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location of the object and use of the hands of children without trisomy 21 and trisomy

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Academic year: 2021

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Catela, D.P.R., Abreu, A., Seabra, A.P. (2012). Análise dinâmica da interação entre localização espacial do objeto e uso das mãos em crianças sem trissomia 21 e adolescentes com trissomia 21 (Dynamic analysis of the interaction between spatial

location of the object and use of the hands of children without trisomy 21 and trisomy

21 adolescents). In R. Mendes, J. Barreiros, O. Vasconcelos, Estudos em

Desenvolvimento Motor da Criança V (pp. 160-165). ISBN: 978-972-95072-9-8. Coimbra: Escola Superior de Educação.

ANÁLISE DINÂMICA DA INTERAÇÃO ENTRE LOCALIZAÇÃO ESPACIAL DO OBJETO E USO DAS MÃOS, EM CRIANÇAS SEM TRISSOMIA 21 E ADOLESCENTES COM TRISSOMIA 21

David Catela, Ana Abreu & Ana Paula Seabra

Escola Superior de Desporto de Rio Maior - Instituto Politécnico de Santarém

Resumo

A interação entre constrangimentos intrínsecos e extrínsecos determina a emergência de um padrão de comportamento. Fomos analisar a influência de constrangimentos espaciais em 6 adolescentes com trissomia (15,00±1,00 anos de idade) e em 7 crianças sem trissomia (9,67±1,86 anos de idade), no uso das mãos para agarrar.Com este estudo pretendemos verificar se o procedimento scanning permite detetar diferença de preferência manual entre portadores de trissomia 21 e não portadores. A tarefa consistiu na apresentação de um objeto em sete posições angulares no espaço pessoal (adaptação do teste card reaching de Carlier et al., 2006), com procedimento scanning e com sequência pseudo-aleatória. Os dados foram tratados segundo protocolo de Gens (2010). Os resultados revelaram: i) para o conjunto da amostra, as crianças com trissomia revelaram maior expressão de histerese, ii) em ambos os grupos, a condição pseudo-aleatória resultou na expressão de random-walk, iii) preferência manual mais consistente nas crianças sem trissomia. A possibilidade de modelação não-linear

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das respostas motoras propicia uma abordagem dinâmica do desenvolvimento da lateralidade em crianças e adolescentes portadores (ou não) de trissomia.

Palavras-chave

Lateralidade manual; crianças; trissomia; catástrofe.

Abstract

Interplay among extrinsic and intrinsic constraints determine the emergence of motor behavior. We have analyzed the influence of spatial constraints in children and adolescents with trisomy and without trisomy on the use of hands for grasping. The purpose of the study was to verify if the scanning procedure allows to detect manual preference differences between this two groups. The task consisted on the presentation of an object in seven angular positions, in personal space, with scanning procedure and pseudo-random mode. Data was treated according Gens (2010) protocol. Results revealed that: i) the children with trisomy presented larger hysteresis, ii) on both groups, pseudo-random condition resulted in random-walk, iii) manual preference was more consistent in children without trisomy. The possibility of non-linear modeling of motor responses, sustains a dynamical approach of the development of laterality in children and adolescents with (or without) trisomy.

Key-words

Manual laterality; children; trisomy; catastrophe.

INTRODUÇÃO

Se nos focarmos na interação entre aquele que agarra e aquilo que é agarrado, talvez possamos observar a influência relativa de constrangimentos intrínsecos e extrínsecos em crianças com e sem Trissomia 21. Embora de modo não consistente, os estudos têm revelado uma tendência para maior frequência de preferência lateral esquerda em crianças portadoras de Trissomia 21, a qual se acentua com a idade (Oliveira, Silva & Vasconcelos, 2009; Barbosa, 1996). Há preferência manual quando funcionalmente usamos a mesma mão com maior frequência; no entanto, constrangimentos extrínsecos de vária ordem condicionam o uso preferencial de determinada mão, e.g., a proximidade do objeto a agarrar (Gabbard, Iteya &

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Rabb, 1997). Os testes midline crossing propiciam situações em que o uso de uma mão cruze a linha mediana do corpo, e são tidos como discriminadores dos comportamentos de preferência manual quer de sujeitos sem necessidades especiais, quer de pessoas com trissomia 21. Por exemplo, Carlier et al. (2006), usando uma adaptação do teste de Bishop et al. (1996), detetaram maior inconsistência na lateralidade em crianças (média de 13 anos de idade) com trissomia 21, com menor prevalência de uso da mão direita, mas sem grande diferença no cruzamento da linha mediana em relação a crianças sem Trissomia 21. No entanto, os ensaios são habitualmente realizados mediante uma sequência aleatória. Alternativamente, o procedimento scanning, onde os ensaios são sequencialmente apresentados, neste caso, num sentido (e.g., da esquerda para a direita) e depois no outro sentido, tem permitido detetar comportamentos não lineares, e.g., o uso de mãos diferentes para uma mesma localização espacial do objeto a agarrar (e.g., Rostoft et al., 2002). A não linearidade dos comportamentos observados requer a aplicação de técnicas de modelação não tradicionais, que acolham fenómenos como instabilidade nas respostas motoras (e.g., Gens et al., 2011). O objetivo deste estudo foi o de aplicar o procedimento scanning a uma adaptação do teste de Carlier et al. (2006), para explorar eventuais dissemelhanças entre crianças com e sem trissomia 21 e testar a aplicação do método de modelação não linear de Tuller et al. (1994).

METODOLOGIA Amostra

A amostra compôs-se por 6 adolescentes (3 do sexo masculino e 3 do sexo feminino) com trissomia 21 (15,00±1,00 anos de idade) e 7 crianças (1 do sexo masculino e 6 do sexo feminino) sem trissomia (9,67±1,86 anos de idade), incluídos por consentimento informado dos parentes e assentimento dos próprios. Os adolescentes com trissomia são significativamente mais velhos (Z=3,034, p˂0,01), têm significativamente menor pontuação no teste de APGAR (1mn- Z=2,277, p˂0,01; e, 5mn- Z=2,291, p˂0,05) e no teste de Bonhomme (Z=2,406, p˂0,05), mas sem diferença significativa no comprimento do membro superior (Z=1,296, p˃0,1).

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Mediante a identificação verbal de uma cor e a apresentação de um cartão de cor correspondente, a criança tinha que ir buscar uma bola de esferovite (peso- 3gr, diâmetro- 6cm) dessa cor, localizada a uma distância média de 2/3 do comprimento do braço (acrómio-dactilion), em 7 posições angulares, com intervalos de 30º, e colocá-la num orifício, na sua linha mediana (Figura 1).

Figura 1: Plataforma usada para realização da tarefa.

A tarefa foi apresentada como um jogo, sem restrições temporais, em 3 condições: i) crescente – agarrar as bolas da direita para a esquerda; ii) decrescente - agarrar as bolas da esquerda para a direita; e, iii) aleatória – agarrar as bolas numa sequência pseudo-aleatória, alternadas entre as crianças. Os participantes encontravam-se sentados, de frente para uma mesa ajustada à sua altura, e no início de cada ensaio as mãos estavam assentes nas suas coxas. Foi usado o programa estatístico IBM SPSS 20. Para comparação da ordem de apresentação das condições foi empregue o teste Kruskal Wallis. Para comparação entre grupos foi empregue o teste de Mann Withney (Z). Para modelação da paisagem do potencial foi empregue o protocolo de Gens (2010).

RESULTADOS

A ordem de apresentação das condições não influenciou significativamente os resultados. Nenhum participante usou as duas mãos para agarrar as bolas. Em todas as condições, a frequência de unimodalidade (uso da mesma mão em todas as posições) é inferior (ns) nos adolescentes portadores de trissomia (todos destrímanos) (Tabela 1). Este resultado sustenta a hipótese dos adolescentes com Trissomia 21, tenderem a ter menor consistência na manifestação da sua preferência manual.

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Tabela 1: Frequência (percentagem, casos) de uso de uma mesma mão, por grupo (Sem e Com Trissomia), para o conjunto das condições (Todas) e por condição (Crescente, Decrescente, Aleatória).

Condição Sem Trissomia (N= 7) Com Trissomia (N= 6) Crescente 85,7 (6) 66,7 (4)

Decrescente 85,7 (6) 66,7 (4)

Aleatória 71,4 (5) 66,7 (4)

Todas 42,9 (3) 33,3 (2)

No conjunto das condições, dois adolescentes portadores de trissomia e três não portadores (uma com preferência manual esquerda conservaram unimodalidade, i.e., o uso da mesma mão (Tabela 1).

Entre portadores e não portadores de trissomia, não houve diferença significativa na frequência de uso da mão esquerda ou da mão direita em qualquer das condições experimentadas. Para o conjunto da amostra, o gráfico de frequência acumulada de uso da mão esquerda, revela ocorrência de histerese entre as condições crescente e decrescente, fenómeno que confirma que estamos na presença de um comportamento não linear; bem como o designado random-walk na condição aleatória (Figura 2). Este fenómeno mostra como o recurso metodológico à apresentação aleatória dos ensaios inibiu a expressão do efeito do constrangimento espacial da tarefa.

Figura 2: Gráfico de frequências acumuladas relativas do uso da mão esquerda, em cada posição espacial e por condição, para o conjunto da amostra.

Por grupo de crianças, este tipo de representação gráfica revela que nos adolescentes com trissomia a histerese é mais acentuada (Figura 3), isto é, no seu conjunto este grupo foi mais influenciado pelos constrangimentos espaciais da tarefa.

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Figura 3: Gráfico de frequências acumuladas relativas do uso da mão esquerda, em cada posição espacial e por condição, por grupo de participantes (esquerda: sem trissomia; direita: com trissomia).

Este resultado reforça a hipótese de adolescentes com trissomia 21 estarem associados a menor consistência no uso da sua mão preferida.

Embora só alguns participantes tenham revelado histerese, foi ensaiada modelação não linear com sucesso (Figura 4).

Figura 4: Paisagem do potencial de rapariga com trissomia, para a condição crescente.

DISCUSSÃO

Os adolescentes portadores de trissomia não revelaram predominância de uso da mão esquerda, contrariamente ao reportado por Oliveira, Silva e Vasconcelos (2009) e Barbosa (1996); em alternativa, neste grupo, a tendência para usar determinada mão foi mais condicionada pela sequência espacial de apresentação do objeto a agarrar (cf., Rostoft et al., 2002). Adicionalmente, o uso exclusivo da mesma mão foi menos frequente nos adolescentes com trissomia; o que pode ser interpretado como revelando maior permeabilidade à influência dos constrangimentos espaciais no uso de determinada mão (cf., Carlier et al., 2006).

A tarefa empregue pode ser desajustada para testar não linearidade em crianças com mais de 10 anos de idade sem problemas de desenvolvimento, pois estas praticamente não revelaram catástrofe. A presença de random walk é reveladora das limitações que uma apresentação aleatória coloca à deteção da dinâmica do comportamento motor, porque foi inibidora da

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expressão da influência dos constrangimentos espaciais. Um mínimo de sete passos permitiu modelação matemática não linear com sucesso. A replicação do presente estudo com portadores de trissomia mais novos permitirá compreender melhor o seu modo de uso de mão para alcançar e agarrar, em função deste tipo de constrangimentos espaciais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Barbosa, M.S. (2006). Estudo Comparativo da Preferência Manual em Indivíduos com Símdrome de Down e em indivíduos Ditos "Normais". Não publicado. Monografia de licenciatura. Porto: FADE-UP.

Bishop, D.V.M., Ross, V., Daniels, M.S., & Bright, P. (1996). The measurement of hand preference. A validation study comparing three groups of right-handers. British Journal of Psychology, 87, 269–285.

Carlier, M., Stefanini, S., Deruelle, C., Volterra, C., Doyen, A.-L., Lamard, C., de Portzamparc, V., Vicari, S., & Fisch, G. (2006). Laterality in Persons with Intellectual Disability. I—Do Patients with Trisomy 21 and Williams–Beuren Syndrome Differ from Typically Developing Persons? Behavior Genetics, 36(3), 365-376.

Gabbard, C., Iteya, M., & Rabb, C. (1997). A lateralized comparison of handedness and object proximity. Canadian Journal of Experimental Psychology, 51, 176–180.

Gens, L. (2010). Detecção e modelação de catástrofe no juízo perceptivo verbal e na transposição efectiva de um obstáculo horizontal por crianças entre os 3 e os 7 anos de idade. Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Instituto Politécnico de Santarém. Dissertação de mestrado. Não publicada.

Oliveira, A., Silva, M.A., & Vasconcelos, O. (2009). Preferência manual e proficiência manual em crianças com Síndrome de Down e crianças ditas normais, em idade pré-escolar. In L.P. Rodrigues, L. Saraiva, J. Barreiros, & O. Vasconcelos (Eds.), Estudos em desenvolvimento motor II (pp. 189-196). Viana do Castelo: Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

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Rostoft, M.S., Sigmundsson, H., Whiting, H.T.A., & Ingvaldsen, R.P. (2002). Dynamics of hand preference in 4 year-old children. Behavioural Brain Research, 132(1), 59-68.

Sousa, A.R. (2009). Preferência Lateral e Assimetria Motora Funcional. Estudo em indivíduos com Deficiência Intelectual, Síndrome de Down e Desenvolvimento Típico. Não publicado. Dissertação de mestrado. Porto: FADE-UP.

Tuller, B., Case, P., Ding, M., & Kelso, J.A. (1994). The nonlinear dynamics of speech categorization. Journal of Experimental Psychology and Human Perception and Performance, 20(1), 3-16.

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