Disciplina Ligaçoes Químicas
Prof. Dalmo Mandelli
Estrutura Molecular e Ligações Químicas
Parte 2
Teoria de Ligação de Valência (TLV)
Foi a primeira teoria de ligação mecânico quântica desenvolvida
Expressa os conceitos de Lewis em termos de função de onda
Considera a interação entre átomos conforme eles se aproximam
As técnicas computacionais usadas na TLV foram superadas pela teoria do orbital molecular (TOM).
Porém grande parte da linguagem e alguns conceitos ainda continuam
A molécula de H2
Na TLV a função de onda de um par de elétrons é formada superpondo os
fragmentos separados da molécula.
A curva de E potencial molecular
Para dois átomos de H muito separados
H---H
a função de onda é:
= A(1) B(2)
Quando os átomos se aproximam é impossível saber se o e- 1 está no átomo A ou no B ( e vice-versa!)
Quando 2 resultados são igualmente prováveis, a mecânica quântica nos diz que o verdadeiro estado do sistema é uma superposição das funções de onda, com uma combinação linear das duas possibilidades
= A(1) B(2) + A(2) B(1)
Esta é a função de onda não normalizada para uma ligação H-H
A onda A(1) B(2) interfere construtivamente na onda A(2) B(1)
Princípio da Exclusão de Pauli: somente e- com spins emparelhados podem ser descritos pela função de onda mostrada
A ligação ocorre pelo emparelhamento dos e- dos dois orbitais atômicos participantes
A distribuição eletrônica tem simetria cilíndrica ao redor do eixo internuclear
Os e- tem momento angular orbital zero ao redor deste eixo
Conforme os átomos vão se
A inclinação mostra quão rapidamente a E aumenta
conforme a ligação é alargada ou
comprimida,
...governando a frequencia
De é a profundidade do mínimo da
Resumindo....
Modelo da Ligação de Valência (LV) da Ligação no H2
C. Housecroft e A. G. Sharpe, Química Inorgânica, 4ª Ed.
A teoria da ligação de valência considera as interações entre átomos separados à medida que eles se juntam na formação de moléculas.
Começamos considerando a formação do H2 a partir de dois átomos de H, cujos núcleos são identificados como HA e HB, e cujos elétrons são 1 e 2, respectivamente.
Quando os átomos estão tão afastados a ponto de não haver nenhuma interação
entre eles, o elétron 1 é exclusivamente associado ao HA, enquanto o elétron 2 reside com o núcleo HB.
Quando os átomos de H estão próximos, não podemos dizer qual elétron está associado a qual núcleo, pois, embora eles tenham sido identificados, os dois núcleos na realidade são indistinguíveis, assim como os dois elétrons.
Dessa maneira, o elétron 2 poderia estar com HA e o elétron 1, com HB.
Vamos descrever isso pela função de onda 2
A Equação abaixo dá uma descrição global da molécula de H2 ligada covalentemente;
covalente é uma combinação linear das funções 1 e 2
A equação contém um fator de normalização N. No caso geral, em que...
Outra combinação linear de pode ser escrita da seguinte forma
Em termos dos spins dos elétrons 1 e 2 temos:
+ corresponde ao emparelhamento de spins
corresponde a spins paralelos (spins não emparelhados)
Cálculos das energias associadas a esses estados como uma função da separação internuclear de HA e HB mostram que:
representa um estado repulsivo (alta energia),
+ atinge um valor mínimo de E quando a separação internuclear, d=87 pm (corresponde a uma Edissociação ligação HH, U=303 kJ mol-1.
Valores experimentais d = 74 pm
U=458 kJ mol-1
Portanto, expressão para + precisa de refinamento.
Os valores da energia de dissociação de ligação
Esta expressão pode ser refinada...
-Admitindo que cada elétron blinda o outro da influência do núcleo até certo ponto.
-Considerando a possibilidade de que ambos os elétrons 1 e 2 podem estar associados
ou a HAou a HB, isto é, admitindo-se a transferência de um dos elétrons de um dos centros nucelares para o outro formando um par de íons HA+ H
B ou HA HB+.
A última modificação é considerada escrevendo-se duas funções de onda adicionais, 3 e 4 (uma para cada forma iônica). Assim, a equação acima pode ser reescrita...
O coeficiente c indica as contribuições relativas feitas pelos dois conjuntos de funções de onda.
Funções de onda 1 e 2 surgem de uma interação internuclear envolvendo o compartilhamento de elétrons entre os núcleos
Já 3 e 4, surgem da transferência de elétrons,
Podemos simplificar a equação acima na qual a função de onda global, molécula é composta de termos covalente e iônico.
Com base nesse modelo do H2, os cálculos com c 0,25 dão os seguintes valores:
Separação internuclear d=75 pm (contra 87 pm anteriormente)
Edissociação ligação HH, U=398 kJ mol-1 (contra 303 kJ mol-1 anteriormente)
Os valores estão mais próximos dos experimentais,
Valores experimentais d = 74 pm
Agora, consideremos a significância física das equações obtidas...
As funções de onda 1 e 2 representam estruturas covalentes e 3 e4 estruturas iônicas.
A notação HA(1) significa "núcleo HA com o elétron (1)", e assim por diante.
1 2 3 4
O di-hidrogênio é descrito como um híbrido de ressonância das estruturas canônicas, ou de ressonância, contribuintes mostradas abaixo.
No caso do H2, um exemplo de uma molécula diatômica homonuclear simétrica,
simplificamos a imagem em (a)
As contribuições feitas por (b) e (c) são iguais. O termo "híbrido de ressonância" é algo infeliz, mas está estabelecido de maneira firme demais para ser erradicado
O di-hidrogênio é descrito como um híbrido de ressonância das estruturas canônicas, ou de ressonância, contribuintes mostradas abaixo.
No caso do H2, um exemplo de uma molécula diatômica homonuclear simétrica,
simplificamos a imagem em (a)
As contribuições feitas por (b) e (c) são iguais. O termo "híbrido de ressonância" é algo infeliz, mas está estabelecido de maneira firme demais para ser erradicado
(a) (b) (c)
Observe que (a) descreve a ligação no H2 em termos de uma ligação covalente localizada de 2 centros e 2 elétrons, 2c-2e.
Uma estrutura de ressonância particular sempre indicará um esquema de ligação
Moléculas Diatômicas Homonucleares
Os e- em orbitais atômicos de mesma simetria, mas em orbitais vizinhos se emparelham para formar ligações e
N2
N 2s2 2p
Por convenção toma-se o eixo 2pz como sendo internuclear
Ligação : para identificar, imagina-se a rotação em torno do eixo internuclear.
Se a função de onda permanece inalterada a ligação é classificada como
Os orbitais 2p restantes (2px e 2py) não podem fazer ligação pois não têm simetria cilíndrica em torno do eixo internuclear.
Assim os e- se juntam para formar ligações
O e- na ligação tem uma unidade de momento angular em torno do eixo nuclear
Assim para o N2 temos
Uma ligação Duas ligações
A densidade eletrônica total mostra que ela tem simetria cilíndrica em torno do eixo nuclear com 4 e- nas duas ligações formando um anel de densidade eletrônica em torno da ligação central
Assim para o N2 temos
Uma ligação Duas ligações
Capítulo de livro com teoria (TLV) e exercícios
CUIDADO com a internet!!
CUIDADO com a internet!!
https://joshfarha.wordpress.com/2013/11/16/hybridized-atomic-orbitals-with-sigma-and-pi-bonds/
Moléculas Poliatômicas
H2O
H 1 s1
O 2s2 2p
x2 2py1 2pz1
Os dois e- desemparelhados podem se emparelhar com um dos e- 1s do H
Cada combinação resulta em uma ligação
Orbitais py e pz estão a 90º um do outro
TLV prevê molécula da água sendo angular (correto)
Porém num ângulo de 90º e não de 104,5o (errado!)
NH3
N 2s2 2p
x1 2py1 2pz1
Esperava-se ângulos de 90º, mas são de 107º
Erro da TLV!!
Carbono tetravelente
C 2s2 2p
x1 2py1 2pz0
Sugere que o C deva fazer 2 ligações e não 4 (CH4)
Promoção
A promoção do e- pode ocorrer se o resultado final for produzir ligações mais fortes, em maior número e uma E total menor.
Trata-se da excitação de um e- para um orbital de maior E durante a formação da ligação
Não é um processo real, mas uma contribuição na variação da E total no processo
2s2 2p
x1 2py1 2pz0 promoção 2s1 2px1 2py1 2pz1
A promoção alivia a repulsão existente no estado fundamental
Cada um dos e- no estado “promovido” podem se emparelhar com um e- de um H fazendo 4 ligações
Hibridização
Orbitais híbridos são formados quando orbitais atômicos no mesmo átomo interferem; esquemas específicos de ligação correspondem a cada geometria molecular local
O uso apenas da promoção não explica as ligações do CH4 pois temos, a princípio, dois tipos de ligação:
a) 3 ligações entre H1s com C2p b) 1 ligação entre H1s com C2s
Dados experimentais mostram que as quatro ligações do CH4 são idênticas (comprimento, força, forma)
Pode-se imaginar este processo como se os 4 orbitais atômicos, que são ondas centradas no núcleo, se propagassem a partir de um único ponto em um lago: as ondas interferem construtiva ou destrutivamente dando origem a 4 novas formas
As combinações específicas que dão origem a estes 4 orbitais híbridos são:
h1 = s + px + py + pz h3 = s - px + py - pz
h2 = s - px - py + pz h4 = s + px - py - pz
Como resultado da interferência, cada orbital híbrido tem um lóbulo grande apontado em uma das direções de um dos vértices de um tetraedro regular
O ângulo entre os eixos é o tetrédrico (109,47º)
O ângulo entre os eixos é o tetrédrico (109,47º)
Cada orbital é chamado de sp3, formado por um orbital s e 3 orbitais p
Cada orbital contém 1 e- desemparelhado que pode compartilhar com 1 orbital 1s do H
Assim, forma-se 4 ligações C-H idênticas
O orbital híbrido possui alto caráter direcional e elevada amplitude na região internuclear, resultado da interferência construtiva entre o orbital s e os
lóbulos positivos (+) dos orbitais p
Portanto a força de ligação se torna ainda maior quando comparada com os orbitais s ou p isolados (compensa-se a E gasta na promoção)
Ex:
-sp2 para geometria trigonal plana presente no B do BF
3 e no N do NO3-
http://www.science.uwaterloo.ca/~cchieh/cact/c120/hybrid.html
https://www.youtube.com/watch?v=PRmYlUuDXVI
Teoria dos Orbitais Moleculares
Vamos passar da descrição dos orbitais atômicos dos átomos para os orbitais moleculares das moléculas, nas quais os e- se emparelham sobre todos os átomos de uma molécula e se ligam a todos eles
Os orbitais atômicos, OAs, do nível de valência, deixam de existir quando a
molécula se forma, sendo substituídos por um novo conjunto de níveis energéticos que correspondem a novas distribuições da nuvem eletrônica (densidade de
probabilidade).
Esses novos níveis energéticos constituem uma propriedade da molécula como um todo e são chamados, conseqüentemente de orbitais moleculares.
Teoria dos Orbitais Moleculares
Uma visão geral do modelo OM
Na teoria do orbital molecular (OM), começamos colocando os núcleos de uma dada
molécula em suas posições de equilíbrio e, em seguida, calculamos os orbitais moleculares (isto é, regiões do espaço distribuídas pela molécula inteira) que um único elétron poderia ocupar. Cada OM surge das interações entre os orbitais dos centros atômicos da molécula, e tais interações são:
Química Inorgânica, Catherine Housecroft, 4ª Ed.
• permitidas, se as simetrias dos orbitais atômicos forem compatíveis umas com as outras;
• eficientes, se a região de sobreposição entre os dois orbitais atômicos for significativa;
Teoria dos Orbitais Moleculares
O cálculo das propriedades dos orbitais moleculares é feito comumente assumindo que os OAs se combinam para formar OMs.
As funções de onda dos orbitais atômicos são combinadas matematicamente para produzir as funções de onda dos MOs resultantes.
O processo é remanescente da mistura de orbitais atômicos puros para formar orbitais híbridos, exceto que, na formação de orbitais moleculares, orbitais atômicos de mais de um átomo são combinados ou misturados.
No entanto, como no caso da hibridização, o número de orbitais novos formados é igual ao número de orbitais atômicos originários da combinação.
Teoria de Ligação de Valência X Teoria dos Orbitais Moleculares
Teoria de Ligação de Valência
-Linus Pauling
-Os elétrons de valência estão
localizados entre os átomos (ou são pares isolados)
-Orbitais atômicos semi-preenchidos sobrepõe-se para formar ligações
Teoria dos Orbitais Moleculares
-Robert Mulliken
-Os elétrons de valência são delocalizados -Os elétrons de valência estão em orbitais (chamados de orbitais moleculares) que se espalham pela molécula inteira
Adaptado de Fundamentos da Teoria do Orbital Molecular, Norberto Gonçalves, http://www.qmc.ufsc.br/~lab313/qmc_5131/orbmol_01.pdf
Da mesma maneira que nos orbitais atômicos, estamos interessados em dois aspectos moleculares:
1) as formas de suas distribuições espaciais da densidade de probabilidade 2) suas energias relativas
Aproximações da Teoria
Iniciaremos observando os OMs que são formados quando dois átomos idênticos se ligam numa molécula diatômica.
Usando um enfoque simples, consideremos que um OA de um átomo se combina com um OA de um segundo átomo para formar dois OMs. Para que esse processo seja efetivo, duas condições devem ser introduzidas:
1) Os OAs devem ter energias comparáveis;
2) Eles devem se sobrepor de maneira significativa.
Aproximações da Teoria
Os cálculos da mecânica quântica para a combinação dos OAs originais consistem em:
1) uma adição das funções de onda do OA 2) uma subtração das funções de onda do OA
Quando os dois átomos são diferentes, é incluído um fator que leva em conta o fato de que os dois OAs não contribuem igualmente para a formação dos OMs.
Os resultados, então, são duas novas funções de onda OM, uma de adição e outra de subtração.
Aproximações da Teoria
Como sempre, o quadrado da função de onda para um elétron nos dá
informações acerca da probabilidade de encontrar este elétron em várias regiões do espaço.
Quando isto é feito para um OM, resultam informações sobre a densidade de probabilidade para um elétron ocupando aquele OM
A partir dessas informações, as superfícies limites correspondentes e os níveis energéticos podem ser encontrados
Aproximações da Teoria
-Os OM são construídos como combinações lineares dos orbitais atômicos
-Há uma grande probabilidade de se encontrar e- em um OA que tem grandes coeficientes na combinação linear
-Cada OM pode ser ocupado por até 2e-
Na aproximação orbital assume-se que a função de onda dos N e- da molécula pode ser descrita como o produto de funções de onda de 1e-
= (1) (2) (3).... (n)
Função de onda do e-(1). Estas funções de onda são os OM da teoria
= (1) (2) (3).... (n)
2 fornece a probabilidade de encontrar o e- na molécula
Um e- no OM tem alta probabilidade de ser encontrado onde o orbital tem maior amplitude e não nos seus nós
Aproximação seguinte (combinação linear dos orbitais atômicos) : quando um e- está próximo do núcleo de um átomo sua função de onda se assemelha à de um orbital atômico (OA) daquele átomo
+ = A + B - = A - B
+ = A + B - = A - B
O sinal informa se a interferência será construtiva ou destrutiva em diferentes regiões da molécula e se levam a um aumento ou diminuição da densidade eletrônica nestas regiões
Vimos que 2 OA levam a 2 OM
Portanto, sempre N OA levarão a N OM
Para o O2, cada átomo de oxigênio tem 4 OA de valência
O 2s2 2p
x2 2py1 2pz1
Assim tem-se 2 x 4 = 8 OA combinando-se e formando 8 OM
O Princípio da Exclusão de Pauli também é aplicada nos OM:
cada OM pode acomodar até 2 e- e com spins emparelhados
Estes 8 OM comportarão até 16e-
Padrão geral de distribuição nos OM formados:
-1 fica abaixo da E do OA inicial -1 fica acima da E do OA inicial
-Os demais ficam entre estes 2 OM gerados
Um orbital ligante se origina da interferência construtiva de dois orbitais e o antiligante da interferência destrutiva, indicada por um nó entre os átomos
Orbital Ligante (+ )
Quando ocupado, E da molécula é menor que a dos átomos separados
Seu caráter ligante é atribuído à
interferência construtiva entre os orbitais atômicos e ao aumento na amplitude entre os núcleos
Um orbital ligante se origina da interferência construtiva de dois orbitais e o antiligante da interferência destrutiva, indicada por um nó entre os átomos
Orbital Ligante (+ )
e- na região internuclear podem interagir com os dois núcleos, aumentando a força da ligação
A sobreposição orbital (overlap) que é o espalhamento de um orbital sobre o outro leva a um aumento na probabilidade dos e- serem encontrados na região internuclear
É a própria origem da ligação química
Orbitais Ligantes e Antiligantes (OL e OAL)
Um orbital ligante se origina da interferência construtiva de dois orbitais e o antiligante da interferência destrutiva, indicada por um nó entre os átomos
Orbital Ligante (+ )
e- na região internuclear podem interagir com os dois núcleos, aumentando a força da ligação
A sobreposição orbital (overlap) que é o espalhamento de um orbital sobre o outro leva a um aumento na probabilidade dos e- serem encontrados na região internuclear
É a própria origem da ligação química
Orbitais Ligantes e Antiligantes (OL e OAL)
Um orbital ligante se origina da interferência construtiva de dois orbitais e o antiligante da interferência destrutiva, indicada por um nó entre os átomos
Orbital Antiligante (- )
Quando ocupado a E da molécula é maiot do que para os dois átomos separados
A maior E origina-se da interferência destrutiva entre os dois OA que cancelam suas amplitudes
Os e- do orbital - estão praticamente excluídos da região internuclear e são forçados a ocupar posições
Orbitais Ligantes e Antiligantes (OL e OAL)
Um orbital ligante se origina da interferência construtiva de dois orbitais e o antiligante da interferência destrutiva, indicada por um nó entre os átomos
Orbital Antiligante (- )
A situação dos orbitais antiligantes é similar a dos átomos separados, com o agravante que agora os núcleos estão bem próximos e sentem forte repulsão
Há também a própria repulsão e- e- em ambos os casos (Orbital Ligante e
Antiligante), mas no OAL ela não é
compensada pela atração dos e- por ambos os núcleos
Orbitais Ligantes e Antiligantes (OL e OAL)
Um orbital ligante se origina da interferência construtiva de dois orbitais e o antiligante da interferência destrutiva, indicada por um nó entre os átomos
Orbital Antiligante (- )
A situação dos orbitais antiligantes é similar a dos átomos separados, com o agravante que agora os núcleos estão bem próximos e sentem forte repulsão
Há também a própria repulsão
e-e- em ambos os casos (Orbital Ligante e Antiligante), no OAL ela não é
compensada pela atração dos e- por ambos os núcleos
Orbitais Ligantes e Antiligantes (OL e OAL)
Como estamos tratando de probabilidade de se encontrar os elétrons usamos o quadrado de
+2 = (
A + B)2 = A2 + 2A B + B2
-2 = (
A - B)2 = A2 - 2A B + B2
Em ambas as equações temos A2 e
B2 que são as probabilidades de encontrar os e- nos
átomos isolados.
A única diferença é o termo 2A B que representa a probabilidade de se encontrar os elétrons entre os núcleos (corresponde ao overlap entre os orbitais)
Orbitais Ligantes e Antiligantes (OL e OAL)
A
Bd
Integral de overlap e corresponde a uma dada região entre os dois núcleos
Quando + a densidade entre os núcleos é aumentada Quando – a densidade entre os núcleos é diminuída
Como estamos tratando de funções de onda, estas possuem um sinal + ou –
Como o OM é função da combinação destas funções (ou destes OA), esta combinação só será favorável se as funções apresentarem o mesmo sinal algébrico nas regiões correspondentes que estão sendo combinadas
Cada OM tem uma energia associada.
Para determinar o estado eletrônico fundamental de uma
molécula, os elétrons disponíveis são alocados, de acordo com o princípio de aufbau, nos OM, começando por aquele com a
energia mais baixa.
A soma das energias individuais dos elétrons nos orbitais (após correção para interações elétron-elétron) dá a energia total da molécula
A E dos OM do H2 é mostrada ao lado, sendo um exemplo de diagrama de níveis de E dos OM
Os dois e- ocupam o orbital de menor E
E entre os dois orbitais é sugerida pelo E da absorção espectroscópica do H2 em
11,4 eV (109 nm no UV) e indica a transição do e- do OL para o OAL
A Edissociação do H2 é de 4,5 eV (434 kJ/mol) o que nos dá uma ideia da posição do OL com relação ao átomo separado
Química Inorgânica, Catherine Housecroft, 4ª Ed.
Química Inorgânica, Catherine Housecroft, 4ª Ed.
Centro de Inversão
O ponto A é relacionado com A’
pela passagem através do centro de inversão.
De modo semelhante, B é
relacionado com B’
Uma molécula diatômica homonuclear (por exemplo, H2 , C12) possui um centro de inversão (centro de simetria)
A paridade de um OM descreve a maneira segundo a qual o orbital se comporta com respeito ao centro de inversão (par ou ímpar – gerade ou ungerade em alemão).
Química Inorgânica, Catherine Housecroft, 4ª Ed.
Centro de Inversão
O ponto A é relacionado com A’
pela passagem através do centro de inversão.
De modo semelhante, B é
relacionado com B’
O que é centro de inversão da molécula?
Química Inorgânica, Catherine Housecroft, 4ª Ed.
A função de onda tem o mesmo sinal à
mesma distância, mas em direções opostas, do centro de simetria?
SIM - o orbital é
representado com um g
(gerade, "par" em alemão).
NÃO - o orbital é
representado com um u
(ungerade, "ímpar" em alemão).
*
u
Química Inorgânica, Catherine Housecroft, 4ª Ed.
Os subscritos de paridade aplicam-se exclusivamente aos OM em moléculas que possuem um centro de inversão (moléculas centrossimétricas), como, por exemplo, as moléculas homonucleares X2, octaédricas EX6 e quadradas planas EX4.
Cl
2H
2
g
*
u
Por exemplo, as moléculas heteronucleares XY, ou tetraédricas EX4, não possuem um centro de inversão e são denominadas espécies não centrossimétricas.
O Princípio da Exclusão de Pauli limita a dois e- por orbital
A E da molécula do H2 é menor que a do H pois os dois e- podem ocupar o orbital + e ambos podem contribuir para a redução de E
H2+ a ligação é mais fraca (apenas 1e- no OL). E
dissociação H2+ = 2,6 eV (250,8
kJ/mol)
H2 possui 3e- e um deles ocuparia o OAL desestabilizando a molécula
He2 2s
2 os dois e- ocupariam o OAL superando o efeito dos 2e- ligantes.
Por isso o He não existe como He2
Também é possível gerar orbitais que tenham a mesma E dos orbitais atômicos originais: são os orbitais não-ligantes
Moléculas Diatômicas Homonucleares
Estruturas das moléculas podem ser calculadas e a validade deve ser checada com resultados
experimentais
Espectroscopia fotoeletrônica na região do UV permite uma excelente visualização da estrutura eletrônica
Elétrons são ejetados de seus orbitais e suas E são determinadas
Os picos num espectro fotoeletrônico correspondem às várias Ecinéticas dos fotoelétrons ejetados
Os orbitais
Vimos que os orbitais moleculares são classificados como , ou de acordo com suas simetrias rotacionais em torno do eixo nuclear (nas espécies com centrosimétricas) ou como g ou u, de acordo com suas simetrias com relação à inversão
Vamos iniciar com moléculas
diatômicas do segundo período cujo
conjunto de base mínimo consiste de um (1) orbital de valência s e três (3) orbitais p, resultando em 2 x 4 = 8 orbitais atômicos (e consequentemente 8 OM)
Usaremos o Princípio da Exclusão de Pauli para prever a configuração
eletrônica
O diagrama de OM ao lado mostra a E dos orbitais que formam o conjunto de base mínimo
Orbitais tem simetria cilíndrica em torno do eixo internuclear, chamado de eixo z
Portanto significa que o orbital tem simetria cilindrica
Temos então os orbitais 2s e 2pz que podem formar ligações
Com estes 4 orbitais atômicos (2 de cada átomo) pode-se formar 4 OM (2 ligantes e 2 antiligantes):
1g 1u 2g 2u
Com estes 4 orbitais (2 de cada átomo) pode-se formar 4 OM (2 ligantes e 2 antiligantes):
1g 1u 2g 2u
Fundamentos da Teoria do Orbital Molecular, Norberto Gonçalves, http://www.qmc.ufsc.br/~lab313/qmc_5131/orbmol_01.pdf
Orbitais tem simetria cilíndrica em torno do eixo internuclear, chamado de eixo z
Portanto significa que o orbital tem simetria cilindrica
Orbitais tem simetria cilíndrica em torno do eixo internuclear, chamado de eixo z
Portanto significa que o orbital tem simetria cilindrica
Temos então os orbitais 2s e 2pz que podem formar ligações
Com estes 4 orbitais (2 de cada átomo) pode-se formar 4 OM (2 ligantes e 2 antiligantes):
1g 1u 2g 2u
Os dois orbitais 2p restantes em cada átomo, que possui plano nodal no eixo z, se sobrepõe para formar orbitais
São formados 4 OM (2 ligantes e 2 antiligantes) pela sobreposição dos orbitais 2px com 2py
Os dois orbitais 2p restantes em cada átomo, que possui plano nodal no eixo z, se sobrepõe para formar orbitais
São formados 4 OM (2 ligantes e 2 antiligantes) pela sobreposição dos orbitais 2px com 2py
Este padrão de sobreposição gera 2 pares de níveis de E duplamente degenerados (2 níveis de E com mesma E) indicados por 1u e 1g
Recapitulando a questão gerade e ungerade....
Para moléculas diatômicas homonucleares é algumas vezes conveniente identificar a simetria dos OM com relação à inversão por meio do centro da molécula
Inicia-se em um ponto no orbital e caminha-se em linha reta em direção ao centro da molécula.
Continua-se por uma distância igual até o outro lado do centro e se:
ligante é g antiligante é u
antiligante é g
ligante é u
Recapitulando a questão gerade e ungerade....
Para moléculas diatômicas homonucleares é algumas vezes conveniente identificar a simetria dos OM com relação à inversão por meio do centro da molécula
Inicia-se em um ponto no orbital e caminha-se em linha reta em direção ao centro da molécula.
Continua-se por uma distância igual até o outro lado do centro e se:
Adaptado de
http://www.slideshare.net/rafaelmm oreira/slides-aula-10
Recapitulando a questão gerade e ungerade....
Para moléculas diatômicas homonucleares é algumas vezes conveniente identificar a simetria dos OM com relação à inversão por meio do centro da molécula
Inicia-se em um ponto no orbital e caminha-se em linha reta em direção ao centro da molécula.
Continua-se por uma distância igual até o outro lado do centro e se:
Procedimentos para a Construção de um Diagrama de Orbital Molecular
1) A partir de N orbitais atômicos (OA) constrói-se N orbitais moleculares (OM). No período 2, N = 8
2) Os 8 OM podem ser classificados em dois conjuntos, de acordo com a simetria:
4 orbitais e 4 orbitais
3) Os 4 orbitais formam um par duplamente
degenerado de OL e um par duplamente degenerado de OAL
4) Os 4 orbitais espalham-se sobre um grande faixa de E, sendo um fortemente ligante e outro fortemente antiligante, com dois outros orbitais restantes situados entre os extremos
5) Para se saber a posição exata dos orbitais é necessário
usar espectroscopia eletrônica de ‘
Forma dos orbitais
moleculares
Forma dos orbitais
moleculares
Para o N2 até o Li2 (mais ao lado esquerdo): a ordem dos orbitais é invertida.
Para o N2 até o Li2 (mais ao lado esquerdo): a ordem dos orbitais é invertida.
Para o N2 até o Li2 (mais ao lado esquerdo): a ordem dos orbitais é invertida.
Esta inversão pode ser atribuída ao aumento da separação (aumento na diferença de E) entre os orbitais 2s e 2p que ocorre ao se ir para à direita ao longo do
segundo período, desfavorecendo a mistura dos orbitais (se Z* aumenta-se E)
N2 até Li2
N2 até Li2
O2 e F2
Esta inversão pode ser atribuída ao aumento da separação (aumento na diferença de E) entre os orbitais 2s e 2p que ocorre ao se ir para à direita ao longo do
Um princípio da mecânica quântica é que a mistura das funções de onda é mais intensa se suas E são mais similares
Assim quando dois orbitais moleculares com a mesma simetria têm energias muito
próximas, eles podem interagir de modo a baixar a energia do menos energético e elevar a
energia do mais energético.”
N2 até Li2
Assim, à medida que E entre s e p aumenta, a mistura de ambos é
dificultada e os OM tornam-se mais semelhantes aos orbitais s e p puros
N2 até Li2
Visões de outros autores:
Fig. 2.10: Mudanças dos níveis de energia dos OM e das configurações eletrônicas no estado fundamental de moléculas diatômicas homonucleares envolvendo elementos do bloco p da
Pode-se chegar a esta mesma ordem crescente de energia dos orbitais moleculares
mostrada em (b) por meio de uma maneira alternativa, de certo modo artificial, mas que enfatiza os mesmos argumentos
Imagina-se a formação de uma molécula diatômica homonuclear combinando-se os orbitais correspondentes de ambos os átomos, que levaria ao diagrama mostrado em (a)
Em seguida assume-se que, como os orbitais 1 e 3 ocupam a região entre os dois núcleos, estes deveriam se "recombinar" formando os dois orbitais "definitivos", um com E mais baixa que o anterior de menor E e o outro com E mais alta que o anterior de maior E
Isto resultaria na inversão da ordem de E entre os orbitais 3 e 1 provenientes dos OA 2p, o que levaria à mesma seqüência de energia observada em (b)
No livro de Miessler, Fischer e Tarr usa-se o termo
“hibridização” para explicar a recombinação “artificial”
dos orbitaIs moleculares
Química Inorgânica, Gary L. Miessler, Paul J. Fischer e Donald A. Tarr, 5º Edição, 2014, Pearson
O princípio do preenchimento é usado para prever as
configurações eletrônicas do estado fundamental, acomodando os e- no conjunto de O.M. apresentados ao lado (com as restrições do Princípio da Exclusão de Pauli)
Faz-se com os O.M. exatamente como é feito com os O.A.
A ordem de ocupação dos orbitais é a ordem do aumento de E
Cada orbital pode ocupar 2e-
Se mais do que um orbital estiver disponível (por possuírem E idênticas, como no caso dos pares de orbitais ) então os orbitais são ocupados separadamente
Os e- nos orbitais semi-preenchidos adotam spins paralelos ( )
– Regra de Hund para os átomos
Por exemplo, a configuração eletrônica do N2, com 10 e- é:
1g2 1
u2 1u4 2g2
Da mesma forma que para os átomos, as configurações são escritas na ordem crescente de E e o número de e- em cada orbital é
indicado por um índice superior
Obs: 4 é uma notação abreviada para a ocupação de
2 orbitais
O OM ocupado de maior E (HOMO) é o último a ser preenchido
HOMO 1g
LUMO 2u
HOMO 2g
LUMO 1g
O carbono é diamagnético. Portanto, o diagrama da esquerda é o correto
O carbono é diamagnético - o diagrama da esquerda é o correto
Estes orbitais de fronteira tem um papel especial na interpretação de estudos estruturais e cinéticos.
O termo SOMO (orbital molecular unicamente ocupado) é algumas vezes usado, sendo de grande importância para o estudo de espécie radicalares
Obs: 4 é uma notação abreviada para a ocupação de 2 orbitais
O OM ocupado de maior E (HOMO) é o último a ser preenchido
Propriedade de Ligação
A TOM elucida muitas características da descrição de Lewis das moléculas
Já vimos a importância do par de e- (2 e- é o número máximo de e- em um orbital)
Agora vamos estudar o conceito de ordem de ligação
Ordem de Ligação
A ordem de ligação quantifica o número de ligações entre 2 átomos no formalismo dos OM
A ordem de ligação “OL” contabiliza um par de e- em orbitais ligantes como uma (1) ligação e em um orbital anti-ligante como uma anti-ligação
OL = ½ (n – n*)
Portanto, He não existe como He2
Porém a ligação covalente Li-Li não é tão forte pois os dois átomos de Li não podem se aproximar como os átomos de H devido aos e- 1s
Dados experimentais mostram que a molécula de N2 é estável, diamagnética, e tem alta energia de ligação 946 kJ/mol
Estes dados são consistentes com a teoria do orbital molecular
Cada átomo de nitrogênio tem 7 elétrons, assim a molécula tem 14 elétrons.
1
g21
u2
1
u42
g2L AL L L
Adaptado de http://www.slideshare.net/rafaelmmoreira/slides-aula-10 P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed., p.171
1
g21
u2
1
u42
g22
g2L AL L L AL
Adaptado de http://www.slideshare.net/rafaelmmoreira/slides-aula-10 P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed., p.171
Nem a teoria de Lewis nem a TLV prevêem que o O2 é paramagnético,
mas a TOM sim
http://fphoto.photoshelter.com/image/I0000dDSUKkf7yb4
Nem a teoria de Lewis nem a TLV prevêem que o O2 é paramagnético,
mas a TOM sim
Figura: O2 liquido sendo”fixado” entre dois polos imantados
http://fphoto.photoshelter.com/image/I0000dDSUKkf7yb4
Tabela 2.1 Dados experimentais e ordens de ligação para moléculas diatômicas homonucleares X2, onde X é um átomo no período que vai do Li até o F