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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE. Patrícia Diniz HIGIENIZAÇÃO DE PRÓTESES EM IDOSOS

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Patrícia Diniz

HIGIENIZAÇÃO DE PRÓTESES EM IDOSOS

Montes Claros 2014

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PATRÍCIA DINIZ

HIGIENIZAÇÃO DE PRÓTESES EM IDOSOS

Montes Claros 2014

Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/SOEBRAS, Núcleo Montes Claros, como requisito parcial para título de Especialista em Prótese Dental

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RESUMO

A saúde bucal é essencial à qualidade vida dos idosos. A maioria dos idosos de hoje passou uma odontologia puramente curativa, em que a extração dos dentes era o procedimento terapêutico, e em detrimento disso, boa parte dos idosos são usuários de próteses. A higiene das próteses é indispensável à manutenção da saúde dos tecidos, além de prevenir enfermidades. Esta pesquisa propôs através de uma revisão de literatura, discorrer sobre os hábitos de higienização das próteses dos idosos; abordar informações relevantes sobre os materiais e métodos de higiene de próteses dentárias, bem como, apresentar materiais e métodos de limpeza disponíveis. Os estudos demonstraram que somente o uso da escova não é suficiente para remoção completa do biofilme e que é essencial que o profissional oriente e motive seu paciente em relação à higienização das próteses e do tecido bucal. Pode-se concluir que, para uma correta higienização das próteses, deve-se associar métodos físicos e químicos, utilizar escovas compatíveis para a prótese e produtos químicos de acordo com cada planejamento.

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ABSTRACT

Oral health is essential to the quality of life of the elderly. The most elderly in actuality just goted a curative dentistry, where the extraction of teeth was a used therapy, and like results, biggest elderly are users of prosthesis. The hygiene of the prosthesis is essential to the maintenance of the health in oral tissue, however to prevent enfermities. The propose of this research is through a literature review, to envidered about the habits of the elderly in prosthesis hygiene; address relevant information about the materials and methods of denture’s hygiene, as well as, to present materials and cleanway available. Studies show that using only the brush isn’t enough to completely remove the biofilm and wich’s important that the professional motivitty their patients about hygiene to dentures and oral tissues. Can concluded that for a proper cleaning of the prosthesis need to involve physical and chemical methods, to use of compatible brushes and chemicals objects in accordance with each propositure.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 6

2 PROPOSIÇÃO... 7

3 REFERENCIAL TEÓRICO... 8

3.1 Saúde bucal e qualidade de vida dos idosos... 8

3.2 Idosos e a higienização de próteses... 10

3.2.1 Colonização de próteses... 13

3.3 Métodos de Higienização de próteses dentárias... 15

3.3.1 Métodos Mecânicos... 16 3.3.2 Métodos Químicos... 18 3.3.3 Métodos Combinados... 19 4 DISCUSSÃO... 20 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 24

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1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da população idosa, aumenta a preocupação com a qualidade de vida desses indivíduos, já que a mesma necessita de melhores condições de vida, sendo a saúde bucal fator contribuinte para o bem estar. O fato é que boa parte dos idosos de hoje passaram por uma odontologia curativa onde o tratamento era a exodontia, implicando num alto número de sujeitos edêntulos e usuários de próteses. A perda da dentição influi na mastigação, digestão, gustação, pronúncia, no aspecto estético e psicológico, além, de predispor doenças geriátricas. Por essa razão, a reabilitação protética é de extrema importância, sendo assim ela deve estar em boas condições tanto de funcionamento, quanto de limpeza. A higiene oral e a higiene da prótese são essenciais para manter a saúde dos tecidos, prevenindo o desenvolvimento de patologias e, consequentemente, aumentando a longevidade de uma reabilitação oral com prótese.

Entretanto, a higienização bucal é um fator que tem sido ignorado, principalmente, quando o grau de senilidade interfere na coordenação motora dificultando ainda mais os cuidados com as próteses. Pacientes portadores de próteses mantêm os mesmos hábitos de higiene bucal que possuíam com seus dentes naturais, isso é reflexo da falta de exames orais periódicos e regulares; ausência de um profissional que motive e instrua o paciente quanto à higienização adequada, e falta de instrução quanto aos métodos ideais para limpeza do aparelho protético e dos tecidos bucais.

A prótese carente de higienização é uma fonte de infecção, pois, a própria prótese, representa um local de constante proliferação de bactérias e formação do biofilme. A falta de cuidados com as próteses e a cavidade bucal pode desencadear uma série de enfermidades como estomatites e a candidíase. Torna-se prioritário e essencial o autocuidado, e que o dentista não só oriente, mas conscientize seus pacientes da necessidade de higienizar a mucosa e a prótese adequadamente, para a preservação da saúde oral e sistêmica dos mesmos, e para a manutenção de suas próteses. Diante disso, essa pesquisa justifica-se, através de uma revisão de literatura, pela necessidade de discorrer sobre os hábitos de higienização das próteses dos idosos; abordar informações relevantes sobre os materiais e métodos de higiene de próteses dentárias, bem como, apresentar materiais e métodos de limpeza disponíveis.

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2 PROPOSIÇÃO

 Avaliar a qualidade de vida dos idosos, relacionado à higienização de próteses;  Verificar os hábitos de higienização das próteses dos idosos;

 Averiguar a instalação da prótese e orientações profissionais;  Demonstrar materiais e métodos de higiene de próteses dentárias.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Saúde bucal e qualidade de vida dos idosos

O Brasil possui uma das maiores populações de idosos do mundo. Estima-se que em 2020 serão aproximadamente 32 milhões de idosos. Em razão disso, há uma preocupação com a qualidade de vida dos idosos e a necessidade de proporcioná-la não apenas no aspecto físico, mas também no âmbito social e psicológico. Pois, com o aumento desta população, nem sempre haverá modificações necessárias para atender às necessidades de saúde deste grupo (MONTENEGRO & MARCHINI, 2013).

Terra et al. (2007) apontam dados que afirmam que pessoas com 60 anos ou mais, representam cerca de 4,8 % da população brasileira. Há um aumento expressivo da população idosa e, em detrimento disso, a realidade brasileira evidencia alta porcentagem de idosos portadores de prótese dental.

Com relação à idade, observa-se que pessoas senis se sentem menos valorizadas e mais dependentes, o que pode causar danos a sua autoestima. Esse quadro também pode ser agravado por fatores sociais, como rejeição de familiares e falta de expectativa de vida. Sob tais circunstâncias, a perda dos dentes, resulta no desequilíbrio da função mastigatória, deglutição, fala e estética, contribui sobremaneira para o declínio da autoestima (TURANO & TURANO, 1998).

Montenegro & Marchini (2013) afirmam que ,dentre os vários fatores que podem influenciar na qualidade de vida de uma pessoa, a saúde bucal se destaca, já que quando comprometida, pode afetar o nível nutricional, o bem estar físico e mental, além de poder reduzir também o prazer de vida social ativa. Desta forma, a saúde bucal dos idosos é indispensável para uma boa qualidade de vida, exigindo maior atenção, em relação ao alto índice de edentulismo, à alta prevalência de cárie e às doenças periodontais. A saúde bucal é parte integrante da saúde, em geral, estando diretamente relacionada às condições socioeconômicas, ao acesso às informações e aos serviços de saúde.

O aumento do grupo populacional formado por indivíduos idosos é um fenômeno demográfico bem descrito no Brasil e no mundo. Quanto maior for à vida média da população, mais importante se torna o conceito de qualidade de vida em que a saúde bucal tem papel relevante. Uma das principais consequências da precariedade da saúde bucal é o

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alto índice de edentulismo total encontrado entre os idosos, sendo o tratamento com próteses totais convencionais o meio mais comum para reabilitação destes pacientes. Entretanto, é válido ressaltar que o idoso busca não somente a substituição dos dentes perdidos, mas um tratamento odontológico digno que lhe permita refazer sua imagem pessoal e social (CATÃO

et al., 2007).

Sabe-se que as condições sociais dos indivíduos, assim como a prática odontológica, que tem a extração dentária como solução para alívio da dor ocorreu em população de baixo nível socioeconômico. Em razão disso, parte dos idosos são usuários de próteses ou necessitam utilizá-las (RONCALLI, 2006).

Barbieri & Rapoport (2009) apontam que em idosos, a percepção das condições de saúde pode ser afetada por valores pessoais, como a crença de que algumas dores e incapacidades, como a falta de dentes, são inevitáveis nessa idade, podendo levar a pessoa a superestimar sua condição bucal. A substituição dos dentes perdidos por tratamento protético pode melhorar a qualidade de vida dos indivíduos, recuperando a integração familiar e social, o resgate da cidadania, a manutenção da saúde geral e elevando a expectativa de vida.

Dini & Castelhano (1993) afirmam que boa parte dos idosos de hoje passou por uma odontologia puramente curativa, onde o principal procedimento é a remoção cirúrgica de um elemento dentário, implicando agora numa deficiência das estruturas da boca, ou seja, indivíduos que apresentam um número reduzido de dentes sem algum tipo de alteração como restaurações, mas um grande número edêntulos e, portanto, usuários de prótese total.

As condições em que se encontra a saúde bucal é fruto de um modelo assistencial pautado em práticas curativa e mutiladora. Além disso, com a idade, o organismo humano sofre alterações, assim, a debilidade das funções reflete diretamente na manutenção da saúde bucal, tendendo a ser mais precária e deficiente (MONTENEGRO & MARCHINI, 2013).

O sucesso da reabilitação de pacientes edêntulos requer uma adaptação funcional e psicológica. Nesse sentido, Guimarães et al. (2013) salientam que são variáveis os fatores psicológicos que influenciam na aceitação das próteses totais. Para pacientes mal adaptados com as próteses, o sentimento de medo, ansiedade e depressão estão sempre presentes, sendo importante estabelecer uma relação paciente-profissional para o sucesso do tratamento.

A qualidade de vida é marcantemente afetada pela quantidade de satisfação ou insatisfação com a saúde bucal. As preocupações dos pacientes são, principalmente, relacionadas ao conforto, à função e à estética. Quando esses fatores não atendem às expectativas do paciente, respostas psicossociais típicas são ansiedade, insegurança, diminuição da autoestima e introversão (BARBIERI & RAPOPORT, 2009).

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Diante disso, o dentista assume o papel de proporcionar aos seus pacientes uma condição bucal adequada, dando condições para que uma melhor qualidade de vida seja alcançada, especialmente na terceira idade, fase em que qualquer fator pode romper o delicado convívio que o idoso tem com todo seu organismo, pois sua reserva funcional para superar problemas de saúde é bem menor que em outras faixas etárias (MONTENEGRO & MARCHINI, 2007).

3.2 Idosos e a higienização de próteses

Referindo-se à saúde bucal, espera-se que o indivíduo chegue à terceira idade com suas estruturas dentais intactas. Contudo, a realidade dos idosos de hoje frente ao modelo odontológico mutilador vivenciado pela grande maioria, a reabilitação protética é extremamente importante. Assim, a prótese deve estar em boas condições tanto de funcionamento, quanto de limpeza (DINI & CASTELHANO, 1993; PADILHA et al., 1998).

Segundo Barbosa et al. (2006), pacientes idosos portadores de prótese total não realizam a higiene corretamente, pois possuem uma grande carência de informações em relação à higienização bucal.

O papel da prótese dentária é de restaurar a função bucal e estética ao paciente, para isso é necessário que o cirurgião-dentista obedeça corretamente não somente as etapas de confecção da mesma, mas, garanta certos cuidados ao paciente. Esses cuidados são muito importantes, pois o tratamento de reabilitação oral não significa apenas a instalação da prótese na boca do paciente, mas sim, o tratamento, a orientação e a motivação quanto à higienização do aparelho e dos tecidos da cavidade bucal (CARVALHO & CORMACK, 2003).

Pesquisas realizadas anteriormente verificaram que pacientes portadores de próteses não receberam qualquer orientação sobre o assunto e o período mais frequente de higienização é após as refeições com escova dental comum e dentrifícios (PARANHOS et al., 1991).Outros pesquisas apontam que a população usuária de próteses dentárias tem falhado na manutenção da limpeza de suas próteses, devido à se deve a falta de acompanhamento dos cirurgiões-dentistas. Pois, entende-se que após a instalação das próteses, devem-se realizar consultas periódicas para a orientação aos usuários sobre a higienização e o uso (GOIATO et

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Além disso, Napolitano (2006) ressalta a necessidade de descansar por pelo menos oito horas a mucosa oral, para isso a prótese deve ser retirada. Porém, o cirurgião-dentista deve estar preparado para deparar com situações de uso interruptas do aparelho protético pelos seus pacientes, que ocorre principalmente em função do fator psicológico do paciente que não quer assumir a condição de desdentado.

Em muitos casos, como discorre Oliveira (1999), pacientes portadores de próteses mantêm os mesmos hábitos de higiene bucal que possuíam com seus dentes naturais, pois, convencê-los a modificar cuidados orais referentes ao novo aparelho protético e hábitos alimentares ainda não é uma prática usual e consciente. Por isso, o biofilme continua a ser depositado na base da prótese propiciando a colonização de micro-organismos.

Paranhos et al. (1991) atribuem a má higienização a fatores como: desmotivação, falta de informação, problemas socioeconômico-culturais, dificuldades psicomotoras, deficiência visual, falta de equipe de higienistas treinada e padronizada, e até mesmo falta de orientação. Segundo Silveira et al. (2007), esses fatores precisam ser levados em consideração no atendimento, podendo afetar tanto na aceitação do tratamento quanto no sucesso. Neste sentido, a odontogeriatria deve superar alguns desafios em sua aplicação como especialidade odontológica, como o custo do tratamento, a falta de habilidade do cirurgião-dentista no atendimento ao paciente idoso,devendo haver uma adequação do modo de trabalho do profissional ao modo de ser do paciente idoso, respeitando suas limitações e dificuldades.

Wold (2013) esclarece que idosos que necessitam de dentaduras, precisam de exames orais periódicos e regulares, sendo essencial para uma boa higiene oral. As próteses devem ser bem escovadas e limpas por pelo menos uma vez ao dia a fim de retirar resíduos, bactérias e manchas, e prevenir contra a irritação das gengivas e/ou ao mau hálito. Alguns usuários de próteses dentárias fazem uso de pasta especial, outros preferem imersão em solução ao longo da noite, mas ressalta-se que qualquer produto químico deve ser enxaguado antes do aparelho ser recolocado na boca.

Próteses totais e removíveis podem ser higienizadas com pastas não abrasivas que não danificam a superfície da resina, não a deixando sem polimento e mais porosa, o que facilitaria o acúmulo de placa, como faria as pastas abrasivas. Pode ser utilizada escova com formato anatômico específico (atingindo áreas de difícil acesso para uma escova comum) ou comprimidos efervescentes (liberam oxigênio realizando limpeza mecânica na prótese, removendo manchas e proporcionam ação antimicrobiana). Os hipocloritos apresentam todas estas vantagens, entretanto, corroem os componentes metálicos da prótese removível. O paciente pode ainda fazer imersão em produtos químicos, o que tem sido preferido por

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pacientes deficientes e geriátricos que não conseguem escovar adequadamente suas próteses (SESMA et al., 1999).

Jacob & Kikuchi (2011) explicam ainda que as próteses dentárias devem ser escovadas com escovas específicas. No caso de pacientes que as retiram para dormir, esta deverá ser colocada em caixa adaptada com compressa para manter a umidade. A boca desdentada, assim como a língua e o palato deverão ser escovados com escova macia e creme dental. É importante ressaltar que o paciente não deve higienizar apenas as próteses totais, mas a mucosa de recobrimento e a superfície dorsal da língua (PARANHOS et al., 1991).

Para isso, deve-se utilizar escova dental macia e pastas dentais de baixa abrasividade, pois os abrasivos podem acarretar ranhuras e perda do brilho da prótese, o que favorece o acúmulo de placa e dificulta a higienização. Além disso, o procedimento de limpeza da língua e da mucosa, além de remover a placa, favorece a circulação sanguínea desses tecidos (TAMAKI, 1983).

Goiato et al. (2005) mencionam a relevância da limpeza da prótese removível associada à utilização de antisépticos e escovação dos tecidos bucais, em especial da língua, com o intuito de evitar a formação da saburra.

Cruz et al. (1999) enfatizam que a higienização oral deve ser realizada pelo menos três vezes ao dia, utilizando escovas macias, água e dentifrícios específicos para as próteses e para os tecidos bucais.

De acordo com Kazuo et al. (2008), apesar de haver disponível no mercados vários mecanismos e meios para uma limpeza efetiva da prótese e remoção de manchas, biofilme e cálculo, estudos mostram que um grande número de usuários de prótese não sabem higienizá-la, por não terem sido orientados (orientação inadequada dos dentistas ou por negligência de informações) ou por não seguirem as recomendações, fazendo-as de maneira incompleta. Pelas próteses funcionarem como reservatório de micro-organismos patogênicos, os usuários devem ser conscientizados da importância de manter hábitos de prevenção e controle da placa bacteriana a fim de preservar a saúde bucal (ALMEIDA et al., 2006).

Turano & Turano. (1998) esclarecem que os pacientes devem ser alertados quanto a importância de uma boa higiene bucal para a manutenção da saúde dos tecidos. A falta de higienização das próteses leva ao acúmulo de placa (um dos fatores etiológicos da estomatite protética, da hiperplasia papilar inflamatória e da candidíase crônica, que resulta em odores desagradáveis),de cálculo e de manchas. Portanto, a higienização das próteses deve ser realizada sempre após as refeições.

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Quando não bem higienizada, a prótese dentária se torna em uma importante fonte de infecção para o paciente. Como, geralmente, os portadores de próteses totais são idosos, e muitos apresentam comprometimentos sistêmicos, estão mais suscetíveis às infecções, ou dificuldades motoras podendo afetar a higienização da prótese. Aliado a esses fatores, as resinas acrílicas quando colocadas na cavidade oral , absorvem fluidos orais e se tornam contaminadas com diferentes microrganismos. Desta forma, os usuários de prótese têm uma alta incidência de estreptococos do grupo mutans, leveduras, estafilococos e lactobacilos em sua cavidade oral (GONÇALVES et al., 2011).

Para limpeza dos aparelhos protéticos, além dos métodos mecânicos (escovação) pode-se utilizar comprimidos efervescentes ou imersão em produtos químicos, como complementos. A higiene dos tecidos moles, especialmente da língua deve ser efetivada com regularidade e os limpadores de língua disponíveis no mercado desempenham com eficiência esta função (SILVA et al., 2003).

Paranhos et al. (1991) recomendam o uso de escova especial, com formato anatômico e tipo de cerda desenvolvido para a higiene das próteses totais, embora reconheçam que a escova comum é a mais utilizada. Observam ainda, que o método de limpeza combinada (escovação e posterior imersão em agentes químicos) aumenta o potencial de limpeza.

Os meios mecânicos constituem a forma mais efetiva de controle da placa bacteriana, entretanto, a utilização desses métodos requer grande motivação por parte de quem vai executá-los. E, apesar de ser extremamente simples o emprego dessas técnicas, é difícil criar no paciente o hábito para realizá-las (VASCONCELLOS et al.,1987).

Neste sentido, Sesma et al. (1999) ressaltam que cabe ao cirurgião-dentista recomendar um meio eficiente de limpeza, não insalubre aos materiais da prótese e seguro para o paciente.

3.2.1 Colonização de próteses

A placa microbiana deposita-se nas superfícies de uma prótese da mesma forma que nas estruturas orais. A quantidade de placa microbiana acumulada é um dos indicadores mais utilizados para a avaliação do grau de higiene oral e protética (FONSECA et al., 2007). O acúmulo de biofilme nas próteses é um fator etiológico local importante para patologias

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presentes na cavidade oral de portadores de próteses (NAPOLITANO, 2006). Além disso, o atrito entre a base da prótese e a mucosa provoca irritações e facilita a entrada de micro-ogranimos oportunistas capazes de causar determinadas patologias (OLIVEIRA, 1999).

Em pesquisas realizadas, foram constatadas que o uso de próteses dentais pode favorecer a colonização da cavidade bucal por leveduras. O efeito do uso de próteses e da idade sobre a ocorrência de espécies oportunistas, em detrimento das proporções e frequência de isolamento de leveduras, é consistentemente maior, ou seja, a microbiota bucal pode ser influenciada pelo uso de próteses e pela idade. A rugosidade superficial de algumas próteses pode favorecer a implantação de leveduras pela criação de um ambiente com baixo PH no espaço entre a prótese e a mucosa do palato. Constituem condições predisponentes os traumatismos, o tempo de uso e o material protético utilizado, o fluxo salivar, medidas de higiene, PH do biofilme formado sobre a prótese, além de doenças sistêmicas e debilitantes (HOTTÍNG et al., 2004).

O acúmulo de placa bacteriana sobre a resina que constitui a base da prótese pode levar à hiperplasia papilar inflamatória, estomatite protética e a candidíase crônica. A estomatite protética, a mais prevalente, afeta cerca de 65% dos usuários de prótese e os principais fatores que contribuem para o seu surgimento são medicamentos (antibióticos e imunodepressores), trauma, desordens sistêmicas (diabete, má nutrição, neutropenia), problemas imunológicos e problemas locais microbianos. Mas, a Cândida albicans tem demonstrado ser o fator etiológico primário da doença. O tecido afetado que suporta a prótese apresenta-se com uma proliferação de tecido como cacho de uva e o paciente relata uma sensação de queimação no palato. O tratamento indicado é a limpeza e desinfecção da prótese, para a eliminação do agente infeccioso, restringir o uso da prótese até a melhora do quadro, medicação antifúngica e orientação quanto a um método mais adequado de higienização da prótese (KAZUO et al., 2008).

Higiene deficiente, irregularidades presentes na superfície das próteses, reação dos materiais diante da temperatura bucal são fatores que condicionam o acúmulo de debris que facilitam a formação da placa bacteriana na superfície das próteses, que permitem ação dos microorganismos, causando diversas patologias. A partir sétimo ao décimo quarto dia de instalação das próteses é que começam a desenvolver a microcolonização superficial e quanto maior o tempo de permanência do aparelho na boca, mais extensa e mais profunda a colonização se torna. Pois, o contato do aparelho protético colonizado com a mucosa torna o usuário mais susceptível a diversas patologias (SILVA & SEIXAS, 2008).

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A candidose é causada por fungos e manifesta, clinicamente, pela formação de manchas brancas e avermelhadas pela cavidade bucal e feridas no canto da boca. A falta de higiene da prótese em associação com o trauma age como predisponente para a candidíase. A placa bacteriana presente nas próteses associada à presença de leveduras do gênero cândida, é considerada fator etiológico da estomatite protética (GOIATO et al., 2005).

A substituição das próteses insatisfatórias e uma melhor higiene bucal podem acelerar a resolução da candidíase que está frequentemente associada a altos níveis salivares de Cândida spp. e a higiene deficiente das próteses (HOTTÍNG et al., 2004).

A estomatite protética é uma candidose atrófica que ocorre em pacientes que tem próteses mal adaptadas ou que fazem uso por longo tempo. O uso noturno desencadeia colonização de fungos e placa bacteriana. Esses microorganismos se alojam na base acrílica do aparelho protético quando associada a uma higiene oral precária. O tratamento é feito com antifúngicos, boa higiene oral, controle de próteses mal adaptadas, fazendo a substituição desse aparelho e removendo-o à noite para descanso do aparelho (SAPP et al., 1999).

A denominada "estomatite subplaca" refere-se a uma candidíase superficial da mucosa que ocorre frequentemente sob as próteses totais superiores, acometendo grande número de usuários, particularmente os idosos (HOTTÍNG et al., 2004).

Além das alterações patológicas, o acúmulo de detritos de alimentos e a placa bacteriana presentes na superfície das próteses resultam em problemas como halitose, cálculo salivar e pigmentações. Em razão disso, a higiene das próteses e a remoção da placa são indispensáveis para manutenção da saúde bucal (LIMA et al., 2004)

3.3 Métodos de Higienização de próteses dentárias

Existem vários mecanismos disponíveis para uma limpeza efetiva da prótese, são meios para a remoção de manchas, de placa e de cálculo. Porém, muitos estudos mostram que boa parte dos usuários de prótese não sabe higienizá-la satisfatoriamente, por não terem sido orientados pelos cirurgiões-dentistas ou por não seguirem as recomendações. Idealmente, os limpadores de próteses devem ser simples de usar, ser de baixo custo para incentivar o seu uso, ter gosto agradável, não ser tóxico, ser compatível com todos os materiais da prótese, efetivos na remoção de manchas, depósitos orgânicos e inorgânicos, devem ser bactericida e fungicida, não promoverem corrosão ao metal e serem compatíveis à resina (SILVA, 2005).

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Apesar da grande variedade de materiais e técnicas descritos na literatura, os métodos de higiene protética podem ser classificados, de acordo com o modo de ação, em duas categorias principais: mecânicos e químicos. Dos vários métodos de higiene de próteses, a escovação é o mais comum. No entanto, alguns autores consideram essencial a introdução de uma solução química de imersão como complemento do processo mecânico (FONSECA et

al., 2007).

O biofilme presente nas próteses pode ser controlado por meio dos métodos mecânico, químico e combinado de higienização. Recomenda-se a utilização conjunta dos métodos mecânico e químico de higienização, a fim de obter um controle adequado do biofilme nos aparelhos protéticos. Este método de higienização consiste na combinação da escova e dentifrício seguido da imersão da prótese em soluções químicas. O método mecânico baseia-se na utilização da escova dental, dentifrício e sabão neutro, onde o paciente deverá ter uma escova para a cavidade bucal e outra para a prótese. O método químico é realizado por meio da imersão da prótese em produtos químicos que possuem ação solvente, detergente, fungicida e bactericida. Dentre os agentes químicos destacam-se os hipocloritos, peróxidos alcalinos, ácidos diluídos, enzimas e a clorexidina (SESMA et al., 1999).

O agente de limpeza considerado ideal é aquele que elimina os depósitos orgânicos e inorgânicos, não somente nas superfícies polidas, mas, principalmente, nas superfícies rugosas que estão em contato com os tecidos. Devendo ter ação bactericida e fungicida, além de baixo custo, tornando-se acessível a todos e incentivando assim, a sua utilização regular (SILVA & SEIXAS, 2008).

3.3.1 Métodos Mecânicos

O método mecânico mais utilizado para higienização da prótese é a escovação com água e sabão ou dentifrício. Quando bem realizada, esta técnica tem demonstrado remoção de manchas artificiais. Na escovação deve-se utilizar escova apropriada e uma pasta pouco abrasiva, a fim de se evitar desgaste na resina acrílica. O método consiste na associação entre escovação e o uso de dentifrícios. Esse é o método mais comumente utilizado pelos pacientes e o mais recomendado pelos cirurgiões dentistas, por ser simples de usar, ser de fácil acesso e de baixo custo (SILVA & SEIXAS, 2008). É também o método indicado para

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remoção de debris alimentares. A literatura recomenda o seu uso associado a algum método químico (SESMA et al., 1999).

Paranhos (1996), explica que a escova apropriada para a higienização de próteses totais, caracteriza-se basicamente por uma escova de cabo menor (plano ou cilíndrico), tendo o conjunto de tufos de fibras seguindo a mesma direção do cabo e este tufo formando um cilindro de pequeno diâmetro terminando em cone. As fibras devem ser mais grossas, mais rígidas e mais longas que aquelas das escovas para dentes naturais. Ainda para o autor, devem ser evitadas as escovas para dentes naturais na higienização de próteses, pois essas escovas possuem cerdas com formato inadequado para o alcance das áreas internas, dificultando a limpeza efetiva.

Kazuo et al. (2008) esclarecem ainda que as escovas com formato anatômico desenvolvido para higiene de próteses removíveis possuem cerdas que são distribuídas nos dois lados da cabeça, sendo um tufo mais grosso (para escovar a parte externa da prótese), e um mais comprido (para alcançar as partes mais profundas da região basal) e mais macias (para não danificarem a superfície polida do aparelho).

Outro método mecânico disponível é a agitação ultrassônica O ultra-som converte energia elétrica em mecânica com uma frequência de 20.000 ciclos/s. É bastante eficiente na remoção de cálculo, placa bacteriana e manchas de café e cigarro; não sendo, por si só, eficiente na remoção do biofilme. Deve ser indicado para pacientes com destreza manual prejudicada, idosos que apresentam dificuldade visual e motora, além de seu uso em consultórios. Esse método é fácil e rápido na limpeza da prótese, porém, pouco usado, provavelmente devido ao custo do aparelho. Sua eficácia é observada quando associado a soluções desinfetantes, em que não há desgaste da superfície polida da prótese (KAZUO et

al., 2008; FONSECA et al., 2007).

Há, ainda, o método de desinfecção por micro-ondas, que consiste em imergir a prótese em água e levado ao micro-ondas por 6 minutos. No caso das próteses parciais removíveis, esse método pode ser utilizado nas próteses temporárias sem grampo (SILVA, 2005).

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3.3.2 Métodos Químicos

A higienização das próteses totais também pode ser feita com agentes químicos. Esse método incide em imergir as próteses em soluções que possuam ação solvente, detergente, bactericida e fungicida. Entre os agentes químicos, destacam-se os hipocloritos alcalinos, os peróxidos alcalinos, os ácidos diluídos, a clorexidina e as enzimas, tais como a mutanase, a protease e a dextranase. A importância da utilização de agentes químicos de limpeza consiste em reduzir a patogenicidade de micro-organismos presentes na superfície da prótese total. O paciente necessita ser orientado quanto à remoção das próteses durante o sono, já que o uso contínuo nesse período está associado com a presença e a prevalência de estomatite protética. Para uma efetiva limpeza, é recomendada a associação dos métodos mecânicos e químicos (BARBOSA et al., 2006).

Os hipocloritos são eficientes na eliminação do biofilme, na remoção de manchas e na inibição da formação de cálculos, possuem a capacidade de eliminar bactérias tanto em superfície, como em profundidade, apresentando, assim, efeito bactericida e fungicida (CATÃO et al., 2007). É indicado o uso do hipoclorito de sódio a 0,525% com imersão de 10 minutos para desinfecção da superfície da prótese, seguido de enxágue e imersão em água por toda a noite para minimizar o potencial de dano ao metal; mas deixam odor residual e sabor desagradável (KAZUO et al., 2008).

A utilização de clorexidina em próteses contribui para redução da formação do biofilme e melhora a condição da mucosa do paciente, combatendo a estomatite protética. Porém, seu uso frequente pode causar manchamento da resina da prótese (CATÃO et al., 2007).

Peróxidos alcalinos são métodos químicos que podem ser encontrados na forma de pó ou tablete, ao serem dissolvidos em água, ocorre uma efervescência criada pela liberação de bolhas de oxigênio, que promovem além da limpeza química, uma limpeza mecânica na prótese, removendo debris livres e manchas suaves. Apresentam odor agradável e são compatíveis aos materiais das próteses, tanto à resina como ao metal e também possuem efeito antibacteriano e fungicida. Outros métodos químicos apresentados sob a forma de solução são os Hipocloritos Alcalinos. Em alguns casos são contra indicados, pois têm efeito corrosivo ao metal. São eficazes na remoção de manchas, têm capacidade de dissolver a matriz orgânica evitando a formação do tártaro, apresentam efeito bactericida e fungicida (SESMA et al., 1999).

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Segundo Sesma et al. (1999), os ácidos não são indicados na limpeza das próteses convencionais por causarem enfraquecimento da estrutura metálica, mas podem ser utilizados em provisórias. Esses ácidos devem ser aplicados sobre a prótese com uma escova ou esponja em curto período de tempo. São eficazes na remoção do tártaro e manchas, possuem ação fungicida. Agem tanto na parte superficial da resina como em profundidade. Para desinfecção da prótese o mais utilizado é o Digluconato de clorexidina. Apesar disso, o uso frequente pode causar descoloração da resina, por isso recomenda-se o uso por aproximadamente 15 minutos. Tem como vantagem a redução da placa bacteriana e melhora da mucosa do paciente.

Kazuo et al. (2008) ressaltam que métodos químicos à base de enzimas (mutanase e protease) podem conter enzima levedura lítica, eficientes na remoção da Cândida albicans, e as enzimas proteolíticas agem na glicoproteína e mucoproteína do componente mucopolissacarídeo da placa. Esses limpadores causam menos danos ao metal da prótese e à resina, do que outros limpadores químicos.

3.3.3Métodos Combinados

O método combinado é o uso de escova e dentifrício específicos para prótese associado à imersão em soluções químicas. Este método proporciona uma limpeza efetiva, já que os agentes químicos têm atividade antimicrobiana superior se comparado ao método de limpeza manual. Somente o uso de escova e pasta abrasiva não promove remoção dos micro-organismos presentes na resina da prótese (GONÇALVES et al., 2011). Dessa forma, a limpeza mecânica remove os debris e expõe as superfícies polidas e não polidas da prótese, enquanto as soluções químicas atuam contra os micro-organismos localizados mais profundamente, por isso, não removidos pela escovação (PARANHOS et al., 1991).

Lacerda & Lacerda (1998) salientam que o uso de próteses durante a noite deve ser evitado para permitir que os tecidos se recuperem do trauma físico provocado pelo contato com os aparelhos, recebem o estímulo da língua ou o contato com a saliva. Além disso, ao evitar o uso de próteses à noite, impede-se o contato com a placa bacteriana e os detritos presentes. A limpeza adequada para a limpeza das próteses compreende o uso de escova de dente com cabeça pequena, uso de sabão ou outro agente não abrasivo, para não causar prejuízos estéticos e funcionais que agentes abrasivos provocam, após o processo mecânico, as próteses devem ser colocadas de molho durante a noite numa solução química.

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4 DISCUSSÃO

Os estudos apresentados demonstram, com clareza, a íntima relação entre a saúde bucal e a saúde geral; destacando-se o moderno conceito de saúde associado à qualidade de vida. Como a saúde bucal é indispensável para manutenção da qualidade de vida em idosos, observa-se a construção de um conhecimento direcionado à compreensão da adequada higienização de próteses dentárias. Ao que urge a sensibilização das partes envolvidas, profissional e paciente, na busca de ações preventivas e objetivas que potencializem as melhorias promovidas pela reabilitação protética.

Nesta revisão verificou-se que com o crescimento da população idosa, aumentou-se a preocupação com a qualidade de vida desaumentou-ses indivíduos. A saúde bucal é fundamental para manutenção da qualidade de vida do idoso, pois, vários autores afirmam que, estando comprometida, afeta o aspecto físico, social e psicológico (MONTENEGRO et al., 2013; TERRA et al., 2007; CATAO et al., 2007).

A cavidade bucal sendo de primordial importância fisiológica e metabólica passa a sofrer com a chegada da idade. A perda dos dentes é um dos principais problemas e para reabilitação das condições bucais, alguns estudos apontam o tratamento protético como a melhor solução, pois, além de reparar a qualidade de vida do idoso, o reintegra à vida social, familiar e melhora a autoestima (MARTINS et al., 2008; RONCALLI, 2006; TURANO & TURANO, 1998; BARBIERI et al., 2009).

Pode-se afirmar que as condições em que se encontra a saúde bucal é fruto de um modelo assistencial em que a extração dos dentes era alívio imediato para os principais problemas na boca. No caso do paciente idoso, a própria idade já representa um fator que predispõe alterações, debilidade das funções, refletindo diretamente na manutenção da saúde bucal. Além disso, o sucesso da reabilitação desses pacientes requer uma adaptação funcional e psicológica, onde a aceitação da condição de edêntulo e do aparelho protético é essencial. GUIMARÃES et al., 2013; BARBIERI et al., 2009; DINI & CASTELLANO, 1993).

A literatura pesquisada concerne a idéia de que a própria superfície interna da prótese apresenta irregularidades e microporos que facilitam a colonização e penetração de bactérias, fungos e outros micro-organismos. E para manter sua longevidade, a limpeza diária feita até mesmo em casa e acompanhamento periódico ao dentista, podem solucionar alguns desses problemas. É importante salientar que além dos processos de limpeza e manutenção, o tempo de uso das próteses também deve ser considerado, pois quanto maior tempo de uso das

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mesmas, maior será a degradação da resina, favorecendo o acúmulo de bactérias e outros depósitos orgânicos. Todos os métodos de conservação da prótese são imprescindíveis à saúde bucal do paciente (HOTTÍNG et al., 2004; SILVA & SEIXAS, 2008; LIMA et al., 2004).

A higienização das próteses parece ser indispensável para saúde bucal. Nenhum dos métodos por si só apresenta ser suficiente para remover adequadamente a placa microbiana presente na superfície da prótese. Embora, o método mecânico seja o mais utilizado como opção para higienização, a escovagem não é considerada efetiva quando comparada a sua eficácia da combinação ao método químico (escovagem e imersão numa solução de desinfecção). A destreza manual, o tipo de alimentação e a própria saliva são fatores que também podem influenciar a acumulação de placa microbiana. Entretanto, outros fatores também contribuem para a deficiência na higienização de próteses como a carência de informações sobre a confecção, uso e manutenção das próteses totais (SILVA & SEIXAS, 2008; SILVA, 2005; GONÇALVES et al., 2011).

A retirada da prótese durante a noite evita a proliferação de micro-organismos, aumentando a sua estabilidade e retenção. Autores como Silva & Seixas (2008) e Sesma et al. (1999), concordam que o agente ideal é aquele que elimina os depósitos orgânicos e inorgânicos, e que o biofilme presente nas próteses pode ser controlado por meio dos métodos mecânico, químico e mecânico-químico de higienização. Com a utilização conjunta dos métodos mecânico e químico de higienização, se obtém um controle adequado do biofilme nos aparelhos protéticos.

Assim como afirma Kazuo et al. (2008), higienizadores de prótese devem ser de fácil manuseio, baixo custo para incentivar seu uso, terem gosto agradável após o uso, não serem tóxicos ao paciente, serem compatíveis com todos os materiais da prótese, efetivos na remoção de manchas, depósitos orgânicos e inorgânicos não apenas das superfícies polidas, mas, principalmente, das superfícies rugosas que ficam em contato com os tecidos. Essas condições podem e devem ser abordadas durante os estágios de relação entre o profissional e o paciente; ocasião em que as orientações são dadas e possíveis dúvidas podem ser sanadas.

É possível perceber que os autores evidenciados na revisão literária concordam na eficácia do processo de higienização, começando pelo processo simples, àquele realizado em casa, com a simples escovação no qual, posteriormente, pode ser incrementado pelos métodos químicos. Demonstraram ainda que a colocação da prótese é tão fundamental quanto à sua manutenção, exigindo mais que uma relação profissional, e sim uma parceria com troca de experiências, orientação e motivação com o paciente. Reforça-se, nesse sentido, o valor do

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processo educativo e promocional relacionado à saúde. Vale ressaltar, que outros fatores também contribuem para o processo de higienização da prótese, como por exemplo: dieta balanceada e a capacidade motora de pacientes (ALMEIDA et al., 2006; SILVA & SEIXAS, 2008; SILVA, 2005).

A terceira idade é um grupo heterogêneo em virtude das diferenças vividas pelo indivíduo e acumuladas ao longo do tempo. Cada idoso varia quanto ao nível social, econômico, estado de saúde e motivação para a manutenção da saúde oral. Tais diferenças devem ser levadas em consideração quando do atendimento, pois podem afetar a aceitação do tratamento, bem como seu sucesso (SIVEIRA et al., 2007).

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5 CONCLUSÃO

 A partir da revisão literária realizada, chega-se a conclusão de que o processo de higienização em próteses, na terceira idade, é fundamental para a qualidade de vida dos pacientes, já que a reabilitação oral, além de seu aspecto funcional, é capaz de recuperar a autoestima dos mesmos, além de reintegrá-los à vida social e familiar.

 As próteses representam um processo de reabilitação bucal nos indivíduos, entretanto, seus cuidados consistem na orientação do profissional habilitado, bem como de comportamentos adequados do paciente, através da correta higienização.

 A própria prótese, representa um local de constante proliferação de bactérias e formação do biofilme. Hábitos alimentares, escovação simples e utilização de dentifrício podem auxiliar na manutenção da qualidade da prótese.

 Existem diversos procedimentos adequados para a higienização correta da prótese, aos quais se destacam: o mecanismo mecânico, químico e o mecanismo combinado. Este último consiste na combinação dos processos mecânico e químico, portanto, é considerado mais eficaz;

 Para a longevidade do tratamento e para que o mesmo seja completo e alcance o objetivo de manter a qualidade da saúde bucal, aumentando a qualidade de vida do indivíduo, um conjunto de cuidados posteriores que incluem visitas periódicas, controle e orientação para a higiene oral devem ser implementados.

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