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A produção científica e as áreas consideradas periféricas / Scientific production and areas considered peripheral

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.20017-20022 apr. 2020. ISSN 2525-8761

A produção científica e as áreas consideradas periféricas

Scientific production and areas considered peripheral

DOI:10.34117/bjdv6n4-248

Recebimento dos originais:24/03/2020 Aceitação para publicação:17/04/2020

Paula Piva Linke

Doutora em Ciência Ambiental pela USP UNIFAMMA

E-mail:paulapivalinke@gmail.com

Thiago Silva Prado

Mestre em Ensino pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) UNIFAMMA

E-mail:thiago.silvaprado@hotmail.com

Tiago Carvalho Sabatino

Graduado em Ciências Sociais UNIFAMMA

E-mail:Tiago_14sabatino@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo compreender a produção científica em relação aos conceitos de áreas de conhecimento central e periférica. Tal discussão está amparada na obra de SKIDMORE, “Fato e Mito: Descobrindo um Problema Racial no Brasil”, que problematiza a produção do conhecimento em relação ao conceito de periferia. Em outras palavras há determinada áreas do conhecimento que ganham maior visibilidade, enquanto outras são deixadas de lado, ou são vistas como menos importantes, como as ciências humanas. A intenção deste texto é chamar a atenção para esse pré-conceito que não existe somente em relação à cultura, mas também na ciência, inclusive quando falamos de países mais desenvolvidos e aqueles ditos periféricos. Essa pesquisa foi desenvolvida por meio da pesquisa bibliográfica cujo autor central é Thomas Elliot Skidmore, historiador especializado na história do Brasil.

Palavras Chaves: Conhecimento; Países; Periferia. ABSTRACT

The present work aims to understand the scientific production in relation to the concepts of central and peripheral areas of knowledge. Such discussion is supported by the work of SKIDMORE, "Fact and Myth: Discovering a Racial Problem in Brazil", which problematizes the production of knowledge in relation to the concept of periphery. In other words, there are certain areas of knowledge that gain greater visibility, while others are left out, or are seen as less important, such as the humanities. The intention of this text is to draw attention to this

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pre-concept that exists not only in relation to culture, but also in science, including when we speak of more developed countries and those called peripheral. This research was developed through bibliographic research whose central author is Thomas Elliot Skidmore, a historian specialized in the history of Brazil.

Key words: Knowledge; Countries; Periphery.

1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, devido às mudanças na comunicação e a internet, a forma de fazer pesquisa se alterou, assim como a difusão do conhecimento, o qual não deveria ser taxado de superior ou inferior, visto que todas as áreas se referem a ciência, apresentam métodos científicos de produção, mas infelizmente, ainda temos a produção do conhecimento tido como centra e periférico, isso relacionado as disciplinas e países onde são desenvolvidas as pesquisas.

O tema escolhido para discussão, é o que significa uma área do conhecimento ser central ou periférica, e há muitas formas de explicar. Partirei de alguns exemplos: se pensarmos em todas as universidades do mundo, algumas são bem mais conhecidas e conceituadas do que outras, incrivelmente falando, grande parte das mais conceituadas se encontram no ocidente e mais especifico no continente Europeu e Americano.

A intenção deste texto é chamar a atenção para esse pré-conceito que não existe somente em relação à cultura, mas também na ciência, inclusive quando falamos de países mais desenvolvidos e aqueles ditos periféricos. Essa pesquisa foi desenvolvida por meio da pesquisa bibliográfica cujo autor central é Thomas Elliot Skidmore, historiador especializado na história do Brasil.

2 CONHECIMENTO CENTRAL E PERIFÉRICO

É de extrema importância pensarmos como se dá a produção do conhecimento no mundo e como ele circula, assim como o papel dos diferentes países nesse contexto. Sabemos que Europa e Estados Unidos são responsáveis pela produção de grande parte das pesquisas, mas países como China e Japão também estão se destacando.

Há indicadores bibliométricos que sinalizam para mudanças dramáticas no panorama da pesquisa científica nos últimos 10-15 anos. Se, por um lado, mais de 70% da produção mundial pertence ao eixo Estados Unidos/Comunidade Europeia/Japão, há crescimentos espetaculares em alguns países em especial (como China e Irlanda, os mais significativos) e

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.20017-20022 apr. 2020. ISSN 2525-8761 declínio em outros (Grã-Bretanha). Na América Latina, dados recentes mostram que a produção da ciência brasileira se destaca em seu crescimento de 8% na repartição do produto anual em termos mundiais e ocupa o 17º lugar na lista de países mais ativos (LD CASTIEL; J SANZ-VALERO; R MEI-CYTED, 2007).

É claro que tudo isso também está relacionado ao poder de cada país, no entanto, se pensarmos em uma universidade por melhor que seja seu ensino, comparada as universidades de grandes países de primeiro mundo seria considerada periférica. Pois, no âmbito de países veremos que existem países periféricos, ou seja, isso apenas se reproduz nas universidades.

Mas em uma área do conhecimento será que tem essa mesma reprodução? E se existe essa reprodução como ela é feita? É através de poder de influência dos países?

Se analisarmos com calma é claro que não segue o mesmo modo de reprodução dos países, pois primeiramente, o que faz uma área do conhecimento ser reconhecida é a rentabilidade dessa área ou a importância dada a ela, por exemplo, o conhecimento das engenharias em geral são bem rentáveis e considerados relevantes por se construir objetos, casas, barcos entre outros grandiosos e inéditos.

Mas uma área como a Antropologia não terá toda essa relevância globalmente, pensando que vivemos em um sistema capitalista onde o lucro e a circulação do dinheiro é o mais importante, e por mais que uma pesquisa antropológica seja de grande importância para a sociedade e para o entendimento desse mundo, não terá o mesmo valor, considerando que não vai gerar dinheiro diretamente (SKIDMORE, 1991).

No entanto, é valido falar que muitas pesquisas ainda são utilizadas. Como exemplo temos: o mercado especulativo de imóveis entre outros. Mas ainda assim, não se compararia a uma área do conhecimento central no caso como foi dito acima, as engenharias. Este dado é difícil de ser estimado. Há, todavia, estimativas de que cerca de 50% dos trabalhos em ciências sociais publicados jamais serão citados (LD CASTIEL; J SANZ-VALERO; R MEI-CYTED, 2007).

O texto analisado de Skidmore, tem uma parte que o autor fala sobre a escola de São Paulo, que é composta por grandes autores como: Florestan Fernandes, Otaviani, e outros não tão conhecidos como FHC. Contudo devemos lembrar que mesmo nessa época muitos estudiosos da área viam racismo como uma questão secundaria, principalmente por parte da linha de pensamento Marxista que era forte. Florestan Fernandes chega escrever sobre o racismo, no entanto, não tem identidade com o negro. Ele faz uma análise interessante,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.20017-20022 apr. 2020. ISSN 2525-8761 contudo, com muitos pontos a ser revisto como por exemplo: quando diz que o negro foi apático entre outros.

As pesquisas sobre o racismo e o negro, foram feitos em sua grande maioria por antropólogos e historiadores e ainda sim com um foco muito grande na escravidão, sendo assim faltando pesquisa por partes de outras áreas do conhecimentos, “No entanto, tem havido pouca pesquisa em Ciências Sociais sobre os novos dados oficiais, ou tentando gerar novos dados” (SKIDMORE, 1991, p.13).

Até mesmo a ideia de branqueamento vem de países centrais, os quais eram muito preconceituosos, levando assim para outros países periféricos essas ideias, mostrando como há uma influência grande dos países centrais nos países periféricos, e muitas vezes, tornando as áreas do conhecimento periféricas por estarem estudando periferias.

Observa-se, portanto, que ainda há problemas em considerar os diferentes povos como cultura, ou reconhecer sua contribuição. As disciplinas voltadas a sociologia, antropologia e história, por exemplo, são vistas como ciências menores, pois se voltam ao estudo da cultura, das manifestações sociais e do homem, em si (GEERTZ, 1998).

O objetivo deste trabalho em si, é chamar a atenção para ciências e temas ditos periféricos, que são desconsiderados, marginalizados. Quando falamos em ciência, em produção do conhecimento, todo tipo de experiência, vivência e cultura deve ser considerado. Portanto, devemos pensar a história, antropologia, ciências sociais e demais disciplinas voltadas ao estudo do ser humano, como ciência com letras maiúsculas, sem discriminação de cor ou etnia.

Entretanto se pensando nas universidades do mundo vemos o Brasil como uma região periférica com universidades e conhecimentos também considerados periféricos, podemos ir além e trazer para a nossa realidade, pensando apenas no Brasil. Uma IES pública é considerada uma referência dentro do Brasil, mesmo assim as mesmas podem ser consideradas periféricas por estarem localizadas fora de grandes centros políticos, econômicos e até sociais. E neste caso podemos ver com mais clareza que temos internamente este problema que acaba de certa forma apenas replicando o sistema global.

E quais as grandes problemáticas um polo periférico tende a ter menos recursos tangíveis como dinheiro para pesquisas, quanto intangíveis por exemplo professores bem qualificados. (BRITTO; SILVA; CASTILHO; ABREU, 2008).

Esse ensino periférico acaba levando a outros problemas. O qual se relaciona com o estudante que acabam vindo de um ensino mais fraco, com baixo a acesso a intelectuais nas

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.20017-20022 apr. 2020. ISSN 2525-8761 artes, música em fim na cultura em geral, e muitas vezes já estando no mercado de trabalho, não tendo desta forma possibilidade de fazer atividades de extensão ou encontro científicos por vir de uma classe mais baixa na sociedade e muitas vezes periféricas aos grandes centros urbanos morando em cidades dormitarias por exemplo. (BOURDIEU, 1998 apud BRITTO,2008, p.788).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Observa-se que a questão do conhecimento periférico é complexa e envolve não somente a comparação entre ciências exatas e da saúde em relação as humanas e sociais, mas também as contribuições das mesmas e como o país que a produz é visto em termo de produção científica.

Conclui-se que temos um grande problema a enfrentar, principalmente dentro dos cursos e pesquisas nas Ciências Humanas e Sociais, as quais como podemos ver recebem investimentos menores, por não serem considerados muito rentáveis. Desta forma, além de lutar para manter atuante dentre as ciências exatas e da saúde, aparece como uma consequência de ser uma região periférica, sendo considerado também um conhecimento periférico, não considerando estas pesquisas como uma contribuição relevante para os países e o conhecimento de primeiro mundo.

Sendo assim temos muito a percorrer, para chegarmos a influência que os cursos mais rentáveis tem atualmente, demonstrando a relevância das Ciências Humanas e Sociais. A partir da mesma, ir em busca de enfatizar as pesquisas de países que não são considerados potencias mundiais.

REFERÊNCIAS

BRITTO L.P.L; SILVA O.E; CASTILHO de C.K; ABREU M.T. Conhecimento e Formação

nas IES Periféricas perfil do aluno “novo” da Educação Superior, Avaliação, Campinas;

Sorocaba, SP, v. 13, n. 3, p. 777-791, nov. 2008.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.20017-20022 apr. 2020. ISSN 2525-8761 LD CASTIEL; J SANZ-VALERO; R MEI-CYTED, Entre fetichismo e sobrevivência: o

artigo científico é uma mercadoria acadêmica?, Cadernos de Saúde Pública, 2007

SKIDMORE, T. E. Fato e Mito: Descobrindo um Problema Racial no Brasil. Cad. Pesq., São Paulo, n.79, p.5-16, nov.1991.

Referências

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