• Nenhum resultado encontrado

Artemis Quartett. 16 Maio segunda, 19:00h Grande Auditório. artemis quartett felix broede

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Artemis Quartett. 16 Maio segunda, 19:00h Grande Auditório. artemis quartett felix broede"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

16 Maio 2016

segunda, 19:00h

Grande Auditório

Artemis Quartett

is qu ar te tt © fe li x b roe de

(2)

GULBENKIAN.PT/MUSICA mecenas grandes intérpretes mecenas coro gulbenkian mecenas ciclo piano mecenas concertos de domingo mecenas música de câmara mecenas rising stars

(3)

Artemis Quartett

Vineta Sareika violino

Anthea Kreston violino

Gregor Sigl viola

Eckart Runge violoncelo

segunda 16 Maio 2016

19:00h — Grande Auditório

16

05

Duração total prevista: c. 2h Intervalo de 20 min.

Wolfgang Amadeus Mozart

Quarteto para Cordas n.º 14, em Sol maior, K. 387

Allegro vivace assai Menuetto e Trio Andante cantabile Molto allegro

Dmitri Chostakovitch

Quarteto para Cordas n.º 5, em Si bemol maior, op. 92

Allegro non troppo, attacca Andante / Andantino, attacca Moderato – Allegretto – Andante

intervalo

Edvard Grieg

Quarteto para Cordas n.º 1, em Sol menor, op. 27

Un poco andante – Allegro molto ed agitato Romanze: Andantino – Allegro agitato

Intermezzo: Allegro molto marcato – Più vivo e scherzando Finale: Lento – Presto al saltarello

(4)

Wolfgang

Amadeus Mozart

salzburgo, 27 de janeiro de 1756 viena, 5 de dezembro de 1791

O Quarteto em Sol maior, K. 387, foi terminado em Viena no final de 1782, pouco tempo depois de Mozart se ter instalado na cidade. Trata-se do primeiro de um conjunto de seis quartetos para cordas que seriam publicados em 1785 com dedicatória a Joseph Haydn. Este último, considerado o “pai” do quarteto de cordas moderno, havia publicado em 1781 o seu influente conjunto de Quartetos op. 33, conjunto esse que serviu de modelo e inspiração ao de Mozart. O próprio Haydn, que por vezes se juntava a Mozart em serões de música de câmara, ouviu-os em primeira mão nos dias 15 de janeiro e 12 de fevereiro de 1785 e foi durante essa segunda ocasião que confidenciou a Leopold Mozart, pai de Wolfgang, a seguinte frase, agora célebre: “Digo-lhe diante de Deus, como homem honesto, que o seu filho é o maior compositor que conheço pessoalmente e de reputação.” O quarteto inicia-se com um Allegro vivace

assai de enorme lirismo e luminosidade,

certamente na origem do título (não oficial) que lhe é por vezes atribuído: A Primavera. A influência de Haydn é percetível na maturidade com que Mozart trata cada parte instrumental, de forma independente, Quarteto para Cordas n.º 14, em Sol maior, K. 387

composição: 1782 duração: c. 30’

mas sempre como elemento coerente de um todo maior. Mozart confere a cada instrumento uma relevância específica, contribuindo assim para uma música de grande dinâmica. Cromático e ritmicamente instável, o Menuetto alterna momentos jocosos com outros mais sérios, mas nunca deixa de fazer transparecer um certo humor, certamente inspirado em alguns minuetes de Haydn.

O Trio, contrastante como mandam as regras,

alterna um uníssono ameaçador com uma resolução lírica e suave. No Andante cantabile o primeiro violino lidera o desenvolvimento do discurso musical à semelhança de uma ária dramática, com numerosas passagens virtuosísticas em que é acompanhado pelos três outros instrumentos. Não obstante esta ênfase no primeiro violino, a interação entre instrumentos, as figuras contrapontísticas, a divisão do material pelas quatro partes, a coerência musical do todo e o cromatismo sempre presente são aqui absolutamente admiráveis. À imagem do que sucede na Sinfonia n.º 41, Júpiter, cinco longas notas no segundo violino lançam o tema para a fuga que constitui o Molto allegro final, de caráter impetuosamente alegre e radioso.

a p ri m av er a, por fr an z x av ie r w in te rh al te r (1 80 5-18 73 ) © dr

(5)

Dmitri Chostakovitch

são petersburgo, 25 de setembro de 1906 moscovo, 9 de agosto de 1975

A vida e a carreira de Dmitri Chostakovitch desenvolveram-se numa sucessão de caídas em graça e em desgraça com o regime soviético, um misto de triunfo e de terror. Se hoje é um dos mais aclamados compositores do século XX, não é menos verdade que a produção artística de Chostakovitch está inequívoca e intrinsecamente ligada ao contexto no qual o compositor viveu, tendo este sido acusado de propagandista por uns, ou elevado ao estatuto de mártir do regime por outros. As polémicas sobre este assunto, que têm surgido ao longo dos anos, são tais que não cabe aqui referi-las. Digamos só que parece hoje evidente que Chostakovitch não foi nem um nem outro, e que provavelmente tentou, como pode ou soube, acomodar-se a uma realidade diária difícil e ameaçadora. A sua obra, essa, é das mais originais e fascinantes do século, precisamente por incorporar toda a complexidade histórica da altura em que foi criada.

Depois de vários sucessos iniciais como compositor, mas também como pianista, tendo recebido uma Menção Honrosa na primeira edição do Concurso Chopin de Varsóvia em 1927 e, sobretudo, visto a sua Sinfonia n.º 1 ser apresentada em Berlim por Bruno Walter e, um ano depois, em Filadélfia

por Leopold Stokowski, Chostakovitch era visto como um dos mais brilhantes jovens compositores soviéticos. Mesmo se não adorado por todos, a sua fama e sucesso eram, no início da década de 1930, indiscutíveis. Todavia, em janeiro de 1936, tinha ele então vinte e nove anos, o próprio Stalin, acompanhado por outras personalidades do regime, assistiu a uma récita da ópera

Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk no Teatro

Bolshoi. Embora a ópera estivesse em cena há já dois anos e tivesse sido entusiasticamente aclamada tanto pela crítica como pelas instâncias oficias, apenas dois dias após essa récita de janeiro, um editorial anónimo a condenar a obra era publicado no Pravda, o jornal oficial do partido. As consequências para Chostakovitch foram imediatas e toda a sua produção subsequente deve ser vista à luz desse momento: embora a sua fama pudesse possivelmente conferir-lhe uma certa proteção relativamente a ações mais drásticas por parte do regime, seria sempre um escudo ligeiro face à opressão, constante mas aleatória, de que sofriam os intelectuais e os artistas acusados de “formalismo” ou, com consequências por vezes bem mais funestas, de “inimigos do povo”. Note-se que o editorial do Pravda coincide com o início Quarteto para Cordas n.º 5,

em Si bemol maior, op. 92 composição: 1952

estreia: leninegrado, 13 de novembro de 1953 duração: c. 32’ dm it ri cho st ak ov it ch , c . 1 95 0 © dr

(6)

da Grande Purga levada a cabo por Stalin que vitimou inúmeras pessoas próximas do compositor. Costuma assim dividir-se a obra de Chostakovitch em peças públicas, nomeadamente as sinfonias, e em obras mais pessoais, cujo impacto na sociedade era menor, estando assim ao abrigo (sempre relativo) da censura: as peças de música de câmara, incluindo os seus quinze quartetos para cordas, um dos conjuntos mais relevantes e geniais de todo o repertório do género e também certamente o veículo mais revelador da dimensão íntima da personalidade artística do compositor. Não será certamente coincidência que o seu primeiro quarteto tenha sido escrito dois anos após o artigo do Pravda, anos esses em que se manteve muito discreto.

O Quarteto n.º 5, em Si bemol maior, op. 92, foi escrito entre o dia 7 de setembro e o dia 1 de novembro de 1952, já depois do Decreto Zhdanov de 1948, outro episódio de denúncias do suposto “formalismo” de vários compositores. Nessa altura, a maioria das obras de Chostakovitch foi proibida, os seus privilégios cancelados e os seus cargos retirados. Nos anos seguintes, escreveu várias obras de propaganda, provavelmente numa estratégia de reabilitação, e música para filmes. As obras “sérias”, sempre mais íntimas e musicalmente mais reveladoras, permaneceram na gaveta, como aconteceu com os Quartetos n.º 4 e n.º 5.

Muitas características do Chostakovitch tardio estão já presentes no Quarteto n.º 5, como a junção dos andamentos numa sequência musical contínua, sem interrupções e sem transições de andamento óbvias para o ouvinte; ou, à imagem de J. S. Bach, a introdução de uma “assinatura”: DSCH, forma de transposição musical das suas iniciais, em notação germânica: Ré (D), Mi bemol (Es), Dó (C), Si (H), que surge logo ao início na parte da viola. Nota-se igualmente o interesse do compositor pelo autor de A Arte

da Fuga na abordagem contrapontística de

várias passagens. De referir, a este propósito, que os seus vinte e quatro Prelúdios e Fugas, inspirados nos de Bach, haviam sido escritos nos dois anos anteriores.

O primeiro andamento, Allegro non troppo, de caráter sinfónico, apresenta um primeiro tema ritmicamente marcado e de sabor agridoce. Ao início leve e quase jocoso, mas depressa intenso e dramático nas suas várias permutações. O segundo tema, bem mais lírico, introduz uma certa leveza no discurso, embora a dimensão orquestral da música se mantenha (note-se o acompanhamento fervilhante na retaguarda). Progressivamente, o discurso musical vai-se intensificando e tornando mais complexo, com os temas a alternarem ou a sobreporem-se e com a introdução de novos motivos que se juntam ao discurso num emaranhado de ideias, ora mais líricas, sem nunca chegar a ser luminosas, ora mais cerebrais e austeras, mas quase sempre ansiosas. No final, o ambiente acalma-se para que, com uma nota suspensa, se inicie o Andante. Etéreo e de enorme nostalgia, por vezes de caráter quase sacro até, este segundo andamento apresenta um discurso musical em que o contraponto assume um papel importante. Estático ao início, vai-se abrindo aos poucos (sobretudo na secção

Andantino que surge por duas vezes), deixando

transparecer um ou outro raio de luz. O andamento final, Moderato, é de novo introduzido por uma nota aguda suspensa. O primeiro tema surge no segundo violino e é depois retomado pelos outros

instrumentos. Pouco depois surge um outro tema (Allegretto), mais jocoso e até sarcástico, que irá dominar grande parte do andamento, levando-o a um estrondoso clímax (em que as várias ideias temáticas que entretanto foram surgindo aparecem sobrepostas). A tensão que se foi criando só é dissipada na secção final, Andante, em que o ambiente etéreo e desconsolado do segundo andamento volta para, discretamente, terminar a peça.

(7)

Edvard Grieg

bergen, 15 de junho de 1843 bergen, 4 de setembro de 1907

A pouco abundante produção de música de câmara de Edvard Grieg destaca-se sobretudo por um conjunto de três sonatas para violino e piano que viriam a conhecer substancial popularidade. O seu Quarteto para Cordas n.º 1, op. 27 – na verdade o segundo ensaio no género depois da escrita de um quarteto em Ré menor entretanto perdido – foi composto entre 1877 e 1878, mas não gozou de aceitação unânime. Foi estreado em Colónia, em outubro desse ano, pelo Quarteto Heckmann. O relativo sucesso inicial do Quarteto op. 27, se tivermos em consideração o facto de compositores como Liszt, Tchaikovsky ou Delius se terem mostrado entusiasmados com a nova peça, nunca teve paralelo na crítica, que cedo se mostrou hostil ao quarteto. De tal forma que a editora Peters, com quem Grieg trabalhava, optou inicialmente por não publicar a obra. Não estando assim entre as mais aclamadas realizações de Grieg, o Quarteto em Sol menor não deixa, todavia, de revelar inúmeros aspetos de interesse, merecedores de atenção e divulgação.

O tema inicial, fulgurante e de dimensão orquestral, foi retirado de uma canção anterior de Grieg e serve de mote a toda a obra: domina o primeiro andamento, surgindo sob variadas formas e variações, mas está também presente, de modo mais ou menos explícito, nos andamentos seguintes, servindo assim de elo de ligação entre eles e tornando-se garante da coerência interna do quarteto, por sinal de enorme variedade. O segundo andamento, Romanze, é, como seria de esperar, mais leve e despreocupado, tornando ainda mais impactante o início do Intermezzo. Este, dominado de novo pelo tema original, serve de ligação ao Finale que assume a forma de um saltarello, uma curiosa dança algo teatral, alternando episódios ritmicamente marcados, por vezes burlescos até, com outros mais líricos. Mas o tema original do quarteto vai-se imiscuindo no discurso, tornando-o intenso e dramático. Esta alternância de ambientes – que, aliás, se confundem por momentos – leva

a obra a um final de grande brilhantismo. notas de francisco sassetti

Quarteto para Cordas n.º 1, em Sol menor, op. 27 composição: 1877-78

estreia: colónia, 29 de outubro de 1878 duração: c. 35’ ed va rd gr ie g © dr

(8)

Nota Biográfica

Artemis Quartett

O Artemis Quartett tem a sua sede em Berlim, mas foi fundado na Universidade de Música de Lübeck em 1989. Walter Levin, Alfred Brendel e os Quartetos Alban Berg, Juilliard e Emerson foram os seus principais mentores. Em 1996 venceu o Concurso Internacional de Música ARD e, no ano seguinte, conquistou o Prémio Paolo Borciani, em Itália. Apesar do grande sucesso obtido, os músicos decidiram dar prioridade a um maior aperfeiçoamento do conjunto, seguindo-se um período de três meses no Wissenschaftskolleg de Berlim com o objetivo de enriquecerem os seus estudos e de aprofundarem a troca interdisciplinar. Findo este período, apresentaram-se nos principais palcos da Europa, dos Estados Unidos da América, da Ásia, da América do Sul e da Austrália.

O Artemis Quartett tem também o seu próprio ciclo de concertos na Philharmonie de Berlim desde 2004 e no Konzerthaus de Viena desde 2011 (em conjunto com o Belcea Quartet). Colabora regularmente com outros músicos em digressões regulares, nomeadamente com Sabine Meyer, Elisabeth Leonskaja, Juliane Banse e Jörg Widmann, entre outros. Desde 2005, produziu uma

valiosa discografia para a Virgin/Erato, a qual recebeu várias vezes o Prémio da Crítica Discográfica Alemã, o Prémio Gramophone, o Diapason d’Or e o ECHO Klassik. A gravação da integral dos quartetos para cordas de Beethoven foi distinguida em 2011 com o Grand Prix de l’Académie Charles Cros. A exploração das possibilidades artísticas da música contemporânea tem ocupado também uma parte significativa do trabalho do grupo. Compositores como Mauricio Sotelo (2004), Jörg Widmann (2006) e Thomas Larcher (2008) escreveram novas obras para o Artemis Quartett. Em 2014 foi estreado em Frankfurt um concerto para cordas e orquestra de Daniel Schnyder. O Artemis Quartett lançou o seu próprio concurso de composição em 2015.

Além da sua agenda de concertos, os músicos do Artemis Quartett são professores na Universidade das Artes de Berlim e na Capela Musical Rainha Elisabeth, em Bruxelas. Depois da trágica morte do violetista Friedemann Weigle, em julho de 2015, o Artemis Quartett restruturou-se no início de 2016 com a admissão de Anthea Kreston como segundo violino e a passagem de Gregor Sigl para a viola de arco.

ar te m is qu ar te tt © fe li x b roe de

(9)

19 + 20 Maio

quinta, 21:00h / sexta, 19:00h —

M/6 gulbenkian.pt/musica Fundação CalouSte GulbenKian mecenas grandes intérpretes mecenas coro gulbenkian mecenas ciclo piano mecenas concertos de domingo mecenas música de câmara mecenas rising stars juli e b ouli an ne © a na lek ta

Orquestra

Gulbenkian

Claudio Scimone

pergolesi

Stabat Mater

(10)
(11)

direção criativa Ian Anderson design e direção de arte The Designers Republic design gráfico Ah–hA tiragem 200 exemplares preço 2 Lisboa, Maio 2016€

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentração dos artistas e do público.

Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens durante os espetáculos.

Programas e elencos sujeitos a alteração sem aviso prévio.

(12)

Referências

Documentos relacionados

In this paper I examine two types of nominalizations related to color adjectives in Greek, a suffixed one and a neutral one, which I will compare to their English

No DTP de Lula verificou-se o uso constante da palavra mudança como uma forma de levar o interlocutor a entender as razões pelas quais ele foi eleito, o que se pode verificar

Obrigações Perpétuas Subordinadas com Juros Condicionados, que não terão uma maturidade designada, as Obrigações não podem ser reembolsadas antes da

COTA LIVRO nº Reg... COTA LIVRO

O Nossa Voz desse mês de dezembro traz uma retrospec- tiva com fatos que marcaram o ano de 2012 na AFBNB e no Banco, com destaque para as duas edições da Reunião do Conselho

escrito ou registrado fora dos locais destinados às respostas. As observações ou marcações registradas no caderno não serão levadas em consideração. É terminantemente proibido

A Gerência-Geral de Alimentos tem avaliado pedidos de registro de espécies vegetais para o preparo de chás na forma de cápsulas e extratos na categoria de NOVOS

A instalação deste filtros de manutenção reduzida lado a lado para os usar alternadamente permite um funcionamento contínuo durante a descarga. Utilize um cartucho com 500 mm