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Texto

(1)

Universidade de Cabo Verde

Departamento Ciˆencia & Tecnologia

Texto te´orico de An´alise Matem´atica III

Prof. Narciso Resende Gomes

Ano lectivo: 2012/2013

(2)

Referˆ

encias

[1] A. Breda e J. Costa,C´alculo com fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis. McGraw Hill-Portugal, Lisboa, 1996.

[2] E. Lima, An´alise Real - Vol. 2. Rio de Janeiro, Brasil, 2004.

[3] H. Bertolossi, C´alculo diferencial a v´arias vari´aveis. Edi¸c˜oes Loyola e editora PUC-Rio, S˜ao Paulo, Brasil, 2002.

[4] S. Lang, Calculus of Several Variables. Adison-Wesley, 1973.

[5] T. Apostol, C´alculo (Vol. 2). Editora Revert´e, 1996.

(3)

1

Fun¸

oes a v´

arias vari´

aveis reais

Defini¸c˜ao 1: Uma aplica¸c˜aof :D ⊆Rn

Rm, comm >1, denomina-sefun¸c˜ao vectorial de v´arias vari´aveis reais. Quando m = 1, isto ´e, f : Rn → R chamamos a fun¸c˜ao de fun¸c˜ao escalar de v´arias vari´aveis reais ou simplesmente fun¸c˜ao de v´arias vari´aveis reais. Assim, uma fun¸c˜ao de n (maior que 1) vari´aveis reais definida em D ´e uma correspondˆencia que a cada x = (x1, x2, . . . , xn) ∈ D associa um e um s´o n´umero real y=f(x1, x2, . . . , xn). Abreviamente escreve-se

f :D ⊆Rn→R

x= (x1, x2, . . . , xn)7→f(x1, x2, . . . , xn)

ou

f :D ⊆ Rn→R

x7→f(x).

O dom´ınio de f ´e D. O contradom´ınio de f ´e conjunto dos valores que f toma em R, isto ´e,

{f(x1, x2, . . . , xn) : (x1, x2, . . . , xn)∈ D} ∈R.

Ogr´afico def ´e o subconjunto de Rn+1

{(x1, x2, . . . , xn, f(x1, x2, . . . , xn)) : (x1, x2, . . . , xn)∈ D}.

Fig. 1: Fun¸c˜ao real de duas vari´aveis reais, z =f(x, y)R, com (x, y)∈ D ⊆R2.

Observa¸c˜ao 1: Em R2 e R3 ´e usual usarem-se as nota¸c˜oes z = f(x, y) e w = f(x, y, z) em vez de f(x1, x2) e f(x1, x2, x3), respectivamente.

Exemplo 1: O gr´afico da fun¸c˜ao constante z =f(x, y) =k ´e um plano paralelo ao plano

xy.

Exemplo 2: Seja f uma fun¸c˜ao real de duas vari´aveis reais definida por z = f(x, y) =

x2+y2. O dom´ınioD def ´eR2 e o contradom´ınio D´eR+

0 e o gr´afico ´e

{(x, y, x2+y2) : (x, y)R2}={(x, y, z)R3 : (x, y)R2ez =x2+y2.}

(4)

Fig. 2: z =f(x, y) =x2+y2.

1.1

Curvas de n´ıvel

Defini¸c˜ao 2: Considere-se a fun¸c˜ao real de duas vari´aveis

f :D ⊆ Rn→R

(x, y)7→f(x, y).

Parakpertencente ao contradom´ınio def, acurva de n´ıvel de f de valork´e a projec¸c˜ao ortogonal sobre o plano xy, de intersec¸c˜ao do plano da equa¸c˜ao z =k com o gr´afico de

f, isto ´e, com a superf´ıcie da equa¸c˜aoz =f(x, y).

Analiticamente a curva de n´ıvel def de valork ´e {(x, y)∈ D :f(x, y) =k}.

(5)

´

E por vezes ´util recorrer a curva de n´ıvel da fun¸c˜ao que numa imagem a duas dimens˜oes permitem obter informa¸c˜ao sobre o gr´afico da fun¸c˜ao.

Exemplo 3: Seja f(x, y) = x2+y2. O contradom´ınio de f ´e R+

0. Para k ∈ R+0, a curva

de n´ıvel de f de valor k ´e:

• O ponto (0,0), sek = 0.

• A circunferˆencia do plano xy de centro (0,0) e raio √k, se k >0.

Fig. 4: f(x, y) = k ou circunferˆencia de centro (0,0,0) e raio √k.

Observa¸c˜ao 2: Analogamente definem-se as superf´ıcies de n´ıvel de uma fun¸c˜ao de trˆes vari´aveis reais, ou seja,

f :D ⊆ R3 →R

(x, y, z)7→f(x, y, z).

para k pertencente ao contradom´ınio de f, a superf´ıcie de n´ıvel de f de valor k ´e

{(x, y, z)∈ D :f(x, y, z) =k}.

Exemplo 4: Seja

f :D ⊆R3 →R

(x, y, z)7→x2+y2+z2.

O contradom´ınio de f ´e R+0. Para k ∈ R+0, a superf´ıcie de n´ıvel de f de valor k ´e

{(x, y, z)∈ D :x2 +y2 +z2 =k},ou seja:

• O ponto (0,0,0), se k = 0.

(6)

Fig. 5: f(x, y, z) = k ou superf´ıcie esf´erica de centro (0,0,0).

2

No¸

ao de limite

Defini¸c˜ao 3: Sejam

f :D ⊆Rn →R

x7→f(x)

ea= (a1, a2, . . . , an) um ponto de acumula¸c˜ao de De LR. Diz-se queL´e o limitede f quando xtende para aou limite de f no ponto a, e escreve-se

lim

x→a

f(x) = L ou lim

(x1,...,xn)→(a1,...,an)

f(x1, x2, . . . , xn) = L,

se ǫ >0,δ >0 tal que

0<||xa||< δx∈ D \ {a}

⇒ |f(x)L|< ǫ.

Equivalentemente, temos

∀ǫ >0,δ >0 :x∈ D \ {a} ∩ B(a, δ)f(x)∈ B(L, ǫ).

Exemplo 5: Considere-se a fun¸c˜ao real de duas vari´aveis reais e cuja express˜ao anal´ıtica ´ef(x, y) = x22x+y32.

O dom´ınio de f ´eD = R2\ {(0,0)}. O ponto (0,0) n˜ao pertence a D mas ´e um ponto de acumula¸c˜ao deD. Verifica-se ainda que existe o limite de f quando (x, y) tende para (0,0) e que esse limite ´e zero.

Sejaǫ >0 qualquer. Pretende-se provar que existe δ >0 verificando 0≤ ||(x, y)(0,0)||< δ(x, y)R2\ {(0,0)} ⇒ |f(x, y)0|< ǫ.

Uma vez que, para (x, y)R2\ {(0,0)},x2 x2+y2, tem-se que x

2 x2+y2

≤1 e portanto

|f(x, y)|= 2|x| x

2 x2+y2

≤2|x| ≤2 p

x2+y2 = 2||(x, y)(0,0)||.

Assim, para todoǫ, existe δ = 2ǫ >0 e assim,

lim

(x,y)→(0,0)

2x3

x2 +y2 = 0.

Proposi¸c˜ao 1: (Unicidade de limite) O limite duma fun¸c˜ao num ponto quando existe ´e ´

(7)

Algumas desigualdades

No processo de verifica¸c˜ao de limite, podemos, caso necess´ario, utilizar as desigual-dades seguintes:

• |x| ≤p

x2+y2

• |y| ≤px2+y2

• |xy| ≤ |x||y| ≤ 12(x2+y2)

• |x±y| ≤ |x|+|y| ≤2px2+y2

• |x3y3| ≤(x2+y2)3/2

Exemplo 6: Seja f(x, y) = k uma fun¸c˜ao constante, ent˜ao, para todo (a, b)R2,

lim

(x,y)→(a,b)k =k.

Temos que |f(x, y)k|=|kk|= 0. Assim, dado ǫ >0 e tomandoδ >0 qualquer,

0≤ ||(x, y)(a, b)||< δ ⇒ |f(x, y)k|< ǫ.

Logo,

lim

(x,y)→(a,b)f(x, y) =(x,y)lim→(a,b)k =k.

Proposi¸c˜ao 2: Sejam f e g duas fun¸c˜oes reais den vari´aveis reais de dom´ıniosDf e Dg,

respectivamente. Seja aindaλ um escalar:

• A soma de f e g ´e a fun¸c˜ao

f+g :Df ∩ Dg ⊆Rn→R

x7→f(x) +g(x).

• Oproduto deλ pela fun¸c˜ao f ´e a fun¸c˜ao

λf :Df ⊆Rn →R

x7→λf(x).

• Oproduto def eg ´e a fun¸c˜ao

f g :Df ∩ Dg ⊆Rn→R

x7→f(x)g(x).

• Oquociente def e g ´e a fun¸c˜ao

f

g :{x∈ Df ∩ Dg :g(x)6= 0} ⊆R

n

→R

x7→ f(x) g(x).

Proposi¸c˜ao 3: (Lei do enquadramento) Sejam as fun¸c˜oes f, g eh deD ∈Rn em R. Seja

aum ponto de acumula¸c˜ao deDe tais queLRtais que lim

x→a

g(x) = Le lim

x→a

h(x) =L.

Se existe uma vizinhan¸ca V deL tal que para qualquer x∈ V ∩ D, se tem

g(x)f(x)h(x),

ent˜ao lim

x→a

(8)

Fig. 6: V´arias direc¸c˜oes para se chegar ao ponto (a, b).

Defini¸c˜ao 4: Sejam f : D ⊆ Rn

R, C um subconjunto de D e a um ponto de

acu-mula¸c˜ao de C. Diz-se que b ´e o limite de f relativo1 a C quando x tende para a, e representa-se

lim

x→a∧x∈C

f(x) = b

se o limite da restri¸c˜ao de f aC quando xtende para a´eb.

Pode verificar a existˆencia de limite def relativo a um certo subconjunto do dom´ınio, sem que exista o limite da fun¸c˜ao nesse ponto. Este facto pode ser verificado no exemplo que se segue onde revela-se particularmente ´util para provar que n˜ao existe limite de

uma determinada fun¸c˜ao num ponto.

Exemplo 7: Seja a fun¸c˜ao definida emD ={(x, y)R2 :y6=x2} por

f(x, y) = y−x

2

y+x2.

A fun¸c˜ao f n˜ao tem limite quando (x, y) tende para (0,0). De facto, se considerarmos (x, y) a tender para (0,0) segundo a direc¸c˜ao do eixo OX, tem-se que

lim

(x,y)→(0,0)∧y=0f(x, y) = limx→0f(x,0) = limx→0

0x2

0 +x2 =−1.

Segundo a direc¸c˜ao do eixo OY, tem-se

lim

(x,y)→(0,0)∧x=0f(x, y) = limx→0f(0, y) = limy→0

y0

y+ 0 = 1.

Conclui-se, assim, que limite n˜ao existe considerando que os limites relativos s˜ao dife-rentes.

1Sendof uma fun¸c˜ao definida emDeC um subconjunto de D, `a fun¸c˜ao definida emC que a cada

(9)

2.1.1 Limites iterados

Observa¸c˜ao 3: SejaxRncom n= 2. Os limites direccionais na origem na direc¸c˜ao do

eixo OX e na direc¸c˜ao do eixo OY, respectivamente, s˜ao chamados limites iterados ou limites sucessivos. Ainda, o c´alculo de limite iterado ´e equivalente a seguinte:

lim

(x,y)→(a,b)f(x, y) = limx→a limy→bf(x, y)

=l1 e,

lim

(x,y)→(a,b)f(x, y) = limy→b xlim→af(x, y)

=l2.

2.1.2 Limites direccionais

No caso de o caminho seja uma recta n˜ao vertical de declive m que passa por ponto (a, b) e a equa¸c˜ao da familia de rectas ´e dada por

y=b+m(xa), mR.

O limite a calcular ´e

lim

(x,y)→(a,b)f(x, y) = (x,y)→(a,b)lim∧y=b+m(x−a)f(x, y) = limx→af(x, b+m(x−a)) = L.

No caso de o caminho seja uma par´abola de eixo vertical que passa por ponto (a, b) e a equa¸c˜ao das familias de par´abolas ´e dada por

y=b+m(xa)2, m R.

Neste caso, o limite a calcular ´e

lim

(x,y)→(a,b)f(x, y) = (x,y)→(a,b)∧limy=b+m(x−a)2f(x, y) = limxaf(x, b+m(x−a)

2) =L.

Observa¸c˜ao 4: Quando o limite depende do declive da rectam, concluimos que n˜ao existe limite no ponto (a, b).

Observa¸c˜ao 5: Conv´em, portanto, salientar que:

1. No caso de obtermos limites relativos diferentes (sucessivos ou direccionais) pode-mos concluir que a fun¸c˜ao n˜ao possui limite quando (x, y)(a, b).

2. No entanto, n˜ao podemos concluir que existe limite pelo facto dos limites relativos serem iguais, pois pode haver um caminho que dˆe um limite diferente. Para concluirmos acerca da existˆencia de limite, e na impossibilidade de estudarmos todos os caminhos poss´ıveis por serem infinitos, teremos que recorrer `a defini¸c˜ao de limite.

Exemplo 8: O limite sucessivo da fun¸c˜ao f(x, y) = xx+y−y22 pode ser determinado

lim

(x,y)→(0,0)f(x, y) =(x,y)lim→(0,0)

xy2

x+y2 = limx0

lim

y→0

xy2

x+y2

= lim

y→0

x x = 1.

lim

(x,y)→(0,0)f(x, y) =(x,y)lim→(0,0)

xy2

x+y2 = limy0

lim

x→0

xy2

x+y2

= lim

x→0

−y2

y2 =−1.

(10)

limite. Apliquemos, ent˜ao, os limites direccionais. Consideremos a rectay=b+m(xa), com (a, b) = (0,0). Assim,y=mx e portanto:

lim

x→0f(x, mx) = limx→0

x(mx)3

x2+ (mx)6 = limx0

m3x4

x2+m6x6 = limx0

m3x4

x2(1 +m6x4) = limx0

m3x2

1 +m6x4 = limx0

0 1 = 0.

Como os limites direccionais s˜ao tamb´em iguais e iguais a zero, nada se pode concluir. No entanto, se o limite existir ter´a que ser obrigatoriamente zero (uma vez que o limite quando existe ´e ´unico). Vejamos que n˜ao existe limite.

Fa¸camos, por exemplo, (x, y) = (0,0) atrav´es da linha y =√3

x, temos:

lim

x→0f(x, 3

x) = lim

x→0

x(√3

x)3

x2+ (√3

x = limx→0

x2

x2+x2 = limx0

x2

2x2 =

1 2.

Ent˜ao, obtivemos um limite relativo diferente de zero, podemos concluir que n˜ao existe limite no ponto (0,0).

Exerc´ıcio 1: Estude, quanto ao limite no ponto (0,0), a fun¸c˜ao f(x, y) = x2xy+y2.

2.1.3 Limites direccionais - caso geral

Teorema 2.1: Sejaf : X Rn → R e a X. Se lim

x→af(

x) = b, ent˜ao para qualquer

vector uRn com u6= 0, temos que:

lim

t→0f(

a+tu) =b, comtR.

Note que o rec´ıproco nem sempre ´e verdadeiro. E portanto, podemos aplicar o teorema anterior.

Exemplo 10: Confirmemos que n˜ao existe limite def(x, y, z) = x3 xyz +y3

+z3 quando (x, y, z)→

(0,0,0).

Neste caso, n˜ao aplicaremos os limites sucessivos vistos para o caso de R2, iremos aplicar directamente o teorema anterior, que consiste na generaliza¸c˜ao do conceito de limite direccional.

Sejam u= (u1, u2, u3)R3 e tR, com u6= (0,0,0).

Portanto,a+tu= (0,0,0) +t(u1, u2, u3) = (tu1, tu2, tu3).Consequentemente, temos

lim

t→0f(tu1, tu2, tu3) =

tu1tu2tu3

t3u3

1+t3u32+t3u33

= lim

t→0

t3u 1u2u3

t3(u3

1+u32+u33)

= lim

t→0

u1u2u3

u3

1+u32+u33

.

Concluimos assim, que n˜ao existe limite, pois para vectores diferentes, u R3, obtemos valores diferentes. Por exemplo, u = (1,1,0), o limite ´e 0 e para o caso u= (1,1,1), o limite ´e 1

(11)

Exerc´ıcio 2: Utilize o caso geral do limite direccional para averiguar se a fun¸c˜ao seguinte tem limite na origem

f(x, y) =

xy

x2

−y2, (x, y)6= (0,0)

0, (x, y) = (0,0).

2.2

Continuidade

Defini¸c˜ao 5: Sejam

f :D ⊆Rn→R

x7→f(x)

uma fun¸c˜ao de n vari´aveis reais e a = (a1, a2, . . . , an) um ponto de acumula¸c˜ao de D,

diz-se que f ´e cont´ınua em a se existir limite de f em a e esse limite for igual a f(a),

ou seja, a fun¸c˜ao f ´e cont´ınua ema∈ D sse

∀ǫ >0,δ >0,

||xa||< δx∈ D

⇒ |f(x)f(a)|< ǫ.

Observa¸c˜ao 6: Uma fun¸c˜ao ´e dita cont´ınua em um conjunto D quando for cont´ınua em todos os pontos de D.

Proposi¸c˜ao 4: Sejam f e g duas fun¸c˜oes reais den vari´aveis reais de dom´ıniosDf e Dg,

respectivamente. Suponha que f e g s˜ao cont´ınuas em a∈ Df ∩ Dg. Ent˜ao as fun¸c˜oes f+g,f g s˜ao cont´ınuas ema.Ainda, seg(a)6= 0 tamb´em a fun¸c˜ao f

g ´e tamb´em cont´ınua

em a.

Exemplo 11: Seja a fun¸c˜ao

f(x, y) = x

2+y2

x4+y4

´e uma fun¸c˜ao racional e portanto, cont´ınua no seu dom´ınio R2\ {(0,0)}.

Exemplo 12: Seja a fun¸c˜ao

f(x, y) = (

xy2 2(x2

+y2

), (x, y)6= (0,0)

0, (x, y) = (0,0).

´e uma fun¸c˜ao cont´ınua emR2\{(0,0)},considerando que a soma, o produto e o quociente de fun¸c˜oes cont´ınuas, s˜ao fun¸c˜oes cont´ınuas. O limite lim

(x,y)→(0,0)f(x, y) = 0 ef(0,0) = 0,

ent˜ao a fun¸c˜ao ´e cont´ınua no ponto (0,0). Conclui-se assim que a fun¸c˜ao ´e cont´ınua em

R2.

Exemplo 13: Seja a fun¸c˜ao

g(x, y) = (

xy2 2(x2

+y2

), (x, y)6= (0,0)

1, (x, y) = (0,0).

Verificamos que nos pontos (x, y)6={(0,0)},a fun¸c˜ao ´e cont´ınua. O limite lim

(x,y)→(0,0)f(x, y) =

(12)

Particularmente em R2 tem-se

• (a, b)∈ D/ f e existir lim

(x,y)→(a,b)f(x, y).

Sendo f prolong´avel por continuidade no ponto (a, b), a fun¸c˜ao f∗, prolongamento def

por continuidade no ponto (a, b), ´e definida por

f∗(x, y) = (

f(x, y), se (x, y)∈ Df

lim

(x,y)→(a,b)f(x, y), se (x, y) = (a, b).

Exemplo 14: Seja a fun¸c˜ao

f(x, y) = xy

2

2(x2+y2)

´e uma fun¸c˜ao racional e portanto, cont´ınua no seu dom´ınio R2\ {(0,0)}. Averiguemos

se h´eprolong´avel por continuidade ao ponto (0,0).

Provemos, por defini¸c˜ao, que o seu limite quando (x, y) tende para (0,0) ´e nulo. Pretende-se demonstrar que

∀ǫ >0,δ >0 : (x, y)R2\ {(0,0)} ∧px2+y2 < δ

xy2

2(x2+y2) < ǫ. Como xy2 2(x2 +y2 )

= 2(x|x2|y2 +y2

), x

2 x2+y2 e y2 x2+y2 e ainda |x| ≤x2 p

x2+y2

e |y| ≤p

y2 p

x2+y2,

pelo que xy2

2(x2+y2)

(x2+y2)p

x2+y2

2(x2+y2) = p

x2+y2

2 .

Considerando δ = 2ǫ, tem-se ent˜ao que, quando px2+y2 < δ com (x, y)6= (0,0),

xy2

2(x2+y2)

p

x2+y2

2 <

δ

2 =ǫ.

Assim, a fun¸c˜ao tem limite no ponto (0,0) sendo prolong´avel por continuidade a esse ponto.

Exerc´ıcio 4: Averigue se a fun¸c˜ao

f(x, y) = (

2x3

−y3

x2+y2 , (x, y)6= (0,0)

0, (x, y) = (0,0).

Imagem

Fig. 1: Fun¸c˜ao real de duas vari´aveis reais, z = f (x, y) ∈ R , com (x, y) ∈ D ⊆ R 2
Fig. 3: C ´e a curva de n´ıvel de f de valor k.
Fig. 4: f(x, y) = k ou circunferˆencia de centro (0, 0, 0) e raio √ k.
Fig. 6: V´arias direc¸c˜oes para se chegar ao ponto (a, b).

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