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EDUCAÇÃO MUDANÇAS O QUE ESTÁ REFLETINDO NA ESCOLA?

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Academic year: 2021

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Elisane Scapin Cargnin1

Simone Arenhardt2

Márcia Lenir Gerhardt3

Eliandra S. C. Pegoraro4

Edileine S. Cargnin5

Resumo:

Diante das inúmeras modificações que se apresentam na sociedade globalizada, surgem novos desafios para a educação. Estabelece-se uma múltipla tarefa, de um lado atender as exigências do mercado globalizado e de outro a formação humana. Nesse meio encontra-se a escola procurando se organizar de maneira a atingir, da melhor forma, esses desafios. Nessa tentativa, além de atender às Leis e Políticas, a escola busca atender os objetivos que os alunos buscam, através de uma gestão democrática. Essa situação exige que aluno – professor- comunidade caminhem juntos. Estabelece-se assim um desafio diante da função da escola sobre o qual refletimos neste texto.

Palavras-chave: Educação. Escola. Políticas Educacionais.

Num mundo em que as mudanças – transformações, bombardeios de informações, de imagens fazem parte de nosso cotidiano, precisamos estar preparados para superar as expectativas e acima de tudo ter condições para acompanhar essa evolução. Para isso, surgem como alternativas de melhoramento educacional, tanto em termos de relação como processo pedagógico, os pilares da educação, abordados por Jacques Delors, que são: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.

Frente às transformações que ocorrem, a escola acaba sendo reflexo de inseguranças que são facilmente percebidas no processo educacional, que envolve toda a comunidade escolar. Diversos fatores levam o professor a sentir-se inseguro diante das necessidades que o aluno tem em relação à escola, que visa formar futuros trabalhadores junto com as

1Aluna do curso de Especialização em Gestão Educacional. Licenciada em Matemática/UFSM simonearenhardt@mail.ufsm.br

2Aluna do curso de Especialização em Gestão Educacional/CE/UFSM. Letras/UNIFRA. elisanesc1@hotmail.com

3 Aluna do curso de Especialização em Gestão Educacional/CE/UFSM. Mestre em Educação. Licenciada e Bacharel em Artes Visuais/UFSM. marciagerhardt@mail.ufsm.br

4 Licenciada em Letras/UNIFRA 5 Licenciada em Pedagogia/UNIFRA

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competências que o sistema produtivo deseja, para isso a formação de trabalhadores críticos, autônomos e flexíveis (não esquecendo das dificuldades envolvidas nos significados hoje atribuídos a tais termos), as reformas educacionais, em que inovações curriculares ocupam papel de destaque, parecem levar em conta as recentes mudanças na organização do trabalho. Sendo assim, o professor ainda não consegue definir o sentido da educação a ser desenvolvida, no que se refere à formação para a sua vida pessoal e profissional.

A escola é também considerada local responsável pelo desenvolvimento humano, tornando o aluno um cidadão capaz e, ao mesmo tempo, ela possibilita a chegada ao mundo do trabalho, isto é, a formação humanista em sua ampla dimensão. Dessa forma, a escola ocupa um espaço notável na formação de todos os seus alunos, é, portanto, fundamental que a instituição de ensino tenha bons administradores, uma vez que a organização e gestão poderão servir de exclusão.

Por esse motivo, a gestão educacional deve ser tratada com certos cuidados e competência, colocando em prática as diretrizes, bem como interpretando e subsidiando as políticas públicas, nas relações sociais globais, políticas, econômicas.

Nessa perspectiva, Holanda Ferreira aponta gestão como ato de gerir, administração e gerência. Ou seja, gestão “relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função, desempenhar seu papel. Constitui-se de princípios e práticas decorrentes que afirmam ou desafirmam os princípios que a geram. Estes princípios, entretanto não são intrínsecos à gestão como a concebia a administração clássica, mas são princípios sociais, visto que a gestão da educação se destina à promoção humana” (Ferreira, 2001, p.306).

Que qualidade se espera da educação quando a responsabilizamos pela eficiência social e econômica da sociedade?

Em relação às exigências impostas pelo mundo globalizado, as pessoas ficam divididas diante de diversas alternativas que a escola procura oferecer para o trabalho, para os processos seletivos (vestibular, concursos em geral) e a formação humana. Além dos impasses que a escola enfrenta internamente, existem leis e políticas de ordem nacional e mundial que, de certa forma, determinam os rumos a serem seguidos pelas Instituições de ensino.

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Diante disso, atribui-se à educação uma tarefa de extrema importância, como destaca Coraggio (2000 apud Gerhardt, 2006, p.38) “a qualidade da educação é condição para a eficiência econômica e social, e a reforma social, uma precondição para o desenvolvimento”. Sendo assim, o educador precisa ampliar seu trabalho, como profissional da educação, e comprometer-se com essa importante causa, buscando capacitar-se para a pesquisa, pois nos encontramos frente a situações instáveis na atual sociedade globalizada, que interferem diretamente na escola.

A educação escolar tem por objetivo complementar a educação familiar, portanto, da escola espera-se muita eficiência, dos professores muita competência, no entanto, a sociedade como um todo não consegue estabelecer um compromisso de qualidade que vise o benefício comum.

Hoje as escolas têm maior poder de decisão e maior autonomia. Elas não podem mais produzir desigualdades nas aprendizagens, pois já foi vista como um indispensável meio de ascensão no nível cultural. A prática educativa está relacionada a todos que trabalham na escola, por isso precisa ser de forma “horizontal”, é preciso ter responsabilidade, liderança organizacional, compartilhada, coletividade, o currículo, a formação dos professores e funcionários para que aconteça o aproveitamento escolar dos alunos.

Tendo como base a sociedade do conhecimento e da informação em que vivemos, a educação hoje tomou estranhos caminhos, pensa-se em competitividade, em mercado de trabalho, em incorporação do Brasil no contexto da globalização. Essa visão deixa de lado valores que antigamente significavam educação: cidadania, participação política, construção da cultura, isto é, a educação para vida. Assim, a sociedade baseada no uso intensivo de conhecimento produz simultaneamente fenômenos de mais igualdade e mais desigualdade, de maior homogeneidade e maior diferenciação.

Mesmo diante dessas profundas transformações sociais do nosso tempo e sua teorização mais radical, é necessário fazer da escola um espaço privilegiado na formação de cidadãos esclarecidos e senhores de seu próprio destino. Hoje, os alunos têm menos acesso à noção de história porque está submetida ao cotidiano que é a cultura que está na superfície e o imediato. Existe uma perspectiva muito grande em relação à educação por isso é bom que nos conscientizemos de que é preciso muita responsabilidade, solidariedade e compreensão para que assim possamos ter o acesso de todos à educação, nosso bem maior. Mas ela não pode ser exclusiva, é preciso respeitar os direitos e as diferenças da criança que é necessária para

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manter nossa identidade nacional. Por isso, a importância da conscientização de que é nosso dever como educador participar da democracia encaminhando o aluno com bastante discernimento, valorizando a cultura e aproveitando toda evolução da informática, da globalização, enfim todas as novas perspectivas e exigências da atualidade.

Devido ao excesso de atividades, as pessoas acabam por ter que serem rápidas e eficientes, não existe, muitas vezes, o respeito ao tempo que é preciso para que o trabalho aconteça sem que prejudique o ser humano. O progresso não pára de “atacar”, o ser humano precisa acompanhar para, no mínimo, ter uma vida digna. Não podemos esquecer que a maior parte da população está à margem dessa evolução toda. Já surgiram diversas formas para administrar isso tudo, porém as diferenças acentuam-se cada vez mais, é preciso, portanto, estabelecer política educativa e política de desenvolvimento a fim de reforçar as bases do saber e do saber fazer, estimulando a iniciativa, o trabalho em equipe e, principalmente, o espírito empreendedor.

Ainda é importante ressaltar que na educação, existem valores que são universais como cidadania, por exemplo, já que desde cedo as crianças aprendem a respeitar-se umas às outras, com suas diferenças raciais, religiosas e culturais. Educar um cidadão significa evitar futuros problemas, exige o conhecimento das causas que geram a violação dos seus direitos, que têm tido nas crianças, o maior reflexo. Implica a compreensão das injustiças sociais, implica também o nosso reconhecimento no que se refere à grande parcela de culpa, já que nós fazemos parte desse processo.

Ser cidadão significa educar, buscando sempre o respeito às diferenças, implica entender o processo educativo, como um meio de valorização, de respeito entre gestores, educadores e alunos, das influências que a escola exerce na comunidade local e das responsabilidades individuais e coletivas e no amor às origens que precisam ser trabalhadas na sala de aula. A diversidade é hoje a base para uma educação multicultural. É a compreensão de que as mudanças apresentam-se em diferentes pontos que dão ênfase ao trabalho que valoriza identidade, a cultura e, principalmente, a pluralidade cultural, relevam-se contradições internas com sérias implicações curriculares e pedagógicas que, na maioria das vezes, comprometem o processo educativo que envolve a pluralidade cultural.

Na história da educação, os educadores em especial, passam suas vidas em busca de respostas aos constantes desafios e conflitos do seu cotidiano. No entanto, nem sempre se têm respostas, encontram-se muitas dúvidas. A obra de Jacques Delors, Educação um tesouro a

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descobrir, apresenta considerações sobre os diferentes aspectos que envolvem a educação, e põe em evidência alguns questionamentos que nos fazem refletir, aborda também a globalização como um processo econômico que beneficiou grandes potências e, ao mesmo tempo, acentuou as diferenças sociais nos países mais pobres, que conseqüentemente, refletem-se nas escolas. Em função dessa problemática, em inúmeros países têm-se desenvolvido significativos esforços de reformulação dos currículos escolares. Tendo em vista a elaboração e a implementação de novas políticas de currículo que atendam as exigências da sociedade do conhecimento. Em algumas análises, procuram-se explicitar as relações de poder que se expressam nas reformas e evidenciar como elas se têm constituído em instrumentos de regulação e de auto-regulação de indivíduos e grupos.

Todas as iniciativas de efetuar e de analisar as mudanças curriculares e/ou administrativas que vem ocorrendo em muitos países precisam ser referidas ao processo de globalização em curso. Quer se enfatizem seus aspectos econômicos ou seus aspectos culturais, não há como negar seus contraditórios reflexos no cenário educacional. Muitos dizem que a educação está em crise, pois o mundo a nossa volta está cada vez mais complexo, repleto de informações que geram necessidade. É preciso, então educar para a compreensão dessa complexidade, para o diálogo, para a superação de dificuldades, para a criatividade, para a vida. Nas políticas educacionais, nos currículos, nas formas de avaliação, nas propostas de reformular a formação docente, nas investigações, assim como nos encontros e seminários, devem existir procedimentos, objetivos e características comuns que nos levem a um mesmo lugar: a educação por eficiência.

Assim sendo, na educação são depositados todos os sonhos, pois se acredita que dela surgirão as respostas buscadas para a resolução dos grandes problemas que se instalam no mundo. Angústias, problemas, certezas e incertezas são bases que nos fazem refletir ainda mais. A busca também é um reflexo de que problemas ainda não foram superados. Como apresenta Jacques Delors no título de sua obra, educação é um tesouro a se descobrir. Cabe a todos uma fatia dessa busca.

Referências bibliográficas

DICIONÁRIO AURÉLIO ELETRÔNICO Versão 3.0 para PC ... baseada no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 28a edição, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

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FERREIRA, Naura Syria Carapeto (Org). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 3ed. São Paulo: Cortez, 2001.

GERHARDT, Márcia Lenir. A descontextualização do material – elemento

industrializado e das técnicas de construção mecânica para a cognição em arte. Santa

Maria / RS. 204 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, 2006.

Referências

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