forma de se saudar Ogum é OGUNHÊ.~

O dia da semana de Ogum Onira e Adiolá é quinta-feira e o dia do Ogum Avagã é segunda-feira. As cores respectivas de Ogum são o vermelho e o verde.

Os adjuntós (combinações) de Ogum são: Ogum Avagã com Oyá Timboá ou Oyá Dirã, Ogum Onira com Oyá, Ogum Adiolá com Oxum Epandá ou Yemanjá Bocí

As ervas características dele são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, cevada, caruru, pata-de-vaca, alfafa, espada de São Jorge, lança de São Jorge, rosa de São Jorge, aipo, escadinha do céu (rabo de galo), açoita cavalo, chicória (endívia), aroeira, beldroega, quebra-tudo, douradinha-do-campo, quina-do-mato, barbatimão.

Ogum rege os seguintes órgãos: dentes, nariz, costelas, sangue, músculos e ossos da coxa. Ocutá do Ogum deve ser na forma de um capacete.

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YANSÃ

Yansã é a terceira Orixá do Orumalé. Deusa dos Raios e Tempestades, Yansã é uma guerreira. Carrega em cada uma de sua mãos uma espada e uma vassoura de crina de búfala. Yansã é responsável pelas alianças, tanto amorosas como de trabalho, familiar, enfim todo tipo de aliança. Conta-se na lenda de Yansã ela casou-se com todos os Orixás e com cada um deles aprendeu um segredo importante, por isso Yansã é muito aclamada e existem todos os tipos de serviços para ela. Yansã era um mulher muito formosa mas um tanto quanto afoita. Oxum ensinou seus truques de beleza a Yansã tornando-o mais bela ainda. Fora casada com Ogum, com quem ela aprendeu a arte da Guerra. Tempos depois Xangô apaixona-se por ela. Ogum tinha o hábito de beber bastante e para fugir com Xangô ela embebeda Ogum. No batuque Yansã e Ogum dançam a Aforíba que é a dança que caracteriza a guerra entre Ogum e ela em decorrência da fuga de Yansã.

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CLASSIFICAÇÕES DA ORIXÁ YANSÃ

Oyá Yansã

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Oyá Dirã

Oyá reina nas Ruas e nas Encruzilhadas, trazendo movimento. O Assentamento de Oyá Dirã em um Ilê de em frente a porta de entrada dentro do Ilêem uma casinha assim como o Bará Lodê).

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Oyá Timboá

Oyá Timboá reina no Cemitério, a senhora dos Eguns tem seu Assentamento quando o Babalorixá ou Yalorixá possui o Balê ficando do lado do Balê ou nos fundos ou na entrada do Ilê (geralmente um pátio e a casinha da Oyá Timboá fica dentro, afastada da Oyá Dirã). Toda vez que se entra no cemitério devemos pedir Agô (licença) para ela para que nos permita executar o serviço desejado. O que difere as Nações (Nagô, Oyó, Gêge, Ijexá, Gêge e Ijexá) é que nós da Nação de Cabinda no caso de sermos filhos de Oxum ou Yemanjá ou Oxalá podemos entrar no cemitério para qualquer serviço. Nas outras Nações isto geralmente não é possível.

A forma que saudamos Yansã é EPAIÊIOO O dia da semana de Yansã é terça-feira.

As cores respectivas dela são o branco e o vermelho.

Suas ervas características são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, avenca, espada de Santa Bárbara, espada de Santa Catarina, erva de Loyá, abóbora (folha), alecrim, amor perfeito, batata doce (folha), moranga (folha), morango (folha), romã (folha), suspiro, pitangueira (folha), manjericão, jasmin, imburana.

Yansã rege os seguintes órgãos: estômago, trompas, vagina, sangue, ossos da cintura pélvica, seios. Os Adjuntós (combinações) de Yansão são: Yansã Oyá Timboá com Bará Lodê ou Ogum Avagã Yansã Oyá Dirã com Ogum Avagã Yansã Oyá com Bará Adague (às vezes com Bará Lanã ou Bará Agelú),

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Ogum Onira, Xangô Agandjú, Xapanã Jubeteí Iansã com Bará Lodê, Xangô Agodô, Xapanã Sapatá, Xapanã Belujá

Em seu assentamento vão os seguintes itens: espada, par de alianças, punhal, vassoura de crina de cavalo, espada em forma de raio.

A frente - comida dos Orixás) que fazemos para Yansã Oyá e Oyá Dirã, usamos pipoca estourada, 6 rodelas fritas de batata doce, dendê ao redor das batatas doce, uma maçã vermelha e um fio de mel em cima da maçã. A oferenda de Oyá Timboá leva os mesmos itens e uma batata doce assada com pele. Seu Ocutá é em forma arredondada parecendo um coração e de cor avermelhada. Os serviços feitos para Yansã geralmente são voltados para o lado amoroso e quem pretende comprar uma casa oferecemos a sua frente. Pode-se também fazer Banho para Yansã para atração.

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XANGÔ

Xangô é o quarto Orixá e o Rei do Orumalé. Dono da Justiça, das Pedreiras e dos Trovões, Xangô é um Orixá de Força e de Guerra. Carrega em suas mãos o machado de 2 lados e a Balança que representam a Guerra e a Justiça. Conta a lenda que Xangô fora casado com Obá, Oxum e Yansã. Obá já era uma mulher mais madura e tinha muito ciúmes de Oxum, o que gerava um relacionamento bastante conflituoso entre elas. Oxum, muito astuta, sugere que Obá corte sua orelha e coloque na comida preferida de Xangô porque ela já teria feito isso e ele havia apreciado muito. Obá segue o conselho de Oxum e oferece o Amalá (comida predileta dele) com a sua orelha. Xangô enfurecido, fica pasmo com a ousadia de Obá ao oferecer sua orelha no Amalá e enojado de Obá. As piores palavras possíveis ele diz a Obá, ela tenta explicar o acontecido mas ele não dá ouvidos e atira o Amalá nos pés dela.

Com Oxum, Xangô teve dois filhos: Xangô Agandjú de Ibedji e Oxum Epandá de Ibedji. Na Cabinda são cultuados igualmente como os outros Orixás.

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A Nação Cabinda se erradicou no Rio Grande do Sul através de Valdemar Antônio de Xangô Kamucá Barualofina. A classificação do Xangô de Valdemar, Kamucá é pertencente somente à ele, que é o único filho de Xangô de Kamucá de toda a árvore genealógica da Cabinda no Brasil, essa característica é hereditária. Na Cabinda não se entrega a cabeça de um filho (Iniciado) para ele. No Batuque, não há dança para ele, os presentes ficam postados ajoelhados com as mãos no chão (com o polegar e o dedo mínimo para fora e os demais dedos virados para a palma da mão).

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CLASSIFICAÇÕES DO ORIXÁ XANGÔ

Xangô de Kamucá não entra para esta classificação porque Valdemar foi o único filho de Xangô de Kamucá da Nação Cabinda.

Xangô Agandjú Ibedji

Nesta representação acima, Xangô Agandjú Ibedji está junto com Oxum Epandá Ibedji. Ambos são irmãos, filhos de Xangô com Oxum. Os Ibedjis, como costumamos chamar, estão sempre juntos e correndo na frente quando fazemos um trabalho para justiça e quando estamos prestes a inciar algo novo. Sempre agradamos eles com pirulitos, doces, maria mole, balas, bombons, pipoca doce e as mamadeiras da água da canjica amarela com mel. Eles trazem movimento para a casa e o trabalho quando ofertados. Depois de um Obrigação de Santo, no Batuque, se oferece antes de começar o Batuque a mesa dos Ibedjis. Essa mesa traz movimento para a casa e para o Iniciado que fez a Obrigação. Mulheres que querem engravidar são convidadas para integrar a mesa junto com as crianças.

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Xangô Agandjú

Xangô Aganju acredita-se que esse tenha sido um rei capaz de unificar as pessoas, além disso, ele e tido como o orixá dos raios trovoes e fogo .Sendo atrevido, violento e justiceiro Xangô costuma castigar mentirosos e ladroes.

Dono das leis e das escritas sendo assim padroeiro dos intelectuais

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Xangô Agodô

Xangô Agodo o mais velhos dele , ao qual pertencem as questões relacionada atividade intelectuais dono do equilíbrio dono da balança orixá da justiça

A forma de saudarmos Xangô é CAÔ CABECILE. O dia da semana de Xangô é a terça-feira.

As cores de Xangô Agandjú Ibedji são todas as cores exceto o preto, Xangô Agangjú e Agodô as cores são o vermelho e o branco.

Os Adjuntós (combinações) de Xangô são: Xangô Agandjú Ibedji com Oxum Epandá Ibedji Xangô Agandjú com Oyá, Obá, Oxum Epandá, Yemanjá Bocí Xangô Agodô com Yansã, Oxum Olobá

Suas ervas características são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, trevo, agrião, fios de pedra, quebra-pedra, erva de Xangô, quiabo (folha), bananeira (folha), romã (folha), manjerona, marapuama e ipê.

Xangô rege os seguintes órgãos: língua, glândulas salivares, esôfago, boca, sangue, brônquios, peito, ossos da face, ossos da cintura escapular e ossos do abdomêm.

A oferenda (frente) para Xangô, é o Amalá que leva um pirão bem batido, carne (peito com osso), mostarda e algumas vezes repolho branco, de 8 a 16 bananas abertas e uma maçã partida em 4 partes. Para o Xangô Agandjú Ibedji usamos os mesmos ingredientes e alguns doces.

O Assentamento de Xangô Agandjú Ibedji se diferencia dos demais porque ele é criança, assim sendo o Assentamento leva: brinquedos, mamadeira, chupeta, bonequinhos e o machado de dois lados fica a critério. No Assentamento de Agandjú e Agodô usamos espada, balança, livro, machado de dois lados, pilão e um anel de pedra vermelha para o Xangô Agodô.

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ODÉ E OTIM

Odé e Otim são os quintos Orixás do Orumalé. Andam sempre juntos, eles são parceiros e por isso cultuamos os dois juntos. Deuses da Caça e da Coleta, Odé e Otim trazem a fartura, principalmente dos alimentos.

Habitantes das matas, representam a caça aos animais e a coleta de frutas. Odé é auxiliado por Otim em sua caça. Ela carrega um cântaro onde levava as frutas que colhia e água para ambos caçarem. Conta a lenda deles que Odé caçava e ficava com pena, dando tudo para Otim comer. Ela tem fama de gulosa e isto explica a fartura que provém de Odé e Otim. É bastante raro existirem filhos de Otim, mas Odé é mais comum. De uma beleza característica, ambos trazem a fartura e os excessos.

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Odé

No Jogo do Ifá (Búzios) sempre alertamos que quando existem conversas, fofocas Odé e Otim respondem por este aspecto e é preciso sempre estar em alerta. Assim como os Ibedjis eles trazem movimento e coisas novas.

Otim

Sempre que há um corte para eles ou uma oferenda, fazemos para os dois juntos. Eles são Orixás considerados jovens e belos. Seus filhos tem características fortes e marcantes. Gostam dos excessos, principalmente de comer bem, são decididos e de temperamento sensível, pendendo para o ladoartístico.

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A forma que se saldamos Odé é OQUE OQUEBAMBO e Otim é OTIM. Não existem classificações porque somente são Odé e Otim.

O dia da semana deles é sexta-feira.

Suas cores são azulão e o rosa (Odé) e azulão e laranja (Otim). Os Adjuntós de Odé são Odé com Otim, Yemanjá Bocí Otim com Odé

As ervas caracteristicas de Odé e Otim são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, lírio, coqueiro (folha), catinga de mulata, erva de bugre, aipim (folha), bananeira do mato (folha), butiazeiro (folha), rapazinho, vassoura vermelha, manjericão, cambará, caraguatá.

Odé e Otim regem os seguintes órgãos: diafragma, intestino delgado, pulmão, sangue, ossos do tórax, ossos da cintura escupular.

A frente Odé e Otim leva miamiã feito com farinha de mandioca e mel, 2 bisteca de porco e pirulitos. O Assentamento de Odé e Otim é separado, ambos levando arco e flecha, espingarda, faca de mato, funda, bodoque, tacape, machado simples, lança. No Assentamento de Odé vai um vulto (boneco masculino) e no de Otim um vulto (boneco feminino).

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OBÁ

Obá é a sétima Orixá do Orumalé. Dona da Roda, retira os cortes com sua Obé e a navalha. Enérgica, Obá é um Orixá de Guerra, também dona dos amores impossíveis. Suas lendas sempre giram em torno de Obá desafiando os homens para guerrear. Quando casou-se com Xangô já era uma mulher madura, mais velha que ele. Xangô era casado também com Oxum, que queria que ele se indispusesse contra Obá. Instruiu Obá a cortar sua orelha porque também tinha feito o mesmo e colocar no Amalá de Xangô e ele havia apreciado. Enfurecido ele atira o Amalá nos pés de Obá e ela vai embora. Viveu num rio que leva seu nome até hoje na África. Obá é um Orixá muito forte, em uma de suas lendas chama Ogum para guerrear. Ele, Dono da Guerra e das Armas aceita o desafio. Ambos guerreiam até Ogum se dar conta que ela era tão forte e o fato de

ser mulher não intimidou-a.

Nas representações de Obá, sempre a vemos com uma mão na orelha e outra com a navalha ou facão. A mão na orelha atribui-se a ela ter perdido a orelha devido ao ocorrido com Oxum e Xangô. Obá não possui classificações.

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No jogo do Ifá (Búzios) Obá sempre indica os cortes. Esses cortes podem ser oriundos de feitiços para qualquer aspecto. Ela também acusa a Obrigação já que na Nação Cabinda fazemos todas Obrigações com corte. Há correntes de estudiosos de mitologia africana que dizem que quando os rios Obá e Oxum se encontram a água é muito agitada e nunca se deve pronunciar o nome de um deles estando no outro.

A forma que saudamos Obá é EXÓ. Não existem classificações para Obá como citamos anteriormente. O dia da semana de Obá é quarta-feira.

Sua cor é o rosa.

Os Adjuntós de Obá são: Obá com Bará Lodê, Bará Lanã, Bará Adague, Xangô Agandjú, Xapanã Jubeteí, Xapanã Sapatá

As ervas características de Obá são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, aspargo, amor perfeito, urtiga, abacaxi (folha), abóbora (folha), alho, café (folha), salsaparrilha, salsa, rosa (cor de rosa), espada de Santa Catarina, cana-do-brejo, bauínia e imburana.

Obá rege os seguintes órgãos: orelhas, apêndice, mãos, sangue e ossos da mão.

A frente de Obá leva canjica cozida branca refogada no dendê, um opeté em forma de bola feito com batata cozida e amassada, 7 rodelas de abacaxi e o mesmo número de rodelas de abacaxi, vão de cerejas. As rodelas do abacaxi.

IMPORTANTE: Jamais deve-se servir Obá com canjica amarela, pois esta serve-se para Oxum. A canjica branca deve ser refogada no dendê e fica de cor semelhante com a da canjica amarela.

No Assentamento de Obá leva rolimã, navalha, orelha, espada e roda de madeira. O Ocutá (ponto principal entre o Orixá e a pessoa) é em formato de uma orelha.

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OSSANHA

Ossanha é o oitavo Orixá do Orumalé. Deus das Ervas Medicinais, era o médico dos Orixás. Carregava consigo o poder das plantas medicinais e operava curas do seu povo. Conta a lenda de Ossanha que quando os rios secaram, os alimentos ficaram escassos, toda a fertilidade de todo o Aiê (Terra) se extinguiu Ossanha amputou uma de suas pernas para alimentar povo. Ossanha também rege a fartura de dinheiro juntamente com Oxum Ademum. Ambos donos das riquezas, quando no Ifá respondem deve-se ficar atento porque pode indicar uma perda grande ou ganho grande de dinheiro. Não possui classificações.

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Nas representações de Ossanha geralmente encontra-se ele com uma perna só devido ao mito que amputou sua perna para alimentar o povo. No Batuque, quando há a ocupação do cavalo-de-santo, sendo este filho de Ossanha, em seguida que o Orixá chega, vem dançando em um pé só.

A forma que se saúda Ossanha é EU EU. O dia da semana de Ossanha é segunda-feira. Suas cores são o verde e amarelo.

Os Adjuntós de Ossanha são: Ossanha com Oxum Ademum ou em raras vezes com Yemanjá Bocí As ervas características de Ossanha são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, onda-do-mar (verde), abacateiro (folha), abricó (folha), agrião, alcachofra, alface, chicória (endívia), batata inglesa (folha), gervão, aperta-ruão, cana-do-brejo, caxeta.

Rege os seguintes órgãos: pés, pernas, coxas, sangue, ossos do pé.

O Ocutá (ponto principal entre o Orixá e a pessoa) de Ossanha tem a forma de um pé.

A frente de Ossanha leva miamiã gordo, um opeté em forma de cone com 7 moedas e figos ao redor. Em alguns Ilês, geralmente a frente leva uma linguiça assada. Os serviços feitos para Ossanha geralmente são voltados para a saúde, também podendo ser para o lado financeiro

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XAPANÃ

Xapanã é o nono Orixá do Orumalé. Deus das Doenças Materiais e Espirituais, é um Orixá muito forte e conhecido por sua fúria e vingança. Carrega consigo uma cabaça com búzios representando o Feitiço. Dono das Doenças e do Feitiço, responde pelo processo de desencarne. Com sua vassoura limpa as energias negativas levando todo o mal. Conta a lenda de Xapanã que ele fora abandonado por sua mãe Oxum por causa de sua doença (lepra) e Yemanjá (Nanã Borocum) lhe achou no lodo e o acolheu. Xapanã cresceu e se tornou o homem mais bonito, apesar da doença que lhe acometia a pele. Certo dia, Oxum pergunta a Yemanjá (Nanã Borocum) quem era aquele belo homem que com ela estava, Yemanjá responde que era o filho que ela tinha renegado. Os filhos de Xapanã geralmente tem manchas pelo corpo, cicatrizes e secreções que perduram a vida toda.

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CLASSIFICAÇÕES

DO

ORIXÁ

XAPANÃ

XAPANÃJUBETEI

Xapanã anda coberto da cabeça aos pés com palha-da-costa para esconder a lepra. Yemanjá cria Xapanã desde pequeno tornando-o forte e saudável.

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Xapanã Sapatá

Dono do Feitiço, os serviços mais comuns feitos para Xapanã são para corte de feitiços ou demandas. A vassoura representa a palha que ele vestia que carrega e varre todo o mal e da mesma forma ele se protegia dos Eguns.

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Xapanã Belujá

Xapanã Belujá junto com Oyá Timboá responde pelos cemitérios. Xapanã é um Orixá de Epô (azeite de dendê).

A forma de saudar Xapanã é ABÁO. O dia da semana de Xapanã é quarta-feira.

As cores correspondentes são: Xapanã Sapatá e Xapanã Jubeteí são o vermelho e preto. A cor de Xapanã Belujá é lilás escuro.

Os Adjuntós de Xapanã são: Xapanã Jubeteí com Oyá, Obá Xapanã Sapatá com Yansã, Obá Xapanã Belujá com Yansã, Oxum Olobá

Suas ervas caracteristícas são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, barba-de-pau (cipó cabeludo), gervão, onda do mar (vermelha), losna, absinto, concorosa, picão, erva-de-arumbeva, café (folha), beringela roxa (folha), funcho, mastruço (mastruz ou menstruz), urtiga, carqueja, carquejinha, videira (folha), suspiro, quebra pedra.

Rege os seguintes órgãos: pele, intestino grosso, ânus, sangue e bexiga.

O Ocutá (ponto principal entre o Orixá e a pessoa) é em forma de um tecido varioliforme e bexigoso ou em forma de um porongo.

A frente feita para Xapanã leva milho torrado, feijão torrado, amendoim torrado e dendê.

O Assentamento de Xapanã leva uma vassoura, cachimbo, gadanha, relho de crina de cavalo, revolver e chicote

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OXUM

Oxum é a décima Orixá do Orumalé. Dona da Fortuna, da Beleza e dos Rios de Água Doce, Oxum carrega consigo o espelho. Oxum é a Deusa das paixões, fertilidade, do ouro. É uma das Orixás mais conhecidas no Brasil e a mais recorrida. Dona de uma beleza ímpar, Oxum seduz qualquer um e usa de seus artifícios para conseguir o que quer. Conta a lenda de Oxum, que ela teve muitos filhos mas quem os criou foram Yansã e Yemanjá. Junto com Bará e Oxalá Oromilaia, os 3 regem o Jogo do Ifá (búzios). Oxum queria aprender o Jogo do Ifá e Bará recusava-se a ensinar, logo ela armou uma forma de descobrir com muita astúcia.

Oxum é a Dona dos Rios de Água Doce, nada mais necessário ao ser humano do que a água potável e em decorrência ela é dona da Fertilidade. Conta a lenda de que Oxum queria integrar a Cúpula masculina onde era decidido o futuro da humanidade pelos Orixás homens. Oxum revolta-se por não fazer parte e seca tudo, tudo que tinha vida no Planeta extingue-se. As mulheres não dão mais a luz, as fêmeas também não, as plantas se tornam escassas e os alimentos se terminam. A Cúpula percebe a revolta e o poder de Oxum em retaliação por não integrar o grupo e eles a convidam para fazer parte. Oxum muito satisfeita, devolve a fertilidade ao planeta.

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CLASSIFICAÇÕES DA ORIXÁ OXUM

Epandá Ibedji

A Oxum Epandá Ibedji é a mais nova da classificação. Ela está sempre junto de Xangô de Ibedji, filhos de Oxum com Xangô. Os serviços feitos para os Ibedjis geralmente são voltados a problemas que necessitam que certa urgência principalmente com assuntos de Justiça, porque como eles são crianças correm na frente dos outros Orixás para solucionarem rapidamente como o Amalá com os doces dos Ibedjis. Mulheres que desejam engravidar podem ofertar os Ibedjis ou podem comparecer em Mesa de Ibedjis que é o início do Batuque de Nação. Representam no Ifá o novo, a renovação em geral.

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Oxum Epandá

Oxum é um Orixá de Mel. Sua doçura e amabilidade são perceptíveis mas mesmo assim ela é um Orixá de muita força já que ela sempre quis estar sempre a frente de tudo. Junto com Yemanjá e Oxalá, os três são os Orixás de Coroa (Cabeças Grande). Oxum rege a subsistência de todos os seres, plantas, animais em virtude das Águas Doces, Yemanjá rege o Pensamento e Oxalá rege a Existência, assim como o desencarne também.

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Oxum Ademum

Ora Iê iêô Mãe Oxum Ademum! Ademum é um Orixá muito forte. Apesar do Mel, ela é um Orixá doce e por ser uma Oxum ela é um Orixá de Guerra (carrega além do espelho, uma espada), não se deve prometer nada nem desejar algo que não seja correto e sincero pois ela não atende. Aliás com Orixá nenhum se deve fazer isto. Algo muito importante que se deve esclarecer é que o destino não pode ser manipulado nem o carma. Aquilo que está escrito para vivermos a partir do momento que o ser humano respira pela primeira vez não pode ser alterado.

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Oxum Olobá

Oxum Olobá é um Orixá de Lomba. O Assentamento dela pode ser feito dentro do Quarto de Santo ou num Jardim dentro da casa com uma fonte. Podem ser feitos cortes na Lomba para ela. Aqui, não nos ateremos a mitos e lendas porque existem muitas lendas a cerca dos Orixás, principalmente da Orixá Oxum já que ela por si só mexe com o íntimo por causa dos amores e paixões.

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Oxum Docô

Oxum Docô é a mais velha da classificação. Impera no instinto maternal que toda mulher tem consigo. É um Orixá doce, mas nem por isso menos intempestiva. As características de Oxum são infindáveis e complexas. Oxum Docô guarda tudo que a Ademum conquista

A forma de saudarmos Oxum é ORA IÊ IÊÔ. O dia da semana é sábado.

As cores correspondentes são: Oxum Epandá Ibedji usa todas as cores menos o preto, Epandá usa amarelo claro, Ademum dourado, Olobá amarelo ovo puxando para o dourado e Docô bronze dourado. Os Adjuntós de Oxum são: Oxum Epandá Ibedji com Xangô Agandjú Ibedji Oxum Epandá com Bará Agelú, Ogum Adiolá, Xangô Agandjú, Oxalá Obocum, Oxalá Olocum

Oxum Ademum com Ossanha

Oxum Olobá com Xangô Agodô, Xapanã Belujá

Oxum Docô com Oxalá Jobocum e às vezes com Oxalá Orumilaia Suas ervas características são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, mimo de vênus, poejo, alecrim, jasmim, lírio, amor-perfeito, sândalo, abóbora (folha), abricó (folha), arroz (folha), avenca, couve, funcho, moranga (folha), mogango (folha), melão (folha), rosa amarela, sálvia, tamareira (folha), tamarindeiro (folha), tomateiro (folha), hortelã, trevo, verbena, vetiver, violeta, junco, manjericão, simaruba.

Rege os seguintes órgãos: coração, útero, estômago, sangue, ovários, antebraço, mãos, ossos do antebraço, ossos da mão, ossos da cintura pélvica.

O Ocutá é arrendondado e de tonalidade amarelada ou dourada.

A frente Oxum leva canjica amarela cozida, 4 ou 8 ou 16 (e seus múltiplos) quindins, mel e 8 borrifadas de perfume. Olobá couve refogada com mel e um pouco de dendê O número 8 é o número do Povo de Praia (Oxum, Yemanjá e Oxalá). No Ilê nós também fazemos o Ecó que é o calço da casa e protege

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contra os Eguns, trazendo também proteção e movimento. O Ecó é feito semanalmente com farinha de milho, 8 moedas, mel, uma gema de ovo dentro de um copo com água e 8 borrifadas de perfume. O Assentamento de Oxum leva muitos itens. Dona da Beleza, sempre que os Iniciados vão fazer assentamento para ela utilizam espelhos, perfume, brincos, pulseiras, pente, leque, jóias, colares, um anel de pedra vermelha (rubi) para Oxum Epandá Ibedji e Epandá, Ademum e Olobá a pedra é o topázio e Docô a pedra é o brilhante. Também usa-se uma espada que Oxum Ademum carrega.

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YEMANJÁ

Yemanjá é a décima primeira Orixá do Orumalé. Deusa dos Mares, Yemanjá é a Dona dos Pensamentos. Assim como Oxum e Oxalá, faz parte dos Orixás de Coroa.Yemanjá é um dos Orixás mais conhecidos no Brasil. Em Yourubá seu nome significa "Mãe cuja os filhos são peixes". Muito se recorre a ela para apaziguar os pensamentos de alguém. Conta a lenda de Yemanjá que teve 10 filhos de seu primeiro casamento e em decorrência disso seus seios ficaram enormes. Certo dia, caminhando por Ifé ela conhece Ogum e ambos se apaixonam. Ogum era um guerreiro muito bonito, dono de um charme particular apesar de rude e Yemanjá que atraía olhares por onde passava, logo os dois se casaram. Yemanjá mora na casa de Ogum mas impõe-lhe a condição de que nunca fale do tamanho de seus seios. Ele, aceita prontamente o pedido de Yemanjá por ter se encantado com tamanha beleza e delicadeza dela, mas também faz um pedido. Que ela nunca falasse do seu hábito de beber, que ele gostava muito. Ambos entram num consenso e vivem por longos anos assim. Certo dia, Ogum chega bêbado em casa e Yemanjá reclama porque a bebida o havia deixado desastrado. Ogum tinha fama de beberrão e violento. Ele ralha com ela e fala do tamanho de seus seios. Yemanjá revolta-se e vai embora muito chateada porque os dois não conrevolta-seguiram manter o combinado. Vagando durante a noite, Yemanjá que há muitos anos havia recebido de seu pai uma garrafa com água lembra-se da ocasião em que lembra-seu pai lhe dá a garrafa e lhe orienta para que somente a quebre em caso de extrema necessidade. Ela quebra a garrafa na areia e o mar se abre aos seus pés. Ela foge para alto mar e permanece. Ogum sai a procura dela desesperado, quando ouve perto do mar um canto melancólico e reconhece nele Yemanjá. Ogum tenta todas as formas de se encontrar com Yemanjá para se desculpar. Muito magoada, ela foge mais ainda. Xangô, percebe a ira de Ogum por não poder se aproximar de Yemanjá e a defende. Ogum enfurecesse com Xangô que joga raios no mar e erguem-se pedreiras impedindo Ogum de erguem-se encontrar com Yemanjá. Depois disso, Ogum nunca mais vira Yemanjá.

Dona da Clareza, Yemanjá é um Orixá de Mel mas também de muita força. É como o mar, quando sua fúria é invocada as ondas atingem que estiver por perto sem pena. Impera no âmbito familiar, de unir todos, estar sempre ás voltas da casa. Muito intempestivos, seus filhos não possuem a calma da Mãe.

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Geralmente são muito bravos, querem impor sua escolha e dominar as situações.

CLASSIFICAÇÕES DA ORIXÁ YEMANJÁ

Iemanja Bocí

A Orixá apesar de muito maternal, é muito vaidosa. Gosta de coisas luxuosas e seus filhos e filhas tem um apreço especial pelos cabelos. Quando solicitada propicia favores inestimáveis por ser a Dona do Pensamento. Sabe punir mas também sabe recompensar.

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Iemanja Bomí

Yemanjá não tolera erros e suas punições são grandes sem volta e sem perdão. Fazer com que ela se revolte é grave pois ela sabe o poder que tem. Pois como se costuma dizer dentro da Religião, depois que o mel azeda não existe forma para voltar a ser o que era. A maior característica de Yemanjá é ser remosa, tudo deve ser no tempo dela e o que ela permitir.

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Nanã Bocorum

Ela impera no pensamento e o pior erro é chamar um filho de Yemanjá de louco. Provocar a ira dela é perigoso, ela defende os seus com unhas e dentes e se encarrega. Yemanjá rege o sentido da educação dada aos filhos que é passada de geração a geração. Seus filhos são pais e mães de coração de muitas pessoas e em decorrência disso muitas de suas filhas tem dificuldade para engravidar ou tem muitos filhos.

Os serviços mais comuns feitos para Yemanjá são abafamentos e adoçamentos. Também quando se quer que alguém fique com a pessoa em pensamento se faz um Axé para Yemanjá.

A forma de saudarmos Yemanjá é OMI ODO. O dia da semana de Yemanjá é a sexta-feira.

Suas cores são respectivamente: Yemanjá Bocí é o azul claro, Yemanjá Bomí é o azul escuro e Yemanjá Nanã Borocum usa lilás.

Os Aduntós de Yemanjá são: Yemanjá Bocí com Ogum Adiolá, Xangô Agandjú, Odé, Oxalá Dacum, Oxalá Obocum e raramente com Ossanha quando os filhos tem algum problema grave de saúde Yemanjá Bomí com Oxalá Jobocum e às vezes com Oxalá Oromilaia

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Suas ervas características são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, hortênsia, alfazema, alface, amor-perfeito, violeta, verbena, vetiver, onda-do-mar (verde e vermelho), jasmim, junco, malva cheirosa, chicória (endívia), cipó ouro, imburana.

Rege os seguintes órgãos: vesícula, fígado, testículos, pêlos, cabelos, sangue, braço, ossos do braço,

ossos da cintura pélvica.

A frente para Yemanjá leva canjica branca cozida, 4, 8, 16 (e seus múltiplos) cocadas, mel e 8 borrifadas de perfume. Nos Ilês é comum se ter também o Ecó (condensador de energias) de Yemanjá que leva uma flor branca, mel, água, uma moeda prateada e 8 borrifadas de perfume. O Ecó é feito semanalmente.

O Assentamento de Yemanjá leva âncora, leme, navio, jóias de prata, pérolas, caramujo, cavalo-marinho, estrela-do-mar, remo, conchas, conchas de madrepérola, espelho, perfume, batom, esmalte, pente.

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OXALÁ

Oxalá é o décimo segundo e último Orixá do Orumalé. Oxalá é muito confundido com Deus, Oxalá é um Orixá e todos os Orixás são Deuses no Sincretismo Africano. Deus de todas as coisas, está presente no nascimento e na morte. É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as cores .Muitos mitos se formam em decorrência da confusão que se tem acerca de Oxalá ser Deus. Oxalá era o Orixá que cuidava de tudo, assim tendo o carinho e cuidados de todos os outros Orixás. Oromilaia, o Oxalá mais velho da classificação é o Dono do Ifá. Bará detinha o poder sobre o Jogo de Adivinhação e Oxum muito ardilosa descobriu como jogava-se o Ifá, mas Oxalá como é dono de todas as coisas é o dono do Jogo de Búzios. Quando se joga, pede-se sempre permissão a todos os Orixás e em especial para Oxalá. No mito Oromilaia era cego, e em decorrência disso tinha poderes divinatórios. Quando o Iniciado recebe o Axé de Búzios e Obés (Facas), torna-se Babalorixá ou Yalorixá (Pai ou Mãe de Santo). O Axé é feito para Oromilaia. Uma das lendas de Oxalá Oromilaia que fez o mundo e gostava muito de vagar para ver seus feitos. Pai de Xangô que é o Rei do Orumalé, ele chega a cidade de Ifé onde Xangô reina. Lá os soldados de Xangô o prendem devidos a andar maltrapilho e sujo por desconfiarem que ele fosse atrapalhar a ordem de Ifé. Xangô não o via há muito tempo e mandou que trouxessem o tal velhoque vagava pelas ruas de seu reino. Sentado em seu trono, o Rei do Orumalé fica em choque e emocionado quando vê que aquele senhor era seu pai depois de tantos anos sem se verem.

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CLASSIFICAÇÕES

do

orixa

Oxalá Obocum

Oxalá um Orixá de Mel (também chamado de Coroa Grande junto com Oxum e Yemanjá), suas características se atêm na doçura e calma. Apesar de ser um Orixá de Mel, as classificações Obocum, Olocum e Dacum são Oxalás guerreiros. Carregam a espada e o escudo cheios de nobreza e vigor. Jobocum e Oromilaia são mais velhos simbolizando sabedoria e serenidade assim como os outros três.

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Oxalá Olocum

Oxalá simboliza os olhos que tudo vêem. O arquétipo dos filhos de Oxalá são de pessoas calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança. Líderes natos, seguem com seus objetivos até o fim. Gostam de organização e são muito caprichosos, respeitam tudo e todos mas exigem ser respeitados. Seus filhos são muito vaidosos, gostam de estarem bem apresentados. As filhas de Oxalá são ótimas mães e esposas, mas um pouco dominadoras e ciumentas. Apesar disso são pessoas muito discretas.

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Oxala Dacum

O animal que simboliza o Orixá Oxalá é o caracol, que na língua Yorubana chama-se Ebi. O Ebi representa a calma do Orixá e por isso fala-se que em ano que Oxalá rege, é um ano muito lento.

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Oxala Jobocum

Jobocum é o Orixá responsável pela morte. Quando tudo se encaminha para o fim da vida da pessoa, Jobocum é quem vem buscar e encaminhar o espírito. No Jogo do Ifá (Búzios), quando um dos Búzios cai perto da conta de Jobocum, a morte da pessoa já está sacramentada pelo Karma e muito pouco resta o que fazer para reverter este quadro. Ele é um Orixá mais velho. Ambos carregam o cajado que simboliza a sabedoria e maturidade.

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Oxalá Oromilaia

Oromilaia é o mais conhecido da classificação deste Orixá. Dono do Jogo do Ifá, ele era cego e por isso tinha dons divinatórios. É para ele que se faz o Axé de Búzios, obrigação máxima para tornar-se Babalorixá ou Yalorixá. Tendo esta Obrigação, o Iniciado está pronto para ter sua casa de Religião se optar.

A saudação de Oxalá é EPAÔ EEBABÁ.

O dia da semana dos Oxalás Obocum, Olocum e Dacum é quarta-feira. Oxalá Jobocum e Oromilaia é domingo.

Sua cor é o branco, apesar Oxalá Oromilaia que se difere sendo branco e preto.

Os Adjuntós de Oxalá são: Oxalá Obocum com Oxum Epandá Oxalá Olocum com Oxum Epandá Oxalá Dacum com Yemanjá Bocí Oxalá Jobocum com Oxum Docô ou Yemanjá Bomi Oxalá Oromilaia com Oxum Docô e raros casos com Yemanjá Bomi

Suas ervas características são: guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, acelga, alecrim, lírio, arnica, araruta, rosa (branca), copo de leite, sapé, junco, trigo (folha) e rosa d'água. Oxalá rege os seguintes órgãos: olhos, miolos, baço, rins, sangue e ossos do sangue

A frente de Oxalá leva canjica branca, 8 (e seus múltiplos) suspiros e mel. A oferenda (frente) de Oxalá Oromilaia é diferente, leva canjica branca refogada no mel com um ovo e 8 ameixas secas.

O Assentamento de Oxalá (Obocum, Olocum, Dacum e Jobocum) leva bastão, jóias de prata, caramujo, sabre, espada, pilão de madeira e uma pomba de metal ou prata. O Assentamento de Oxalá Oromilaia leva todas as ferramentas e armas de Oxalá acrescidas por um par de olhos.

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É importante ressaltar que as Obrigações de Oborí levam uma moeda e 8 búzios. O Ocutá é uma pedra brilhosa branca ou leitosa branca, de diversas formas sendo a mais comum arredondada e na grande maioria são pedras rugosas.

Referências

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