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Academic year: 2021

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O IMPÉRIO RETÓRICO

O IMPÉRIO RETÓRICO

Chaïm Perelman

Chaïm Perelman

11

As relações entre a filosofia e a retórica são essenciais ara o !estino !esta "ltima# As relações entre a filosofia e a retórica são essenciais ara o !estino !esta "ltima# En

En$%$%ananto to $%$%e e a a reretótóririca ca fafa& & rre'e'alalececer er cecertrtas as ooininiõiões es soso(r(re e o%o%tratras s ooininiõiõeses concorrentes) a filosofia) $%e rimiti'amente incl%*a as ci+ncias artic%lares) est, em concorrentes) a filosofia) $%e rimiti'amente incl%*a as ci+ncias artic%lares) est, em  (%sca

 (%sca !e !e 'er!a!es 'er!a!es imessoais# imessoais# Parm+ni!es) Parm+ni!es) ao ao oor oor em em se% se% c-le(re c-le(re oema oema a a 'ia 'ia !a!a 'er!a!e) .aranti!a ela !i'in!a!e) / 'ia !a oinião) $%e - a !os homens) ina%.%ra'a a 'er!a!e) .aranti!a ela !i'in!a!e) / 'ia !a oinião) $%e - a !os homens) ina%.%ra'a a comet+ncia entre filósofos e mestres !e retórica# A resosta !e 0ór.ias não se fe& comet+ncia entre filósofos e mestres !e retórica# A resosta !e 0ór.ias não se fe& eserar atra'-s !e %ma trila ar.%mentação) ele mostra $%e o ser não - $%e se -) seria eserar atra'-s !e %ma trila ar.%mentação) ele mostra $%e o ser não - $%e se -) seria inco.nosc*'el e $%e se al.%-m o conhecesse) seria incom%nic,'el !a* a imort2ncia !a inco.nosc*'el e $%e se al.%-m o conhecesse) seria incom%nic,'el !a* a imort2ncia !a retórica) !a t-cnica sicoló.ica $%e tra(alha so(re a 'onta!e !o a%!itório ara o(ter s%a retórica) !a t-cnica sicoló.ica $%e tra(alha so(re a 'onta!e !o a%!itório ara o(ter s%a a!esão# 3a mesma maneira) ao mostrar $%e) so(re to!o o(4eto) e5istem !ois !isc%rsos a!esão# 3a mesma maneira) ao mostrar $%e) so(re to!o o(4eto) e5istem !ois !isc%rsos oostos) os

oostos) os dissoi logoidissoi logoi) Prot,.oras ne.a a e5ist+ncia !e %ma 'er!a!e "nica# 6%an!o) Prot,.oras ne.a a e5ist+ncia !e %ma 'er!a!e "nica# 6%an!o to!o tema - o(4eto !e contro'-rsia) %ma 'e& $%e semre se o!e !efen!er o ró e o to!o tema - o(4eto !e contro'-rsia) %ma 'e& $%e semre se o!e !efen!er o ró e o contra) - reciso o%tor.ar a reemin+ncia ao retórico)

contra) - reciso o%tor.ar a reemin+ncia ao retórico) mestre !a oinião#mestre !a oinião#

Platão 7 ao contr,rio 7) na me!i!a em $%e cr+ na e5ist+ncia) em to!o ass%nto) !e Platão 7 ao contr,rio 7) na me!i!a em $%e cr+ na e5ist+ncia) em to!o ass%nto) !e %ma 'er!a!e $%e o filósofo !e'e (%scar so(re t%!o) reconhecer, %m ael %r.atório / %ma 'er!a!e $%e o filósofo !e'e (%scar so(re t%!o) reconhecer, %m ael %r.atório / !i

!ialal-t-ticica) a) $%$%e e - - %m%ma a t-t-cncnicica a %ti%tilili&a&a!a !a oor r 8ó8ócrcratates es aara ra reref%f%tatar r as as ooininiõiões es !o!o a!'ers,rio) na me!i!a em $%e se ossa 9r em e'i!+ncia s%a contra!ição# Tão lo.o se a!'ers,rio) na me!i!a em $%e se ossa 9r em e'i!+ncia s%a contra!ição# Tão lo.o se contra!i.am as oiniões não o!em ser a!miti!as sim%ltaneamente) e %ma !elas 7 elo contra!i.am as oiniões não o!em ser a!miti!as sim%ltaneamente) e %ma !elas 7 elo menos 7 !e'e ser a(an!ona!a em nome !a 'er!a!e# É assim $%e 8ócrates reara o menos 7 !e'e ser a(an!ona!a em nome !a 'er!a!e# É assim $%e 8ócrates reara o caminho ara a int%ição !a 'er!a!e# 6%an!o a erce(e) o filósofo o!er, se ser'ir !a caminho ara a int%ição !a 'er!a!e# 6%an!o a erce(e) o filósofo o!er, se ser'ir !a t-cnica retórica ara com%nic,:la e fa&+:la ser a!miti!a elo a%!itório# A retórica !i.na t-cnica retórica ara com%nic,:la e fa&+:la ser a!miti!a elo a%!itório# A retórica !i.na !o filósofo - a $%e o!er, ers%a!ir aos rórios !e%ses) ois ela (%sca a a!esão a teses !o filósofo - a $%e o!er, ers%a!ir aos rórios !e%ses) ois ela (%sca a a!esão a teses 'er!a!eiras) e não a simles oiniões#

'er!a!eiras) e não a simles oiniões#;; <ma retórica $%e) ao es$%ecer a 'er!a!e) se<ma retórica $%e) ao es$%ecer a 'er!a!e) se contenta com a a!esão !o a%!itório) manten!o:o) .raças aos efeitos !a

contenta com a a!esão !o a%!itório) manten!o:o) .raças aos efeitos !a lin.%a.em) so( olin.%a.em) so( o encanto !a ala'ra) recorren!o / a!%lação) -

encanto !a ala'ra) recorren!o / a!%lação) - %ma t-cnica !a aar+ncia# Ela se %ma t-cnica !a aar+ncia# Ela se assemelhaassemelha

1

1 Tra!%ção !e= PERE>MA?) Chaïm# @>Emire Rh-tori$%e  Tra!%ção !e= PERE>MA?) Chaïm# @>Emire Rh-tori$%e Bca#IDF) in=Bca#IDF) in= L'Empire L'Empire

 Rhétorique. Rhétorique et A

 Rhétorique. Rhétorique et Argumentargumentationtion# >i(rairie # >i(rairie Philosohi$%e G# Drin) 1H# Tra!%ção !ePhilosohi$%e G# Drin) 1H# Tra!%ção !e An!r- Ma.nelli

An!r- Ma.nelli(a revisar)(a revisar)

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a %m !estes homens $%e) em l%.ar !e manter se%s coros or meio !a .in,stica e !e c%i!,:los com a me!icina) os a!%lam me!iante %ma co&inha a.ra!,'el) sem se  reoc%ar com as conse$%+ncias nefastas $%e res%ltarão !e s%a .%la#J A retórica $%e  (%sca a.ra!ar) $%e somente se reoc%a com as aar+ncias) $%e ma$%ia a reali!a!e or  meio !as @coresF) - a t-cnica !ema.ó.ica or e5cel+ncia) / $%al !e'em com(ater to!os os $%e se imortam com o tri%nfo !a 'er!a!e# O retórico) tal como o sofista) - o mestre !a oinião) conse$%entemente) !a aar+ncia ao asso $%e o $%e interessa ao filósofo e ao s,(io - o conhecimento !a 'er!a!e e !a r,tica !o (em conforme esta 'er!a!e# 8e) !e fato) a !ial-tica - "til ao filósofo e lhe ermite eliminar as oiniões err9neas) a  erceção !a 'er!a!e se far,) or-m) .raças /s int%ições a retórica ser'ir, ara com%nic,:las e fa&+:las a!mitir# ?este senti!o) ela est, claramente s%(or!ina!a / filosofia#

As conceções !e Aristóteles serão mais mati&a!as# Ao searar niti!amente as !iscilinas r,ticas !as ci+ncias teóricas) Aristóteles insiste so(re o fato $%e não são os mesmos m-to!os) nem os mesmos meios !e ro'a) $%e se !e'e %tili&ar em to!os os !om*nios# Assinalamos a assa.em !a  Ética a Nicômaco) se.%n!o a $%al o $%e con'+m a %ma !emonstração matem,tica seria ri!*c%lo n%m !isc%rso e 'ice:'ersa#K

8e a int%ição - a .arantia !a 'er!a!e !os rinc*ios nas ci+ncias) o rec%rso / !eli(eração e / !isc%ssão - o $%e confere %ma racionali!a!e /s ati'i!a!es r,ticas) nas $%ais a !ecisão e a escolha ocorrem somente aós %ma refle5ão so(re os oss*'eis e os contin.entes# 0raças aos racioc*nios !ial-ticos e / retórica se o!er, infl%ir no 4%*&o e orient,:lo em !ireção a toma!as !e osição ra&o,'eis# Para Aristóteles) to!o a%!itório -%m 4%i& $%e !e'e) no fim !as contas) ron%nciar:se so(re a s%eriori!a!e !e -%ma o% o%tra !as teses em !is%taL) $%an!o nenh%ma !elas se imõe !e maneira e'i!ente# É  recisamente or$%e o !om*nio !a ação - contin.ente e não o!e or issoN ser !iri.i!o  or 'er!a!es cient*ficas) $%e o ael !os racioc*nios !ial-ticos e !os !isc%rsos retóricos - ine'it,'el ara intro!%&ir al.%ma racionali!a!e no e5erc*cio !a 'onta!e in!i'i!%al e coleti'a#

3 Platão) Górgias) L1#

4 Aristóteles) Ética a Nicômaco) ># I) 1HK() ;J:;L#

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In!icamos) no ca*t%lo II) como Ram%s) ao atri(%ir / !ial-tica o est%!o !e to!a classe !e racioc*nios) tanto anal*ticos como !ial-ticos) re!%&i% a retórica / eloc%ção) /  (%sca !e formas !e e5ressão $%e são retira!as !o !isc%rso or!in,rio) ao est%!o !os

ornamentos) !as fi.%ras !e estilo#

Mas) 3escartes foi ain!a mais lon.e em s%a 'onta!e !e eliminar to!a retórica !e s%a filosofia#Q

O ro4eto cartesiano !e %ma filosofia more geometrico) $%e foi reali&a!o aenas  or 8ino&a) era !e constr%ir %m sistema $%e) roce!en!o !e e'i!+ncia em e'i!+ncia)

não !ei5aria l%.ar a $%al$%er oinião contro'ersa# Como 3escartes o !escre'e% no começo !e s%a edita!"o #rimeira=

$uma %e& que a ra&"o ( me persuade de que n"o de%o menos cuidadosamente impedir)me em dar crédito *s coisas que n"o s"o inteiramente certas e indu+it(%eis, do que *s que nos parecem mani-estamente ser -alsas, o menor moti%o de d%ida que eu nelas encontrar +astar( para me le%ar a reeitar todas./ 0 

A am(ição !e ela(orar %ma filosofia c%4as teses se4am to!as e'i!entes o% !emonstra!as !e maneira restrita tem como conse$%+ncia eliminar !ela to!a forma ar.%mentati'a) !e rechaçar a retórica como instr%mento !a filosofia#

6%ais são os ress%ostos !e tal filosofia

Primeiro) a i!eia !e $%e 3e%s não somente - a fonte) mas tam(-m - a .arantia !e to!o o sa(er) ois $sem o conhecimento destas duas %erdades 1que h( um 2eus e que ele n"o pode me enganar3, n"o %eo como possa amais estar certo de coisa alguma/ # Com efeito) se% m-to!o consiste em !esco(rir @ um caminho que nos condu&ir( desta contempla!"o do %erdadeiro 2eus Bno qual todos os tesouros da ci4ncia e da sa+edoria est"o encerrados5, ao conhecimento das outras coisas do uni%erso/#H

A ci+ncia est, totalmente aca(a!a= não h, na!a mais a !esco(rir#

6 S# 0o%tier# @>a r-sistance a% 'rai et le ro(lme cart-sien !U%ne hilosohie sans rh-tori$%eF)

Retorica et Varocco) c%ra !i C%itelli) Roma) 1HLL) # L:H#

7 3escartes) Me!itações) tra!%ção !e G# 0%ins(%r. e Vento Pra!o G"n%ir in= 8ão Pa%lo= A(ril

C%lt%ral) 1HH) ##

8 3escartes) i(i!) #1#

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É reciso !esconfiar !e to!a iniciati'a h%mana) $%e só o!e con!%&ir ao erro) ois ela tem li!ar com a ima.inação e com os reconceitos# O ael cria!or !o homem na o(ra cient*fica - comletamente es$%eci!o#

8en!o as i!eias !i'inas comletamente racionais) elas não o!em ser senão !a nat%re&a matem,tica# 8ó elas se caracteri&am ela e'i!+ncia) o(ri.an!o to!o ser !e ra&ão a s%(meter:se a elas# Ao .enerali&ar) .raças / s%a ima.inação filosófica) os res%lta!os !a an,lise !o racioc*nio matem,tico) e5i.in!o) contra a oinião !e Aristóteles) $%e as mesmas e5i.+ncias !e ri.or $%e ti'eram +5ito na matem,tica se ali$%em em to!os os !om*nios) 3escartes - le'a!o / !"'i!a metó!ica no $%e se refere /s s%as oiniões=

$No tocante a todas as opini6es que até ent"o acolhera em minha crédito, o melhor a -a&er seria dispor)me, de uma %e&  para sempre, a retirar)lhes essa con-ian!a, a -im de su+stitu7) las em seguida ou por outras melhores, ou ent"o pelas mesmas, depois de t4)las austado ao n7%el da ra&"o./89

O(ser'emos $%e) ',rios anos antes) >or! Vacon) teórico !as ci+ncias em*ricas) i.%almente re.ara a h%mil!a!e cristã aos cientistas) e!in!o:lhes ara ler atentamente o .ran!e li'ro !a ?at%re&a me!iante o $%al 3e%s se re'ela'a aos homens# O m-to!o in!%ti'o !e'ia tomar c%i!a!o ara $%e o homem não form%lasse nenh%ma tese $%e não ti'esse encontra!o no li'ro !a ?at%re&a) como se as e5eri+ncias ho%'essem si!o escritas claramente n%ma lin.%a.em !i'ina#

3eois !e ha'er o(ser'a!o o ano !e f%n!o teoló.ico !a conceção !a ci+ncia) tanto em Vacon como em 3escartes) !eois !e ha'er s%(linha!o o asecto ara!o5al e !ificilmente a!miss*'el !a ima.inação cartesiana11) $%e $%isera $%e to!as as nossas oiniões esti'essem s%(meti!as ao mesmo crit-rio !a e'i!+ncia rório /s teses matem,ticas) aca(a:se or erce(er $%e mesmo 3escartes te'e $%e se fiar !as oiniões) ain!a $%e só fossem as oiniões !e s%a moral ro'isória#

Com efeito) antes !e reconstr%ir %ma ci+ncia racional) ele não o!e rescin!ir !e %ma moral ro'isória) !e al.%mas m,5imas !as $%ais a rimeira era=

$:+edecer *s leis e aos costumes de meu pa7s, retendo constantemente a religi"o em que 2eus me concedeu a gra!a de ser instru7do desde a in-;ncia, e go%ernando)me, em tudo o mais, segundo as opini6es mais moderadas e mais

10 3escartes) 2iscurso do método) i(i!#) #JL#

(5)

distanciadas do e<cesso, que -ossem comumente acolhidas em pr(tica pelos mais sensatos daqueles com os quais teria de %i%er./8=

8a(e:se $%e) !%rante to!a s%a 'i!a 3escartes) te'e !e contentar:se com esta moral  ro'isória# 8%a reoc%ação ela e'i!+ncia .enerali&a!a não te'e or efeito s%(stit%ir a moral tra!icional) e5ressão !a oinião com%m !e se% meio) or %ma moral racional e %ni'ersalmente ',li!a) mas sim incitar o reseito escr%%loso !as re.ras e !as oiniões !ominantes) rec%san!o mo!ific,:las or to!a ra&ão não e'i!ente# Para!o5almente) o racionalismo matem,tico) $%e an!a'a 4%nto com a re4eição !a oinião e) conse$%entemente) !e to!o interc2m(io !e oiniões) !e to!o rec%rso / !ial-tica e / retórica) che.a) na r,tica) ao imo(ilismo e ao conformismo no !ireito) na moral) na  ol*tica e na reli.ião#

O ensino !as ci+ncias se insira at- ho4e na aro5imação cartesiana# ?os !om*nios $%e escaam / contro'-rsia não - com%m referir:se /s oiniões !e tal o% $%al cientista as teses ensina!as são consi!era!as 'er!a!eiras o% a!miti!as or hióteses) mas aenas caso se sinta a necessi!a!e !e 4%stific,:las#

É assim $%e os a5iomas !as ci+ncias matem,ticas) consi!era!os) rimeiramente) como e'i!+ncias) se aresentaram) !eois) como con'enções !e lin.%a.em) sem $%e a maneira !e e5or %m sistema formal se ressentisse !esta m%!ança !e ersecti'a) $%e -) no entanto) f%n!amental# Com efeito) se não se trata !e e'i!+ncias) mas sim !e hióteses o% !e con'enções) or $%e) então) escolher tal hiótese o% tal con'enção em refer+ncia a tal o%tra Estas $%estões são consi!era!as ela maior arte !os matem,ticos como estranhas / !iscilina#

6%an!o a ló.ica se aresento% so( a forma !e ',rios sistemas formali&a!os) .raças / infl%+ncia !os matem,ticos) os ló.icos $%e tinham reoc%ações filosóficas se  er.%ntaram se era reciso a!mitir a e5ist+ncia !e ',rias ló.icas !iferentes o% se e5istia somente %ma ló.ica nat%ral $%e fosse anterior a to!os os sistemas formali&a!os# E se h, %ma ló.ica nat%ral) como !esco(ri:la 8eria f,cil areen!+:la !a rória estr%t%ra !a lin.%a.em nat%ral1J Estaria ela 4%stifica!a elas necessi!a!es !e %ma !isc%ssão

12 3escartes) i(i!) #K1#

13 Cf# 0# WreX# @3ie >o.ic als Emirische YissenschaftF) em La théorie de l>argumentation#

(6)

metó!ica1KA artir !o momento em $%e se coloca o ro(lema !a escolha !e %ma ló.ica e !e s%a 4%stificação) a ci+ncia imessoal nos remete a se%s f%n!amentos filosóficos e)  roriamente) h%manos#

Tam(-m as ci+ncias nat%rais %!eram rescin!ir) !%rante s-c%los) !e to!a refer+ncia a %ma lin.%a.em h%mana) sit%a!a n%m conte5to histórico e c%lt%ral) !e'i!o a s%a refer+ncia a 3e%s) /s s%as i!eias e / maneira como Ele as re'ela'a aos homens# A crença na e5ist+ncia !e 'er!a!es eternas conti!as no es*rito !i'ino e .aranti!as or Ele  4%stifica'a a eliminação !e to!o elemento essoal !o ensamento cient*fico e aenas o

erro era atri(%*'el / inter'enção h%mana#

8%rimamos esta .arantia $%e 3e%s !, / e'i!+ncia e) !e ime!iato) to!o  ensamento se torna h%mano e fal*'el) e não est, mais ao a(ri.o !a contro'-rsia# A i!eia !e $%e to!a teoria cient*fica não - mais !o $%e hiótese h%mana) $%e s%era necessariamente 7 ara ser fec%n!a 7 os !a!os !a e5eri+ncia e $%e não - nem e'i!ente nem infal*'el) - %ma conceção mo!erna $%e [arl Poer !efen!e% com talento# 1L Mas) na falta !e %ma e'i!+ncia $%e se imonha a to!os) ara fa&er:se a!mitir) a hiótese !e'e estar resal!a!a em (oas ra&ões reconheci!as) como tais) or o%tros homens $%e se4am mem(ros !a mesma com%ni!a!e cient*fica# O  status  !o conhecimento !ei5a !e ser  imessoal) ois to!o ensamento cient*fico se torna %m ensamento h%mano) fal*'el) sit%a!o e s%4eito / contro'-rsia# To!a i!eia no'a !e'er, ser s%stenta!a or meio !e instr%mentos $%e !e'em li!ar com o m-to!o esec*fico !a !iscilina e ser arecia!os em f%nção !ela#

Demos $%e o i!eal cartesiano !e %m conhecimento e'i!ente alic,'el !e maneira %ni'ersal não !ei5a nenh%m l%.ar / retórica e / !ial-tica or o%tro la!o) a imort2ncia !e am(as a%menta semre $%e %m !om*nio escaa / e'i!+ncia# Ao mostrar $%e a i!eia !e e'i!+ncia se !es'anece a artir !o momento em $%e se reten!e s%erar a int%ição s%(4eti'a e se $%er com%nicar or meio !e %ma lin.%a.em $%e 4amais se imõe) %ma cr*tica !a i!eia !e e'i!+ncia1Q ten!e a mostrar $%e a escolha !e %m mo!o !e e5ressão) se não - ar(itr,rio 7 e o%cas 'e&es o - 7 est, con!iciona!a or ra&ões $%e ro'+m !a

14 Cf# P# >oren&en# ethodisches 2en?en) i(i!# #;1H:;J;# 3o mesmo a%tor Ein-@hrung in

die operati%e Logi? ) 1HLL e Formale Logi? ) 1HQ#

15 [arl# R# Poer# A lógica da pesquisa cient7-ica# 8ão Pa%lo= C%ltri5\E3<8P) 1HL#

16 Cf# Ch# Perelman# @E'i!+ncia e ro'aF) em Retóricas# 8ão Pa%lo= Martins Wontes) 1HH)

(7)

!ial-tica e !a retórica# To!a ati'i!a!e esirit%al $%e se sit%a entre o necess,rio e o ar(itr,rio somente - ra&o,'el na me!i!a em $%e est, s%stenta!a or ar.%mentos e) e'ent%almente) il%stra!a or contro'-rsias $%e normalmente não con!%&em a %ma %nanimi!a!e#

Ocorre $%e) ao 9r:se !e acor!o so(re %ma meto!olo.ia) - oss*'el che.ar) em certas -ocas) em certas !iscilinas) a %ma %nanimi!a!e $%e não se encontra em o%tra  arte cont%!o) na!a .arante s%a man%tenção in!efini!a# Mesmo a fórm%la neZtoniana

!a atração %ni'ersal) $%e se cria in!estr%t*'el) foi se'eramente critica!a $%an!o foram !a!as ra&ões s%ficientes ara emen!,:la#

Contra 3escartes) $%e $%eria constr%ir to!o o sa(er so(re e'i!+ncias antiss*smicas) - reciso mostrar o $%e h, !e e5cecional no acor!o !os cientistas !e'i!o a ra&ões esec*ficas#

Em to!os os !emais !om*nios) $%e se trate !e reli.ião o% !e filosofia) !e moral o% !e !ireito) o l%ralismo - a re.ra# Estes !om*nios !eri'am s%a racionali!a!e aenas !o aarelho ar.%mentati'o) !as (oas ra&ões $%e se o!e aresentar em fa'or o% contra ca!a tese $%e se aresenta#

3es!e Se.el) - !if*cil ne.ar $%e to!a filosofia est, sit%a!a e - contro'ersa e esta afirmação !e'e ser alica!a ao rório sistema he.eliano) caso ele se4a seara!o !e se%  ano !e f%n!o teoló.ico# Isso imlica n%m $%estionamento !a eistemolo.ia e !a

metaf*sica cl,ssicas# Em l%.ar !e (%scar %ma rimeira 'er!a!e necess,ria e e'i!ente !a $%al estaria s%senso to!o nosso sa(er) esta(elecemos nossa filosofia em f%nção !e %ma 'isão) na $%al os homens e as socie!a!es h%manas em interação) os "nicos resons,'eis  or s%a c%lt%ra) or s%as instit%ições e or se% f%t%ro) são os $%e se esforçam em

ela(orar sistemas racionais imerfeitos) mas erfect*'eis#

O !om*nio or e5cel+ncia !a ar.%mentação) !a !ial-tica e !a retórica - a$%ele em $%e inter'+m 'alores# Platão) em se% !i,lo.o so(re a ie!a!e) ha'ia mostra!o $%e o !om*nio ri'ile.ia!o !a !ial-tica - o $%e escaa ao c,lc%lo) ao eso e / me!i!a) a$%ele no $%al se trata !o 4%sto e !o in4%sto) !o (elo e !o feio) !o (om e !o ma%) e) em .eral) !o refer*'el#1

A conceção mo!erna !a filosofia) $%e a !istin.%e !as ci+ncias) fa& !o rec%rso / ar.%mentação) so( to!as as s%as formas) o se% m-to!o rório#

(8)

Com efeito) esta não o!e limitar:se ao $%e se erce(e) ois ela !e'e searar o imortante !o sec%n!,rio) o essencial !o aci!ental) o constr%*!o !o !a!o) e isto em f%nção !e %ma ersecti'a) c%4a erman+ncia e s%eriori!a!e não se imõem a to!os# 3a* a o(ri.ação !e s%stentar a ersecti'a escolhi!a me!iante %ma ar.%mentação) .raças a analo.ias e met,foras !as $%ais se mostrar, a a!e$%ação e a s%eriori!a!e so(re ersecti'as oostas#

É claro $%e as formas !e racioc*nio !o filósofo não o!em se limitar / !e!%ção e / in!%ção# ?a me!i!a em $%e os filósofos fa&em %m chama!o / ra&ão e %tili&am ara con'encer to!o %m arsenal !e ar.%mentos $%e !e'eriam ser aceitos or to!os) lhes - reciso amliar s%a conceção !e ra&ão) !e mo!o $%e se4a mostra!a a racionalidade

das técnicas argumentati%as e da retórica como teoria do discurso persuasi%o#

Po!eria nos a4%!ar com esta emresa) ine'it,'el em nossa -oca) a e5eri+ncia sec%lar !os 4%ristas) $%e !eois !e terem feito as instit%ições h%manas !een!erem !e %m !ireito nat%ral !e insiração !i'ina) $%e se tratasse !a Pro'i!+ncia !os estoicos) !o 3e%s 'i'o !as reli.iões re'ela!as o% !o 3e%s racional !os filósofos) che.aram a ela(orar a teoria !e %m !ireito ra&o,'el) o(4eto !o consensus  !e %ma com%ni!a!e or.ani&a!a#1

 ?ão sem ra&ão os trata!os !e retórica !os anti.os eram essencialmente o(ras ara %so !os 4%ristas# ?ão se o!e es$%ecer) a reseito !isso) $%e o !ireito) contra o $%e ocorre na filosofia) or e5emlo) tem or missão resol'er as contro'-rsias) e $%e) a  artir !este momento) essas não o!em se rolon.ar in!efini!amente# É reciso $%e se che.%e 7 em !ireito 7 a %ma !ecisão $%e se (eneficiar, !a a%tori!a!e !a coisa 4%l.a!a#1H A ar.%mentação filosófica) tal como a ar.%mentação 4%r*!ica) constit%i alicações a !om*nios artic%lares !e %ma teoria .eral !a ar.%mentação $%e consi!eramos como %ma no%a retórica#

Ao i!entific,:la com a teoria geral do discurso persuasi%o) $%e reten!e .anhar a a!esão tanto intelect%al $%anto emoti'a !e %m a%!itório $%al$%er $%e se4a) afirmamos $%e to!o !isc%rso $%e não reten!a %ma 'ali!e& imessoal tem $%e li!ar com a retórica# A artir !o momento em $%e %ma com%nicação ten!e a infl%ir so(re %ma o% ',rias  essoas) a orientar se% ensamento) a e5citar o% a acalmar as emoções) a !iri.ir %ma

18 Cf# Ch# Perelman# Lógica ur7dica# 8ão Pa%lo= Martins Wontes) ]]J) K) K) H#

(9)

ação) ela - o !om*nio !a retórica# Ela en.lo(a como caso artic%lar a dialética) $%e - a t,tica !a contro'-rsia#

Conce(i!a assim) ela co(re o imenso camo !o  pensamento n"o -ormali&ado# Po!e:se falar) neste caso) !o império retórico - !entro !este es*rito $%e o rofessor Y# Gens !a <ni'ersi!a!e !e T^(in.en a $%alifico% !e @anti.a e no'a rainha !as ci+nciasF Balte und neue BCnigin der Dissenscha-ten#;

A retórica) como teoria !a com%nicação ers%asi'a) s%scito% %m interesse crescente entre os cientistas e filósofos en$%anto $%e) at- o%co temo) a retórica era !erecia!a na E%roa e) at- mesmo) nos Esta!os <ni!os) 'isto $%e os !eartamentos !e com%nicação B speech)departaments não .o&a'am !a estima !a com%ni!a!e %ni'ersit,ria) as coisas arecem ter m%!a!o h, 'inte anos# Em to!as as artes se fala !a rea+ilita!"o da retórica=8) $%e Gaco( V%rc_har!t) o (em conheci!o historia!or) ha'ia $%alifica!o h, al.%m temo !e @monstr%osa a(erraçãoF !a anti.%i!a!e 0reco:romana#

20 Y# Gens# on deutscher Rede# M^nchenm Pieer) 1HQH) #KL#

21 Cf# D# Wloresc%# Retorica si rea+ilitarca ei in -iloso-ia contempor;nea# E!# Aca!emici R# 8#

Ro%mania) 1HQH) tra!# Italiana= La retórica nel suo s%iluppo storico# Il M%lino) Volo.na) 1H1 e Ch# Perelman) @The ?eZ Rhetoric) a theorX of ratical reasonin.F# 0reat I!eas To!aX) 1H) EncXcloe!ia Vritannica Press) Chica.o) #;1:J1;#

Referências

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