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ESTUDO ERGONÔMICO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO: UMA ORIENTAÇÃO A COMUNIDADE

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Academic year: 2021

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ESTUDO ERGONÔMICO DAS

CONDIÇÕES DE TRABALHO: UMA

ORIENTAÇÃO A COMUNIDADE

Emanuelle de Sales Oliveira (UFAL)

sales_emanuelle@hotmail.com

Ana Paula Lima Marques Fernandes (UFAL)

lm.apaula@gmail.com

Patricia de Carvalho Diniz Soares (UFAL)

patriciacdiniz@gmail.com

Maria Erika Francisca de Sales Oliveira (UFAL)

mayerika@hotmail.com

Ronaldo Ribeiro Fernandes (UFAL)

ronaldosmo@hotmail.com

Há diversos aspectos atrelados ao condicionamento do indivíduo ao trabalho. O presente projeto tem como objetivo investigar as condições dos postos de trabalhos em empresas atuantes em uma das cidades do agreste alagoano, por se tratar de uuma região carente em pesquisas visando identificar as condições da região local em termos de trabalho e produtividade. A metodologia da obtenção dos dados e informações se alicerça com a averiguação dos aspectos da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) de forma que os resultados encontrados possam ser direcionados e utilizados de maneira consistente e que possa gerar retorno em forma de orientação a comunidade.

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1. Introdução

Nos dias atuais é indiscutível a importância de um ambiente ergonomicamente adequado ao desenvolvimento do trabalho, ou seja, um ambiente projetado para se adaptar ao trabalhador de modo a proporcionar conforto e segurança ao mesmo. Um ambiente bem projetado, sob o ponto de vista da ergonomia, não só beneficia o trabalhador, mas traz vantagens às organizações já que eleva o nível de produtividade. Esse fato pode ser estendido a todos os campos e profissões.

Segundo Santos (2009) a conquista da qualidade dos produtos ou serviços e, o aumento produtividade, só será possível com a qualidade de vida no trabalho, o projeto ergonômico do posto de trabalho e do sistema de produção não é mais apenas uma necessidade de conforto e segurança, e sim, uma estratégia para a empresa sobreviver no mundo globalizado.

O trabalho ocupa um espaço muito importante na vida de todo indivíduo, e muitas horas são desprendidas da vida pessoal para horas no local de trabalho, resultando na necessidade da criação de propostas diferenciadas para melhoria e incentivo da qualidade de vida do trabalhador ativo. (SOUZA & VENDITTI JÚNIOR, 2004). Isso porque, diariamente pessoas lidam com trabalhos pesados ou não, e que de alguma forma demonstram desgaste mental ou físico.

Diversos estudiosos vêm abordando temas de diversas áreas do conhecimento relacionando-a com a ergonomia do ambiente de trabalho visto às diversas doenças ocupacionais que podem surgir, e sem o conhecimento disto, as pessoas têm ficado cada vez mais exaustas e estressadas com o trabalho, diminuindo sua produtividade.

A produtividade e a qualidade do produto ou do serviço estão diretamente ligadas ao posto de trabalho e ao sistema produtivo, e estes, deverão estar ergonomicamente adequados aos funcionários / colaboradores, para que estes possam realizar suas tarefas com conforto, eficiência e eficácia, sem causar danos à saúde física, psicológica e cognitiva. (SANTOS, 2009)

Observando desta forma, Arapiraca, que apesar de ser uma região desenvolvida dentro do estado de Alagoas tanto no âmbito do comércio e da zona rural, encontra-se ainda carente de conscientização sobre diversos assuntos que visam à melhoria das condições de trabalho. Dessa forma, esse estudo é um projeto que parte do propósito que, as condições mínimas de trabalho devem ser conhecidas por todos aqueles que trabalham em qualquer área de atuação. Diante desse contexto, esse estudo tem como objetivo analisar as condições de trabalho sob os aspectos da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e, a partir daí, verificar os resultados obtidos direcionando soluções e propostas de melhoria em forma de orientações pertinentes a comunidade. Ou melhor, é um estudo da ergonomia regional sob a ótica da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) com o intuito de investigar os postos de trabalho de forma a orientar a comunidade sobre as condições mínimas de trabalho.

Se propondo a: identificar quais são empresas (pequenas e médias) que atuam na região local principalmente as concentradas nas proximidades da universidade (Campus Arapiraca); Além de investigar as condições dos postos de trabalho dessas empresas; bem como averiguar os aspectos ergonômicos do trabalho;Assim. montar a partir dos resultados obtidos e/ou problemas identificados, uma orientação das melhores condições de se trabalhar e gerar produtividade, servindo como propostas de adequação do trabalho ao homem.

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3 A ergonomia está atrelada intrínseca e extrinsecamente a diversas áreas de uma organização, ajudando a manter e a padronizar a qualidade de produtos para os clientes. Isso fez como que esse tema se tornasse algo bastante difundido atualmente, por autores como Wisner (1987:12) que conceitua “ergonomia” como um conjunto de conhecimentos científicos, relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.

Abrahão (2000), completa dizendo que, a ergonomia busca introduzir melhorias nas situações de trabalho, através da ação ergonômica, com intuito de compreender a atividade em diferentes condições de trabalho com vistas à sua transformação. Assim, o foco de dá na ação, ou seja, na situação de trabalho, para desvendar as lógicas de funcionamento e suas conseqüências, tanto para a qualidade de vida no trabalho, quanto para o desempenho da produção.

2.1 Análise Ergonômica do Trabalho

Para Souza (2007:23) é possível através da análise do trabalho, entender a atividade dos trabalhadores, como por exemplo, postura, esforços, busca de informação, comunicação, como uma resposta pessoal a uma série de determinantes, algumas são relacionadas à empresa, como a organização formal do trabalho e outras relacionadas ao trabalhador, como por exemplo, as características pessoais, idade, experiências e outros.

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é uma metodologia ergonômica que foi desenvolvida por estudiosos franceses que tem como objetivo aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir uma situação de trabalho real (IIDA, 2005). A parte de análise é constituída por três fases: análise da demanda, análise da tarefa e análise das atividades. O diagnóstico refere-se a um apanhado geral de tudo o que foi identificado nas três análises apresentando claramente os problemas identificados. A correção diz respeito às possíveis recomendações ergonômicas que podem ser feitas para melhorar o ambiente de trabalho.

Segundo Salerno (2000), a AET apresenta as seguintes características:

a) É um instrumento que enfatiza as condições do trabalho, partindo do pressuposto lógico de que é foco da análise da condição de trabalho é o trabalho, sem se importar em discutir pertinências das ações dos trabalhadores com as estratégias e objetivos da produção, mas importando com relação às condições de carga de trabalho, ritmo, penalidades, sofrimento, etc. O que significativamente poderá contribuir para discussões e propostas para a melhoria das condições concretas de trabalho, a partir do real.

b) Quanto mais detalhada for à análise, menor a abrangência;

c) A metodologia parte da tarefa, ou uma forma rigorosa em si, mas pertinente para o “trabalho prescrito”. Especificamente de tarefa individual prescrita é o que vai possibilitar o contraponto com o real, que é assumido individualmente;

d) Há uma abordagem que induz, mas que não determina a uma super valorização das ações analisadas. Agindo assim porque nas condições gera uma obrigação, que cria condições para que se tenha mais facilidade para tal ação;

A característica distintiva da ergonomia não está nos seus instrumentos de coleta de campo, mas no detalhamento e no olhar profundo sobre o trabalho, que é o elemento privilegiado e não considerado impessoal. (SOUZA, 2007)

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2.1.1 Análise da Demanda

A demanda é tida como o início da análise ergonômica do trabalho. Sua utilização está na compreensão da natureza e das dimensões dos problemas apresentados. De acordo com Fialho e Santos (1997), podem ser reconhecidos três grupos de demanda na intervenção ergonômica:

 As demandas relacionadas com a implantação de um novo sistema de produção, cujo objetivo é a integração na concepção do projeto inicial do homem à atividade;

 As demandas relacionadas a resolver inconvenientes ao sistema de produção já implantado, tendo como objetivo o diagnóstico dos problemas e propor melhorias das condições de trabalho;

 As demandas relacionadas à identificação das novas condicionantes de produção onde se considera fatores que modificaram o sistema; seja por uma nova tecnologia implantada ou devido a alterações no processo produtivo/administrativo.

2.1.2 Análise da Tarefa

É a obra ou porção de trabalho que o trabalhador deve realizar bem como sua relação com as condições ambientais, técnicas e organizacionais, ou seja, a análise da tarefa consiste basicamente na análise das condições de trabalho da empresa. (FIALHO e SANTOS, 1997). Ainda não se tem idéias de quais postos de trabalho serão estudados, devido à pesquisa necessária para se delimitar as tarefas a serem analisadas.

2.1.3 Análise da Atividade

Dentro da AET pode-se entender atividade como o comportamento do trabalhador na realização de uma tarefa, ou seja, a partir da prescrição da tarefa a análise da atividade consistirá em observar a maneira como o profissional procede para atingir as metas estabelecidas. Em muitos casos a atividade é reconhecida como as possíveis ações que o trabalhador toma diante do trabalho. Essas ações, por sua vez, são consideradas como resultado do processo de adaptação entre os diversos fatores envolvidos no posto de trabalho (IIDA, 2005).

Fialho e Santos (1997:24) conceituam atividade dentro do contexto da AET como aquilo “que o trabalhador, efetivamente, realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do homem no trabalho”.

2.2 Materiais e Métodos

Para o desenvolvimento desse trabalho e o cumprimento dos objetivos propostos, será necessária a utilização dos princípios da Análise Ergonômica do Trabalho (AET). De acordo com Gil (1991), esta pesquisa terá como característica um estudo exploratório e descritivo com uma abordagem qualitativa dos dados.

De modo geral, Dias (1999) diz que, os métodos qualitativos são menos estruturados, resultam em numa ligação maior e flexível entre os envolvidos na pesquisa (entre o pesquisador e os entrevistados), e lidam com informações mais subjetivas, amplas e com maior riqueza de detalhes do que os métodos quantitativos.

2.2.1 Procedimentos de amostragem, coleta e processamento dos dados

A priori serão coletadas as informações da quantidade de organizações existentes nas proximidades do Campus Arapiraca, podendo se estender para distâncias maiores, para assim selecionar a amostra. Essas empresas servirão como estudos de caso para a pesquisa. Segundo

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5 buscam retratar a realidade de forma completa e profunda, usam uma variedade de fontes de informação, revelam experiência vicária e permitem generalizações naturalísticas, procuram representar os diferentes pontos de vista presentes numa situação social e utilizam uma linguagem e uma forma mais acessível do que as outras formas de pesquisa.

A amostragem será por acessibilidade devido às dificuldades encontradas para a utilização plena de procedimento aleatório, como por exemplo, alguma empresa se recusar a participar da pesquisa.

A coleta dos dados dar-se-ão através da observação sistemática dos postos de trabalho por meio de fotografias, bem como entrevistas semi-estruturadas gravadas com alguns profissionais e trabalhadores. No caso das entrevistas, o roteiro a ser utilizado será baseado na lista de verificações de analise ergonômica do posto de trabalho proposto pelos autores Dul & Weerdmeester (2001).

2.2.2 Análise de itens

A análise das informações obtidas (entrevistas, observações e fotografias) será uma análise de conteúdo que servirá de aparato para responder as inquirições a qual a pesquisa se propôs, dentro dos conceitos de analise ergonômica do posto de trabalho.

2.8 Resultados e impactos esperados

Espera-se com os resultados obtidos na pesquisa tragam elementos suficientes para que possam ser propostos alguns direcionamentos de orientação e conscientização. Pois a partir das possíveis deficiências encontradas em algumas organizações, poderá ser montado um mini-curso que será uma atividade de extensão aproximando a universidade da comunidade e que poderá ser realizado com o apoio dos alunos do curso de graduação em administração. Essa ampliação da pesquisa, não só de encontrar dificuldades no meio, mas de ajudar a encontrar soluções, terá alto impacto não só na visão do aluno acerca da área de gestão da produção como permitirá enriquecer o conhecimento na prática e ampliar seus horizontes.

Referências

ABRAHÃO, J.I. Reestruturação Produtiva e Variabilidade do Trabalho: Uma Abordagem da Ergonomia.

Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.16, no 1, p. 49-54, jan/abril. 2000.

DIAS, C. Grupo focal: técnica de coleta de dados em pesquisas qualitativas. Nov. 1999. 16p.

DUL, J. & WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. 3. ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2001. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. Ver. E ampl. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

FIALHO, F & SANTOS, N. Manual de análise ergonômica do trabalho. 2 ed. Curitiba: Gênesis, 1997.

SALERNO, M. S. Análise ergonômica do trabalho e projeto organizacional: Uma discussão comparada.

ABEPRO, Rio de Janeiro, n. especial, p.45-97, Jan.2000.

SOUZA, C. C. Ergonomia: Análise Ergonômica do Trabalho dos Operadores de Caixa de um Supermercado.

Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2007.

SOUZA, I. & VENDITTI JÚNIOR, R. Ginástica laboral: contribuições para a saúde e qualidade de vida de

trabalhadores da indústria de construção e montagem – case Techint S.A. Revista Digital, ano 10, n° 77. Buenos

Aires, Outubro, 2004. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd77/ laboral.htm>. Acesso em 18 jan. 2008.

SANTOS, C. D. dos. Ergonomia, qualidade e segurança do trabalho: Estratégia Competitiva para

produtividade da empresa. Disponível em:

<http://www.viaseg.com.br/artigos/artigo_dca.htm> Acesso em 18 mai. 2009.

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