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Características da Suplementação Alimentar por Amostra Representativa de Acadêmicos da Área de Educação Física.

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Academic year: 2021

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ARTIGO

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Características da Suplementação Alimentar por Amostra

Representativa de Acadêmicos da Área de Educação Física.

Bianca Miarka

Universidade Estadual de Londrina – UEL

GEPLAM, Grupo de Estudo e Pesquisa em Lutas e Artes Marciais – CEFD/UEL

Clovis Côrrea Luiz Junior

Universidade Estadual de Londrina – UEL

GEPLAM, Grupo de Estudo e Pesquisa em Lutas e Artes Marciais – CEFD/UEL

Giovana Carla Interdonato

Universidade Estadual de Londrina – UEL

GEPLAM, Grupo de Estudo e Pesquisa em Lutas e Artes Marciais – CEFD/UEL

Fabrício Boscolo Del Vecchio

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Universidade Estadual de Londrina – UEL

Grupo de Estudos e Pesquisas em Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate – EEFE/USP

Resumo

Quando a ingestão alimentar é limitada, a suplementação de substratos se torna útil para alcançar as Doses Diárias Recomendadas. Estudos apontam para o aumento da utilização inadequada dessas substâncias. A comercialização cresce abruptamente, porém os benefícios do uso possuem poucas comprovações científicas. Acadêmicos da área de Educação Física têm grande acessibilidade às informações sobre nutrição e atividade física. Objetivou-se verificar características da suplementação entre universitários na área de Educação Física, com destaque para a freqüência de uso, tipos de suplementos consumidos, origem da indicação e motivos para a ingestão. A amostra representativa dos estudantes da unidade foi composta por 247 estudantes da área Educação Física (51% homens e 49% mulheres), com média de idade de 21,94±3,25 anos. Os valores são apresentados a partir da estatística descritiva-exploratória. Constatou-se a utilização de suplementos por 31% da amostra, ao passo que 69% não usa nenhum tipo de suplemento. A maior parte dos usuários pertenciam ao 2º ano do curso, cerca de 42,60% da amostra. Os principais motivos para suplementação apontados foram: Reposição hidroeletrolítica, aumento de massa muscular, otimização de rendimento e reposição energética. O principal tipo de suplemento utilizado era de cunho protéico e a maior fonte de prescrição de suplementação foram instrutores.

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Abstract

When the alimentary ingestion is limited, the subtracts supplementation becomes useful to reach the Recommended Daily Doses. Studies point to the increase of the inadequate use of these substances. The commercialization grows abruptly, however the benefits of the use possess few scientific evidences. Academics of the Physical Education area have great accessibility to the information on nutrition and physical activity. It was objectified to verify supplementation characteristics between colleges student in the Physical Education area, with prominence for the frequency of use, types of consumed supplements, origin of the indication and reasons for the ingestion. The representative sample of the students of the unit was composed for 247 students of the area Physical Education (51% men and 49% women), with average of age of 21,94±3,25 years. The values are presented from the descriptive statistics. It was evidenced use of supplements for 31% of the sample, to the step that 69% do not use no type of supplement. Most of the users belonged to 2º year of the course, about 42,60% of the sample. The main reasons for supplementation pointed had been: Hydroeletrolitical replacement, increase of muscle mass, better performance and energy replacement. The main type of used was protein and the biggest source of supplementation had been instructors.

Introdução

Atualmente, sabe-se que muitos são os fatores para melhora da performance em esportes e atividades físicas. Além de programas de treinamentos características psicológicas positivas, a adequação alimentar é um dos principais fatores (RON et. al, 2004). A literatura referencia a importância da alimentação equilibrada, e cresce a preocupação com a adequação da ingestão de nutrientes. Ainda, vale ressaltar que indivíduos com maior escolaridade possuem maior acesso a informações sobre este assunto (PEREIRA, LAJOLO, HIRSCHBRUCH, 2003). Dentro dos cursos na área da educação física, temas ligados à nutrição para prática de atividade física são constantes.

A suplementação alimentar pode ser útil quando a seleção de alimentos em uma dieta possui carências. Os suplementos alimentares contêm diversas substâncias em sua composição. Destacam-se as vitaminas, sais minerais, proteínas, carboidratos, proteínas e fibras (PEREIRA, LAJOLO, HIRSCHBRUCH, 2003). Podem ser usados com a finalidade de se atingirem as Doses Diárias Recomendadas (as chamadas RDA). Com tudo, a Associação Dietética Americana (ADA) preconiza que a melhor estratégia nutricional para reduzir riscos de doenças crônicas e promover a saúde é obter nutrientes por meio da variedade de alimentos (ALVES, 2003). Segundo a ADA, os suplementos de nutrientes não devem ser utilizados como substitutos de uma dieta saudável, pois algumas evidências sugerem que sujeitos consomem menos nutrientes

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provenientes de alimentos do que aqueles que não usam suplementação (ALVES, 2003).

Além disso, em alguns casos a suplementação de nutrientes pode causar desequilíbrios, ocasionando toxicidade ao organismo (ARAÚJO, SOARES, 1999). Muitos suplementos são comercializados com informações nos rótulos sobre conseqüências da sua utilização; no entanto, poucas são as comprovações científicas sobre os benefícios do uso destes produtos (PEREIRA, LAJOLO, HIRSCHBRUCH, 2003). Essa pesquisa possuiu como proposta verificar o consumo de suplementos alimentares em acadêmicos da área de educação física em Universidade do Paraná, a partir de amostra representativa daquela população, identificando o perfil dos usuários e características sobre a utilização dos produtos.

Métodos e Materiais Tipo de Estudo

A pesquisa caracteriza-se como transversal retro-analítica, com base em dados primários. Teve como critério de inclusão cursar educação física, licenciatura, bacharel ou bacharel em esporte.

Sujeitos

A amostra foi composta por acadêmicos do curso de licenciatura e bacharelado em educação física, e bacharelado em esporte. Para composição da amostra, consideraram-se 1096 alunos, assumindo uma taxa de resposta de 80%, nível de significância de 5% e correção para pequenas populações. Assim, o valor foi de 230 alunos, no entanto, foram avaliados 247, esperando-se freqüência de respostas inadequadas na ordem de 5 a 8%.

Os componentes do estudo eram de ambos os sexos (Tabela 1) com idade de 21,94±3,25, média e desvio padrão, respectivamente.

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Tabela 1 - Medidas descritivas do número de amostras, alocadas por sexo Amostra Freqüência Absoluta Freqüência Relativa Masculino 126 51% Feminino 121 49% Total 247 100% Procedimentos

O estudo foi realizado no Centro de Educação Física e Desporto (CEFD) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Sendo que o procedimento para coleta de dados foi dividido, em uma primeira etapa, com a divisão percentual do número total de alunos cursantes, em cada ano, de cada curso, tabela 2. Em segundo momento, aleatorizada nas amostras segmentadas, para aplicação do questionário.

Tabela 2 - Descrição da Divisão da Amostra em Anos de Curso de Educação Física ou Esporte Ano de Curso Freqüência Absoluta Freqüência Relativa 1 ano 70 28,3% 2 ano 64 25,9% 3 ano 43 17,4% 4 ano 70 28,4% Total 247 100,0%

Para a coleta de dados, compôs-se formulário com questões sobre consumo de suplementos (tipo, indicação de produto e prática de atividade). O questionário era anônimo e foi preenchido voluntariamente pelos acadêmicos. Para desenvolvimento do instrumento, com finalidade prática e por já apresentar indicadores psicométricos adequados, utilizou-se adaptação da classificação sobre suplementos alimentares, proposta por Rocha e Pereira (1998).

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Os tipos de suplementos foram divididos em: Carboidratos/ Repositores Energéticos

Carnitina Creatina Hipercalóricos Isotônicos Protéicos ou Aminoáciodos Termogenicos Vitaminas e Minerais Outros__________________________________ Análise Estatística

Esse trabalho caracteriza-se como descritivo-exploratório. Após coleta, os dados foram transferidos para planilhas computacionais para as análises. Apresentaram-se média, desvio padrão, valores máximos, mínimos e freqüências absoluta e relativa. Para isso, utilizou-se o programa Excel for Windows. Para testar as proporções das categorias de análises, aplicou-se o teste de Qui-Quadrado, adotando-se 5% como nível de significância.

Resultados

Os dados apresentados na tabela 3 indicam 26,31% usuários de suplementos; em contrapartida, 179 indivíduos (73,36%, p<0,05) não fazem uso destes recursos.

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Tabela 3 - Utilização de Suplementos Alimentares Uso de Suplemento Freqüência Absoluta Freqüência Relativa Utiliza 65 26,64% Não Utiliza* 179 73,36% Total de Respostas 244 100,00%

*Diferença significante na proporção entre utilizadores e não utilizadores

Quando o percentual da amostra de usuários é estratificado pelo ano de curso, observa-se maior incidência nos dois primeiros anos de curso. Nos calouros registra-se quase um quarto de utilizadores de suplementos (24,32%) e, nos segundo-anistas, 43,08% (Tabela 4).

Tabela 4 - Descrição dos usuários de Suplementos Alimentares, alocados por ano Ano de Curso Freqüência Absoluta Freqüência Relativa 1 ano 16 24,32% 2 ano 28 43,08% 3 ano 9 13,85% 4 ano 12 18,45% Total 65 100,00%

Parte dos questionários não foi respondida no item acima, dentre os sujeitos que responderam, verificaram-se quais os principais motivos para o uso de suplementos alimentares pela amostra, que podem ser visualizados na tabela 5.

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Tabela 5 - Descrição dos principais motivos para uso de suplementos alimentares

Motivos %

Reposição Hídrica 27,50

Ganho de Massa Muscular 15,07 Otimização do Rendimento 7,50 Reposição energética 5,65

Cerca de 19,76% dos usuários utilizam suplementos combinados. A tabela 6 demonstra os principais suplementos consumidos divididos por grupo de substratos, com adaptação de ROCHA (1998).

Verificou-se que quando o suplemento era consumido por indicação de uso, a principal fonte de prescrição era o instrutor de treinamento com pesos (tabela 7), seguido pelo treinador desportivo.

Tabela 6 - Suplementos mais utilizados pela amostra

Suplemento % Protéicos ou Aminoácidos 30,76 Carboidratos e repositores energéticos 15,38 Hipercalóricos 15,38 Isotônicos 15,38 CLA (outros) 4,60 Vitaminas e Minerais 3,07

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Tabela 7 - Indicação para utilização de suplementos alimentares Indicadores % Instrutor 4,9 Treinador 3,6 Amigos 2,8 Vendedor de Loja 2,0 Nutricionista 2,0 Discussão

O consumo de suplementos alimentares foi alto entre os acadêmicos da área de educação física, cerca de 26,31%, o que corrobora com outros estudos sobre consumo de suplementos alimentares entre praticantes de atividade física em academias, que apontam percentuais entre 25% e 32% de consumo (PEREIRA, LAJOLO, HIRSCHBRUCH, 2003; ARAÚJO, SOARES, 1999; ROCHA, PEREIRA, 1998).

Dentre os usuários, observa-se prevalência de utilização nos dois primeiros anos de curso, principalmente no 2º ano. Em estudo anterior, cerca de 69,9% dos usuários de suplementação tinham nível escolar superior (completo e incompleto), com prevalência de usuários do sexo masculino (PEREIRA, LAJOLO, HIRSCHBRUCH, 2003). O uso excessivo de suplementos alimentares, no Brasil, vincula-se à finalidade ergonômica e estética, ainda, tal prática tende a ser generalização em algumas academias de ginástica e associações esportivas (CARVALHO, 2003).

Do total de questionários coletados, 30,76% dos suplementos utilizados eram de origem protéica ou amino-ácida. Embora não tenha ocorrido análise da dieta alimentar da amostra, sabe-se que a maioria dos usuários de suplementos alimentares possui dieta já adequada e não necessita de tais substâncias (ALVES, 2003). O uso de suplementos protéicos são recomendados em meios de performance, para atletas com necessidades de aumento de massa (RON et al., 2004), ou de para fornecimento de energia em endurance (Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2003). A ingestão excessiva desse substrato é metabolizada em uréia e ácido úrico. O esqueleto do carbono pode ser transformado em carboidrato e gordura.

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Observa-se, na pesquisa realizada, a utilização de carboidratos, os quais possuem efeito energético e a adequação do consumo deste substrato se faz pela intensidade e duração do exercício (RON et. al, 2004). Sua ingesta em excesso acarreta em acúmulo de gorduras, como os hipercalóricos.

A utilização de isotônicos também se demonstrou alta, 15,38%, utilizado para reposição hídrica e de eletrólitos, age contra a desidratação provocada pelo estresse do exercício. O uso desses suplementos é indicado quando se observa sinais de desidratação, como fadiga, pele avermelhada, suor excessivo (Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2003). O CLA, suplemento direcionado para redução de percentual de gordura, também foi direcionado como um dos principais suplementos utilizados. Indicado para redução de gordura, estudos apontam que tal suplemento pode ocasionar aumento nas taxas de colesterol. Cerca de 3% da amostra utiliza vitaminas e minerais, o que quando excessivos, podem causar desequilíbrios orgânicos e toxicidade (ALVES, 2003). Vale ressaltar que toda suplementação deve ficar restrita aos casos especiais, nos quais a diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003) recomenda mediante avaliação nutricional.

A principal fonte de prescrição de suplementos encontrada nesse estudo foi a de instrutores de treinamento com pesos (4,9%), seguidos de técnicos desportivos (3,6%). Contudo, sabe-se que faceta perversa do mercado age no interior das academias de ginástica e musculação: observa-se que muitos instrutores recebem comissão para venda de suplementos, e não possuem conhecimento suficiente para tal recomendação. Os profissionais mais indicados para sugerir o uso dessas substâncias são os nutricionistas, compondo 2% dos indicadores, com percentual igual aos vendedores e abaixo de amigos (2,8%). Em estudo anterior, em academias de ginástica, em São Paulo, instrutores e professores, também aparecem como maior número de indicadores de suplementos (PEREIRA, LAJOLO, HIRSCHBRUCH, 2003).

Conclusões

A ingestão de suplementos alimentares entre acadêmicos da área de educação física foi significante. A amostra estudada, em geral, não aparenta possuir necessidade de utilização de suplementos alimentares, principalmente repositores protéicos, desde que mantenham a alimentação adequada. Os estudantes da área

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aparentam possuir conhecimento restrito, quando relacionado a dietas equilibradas e utilização de suplementos alimentares.

A maioria dos produtos consumidos não possui benefícios cientificamente comprovados e existem controvérsias sobre seus efeitos em longo prazo. Sabe-se que a ingestão excessiva de alguns nutrientes pode induzir em interações entre eles, causando efeitos adversos na absorção e metabolização.

A carência de estudos sobre esses produtos e sobre a necessidade da procura de profissional habilitado para prescrição canalizam para o mal uso da suplementação. Adiciona-se a isto a falta de esclarecimentos nas áreas de atividade física e nutrição sobre adequações alimentares para prática de atividade física. Sugerem-se mais estudos sobre o uso de suplementos alimentares e ampliação epidemiológica do tema.

Referências Bibliográficas

ALVES, A. K. L. Suplementação Nutricional. Nutriweb.Campinas, 2003. Disponível em: http://www.epub.org.br/nutriweb/n0202/suplement.htm. Acesso em: 03/04/2004.

ARAÚJO, A. C. M.; SOARES, Y. N. G. Perfil de Utilização de Repositores Protéicos nas Academias de Belém, Pará. Revista de Nutrição. Campinas. v.12, n. 1, p. 65-80. jan/abr, 1999.

CARVALHO, T. Modificaciones Dietéticas, Reposición Hídrica, Suplementos Alimentícios y Drogas: Verificación de la acción ergonômica y potenciales riesgos para la salud. In:Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Rev.Bras Med Esporte. v.9, n. 2, p. 43-53. mar/abr, 2003.

Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Rev.Bras Med Esporte. v. 9, n. 2, p. 43-53. mar/abr, 2003.

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PEREIRA, R. F.; LAJOLO, F. M.; HIRSCHBRUCH, M. D. Consumo de suplementos alimentares por alunos de academias de ginástica em São Paulo. Rev. Nutrição. Campinas. v. 16, n. 3, p. 265-272, 2003.

ROCHA, L. P.; PEREIRA, M. V. L. Consumo de Suplementos Nutricionais por Praticantes de Exercícios Físicos em Academias. Ver. Nutrição. Campinas. v. 11, n. 1, p. 76-82. jan/jun, 1998.

RON, J. et al. Dietary suplements. Journal of Sports Sciences, USA, v.22, p. 95-113, 2004.

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