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UNIVERSIDADE PAULISTA PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

O DESEMPENHO ECONÔMICO, AMBIENTAL E SOCIAL DO BRASIL: DE 2012 A 2022, SOB A PERSPECTIVA

DOS PLANOS DO GOVERNO

LUCIANA FARIA

São Paulo 2017

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista - UNIP, para obtenção do título de Doutora em Engenharia de Produção.

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UNIVERSIDADE PAULISTA

PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

O DESEMPENHO ECONÔMICO, AMBIENTAL E SOCIAL DO BRASIL: DE 2012 A 2022, SOB A PERSPECTIVA

DOS PLANOS DO GOVERNO

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção (Doutorado) da Universidade Paulista (UNIP)

Orientador: Prof. Dr. Biagio Fernando Giannetti.

Área de Concentração: Sustentabilidade em

Sistemas de Produção.

Linha de Pesquisa: Avanços em Produção mais Limpa e Ecologia Industrial.

Projeto de Pesquisa: Ecologia industrial: aplicação de conceitos visando à sustentabilidade.

LUCIANA FARIA

São Paulo 2017

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Faria, Luciana.

O desempenho econômico, ambiental e social do Brasil: de 2012, sob a perspectiva dos planos do governo / Luciana Faria. - 2017. 132 f. : il. color. + DVD.

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista, São Paulo, 2017.

Área de concentração: Sustentabilidade em Sistemas de Produção. Orientador: Prof. Dr. Biagio Fernando Giannetti.

1. Emergia. 2. Sustentabilidade. 3. Sistemas regionais. I. Giannetti, Biagio Fernando (orientador). II. Título.

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BANCA EXAMINADORA

LUCIANA FARIA

Data de aprovação: _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Prof. Dr. Biagio Fernando Giannetti

Universidade Paulista – UNIP

________________________________________________ Prof. Dr. Feni Dalano Roosevelt Agostinho

Universidade Paulista – UNIP

________________________________________________ Profª. Dra. Cecilia Maria Villas Boas Almeida

Universidade Paulista – UNIP

________________________________________________ Prof. Dr. Fernando Jorge Cutrim Demétrio

Universidade Estadual do Maranhão

________________________________________________ Prof. Dr. Raúl Benito Siche Jara

Universidad Nacional de Trujillo Facultad de Ciencias Agropecuarias

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DEDICATÓRIA

A José Faria Junior (in memorian), meu pai

querido, que me ensinou que devemos sempre fazer o bem às pessoas e que nada na vida se consegue sem lutar.

(6)

AGRADECIMENTOS

Inicialmente, gostaria de agradecer a Deus, pois a Ele tudo devo, principalmente quando se tem saúde, família, amigos e a oportunidade que tive de estudar.

A minha mãe, Maria Lucia Faria, e a meus irmãos, por estarem sempre a meu lado, incentivando-me. E, também, as minhas desculpas pelos dias, noites e finais de semana que precisei estar ausente, apesar de presente, para me dedicar às atividades desta pesquisa.

A todos os meus familiares, por tudo o que representam em minha vida.

Ao professor Biagio Fernando Giannetti, pela confiança, amizade e orientação nesta jornada.

A meus professores Cecília Maria Vilas Boas Almeida, Feni Agostinho e Sílvia Bonillla e a meus colegas de turma, por sugestões no trabalho.

Ao meu colega de trabalho, professor Carlos Cézar, por haver me apresentado ao Programa.

A meus amigos André, Daniel, Fátima, José Hugo e Max pelo companheirismo durante toda jornada.

À Marcia Nunes, Secretária do Programa de Pós-Graduação, minha gratidão pela ajuda recebida nas mais complicadas tarefas administrativas do programa, sempre de forma solícita e cordial.

Aos Doutores e membros da banca dos exames de qualificação e defesa da tese – Cecília Maria Vilas Boas Almeida, Feni Agostinho, Fernando Jorge Cutrim Demétrio, Otávio Cavalett e Raúl Benito Siche Jara –, pelas valiosas sugestões, possibilitando que este trabalho fosse concluído de forma mais rica.

Ao IFSULDEMINAS, por me possibilitar o afastamento de minha função como professora, para me dedicar a este estudo.

Ao Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares – PROSUP/CAPES –, pelo apoio financeiro, para a concretização deste projeto de doutorado.

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“Tudo posso naquele que me fortalece”. (Filipense 4,13)

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RESUMO

A combinação de indicadores de sustentabilidade tem sido usada para apresentar um panorama com informações necessárias capazes de fornecer subsídios para o monitoramento de uma região, visando ao seu desenvolvimento. Alguns indicadores foram elaborados a fim de avaliar a melhoria da sustentabilidade de uma determinada região, no entanto não fornecem informações específicas que possam contribuir com o planejamento e formulação de políticas públicas que atendam à realidade da mesma. Dessa forma, este estudo tem como objetivo geral avaliar a tendência do desempenho econômico, ambiental e social do Brasil de 2012 até 2022, utilizando dados dos planos de desenvolvimento elaborados pelo governo brasileiro. A avaliação foi realizada utilizando-se o indicador de desempenho econômico-ambiental-social (IDEAS), desenvolvido neste trabalho. O IDEAS foi obtido da soma de indicadores de desempenho econômico-ambiental e socioeconômico. Foi aplicado o IDEAS para avaliar o Brasil, as unidades federativas brasileiras, os países do BRICS e da América do Sul. Então foram realizadas comparações com as unidades federativas brasileiras, os países do BRICS e da América do Sul. Realizaram-se comparações com as unidades federativas brasileiras, os países do BRICS e a América do Sul, para avaliar-se o desempenho sustentável do Brasil em relação a essas regiões. O estudo mostrou que o desenvolvimento das unidades federativas do Brasil não é equitativo, já que 50% das unidades apontam o IDEAS acima da mediana de 0,50. O IDEAS dos países do BRICS apresentou o Brasil com 52% de sustentabilidade, seguido da Rússia, com 42%, da Índia, com 30%, e da China, com 21% e foi similar ao dos países da América do Sul. Um aumento aproximado de 36 % de 1979 a 2008 até 70% em 2022 no alvo da sustentabilidade do Brasil indica que os planos do governo estão direcionados a melhorar o desempenho do país. Entretanto, os indicadores econômico-ambientais mostraram os melhores desempenhos em relação aos indicadores socioeconômicos, indicando que os planos do governo não visam a melhorar as políticas públicas sociais. Assim o estudo mostrou que o IDEAS pode contribuir para uma análise de tendência de desenvolvimento sustentável do Brasil, com base nos planos do governo, bem como colaborar para o monitoramento de sistemas regionais.

Palavras-chave: Emergia. Sustentabilidade. Sistemas Regionais.

(9)

ABSTRACT

The combination of sustainability indicators has been used to present a panorama with the necessary information capable of providing subsidies for the monitoring of a region, aiming at its development. Some indicators have been elaborated in order to evaluate the improvement of the sustainability of a given region, but do not provide specific information that can contribute to the planning and formulation of public policies that meet the reality of the same. Thus, this study has as general objective to evaluate the trend of the economic, environmental and social performance of Brazil from 2012 to 2022, using data from the development plans elaborated by the Brazilian government. The evaluation was performed out using the economic-environmental-social performance indicator (IDEAS), developed in this work. IDEAS was obtained from the sum of indicators of economic-environmental and socioeconomic performance. IDEAS was applied to evaluate Brazil, the Brazilian federal units, the BRICS countries and South America. Comparisons were then made with the Brazilian federal units, BRICS countries and South American countries. BRICS countries and South America, in order to evaluate Brazil's sustainable performance in relation to these regions. The study showed that the development of the federative units of Brazil is not equitable, since 50% of the units indicate IDEAS above the median of 0.50. The IDEAS of the BRICS countries presented Brazil with 52% sustainability, followed by Russia with 42%, India with 30%, and China with 21% and was similar to the South American countries. Approximately 36% from 1979 to 2008 to 70% in 2022 on the sustainability target of Brazil indicates that government plans are aimed at improving the performance of the country. However, economic-environmental indicators showed the best performance in relation to socioeconomic indicators, indicating that the government's plans are not aimed at improving social public policies. Thus, the study showed that IDEAS can contribute to a trend analysis of sustainable development in Brazil, based on government plans, as well as collaborate in the monitoring of regional systems.

(10)

LISTAS DE FIGURAS

Figura 1. CompasSus e suas combinações de avaliação da sustentabilidade. ... 21

Figura 2. Diagrama ternário em emergia do Brasil entre 1979 a 2007. ... 23

Figura 3 – Representação dos fluxos dos recursos básicos do Brasil. ... 30

Figura 4 – Diagrama ternário em emergia. ... 33

Figura 5 – As relações entre o sistema ambiental, econômico e social ... 35

Figura 6 – Alvo da Sustentabilidade ... 36

Figura 7 – BoxPlot (adaptado de Nuzzo, 2016)... 37

Figura 8 – Assinatura ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2007 e 2011. ... 40

Figura. 9 – Variação percentual dos fluxos dos recursos do Brasil de 1981 a 2011. ... 41

Figura 10 – Diagrama ternário em emergia do Brasil representando a emergia total calculada no período de 1979 a 2011. ... 42

Figura 11 – (a) Emergia Total (sej/ano) e (b) PIB (US$/ano)... 43

Figura 12 – Desempenho econômico-ambiental do Brasil de 1981 a 2011 ... 44

Figura 13 – O Brasil e suas unidades federativas. ... 48

Figura 14 Combinações de Indicadores para o Brasil e a região Norte referente ao ano de 2007: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 50

Figura 15 – Alvo da sustentabilidade da região Norte ... 51

Figura 16 – Combinações de indicadores para o Brasil e a região Nordeste referente ao ano de 2007: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 52

Figura 17 – Alvo da sustentabilidade da região Nordeste ... 53

Figura 18 – Combinações de indicadores para o Brasil e a região Sudeste referente ao ano de 2007: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 54

Figura 19 – Alvo da sustentabilidade da região Sudeste ... 55

Figura 20 – Combinações de indicadores para o Brasil e a região Sul referente ao ano de 2007: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 56

Figura 21 – Alvo da sustentabilidade da região Sul ... 57

Figura 22 – Combinações de indicadores para o Brasil e a região Centro-oeste referente ao ano de 2007: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 58

Figura 23 – Alvo da sustentabilidade da região Centro-oeste ... 59

Figura 24 – Alvo da sustentabilidade do Brasil e de suas unidades federativas ... 59

Figura 25 – Combinações de indicadores para os países que compõem o BRICS para o ano de 2008: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 60

Figura 26 – Alvo de sustentabilidade do Brasil comparado com os BRICS ... 61

Figura 27 – Combinações de indicadores para os países da América do Sul referente ao ano de 2008: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 62

Figura 28 – Alvo de sustentabilidade do Brasil comparado com a América do Sul ... 63

Figura 29 – Comportamento do uso de recursos renováveis (R), não renováveis (N) e da economia (F) do Brasil no período de 1979 a 2022. ... 65

Figura. 30 – Combinações de indicadores para o Brasil de 1979 a 2022: (a) PIB/CO2 (b) PIB/U do Brasil (c) Distribuição de renda (d) Renda per capita. ... 67

(11)

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 – Objeto de estudo e fronteira do sistema ... 26

Tabela 2 – Planos e documentos de projeções das diversas instituições ... 28

Tabela 3– Valores de produtos importados e exportados utilizados para estimativa de novos valores ... 29

Tabela 4 – Fluxos de energia representados na Figura 3 ... 30

Tabela 5 – Indicadores em emergia ... 32

Tabela 6 – Índices em Emergia do Brasil para 2007 e 2011. ... 39

Tabela 7 – Dados sociais ... 45

Tabela 8 –. Fatos históricos, políticos e econômicos do Brasil de 1979 a 2001. ... 46

Tabela 9 – Valores dos indicadores desempenho do Brasil e dos estados da região Norte . 48 Tabela 10 – Valores dos indicadores desempenho do Brasil e dos estados da região Nordeste ... 51

Tabela 11 –Valores dos indicadores desempenho do Brasil e dos estados da região Sudeste ... 54

Tabela 12 – Valores dos indicadores desempenho do Brasil e dos estados da região Sul .. 56

Tabela 13 – Valores dos indicadores desempenho do Brasil e unidades federativas da região Centro-oeste ... 57

Tabela 14 – Valores dos indicadores desempenho do BRICS ... 60

Tabela 15 – Valores dos indicadores desempenho do Brasil ... 62

Tabela 16 – Indicadores ambientais, sociais e econômicos do Brasil ... 64

Tabela 17 – Evolução do uso dos recursos renováveis, não renováveis e importados. ... 64

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

1.1Objetivo Geral ... 15

1.2Objetivos Específicos ... 16

1.3Estrutura Geral do Trabalho ... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 17

2.1Modelos para Avaliar a Sustentabilidade de Regiões ... 17

2.2Avaliação da Sustentabilidade de Países ... 18

2.3Contabilidade Ambiental em Emergia ... 25

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 26

3.1Definição do objeto de estudo e as delimitações ... 26

3.2Coleta de Dados ... 27

a) Brasil com as suas unidades federativas, com os países que compõem o BRICS e com os países da América do Sul. ... 27

b) Brasil no período de1979 a 2011 ... 27

c) Brasil de 2012 a 2022 ... 27

3.3Método Suavização Exponencial ... 28

3.4A avaliação da contabilidade ambiental em emergia do Brasil ... 29

3.5Diagrama Ternário em Emergia ... 32

3.6Análise do Desempenho Econômico-ambiental ao longo do tempo ... 33

3.7Modelo de Desempenho Econômico-Ambiental-Social ... 34

3.7.1 Procedimentos de normalização dos indicadores ... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 39

4.1 Monitoramento do desempenho ambiental-econômico e social de 1979 a 2011 ... 39

4.2 Desempenho econômico-ambiental ... 42

4.3 Estudos comparativos utilizando o indicador IDEAS ... 47

4.3.1 Comparação dos Indicadores do IDEAS nas Unidades Federativas do Brasil ... 47

a) Região Norte ... 48

b) Região Nordeste ... 51

c) Região Sudeste ... 53

d) Região Sul ... 55

e) Região Centro-oeste ... 57

4.3.2 Comparação dos indicadores do IDEAS do Brasil inserido nos BRICS ... 60

4.3.3 Comparação do Brasil com os países da América do Sul ... 61

4.4 Tendência do Desempenho Sustentável do Brasil até 2022 Segundo Plano do Governo 63 5 CONCLUSÕES ... 69

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 70

7 REFERÊNCIAS ... 71

8 APÊNDICES ... 77

8.1 Memorial de cálculo do Brasil ... 77

Apêndice A. Cálculos referentes aos fluxos de energia dos recursos renováveis ... 77

Apêndice B. Equações referentes às transformações internas e Extrações internas não renováveis utilizadas para o cálculo dos fluxos de energia dos anos 2002, 2011 e 2012 a 2022 79 Apêndice C. Equações, referentes às Importações, exportações e serviços, utilizadas para o cálculo dos anos 2002, 2011 e 2012 a 2022 ... 80

Apêndice D. Dados primários de transformações internas e Extrações internas não renováveis, e Importações, exportações e serviços do Brasil referente ao ano de 2002 ... 82

(13)

Apêndice E. Dados Primários dos Recursos de transformações internas e Extrações internas não renováveis, e Importações, exportações e serviços do Brasil referente ao ano de 2011

84

Apêndice F. Estimativa dos Recursos renováveis e não renováveis referentes aos anos 1979

a 2000 e 2007 ... 86

Apêndice G. Dados sacundários dos Recursos de transformações internas e Extrações internas não renováveis, e Importações, exportações e serviços do Brasil referente ao ano de projeções de 2012 a 2022 ... 87

Apêndice H. Resultado do prognóstico realizado pelo software SPSS ... 93

Apêndice I. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2002 ... 94

Apêndice J. Cálculos dos fluxos em energia do Brasil para o ano de 2002 ... 95

Apêndice K. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2011 ... 98

Apêndice L. Cálculos dos Fluxos em Emergia do Brasil para o ano de 2011 ... 99

Apêndice M. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2012 ... 102

Apêndice N. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2013 ... 103

Apêndice O. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2014 ... 104

Apêndice P. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2015 ... 105

Apêndice Q. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2016 ... 106

Apêndice R. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2017 ... 107

Apêndice S. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2018 ... 108

Apêndice T A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2019 ... 109

Apêndice U. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2020 ... 110

Apêndice V. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2021 ... 111

Apêndice X. A Contabilidade ambiental em emergia do Brasil para o ano de 2022 ... 112

Apêndice N. Indicadores ambientais, econômicos e social de 102 países referente ao ano de 2008 ... 113

Apêndice M. Resultados das normalizações dos indicadores ... 118

Apêndice O. Indicadores ambientais, econômicos e social do Brasil e suas unidades federativas, ano de referência 2007 ... 122

Apêndice P. Resultado normalização do Brasil e suas unidades federativas ... 124

9 ANEXOS ... 125

ANEXO I. Os símbolos e seus significados utilizados na construção do diagrama de fluxos de energia ... 125

ANEXO II. Formulário para o cálculo da perda do solo ... 126

ANEXO III. Plano decenal de Expansão de energia 2021 ... 126

(14)

1 INTRODUÇÃO

A sustentabilidade visa estabelecer um equilíbrio entre a melhora da qualidade de vida dos homens, o que a natureza pode nos oferecer e o limite para o consumo dos recursos naturais, isto é, ela busca equilibrar os três pilares: ambiental, econômico e social (Elkington, 1994). Desta forma, para se alcançar a sustentabilidade é necessário preservar o meio ambiente, investir em responsabilidade social e buscar a eficiência econômica. A sustentabilidade não está necessariamente associada ao termo desenvolvimento, mas considera alternativas viáveis, ambientalmente corretas e socialmente justas para a construção da sociedade (Elkington, 1994; Pollesch e Dale, 2016).

Muitas vezes o termo sustentabilidade é confundido com a expressão desenvolvimento sustentável. No entanto, eles possuem significados distintos.

O Relatório Brundtland (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente das Nações Unidas) apresenta a seguinte definição para o desenvolvimento sustentável: “[...] o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações futuras [...] é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (WECD, 1987).

O termo sustentável limita as ações do desenvolvimento e estabelece um consenso entre desenvolvimento, produção e conservação do meio ambiente. Desta forma, o desenvolvimento sustentável tem como objetivo preservar o ecossistema, mas também atender às necessidades socioeconômicas das comunidades e manter o desenvolvimento econômico.

No entanto, apesar de ser amplamente difundido pela população, ainda não possui uma definição fixa, devido aos conceitos, diversidade e complexidade dos fatores envolvidos. Inicialmente esta noção estava ligada apenas a problemas ambientais, e atualmente tem abrangido os campos econômicos, sociais e políticos, estando em um processo constante de construção (Silva e Shimbo, 2001). Assim, o desenvolvimento sustentável visa conciliar o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e a divisão equilibrada de riquezas.

(15)

De forma resumida, a sustentabilidade é a meta e o desenvolvimento sustentável são as ações conjuntas para se atingir a meta.

O artigo 40.º da Agenda 21 recomenda que o desenvolvimento sustentável seja mensurado por indicadores baseados em informações fiáveis, fáceis de utilizar e atualizadas a fim de melhorar a tomada de decisões. Desde então, os países vêm adotando seus próprios conjuntos de indicadores nacionais de desenvolvimento sustentável em escala global, nacional e local (Liu et al, 2016)

Com o crescimento da população e incremento da pressão sobre os recursos e o ambiente há um esforço na busca por mecanismos apropriados para avaliar o progresso visando ao desenvolvimento sustentável. O desafio está em: como avaliar a sustentabilidade de sistemas híbridos socioeconômicos e ecológicos usando um método quantitativo que possa mensurar valores com diferentes unidades de medidas?

A tentativa para a quantificação desses valores é o desenvolvimento de indicadores capazes de destacar tais aspectos e que possam ser utilizados, principalmente, na política pública. (Liu et al, 2016)

Na literatura foram identificados os estudos de Pereira et al. (2012), Rodrigues-Filho et al. (2013), Pulselli et at. (2015), Bastianoni et al. (2016), desenvolvidos para análises da sustentabilidade de países utilizando combinações de indicadores ambientais, sociais e econômicos. Cabe salientar que esses estudos foram feitos para países e a determinação do grau de sustentabilidade no ano da avaliação não permite se fazer análises de tendências nem prescrições de planos de desenvolvimento.

No entanto, indicadores que visam à sustentabilidade são medidas que caracterizam as condições nas quais os usos dos recursos são mais sustentáveis e são frequentemente monitorados ao longo do tempo ou comparados com as práticas alternativas. Além disso, eles devem envolver medidas sociais, econômicas e ambientais, a fim de capturar os três principais aspectos da sustentabilidade (Pollesch e Dale, 2016).

A intenção deste trabalho foi desenvolver um indicador capaz de avaliar não somente o desenvolvimento sustentável atual de países, mas também subsidiar planos de governos, administração pública e empresas privadas, a longo prazo. Desta forma, a combinação de indicadores ambiental, social e econômico podem fornecer contribuições para o monitoramento de uma região, apresentando um panorama com

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as informações necessárias para o planejamento e formulação de políticas públicas que auxiliem nas tomadas de decisões com vista ao desenvolvimento dessa região.

Assim, surge o indicador de desenvolvimento econômico ambiental social (IDEAS), desenvolvido na tese. O indicador usa a metodologia da contabilidade ambiental em emergia, o Produto Interno Bruto (PIB) e a distribuição equitativa das riquezas por meio do indicador de PIB per capita e é coerente com os critérios para avaliar opções de desenvolvimento sustentável proposto por Daly (1992), que dispõe de escala sustentável das atividades humanas usando indicadores de progresso social, como o GINI e as emissões de CO2, a alocação eficiente dos recursos, incluindo os ecológicos assim como a escassez dos econômicos.

O estudo foi feito com os dados dos planos dos Ministérios do Governo Brasileiro de Minas e Energia, de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e projeções dos agronegócios, até o ano de 2022.

O Brasil acumulou, entre os anos de 1940 e 1970 do século passado, uma grande experiência em matéria de planejamento governamental. Neste período, os planejamentos governamentais eram estruturados em torno de grandes objetivos econômicos e, em alguns casos, formulados para atender necessidades de estabilização econômica ou de desenvolvimento regional (Almeida, 2004).

Os planos nacionais contêm projeções com a finalidade de nortear o futuro do desenvolvimento econômico, social e ambiental brasileiro, porém não com sustentabilidade. Isso porque não possuem ferramentas eficientes para avaliar a sustentabilidade das ações propostas a longo prazo.

Assim, foi desenvolvido o indicador de desempenho econômico ambiental social (IDEAS) a fim de responder a seguinte pergunta:

Os planos de desenvolvimento elaborados pelo governo brasileiro, se colocados em prática, levarão o país a ter melhor desempenho econômico, ambiental e social?

1.1 Objetivo Geral

Avaliar a tendência do desempenho econômico, ambiental e social do Brasil, com base em dados dos planos de desenvolvimento elaborados pelo governo, de 2012 até 2022, com o uso do indicador IDEAS.

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1.2 Objetivos Específicos

1) Avaliar o desempenho ambiental, econômico e político do Brasil no período de 1979 até 2011, para estabelecer a linha base do estudo.

2) Comparar o indicador IDEAS entre o Brasil e suas unidades federativas e, no contexto externo, com os países pertencentes ao BRICS e com os países da América do Sul.

3) Avaliar o Indicador IDEAS desde 1979 até 2022, utilizando os dados das projeções dos planos elaborados pelo governo brasileiro.

1.3 Estrutura Geral do Trabalho

Este trabalho se apresenta em seis capítulos. No capítulo 1, tem-se a contextualização do problema a ser abordado e a estrutura geral do trabalho. No capítulo 2, faz-se uma revisão bibliográfica sobre os indicadores para se avaliarem o desenvolvimento sustentável e os métodos para a avaliação da sustentabilidade de regiões relacionadas com a contabilidade ambiental em emergia.

O capítulo 3 descreve os materiais e métodos utilizados, as etapas para o desenvolvimento e a condução da pesquisa, desde a coleta de dados até as análises e apresentação dos resultados.

No capítulo 4, apresentam-se os resultados e discussão.

O capítulo 5 traz as conclusões parciais e, no capítulo 6, a proposta para trabalhos futuros.

(18)

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Modelos para Avaliar a Sustentabilidade de Regiões

Vários modelos, utilizando indicadores, para avaliar a melhoria da sustentabilidade foram propostos em âmbito regional (Graymore, Sipe e Rickson 2008; Pulselli et al. 2008; van Zeijl-Rozema e Martens, 2010; Shaker 2015), nacional (Pereira e Ortega 2010, Giannetti et al. 2013) e global (Pulselli et al. 2014). Entretanto, os autores argumentam que os modelos de indicadores desenvolvidos para avaliar a sustentabilidade não permitem incluir informações específicas regionais. Além disso, não fornecem informações abrangentes sobre a sustentabilidade geral do sistema (Zeijl-Rozema e Pim Martens, 2010). Os modelos de indicadores a serem utilizados para avaliar o desenvolvimento sustentável devem fornecer subsídios para o monitoramento do desenvolvimento de uma região nas dimensões: econômica, social e ambiental. Eles devem apresentar um panorama abrangente de informações necessárias ao conhecimento da realidade da região para que se possa fazer o planejamento e formulação de políticas públicas.

Segundo Shaker (2015), na literatura da sustentabilidade sobre como medir o desenvolvimento, surgiram duas abordagens principais: uso de único indicador ou uso de múltiplos indicadores. Algumas análises sugerem que a inconsistência na avaliação do desenvolvimento sustentável poderia ser resolvida por meio da aplicação de várias medidas (Mayer, 2008). Outros autores sugerem um consenso holístico, encontrado por meio do uso de muitas métricas diferentes simultaneamente (Shaker e Zubalsky, 2015). Contudo, estudos têm defendido que o estabelecimento ou seleção de um único indicador-chave seria melhor para medir o progresso do desenvolvimento em direção à sustentabilidade (por exemplo, Moffatt, 2008). Keiner (2006) apud Shaker (2015) ressalta, ainda, que não existem métodos combinados para avaliar o desenvolvimento nem para alcançar a sustentabilidade em escalas espaciais de planejamento. Assim, os formuladores de políticas têm incentivado os pesquisadores a criar métodos inovadores que integrem várias técnicas para o novo planejamento do desenvolvimento sustentável (Grosskuth, 2007).

Smetana et al. (2016) afirmam que existem três grupos de estudos para a avaliação da sustentabilidade e que eles são aplicáveis para medir o uso de recursos em escala regional. O primeiro grupo inclui uma abordagem multicritério, baseada na avaliação quantitativa. Esta abordagem requer cálculos separados de múltiplos

(19)

indicadores e a combinação de resultados adicionais. O segundo grupo está relacionado com a análise de tabela input-output (IO), conhecida como método de identificação de elos para economias nacionais e globais. Esta aplicação na economia regional permite realizar uma análise econômica detalhada de regiões. Já o terceiro grupo, o de métodos para avaliar a sustentabilidade, é baseado no conceito de ciclo de vida e são aplicados na avaliação de bens para os níveis nacional e global.

Discussões vêm sendo feitas a respeito de qual e ou quais indicadores seriam mais apropriados para serem usados na avaliação do desenvolvimento sustentável de um país. Os indicadores de sustentabilidade são reconhecidos como um instrumento útil que auxilia na comunicação pública e na criação e acompanhamento de políticas de sustentabilidade. No entanto, o verdadeiro desafio não é identificar indicadores, mas sim procurar a forma ideal de combiná-los para que possam fornecer uma imagem do desenvolvimento sustentável regional (Grosskurth e Rotmans, 2005; Wiek e Binder, 2005).

A integração de sistemas naturais, sociais e econômicos, adotando visões de curto e longo prazo, pode ajudar a estabelecer quais ações devem ou não ser tomadas, na tentativa de se alcançar um desenvolvimento sustentável.

2.2 Avaliação da Sustentabilidade de Países

O crescimento econômico tem sido observado em todas as escalas. O desenvolvimento de um país pode ser considerado por meio do seu crescimento econômico, pelo bem-estar, pela preservação do meio ambiente e pela qualidade de vida da população (Oliveira, 2002).

Devido ao entendimento de que desenvolvimento significa crescimento econômico, os tomadores de decisões consideram o desempenho econômico como o fator de maior interesse, porém uma avaliação completa da sustentabilidade não pode ignorar o uso de recursos naturais e os aspectos sociais da população.

A fim de promover o desenvolvimento de um país, satisfazendo as necessidades de interesses da geração presente, sem, contudo, comprometer o futuro, e não somente promover o desenvolvimento econômico, surgiu a ideia de desenvolvimento sustentável (WCED, 1987).

O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido na década de oitenta e disseminado a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

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Desenvolvimento, Rio-92. O desenvolvimento sustentável requer mudanças de comportamento na forma como os seres humanos se relacionam com o meio ambiente, assim como no modo de implantar ações políticas, sociais e econômicas.

O desenvolvimento econômico sustentável de um país e de suas regiões requer a compreensão da interação entre o sistema social, econômico e ambiental, sendo essencial levar em consideração estes três aspectos da sustentabilidade.

Ao se fazer uma análise do desempenho global de um sistema, é fundamental que todos os fluxos de energia e material, a taxa de uso de recursos renováveis e não renováveis e o bem-estar social sejam contabilizados, e não somente os parâmetros econômicos sejam considerados (Pereira, 2012).

Na última década, duas ferramentas científicas têm sido amplamente utilizadas no mundo para medir o impacto humano sobre a natureza. Uma delas é a pegada ecológica; a outra, a contabilidade ambiental em emergia.

A pegada ecologia criada por Wackernagel e Rees (1996) mede o impacto do homem sobre a Terra e a pressão exercida sobre o ambiente, permitindo se calcular a área produtiva necessária para sustentar o nosso estilo de vida. Representa a quantidade de hectares necessários para sustentar a vida de cada pessoa no mundo, isto é, quantos hectares uma pessoa necessita para produzir o que ela consome por ano. No cálculo da pegada ecológica, Wackernagel e Rees (1996) consideraram que os sistemas produtivos usam as melhores práticas, não incorporaram todos os itens de consumo, os dados relativos à geração de resíduos e poluição, e os impactos provocados às funções ecológicas. Estas limitações apontadas pelos autores levam a supor que a pegada calculada para cada país é maior do que a apresentada.

A contabilidade ambiental em emergia, proposta por Odum (1988,1996), permite a comparação direta dos fluxos biofísicos em unidades comuns, isto é, fluxo de emergia, por meio de uma série de indicadores. Este método avalia o desempenho de um sistema em termos de eficiência e a intensidade no uso de recursos da natureza e insumos do sistema econômico, do ponto de vista objetivo da termodinâmica.

Alguns autores, como Zhao et al. (2005) e Pereira e Ortega (2010), desenvolveram trabalhos combinando pegada ecológica com emergia.

Zhao et al. (2005) propuseram um novo método de cálculo para pegada ecológica, baseado na contabilidade ambiental em emergia. Segundo os autores, esta nova abordagem tem como principal objetivo transformar a demanda humana de recursos naturais e a oferta da natureza em conceitos mais compreensíveis e

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quantificáveis. Para a aplicação do método, a província de Gansu, na China ocidental, foi escolhida para o estudo de caso, onde o novo cálculo foi comparado com o cálculo original da pegada ecológica. Porém, neste caso, o uso de ambos os métodos revelou o mesmo resultado: a província de Gansu tem um déficit ecológico.

Pereira e Ortega (2012) utilizaram a combinação desses métodos para avaliar um estudo de caso, com o objetivo de discutir alguns pontos fracos encontrados na pegada ecológica e na contabilidade em emergia, e usar os aspectos positivos e possíveis para a melhoria de ambos os métodos. Os resultados deste estudo mostraram que, para o ano de 2004, a biocapacidade do Brasil foi de 62,2 gha pessoa -1 e uma pegada de 41,9 gha pessoa-1. Os aspectos positivos encontrados na abordagem foram (i) sua facilidade de aplicação em escalas global e nacional; (ii) o indicador de consumo (Pegada ecológica) contabiliza a energia direta e indireta usada para gerar produtos e serviços; (iii) uma nova categoria chamada "áreas não ocupadas por seres humanos" foi incluída no cálculo da biocapacidade. Ela é composta por mar aberto, desertos e terras congeladas (áreas excluídas do método da Pegada convencional). Segundo Zhao et al. (2005), mesmo áreas em ambientes extremos podem ser úteis, direta ou indiretamente, para fins humanos. Muitos benefícios humanos indiretos da biodiversidade ou outros atributos do ecossistema presentes nesses ambientes não são conhecidos. Assim, ao se calcular a biocapacidade, essas áreas não devem ser desconsideradas. Pereira e Ortega (2012) reforçam que a inclusão dessa categoria pode ser um passo válido para a análise e avaliação dos serviços prestados pela natureza. Contudo, a abordagem tem como principais limitações (i) não é possível fazer comparações entre a biocapacidade e a pegada ecológica para cada categoria; (ii) existe a necessidade de um manual com explicação detalhada dos cálculos de fatores de intensidade de emergia.

Rodrigues-Filho et al. (2013) utilizaram uma nova abordagem, o CompasSus (Figura 1), que foi aplicada a fim de se avaliar do desempenho da sustentabilidade para todos os vinte e seis estados brasileiros e o distrito federal.

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Figura 1. CompasSus e suas combinações de avaliação da sustentabilidade. (Traduzido de Rodrigues-filho et al. 2013)

O CompasSus considera, em sua estrutura, os indicadores ambientais, sociais e econômicos, e representa perspectivas complementares de sustentabilidade forte e fraca, que se integram em vez de serem concorrentes. O objetivo é explorar os pontos fortes de ambos os tipos de modelos de avaliação, a Pegada Ecológica (Wackernagel e Rees, 1996) e o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (PNUD, 2009). Argumenta-se que ambos os tipos de modelo têm suas próprias limitações, enquanto uma combinação de ambas as perspectivas de sustentabilidade fornece uma avaliação mais abrangente e justa.

O hemisfério esquerdo do CampasSus mede as condições socioeconômicas e os impactos ambientais locais. As condições socioeconômicas são representadas pelo indicador IDH, no qual estão compreendidas renda, saúde e educação. Quanto aos impactos ambientais, incluem-se o uso de agrotóxicos e o descarte inadequado de resíduos (esgoto e lixo).

O hemisfério direito representa a sustentabilidade forte e considera os impactos globais da dinâmica econômica, refletida pelo consumo de energia e emissão de gases de efeito estufa.

Os dados para o cálculo dos indicadores foram obtidos em base de dados nacionais brasileiras e em relatórios de órgãos governamentais (detalhes podem

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serem encontrados na seção de metodologia do artigo). Os indicadores foram normalizados de forma a terem seus valores variando de 0 a 1 para cada hemisfério do CompasSus, de acordo com seus valores mínimos e máximos encontrados em todos os estados brasileiros. Assim, o índice de sustentabilidade final é obtido pela soma da sustentabilidade fraca com a forte em ambos os hemisférios, variando de 0 a 2. Quanto mais próximo de dois for o índice, maior é a sustentabilidade de um estado em relação aos demais.

Estudos para nações, regiões e cidades foram realizados (Odum, 1983, 1994; Odum et al., 1986; Huang, 1998; Rydberg et al., 2006; Lomas et al., 2008; Pulselli et al., 2008, Pulselli et al., 2015, Bastianoni et al., 2016) a fim de se avaliar a sustentabilidade com base na contabilidade ambiental em emergia.

Sweeney et al. (2007) desenvolveram uma base de dados global, denominada Nation Environmental Accouting Database (NEAD) que contém dados primários, fluxos de energia e valores em emergia necessários para o cálculo dos fluxos do sistema nacional, do ano 2000, para 134 nações. Em 2012, com o apoio da International Society for the Advancement of Emergy Research (ISAER), foi desenvolvida uma segunda versão do NEAD para os anos 2004 e 2008. A nova versão do NEAD compila informações detalhadas de mais de 150 países sobre os recursos subjacentes às economias, incluindo os fluxos ambientais (luz solar, precipitação pluviométrica), estoques de capital natural (solo, água, florestas, peixes), minerais (metais, combustíveis), bens e serviços (produtos agrícolas, bens manufaturados, serviços). Os dados referentes a commodities e fluxos comerciais são para os anos 2000, 2004 e 2008.

Avaliações ambientais utilizando a metodologia da contabilidade ambiental em emergia também foram realizadas para o Brasil (Comar, 1998; Coelho, Comar e Ortega, 2003; Sweeney et., 2007; Pereira e Ortega, 2012, Giannetti et al., 2010, 2013).

Reflexões sobre o desenvolvimento sustentável brasileiro (Giannetti et al., 2013) foram apresentadas e discutidas com base nas avaliações realizadas desde 1979, indicando que o crescimento do país está ligado à exploração dos recursos naturais não renováveis. Nesta avaliação, foi utilizado o diagrama ternário em emergia (ferramenta gráfica proposta por Giannnetti et al. 2006), que considera os recursos renováveis (R), não renováveis (N) e econômicos (F), para analisar a trajetória da economia brasileira durante o período de 1979 a 2007. A Figura 2 mostra a trajetória da economia do Brasil representada pela linha contínua, e as perspectivas futuras são

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representadas por linhas tracejadas.

Figura 2. Diagrama ternário em emergia do Brasil entre 1979 a 2007. Possíveis caminhos para o desenvolvimento futuro. (Giannetti et al. 2013)

A linha 2 apresenta o risco de esgotar todos os recursos naturais do país e a linha 3 a estagnação econômica. As linhas 3 e 4, na prática não são realistas, pois o percentual do uso total de recursos que é derivado de fontes renováveis é calculado com base na entrada renovável total do território do país. Ele não pode ser aumentado, uma vez que representa o total de entrada. Assim, para aumentar a porcentagem de R e a sustentabilidade de uma economia, teria que confiscar terras em outro país ou reduzir o uso de emergia não renovável. Ao mesmo tempo, o aumento da utilização de fontes de energia renováveis no território não é uma tarefa fácil, especialmente quando o país está tentando competir com economias baseadas no modelo praticado pelos países desenvolvidos (Giannetti et al, 2013).

Outras combinações de indicadores para análise de desempenho de nações têm sido aplicadas por outros pesquisadores. O Modelo de Entrada, Estado e Saída (MEES) que utiliza indicadores multidimensionais para verificar a sustentabilidade, tem sido aplicado para investigar sistemas abertos como: países, estados, cidades, sistemas sociais e economias (Pulselli et at, 2015; Bastianoni et al., 2016).

Bastianoni et al. (2016) aplicaram o Modelo de Entrada, Estado e Saída para sistemas econômicos, relacionados aos países: Austrália, Brasil, China Itália e Estados Unidos (EUA) para os anos de 2002, 2004 e 2008. O indicador, fluxo de emergia per capita, foi utilizado como entrada, o Índice de GINI como estado e PIB per capita como saída. Resultados deste estudo mostraram quanto de energia e de matéria são necessárias para manter a economia nacional num determinado período. Isto justifica o aumento do fluxo de emergia per capita para todos os casos analisados.

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O uso de recursos está associado a uma distribuição mais equitativa da renda no Brasil, EUA e Itália, e ao aumento da desigualdade na China e na Austrália. O PIB per capita aumentou na Austrália, Brasil, EUA, Itália e principamente na China.

A partir desses resultados, os autores encontraram a existência de uma correlação entre o uso de recursos (entrada) e o desempenho econômico (saída), enquanto que o nível de desigualdade não parece influenciar tanto o consumo de recursos nem a obtenção de maior PIB. Neste estudo, os autores também analisaram a dinâmica do modelo de entrada, estado e saída para a Itália no peródo de 1992 a 2009. A análise da série temporal indica que a economia italiana cresceu nos períodos de 1992 a 2001, e de 2005 a 2007, ficando estagnada entre 2001 a 2005, e houve declínio nos anos de 2008 e 2009. Contudo, o uso de recursos não renováveis cresceu durante todo o período, contribuindo para a aumento da emergia total.

Os períodos de 1992 a 1996 e de 2007 a 2009 foram identificados como ineficientes no uso de recursos não renováveis para a produção econômica. A desigualdade permaneceu praticamente constante durante todo o período, mostrando melhoria entre 1997 e 2002.

Pulselli et al. (2015) investigaram sistemas nacionais em um diagrama de três eixos, representado por um cubo. Cada eixo apresenta um indicador. Um deles é usado para contabilizar o uso de recursos (emergia per capita); o outro, a organização social (GINI); e o terceiro, os bens e serviços produzidos (PIB per capita). A abordagem utilizada destaca as relações entre entrada-estado-saída (ambiente-sociedade-economia). A representação permitiu classificar e agrupar as economias de 99 países, inclusive o Brasil, em 8 categorias. Os autores mostraram as principais características de cada economia, de acordo com os parâmetros ambientais, sociais e econômicos, assim como quais relações são menos comuns no comportamento destes sistemas.

Os vários trabalhos mostram métodos para avaliar e analisar o desenvolvimento sustentável de várias regiões. Porém, nesta tese, para avaliar o desempenho ambiental, econômico e social do Brasil, no contexto interno e externo, foi escolhida a contabilidade ambiental em emergia, o modelo de desempenho econômico-ambiental-social que utiliza indicadores econômico e o diagrama ternário em emergia.

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2.3 Contabilidade Ambiental em Emergia

A contabilidade ambiental em emergia é um método proposto por Odum na década de 80, capaz de avaliar o uso de recursos utilizados em qualquer sistema. Esse método tem por base a contabilidade da energia solar necessária, de forma direta ou indireta, para se obter um produto e/ou serviço em determinado processo. É um método que possibilita a avaliação ambiental e econômica de sistemas.

Por meio desse método, é possível classificar os recursos renováveis (R), não renováveis (N) e os da economia (F) que são introduzidos no sistema, para se produzir um produto e/ou serviço.

Segundo Odum (1998), emergia é toda energia necessária para um ecossistema produzir um recurso (energia, material, serviço da natureza, serviço humano). Brown (1998) define que emergia é a energia que a biosfera investe para produzir seus bens e serviços (incluindo os bens e serviços da sociedade), sendo sua unidade expressa em sej (joule de energia solar). Sob a perspectiva de grande escala, essa metodologia possibilita medir a qualidade da energia, em uma cadeia hierárquica de energia no espaço e tempo.

A contabilidade ambiental em emergia utiliza-se de diferentes métricas na avaliação de sistemas, por considerar tanto os recursos naturais como os econômicos. Para facilitar o cálculo da relação entre energia dispendida pela natureza e emergia contida no produto, Odum (1996) criou o conceito de transformidade.

Transformidade é usada por Odum (1996) para avaliar diferentes sistemas com uma única medida, isto é, a quantidade de emergia solar ou unit emergy value (UEV) utilizada direta e/ou indiretamente, na obtenção de um joule de um determinado produto ou serviço.

A contabilidade ambiental em emergia pode ser aplicada a uma região/país para estudar as relações entre os seres humanos e o meio ambiente, por meio de fluxos de energia e matéria, desde que as atividades humanas sejam moldadas não apenas por regras econômicas, mas também por restrições de ecossistema (Puselli et al., 2007).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo apresenta: a definição do objeto de estudo, a fronteira do sistema, o método utilizado, seus indicadores e as ferramentas aplicadas.

3.1 Definição do objeto de estudo e as delimitações

O processo de definição do objeto de estudo é essencial para esclarecer o que será abordado, quais são as suas fronteiras e a escala de tempo a ser considerada. O objeto de estudo é o Brasil contextualizado na sua totalidade e subdividido em suas unidades federativas, também o grupo dos países que compõe o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a América do Sul. A Tabela 1 apresenta as fronteiras do sistema, a escala de tempo e o tipo de estudo realizado.

Tabela 1 – Objeto de estudo e fronteira do sistema Fronteira

Escala de tempo

Tipo de estudo

Brasil com suas unidades federativas 2007 Comparativo

Brasil com BRICS 2008 Comparativo

Brasil com América do Sul 2008 Comparativo

Brasil de 1979 a 2011 Tendência

Brasil de 2012 a 2022 Tendência

Brasil de 1979 a 2022 Comparativo

A Tabela 1 mostra estudo comparativo entre o Brasil e suas unidades federativas e estudo comparativo com regiões externas ao Brasil: (a) BRICS; (b) países da América do Sul. A tendência do desempenho ambiental e econômico-ambiental de 1979 a 2011 e de 2012 a 2022, bem como a análise comparativa do desempenho ambiental, social e econômico numa série temporal foram realizadas. Estudos de tendência do desempenho ambiental e do desempenho econômico-ambiental foram realizados de 1979 a 2011. A tendência do Brasil de 2012 a 2022 foi realizada a partir de projeções já elaboradas nos planos governamentais brasileiros. Neste estudo, obtiveram-se informações que possibilitaram a análise comparativa do desempenho ambiental, social e econômico do Brasil de 1979 a 2022.

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3.2 Coleta de Dados

a) Brasil com as suas unidades federativas, com os países que compõem o BRICS e com os países da América do Sul.

Para realizar a análise comparativa do desempenho econômico-ambiental-social do Brasil com suas unidades federativas, do Brasil com os países do BRICS e do Brasil com os países da América do Sul, utilizaram-se dados referentes à emergia total (U), ao Produto Interno Bruto (PIB) e à população, obtidos no trabalho de Demétrio (2011) e no NEAD.

Os índices GINI, referentes às unidades federativas brasileiras, foram coletados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o BRICS e a América do Sul, usaram-se os GINI do Banco Mundial. Os dados referentes ao CO2eq para as unidades federativas brasileiras foram coletados do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) e, para o BRICS e a América do Sul, usaram-se os dados do Banco Mundial. Todos os dados coletados são referentes ao ano de 2007, para as unidades federativas brasileiras, e 2008, para os países pertencentes ao BRICS e à América do Sul.

b) Brasil no período de1979 a 2011

Os dados foram obtidos do trabalho de Giannetti et al. (2013), da contabilidade ambiental em emergia, referente aos anos de 2002 a 2011, realizada neste trabalho, e do National Environmental Accounting Database (NEAD).

Os fluxos dos recursos renováveis (R) e não renováveis (N) referentes aos anos de 1979 a 2000 e 2007 foram calculados (Apêndice F), a partir dos indicadores emergia total (U), emergia importada (F) e (R/população), encontrados no trabalho de Giannetti et al. (2013). O GINI foi coletado no IBGE e o Co2eq, no Banco Mundial.

c) Brasil de 2012 a 2022

Os dados utilizados para a avaliação do desempenho ambiental, social e econômico para o Brasil de 2012 a 2022 foram coletados nos planos e documentos de projeções de diversas instituições governamentais (Tabela 2).

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Tabela 2 – Planos e documentos de projeções das diversas instituições

Descrição dos documentos Referência

1 Plano Nacional de Mineração 2030 (MME/SGM)) [a]

2 Nota Técnica DEA 22/12- Projeção da demanda de energia elétrica para os próximos 10 anos (EPE/MME)

[b]

3 Plano Decenal de expansão de energia 2021(MME/SPDE) [c]

4 Plano Decenal de expansão de energia 2022 (MME/SPDE) [d]

5 Cartilha do Balanço 2013 – Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA); [e]

6 Projeções do Agronegócio - Brasil 2011/12 a 2021/2022 Projeções de Longo Prazo (SGE-MAPA/EMBRAPA)

[f]

7 Estimativa de emissões de gases efeito estufa no Brasil [g]

[a] MME(2010) [b] EPE/MME (2012); [c] EPE(2012); [d] EPE(2013); [e] MPA(2013); [f] MAPA(2012); e [g] MCTI (2013).

Os dados ambientais, sociais e econômicos foram separados, classificados em recursos renováveis (R), não renováveis (N) e recursos da economia (F), tabulados em planilhas (Apêndice G), em seguida, utilizados para o cálculo dos fluxos e índices em emergia. Para os dados referentes aos recursos renováveis (R), foram considerados os mesmos valores calculado por Demétrio (2011).

Por não encontrar dados de projeções referentes à importação e exportação de plástico, borracha, produtos químicos, máquinas e equipamentos e serviços para o período de 2012 a 2022, utilizou-se o método suavização exponencial para projetar os valores.

3.3 Método Suavização Exponencial

O Método suavização exponencial é muito aplicado para previsões de curto prazo. É um método simples, que requer uma quantidade mínima de dados para ser implementado. Além disso, segundo Companys Pascual (1990), é mais preciso que outras ferramentas: média aritmética e média móvel e pondera de sua classe.

Schroeder (1992) considera que suavização exponencial baseia-se na ideia de que é possível calcular a previsão com base numa média anterior e o último valor observado. Desse modo, a informação mais recente tem mais peso, em média, do que as anteriores.

Essa abordagem pode ser reduzida a uma expressão simples, contendo apenas a previsão do período mais recente e o valor real para o período atual. Assim, a previsão do valor procurado pode ser obtida pela equação (1).

Nova previsão = k (valor atual) + (1-k)( previsão anterior) (1) Onde k é um fator de peso, cujo valor está entre 0 e 1.

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Para se aplicar esse método, utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 22), software empregado em análises estatísticas de pesquisas cientificas. Os dados utilizados no software SPSS para as novas previsões foram coletados de relatórios da Balança Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, referentes aos anos de 2009 a 2015, e organizados na seguinte estrutura de dados (Tabela 3).

Tabela 3– Valores de produtos importados e exportados utilizados para estimativa de novos valores

Produtos Importados Unidade 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Item ... ... ... ... ... ... ... ...

Produtos Exportados Unidade 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Item ... ... ... ... ... ... ... ...

Utilizando o alisamento exponencial como ferramenta de prognóstico, obtiveram-se os dados correspondentes aos anos de 2016 a 2022, os quais se valeram da mesma estrutura de dados anterior.

No Apêndice H, encontram-se a tabela de dados utilizada no software SPSS e tabela de dados referente o prognóstico.

3.4 A avaliação da contabilidade ambiental em emergia do Brasil

Para a contabilidade ambiental em emergia, foi utilizado o método desenvolvido por Odum (1996). Esse método considera as fontes de energias externas (renováveis e não renováveis) ao sistema analisado, que interagem dentro do sistema em seus processos internos. Ao mesmo tempo, são incorporadas grandezas do sistema econômico, como a emergia dos materiais e serviços, resultando na emergia total do sistema.

Na primeira etapa desse método, elabora-se um diagrama de energia do sistema que está sendo avaliado, conforme a Figura 3, utilizando a descrição dos fluxos de energia que compõem o sistema apresentado na Tabela 4. Para construção do diagrama, que apresenta as interações do processo e suas saídas, usa-se a simbologia de Odum (1996) para representar os componentes do sistema em estudo. Os símbolos utilizados para a construção do diagrama e seus significados estão ilustrados no Anexo I.

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Figura 3 – Representação dos fluxos dos recursos básicos do Brasil. Os fluxos estão detalhados na Tabela 7 e os símbolos, no Anexo I.

As linhas tracejadas representam o dinheiro que circula no sistema e as linhas continuas os fluxos de energia.

Tabela 4 – Fluxos de energia representados na Figura 3

Fluxo Recursos Métodos de cálculos

R Renováveis

R1- Energia do sol

R2- Energia química da Chuva R3- Energia potencial da chuva R4- Energia do Vento

R5- Ondas R6- Marés R7- Calor da terra

R é o maior fluxo entre R1, (R2+R3), R4 e (R5+R6) e R7.

N Não renováveis N é a soma dos fluxos N0 e N1

N0

N01- Pesca

N02- Produção de Lenha N03- Extração Florestal N04- Perda do Solo

N0 é a soma dos fluxos N01 até N04.

N1 N11- Gás Natural N12- Petróleo N13- Carvão N14- Minerais N15- Metais

N1 é a soma dos fluxos N11até N15.

N2 – Exportado sem uso

N21- Combustível N22- Minerais N23- Metais

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A partir da construção do diagrama, é elaborada uma tabela de cálculo dos fluxos de emergia, contabilizando os dados de fluxos de materiais, trabalho e energia. As informações primárias de fluxos e reservas de estoques são convertidas em unidades de emergia e, posteriormente, somadas, para se obter a emergia total do sistema (U= R+N+F).

Para a organização dos dados que foram dispostos na planilha de cálculo, utilizou-se a proposta de Sweeney et al. (2007). Essa planilha padroniza a avaliação da contabilidade em emergia dos países, chamado NEAD (National Environmental Accounting Database), que permite identificar os fluxos de recursos e calcular os diferentes indicadores ambientais. Os indicadores em emergia possibilitam avaliar a situação econômica e ambiental do sistema.

Fluxo Recursos Métodos de cálculos

F Importados F é a soma dos fluxos Fi, Gi e 2PI.

Fi

Fi1- Combustíveis Fi2- Minerais Fi3- Metais

Fi é a soma dos fluxos Fi1, Fi2 e Fi3

Gi

Gi1-Produtos Agrícolas Gi2-Produtos Pecuários Gi3-Plástico e Borracha Gi4- Químicos

Gi5- Materiais Finalizados Gi6- Máquinas e Equipamentos

Gi é a soma dos fluxos Gi1 até Gi6.

P2I – Serviços Importados Fluxos P2I

P1E Exportados

P1E1- Combustível P1E2- Minerais P1E3- Metais

P1E4- Produtos Agrícolas P1E5- Produtos Pecuários P1E6- Plástico e Borracha P1E7- Químicos

P1E8- Materiais Finalizados P1E9- Máquinas e Equipamentos P1E10- Serviços Exportados

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A Tabela 5 apresenta os indicadores em emergia considerados neste trabalho.

Tabela 5 – Indicadores em emergia

Indicador Descrição do indicador Equação

U Emergia Total Usada é obtida pelo resultado da soma dos recursos R, N e F R+N+F EIR O indicador de investimento dado pela razão entre a emergia do fluxo F e os

fluxos de emergia provenientes do meio ambiente, N e R.

F R+N EYR O rendimento em emergia é a razão entre a emergia do fluxo de saída U

(produto, processo, sistema ou serviço) pela soma das emergias do fluxo de emergia proveniente da economia (F).

U F

ELR Indicador de carga ambiental é a razão entre a soma dos fluxos de recursos não renováveis (N) e de investimento econômico (F) pela emergia associada ao fluxo de recursos renováveis (R).

N+F R

ESI O índice de sustentabilidade em emergia (emergy sustainability index) é obtido pela relação entre o rendimento em emergia (EYR) e o índice de carga ambiental (ELR). O conceito de sustentabilidade está vinculado à maximização do rendimento em emergia e à minimização da carga ambiental, isto é, há um rendimento máximo em emergia e um mínimo de estresse dos recursos ambientais locais.

EYR ELR

EMR A razão da emergia pelo dinheiro (emergy money ratio) é obtida pela divisão da emergia total do sistema (U) pelo PIB. O EMR calculado para a economia nacional pode determinar o poder de compra de sua moeda. Assim, se mais dinheiro circula para um dado fluxo de emergia ou se o fluxo de emergia diminui para um dado fluxo de dinheiro, o poder de compra diminui. O poder de compra aumenta quando o fluxo de emergia aumenta em relação ao fluxo de dinheiro.

U PIB

Os cálculos referentes às contabilidades ambientais em emergia, realizados neste trabalho, estão nos Apêndices (I a X).

3.5 Diagrama Ternário em Emergia

A Figura 4 representa o diagrama ternário em emergia proposto por Giannetti et al. (2006). Consiste em triângulo equilátero com as três variáveis R, N e F situadas em cada vértice, cuja soma será sempre 100%. Os lados do triângulo representam combinações binárias dos três fluxos representados por pontos no interior do triângulo (Figura 4a).

O diagrama ternário em emergia possui quatro propriedades: linha de recursos; linha de sensibilidade; ponto de simergia; e linha de sustentabilidade. Neste trabalho, utiliza-se o diagrama com as linhas de sustentabilidade. Essas linhas se originam-se no vértice N e determinam as “áreas de sustentabilidade” (Figura 4b). As comparações

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entre a sustentabilidade de produtos e processos ocorrem conforme o posicionamento do resultado das combinações dos fluxos dentro dessas áreas.

Figura 4 – Diagrama ternário em emergia.

Os valores que se encontram na região para ESI>5 indicam sistemas com sustentabilidade em longo prazo; aqueles na região 1<ESI<5 caracterizam a sustentabilidade em médio prazo, enquanto os delimitados na região ESI <1 indicam sistemas que podem ser produtos ou processos que não são sustentáveis em longo prazo.

Essa ferramenta permite comparar sistemas regionais, empresas, produtos, processos e serviços, avaliar melhorias e acompanhar o desempenho do sistema ao longo do tempo.

3.6 Análise do Desempenho Econômico-ambiental ao longo do tempo

Na teoria de Odum (1996), a verdadeira riqueza (valor) não está no dinheiro. Este é apenas uma medida de quanto as pessoas estão dispostas a pagar por um produto ou serviço, mas não medem realmente o seu valor. Apesar de sua utilidade na escala de espaço e tempo das sociedades humanas, o dinheiro não consegue representar as quantidades de trabalho em escala (ambiental e geológica).

Dessa forma, Odum (1996) propõe que o verdadeiro valor de um produto ou serviço seja medido pela emergia, pois ela quantifica a energia que o universo (e, eventualmente, a sociedade) investiu em sua formação.

A emergia e o dinheiro podem ser relacionados. A relação dos indicadores U/PIB, denominada Razão Emergia por Dinheiro (sigla em inglês EMR), relaciona as atividades econômicas da sociedade em um determinado ano. Tal relação é medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) de uma região para os fluxos da riqueza real (emergia) que suporta as atividades econômicas naquela região (Odum , 1996).

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O indicador EMR pode ser interpretado de duas maneiras: (a) quando lido do numerador para o denominador, é a quantidade de trabalho humano e da natureza necessário para que um dólar circule na economia; (b) quando lido do denominador para o numerador, indica quanto um dólar pode comprar de recursos do homem e da natureza.

A variação de EMR pode ser utilizada para analisar o desempenho econômico-ambiental de sistemas regionais ao longo do tempo. Vale ressaltar que a análise do desempenho econômico-ambiental de que estamos falando é em relação ao uso de recursos empregados na produção de bens e serviços.

Quando o valor de EMR decresce com o tempo, há maior desempenho econômico-ambiental e menor é o uso de recursos humanos e da natureza para que ocorra a circulação de dinheiro na economia. Quando o valor do EMR aumenta com o tempo, o efeito é o oposto, caracterizando a redução do desempenho econômico-ambiental. Em uma economia, podem ocorrer períodos em que o desempenho econômico-ambiental é maior ou menor. Estimou-se o EMR para o Brasil, no período de 1979 a 2011, e, a partir das variações de suas curvas (inclinação e declínio), foi possível verificar o desempenho econômico-ambiental do país nesse período em relação ao uso de recursos.

3.7 Modelo de Desempenho Econômico-Ambiental-Social

A atividade econômica e a qualidade de vida da sociedade humana são dependentes de bens e serviços que o meio ambiente provê. É fundamental entender a dinâmica entre o meio ambiente, a economia e a sociedade. A Figura 5mostra que o meio ambiente interage com a economia, sendo fornecedor de insumos e receptor de dejetos/resíduos resultantes dos processos de produção. Por sua vez, o sistema econômico disponibiliza os recursos econômicos para a sociedade.

(36)

Figura 5 – As relações entre o sistema ambiental, econômico e social

A partir dessa abordagem, o indicador de desempenho econômico-ambiental-social (IDEAS) foi desenvolvido. O uso combinado dos indicadores PIB/U e PIB/CO2 avalia o desempenho econômico-ambiental. Os indicadores GINI e PIB per capita avaliam o desempenho socioeconômico. O IDEAS permite avaliar sistemas nos aspectos econômico, ambiental e social. Detalhes sobre os indicadores encontram-se na Tabela 9.

Tabela 9 – Indicadores econômicos, sociais e ambientais.

Indicador Descrição dos indicadores Símbolos

Renda per capita A renda per capita é determinada pela relação entre a riqueza, que é a soma de bens e serviços finais produzidos (em unidades monetárias, em um determinado período), e o número de habitantes de uma região.

PIB per capita

Distribuição de renda O indicador GINI avalia a desigualdade da distribuição de renda de uma região. Apresenta valores entre 0 e 1, onde zero corresponde a

uma completa igualdade na renda e

1 corresponde a uma completa desigualdade na renda.

GINI

Desempenho econômico ambiental como

fornecedor

Indicador que estima qual é a quantidade de dinheiro produzido para cada unidade de emergia. Esse indicador é obtido a partir da produção da riqueza de uma região, nesse caso, pelo Produto Interno Bruto (PIB) e pela emergia total (U) empregada.

PIB/U

Desempenho econômico ambiental como receptor

Indicador que estima qual é a quantidade de dinheiro produzido para cada CO2eq emitido. O

indicador é obtido a partir da produção da riqueza

(37)

de uma região, nesse caso, pelo Produto Interno Bruto (PIB) e pela a emissão de CO2eq.

Desempenho econômico, ambiental e social

Indicador que mede o desempenho econômico, ambiental e social de uma região.

O Indicador é o resultado da soma da normalização dos indicadores PIB/U, PIB/CO2, PIB

per capita e GINI, divido por quatro.

IDEAS

A escolha dos indicadores PIB, GINI e CO2 se deu em função de serem utilizados em âmbito mundial para estudar e analisar o desenvolvimento e o desempenho de país. Além disso, estão disponíveis no Banco Mundial, base de dados internacionais que tem indicadores em séries temporais. A escolha de emergia ocorreu por ser o indicador que mede o trabalho direto e indireto que dá suporte às atividades econômicas. Entretanto, quando esse indicador não é encontrado na literatura nem no NEAD, deve ser calculado.

A Figura 6, denominada Alvo da sustentabilidade, é a representação gráfica que utilizou-se para apresentar os resultados dos desempenhos dos indicadores relacionados na Tabela 9.

Figura 6 – Alvo da Sustentabilidade

Para posicionamento dos indicadores no Alvo da sustentabilidade, valores de zero (0) a um (1) foram atribuídos a eles a partir da normalização dos indicadores. A interpretação dos resultados dos indicadores na representação gráfica é que quanto

0

(38)

mais próximo de 1, melhor o desempenho do indicador. Consequentemente, à medida que o valor do indicador se afasta do alvo (1), o desempenho diminui.

3.7.1 Procedimentos de normalização dos indicadores

Para que possamos comparar indicadores que utilizam unidades funcionais diferentes, faz-se necessário normalizá-los.

A primeira etapa para normalização foi verificar como os indicadores estavam distribuídos estatisticamente e, para isso, utilizou-se o diagrama de caixa (Boxplot).

O boxplot (Figura 7) é formado pelo primeiro e terceiro quartil e pela mediana. As hastes inferiores e superiores se estendem, respectivamente, do quartil inferior até o menor valor não inferior ao limite inferior e do quartil superior até o maior valor não superior ao limite superior (Morenttin, Bussab, 2013). Os limites são calculados conforme as equações 2 e 3.

Limite inferior: . (2)

Limite superior: . (3)

Os pontos fora dos limites são considerados valores discrepantes (outliers) e são denotados por asterisco (*).

(39)

A próxima etapa da normalização foi definir que 0 representa o valor mínimo, incluindo os outliers inferiores; 0,5, a mediana; e 1, o valor máximo, incluindo os outlier superiores. Os demais valores estariam entre os intervalos de 0 a 0,49 e de 0,51 a 1.

Para normalização dos indicadores do Brasil de 1979 a 2022, do Brasil com os países do BRICS e do Brasil com os países da América do Sul, utilizou-se a distribuição estatística de indicadores de 102 países referentes ao ano de 2008 (Apêndice N). A normalização do Brasil e suas unidades de federação foi realizada pela distribuição dos indicadores das unidades federativas brasileiras referentes ao ano de 2007 (Apêndice O).

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