• Nenhum resultado encontrado

A MEDIAÇÃO EM CASOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DO SISTEMA DE MOBILIDADE URBANA:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "A MEDIAÇÃO EM CASOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DO SISTEMA DE MOBILIDADE URBANA:"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

Revista do Curso de Direito da Universidade Braz Cubas

V1 N1: Maio de 2017

A Mediação em Casos de Impactos Ambientais Decorrentes do Sistema de Mobilidade Urbana: Experiências em Grandes Cidades

Mediation in Cases of Environmental Impacts Resulting from the Urban Mobility System: Experiences in Large Cities

Fernanda Rodrigues Feltran1e Juliana Torres Martins2 Resumo: O aumento da capacidade de consumo nas últimas décadas aliado à viabilização de crédito no mercado implicaram na aquisição em massa de veículos motorizados individuais e aumento de transportes públicos coletivos terrestres nas grandes cidades, deflagrando intenso processo de transformação no meio ambiente urbano. A frota da capital paulistana já ultrapassa 8 milhões de veículos3 emitindo poluentes na atmosfera, dentre outros danos ambientais.

A Mediação, em sua perspectiva prática, é o instrumento hábil a alcançar soluções eficazes e pacíficas em conflitos ambientais decorrentes do sistema de Mobilidade Urbana, o que se pretende demonstrar no decorrer deste trabalho.

Palavras-chave: direito ambiental, mobilidade urbana, mediação, meio ambiente, poluição atmosférica.

Abstract: The increase in the consumption capacity in the last decades together with access to credit in the market implicated in the mass acquisition of individual motor vehicles and increase of collective public transports terrestrial in the big cities, generating an intense process of transformation in the urban environment. The fleet of the capital of São Paulo already over eight million vehicles emitting pollutants in the atmosphere, among other environmental damages.

Mediation, in its practical perspective, is the instrument capable of achieving effective and peaceful solutions to environmental conflicts arising from the Urban Mobility system, which we intend to demonstrate in the course of this work.

Keyword: Environmental law, urban mobility, mediation, environment, air pollution.

Introdução

A migração em massa da população do campo para as cidades em razão da instalação de indústrias nos grandes centros urbanos ensejou um processo de urbanização precário que possui como resultante a grave violação ao meio ambiente

1Professora Universitária, Mestranda em Direito Urbanístico pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, Advogada, profernandafeltran@hotmail.com.

2Mediadora Judicial, Professora Universitária, Mestranda em Direitos das Relações (Direitos Difusos e Coletivos) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, Advogada, jtorresmartins@uol.com.br.

3http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/05/sao-paulo-bate-marca-de-8-milhoes-de-veiculos.html. Consulta realizada em 22/04/2017 às 15h12min.

(2)

urbano4. Neste cenário, a Pós Modernidade é tendenciosa em traçar uma perspectiva desoladora aos habitantes5.

A maior cidade brasileira e a mais importante economicamente também é cenário das graves consequências do desenvolvimento urbano decorrentes da poluição. São Paulo é nacionalmente associada à péssima qualidade do ar, e o resto do Brasil não está errado6.

O relatório científico sobre o aquecimento global apresentado por agência especializada da Organização das Nações Unidas, sobre o último ano de 20167, de forma semelhante aos anos anteriores, ressalta mudanças na temperatura do planeta sobretudo em função da poluição atmosférica, oriunda, em larga escala, dos veículos automotores, e aponta para necessárias adaptações na maneira em que vivemos, pois é contundente em afirmar que “níveis de dióxido de carbono na atmosfera (estão)

quebrando novos recordes, (e) a influência das atividades humanas sobre o sistema

climático se tornou cada vez mais evidente”8.

Sem planejamento ambiental urbano adequado, o espaço de circulação passou a ser produzido com o objetivo de albergar veículos automotores individuais, transportes públicos coletivos, veículos para abastecimento das cidades e a poluição desenfreada assolou as grandes metrópoles nas últimas décadas.

A conclusão dos especialistas da ONU deixa evidente que é chegado o momento de contribuição das diferentes Ciências para o alcance de soluções rápidas e qualitativas. Exige-se uma mudança de comportamento. E, para tanto, a Sociologia, a Psicologia, a Biologia, a Economia, o Marketing, a Medicina, dentre outras áreas do saber, não podem mais se furtar à uma solução eficaz, pois, até o presente momento, o

4O desordenado processo de urbanização também foi acompanhado de outros impactos nas outras modalidades de meio ambiente, porém, no presente artigo, destacaremos apenas o meio ambiente artificial. Há, por exemplo, no meio ambiente natural, impactos oriundos do avanço da fronteira agrícola, abertura de rodovias e assentamentos rurais litigiosos em áreas de preservação permanente. Já no meio ambiente cultural, nota-se o abandono e até mesmo a destruição de bens imóveis de elevado valor histórico e cultural, em decorrência, dentre outras razões, da especulação imobiliária.

5Dentre diversos autores que abordam o tema e sustentam críticas pessimistas ao futuro da vida humana no Planeta, destaca-se o sociólogo Zygmunt Bauman in “Ética Pós Moderna”, São Paulo: Paulus, 1997. 6 http://www.culturaambientalnasescolas.com.br/noticia/sustentabilidade-urbana/consequencias-da-poluicao-do-ar-na-cidade-de-sao-paulo. Consulta realizada em 22/04/2-017 às 15h32min.

7https://nacoesunidas.org/novo-recorde-climatico-coloca-mundo-em-territorio-verdadeiramente-inexplorado-alerta-onu/.Consulta realizada em 24/04/2-017 às 20h17min

(3)

cenário de degradação demonstra que as Ciências não conseguiram produzir resultados satisfatórios em resposta à violação ambiental.

A Ciência Jurídica, por sua vez, apresentou, recentemente, eficaz solução às demandas oriundas da poluição atmosférica proveniente do sistema de transportes no Brasil.

Esta ferramenta já está presente em outros países e foi recém normatizada no nosso ordenamento9. As técnicas que a singularizam permitem abandonar o dispendioso cenário de confronto e constante disputa judicial. Contudo, requer-se comprometimento transdisciplinar.

A busca de soluções para esse tipo de poluição requer a participação dos responsáveis pela política de mobilidade urbana, que tem por objetivo conformar o espaço público de circulação integrando as diferentes necessidades setoriais e facilitando o acesso da população aos benefícios que a cidade oferece. Esses elementos setoriais devem funcionar visando à proteção do bem jurídico ambiental, reduzindo impactos ou minimizando seus efeitos.

Este desafio está pautado na conformação do meio ambiente adequando às diferentes necessidades humanas. Para tanto, o ordenamento jurídico pátrio fornece medidas jurídico-legais que, se devidamente aplicadas, terão o condão de reduzir os impactos ambientais, minimizá-los ou compensá-los, diversamente do que tem sido feito até o momento. Trata-se de verdadeira revolução na forma de refletir e processar as disputas sociais, judicializadas ou não.

A expertise, criatividade e boa vontade dos novos atores deste trabalho, os Mediadores, ainda não estão igualmente difundidas. A escassa aplicação do instituto ainda não lhe permitiu ampla divulgação.

Nesse sentido é a colaboração do presente artigo. Aqui, abordaremos os requisitos para sua implantação, seu funcionamento, e os possíveis resultados obtidos, disponíveis a toda população, inclusive, de forma gratuita pelo Poder Judiciário.

9A mediação está normatizada no Brasil por meio da Lei 13140/2015 c/c Resolução 125/2010, CNJ e as disposições do novo Código de Processo Civil – Lei13105/2015.

(4)

1 O Sistema Jurídico de Mobilidade Urbana no Brasil e o Meio Ambiente

A cidade é uma plataforma territorial onde as pessoas desenvolvem todos os tipos de relações entre si e com os seus bens e serviços.

É preciso deslocar-se para alcançar e exercer direitos como trabalho, saúde, lazer, entre outras garantias humanas. A locomoção é o instrumento garantidor do exercício da liberdade de alcance das necessidades das pessoas dentro da coletividade ou grupo social. Para alcançar é necessário se locomover e para se locomover é necessário ter qualidade ambiental.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 194810 estabeleceu no Artigo 13 que todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Embora o documento não tenha trazido expressamente em seu bojo o reconhecimento do direito ao meio ambiente, verificamos que em 1972 a Organização das Nações Unidas trouxe à lume a temática ambiental desencadeada por um modelo de exploração desenfreada do ecossistema, quando da celebração da Declaração de Estocolmo11.

Neste documento internacional foram consignados os princípios tendentes ao desenvolvimento das políticas ambientais capazes de assegurar o direito ao meio ambiente equilibrado às presentes e futuras gerações.

Novos documentos também de caráter internacional como a Declaração do Milênio e a Carta Mundial do Direito à Cidade de 2004 relacionaram a questão da mobilidade urbana atinente à proteção ambiental.

A Carta Mundial pelo Direito à Cidade12, albergou o direito ao transporte e à mobilidade dispondo na Parte IV, do Artigo XIII que as cidades devem garantir a todas as pessoas o direito à mobilidade e circulação na cidade através de um sistema de transporte público acessível e a preços razoáveis, segundo um plano de deslocamento urbano e interurbano, através de meios de transportes adequados às diferentes necessidades ambientais e sociais (de gênero, idade, incapacidades).

10http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf Consulta realizada em 18/04/2017 às 16hrs

11https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=declara %C3%A7%C3%A3o+de+estocolmo Consulta realizada em 18/04/2017 Às 14h:22min.

12Publicado em: 12/06/2006 Documento produzido a partir do Fórum Social Mundial Policêntrico de 2006

(5)

Asseverou ainda no Artigo XVI o Direito ao Meio Ambiente Sadio e Sustentável, dispondo que:

“1. As cidades devem adotar medidas de prevenção frente à contaminação e ocupação desordenada do território e das áreas de proteção ambiental, incluindo a economia energética, a gestão e a reutilização dos resíduos, reciclagem, recuperação de vertentes e ampliação e proteção dos espaços verdes.

2. As cidades devem respeitar o patrimônio natural, histórico, arquitetônico, cultural e artístico e promover a recuperação e revitalização das áreas degradadas e dos equipamentos urbanos”.

O Brasil absorveu a necessidade de proteção e garantia da mobilidade urbana fulcrado na proteção constitucional do direito de ir e vir assim como na garantia de cumprimento das funções sociais das cidades (habitação, circulação, lazer e trabalho) e meio ambiente equilibrado.

Estendendo a proteção perante a seara urbana, a Carta Magna de 1988 instalou a Política de Desenvolvimento Urbano nos artigos 182 e 183 reverberando que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Sobre as quatro funções sociais fundamentais, leciona Daniela Campos Libório Di Sarno13:

O item 77 da Carta de Atenas indica as seguintes funções: habitação, trabalho, recreação e circulação. Essa Carta se transformou em um verdadeiro código de princípios para os urbanistas, sendo reescrita por Le Corbusier. Esse renomado arquiteto previu a supressão do traçado das cidades baseado em ruas e quadras. Propôs a implantação de zoneamento seletivo e a divisão de áreas com base nas quatro funções.

Amadurecendo o comando constitucional pátrio e avançando no cenário de perturbação social urbana resultante do crescimento desordenado das cidades, em 10 de julho de 2001, foi publicado o Estatuto da Cidade, Lei 10.257/2001.

O Estatuto forneceu concretude ao que foi entabulado pela Constituição de 1988, regulamentando os artigos 182 e 183, impondo à governança que atue baseada em suas diretrizes, tendentes a garantir o cumprimento das funções sociais da cidade e o bem-estar dos habitantes, tendo por instrumento viabilizador do planejamento urbano o Plano Diretor Municipal sempre com vistas à proteção do meio ambiente.

13DI SARNO, Daniela Campos Libório. Elementos de direito urbanístico, Barueri, SP: Manole, 2004, p. 13.

(6)

Tanto é verdade que já no parágrafo único do inciso de abertura dispõe que para todos os efeitos, a lei estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

Assim, cabe aos municípios a execução de governança direcionada a ampliar o deslocamento e acesso da população às oportunidades que uma cidade tem a oferecer, respeitando o meio ambiente.

A mobilidade é a possibilidade do indivíduo de locomover-se pela cidade. Esse é o entendimento alcançado do conceito fornecido pela Prefeitura do Município de São Paulo no Plano de Mobilidade Urbana de 2015 (Plan Mob/SP 2015):

“A mobilidade é um atributo do indivíduo e expressa sua capacidade de se deslocar pelo território da cidade. Essa capacidade varia em função de sua condição social, ou seja, um indivíduo terá maior ou menor mobilidade quanto maior ou menor for sua renda. Assim, a definição de mobilidade considera, sobretudo, a dimensão econômica dos deslocamentos e pode ser avaliada em função da renda familiar”. 14

O sistema de mobilidade urbana reorganiza o espaço público e interfere na poluição atmosférica. Isto porque, neste cenário de desenvolvimento urbano, o aumento de veículos motorizados individuais e coletivos (automóveis, veículos pesados e motocicletas) é responsável pela degradação da qualidade do ar, aquecimento global e comprometimento da qualidade de vida nas cidades.

Albergando a o sistema e a temática da mobilidade urbana sob diferentes searas como gestão, infraestrutura, regulação de serviços, fiscalização, modais de transporte, prestação de serviços, acesso universal, entre outras, a nova Lei de Mobilidade Urbana 12.587 de 2012 trouxe texto normativo que abriga em si normas de caráter técnico, funcional e essencialmente social.

Acerca da relação intrínseca entre mobilidade urbana e poluição ambiental a Lei trouxe dispositivos específicos de proteção, albergando em seu inciso II do Artigo 5°, como princípio norteador, o desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconômicas e ambientais, assim como, promover o desenvolvimento sustentável

14http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/planmobsp_v072__1455546429.p df. Consulta realizada em 22 de março de 2017 às 16h12min.

(7)

com a mitigação dos custos ambientais por meio do estabelecimento de políticas (inciso IV do Artigo 7°).

Mais recentemente, em 2016, Delegações presentes na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável, realizada em Quito, no Equador, adotaram a Nova Agenda Urbana, documento que vai orientar a urbanização sustentável pelos próximos 20 anos.15

O documento aborda a necessidade do planejamento urbano e territorial visando o uso sustentável do solo e dos recursos naturais. Os compromissos albergam a integração dos planos de mobilidade no planejamento urbano das cidades apoiando a priorização do transporte ativo sobre o transporte motorizado, e o Desenvolvimento Orientado pelo Transporte Sustentável (DOTS), que reduz deslocamentos e possibilita custos mais acessíveis.

Adotando esta nova agenda urbana como ideal coletivo, os países participantes, reafirmaram o ideal de acesso universal alinhavando, no que concerne à mobilidade urbana, entre outros, os seguintes norteamentos:

“114. Promoveremos el acceso de todos a unos sistemas de transporte terrestre y marítimo y de movilidad urbana que sean seguros, asequibles, accesibles y sostenibles y tengan en cuenta las cuestiones de edad y género, que hagan posible una participación significativa en las actividades sociales y económicas en las ciudades y los asentamientos humanos, mediante la integración de los planes de transporte y movilidad en las planificaciones urbanas y territoriales y la promoción de una amplia gama de opciones de transporte y movilidad, en particular mediante el apoyo a: a) Un crecimiento significativo de las infraestructuras de transporte público accesibles, seguras, eficientes, asequibles y sostenibles, así como opciones no motorizadas como la circulación peatonal y en bicicleta, a las que se dará prioridad frente al transporte motorizado privado; b) Un “desarrollo orientado al tránsito” equitativo que reduzca al mínimo los desplazamientos, en particular los de los pobres, y prime la vivienda asequible para grupos de ingresos mixtos y una combinación de empleos y servicios; c) Una planificación mejor y coordinada del transporte y el uso de la tierra, que permitiría reducir las necesidades de viaje y transporte y mejorar la conectividad entre las zonas urbanas, periurbanas y rurales, incluidos los cursos de agua, y una planificación del transporte y la movilidad, en particular para los pequeños Estados insulares en desarrollo y las ciudades costeras; d) Conceptos de logística y planificación del transporte urbano de mercancías que permitan un acceso eficiente a los productos y servicios, reduzcan al mínimo sus efectos sobre el medio ambiente y la habitabilidad de la s ciudades y aumenten al máximo su contribución a un crecimiento económico sostenido, inclusivo y sostenible”.

15Resolución aprobada por la Asamblea General el 23 de diciembre de 2016. 71/256. Nueva Agenda Urbana http://habitat3.org/wp-content/uploads/New-Urban-Agenda-GA-Adopted-68th-Plenary-N1646660-S.pdf

(8)

Constata-se que a conferência abordou com profundidade a necessidade de adoção de políticas de mobilidade urbana pelos países para o estabelecimento de transporte público incentivando a adoção do enfoque das cidades inteligentes, que realizam o pleno uso das novas tecnologias para diminuir o impacto sobre o meio ambiente, impulsionar o crescimento econômico sustentável e aprimorar a resiliência nas áreas urbanas.

O Brasil internalizou o norteamento de realização dos direitos humanos nas cidades e proteção ambiental, e, em relação à temática de mobilidade urbana edificou no sistema jurídico a Lei 12587/2012, contendo, em si, elementos que se coadunam com este espírito aliando-se ao que preceitua a Constituição Federal em seu Artigo 225 quando garante a proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado.

A Mobilidade Urbana possui a função primordial de viabilizar o acesso aos benefícios da cidade e a utilização equânime do espaço público circulável, além de integrar transporte de alta capacidade, promover o acesso universal e priorizar o transporte coletivo no sistema viário.

Todavia, a viabilização da mobilidade urbana nas cidades não pode colidir com o interesse ambiental protegido, e, se isso acontecer, deve ter teus efeitos mitigados e, eventualmente, compensados.

2 Impactos Ambientais do Sistema de Mobilidade Urbana – Poluição Atmosférica A mobilidade urbana é um atributo das cidades. Os diferentes modos de transporte motorizados, individuais e coletivos, conforme já arraigado, configuram a tendência crescente nas cidades brasileira.

A partir da década de 6016, houve uma intensa alteração da mobilidade urbana que aumentou a partir dos anos 80 com a redução do uso do transporte coletivo e aumento do uso dos veículos individuais.

Do ponto de vista da qualidade de vida urbana esse aumento de viagens, por via motorizada, acarreta externalidades negativas em uma interface global e local pois a emissão de poluentes provoca alteração da atmosfera, aquecimento global por

16http://autoclassic.com.br/site/historia-do-transporte-urbano-no-brasil-secao-curiosidades/ Consulta realizada 22/04/2017 às 17h34min

(9)

transmissão de gases de efeito estufa, mudança climática, entre outras interferências ambientais.

Veículos automotivos apresentam gasto de energia e consequentemente emitem poluentes na atmosfera, portanto, indissociável a relação mobilidade urbana e o prejuízo ambiental causado.

Traçando um comparativo entre as modalidades de transporte, metrô, ônibus, automóvel, motocicleta e veículos pesados, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) constatou o seguinte resultado com as emissões de CO2 das modalidades de transporte urbano por passageiro e quilômetro17:

TABELA Emissões de CO2 das modalidades de transporte urbano por passageiro e quilômetro Modalidade de transporte Modalidade de transporte Kg CO2/km Ocupação média veicular - Passageiros Emissões/passageiro km – Kg CO2/passageiro KM Índice de emissão (metrô=1) Metrô 3,16 900 0,0035 1,0 Ônibus 1,28 80 0,0160 4,6 Automóvel 0,19 1,50 0,1268 36,1 Motocicleta 0,07 1,00 0,0711 20,3 Veículos pesados 1,28 1,50 0,8533 243,0 Ipea (2011).

Conforme se vê, a adição de poluição atmosférica que parte do sistema de mobilidade urbana, configura importante violação ao meio ambiente. O aumento da motorização está intrinsicamente ligado ao aumento dos poluentes globais, provocando aumento da temperatura global e local.

Por essa razão a preocupação deve ser permanente nas grandes cidades, pois as cidades com maior percentual de viagens com transporte motorizado apresentam maiores índices de poluição atmosférica. Nesse passo, as cidades com maiores redes de transportes coletivos provocam índices reduzidos de poluição per capta.

Cidades dependentes de transporte motorizado individual apresentam maiores problemas de poluição atmosférica como externalidade em termos de gasto per capta.

17Mobilidade urbana Sustentável: Conceitos, Tendências e Reflexões.IPEA (Instituto de pesquisa Econômica Aplicada). Brasilia, 2016, p. 18.

(10)

Dessa forma, preventivamente para a redução de poluentes na atmosfera é necessário que as políticas públicas alberguem políticas para aumento e eficiência da rede de transporte coletivo (pois, como se viu, a emissão per capta de poluentes na atmosfera é reduzida no uso de transporte coletivo) e de investimento em tecnologias para utilização de combustíveis mais limpos ou para refinamento das combustões tradicionais tendo sempre por desiderato o alcance da proteção do meio ambiente.

3 A Eficácia da Mediação como uma das Soluções à Poluição Atmosférica

No alcance de novas soluções a essa poluição atmosférica, as Ciências, nas diferentes áreas do saber, necessitam apresentar inovações eficazes. A Engenharia e a Química, por exemplo, aprofundam-se no desenvolvimento de biocombustíveis18. O Direito, por sua vez, entrega à sociedade a normatização de uma outra prática a essa demanda.

Os processos judiciais, em geral, demonstram-se demorados, ineficazes e onerosos aos particulares e ao Poder Público. Isso de dá em razão do grande número de processos em julgamento, pois a atual sociedade é pautada pela constante litigiosidade.

Se nas décadas passadas ser processado era vergonhoso, atualmente é conduta rotineira, sem qualquer temor. Aliado a isso, há o grande número de recursos que prolongam a data da decisão final, pois permitem a rediscussão. Durante todo esse período, profissionais e toda a máquina administrativa do Judiciário está sendo custeada, diretamente, pelos particulares, pois entidades do Poder Público, quando estão em juízo, são isentas de custas.

Quando alcançada a decisão final, nem sempre se obtém o resultado declarado em sentença. Com o passar do tempo, a parte pode estar sem recursos para cumprir a ordem judicial. Assim, essa vai existir apenas no plano jurídico, mas não no plano fático.

18O Laboratório de Pesquisa em Ensino de Química e Tecnologias Educativas da Universidade de São Paulo explica o processo de formação do biocombustível, energia que substitui a gasolina nos veículos e automotores produzindo o etanol a partir da biomassa da cana-de-açucar, beterraba, milho, dentre outros. Com o etanol, reduz-se a emissão de CO2 na atmosfera porque este é absorvido pelas plantas no processo

de fotossíntese. Veja mais em: http://www.lapeq.fe.usp.br/labdig/hipermidias/biocombustivel/, acessado em 25.04.2017 às 13h57min.

(11)

Ao olharmos esse cenário para os processos judiciais sobre a proteção do meio ambiente artificial, notaremos que o resultado no plano fático deve ser a efetiva defesa do meio ambiente. Assim, se sentença final transitada em julgado for procedente, mas estiver desacompanhada do ganho ambiental real, é, absolutamente, inócua.

Ainda que demorados e onerosos, como qualquer processo, neste tipo de lide, não se busca arrecadação monetária aos cofres públicos, nem tampouco aplicação de penas privativas de liberdade aos indivíduos. O ganho real que permeia toda sentença em matéria ambiental, em suas diferentes áreas, é a defesa do meio, conforme esclarece o artigo 225, da Constituição Federal19.

Diante dessa constatação, o Direito brasileiro apresenta, com a Lei 13.140/2015 em conjunto com o recente Código de Processo Civil e a Resolução no. 125/2010, do Conselho Nacional de Justiça, uma solução aos conflitos, de forma mais célere, eficaz e gratuita. Trata-se da aplicação da mediação, que pode ser entendida como:

“(...) um meio extrajudicial de solução de conflitos, no qual se desenvolve um processo composto por vários procedimentos, pelos quais, terceiro (s), imparcial (is) facilita (m) a negociação entre as pessoas em conflito, habilitando-as a melhor compreender suas posições e a encontrar soluções que se compatibilizem aos seus interesses e necessidades"20.

Ainda que mais difundida na área dos conflitos familiares, a aplicação deste instituto para os conflitos socioambientais, como a poluição atmosférica oriunda das deficiências na mobilidade urbana das cidades, também é método eficaz e necessário.

Aqui, destacaremos como a mediação é caracterizada pela rapidez, eficácia e a gratuidade ou pagamento determinado.

Afinal, o número de sessões pode ser único ou pequeno e, em poucas semanas, a depender do estado de comunicação entre as partes, a problemática pode ser resolvida e, inclusive, futura reclamação evitada. Tais sessões podem ocorrer nos Centros de Resolução de Conflitos do Poder Judiciário, de forma gratuita aos envolvidos, sem o pagamento de taxas, ou, onerosa, em Câmaras privadas, que já apresentam tabela determinada de custo, o que permite controle das despesas pelas partes.

19Reza este artigo: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

(12)

Tais elementos por si só justificam o emprego desse novo método na busca de soluções à poluição atmosférica. Contudo, compreender como isso é possível na atual sociedade marcada pela constante litigiosidade e a aparente insolucionável poluição atmosférica, é tarefa essencial ao cidadão e ao profissional de qualquer área.

Inicialmente, destaca-se o papel do mediador, suas qualificações profissionais e a confiança que as partes lhe depositam durante o trabalho. O principal ator em um processo de mediação concentra em si a grande missão de conectar os diferentes atores para o mesmo desiderato: prevenir ou mitigar danos ao meio ambiente.

Na Pós Modernidade, com perspectivas desanimadoras, surge um profissional capaz de promover o efetivo diálogo entre os conflitantes e promover o alcance de resultado prático em conformidade com a norma constitucional de defesa do meio ambiente artificial, de forma gratuita e célere, é intrigante e louvável.

Este profissional, o mediador, precisa reunir competências, com a formação específica junto ao Conselho Nacional de Justiça, e com as particularidades da área em que atua, como, no caso em análise, o meio ambiente.

Ainda que não haja legislação que obrigue a formação ampla e transdisciplinar do mediador é necessário que se encontre um profissional capaz de compreender os contornos da dimensão da poluição atmosférica, a colaboração de cada responsável e a legislação pertinente para que os esforços na comunicação entre as partes estejam em conformidade com os direitos e deveres de cada uma.

Na ausência de soluções eficazes por iniciativa da parte, caberá à criatividade e ao conhecimento adquirido do mediador, buscar no interior da vontade dos envolvidos uma medida lícita a ser analisada por todos.

Para esclarecermos o funcionamento da sessão de mediação, é preciso compreender quem são as partes envolvidas e o modo deste procedimento.

Como exemplo prático, adotemos o alegado aumento da emissão de poluentes na atmosfera em função da fraude, ainda não comprovada, em 17.057 veículos AMAROK, da marca Volkswagen do Brasil, recentemente objeto de aplicação de multa

(13)

de R$ 50 milhões, pelo IBAMA, a partir de laudo da CETESB e da comprovação da agência ambiental americana, em 2015, confessada pela marca, nos Estados Unidos21.

Neste conflito, na fase pré-processual, as partes envolvidas, IBAMA e Volkswagen do Brasil, podem solicitar uma audiência de mediação ao Tribunal Regional Federal da sede da empresa e, em um dos fóruns competentes, serão atendidas em uma sala própria da mediação. Outra alternativa, é a solicitação em uma Câmara privada de mediação, credenciada pelos Tribunais. A diferença é a onerosidade. Enquanto, no Poder Judiciário, é gratuita, a mediação por particulares obedece à própria tabela de valores.

Inicialmente, o caso poderá ser direcionado à Conciliação e, caberá ao conciliador, com o uso da ponderação na problemática envolvida, direcionar as partes à mediação, pois somente com este procedimento haverá tempo adequado para cada uma compreender os interesses envolvidos e buscar a solução mais adequada.

Em seguida, haverá sessões de mediação, com o mediador, as partes e seus advogados, se assim desejarem, nos termos do artigo 35 da mencionada Lei. Neste momento, sugerimos que haja a participação do membro do Ministério Público para que, em função do dever constitucional de defesa do meio ambiente22, possa ser ouvido e participar na busca da solução. Tal postura evita posterior recusa do acordo por parte do Parquet e promoção de inquérito civil ou ajuizamento de ação civil pública e, assim, otimiza o trabalho de todos os envolvidos.

Não há número específico de sessões. Caberá ao Mediador, partindo de sua expertise técnica, analisar a conveniência da continuidade das sessões ou encerrá-las e orientar as partes para o ajuizamento da ação.

Nesses encontros, por meio da informalidade e oralidade, as partes explicarão ao mediador os motivos do confronto, comentarão o laudo que demonstra a emissão de poluentes e os motivos que justificam que não há fraude no veículo, o escândalo nos Estados Unidos, dentre outros fatos. O mediador perseguirá o real interesse de cada uma das partes e promoverá o diálogo entre ambas, para que, sozinhas, sem auxílio de perito, juiz ou testemunhas, consigam solucionar o conflito.

21Veja matéria jornalística detalhada em http://g1.globo.com/carros/noticia/ibama-diz-que-fraude-da-volkswagen-estava-ativa-no-brasil-e-mantem-multa-de-r-50-milhoes.ghtml, acessado em 26.04.2017, às 15h15min.

(14)

Ainda que se trate de direitos indisponíveis, a proteção do bem jurídico ambiental permite transacionar o valor da multa ou de medidas mitigadoras, reparadoras ou compensadoras, nos termos do artigo 3º da referida Lei.

O mediador não busca discutir a veracidade do laudo pericial, nem tampouco julgar as partes, mas sim, sem a necessidade de analisar documentos, buscar os motivos que as levaram à lide e o que pretendem a partir do momento presente.

Os princípios que norteiam a sessão de mediação estão estritamente delimitados nessa Lei específica:

Art. 2oA mediação será orientada pelos seguintes princípios: I - imparcialidade do mediador;

II - isonomia entre as partes; III - oralidade;

IV - informalidade;

V - autonomia da vontade das partes; VI - busca do consenso;

VII - confidencialidade; VIII - boa-fé.

Neste sentido, seguirão todas as sessões até que o consenso seja atingido. A criatividade é importante ferramenta do mediador, das partes e até mesmo dos advogados, se presentes. Pois, não há procedimento rígido a ser obedecido para a solução. A informalidade permanece.

O prazo, para tanto, poderá ser de 1 dia, 1 mês ou 1 ano, por exemplo, mas, em regra, tende a ser inferior ao prazo processual, que poderá atingir décadas, em função do uso de recursos pelas partes.

Uma vez atingido o objetivo final, o mediador reduzirá a termo e encaminhará à homologação judicial, que ouvirá o representante do Parquet. Por isso, ainda que o mediador não compreenda a legislação ambiental, ele deverá buscar o auxílio técnico nesse sentido ou formação especializada, pois o consenso alcançado pelas partes não poderá ser contrário à normatização brasileira.

No exemplo citado, a mediação foi aplicada na fase pré- processual, mas para outros casos já em lide processual também é possível ao advogado solicitar o encaminhamento das partes ao Setor de Conciliação e Mediação. A adesão é voluntária.

(15)

O processo será suspenso até que as partes obtenham o consenso e, em seguida, encaminhado ao magistrado para homologação. Trata-se de real redução no número de lides processuais, custos administrativos, públicos e particulares, e, sobretudo, aumento da cultura da pacificação social. Seu uso deve ser divulgado e incentivado para que possamos avançar na construção desse procedimento inovador.

Ressalta-se que a medição é democrática, pois, pode estar presente em qualquer demanda e solicitada por qualquer parte, em harmonia ao dever constitucional de proteção ambiental conferido a todos, Poder Público e particulares.

CONCLUSÃO

O aumento significativo de danos ambientais em função do desordenado crescimento urbano implantado nas cidades brasileiras, sobretudo em São Paulo, provoca vários conflitos no sistema de mobilidade urbana.

O direito à mobilidade requer meio sadio à qualidade de vida. A normatização, internacional e nacional, sobre o tema são claras em harmonizar a mobilidade urbana aos padrões de qualidade ambiental. Não se permite a construção de qualquer sistema de transportes ou veículos. A legislação ambiental deve ser obedecida.

No presente artigo, apresentou-se a complexidade de um dos danos ambientais: a poluição atmosférica e suas consequências oriundas da emissão de poluentes pelos diferentes meios de transportes.

Ao lado das demais Ciências que buscam apresentar novas soluções ao combate da poluição atmosférica, o Direito encontra-se com uma nova ferramenta de relevância e eficácia: a mediação.

Trata-se de procedimento a ser utilizado na fase pré-processual ou processual que objetiva atingir a solução do conflito de forma eficaz, mais célere e até mesmo, gratuita.

Foi recém introduzida no ordenamento brasileiro e, por essa razão, ainda é tímida a difusão do seu uso para lides oriundas da mobilidade urbana.

Ainda que na Pós Modernidade haja perspectivas desanimadoras sobre o convívio humano no planeta, o novo procedimento de solução de conflitos torna fácil a

(16)

comunicação entre as partes e promove o alcance de resultado prático, em uma ou poucas semanas, em conformidade com a norma constitucional de defesa do meio ambiente artificial.

Este novo profissional, o mediador, precisa reunir competências capazes de compreender a complexidade da matéria em questão e congregar todos os envolvidos a fim de solucionar a presente bem como futuras discussões. Almeja-se anular a taxa de retorno das partes ao Judiciário.

A partir do exemplo apresentado, em que se vê o conflito pela suposta emissão de poluentes atmosféricos oriunda dos veículos AMAROK da marca Volkswagen do Brasil e a consequente multa aplicada pelo IBAMA, o presente artigo demonstrou como as partes podem fazer uso da mediação e se beneficiarem dela. Estudaram-se as fases deste procedimento em abordagem prática a fim de compreender a atuação do mediador, o papel dos peritos, testemunhas, magistrados, advogados e a inovação à sociedade atual.

A mediação é procedimento democrático, a ser solicitado por qualquer prejudicado pela poluição atmosférica, em questão, a fim de obter real ganho à sadia qualidade do meio ambiente urbano e permitir o direito à mobilidade por todos os seus habitantes. Pretende-se a difusão da existência dessa medida e o aumento do uso pelos cidadãos, em abandono ao caráter litigioso, ainda presente na cultura brasileira. Somente com sua utilização será possível avançarmos na construção desse procedimento inovador.

REFERÊNCIAS

ACSELRAD, Henri (Org.). Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.

AZEVEDO, José G. de (Org.). Manual de Mediação Judicial. 5. ed. Brasília. 2015,

disponível em

http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfe c54.pdf, acesso em 22.04.2017 às 08h50min.

(17)

BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm, acessado em 24.04.2017 às 10h25min.

BRASIL. Lei 10.257 de 10 de julho de 2001. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm, acessado em

24.04.2017 às 10h25min.

BRASIL. Lei 12.587 de 03 de janeiro de 2012. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm, acessado em 24.04.2017 às 10h25min.

BRASIL. Lei 13.140 de 26 de junho de 2015. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm, acessado em 24.04.2017 às 10h25min.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2011.

DI SARNO, Daniela C. L. Elementos de direito urbanístico. Barueri: Manole, 2004. DUARTE, Fabio; LIBARDI, Rafaela; SÁNCHES, Karina. Introdução à Mobilidade Urbana. 1 ed., 3ª reimp. Curitiba: Juruá, 2012.

FISHER, Roger. Como chegar ao sim: a negociação de acordos sem concessões. 2. ed. Rio de Janeiro: Imagro, 2005.

GUTIERRES, Andrea et al. Mobilidade Urbana. Desafios e sustentabilidade. 1ª ed. São Paulo: Ponto e Linha, 2016.

GRAU, Eros Roberto. Regiões Metropolitanas: regime jurídico. São Paulo: Bushastsky, 1974.

HARVEY, David. A Produção Capitalista do Espaço. Tradução Carlos Szlak. São Paulo, Annablume, 2005.

HUMBERT. Georgies L. H. Direito urbanístico e função socioambiental da

propriedade. Belo Horizonte: Fórum, 2009.

KLEIMAN, M. Transportes e mobilidade e seu contexto na América Latina. In: Estudos

e Debates nº 61. Rio de Janeiro, IPPUR: UFRJ, 2011

LE CORBUSIER. Princípios de Urbanismo. La Carta de Atenas. Barcelona: Ariel, 1975.

LEFEBVRE, Henri. O Direito à cidade. Tradução Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2001.

MAZZILLI, Hugo N. A defesa dos Interesses Difusos em Juízo. São Paulo: Saraiva, 2001.

PIRES, Antonio C.M.; REGINA, Lilian; PRIRES, Gabriel M. (orgs.) Mobilidade

(18)

_________ IPEA (Instituto de pesquisa Econômica Aplicada). Mobilidade Urbana

Sustentável: conceitos, tendências e reflexões.

PINTO, Vitor . Direito urbanístico: plano diretor e direito de propriedade. 4. ed. rev. e atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

ROLNIK, Raquel. __________São Paulo: Brasiliense, 2004. (Coleção primeiros passos; 2003).

SALES, Lilia M. de M. Justiça e mediação de conflitos, Belo Horizonte: Del Rey, 2004. SAULE JÚNIOR., Nelson. Direito Urbanístico: vias jurídicas das políticas urbanas. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2007.

SAULE JÚNIOR, Nelson. Novas perspectivas do Direito Urbanístico Brasileiro, 1997. _______________. Ordenamento Constitucional da Política Urbana. Aplicação e eficácia do Plano diretor. Porto Alegre: Fabris.

SILVA, José A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 38. ed. Ver. E atual. São Paulo: Malheiros, 2015.

SILVA, José A. da. Curso de Direito Urbanístico Brasileiro. São Paulo, Malheiros, 2012.

SOARES, Samira I. de O S. A mediação de conflitos na gestão de recursos hídricos no

Brasil.2008. 160 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Universidade de

São Paulo, 2008.

SPENGLER, Fabiana M. Mediação de Conflitos da Teoria à Prática. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2015.

VASCONCELOS, Carlos Eduardo de. Mediação de Conflitos e Práticas Restaurativas. 2. ed. São Paulo: Método, 2012.

http://habitat3.org/wp-content/uploads/New-Urban-Agenda-GA-Adopted-68th-Plenary-N1646660-S.pdf http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/planmobsp_v072__ 1455546429.pdf. http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfe c54.pdf.

Imagem

TABELA Emissões de CO 2   das modalidades de transporte urbano por passageiro e quilômetro Modalidade de transporte Modalidade   detransporte  Kg CO 2 /km Ocupação médiaveicular - Passageiros Emissões/passageiro km–   Kg   CO2/passageiroKM Índice   deemiss

Referências

Documentos relacionados

individualmente uma máquina de solda elétrica, não apenas realizando a solda, mas também dando acabamento e inspecionando a solda obtida. Graças a este grande peso das aulas práticas

Criou-se um banco de dados em ambiente SIG que resultou em um mapa do uso e ocupação da terra na micro bacia do rio Tamanduá que indica a espacialização dos principais elementos

7.1. Será explorada a integridade e funcionalidade de cada membro separadamente, constatando a existência de malformações, agenesias ou amputações assim como o grau

A solução, inicialmente vermelha tornou-se gradativamente marrom, e o sólido marrom escuro obtido foi filtrado, lavado várias vezes com etanol, éter etílico anidro e

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

3.3 o Município tem caminhão da coleta seletiva, sendo orientado a providenciar a contratação direta da associação para o recolhimento dos resíduos recicláveis,

Energy Distribuidora e Transportadora de Derivados de Petróleo Ltda. São Paulo

(PROCESSO SELETIVO DE ADMISSÃO AO COLÉGIO. NAVAL