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Resenha Book Review Reseña

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Academic year: 2021

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Resenha

Book Review

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Revista Caminhando v. 18, n. 2, p. 155-158, jul./dez. 2013

DOI: http://dx.doi.org/10.15603/2176-3828/caminhando.v18n2p155-158

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Reflexões bíblicas sobre o tema da

sustentabilidade: fundamentação

necessária para a prática das igrejas

[Resenha de Revista Bíblica]

Biblical Reflections about Sustainability: necessary

foundation for the practice of the churches

[Biblical Journal Review]

Reflexiones bíblicas sobre la sostenibilidad: base

necesaria para la práctica de las iglesias

[Reseña del Revista Bíblico]

Marcelo da Silva Carneiro

RESUMO

Resenha de Revista Bíblica: GARMUS, Ludovico. Ética e Sustentabilidade. Estudos Bíblicos, vol. 30, n. 117, jan./mar. 2013. Petrópolis: Vozes, 2013. 101 p. ISSN 1676-4951.

ABSTRACT

Biblical Journal Review: GARMUS, Ludovico. Ética e Sustentabilidade. Estudos Bíblicos, vol. 30, n. 117, jan./mar. 2013. Petrópolis: Vozes, 2013. ISSN 1676-4951.

RESUMEN

Reseña del Revista Bíblico: GARMUS, Ludovico. Ética e Sustentabilidade. Es-tudos Bíblicos, vol. 30, n. 117, jan./mar. 2013. Petrópolis: Vozes, 2013. ISSN 1676-4951.

O tema da sustentabilidade tem ganhado corpo em diversos seg-mentos, não se limitando a uma reflexão da área de economia. Até pouco tempo, não se viam reflexões bíblicas sobre o tema que pudessem auxi-liar a caminhada das igrejas nesse processo. A cultura eclesial tem por premissa que todas as ações têm seu fundamento nas Escrituras, porque elas apontam para a missão da Igreja. Sendo assim, materiais que tratem do tema nesta perspectiva têm muito a contribuir para a missão da Igreja em seu papel de sinalizar o reino de Deus.

Com essa premissa, o grupo da revista Estudos Bíblicos decidiu rea-lizar várias reflexões sobre o tema da sustentabilidade, sob a coordenação de Carlos Frederico Schlaepfer. Biblistas do Antigo e do Novo Testamentos

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refletiram sobre diferentes aspectos da temática, a partir dos textos que iluminam a vida. O volume foi produzido com nove artigos, sendo quatro do Antigo Testamento e cinco do Novo Testamento.

O artigo que abre o conjunto é de Lília Dias Marianno, com o tema “Estes servos de Yahweh... os animais. Anotações sobre o cuidado a partir do Deuteronômio” (p. 9-19). Nele, a partir do livro de Deuteronômio, dentre outros do cânon bíblico, a autora mostra a relação dos seres humanos com os animais dentro de princípios de misericórdia e cuidado, num prin-cípio de harmonia. Em relação ao sistema de sacrifícios de animais que aparecem nos textos legais, segundo Marianno, “é mais provável que a Torá tenha estabelecido normas e principalmente limites para o abate e consumo dos animais em sacrifícios que já eram praticados em Canaã” (p. 14). Além disso, o artigo mostra como nas Escrituras os animais têm um papel pedagógico e simbólico a serviço de Javé e seus oráculos.

Ludovico Garmus tem por enfoque “A ‘pegada ecológica’ dos Impérios do Médio Oriente nas denúncias proféticas” (p. 21-31). Em seu artigo, a partir dos textos proféticos de denúncia, ele aborda a forma como os im-périos da Antiguidade, exemplificados na Assíria, Babilônia e até mesmo na monarquia de Salomão, exploraram os recursos naturais e depredaram as riquezas de fauna e flora durante seus domínios. A “pegada ecológica” é um termo técnico que se refere exatamente a essa situação.

Ainda na ótica profética, Célia Maria Patriarca Lisbôa trata das “Águas purificadoras em Ezequiel” (p. 33-41). Analisando Ezequiel 36.16-28, a autora mostra como a situação do exílio e o retorno à terra de Israel fazem parte de um processo de purificação dos israelitas, com o fim de mostrar a necessidade de relações justas e humanas entre seus habitantes, in-dependente da classe social a que pertençam.

Mercedes Lopes avalia o tema na literatura sapiencial no artigo “Quem encontrou sabedoria, encontrou vida. Nas sendas da justiça e do direito (Pv 8)” (p. 42-50). Fazendo uma extensa análise exegética de Provérbios 8, Mercedes Lopes aponta a relação entre sabedoria, criação, justiça e direito, como premissas fundamentais para a continuidade da vida e das relações entre todos os seres. Como ponto de partida, ela aponta para a comparação da sabedoria com a mulher, indicando que no feminino está o princípio de reconstrução da relação entre os sistemas sociais e cósmicos.

A reflexão sobre sustentabilidade a partir do Novo Testamento contém três artigos no Evangelho de Mateus. Paulo Lockmann trata da observação das aves no Sermão do Monte no artigo “Observai as aves do céu (Mt 6.25-34)” (p.51-62). Em seu artigo, Lockmann faz uma detalhada descrição geoeconômica da Galileia, para demonstrar como a pregação do Reino de Deus por parte de Jesus não se relacionava com um futuro

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escato-Revista Caminhando v. 18, n. 2, p. 155-158, jul./dez. 2013

DOI: http://dx.doi.org/10.15603/2176-3828/caminhando.v18n2p155-158

157 lógico, mas tinha profunda relação com a vida dos pobres e desvalidos pelo sistema de acumulação que os impérios submetiam à região. Em Mateus essa pregação fica bastante evidente no Sermão do Monte. Com base no mesmo trecho, Marcelo da Silva Carneiro traz o tema “Olhai as aves do céu; buscai o Reino dos Céus: observação e busca no Sermão do Monte como princípios da sustentabilidade (Mt 6.25-34)” (p.63-73). O autor aprofunda a discussão, defendendo que o Sermão do Monte aponta para uma ética da sustentabilidade nas relações entre os seres humanos e o cosmos. Para tanto, a pregação de Jesus desafia seus ouvintes a saírem de si mesmos e olhar para o outro como prioridade. Assim, a busca pelo acúmulo e a riqueza dão lugar à solidariedade e partilha, além de reduzir a degradação do meio ambiente.

O terceiro artigo com base no Evangelho de Mateus é de Isidoro Ma-zzarolo, que trata do tema “A Ética da sustentabilidade e da re-inclusão. Uma leitura hermenêutica da parábola dos trabalhadores da undécima hora (Mt 20.1-16)” (p.74-82). Sua perspectiva aponta para a questão do ambiente da produção e trabalho, que hoje é dominada pela lógica capi-talista, mas que mesmo no tempo de Jesus tinha como parâmetro o mais forte e capaz e o que produzia mais. Na parábola, segundo Mazzarolo, Jesus rompe com este paradigma, indicando um caminho diferente, em que os mais fracos, os “últimos”, são preferidos por Deus numa socie-dade em que a graça e a misericórdia, e não o lucro e a força, sejam a força motriz. Assim o Evangelho recusa a ideia dos seres humanos como máquinas a serem exploradas, ecoando protestos proféticos contra a opressão e indignidade.

Outro artigo com base nos evangelhos é de Francisco Orofino, “Multiplicar as marmitas dos trabalhadores. Ética e sustentabilidade ali-mentar a partir de João 6 (p.83-89). Nele, Orofino trata de uma questão fundamental no processo da sustentabilidade, a alimentação, por meio da análise da multiplicação dos pães no Evangelho de João. O autor de-fende a necessidade de políticas de Soberania Alimentar, que garantam qualidade de vida e dignidade entre todos os habitantes do planeta, num processo de bem-viver que tem a ver com a comida, a bebida, a festa e mesmo o trabalho.

Fechando a série de artigos, Dionísio Oliveira Soares reflete sobre “A ética na sustentabilidade das relações de trabalho: o caso de Onésimo e Filemom” (p.90-98). Retomando o tema do trabalho, ele analisa a carta de Filemom, em que o apóstolo Paulo defende Onésimo, escravo fugitivo, e que segundo as leis romanas, poderia até ser morto. Em sua defesa, mesmo sem questionar a estrutura escravagista romana, Paulo aponta para uma relação entre senhor e escravo com base no amor de Cristo, o que para a época era algo inédito. Atualizando o tema, Oliveira aponta

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para a necessidade de metanoia, ou mudança de atitude, nas relações entre as pessoas dos diferentes segmentos sociais, especialmente patrões e empregados.

Avaliando as temáticas e abordagens das autoras e autores, percebe--se nestes artigos as preocupações pastorais que têm sido o motor da reflexão bíblica latino-americana. Sua perspectiva tem no pobre o centro da reflexão como o sujeito da história para o qual o reino de Deus aponta; e na reflexão da sustentabilidade, a harmonia entre os seres humanos com a criação como um todo. Eis o desafio apontado, e algumas pistas de transformação na realidade que se vivencia.

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